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TEMA 5 Direitos Fundamentais em Espécie

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Direitos Fundamentais 
em Espécie
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 1
Direito à Vida
 Algumas dimensões de aplicação do princípio:
Vedação ao induzimento ao suicídio, ao aborto ( X fetos anencefálicos), 
Pacto de San José da Costa Rica ( art. 4º) , Direito à saúde ( art. 196, CF), 
Lei do SUS (Lei 8080/90)
CC, art. 2º
CASES\Aborto - Fetos.pdf
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 2
Extradição X Pena de Morte 
Caso o Estado solicitante não se comprometa a comutar em pena máxima privativa de liberdade
de 30 anos, o Brasil não concede extradição quando o extraditando pode ser punido com pena
de morte ou prisão perpétua no país requerente.
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RE 272839 MT - Relator Gilmar Mendes
2. Morte de detento por colegas de carceragem. Indenização por danos morais e materiais.
3. Detento sob a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva.
4. Teoria do Risco Administrativo. Configuração do nexo de causalidade em função do dever 
constitucional de guarda (art. 5º, XLIX). Responsabilidade de reparar o dano que prevalece ainda 
que demonstrada a ausência de culpa dos agentes públicos.
5. Recurso extraordinário a que se nega provimento
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Direito à saúde – 196, CF ( distribuição de 
remédios)
CASE:
STA 278 – AL
Fatos: foi concedida antecipação de tutela contra o Estado de Alagoas, obrigando-o a fornecer o
medicamento Mabthera para uma paciente, portadora de leucemia, que estava em tratamento
quimioeterápico. O tratamento foi orçado em mais de cento e cinqüenta mil reais. O
medicamento não estava previsto no protocolo do SUS.
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Voto Min. Gilmar Mendes STA 278 
( a íntegra do voto) 
"Ressalto, nessa perspectiva, as contribuições de Stephen Holmes e Cass
Sunstein para o reconhecimento de que todas as dimensões dos direitos
fundamentais têm custos públicos, dando significativo relevo ao tema da
“reserva do possível”, especialmente ao evidenciar a “escassez dos recursos” e a
necessidade de se fazer escolhas alocativas, concluindo, a partir da perspectiva
das finanças públicas, que “levar a sério os direitos significa levar à sério a
escassez” (HOLMES, Stephen; SUNSTEIN, Cass. The Cost of Rights: Why Liberty
Depends on Taxes. W. W. Norton & Company: Nova Iorque, 1999.).
Embora os direitos sociais, assim como os direitos e liberdades individuais,
impliquem tanto direitos a prestações em sentido estrito (positivos), quanto
direitos de defesa (negativos), e ambas as dimensões demandem o emprego de
recursos públicos para a sua garantia, é a dimensão prestacional (positiva) dos
direitos sociais o principal argumento contrário à sua judicialização.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 6
Continuação
Como tenho analisado em estudos doutrinários, os direitos fundamentais não
contêm apenas uma proibição de intervenção (Eingriffsverbote), expressando
também um postulado de proteção (Schutzgebote). Haveria, assim, para utilizar
uma expressão de Canaris, não apenas uma proibição de excesso
(Übermassverbot), mas também uma proibição de proteção insuficiente
(Untermassverbot) (Claus-Wilhelm Canaris, Grundrechtswirkungen um
Verhältnismässigkeitsprinzip in der richterlichen Anwendung und Fortbildung des
Privatsrechts, JuS, 1989, p. 161.).
Nessa dimensão objetiva, também assume relevo a perspectiva dos direitos à
organização e ao procedimento (Recht auf Organization und auf Verfahren), que
são aqueles direitos fundamentais que dependem, na sua realização, de
providências estatais com vistas à criação e conformação de órgãos e
procedimentos indispensáveis à sua efetivação.
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Princípio da Isonomia – art. 5.º CF
Igualdade
Formal
Vedação à 
Discriminação Negativa
Material
Adoção da 
Discriminação Positiva 
(ou Ações Afirmativas)
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Acepção Técnico-Jurídica
Discriminação diferenciação
 Discr. Negativa : impedimento ou dificultação de acesso à oportunidades,
direitos ou fruição de benefícios universalmente disponíveis.
