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1 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA MÉDICA I 
Dr. José Luis Castro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
CONCEITOS SEMIOLÓGICOS ..................................................................................... 3 
SINAIS VITAIS ............................................................................................................... 7 
COMUNICAÇÃO ............................................................................................................ 9 
HISTÓRIA CLÍNICA .................................................................................................... 10 
EXAME FÍSICO GERAL .............................................................................................. 11 
LESÕES ELEMENTAIS ............................................................................................... 13 
LESÕES ELEMENTAIS SECUNDÁRIAS .................................................................. 17 
ALTERAÇÕES DA UNHA ........................................................................................... 19 
EXAME FÍSICO REGIONAL ....................................................................................... 22 
EXAME FÍSICO DO ABDÔMEM ................................................................................ 26 
SINAIS, DESCRIÇÕES E DIAGNÓSTICOS DOS PONTOS DOLOROSOS 
ABDOMINAIS: ............................................................................................................. 34 
MANOBRAS DE PALPAÇÃO ..................................................................................... 35 
EXAME FÍSICO DE EXTREMIDADES ...................................................................... 39 
SEMIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO .................................................... 40 
DOR TORÁCICA .......................................................................................................... 43 
EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO ............................................................................... 44 
AUSCULTAÇÃO RESPIRATÓRIA ............................................................................. 50 
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR ......................................................................... 52 
EXAME FÍSICO RENAL .............................................................................................. 72 
SÍNDROME NEFRÍTICA ............................................................................................. 78 
SÍNDROME NEFRÓTICA ............................................................................................ 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
CONCEITOS SEMIOLÓGICOS 
Semiologia → é a rama da medicina que faz a identificação das diversas manifestações 
das enfermidades. Se divide em Semiotécnica e Propedêutica Clínica. 
Semiotécnica → é a técnica na busca dos sinais de uma enfermidade. 
Propedêutica clínica → ensino preparatório destino a reunir e interpretar os sinais e 
sintomas de uma enfermidade para chegar a um diagnóstico. 
Sintomas → é uma manifestação subjetiva da enfermidade que é percebida 
exclusivamente pelo paciente onde o médico pode descobrir somente pela entrevista. 
Sinal → é uma manifestação objetiva da enfermidade, descoberta pelo médico mediante 
al exame físico ou métodos complementários de diagnóstico. 
Síndrome → é o conjunto de sintomas e sinais relacionados entre si, que tenham uma 
fisiopatologia comum e que podem ser causados por diferentes etiologias. 
Enfermidade/Doença → quando um conjunto de sinais e sintomas obedecem somente 
uma causa. 
Patognomônico → é quando um sintoma ou sinal é específico ou característico de uma 
enfermidade e por si só já basta para estabelecer o diagnóstico. Ex: Sinal de Theodor, 
Manchas de Koplik, Sinal de Romana, Sinal de Battle. 
Tríade → quando apresenta 3 sinais ou 3 sintomas característicos e ajudam a estabelecer 
um diagnóstico. Ex: Tríade de Cushing, Tríade de Beck. 
Pródromo → se refere aos sintomas iniciais que precede o desenvolvimento da doença. 
Aura → é a sensação ou fenômeno subjetivo que precede e sinaliza o começo de um 
ataque paroxístico. 
Gold standard/Padrão Ouro → é a técnica diagnóstica que define a presença da 
condição ou doença com a máxima certeza conhecida. Ex: GS da sepse é a hemocultura. 
Bandeira vermelha → qualquer sinal ou sintoma que nos alerta da possível presença de 
uma patologia grave que pode causar incapacidade irreversível ou a morte se não se atua 
de maneira adequada. 
Bandeira amarela → fatores psicossociais que funcionam como barreira para a 
recuperação e pode cronificar o problema do paciente, esses fatores não são patológicos. 
Métodos de exploração do exame físico → constituem de inspeção, palpação, percussão 
e auscultação. 
Inspeção → é olhar a simples vista ou com ajuda de lente de aumento as características 
do corpo na sua superfície externa e de algumas cavidades como boca e maxilar. O 
paciente deve estar de pé, sentado ou deitado de acordo com o objetivo do exame e de 
acordo com as suas capacidades físicas. O explorador (médico) ficará na frente do 
paciente se este estiver de pé ou sentada e de costas para uma fonte de luz. Se o paciente 
estiver deitado, o médico se coloca sempre ao lado direito. 
A inspeção se realiza em todos os momentos ainda antes de começar o exame físico e 
deve-se considerar alguns aspectos como: 
4 
 
 Aspecto e/ou simetria 
 Cor 
 Forma 
 Tamanho 
 Mobilidade 
Técnicas de inspeção → pode ser direta ou indireta e instrumental (quando se utiliza 
ajuda de aparelhos ou instrumentos para auxiliar na inspeção), deve ter iluminação 
apropriada seja natural ou artificial de cor branca dando prioridade sempre a luz natural. 
Palpação → é a apreciação manual da sensibilidade, temperatura, consistência, forma, 
tamanho, situação e movimentos da região explorada. Existe duas formas de realizar a 
palpação: 
1. Palpação simples: através dos tegumentos. 
2. Toque (tacto): quando a palpação ocorre introduzindo um ou mais dedos, 
incluindo a mão, pelas vias naturais. 
Técnicas da palpação → se realiza com a mãos, utiliza-se luvas em caso de possibilidade 
de contaminação paciente-médico ou médico-paciente e as luvas devem sempre estar 
lubrificadas para facilitar a penetração das vias naturais. A palpação pode ser 
monomanual (utilizando somente uma das mãos), bimanual ou digital utilizando um ou 
vários dedos. 
Para a execução da técnica deve-se considerar: 
 Situação 
 Forma 
 Tamanho 
 Consistência 
 Sensibilidade (dor e temperatura) 
 Mobilidade 
Percussão → consiste em ouvir os ruídos que se originam quando se golpeia a superfície 
externa do corpo. Pode ser praticada golpeando a superfície externa do corpo com as mãos 
livres ou com a ajuda de um martelo percutor. 
A percussão manual pode ser de três tipos: 
1. Dígito-digital: quando se utiliza as duas mãos. 
2. Digital: quando se utiliza apenas uma mão (se percute com a ponta dos dedos). 
3. Punhopercussão: se utiliza com as duas mãos e o golpe se localiza no punho. É 
utilizado nas regiões posteriores das costas. 
Técnica da percussão e sequencia da operação: 
1. Posição adequada do dedo plesímetro. (plesímetro é o dedo que fica em contato 
com o paciente). 
2. Posição adequada do dedo percutor. 
3. Movimentos de extensão e flexão do punho com leve balançar do antebraço e do 
braço. 
4. Golpear perpendicularmente com a borda distal do dedo (não ter unhas 
compridas). 
5. Dar somente dois golpes no mesmo lugar. 
5 
 
