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Hipovitaminose A Profª Msc. Milena Maia Vitamina A 1913 - Primeira vitamina lipossolúvel a ser reconhecida A vitamina A é um micronutriente encontrado em fontes de origem animal (retinol) e vegetal (provitamina A) leite humano, fígado, gema de ovo e leite vegetais folhosos verde-escuros (como espinafre, couve, beldroega, bertalha e mostarda), vegetais amarelos (como abóbora e cenoura) e frutas amarelo- alaranjadas (como manga, caju, goiaba, mamão e caqui), além de óleos e frutas oleaginosas (buriti, pupunha, dendê e pequi) Vitamina A RETINOIDES: Formas químicas de precursores e metabólitos da vitamina A presentes nos alimentos de origem animal. CAROTENÓIDES: pró-vitamina A, pigmentos de cor amarela alaranjada ou vermelha encontrados nas frutas e legumes; três são fontes de vitamina A (betacaroteno, luteína, zeaxantina) Tabela 1.0 Alimentos de origem animal fonte de Vitamina A em µg RE Tabela 2.0 Alimentos de origem vegetal fonte de β-caroteno em µg RE Funções da vitamina A e dos carotenoides • Visão • Saúde de outras células • Pulmões, intestinos, estômago, vagina, trato urinário e bexiga • Crescimento, desenvolvimento e reprodução • Prevenção de doenças cardiovasculares • Prevenção do câncer • Análogos de vitamina A para a pele • Tretinoína e isotretinoína Visão Vitamina A dietética deficiente Cegueira noturna Células que revestem a córnea perdem a capacidade de produzir muco Xeroftalmia “Olho seco” Partículas de sujeira e Infecção por bactérias Cegueira Quanto mais carotenoides na dieta, menor o risco de degeneração macular associado à idade. * Degeneração macular – doença que desorganiza a região central da retina (fundo do olho) e provoca visão turva, mas não causa dor. Indicadores da deficiência • Clínicos • Histológicos • Citologia de impressão conjuntival (CIC) • Bioquímicos • Dietéticos Indicadores bioquímicos/ clínicos Retinol sérico mais utilizado • Níveis séricos < 10 µg/dl (0,35 µmol/l) caracterizam a carência grave, fortemente associada a sinais de xeroftalmia. • Retinol sérico inferior ≤0,70 µmol/l ou Retinol no leite materno ≤ 1,05 µmol/l caracterizam a DVA Tabela 3.0 Classificação da xeroftalmia e prevalência indicativas de endemicidade Indicadores clínicos • Um dos epitélios severamente afetados é o do revestimento ocular, levando à xeroftalmia (nome dado aos diversos sinais e sintomas oculares da hipovitaminose A). Cegueira noturna Xerose corneal Ceratomalácia Vitamina A – Grupos de risco Recém-nascidos Gestantes Puérperas Pré-escolares Principais causas • Infecções e infestações intestinais; • Infecções dos tratos digestório, respiratório e geniturinário • Outras patologias Epidemiologia da Hipovitaminose A 503 milhões de pré-escolares 127 milhões (25,3%) Níveis séricos de retinol <0,7µmol/L XEROFTALMINA 4,4 milhões A CADA 1 MIN - 1 CRIANÇA MORRE Por causa direta ou indiretamente atribuível à deficiência de vitamina A (DVA) (3,5%) 2,2 milhões 75 mil casos nas regiões das Américas 20 mil Epidemiologia da Hipovitaminose A Sul e Sudeste da Ásia (44,5%) • Índia, Indonésia, Bangladesh África (27,2%) • Etiópia e Nigéria Região oeste do Pacífico (13,7%) • Filipinas, China, Vietnã Região leste do Mediterrâneo (10,6%) • Paquistão, Egito, Marrocos Américas (4%) No Brasil • Nas crianças Sudeste (21,6%) Nordeste (19,0%) • Nas mulheres Sudeste (14%) Centro-Oeste (12,8%) Nordeste (12,1%) Norte (11,2%) Sul (8%) Inadequação sérica ou Leite humano Carência • Subclínica (marginal) situação na qual as concentrações dessa vitamina estão baixas e contribuem para a ocorrência de agravos à saúde, como diarreia e morbidades