 Discr. Positiva (Europa) : compensação, via proteção jurídica específica, de
prejuízos advindos de fatores reais de poder que atuam prejudicando pessoas
ou grupos específicos. ( Ações Afirmativas – EUA)
Preconceito formação de juízos prévios ao
conhecimento
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Algumas Dimensões de Aplicação do 
Princípio
Estatuto do Idoso
ECA
Relações Homoafetivas
PROUni
Relações Étnico-Raciais 
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Princípio da Isonomia
Igualdade Material
Estatuto do Idoso – Lei LEI No 10.741, de 2003.
CAPÍTULO X
Do Transporte
Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.
§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento
pessoal que faça prova de sua idade.
§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados
10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a
placa de reservado preferencialmente para idosos.
§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65
(sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições
para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.
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ProUni
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, julgou
improcedente o pedido feito na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
3330, ajuizada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino
(Confenen). A entidade questionava a Medida Provisória nº 213/04,
convertida na Lei nº 11.096/2005, que instituiu o Programa Universidade
para Todos (ProUni) e passou a regular a atuação de entidades de
assistência social no ensino superior.
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ADI 3330 – Pró-Uni – Ayres Britto
"Programa Universidade para Todos (PROUNI). Ações afirmativas do Estado. Cumprimento do
princípio constitucional da isonomia. (...) A educação, notadamente a escolar ou formal, é
direito social que a todos deve alcançar. Por isso mesmo, dever do Estado e uma de suas
políticas públicas de primeiríssima prioridade. A Lei 11.096/2005 não laborou no campo material
reservado à lei complementar. Tratou, tão somente, de erigir um critério objetivo de
contabilidade compensatória da aplicação financeira em gratuidade por parte das instituições
educacionais. Critério que, se atendido, possibilita o gozo integral da isenção quanto aos
impostos e contribuições mencionados no art. 8º do texto impugnado. Não há outro modo de
concretizar o valor constitucional da igualdade senão pelo decidido combate aos fatores reais de
desigualdade. O desvalor da desigualdade a proceder e justificar a imposição do valor da
igualdade. A imperiosa luta contra as relações desigualitárias muito raro se dá pela via do
descenso ou do rebaixamento puro e simples dos sujeitos favorecidos. Geralmente se verifica é
pela ascensão das pessoas até então sob a hegemonia de outras. Que para tal viagem de
verticalidade são compensadas com esse ou aquele fator de supremacia formal. Não é toda
superioridade juridicamente conferida que implica negação ao princípio da igualdade. O típico
da lei é fazer distinções.
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Igualdade entre “raças”
A inexistência biológica X existência social de raças humanas: pode a ciência instruir o ethos
social?
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USOEXCLUSIVO 14
“Raça” e o Direito
“O conceito de raça é impossível ser definido pelo Direito, sendo na verdade um
campo muito mais afeito à biologia ou à antropologia. Neste trabalho o conceito
que eu utilizo é o de raça socialmente percebida. Esse é o conceito com o qual
trabalham Jacques d’Adesky e o peruano Aníbal Quijano Ambos afirmam que
independentemente das ciências naturais terem deslegitimado o conceito biológico
de raça, há uma raça social, historicamente construída que classifica, separa e
hierarquiza as pessoas, tornando-se um fator fundamental para a análise social na
medida em que há um imaginário que o utiliza como critério para o acesso à
benefícios sociais e de participação paritária.” (PROENÇA,Gustavo. “Desigualdades Raciais no
Brasil e os Desafios da “Luta por Reconhecimento” para o Nosso Constitucionalismo: por uma nova
compreensão da liberdade”. Dissertação de Mestrado. PUC-Rio, RJ, 2007.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 15
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou
procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
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In 1890 a new Louisiana law required railroads to provide “equal but separate
accommodations for the white, and colored, races.” Outraged, the black
community in New Orleans decided to test the rule.