6. Avaliar o tipo de sonoridade obtida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de sons obtidos na percussão: 
 Timpanismo: é um grau maior de hipersonoridade e ocorre devido ao aumento do 
volume de ar e aumento da pressão do ar. 
 Hipersonoridade: ocorre quando aumenta a quantidade de ar nas estruturas e 
sempre será patológica. 
 Sonoridade normal: é sempre fisiológica e se encontra nos pulmões, região 
torácica e abdômen. 
 Matidez eSubmatidez: quando se percute uma estrutura sólida o som é mais 
abafado se origina no fígado, coração e baço, nessas estruturas são fisiológicas. 
Auscultação → consiste em ouvir os fenômenos acústicos que se original no organismo 
seja pela atividade do coração, entrada e saída de ar no sistema respiratório ou qualquer 
outra causa. Existe dois métodos para a auscultação: 
1. Auscultação imediata: se realiza diretamente com o ouvido na superfície do corpo 
do paciente. Atualmente está em desuso. 
2. Auscultação mediata: se utiliza instrumento próprio para realizar a auscultação e 
pode ser monoauricular (utilizado mais em obstetrícia) que é o estetoscópio de 
Pinard para auscultar os ruídos fetais. Atualmente se utiliza o estetoscópio 
biauricular sendo composto por várias partes: 
a. Olivas auriculares 
b. Auriculares 
c. Campana 
d. Diafragma 
6 
 
 
A campana tem indicação de uso para sons de tons baixos, enquanto o diafragma tem 
indicação para sons de tons mais altos como pulmonares, cardíacos, vasculares e 
intestinais. 
Técnicas da auscultação: 
 Colocação correta das olivas e dos auriculares sempre voltadas para frente ao 
auscultar. 
 Segurar o diafragma ou a campana com os dedos polegar e indicador ou indicador 
e dedo médio. 
 Friccionar para aquecer o diafragma ou a campana. 
 Pressionar o diafragma firmemente para escutar os sons agudos ou altos. 
 Pressionar a campana suavemente para escutar os sons graves ou baixos. 
7 
 
SINAIS VITAIS 
São sinais que ajudam a estabelecer que o paciente esteja com vida e são compostos por 
sinais como: 
 Frequência cardíaca 
 Pulso 
 Pressão arterial ou Tensão arterial 
 Frequência respiratória 
 Saturação Parcial de Oxigênio 
 Temperatura corporal 
 Glicemia capilar 
Pressão arterial → força ou impulso que o sangue exerce sobre as paredes arteriais e se 
mede de maneira direta da luz arterial. A única forma de medir desta maneira é somente 
em UTI. 
Tensão arterial → é a força similar a pressão arterial que está em sentido contrário. Se 
mede com esfigmomanômetro. Se classificam de duas formas: 
1. Sistólica: é o maior valor obtido durante a ejeção ventricular durante a sístole 
cardíaca sendo a média 120 mmHg. 
2. Diastólica: é o menor valor obtido durante a diástole. Ocorre com o enchimento 
dos ventrículos onde a tensão arterial se abaixa com a diástole. Valor médio de 80 
mmHg. 
Os valores da tensão arterial representam um pequeno instante das oscilações ou ondas. 
Pressão arterial média (PAM) → é a média dos diferentes valores que se produz durante 
a oscilação de cada ciclo cardíaco, sendo a pressão constante que garante o fluxo 
sanguíneo constante. Se quantifica pelo cálculo: 𝑃𝐴𝑀 =
PAS+(2.PAD)
3
. Pacientes com 
PAM < 60 mmHg, podem entrar em sincope e PAM >150 mmHg, pode ocorrer AVC 
hemorrágico. 
Pressão diferencial ou de pulso → é a diferença entre a pressão sistólica e a diastólica. 
Cálculo é 𝑃𝐷 = PS − PD. Os valores referenciais variam de 40 a 60 mmHg. Sinal de 
Musset é um sinal característico do aumento marcado da pressão diferencial, paciente 
tende a balançar a cabeça de forma sincronizada aos batimentos do coração. 
Técnica semiológica para aferir a tensão arterial → inclui palpação e auscultação 
sendo necessário o uso de estetoscópio e esfigmomanômetro de acordo com os passos 
descritos: 
1. Posição do paciente sempre sentado ou deitado. 
2. Esperar de 5 a 10 minutos se o paciente comeu, bebeu bebidas energizantes, 
realizou atividade física ou em estado de ansiedade. 
3. Colocar o esfigmomanômetro 2 cm acima da dobra do cotovelo. 
4. Esfigmomanômetro na altura do coração e aferir em ambos os braços, 
principalmente quando não se conhece o paciente. 
5. Localizar e palpar o pulso radial, inflar o esfigmomanômetro com o manguito até 
desaparecer a pulsação radial. Com o desaparecimento da pulsação radial, insuflar 
mais 30 mmHg. 
6. Colocar o estetoscópio 2 cm abaixo da borda inferior do esfigmomanômetro e 
começar a auscultar sobre a artéria braquial. 
8 
 