respiratórias • Clínica problemas no sistema visual, atingindo três estruturas oculares: retina, conjuntiva e córnea, tendo, como consequência, a diminuição da sensibilidade à luz até cegueira parcial ou total. Carência marginal “Estágio em que ainda não há sinais clínicos de carência mas no qual as alterações metabólicas podem ter consequências para a saúde e a sobrevivência”. Número 5 a 10 vezes maior do que crianças com manifestações clínicas; Lesões oculares – indicador tardio Impossibilidade de prevenção Falta de indicadores “subclínicos” ou “pré- patológicos” Estratégias de combate e prevenção 1. Incentivo ao consumo de alimentos que sejam fontes de vitamina A e provitamina A; 2. Administração periódica de megadoses de vitamina A; 3. Fortificação de alimentos de consumo maciço com vitamina A. Impacto da Suplementação • Evidências científicas referentes ao impacto da suplementação com vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade: • Risco global de morte em 24% • Mortalidade por diarréia em 28% e; • Mortalidade por todas as causas, em crianças HIV positivo, em 45%. Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A objetivo é reduzir e controlar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de 6 a 59 meses de idade e puérperas no pós-parto imediato (antes da alta hospitalar). • Foi instituído por meio da Portaria nº 729, de 13 de maio de 2005. • Consiste na suplementação profilática medicamentosa para crianças de 6 a 59 meses de idade e mulheres no pós-parto por não atingir, pela alimentação, a quantidade diária necessária para prevenir a deficiência dessa vitamina no organismo. • O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A distribui cápsulas em duas dosagens: de 100.000 UI e de 200.000 UI. • Os suplementos são distribuídos, gratuitamente, nas unidades básicas de Saúde (UBS) que formam a rede SUS. Megadose de vitamina A Suplementação da vitamina A Caderneta de saúde da criança Cartão da gestante Prevenção da deficiência de vitamina A: 1. Promoção do aleitamento materno exclusivo até o 6º mês e complementar até 2 anos de idade ou mais com a introdução dos alimentos complementares em tempo oportuno e de qualidade. 2. Promoção da alimentação adequada e saudável, assegurando informações para incentivar o consumo de alimentos fontes em vitamina A pela população. 3. Suplementação profilática periódica e regular das crianças de 6 a 59 meses de idade, com megadoses de vitamina A. 4. Suplementação profilática com megadoses de vitamina A para mulheres no pós-parto imediato (puérpera), antes da alta hospitalar. Fortificação de alimentos • Alta cobertura populacional • Não modificação dos hábitos alimentares • Baixo risco de toxicidade O uso de óleo vegetal, fortificado com vitamina A, é uma técnica bem estabilizada, simples e de baixo custo. O estudo mostrou, ainda, a estabilidade da vitamina A adicionada a óleo de soja durante o cozimento dos alimentos Cozimento do arroz 99% da vitamina A adicionada ao óleo de soja Cozimento do feijão 88% da vitamina A adicionada ao óleo de soja Cozimento 90 min Cozimento do feijão 90% da vitamina A adicionada ao óleo de soja Cozimento 40 min QUESTÕES 1. Quais as medidas de prevenção da hipovitaminose A a curto, médio e a longo prazo, respectivamente? 2. Quais o níveis séricos de retinol caracterizam a carência grave de vitamina A? 3. Qual o público contemplado com a suplementação das megadoses de vitamina A? E como são administradas? 4. O que seria uma carência marginal? 5. Quais as fontes alimentares mais seguras de vitamina A? Cite exemplos. 6. Quais são as fases até a cegueira total do paciente? milenamaiaprofa@gmail.com