On June 7, 1892, Homer Plessy agreed to be arrested for refusing to move from a
seat reserved for whites. Judge John H. Ferguson upheld the law, and the case
of Plessy v. Ferguson slowly moved up to the Supreme Court. On May 18, 1896, the
U.S. Supreme Court, with only one dissenting vote, ruled that segregation in
America was constitutional.
The members of the United States Supreme Court, 1896-97. Under Chief Justice
Melville Fuller, the Court established the separate-but-equal rule.
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DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 18
Brown Vs Board of Education - 1954
Facts:
This case is a consolidation of several different cases from Kansas, South Carolina, Virginia, and
Delaware. Several black children (through their legal representatives, Ps) sought admission to
public schools that required or permitted segregation based on race. The plaintiffs alleged that
segregation was unconstitutional under the Equal Protection Clause of the Fourteenth
Amendment.
In all but one case, a three judge federal district court cited Plessy V. Ferguson in denying relief
under the “separate but equal” doctrine. On appeal to the Supreme Court, the plaintiffs
contended that segregated schools were not and could not be made equal and that they were
therefore deprived of equal protection of the laws.
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Emenda 14:
AMENDMENT XIV
SECTION 1.
All persons born or naturalized in the United States, and subject to the jurisdiction thereof, are
citizens of the United States and of the state wherein they reside. No state shall make or enforce
any law which shall abridge the privileges or immunities of citizens of the United States; nor
shall any state deprive any person of life, liberty, or property, without due process of law; nor
deny to any person within its jurisdiction the equal protection of the laws.
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Case:
Editor nazista é condenado a quase dois anos de reclusão
O editor nazista, Siegfried Ellwanger, foi condenado a um ano e nove meses de
reclusão. A sentença do juiz Paulo Roberto Lessa Franz, da 8ª Vara Criminal de Porto
Alegre, Rio Grande do Sul, foi publicada esta semana. Cabe recurso ao TJ gaúcho.
Na sentença de 47 páginas, o juiz considera que mais do que a pena privativa da
liberdade, “essa condenação, por si só, é suficiente”. Ele substituiu o confinamento
pela prestação de serviços à comunidade e o pagamento de prestação pecuniária de
20 salários mínimos em favor da Associação Beneficente Fraterno Auxílio Cristão da
Sagrada Família.
De acordo com a denúncia, os livros vendidos por Siegfried Ellwanger, a partir de 2
de novembro de 1996, na Feira do Livro, “trazem mensagens racistas,
discriminatórias e preconceituosas, incitando e induzindo ao ódio e ao desprezo
contra povo de origem judaica.”
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 21
A defesa do editor sustentou “a inexistência do crime de racismo na conduta do
acusado, que apenas se constitui em práticas de cunho ideológico, contra o
movimento sionista internacional e não contra os judeus”.
O juiz entendeu que está caracterizada “a conduta do acusado de desprezo ao povo
judeu, ao se dedicar reiteradamente à edição, publicação e à venda de obras que
exprimem manifestações puramente preconceituosas”.
Segundo o site Espaço Vital, o detalhe interessante é que -- em função da decisão
de 19 de março deste ano, do Supremo Tribunal Federal, negando o Habeas Corpus
do editor contra sua condenação anterior -- ele já perdeu a primariedade. De
acordo com o site, “esse detalhe, certamente, comportará discussão sob o prisma
processual nas novas etapas desta ação criminal”.
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Liberdade de Consciência
Campbell and Cosans v. UK – 1982 (judgment of 25 Feb 1982, Series A no 48, 4
EHRR 293, 40)
Facts: Jeffrey Cosans, aged 15, was suspended from his school when he
refused to accept corporal punishment. Two Scottish mothers, Mrs Grace
Campbell and Mrs Jane Cosans alleged that corporal punishment used in their
sons schools was contrary to article 3 of the European Convention on Human
Rights (Article 3 – Prohibition of torture - No one shall be subjected to
torture or to inhuman or degrading treatment or punishment).
