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Direitos Fundamentais em Espécie DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 1 Direito à Vida Algumas dimensões de aplicação do princípio: Vedação ao induzimento ao suicídio, ao aborto ( X fetos anencefálicos), Pacto de San José da Costa Rica ( art. 4º) , Direito à saúde ( art. 196, CF), Lei do SUS (Lei 8080/90) CC, art. 2º CASES\Aborto - Fetos.pdf DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 2 Extradição X Pena de Morte Caso o Estado solicitante não se comprometa a comutar em pena máxima privativa de liberdade de 30 anos, o Brasil não concede extradição quando o extraditando pode ser punido com pena de morte ou prisão perpétua no país requerente. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 3 RE 272839 MT - Relator Gilmar Mendes 2. Morte de detento por colegas de carceragem. Indenização por danos morais e materiais. 3. Detento sob a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva. 4. Teoria do Risco Administrativo. Configuração do nexo de causalidade em função do dever constitucional de guarda (art. 5º, XLIX). Responsabilidade de reparar o dano que prevalece ainda que demonstrada a ausência de culpa dos agentes públicos. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 4 Direito à saúde – 196, CF ( distribuição de remédios) CASE: STA 278 – AL Fatos: foi concedida antecipação de tutela contra o Estado de Alagoas, obrigando-o a fornecer o medicamento Mabthera para uma paciente, portadora de leucemia, que estava em tratamento quimioeterápico. O tratamento foi orçado em mais de cento e cinqüenta mil reais. O medicamento não estava previsto no protocolo do SUS. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 5 Voto Min. Gilmar Mendes STA 278 ( a íntegra do voto) "Ressalto, nessa perspectiva, as contribuições de Stephen Holmes e Cass Sunstein para o reconhecimento de que todas as dimensões dos direitos fundamentais têm custos públicos, dando significativo relevo ao tema da “reserva do possível”, especialmente ao evidenciar a “escassez dos recursos” e a necessidade de se fazer escolhas alocativas, concluindo, a partir da perspectiva das finanças públicas, que “levar a sério os direitos significa levar à sério a escassez” (HOLMES, Stephen; SUNSTEIN, Cass. The Cost of Rights: Why Liberty Depends on Taxes. W. W. Norton & Company: Nova Iorque, 1999.). Embora os direitos sociais, assim como os direitos e liberdades individuais, impliquem tanto direitos a prestações em sentido estrito (positivos), quanto direitos de defesa (negativos), e ambas as dimensões demandem o emprego de recursos públicos para a sua garantia, é a dimensão prestacional (positiva) dos direitos sociais o principal argumento contrário à sua judicialização. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 6 Continuação Como tenho analisado em estudos doutrinários, os direitos fundamentais não contêm apenas uma proibição de intervenção (Eingriffsverbote), expressando também um postulado de proteção (Schutzgebote). Haveria, assim, para utilizar uma expressão de Canaris, não apenas uma proibição de excesso (Übermassverbot), mas também uma proibição de proteção insuficiente (Untermassverbot) (Claus-Wilhelm Canaris, Grundrechtswirkungen um Verhältnismässigkeitsprinzip in der richterlichen Anwendung und Fortbildung des Privatsrechts, JuS, 1989, p. 161.). Nessa dimensão objetiva, também assume relevo a perspectiva dos direitos à organização e ao procedimento (Recht auf Organization und auf Verfahren), que são aqueles direitos fundamentais que dependem, na sua realização, de providências estatais com vistas à criação e conformação de órgãos e procedimentos indispensáveis à sua efetivação. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 7 Princípio da Isonomia – art. 5.º CF Igualdade Formal Vedação à Discriminação Negativa Material Adoção da Discriminação Positiva (ou Ações Afirmativas) DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 8 Acepção Técnico-Jurídica Discriminação diferenciação Discr. Negativa : impedimento ou dificultação de acesso à oportunidades, direitos ou fruição de benefícios universalmente disponíveis. Discr. Positiva (Europa) : compensação, via proteção jurídica específica, de prejuízos advindos de fatores reais de poder que atuam prejudicando pessoas ou grupos específicos. ( Ações Afirmativas – EUA) Preconceito formação de juízos prévios ao conhecimento DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 9 Algumas Dimensões de Aplicação do Princípio Estatuto do Idoso ECA Relações Homoafetivas PROUni Relações Étnico-Raciais DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 10 Princípio da Isonomia Igualdade Material Estatuto do Idoso – Lei LEI No 10.741, de 2003. CAPÍTULO X Do Transporte Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares. § 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal que faça prova de sua idade. § 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos. § 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 11 ProUni O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, julgou improcedente o pedido feito na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3330, ajuizada pela Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen). A entidade questionava a Medida Provisória nº 213/04, convertida na Lei nº 11.096/2005, que instituiu o Programa Universidade para Todos (ProUni) e passou a regular a atuação de entidades de assistência social no ensino superior. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 12 ADI 3330 – Pró-Uni – Ayres Britto "Programa Universidade para Todos (PROUNI). Ações afirmativas do Estado. Cumprimento do princípio constitucional da isonomia. (...) A educação, notadamente a escolar ou formal, é direito social que a todos deve alcançar. Por isso mesmo, dever do Estado e uma de suas políticas públicas de primeiríssima prioridade. A Lei 11.096/2005 não laborou no campo material reservado à lei complementar. Tratou, tão somente, de erigir um critério objetivo de contabilidade compensatória da aplicação financeira em gratuidade por parte das instituições educacionais. Critério que, se atendido, possibilita o gozo integral da isenção quanto aos impostos e contribuições mencionados no art. 8º do texto impugnado. Não há outro modo de concretizar o valor constitucional da igualdade senão pelo decidido combate aos fatores reais de desigualdade. O desvalor da desigualdade a proceder e justificar a imposição do valor da igualdade. A imperiosa luta contra as relações desigualitárias muito raro se dá pela via do descenso ou do rebaixamento puro e simples dos sujeitos favorecidos. Geralmente se verifica é pela ascensão das pessoas até então sob a hegemonia de outras. Que para tal viagem de verticalidade são compensadas com esse ou aquele fator de supremacia formal. Não é toda superioridade juridicamente conferida que implica negação ao princípio da igualdade. O típico da lei é fazer distinções. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 13 Igualdade entre “raças” A inexistência biológica X existência social de raças humanas: pode a ciência instruir o ethos social? DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USOEXCLUSIVO 14 “Raça” e o Direito “O conceito de raça é impossível ser definido pelo Direito, sendo na verdade um campo muito mais afeito à biologia ou à antropologia. Neste trabalho o conceito que eu utilizo é o de raça socialmente percebida. Esse é o conceito com o qual trabalham Jacques d’Adesky e o peruano Aníbal Quijano Ambos afirmam que independentemente das ciências naturais terem deslegitimado o conceito biológico de raça, há uma raça social, historicamente construída que classifica, separa e hierarquiza as pessoas, tornando-se um fator fundamental para a análise social na medida em que há um imaginário que o utiliza como critério para o acesso à benefícios sociais e de participação paritária.” (PROENÇA,Gustavo. “Desigualdades Raciais no Brasil e os Desafios da “Luta por Reconhecimento” para o Nosso Constitucionalismo: por uma nova compreensão da liberdade”. Dissertação de Mestrado. PUC-Rio, RJ, 2007. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 15 LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de um a três anos e multa. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 16 In 1890 a new Louisiana law required railroads to provide “equal but separate accommodations for the white, and colored, races.” Outraged, the black community in New Orleans decided to test the rule. On June 7, 1892, Homer Plessy agreed to be arrested for refusing to move from a seat reserved for whites. Judge John H. Ferguson upheld the law, and the case of Plessy v. Ferguson slowly moved up to the Supreme Court. On May 18, 1896, the U.S. Supreme Court, with only one dissenting vote, ruled that segregation in America was constitutional. The members of the United States Supreme Court, 1896-97. Under Chief Justice Melville Fuller, the Court established the separate-but-equal rule. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 17 DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 18 Brown Vs Board of Education - 1954 Facts: This case is a consolidation of several different cases from Kansas, South Carolina, Virginia, and Delaware. Several black children (through their legal representatives, Ps) sought admission to public schools that required or permitted segregation based on race. The plaintiffs alleged that segregation was unconstitutional under the Equal Protection Clause of the Fourteenth Amendment. In all but one case, a three judge federal district court cited Plessy V. Ferguson in denying relief under the “separate but equal” doctrine. On appeal to the Supreme Court, the plaintiffs contended that segregated schools were not and could not be made equal and that they were therefore deprived of equal protection of the laws. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 19 Emenda 14: AMENDMENT XIV SECTION 1. All persons born or naturalized in the United States, and subject to the jurisdiction thereof, are citizens of the United States and of the state wherein they reside. No state shall make or enforce any law which shall abridge the privileges or immunities of citizens of the United States; nor shall any state deprive any person of life, liberty, or property, without due process of law; nor deny to any person within its jurisdiction the equal protection of the laws. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 20 Case: Editor nazista é condenado a quase dois anos de reclusão O editor nazista, Siegfried Ellwanger, foi condenado a um ano e nove meses de reclusão. A sentença do juiz Paulo Roberto Lessa Franz, da 8ª Vara Criminal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foi publicada esta semana. Cabe recurso ao TJ gaúcho. Na sentença de 47 páginas, o juiz considera que mais do que a pena privativa da liberdade, “essa condenação, por si só, é suficiente”. Ele substituiu o confinamento pela prestação de serviços à comunidade e o pagamento de prestação pecuniária de 20 salários mínimos em favor da Associação Beneficente Fraterno Auxílio Cristão da Sagrada Família. De acordo com a denúncia, os livros vendidos por Siegfried Ellwanger, a partir de 2 de novembro de 1996, na Feira do Livro, “trazem mensagens racistas, discriminatórias e preconceituosas, incitando e induzindo ao ódio e ao desprezo contra povo de origem judaica.” DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 21 A defesa do editor sustentou “a inexistência do crime de racismo na conduta do acusado, que apenas se constitui em práticas de cunho ideológico, contra o movimento sionista internacional e não contra os judeus”. O juiz entendeu que está caracterizada “a conduta do acusado de desprezo ao povo judeu, ao se dedicar reiteradamente à edição, publicação e à venda de obras que exprimem manifestações puramente preconceituosas”. Segundo o site Espaço Vital, o detalhe interessante é que -- em função da decisão de 19 de março deste ano, do Supremo Tribunal Federal, negando o Habeas Corpus do editor contra sua condenação anterior -- ele já perdeu a primariedade. De acordo com o site, “esse detalhe, certamente, comportará discussão sob o prisma processual nas novas etapas desta ação criminal”. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 22 Liberdade de Consciência Campbell and Cosans v. UK – 1982 (judgment of 25 Feb 1982, Series A no 48, 4 EHRR 293, 40) Facts: Jeffrey Cosans, aged 15, was suspended from his school when he refused to accept corporal punishment. Two Scottish mothers, Mrs Grace Campbell and Mrs Jane Cosans alleged that corporal punishment used in their sons schools was contrary to article 3 of the European Convention on Human Rights (Article 3 – Prohibition of torture - No one shall be subjected to torture or to inhuman or degrading treatment or punishment). DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 23 Rule Liberdade de Consciência (5) Religious beliefs are not supposed to be governed. The government reaches actions, not opinions. Our government is not here to make opinions of certain religions or all religions. Men are allowed to have their own beliefs and faith. That is what belongs to the church. The government has to take action when these beliefs and principles break the rules. If one’s religion makes them act against “peace and good order”, then the government comes in to make laws and regulations. The American people agreed to not let the legislature make laws about religion. This was the beginning of separation of church and state. The government cannot make laws regarding religion, but can reach actions when the principles are a violation of “social duties or subversive of good order”. If the government would allow religious practices to be exempt from rules and regulations would mean that man could govern himself. Anything could be considered a religious practice. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 24 Liberdade Religiosa Audiência Pública no STF CASES\STF-Aud-Publ-Ensino_Religioso.pdf CASES\LEI-ensino-religioso-RJ.pdf Preâmbulo CF/88 Conceitos Dimensões DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 25 Preâmbulo CRFB/1988 Documento de intenções do diploma, e consiste em uma certidão de origem e legitimidade do novo texto e uma proclamação de princípios, demonstrando a ruptura com o ordenamento constitucional anterior e o surgimento jurídico de um novo Estado Elemento de interpretação e integração para toda ordem constitucional Traça diretrizes políticas, filosóficas e ideológicas da Constituição- linhas mestras interpretativas DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 26 CONCEITOS Segundo o prof. Carlos Lopes de Mattos, religião é a "crença na (ou sentimento de) dependência em relação a um ser superior que influi no nosso ser — ou ainda — a instituição social deuma comunidade unida pela crença e pelos ritos". Subjetivamente, religião é "homenagem interior de adoração, de confiança e de amor que, com todas as suas faculdades, intelectuais e afetivas, o homem vê-se obrigado a prestar a Deus, seu princípio e seu fim". Objetivamente, religião seria "o conjunto de atos externos pelos quais se expressa e se manifesta a religião subjetiva ( oração, sacrifícios, sacramentos, liturgia, prescrições morais, entre outros)". DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 27 Liberdade de Religião A liberdade de religião engloba, na verdade, três tipos distintos, porém intrinsecamente relacionados de liberdades: (i)Liberdade de crença; (ii)Liberdade de culto; (iii)Liberdade de organização religiosa. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 28 Religião na Constituição Federal 1 A Constituição Federal consagra como direito fundamental a liberdade de religião, prescrevendo que o Brasil é um país laico. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 29 Religião na Constituição Federal 2 A Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias. O inciso VII afirma ser assegurado, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 30 Religião na Constituição Federal 3 O inciso VII do artigo 5º, estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. O artigo 19, I, veda aos Estados, Municípios, à União e ao Distrito Federal o estabelecimento de cultos religiosos ou igrejas, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 31 Religião na Constituição Federal 4 O artigo 226, parágrafo 3º, assevera que o casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei ( A Constituição não especifica qual religião pode celebrar o casamento com efeitos civis, logo a interpretação deve ser extensiva à todas as religiões, credos e crenças ) DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 32 Religião na Constituição Federal 5 A confessionalidade ou a falta de confessionalidade estatal não é um índice apto a medir o estado de liberdade dos cidadãos de um país Estado confessional com liberdade religiosa plena (v.g., os Estados nórdicos europeus), como um Estado não confessional com clara hostilidade aos fatos religiosos, o que conduz a uma extrema precariedade da liberdade religiosa (como foi o caso da Segunda República Espanhola) DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 33 Religião na Constituição Federal 6 O Estado tem o dever de proteger o pluralismo religioso dentro de seu território, criar as condições materiais para um bom exercício sem problemas dos atos religiosos das distintas religiões, velar pela pureza do princípio de igualdade religiosa, mas deve manter-se à margem do fato religioso, sem incorporá-lo em sua ideologia. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 34 Religião na Constituição Federal 7 Por outro lado, não existe nenhuma vedação constitucional à participação de membros religiosos no Governo ou na vida pública. O que não pode haver é uma relação de dependência ou de aliança com a entidade religiosa à qual a pessoa está vinculada. OBS.: Salienta-se que tal fato não impede as relações diplomáticas com o Estado do Vaticano, “porque aí ocorre relação de direito internacional entre dois Estados soberanos, não de dependência ou de aliança”. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 35 LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de um a três anos e multa. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 36 Indisponibilidade dos Dir. Fund. Direitos fundamentais envolvem a autonomia privada, a autonomia pública e o mínimo existencial (Dimensão subjetiva – posições individuais e prestações exigíveis dos particulares e do Poder Público). Toda ordem jurídica deve ser lida à luz dos direitos fundamentais (Dimensão objetiva). Código Civil art. 11 - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 37 Reality Shows Canotilho, J.G. conclui que há inexistência de violação à intimidade e à privacidade. Prevalece a liberdade de decisão do indivíduo sobre exposição da sua vida e não a de censurar as escolhas pessoais. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 38 Liberdade de Reunião – Art. 5. XVI CF Elementos: 1. Objetivo 2. Subjetivo 3. Formal 4. Teleológico 5. Temporal 6. Espacial EXCEÇÃO : 139, IV, CF ( Em caso de Estado de Sítio com base no 137, I CF – I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa ) DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 39 CONCEITO (retirado dos elementos ) - A reunião deverá apresentar "uma pluralidade de pessoas que se põe de acordo e permanece unida durante certo tempo para expressar uma opinião coletivamente, para exteriorizar seus problemas à generalidade das pessoas ou para defender seus interesses". DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 40 ELEMENTOS DO DIREITO DE REUNIÃO 2 Elemento objetivo – pressupõe uma agrupamento de pessoas. subjetivo – liame ( a ligação ) entre elas Elemento formal - mínimo de coordenação Elemento teleológico - as pessoas que participam da reunião comungam de um fim comum que pode ser de cunho político, religioso, artístico ou filosófico. Elemento temporal - o agrupamento é necessariamente transitório, passageiro. O grupamento que adota laços duradouros passa do campo da reunião para a o da associação. Elemento espacial - local delimitado, área especificada para a reunião. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 41 LEI 6.528/2013 Art. 1º - O direito constitucional à reunião pública para manifestação de pensamento será protegido pelo Estado nos termos desta Lei. Art. 2º - É especialmente proibido o uso de máscara ou qualquer outra forma de ocultar o rosto do cidadão com o propósito de impedir-lhe a identificação. Parágrafo Único – É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato. Art. 3º - O direito constitucional à reunião pública para manifestação de pensamento será exercido: I - pacificamente; II - sem o porte ou uso de quaisquer armas; III - em locais abertos; IV - sem o uso de máscaras nem de quaisquer peças que cubram o rosto do cidadão ou dificultem sua identificação; V - mediante prévio aviso à autoridade policial. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 42 Continuação § 1º – Incluem-se entre as armas mencionadas no inciso II do caput as de fogo, brancas, pedras, bastões, tacos e similares. § 2º - Para os fins do inciso V do caput, a comunicação deverá ser feita à delegacia em cuja circunscrição se realize ou, pelo menos, inicie a reunião pública para manifestação de pensamento. §3º – A vedação de que trata o inciso IV do caput deste artigo não se aplica às manifestações culturais estabelecidasno calendário oficial do Estado. §4º – Para os fins do Inciso V do caput deste artigo a comunicação deverá ser feita ao batalhão em cuja circunscrição se realize ou, pelo menos, inicie a reunião pública para a manifestação de pensamento; §5º – Considera-se comunicada a autoridade policial quando a convocação para a manifestação de pensamento ocorrer através da internet e com antecedência igual ou superior a quarenta e oito horas. Art. 4º - As Polícias só intervirão em reuniões públicas para manifestação de pensamento a fim de garantir o cumprimento de todos os requisitos do art. 3º ou para a defesa: I - do direito constitucional a outra reunião anteriormente convocada e avisada à autoridade policial; II - das pessoas humanas; III - do patrimônio público; IV - do patrimônio privado. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 43 CHURCH OF AMERICAN KNIGHTS OF THE KU KLUX KLAN v. KERIK - 2003 In October 1999, the New York City Police Department prevented the Church of the American Knights of the Ku Klux Klan, a controversial and much-reviled organization that advocates racial separation, from conducting a peaceful political rally in New York City while wearing traditional Klan regalia consisting of robes and hooded masks. Invoking a statutory provision (New York Penal Law §240.35 (4)) that, subject to certain exceptions, generally prohibits congregating with others while wearing a mask, police officials threatened supporters of the American Knights with arrest if they were to assemble in public wearing hooded masks. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 44 Liberdade de Associação : ( Art. 5, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI CF.) Conceito - Quando pessoas coligam-se entre si, em caráter estável, sob uma direção comum, para fins lícitos, dão origem às associações em sentido amplo. Consiste numa união de pessoas não havendo número mínimo para que se configure. A sociedade unipessoal é ficção legislativa que não se ampara no direito em tela. As fundações também não são consideradas associações. Por outro lado pessoas jurídicas podem associar-se (confederações sindicais, por exemplo). DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 45 Vedadas as de caráter para-militar Imagem: “Gladiadores do Altar” DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 46 Direito à intimidade e vida privada Art. 5, X , XI, XII, LX e art. 93, IX , Art. 220 CF (limite a liberdade dos meios de comunicação – CF Conceito Tércio Sampaio - “um direito subjetivo fundamental, cujo titular é toda pessoa, física ou jurídica, brasileira ou estrangeira, residente ou em trânsito no país; cujo conteúdo é a faculdade de constranger os outros ao respeito e de resistir à violação do que lhe é próprio, isto é, das situações vitais que, por só a ele lhe dizerem respeito, deseja manter para si, ao abrigo de sua única e discricionária decisão; cujo objeto é a integridade moral do titular”. “direito de estar só”, “direito a ser deixado em paz”, “direito à liberdade de fazer e de não fazer” DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 47 Objeto da tutela da inviolabilidade de domicílio Definição do termo casa ou domicílio pelo STF (e protegido pelo inciso XI do art. 5 CF: (a) qualquer compartimento habitado (b) qualquer aposento ocupado de habitação coletiva (c) qualquer compartimento privado onde alguém exerce profissão ou atividade Exceção: 139, V , CF (V - busca e apreensão em domicílio) – Estado de Sítio decretado com base no 137, I Afirma-se na doutrina que a abrangência do termo casa no direito constitucional deve ser ampla, entendida como também o estabelecimento industrial e o clube recreativo. O domicílio, afinal, coincide “o espaço isolado do ambiente externo utilizado para o desenvolvimento das atividades da vida e do qual a pessoa ou pessoas titulares pretendem normalmente excluir a presença de terceiros. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 48 Sigilo das Comunicações Art. 5 , XII , CF O exprime a garantia da livre expressão de pensamento e também o aspecto tradicional do direito à privacidade e à intimidade. O constituinte prevê restrições a essa garantia no caso de estado de sítio ou de defesa (art. 136,§1.º, I e 139 III da CF). Com relação às gravações de conversa telefônica obtida por interceptação não autorizada, nos termos da lei 9296/96, o STF adotou a teoria do “fruits of the poisonous tree” . Ou seja, a prova é imprestável e as evidências não tem a menor validade. Há precedente do STF admitindo a legitimidade de prova encontrada fortuitamente, no curso de lícita escuta telefônica, que tinha por objeto outro investigado ou outro fato (HC 83.515/2005). DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 49 Liberdade de Expressão Art. 5, IV - "livre manifestação de pensamento sendo vedado o anonimato". Art. 5, XIV - "é assegurado a todos os acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional". Art. 220 CF - "A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição". "§ 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV. § 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística". DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 50 Direito de Propriedade ( Função Social da Propriedade) Jurgen Papier: "Normalmente, o interesse individual é assegurado pelas normas de Direito Privado; a função social é garantida por disposições de Direito Público. Esses dois complexos normativos contribuem, igualmente, para a constituição do direito de propriedade, inexistindo qualquer relação de hierarquia e precedência entre eles". Art. 5 XXII, XXIII (função social) e XXXI DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 51 Intervenção do Estado na propriedade a Constituição Federal, no art. 5º, XXII diz que “é garantido o direito de propriedade”, mas no inciso XXIII diz que “a propriedade atenderá a sua função social”. Por esta razão deve o Estado perseguir o bem-estar social através do poder de polícia (poder de império), de praticar atos de império, sem a concordância dos administrados - interferir no patrimônio jurídico de particulares, condicionando e restringindo o uso e gozo de bens, atividades, serviços e direitos individuais, impondo obrigações de fazer e de não fazer, em benefício do interesse público. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 52 Utilidade DESAPROPRIAÇÃO EXTRAORDINÁRIA (SANCIONATÓRIA) Para Reforma Agrária DESAPROPRIAÇÃO ORDINÁRIA DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 53 ADI 2623 de 2002 – Maurício Corrêa – Proíbe Plantio de Eucalipto Lei 6.780/2001 do Espírito Santo “proíbe por tempo indeterminado o plantio de eucalipto para fins de produção de celulose no Estado e dá outras providências”. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 54 Direito de Petição Art. 5, XXXIV e XXXV - CF Magna Carta (1215) – De forma implícita Bill of Rights (1689) – de forma explícita - right of the subjects to petition the king. Primeira Emenda Constituição Americana - the right of the people...to petition the Government for a redress of grievances. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 55 Princípios Constitucionais do Processo Princípio DA LEGALIDADE ou do DEVIDO PROCESSO LEGAL. Surgido na Inglaterra e desenvolvido no Direito norte-americano, está esse princípio mater inserido no inciso LIV do art. 5º da CF/88: Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Do princípiodo DEVIDO PROCESSO LEGAL derivam-se outros, como o DA OBRIGATORIEDADE DA JURISDIÇÃO ESTATAL (inciso XXXV do art. 5º) e ainda os princípios DO DIREITO DE AÇÃO, DO DIREITO DE DEFESA, DA IGUALDADE DAS PARTES, DO JUIZ NATURAL e DO CONTRADITÓRIO. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 56 Direito ao Juiz Natural Art. 5, XXXVII CF A idéia de juiz natural baseia-se em três características: (a) somente são órgãos jurisdicionais os instituídos pela CF (b) ninguém pode ser julgado por órgão constituído após a ocorrência do fato (c) entre os juízes pré-constituídos vigora uma ordem taxativa de competências que exclui qualquer alternativa deferida à discricionariedade de quem quer que seja. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 57 Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada Art. 5, XXXVI CF. Lei de introdução as normas do Direito Brasileiro/ Antiga LICC - DL 4657/42). Art. 6º DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 58 Direitos da Nacionalidade Art. 12 e 13 , CF ius solis – nascido em solo brasileiro + ius saguinis – filho de pai ou mãe brasileiros Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) II - naturalizados: DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 59 DOS DIREITOS POLÍTICOS – art. 14 a 16 , CF Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular. DIR. FUNDAMENTAIS-PROF.G.PROENÇA-USO EXCLUSIVO 60
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