7. Desinflar lentamente entre 30 e 50 segundos. 
8. Aferir a tensão arterial com o paciente sentado ou deitado e logo depois com o 
paciente em pé se há suspeita das patologias abaixo: 
 Insuficiência autonômica 
 Hipotensão arterial 
 Síndrome de vertigem posicional 
 Tratamento com bloqueadores adrenérgicos 
 Idosos 
Escala de Korotkoff → consiste em uma escala de quatro fases: 
1. Fase 1 (K1) → Ruídos surdos e o primeiro ruído dessa fase, representa a pressão 
sistólica. Sons de pequena intensidade e alta frequência. TUM TUM TUM TUM 
2. Fase 2 (K2) → Ruídos soprantes, apresenta sons suaves e prolongados. TUF TUF 
TUF TUF. Não tem valor semiológico. 
3. Fase 3 (K3) → Ruídos secos ou retumbantes, apresenta aumento progressivo na 
intensidade e o ultimo ruído dessa fase representa a pressão diastólica. TU TU TU 
TU 
4. Fase 4 (K4) → Ruídos algodonosos, sons de baixa intensidade e abafados onde os 
ruídos diminuem abruptamente e deixam de ser audíveis. 
Erros ao aferir a tensão arterial: 
 Hiato auscultatório (pozo auscultatório): ocorre pelo aumento marcado da 
resistência periférica ou quando o paciente apresente HAS com estenose aórtica 
grave. Para evitar erros, auscultar até o manômetro chegar a 0 mmHg. 
 Colocar o estetoscópio por baixo do esfigmomanômetro. 
 Desinflar o manômetro muito rapidamente ou muito lentamente levar de 30 a 50 
segundos. 
 Manobra de Osler: determina pseudohipertensão arterial onde o paciente 
apresenta valores elevados, porém clinicamente paciente não apresenta sintomas. 
Paciente apresenta artéria rígida e não se colapsam onde apresenta a persistência 
do pulso radial mesmo insuflando ao máximo o manômetro; 
Temperatura corporal: 
 Valor normal: 36 a 37,5ºC 
 Febrícula: 37,6 a 38,2ºC 
 Febre: a partir de 38,3ºC 
Febre → produzida por agentes pirógenos endógenos ou exógenos. 
Hipertermia → produzida por agentes físicos ou desregulação do termostato 
hipotalâmico. 
Escala de sepse: 
SRIS → infecção → sepse → sepse severa → choque séptico → falha multiorgânica → 
CID → exitus letalis. 
SRIS → afeta todo o organismo de forma conjunta e pode ser causada por agentes 
biológicos (vírus, bactérias, fungos, parasitas e príons) ou agentes físicos (trauma, 
queimadura, radiação, intoxicação). 
9 
 
Infecção → é quando a síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SRIS) é secundária 
a um microrganismo alojado em algum órgão do corpo. 
Sepse → quando a infecção aparece em mais de um órgão. 
Sepse severa → quando um órgão apresenta disfunção causada pelo agente agressor. 
Choque séptico → quando o paciente apresenta falha circulatória com incapacidade para 
perfundir os tecidos distais com PAM <60 mmHg. 
Falha multiorgânica → paciente apresenta falha de mais de um órgão. 
Coagulação intravascular disseminada (CID) → é o sangramento por todo o corpo de 
forma generalizada devido à falta de fatores coagulação. 
Exitus letalis → paciente evolui para óbito. 
COMUNICAÇÃO 
Deve-se levar em consideração na prática médica a entrevista ao paciente. 
Entrevista → é a técnica de comunicação mais utilizada na prática médica e consiste em 
cinco partes básicas: 
1. Encontro 
2. Interrogatório 
3. Durante o exame físico 
4. Avaliação da conduta a seguir 
5. Despedida 
Ética médica → conjunto de princípios e normas que regem a conduta dos trabalhadores 
da saúde, desenvolvidas em determinadas atividades profissionais específicas, 
encaminhadas a desenvolver a preservação e o melhoramento da saúde das pessoas 
saudáveis e o tratamento adequado e recuperação das pessoas doentes, dentro de um 
marco fraternal e humano, profundamente científico sendo um dever e obrigação de todo 
trabalhador da saúde. Dados importantes: 
 Não chamar as pessoas de você. 
 Sempre utilizar senhor/senhora para todas as pessoas 
 Não utilizar expressões como tio, avô, etc. 
 Falar em voz baixa 
 Ter privacidade suficiente. Ser cortes 
 Respeitar o pudor. 
 Explicar sempre tudo o que vai fazer. 
 Estar sempre acompanhado por enfermeiro ou outra pessoa da equipe médica. 
 Respeitar o nível hierárquico é essencial 
 Não fazer brincadeiras e respeitar os demais membros médicos e não médicos. 
Iatrogenia → referente ao que tem por causa o próprio médico. É regida pelo princípio: 
Primum non nocere (primeiro não causar dano) e pode ser de dois tipos: 
1. Psicológica: quando lesa a integridade psíquica do indivíduo e seus princípios 
éticos morais. 
2. Não psicológica ou física: quando lesa a integridade física do indivíduo. 
10 
 