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Rule
Liberdade de Consciência (5) 
Religious beliefs are not supposed to be governed. The government reaches
actions, not opinions. Our government is not here to make opinions of certain
religions or all religions. Men are allowed to have their own beliefs and faith. That
is what belongs to the church. The government has to take action when these
beliefs and principles break the rules. If one’s religion makes them act against
“peace and good order”, then the government comes in to make laws and
regulations. The American people agreed to not let the legislature make laws about
religion. This was the beginning of separation of church and state. The government
cannot make laws regarding religion, but can reach actions when the principles are
a violation of “social duties or subversive of good order”. If the government would
allow religious practices to be exempt from rules and regulations would mean that
man could govern himself. Anything could be considered a religious practice.
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Liberdade Religiosa
Audiência Pública no STF
CASES\STF-Aud-Publ-Ensino_Religioso.pdf
CASES\LEI-ensino-religioso-RJ.pdf
Preâmbulo CF/88
Conceitos
Dimensões
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 25
Preâmbulo CRFB/1988
Documento de intenções do diploma, e consiste em uma certidão de origem e legitimidade do
novo texto e uma proclamação de princípios, demonstrando a ruptura com o ordenamento
constitucional anterior e o surgimento jurídico de um novo Estado
Elemento de interpretação e integração para toda ordem constitucional
Traça diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da Constituição- linhas mestras interpretativas
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CONCEITOS
Segundo o prof. Carlos Lopes de Mattos, religião é a "crença na
(ou sentimento de) dependência em relação a um ser superior
que influi no nosso ser — ou ainda — a instituição social deuma
comunidade unida pela crença e pelos ritos".
Subjetivamente, religião é "homenagem interior de adoração,
de confiança e de amor que, com todas as suas faculdades,
intelectuais e afetivas, o homem vê-se obrigado a prestar a
Deus, seu princípio e seu fim". Objetivamente, religião seria "o
conjunto de atos externos pelos quais se expressa e se
manifesta a religião subjetiva ( oração, sacrifícios, sacramentos,
liturgia, prescrições morais, entre outros)".
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 27
Liberdade de Religião
A liberdade de religião engloba, na verdade, três tipos
distintos, porém intrinsecamente relacionados de
liberdades:
(i)Liberdade de crença; 
(ii)Liberdade de culto; 
(iii)Liberdade de organização religiosa.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 28
Religião na Constituição Federal
1
A Constituição Federal consagra como direito
fundamental a liberdade de religião, prescrevendo que o
Brasil é um país laico.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 29
Religião na Constituição Federal
2
A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser
inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando
o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias.
O inciso VII afirma ser assegurado, nos termos da lei, a
prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 30
Religião na Constituição Federal 3
O inciso VII do artigo 5º, estipula que ninguém será privado de
direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
O artigo 19, I, veda aos Estados, Municípios, à União e ao Distrito
Federal o estabelecimento de cultos religiosos ou igrejas,
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na
forma da lei, a colaboração de interesse público.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 31
Religião na Constituição Federal 4
O artigo 226, parágrafo 3º, assevera que o casamento religioso
tem efeito civil, nos termos da lei
( A Constituição não especifica qual religião pode celebrar o
casamento com efeitos civis, logo a interpretação deve ser
extensiva à todas as religiões, credos e crenças )
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 32
Religião na Constituição Federal 5
A confessionalidade ou a falta de confessionalidade estatal não
é um índice apto a medir o estado de liberdade dos cidadãos
de um país
Estado confessional com liberdade religiosa plena (v.g., os Estados nórdicos europeus), como
um Estado não confessional com clara hostilidade aos fatos religiosos, o que conduz a uma
extrema precariedade da liberdade religiosa (como foi o caso da Segunda República
Espanhola)
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 33
Religião na Constituição Federal
6
O Estado tem o dever de proteger o pluralismo religioso
dentro de seu território, criar as condições materiais para um
bom exercício sem problemas dos atos religiosos das distintas
religiões, velar pela pureza do princípio de igualdade religiosa,
mas deve manter-se à margem do fato religioso, sem
incorporá-lo em sua ideologia.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 34
Religião na Constituição Federal 7
Por outro lado, não existe nenhuma vedação constitucional
à participação de membros religiosos no Governo ou na
vida pública. O que não pode haver é uma relação de
dependência ou de aliança com a entidade religiosa à qual a
pessoa está vinculada.
