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Anamnese do aparelho respiratório *A coleta de dados da anamnese deve anteceder o exame físico, pois ajuda identificar a queixa principal durante o processo de entrevista. *Anamnese respiratória tem por objetivo coletar informações sobre as condições atuais do paciente e seus problemas respiratórios progressivos. *O entrevistador deve concentrar-se nas manifestações clínicas da queixa, na história patológica pregressa, na história familiar e em outros dados psicossociais. Dispneia: dificuldade respiratória. Os pacientes podem definir a dispneia como falta de ar, sufocação, aperto no peito, perda de fôlego ou respiração curta. Sinal objetivo da dispneia: utilização da musculatura acessória/batimento asas do nariz. O entrevistador deve perguntar: se a dispneia surge quando ele movimenta, está em repouso ou realiza atividade física, se ocorre quando se deita (ortopneia), se é constante, se o acorda à noite, se existem outros sinais e sintomas que ocorrem com a dispneia (dor, tontura, tosse, sudorese); o estado emocional também deve ser avaliado. Outros fatores que causam dispneia: anemia, febre, obesidade, acidose metabólica. Tosse: resposta reflexa a estímulos irritantes na laringe, traqueia ou brônquios. Pode ser decorrente de processo inflamatório (edema, secreções), mecânicos (poeira, corpo estranho), químico (gases) e térmicos (ar frio ou quente). Importante saber: quando tempo a tosse iniciou-se, frequência, intensidade, se é dolorosa, se é seca, produtiva. Expectoração: escarro é a substância expelida pela tosse. Deve se investigar: características quanto a coloração, odor, qualidade (aquoso, mucoide, espumoso, espesso) e quantidade (colher de chá, de sopa, xícara). Verificar frequência, e se há relação com a posição (deitado, decúbito lateral) Importante saber: se há presença de sangue no escarro. Hemoptise: expectoração de sangue pela boca proveniente da ruptura de vasos brônquicos ou capilares. Principais causas: neoplasias, tuberculose, bronquiectasias. Verificar: se é resultado da tosse forçada, a frequência e quantidade da expectoração, se está relacionada a esforços ou se ocorre mesmo em repouso. *O sangue proveniente dos pulmões, em geral, é vermelho-vivo, com algumas porções espumosas. Dor torácica: pode estar associada a problemas pulmonares ou cardíacos. Dor de origem pulmonar: manifesta-se por uma queimação, constante e persistente, ou como uma pontada que acentua com o movimento e a inspiração profunda. Verificar: localização, duração, intensidade, tipo de dor. Questionar: existência de outros sintomas, como febre, tosse, expectoração (ex. pneumonia), fadiga e tosse persistente (ex. tuberculose, neoplasia) ou relacionada a pós-operatório imediato ou tardio. Rouquidão: em geral resultante de alterações da laringe e das cordas vocais. Pode ser proveniente também, de tumor pulmonar, aneurisma da aorta. Importante saber: dados sobre história clínica do paciente e familiares. Deve-se avaliar alterações dos sintomas. História profissional, estilo de vida, medicamentos em uso, hábitos. Exame Físico Deve ser realizado após a entrevista; as técnicas de inspeção, palpação, percussão e ausculta são empregadas. Marcos anatômicos da região anterior do tórax: Localize a chanfradura supreesternal, a seguir deslize seu dedo cerca de 5cm para baixo, encontre a saliência osseoa que une o manúbrio ao corpo do esterno. Desloque o dedo para o lado, a fim de identificar a segunda cartilagem costal e a costela. Seguindo uma linha obliqua para baixo, identificará as demais costelas. Marcos anatômicos da região posterior: O ponto inicial para contagem de costelas e espaços intercostais dá-se pela palpação da borda inferior da 12ª costela, seguindo obliquamente em direção ao ângulo inferior da escapula. Linhas verticais na região anterior do tórax: Hemiclavicular: divide o