HISTÓRIA CLÍNICA 
É o documento médico legal no qual se registram os dados de identificação e os processos 
relacionados com a atenção do paciente em forma ordenada, integrada, sequencial e 
imediata da atenção que o médico ou outros profissionais de saúde brindam o paciente. 
É a coleta de informações de: 
1. Entrevistas e questionários 
2. Observação direta 
3. Historias médicas 
A primeira parte da intervenção do médico com o paciente consiste na obtenção de 
informações que conduzam à análise do problema clínico, também é o ponto de partida 
do raciocínio médico para definir o diagnóstico e o tratamento do paciente e também é o 
instrumento utilizado por todos os Profissionais de Saúde e serve de elo entre as diferentes 
disciplinas 
Importância da história clínica → essencial para o controle da saúde e monitoramento 
de doenças, exploração do estilo de vida e ambiente do paciente e sua família, detecção 
precoce de problemas relacionados ao crescimento, desenvolvimento e nutrição, 
prevenção de dificuldades futuras. 
Componentes da história clínica: 
 Dados de identificação: data e hora de ingresso, nome, idade, lugar e data de 
nascimento, sexo, endereço e telefone, confiabilidade (referente ao estado atual 
do paciente), etc. 
 Fonte da história: quem relatou a HC do paciente pode ser o próprio paciente, 
algum familiar, vizinho, etc. 
 Razão para consulta: anotar de forma textual o que relata o paciente. 
 Doença atual: de forma textual clara e cronológica desde a aparição, 
manifestações e problemas, descrevendo os sintomas com as indicações de 
localização, qualidade, gravidade, cronologia (início, duração e frequência), 
fatores que aliviaram ou agravaram os sintomas e manifestações associadas. 
Aplicar ALICIA FREDUSA para relatos de dor. 
 A (parição) desde quando dói? 
 L (ocalização) onde dói? 
 I (rradiação) dói em um lugar só? 
 C (aráter) como é a dor? 
 I (ntensidade) de 1 a 10, quanto dói? 
 A (tenuantes – agravantes) tem algo que aumenta ou diminui a dor? 
 FRE (quência) quanto tempo aparece a dor ou é contínua? 
 DU (ração) quanto dura a dor? Minutos, horas, dias? 
 SA (sintomas associados) além da dor tem algum outro incomodo? 
 História médica (antecedentes pré-natal, perinatal, neonatal, pessoal) 
 Antecedentes pessoais como crônicas (asma, alergias, cardiopatias), 
hospitalização previas (quantos dias e tratamento recebido), 
medicamentos atuais, antecedentes cirúrgicos. 
 Dados epidemiológicos e sociais: tipo de habitação (casa, apartamento), número 
de quartos, número de pessoas por quarto, serviços públicos que possui (esgoto, 
energia, gás, etc), nível educativo, graffar (escala de 1 alto nível a 5 baixo nível). 
 Antecedentes familiares: pai e mãe, irmãos, avós. 
11 
 
 Exames físicos: se dividem em 4 tipos: 
 Funcional: analisar sono, hábitos miccionais, hábitos intestinais 
 Geral: medidas antropométricas, sinais vitais, inspeção geral (ectoscopia), 
pele e faneras (anexos como unhas, cabelos). 
 Regional: cabeça, rosto e órgãos dos sentidos, pescoço. 
 Por órgãos e sistemas: respiratório e cardiovascular (inspeção, palpação, 
percussão e auscultação), abdômen (inspeção, auscultação, percussão, 
palpação), genitais e região anal, osteotendinoso, neurológico. 
 Impressão diagnóstica: apresenta três tipos: 
 Diagnóstico sindrômico: definição de uma síndrome. 
 Diagnóstico nosológico: doença que o paciente apresenta. 
 Diagnósticos diferenciais: patologias que se parecem ao diagnóstico 
nosológico e são descartados. 
 Plano de trabalho: descreve de forma numérica ou itens as ações que serão 
tomadas para a internação do paciente como localização, medidas gerais, 
medicamentos, exames, encaminhamentos. 
 Justificativa de admissão e tratamento: breve resumo com os dados mais 
importantes do quadro clínico do paciente com impressão diagnóstica, tratamento 
e plano de ação. 
A história clínica bem realizada, conduz de 70 a 80% do diagnóstico. 
EXAME FÍSICO GERAL 
No exame físico ectoscópico incluem de forma geral, a visualização do paciente e seu 
estado como um todo através da marcha, biótipo, atitudes e expressões faciais, altura, 
peso e temperatura, pele, mucosas e anexos, tecido celular subcutâneo e panículo adiposo. 
Marcha → verificar se o paciente deambula ou tem limitação na marcha, avaliar a 
presença da dificuldade ou dor durante a marcha, avaliar presença de movimentos 
anormais durante a marcha e a postura. Alterações comuns: Paresia (perda parcial da 
motricidade) e Plegia (perda grave ou completa de força muscular e de movimento). 
A marcha normal é suave e acompanhada do balanço simétrico dos braços, os pés devem 
tocar suavemente o solo com o joelho estendido e o passo deve ser transferidos 
harmonicamente ao longo do pé em direção ao metatarso e com o joelho levemente 
flexionado o pé deve levantar do solo. Os movimentos ao caminhar devem ser 
coordenados. 
Biotipos → são observáveis três biótipos, onde: 
1. Brevelíneos: paciente é baixo, extremidades inferiores e superiores pequenas. 
2. Longelínios: paciente alto, magros, extremidades cumpridas. 
3. Normolíneos: paciente de estatura mediana, são maioria da população. 
Postura → é a posição que o paciente assume ao ficar em pé, sentado ou deitado. De pé: 
deve encontrar simetria de frente e de lado onde se imagina uma linha acima dos ombros, 
crista ilíaca e acima dos joelhos e verificar a simetria de todo o corpo. Decúbito: pode 
apresentar três formas: decúbito dorsal, decúbito lateral e decúbito ventral. 
Expressões faciais → avaliar a aparência e a configuração do rosto, a expressão facial 
ou fisionômica da pessoa. A simetria facial pode ser tanto estática quanto em movimento. 
Importante observar e descrever as expressões faciais e o paciente pode demonstrar tenso 
ou ansioso, zangado, feliz, triste, febril, sem expressão. 
12 
 
Peso e altura → são medidas antropométricas de exploração obrigatória no exame físico 
de cada pessoa. Equipamento necessário: fita métrica e balança. Com os equipamentos 
corretos é possível identificar o IMC e a superfície corporal (M2SC). 
Calculo do IMC: 𝐼𝑀𝐶 =
𝑃𝐸𝑆𝑂
𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴2
 Cálculo da M2SC: 𝑆𝐶 = √
𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑥 𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴
3600
 