OBS.: Salienta-se que tal fato não impede as relações diplomáticas com o Estado do
Vaticano, “porque aí ocorre relação de direito internacional entre dois Estados soberanos,
não de dependência ou de aliança”.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 35
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989.
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos e multa.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 36
Indisponibilidade dos Dir. Fund.
Direitos fundamentais envolvem a autonomia privada, a autonomia pública e o
mínimo existencial (Dimensão subjetiva – posições individuais e prestações exigíveis
dos particulares e do Poder Público).
Toda ordem jurídica deve ser lida à luz dos direitos fundamentais (Dimensão objetiva).
Código Civil art. 11 - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da
personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício
sofrer limitação voluntária.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 37
Reality Shows
Canotilho, J.G. conclui que há inexistência de violação à intimidade e à privacidade.
Prevalece a liberdade de decisão do indivíduo sobre exposição da sua vida e não a de censurar 
as escolhas pessoais.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 38
Liberdade de Reunião – Art. 5. XVI CF
Elementos:
1. Objetivo
2. Subjetivo
3. Formal
4. Teleológico
5. Temporal
6. Espacial
EXCEÇÃO : 139, IV, CF ( Em caso de Estado de Sítio com base no 137, I CF – I -
comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa )
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 39
CONCEITO (retirado dos 
elementos )
- A reunião deverá apresentar "uma pluralidade de pessoas que se põe de acordo
e permanece unida durante certo tempo para expressar uma opinião
coletivamente, para exteriorizar seus problemas à generalidade das pessoas ou
para defender seus interesses".
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 40
ELEMENTOS DO DIREITO DE REUNIÃO 2
 Elemento objetivo – pressupõe uma agrupamento de pessoas.
subjetivo – liame ( a ligação ) entre elas
Elemento formal - mínimo de coordenação
Elemento teleológico - as pessoas que participam da reunião comungam de um fim
comum que pode ser de cunho político, religioso, artístico ou filosófico.
Elemento temporal - o agrupamento é necessariamente transitório, passageiro. O
grupamento que adota laços duradouros passa do campo da reunião para a o da
associação.
Elemento espacial - local delimitado, área especificada para a reunião.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 41
LEI 6.528/2013
Art. 1º - O direito constitucional à reunião pública para manifestação de pensamento será 
protegido pelo Estado nos termos desta Lei.
Art. 2º - É especialmente proibido o uso de máscara ou qualquer outra forma de ocultar o rosto 
do cidadão com o propósito de impedir-lhe a identificação.
Parágrafo Único – É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.
Art. 3º - O direito constitucional à reunião pública para manifestação de pensamento será 
exercido:
I - pacificamente;
II - sem o porte ou uso de quaisquer armas;
III - em locais abertos;
IV - sem o uso de máscaras nem de quaisquer peças que cubram o rosto do cidadão ou dificultem 
sua identificação;
V - mediante prévio aviso à autoridade policial.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 42
Continuação
§ 1º – Incluem-se entre as armas mencionadas no inciso II do caput as de fogo, brancas, pedras, 
bastões, tacos e similares.
§ 2º - Para os fins do inciso V do caput, a comunicação deverá ser feita à delegacia em cuja 
circunscrição se realize ou, pelo menos, inicie a reunião pública para manifestação de pensamento.
§3º – A vedação de que trata o inciso IV do caput deste artigo não se aplica às manifestações 
culturais estabelecidasno calendário oficial do Estado.