tórax em demitórax direito e esquerdo. Linhas axilares: delimitam a região lateral do tórax. Linhas verticais na região lateral do tórax: Linhas verticais na região posterior do tórax: Localização dos pulmões: vista anterior Localização dos pulmões: vista posterior Localização dos pulmões: vista lateral Localização dos pulmões: vista lateral Inspeção: - Estática: observar condições da pele (coloração, hidratação, cicatrizes, lesões), os pelos e sua distribuição, presença de circulação colateral, abaulamentos e retrações. Cianose: cor azulada ou arroxeada da pele e do leito ungueal causada por hipoxemia. *Pele, embranas mucosas, conjuntivas, palato mole, lábios e língua devem ser inspecionados para detectar essa condição. * Dedos e unhas devem ser inspecionados para detectar baquetamento (pode estar relacionado a cardiopatias, doenças respiratórias, articulares e cirosse hepática. - Abaulamento: aumento dp volume, em qualquer região do tórax. Ex. Derrame pleural, aneurisma de aorta. - retrações: restrição do hemitórax, em qualquer região do tórax. Ex. atelectasias. - observar a forma do tórax, deformidades, que podem variar como a seguir: - tórax chato ou plano: diâmetro reduzido, sobresaliencia das escapulas; comum em indivíduos longileos e alguns portadores de doença pulmonar crônica. - tórax em tonel ou globoso: diâmetro anteroposterior se igual ao transversal; comum em idosos, frequentemente relacionado a enfisema pulmonar. - tórax em funil: deformidade na qual o esterno fica deprimido (ex. raquitismo). - peito de pombo: oposto do funil, esterno projeta-se para frente. - Tórax em sino ou cônico: alargamento da porção inferior, como boca de sino (ex. hepatoesplenomegalias; ascite). - Tórax cifótico: acentuação da curvatura torácica normal, postura incurvada, concorda. (ex. osteoporose, tuberculose, artrite). - tórax cifoescóliótico: cifose e devio latral da coluna (escoliose). Os pulmões ficam distorcidos, tornando difícil a interpretação dos achados. Dinâmica: Observar: movimentação da caixa torácica durante a respiração, frequência respiratória (12-20 mrpm); Observar: amplitude ou profundidade de expansão e ritmo. *tórax instável ou traumático: costelas fraturadas, notam se movimentos torácicos paradoxais. - Frequencia respiratória anormal: -Taquipneia: respiração rápida e superficial (doenças pulmonares restritivas, dor torácica, febre). - Bradipneia: respiração lenta e superficial (coma diabético). - Apneia: ausência de movimento respiratório. - Hiperpneia: respiração rápida e profunda (ansiedade, lesão neurológica). - Respiração de Kussmaul: respiração profunda, frequência pode ser rápida, normal ou lenta. Caracteriza-se por inspirações rápidas e amplas, intercaladas por inspirações rápidas e superficiais e curtos períodos de apneia, além de expirações profunda e ruidosa (acidose metabólica, cetoacidose diabética). - Respiração de Cheyne-Stokes: dispneia periódica, período de respiração lenta e superficial que vai se tornando rápida e profunda, alternando com períodos de apneia. - Respiração de Biot: atáxica, caracteriza-se por ser irregular (lesão cerebral). Outras alterações: - Platipneia: dificuldade de respirar na posição ereta, com melhora do ritmo na posição deitada (pneumectomia); - Ortopneia: dificuldade de respirar na posição deitada; - Trepopneia: paciente sente mais confortável para respirar em decúbito lateral. Palpação: Para avaliar: traqueia, estrutura da parede torácica, expansibilidade e frêmito. Palpação da traquéia: posiciona-se suavemente o dedo em um dos lados da traqueia e observa o espaço entre ele e o esternocleidomastoideo. Os espaços devem ser simétricos. A traqueia é suavemente deslocada de um lado para o outro, ao longo de toda sua extensão. O examinador pesquisa massas, creptações, desvio da linha média. Estrutura da parede torácica:
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