ESCALA IMC 
< 18,5 Baixo peso 
18,5 a 24,9 Normal 
25 a 29,9 Sobrepeso 
30 a 34,9 Obesidade I 
35 a 39,9 Obesidade II 
40 a 49,9 Obesidade III 
>50 Obesidade IV 
 
Temperatura → se suspeitarmos que uma pessoa está com aumento da temperatura 
corporal, sentimos sua pele com o dorso da mão em diferentes regiões como testa, 
pescoço, tronco e extremidades. A temperatura corporal é determinada pela leitura da 
medição registrada em um termômetro que pode ser clínico de vidro que contém mercúrio 
ou por termômetro eletrônico. A temperatura corporal normalmente se encontra entre 36 
a 37,5ºC. 
Medida Temperatura normal ºC Febre 
Axilar 34,7 – 37,2 > 37,8 
Oral 35,5 – 37,5 > 37,8 
Rectal 36,6 – 38.0 > 38,3 
Timpánica 35,8 – 38,0 > 38,3 
 
Pele e anexos → a pele é o maior órgão do corpo humano e cumpre funções fisiológicas 
e imunológicas, pesa de 3 a 4 kg e é a primeira coisa a ser vista durante a inspeção. Deve-
se analisar se a lesão cutânea é característica do órgão ou secundária a outra condição. 
Por observação: cor e pigmentação, higiene e lesões. Porpalpação: humidade, 
temperatura, textura e espessura, turgência e mobilidade. 
Exame dos cabelos: observar cor e pigmentação, quantidade, textura, distribuição e 
higiene. 
Exame das unhas: observar forma e configuração, cor, tempo de preenchimento capilar 
(< 3 seg). 
Perguntas específicas durante o interrogatório: 
 Quando isso começou? 
 É contínuo ou intermitente? 
 As lesões são semelhantes ao início ou mudaram? 
 Você tem coceira, queimação ou dor? 
 Você tem sintomas sistêmicos associados? 
13 
 
Fatores que alteram a normalidade da pele: alergias, drogas, história familiar de doenças 
semelhantes, exposição a produtos químicos, viagens frequentes, história sexual. 
Para a avaliação é importante que o paciente esteja nu fazer avaliação deitado e em pé, 
ter Boa iluminação, usar lupa ou usar lâmpada de Wood. 
Inspeção de lesões: na topografia das lesões se avalia a simetria, áreas expostas ao sol e 
a distribuição verificando se é localizado ou generalizado, agrupado ou linear, confluente 
ou herpetiforme. Formas: arredondado, oval, anular, pedunculado, umbilicado. Tamanho, 
bordas, contornos, limites, superfície, cor e aparência. 
A palpação deve levar em conta a profundidade, textura e fixação das lesões a outras 
estruturas. 
LESÕES ELEMENTAIS 
Podem ser classificadas em três tipos: 
1. Primarias: aparecem sobre a pele saudável. 
2. Secundarias: se observa em pele previamente lesionada. 
3. Combinadas. 
Lesões elementais primarias → são compostas por mácula, pápula, placa, vegetação, 
nódulo, tumor, vesícula, ampola, pústula, escama e queratose. 
Mácula → é uma mancha que aparece com uma mudança de cor sem qualquer alteração 
no relevo, depressão, espessura ou consistência. Pode ser: vascular (produzida por 
doenças vasculares e desaparece com a vitro pressão). Ex: arterial (eritema solar), venosa 
(perniose), hipofluxo sanguíneo (palidez) e malformação vascular (telangiectase, 
angiomas). Pigmentar (devido aos depósitos de pigmento na pele, não desaparece com a 
vitro pressão). Ex: Melanina (por aumento, melasma, addison. Por diminuição, 
eczematide acromiante, albinismo. Por ausência, vitiligo), hemosiderina (purpura, 
equimose petequias), Bilirrubina (icterícia). 
 
 
 
 
 
 
 
Eritema → é um tipo de mácula e são lesões avermelhadas que se espalham por grandes 
áreas da pele, também conhecidas como exantema e pode ser: 
 Morbiliforme: apresenta áreas de pele saudável dentro do eritema. 
 Escarlatiniforme: toda a pele é afetada na área do eritema. 
 Enantema: é quando está localizado nas membranas mucosas. 
14 
 
Pápula → é uma elevação circunscrita da pele de consistência sólida e superficial, com 
diâmetro < 0,5 cm. Aparece na epiderme (verruga plana), derme (sífilis secundária e 
urticária), dermoepidérmica (líquen plano) e folicular (queratose folicular). 
 
 
 
Placa → é semelhante a pápula, com 
tamanho de 0,5 a 1 cm e infiltrada. 
Predomina em extensão superficial e não 
em profundidade. 
 
 
 
 
Vegetação → é uma proliferação das papilas dérmicas que se projetam acima do nível da 
pele. Ex: Condiloma acuminado e Verrugas vulgares. 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Nódulo → são lesões de consistência sólida, maiores que 0,5 
a 1 cm, localizadas profundamente na hipoderme, predomina 
a profundidade e não a extensão, são mais palpáveis do que 
visíveis. Ex: Eritema nodoso. 
 
 
 
Tubérculo ou nódulo superficial → são lesões 
de consistência sólida e circunscritas, está entre 
uma pápula e um nódulo e se localiza na derme. 
Eles não se resolvem espontaneamente e deixam 
uma cicatriz ou atrofia. Podem ser agudos ou 
crônicos. Ex: Furúnculo e Lepra lepromatosa. 
 
 
 
 
Gomas → são uma variedade de nódulos, que 
evoluem em 4 períodos. 1- Crueza, 2- 
Amolecimento, 3- Ulceração / evacuação e 4- 
Reparação de cicatrizes. Ex: escrófulas. 
 
 
 
Tumor → é uma neoformação não inflamatória, superficial ou profunda de tamanho 
variável, consistência sólida ou com conteúdo líquido (cisto). Tem tendência à 
persistência e ao crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
Vesícula → é uma lesão pequena com 
conteúdo líquido (<0,5 cm). Eles são 
multitabicadas e estão localizadas na 
epiderme. Seu conteúdo pode ser seroso, 
hemorrágico ou purulento. 
 