§4º – Para os fins do Inciso V do caput deste artigo a comunicação deverá ser feita ao batalhão em 
cuja circunscrição se realize ou, pelo menos, inicie a reunião pública para a manifestação de 
pensamento;
§5º – Considera-se comunicada a autoridade policial quando a convocação para a manifestação de 
pensamento ocorrer através da internet e com antecedência igual ou superior a quarenta e oito 
horas.
Art. 4º - As Polícias só intervirão em reuniões públicas para manifestação de pensamento a fim de 
garantir o cumprimento de todos os requisitos do art. 3º ou para a defesa:
I - do direito constitucional a outra reunião anteriormente convocada e avisada à autoridade policial;
II - das pessoas humanas;
III - do patrimônio público;
IV - do patrimônio privado.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 43
CHURCH OF AMERICAN KNIGHTS OF THE KU KLUX 
KLAN v. KERIK - 2003
In October 1999, the New York City Police Department prevented the Church of the
American Knights of the Ku Klux Klan, a controversial and much-reviled organization
that advocates racial separation, from conducting a peaceful political rally in New York
City while wearing traditional Klan regalia consisting of robes and hooded masks.
Invoking a statutory provision (New York Penal Law §240.35 (4)) that, subject to
certain exceptions, generally prohibits congregating with others while wearing a mask,
police officials threatened supporters of the American Knights with arrest if they were
to assemble in public wearing hooded masks.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 44
Liberdade de Associação : ( Art. 5, XVII, 
XVIII, XIX, XX e XXI CF.) 
Conceito - Quando pessoas coligam-se entre si, em caráter estável, sob uma direção comum,
para fins lícitos, dão origem às associações em sentido amplo.
Consiste numa união de pessoas não havendo número mínimo para que se configure. A
sociedade unipessoal é ficção legislativa que não se ampara no direito em tela. As fundações
também não são consideradas associações. Por outro lado pessoas jurídicas podem associar-se
(confederações sindicais, por exemplo).
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 45
Vedadas as de caráter para-militar
Imagem: “Gladiadores do Altar”
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 46
Direito à intimidade e vida privada
Art. 5, X , XI, XII, LX e art. 93, IX , Art. 220 CF (limite a liberdade dos meios de 
comunicação – CF
Conceito Tércio Sampaio - “um direito subjetivo fundamental, cujo titular é toda
pessoa, física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, residente ou em trânsito no país;
cujo conteúdo é a faculdade de constranger os outros ao respeito e de resistir à
violação do que lhe é próprio, isto é, das situações vitais que, por só a ele lhe
dizerem respeito, deseja manter para si, ao abrigo de sua única e discricionária
decisão; cujo objeto é a integridade moral do titular”.
“direito de estar só”, “direito a ser deixado em paz”, “direito à liberdade de fazer e
de não fazer”
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 47
Objeto da tutela da inviolabilidade de domicílio
Definição do termo casa ou domicílio pelo STF (e protegido pelo inciso XI do art. 5 CF:
(a) qualquer compartimento habitado
(b) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva
(c) qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade
Exceção: 139, V , CF (V - busca e apreensão em domicílio) – Estado de Sítio decretado 
com base no 137, I 
Afirma-se na doutrina que a abrangência do termo casa no direito constitucional deve ser
ampla, entendida como também o estabelecimento industrial e o clube recreativo. O
domicílio, afinal, coincide “o espaço isolado do ambiente externo utilizado para o
desenvolvimento das atividades da vida e do qual a pessoa ou pessoas titulares
pretendem normalmente excluir a presença de terceiros.
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 48
Sigilo das Comunicações 
Art. 5 , XII , CF
O exprime a garantia da livre expressão de pensamento e também o aspecto tradicional
do direito à privacidade e à intimidade.
O constituinte prevê restrições a essa garantia no caso de estado de sítio ou de defesa
(art. 136,§1.º, I e 139 III da CF).
Com relação às gravações de conversa telefônica obtida por interceptação não
autorizada, nos termos da lei 9296/96, o STF adotou a teoria do “fruits of the poisonous
tree” . Ou seja, a prova é imprestável e as evidências não tem a menor validade.
Há precedente do STF admitindo a legitimidade de prova encontrada fortuitamente, no
curso de lícita escuta telefônica, que tinha por objeto outro investigado ou outro fato (HC
83.515/2005).
DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 49
Liberdade de Expressão
Art. 5, IV - "livre manifestação de pensamento sendo vedado o anonimato".
Art. 5, XIV - "é assegurado a todos os acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte,
quando necessário ao exercício profissional".
Art. 220 CF - "A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob
qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto
nesta Constituição".
"§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art.
5º, IV, V, X, XIII e XIV.
§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística".
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Direito de Propriedade ( Função Social da 
Propriedade)
Jurgen Papier: "Normalmente, o interesse individual é assegurado pelas normas de Direito
Privado; a função social é garantida por disposições de Direito Público. Esses dois complexos
normativos contribuem, igualmente, para a constituição do direito de propriedade, inexistindo
qualquer relação de hierarquia e precedência entre eles".
Art. 5 XXII, XXIII (função social) e XXXI
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Intervenção do Estado na 
propriedade
a Constituição Federal, no art. 5º, XXII diz que “é garantido o direito de
propriedade”, mas no inciso XXIII diz que “a propriedade atenderá a sua
função social”. Por esta razão deve o Estado perseguir o bem-estar social
através do poder de polícia (poder de império), de praticar atos de império,
sem a concordância dos administrados - interferir no patrimônio jurídico de
particulares, condicionando e restringindo o uso e gozo de bens, atividades,
serviços e direitos individuais, impondo obrigações de fazer e de não fazer, em
benefício do interesse público.
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Utilidade
DESAPROPRIAÇÃO 
EXTRAORDINÁRIA 
(SANCIONATÓRIA)
Para Reforma 
Agrária
DESAPROPRIAÇÃO ORDINÁRIA
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ADI 2623 de 2002 – Maurício Corrêa – Proíbe 
Plantio de Eucalipto
Lei 6.780/2001 do Espírito Santo “proíbe por tempo indeterminado o plantio de eucalipto para
fins de produção de celulose no Estado e dá outras providências”.
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Direito de Petição
Art. 5, XXXIV e XXXV - CF
Magna Carta (1215) – De forma implícita
Bill of Rights (1689) – de forma explícita - right of the subjects to petition the king.
Primeira Emenda Constituição Americana - the right of the people...to petition the Government
for a redress of grievances.
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Princípios Constitucionais do Processo
Princípio DA LEGALIDADE ou do DEVIDO PROCESSO LEGAL. Surgido na Inglaterra e
desenvolvido no Direito norte-americano, está esse princípio mater inserido no inciso
LIV do art. 5º da CF/88:
Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.
Do princípiodo DEVIDO PROCESSO LEGAL derivam-se outros, como o DA
OBRIGATORIEDADE DA JURISDIÇÃO ESTATAL (inciso XXXV do art. 5º) e ainda os princípios
DO DIREITO DE AÇÃO, DO DIREITO DE DEFESA, DA IGUALDADE DAS PARTES, DO JUIZ
NATURAL e DO CONTRADITÓRIO.
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Direito ao Juiz Natural
Art. 5, XXXVII CF
A idéia de juiz natural baseia-se em três características:
(a) somente são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF
(b) ninguém pode ser julgado por órgão constituído após a ocorrência do fato
(c) entre os juízes pré-constituídos vigora uma ordem taxativa de competências que exclui
qualquer alternativa deferida à discricionariedade de quem quer que seja.
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Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e 
Coisa Julgada
Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada
Art. 5, XXXVI CF.
Lei de introdução as normas do Direito Brasileiro/ Antiga LICC - DL 4657/42).
Art. 6º
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Direitos da Nacionalidade
Art. 12 e 13 , CF
ius solis – nascido em solo brasileiro 
+
ius saguinis – filho de pai ou mãe brasileiros 
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a 
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
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DOS DIREITOS POLÍTICOS – art. 14 a 16 , CF
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor 
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
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