 
 
 
Ampola → é uma lesão com conteúdo líquido e maior que 0,5 
cm. Elas são uniloculares e estão localizados na epiderme. Seu 
conteúdo pode ser seroso, hemorrágico ou purulento. 
 
 
 
 
 
 
 
Pústula → é de elevação circunscrita da pele com conteúdo 
purulento desde o início. 
 
 
 
 
Escamas → são lamelas da camada 
córnea, que se desprendem 
espontaneamente da superfície da pele. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
Queratose → é uma lesão de consistência sólida, 
circunscrita. O espessamento da pele ocorre na camada 
córnea. Ex: calosidades e ceratodermia. 
 
 
 
LESÕES ELEMENTAIS SECUNDÁRIAS 
São compostas por escama, costra, escara, fissura, perda de substância, atrofia, esclerose, 
liquenificação e cicatriz. 
 
Escamas → as escamas aparecem na evolução de 
outra lesão primária, são consideradas escamas 
secundárias. Ex: eczema crônico. 
 
 
 
 
Costra → é o resultado da dessecação de uma 
secreção (soro, pus ou sangue). Ex: crostas 
melicéricas, feridas pós-abrasão. 
 
 
 
 
 
 
Escaras → é uma formação de tecido 
necrótico, delimitado a partir de pele 
saudável. Ex: alterações vasculares. 
 
 
 
18 
 
Fissura → é a solução de continuidade 
linear sem perda de substância.Ex: 
fissuras no intertrigo. 
 
 
 
 
 
Perda de substância → compreende erosão, ulceração, úlcera e escoriação, onde: 
Erosão: perda superficial da substância que não deixa cicatriz. Ex: coçar. 
Ulceração: perda de substância profunda que deixa cicatriz, pode chegar a derme e a 
hipoderme. 
Úlcera: ulceração de curso crônico. Ex: ulceras vasculares. 
Escoriação: perda de substância produzida pelo paciente com seus dedos, instrumental 
ou traumática. 
 
 
Perda de substância. 
 
 
 
 
 
 
Atrofia → é uma diminuição da 
espessura e elasticidade da pele. A 
pele enruga facilmente.Ex: 
fisiológico (senil) e patológico 
(estrias). 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
Esclerose → é um endurecimento da pele, com 
dificuldade de dobrar e sem rugas. Adere a 
planos profundos. Ex: esclerodermia. 
 
 
 
 
 
Liquenificação → é o aumento da 
espessura, pigmentação e grade normal da 
pele. Ex: eczema crônico. 
 
 
 
 
Cicatriz → Neoformação conjuntival e 
epitelial que substitui uma perda de 
substância ou substitui um processo 
inflamatório destrutivo. 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES DA UNHA 
Compostas por onicólise, onicomadese, onicose, coiloníquia, unhas em vidro de relógio, 
sulcos transversais de beau, leuconíquia, melanoníquia, paroníquia e onicogrifose. 
Onicólise → é a separação da lamina 
ungueal do leito pela parte distal e 
lateral que avança em direção a ulna. 
Causas: sistêmicas, endocrinopatias, 
gravidez, anemia, fármacos, infecções 
micóticas ou bacteriana. 
 
 
 
20 
 
 
 
Onicomadese → é o desprendimento da unha 
pela parte proximal que progride para queda. 
Causas: doenças agudas graves, doenças 
ampolares, estresse intenso e traumatismos. 
 
 
 
 
Onicose → é o desprendimento paralelo, 
horizontal das camadas da unha, 
principalmente na parte distal. Causas: fatores 
exógenos, doenças dermatológicas e não 
dermatológicas, fármacos, velhice e causas 
idiopáticas. 
 
 
 
Coiloníquia → é a unha côncava também é 
conhecida como unha de colher. Causas: 
deficiência de ferro, hemocromatose, porfiria, 
doença tiroidea e acromegalia. 
 
 
 
 
Unhas em vidro de relógio → ocorre 
convexidade, está presente nos dedos 
hipocráticos ou em forma de baqueta. 
Causas: hipóxia crônica, doenças digestivas, 
endócrinas e metabólicas. 
 
 
 
 
 
21 
 
Sulcos transversais de beau → são depressões 
transversaispor redução parcial e transitória da 
função da matriz, aparece na ulna e avança 
distalmente à medida que a unha vai crescendo. 
Causas: febre, erridermia e deficiência de zinco. 
 
 
 
 
Leuconíquia → é a pigmentação branca 
da unha, pode ser total, parcial, estriada ou 
puntiforme. Causas: traumatismo, 
psoríase, fármacos. 
 
 
 
 
Melanoníquia → é a pigmentação negra, 
total ou parcial da lâmina ungueal por 
aumento de melanina. Causas: nevos, 
traumatismos mínimos repetitivos e 
hematomas subungueais. 
 
 
 
 
Paroníquia → é a inflamação dos tecidos periungueais 
caracterizados pela presença de edema da pele que rodeia a 
unha, a forma aguda é muito dolorosa e pode estar aco 
mpanhado por pus. Causas: infecções bacterianas e virais, 
infecção micótica, dermatite por contato e vasculopatias 
periféricas. 
 
 
 
Onicogrifose → é o engrossamento, alongamento e 
hipercurvatura da unha. Causas: idade avançada, 
vasculopatias periférica. 
 
22 
 
As principais causas das lesões ungueais são micóticas, traumáticas, quimicas, geneticas 
e nutricionais. 
EXAME FÍSICO REGIONAL 
Começar sempre pela cabeça onde será avaliado: 
Crâneo → ver posição, forma, proporções, simetria, implantação coro cabeludo e 
perímetro cefálico. A forma e as proporções da cabeça como um todo variam de acordo 
com o tipo constitucional, raça, idade e sexo. 
Avaliação da face → realizar inspeção e palpação da face, exame das estruturas externas 
do olho, exame do nariz e seios da face, exploração das estruturas externas e internas da 
boca, exame de ouvido externo e exame dos nervos cranianos. 
Avaliação dos olhos → realizar inspeção no aparelho lacrimal (glândula e saco lacrimal, 
pontos e lágrimas), conjuntiva (palpebral e bulbar), esclera, córnea, íris e pupilas (forma, 
tamanho, cor), reflexos pupilares, reflexo de luz da retina, retina (cor e pigmentação, 
vasos, mácula, disco óptico), movimentos oculares (olhar conjugado, movimentos dos 
músculos extrínsecos do olho) e pressão intraocular. 
Pescoço → realizar a inspeção do pescoço como um todo seguindo as referências de 
varredura da glândula tireoide, exame de linfonodo, exame dos vasos do pescoço, 
exploração do resto das estruturas. 
A palpação da glândula tireoide pode ser feita mediante quatro tipos de manobras: 
 
1. Manobra de Quervain: com o 
paciente sentado, o médico se situa por trás 
do paciente e com os polegares apoiados na 
região posterior do pescoço e com os dedos 
indicador, médio e anelares realizar a 
palpação localizando a cartilagem e 1cm 
abaixo palpar a glândula e seus lobos. 
 
 
 
 
2. Manobra de Lahey: com o paciente 
sentado, o médico se localiza a frente do 
paciente e com uma das mãos se realiza 
compressão da traqueia para o lado oposto e 
com a mão livre, fazer a exploração da 
glândula tireoide. Fazer em ambos os lados. 
 
 
 
 
23 
 
 
 
3. Monobra de Crile: com o paciente 
sentado, o médico se localiza a frente do 
paciente e com o dedo polegar, indicador 
e médio realiza a palpação da glândula 
tireoide, o polegar irá fazer a compressão 
da traqueia para o lado oposto e com o 
indicador e médio, se realiza a inspeção. 
 
 
 
 
4. Manobra de Pemberton ou 
Maranhão: se realiza quando o paciente 
apresenta bócio e a manobra consiste de 
que o paciente deve estirar sua cabeça para 
trás e levantar os dois braços cruzando-os 
na nuca. O bócio irá subir e obstruir a 
traqueia e os vasos sanguíneos como 
resposta o paciente apresentará o rosto 
vermelhidão, sendo um sinal positivo. 
 
 
Avaliação dos gânglios linfáticos → fazer a inspeção dos gânglios linfáticos anteriores, 
laterais e posteriores. Avaliar o tamanho, consistência, sensibilidade. Medida fisiológica 
< 1cm e quando estão >1,5 a 2cm requerem atenção e estudos de ultrassom, se passar de 
2,5 cm realizar extração para estudo patológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Avaliação do tórax → avaliar a glândula mamaria e os gânglios linfáticos. 
 
 
 
 
Dividir a mama em 4 quadrantes: 
1. Superior externo ou lateral superior externo. 
2. Superior interno ou lateral superior interno. 
3. Inferior externo ou lateral inferior externo. 
4. Inferior interno ou lateral inferior interno. 
 
 
 
 
 
 
Após a divisão dos quadrantes, subdividir em 
regiões igual a um relógio de 1 a 12 horas. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Posições de avaliação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de secreção → pode ocorrer de ter saída de dois tipos de secreção através do 
mamilo: 
1. Lactorréia: saída de leite. 
2. Sangrado, pus. 
Sentado com os braços ao 
lado do corpo. 
 
Sentado com os braços 
erguidos acima da cabeça. 
Sentado com as mãos 
pressionando os quadris. 
 
Sentado, inclinado para a 
frente. 
Deitado. 
26 
 
A palpação das mamas, não devem ser feitas no período menstrual. Recomenda-se 
palpação 1 semana antes ou 1 semana após o período menstrual e se realiza por duas 
formas: 
 
EXAME FÍSICO DO ABDÔMEM 
Começar a avaliação pelos músculos abdominais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No abdômen aparecem estruturas que são palpáveis quando apresentam megalia e estão 
compostas por: cólon, borda inferior do fígado, ponta do baço, rins, bexiga distendida, 
útero, apófises xifoides e ângulo costovertebral. 
Órgãos dificilmente palpáveis → pâncreas, vesícula, rins, vasos sanguíneos e órgãos 
retroperitoneais. 
 
 
27 
 
Pontos de referência anatômica do abdômen → servem de referência e localização 
anatômica durante o exame físico. 
 
 
 
 
1. Apêndice xifoide 
2. Reborda costal 
3. Linha media 
4. Umbigo 
5. Espinha ilíaca anterossuperior 
6. Borda superior do púbis. 
 
 
 
 
 
Região posterior do tórax → apresentam dois ângulos: 
1. Ângulo costovertebral: formado pela união da 13º costela e as vertebras que forma 
um ângulo de 65° e se localiza o polo renal superior. 
2. Ângulo costomuscular: formado pela 13º costela com a borda lateral do músculo 
paravertebral formando um ângulo de 75° e se localiza o polo renal inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações para o exame físico do abdômen → paciente deve estar tranquilo, 
acomodado e preferencialmente deitado, as mãos do examinador devem estar aquecidas 
e as manobras devem ser suaves, mas sustentadas. 
Posicionamento do paciente → os braços em ambos os lados do corpo, pernas paralelas 
e estendidas e o médico deve sempre estar ao lado direito do paciente. Não cruzar as 
pernas, não flexionar a cabeça e o examinador deve corrigir as posições quando estiverem 
inadequadas. 
 
28 
 
Topografia abdominal → para a divisão dos 9 quadrantes de acordo com a escola 
francesa deve ser feito: 
1. Por 2 linhas horizontais que vão: da extremidade anterior da 10ª costela direita e 
esquerda e das cristas ilíacas. 
2. Por 2 linhas verticais que vão: do ponto médio entre a espinha ilíaca 
anterossuperior e a linha média de ambos os lados. 
Os quadrantes resultantes são: 
 Hipocôndrio direito (2) 
 Epigástrio (1) 
 Hipocôndrio direito (3) 
 Flanco direito (5) 
 Mesogástrio (4) 
 Flanco esquerdo (6) 
 Fossa ilíaca direita (8) 
 Hipogástrio (7) 
 Fossa ilíaca esquerda (9) 
 
 
 
 
Divisão do abdômen em 4 quadrantes de acordo com a escola inglesa. 
1. Linha vertical por cima da linha média da apófise xifoide ao púbis. 
2. Linha horizontal nas cristas ilíacas superiores de direita para esquerda. 
 
 
Resultando em 4 quadrantes: 
1. Quadrante superior direito 
2. Quadrante superior esquerdo 
3. Quadrante inferior direito 
4. Quadrante inferior esquerdo 
 
 
 
Sistemática do exame físico: IAPP 
1. INSPEÇÃO: contorno, simetria, movimentos respiratórios, pulsações, 
peristaltismo visível, pele, circulação colateral. 
2. AUSCULTAÇÃO: ruídos de hidroaéreos, sons vasculares. 
3. PERCUSSÃO: tônus, limite dos órgãos abdominais. 
29 
 
4. PALPAÇÃO: tônus musculares, característicasdos órgãos, pontos dolorosos, 
sensibilidade, massas, pulsações, acúmulo de fluidos. 
 
Inspeção → observar o peristaltismo, superfície, contorno e movimento do abdômen, 
pele (cicatrizes, estrias, circulação colateral, erupções e lesões, umbigo, contorno e 
localização). 
Abdômen normal → é arredondado ou plano, simétrico, escavado ou côncavo em 
pessoas magras, globuloso em obesos. 
Tipos patológicos de abdômen: 
Globoso → aumento do perímetro abdominal, protrusão da cicatriz abdominal, formação 
de hérnia. Ex: Gravidez, tumores, cistos ovarianos e ascite. 
Abdômen batráquio → perda de tônus dos músculos anterolaterais e tem aspecto de 
barriga de sapo. É apresentado em: Idosos, obesos e gravidez a termo. 
Abdômen em batea → perda de tecido celular e massa muscular, as projeções ósseas são 
acentuadas. As dobras cutâneas são acentuadas, a pele fica seca e lisa e a cicatriz umbilical 
fica retraída. Ex: Desnutrição, neoplasias avançadas e infecções crônicas. 
Na inspeção do abdômen verificar detalhadamente se o abdome é plano, arredondado, 
proeminente ou cavado? Os flancos estão salientes ou existem saliências locais? É 
simétrico? Os órgãos ou massas são visíveis? Peristaltismo, pulsações? 
Sinais na inspeção abdominal 
 
 
 
SINAL DE CULLEN: Equimose peri-umbilical, 
pode ocorrer por lesão capilar, deficiência de 
complexo de protrombina, é observada em 
pancreatite necrohemorrágica e hepatopatia. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
SINAL DE GRAY TURNER: 
Equimoses do flanco esquerdo, 
pode ocorrer por lesão capilar, 
deficiência de complexo de 
protrombina, é observada em 
pancreatite necrohemorrágica e 
hepatopatia. 
 
 
 
 
 
SINAL DE RANSOHOFF: Pigmentação 
amarelada da região umbilical, ocorre pela 
ruptura do conduto colédoco. 
 
 
 
 
 
 
SINAL CRUVEILHIER: são varizes venosas no 
umbigo também chamada de cabeça da medusa que é 
causada por hipertensão portal. 
 
 
 
Auscultação → deve ser feito antes da palpação ou percussão para não alterar os ruídos 
hidroaéreos. Podem ser detectados sopros ou sons vasculares. Auscultar por 1 minuto. 
Ruídos hidroaéreos no quadrante inferior direito: 
1. Sopros: Estenose da artéria renal, Insuficiência arterial (aórtica, renal, ilíaca) 
2. Roces: Tumores de fígado, Infartos esplênicos. 
Ruídos intestinais: 
1. Borborigmos: sons audíveis sem a utilização de estetoscópio, resultado do 
movimento dos intestinos à medida que empurram os alimentos. Soa como o cano 
de água. Indicam o funcionamento do tubo digestivo. 
31 
 
Ruídos hidroaéreos → é o movimento do ar e líquidos dentro do intestino audíveis com 
ou sem estetoscópio, são suaves de tonalidade alta, contínuos e não estão acompanhados 
de dor. Aparecem cerca de 5 a 30 vezes por minuto. Estão presentes com íleo mecânico 
e ausentes em íleo paralítico. 
Ruídos vasculares → principalmente os sopros, auscultar o s 4 quadrantes. Se auscultam 
ruídos vasculares provenientes da aorta abdominal por aneurismas, artérias renais por 
estenose na hipertensão renovascular, artéria mesentérica por angina abdominal. 
Localização anatômica dos sopros arteriais: 
 
1. Aorta 
2. Art. Renal direita 
3. Art. Renal esquerda 
4. Art. Ilíaca direita 
5. Art. Ilíaca esquerda 
6. Art. Femoral direita 
7. Art. Femoral esquerda 
 
 
 
 
Percussão → realizada de maneira dígito-digital, realizada com suavidade, delimita 
órgãos maciços ou tumores, permite avaliar os tipos de ruídos sendo muito útil nas 
distensões abdominais. 
 Trajetória para a percussão: 
 
A percussão permite avaliar a quantidade e 
distribuição de gás no abdômen, identificar 
possíveis massas sólidas ou císticas e percutir em 
todos os quatro quadrantes para avaliar a matidez ou 
o timpanismo. 
Importante: Matidez hepática e timpanismo gástrico. 
 
 
 
 
 
 
 
1 3 2 
4 5 
6 7 
1 
2 
3 
4 5
 
6 
7 
8 
9 
10 11 
12 
13 
32 
 
 
Onda ascética ou sinal da moeda de 
Pitres → se realiza com ambas as mãos. 
De um lado, uma mão se apoia sobre o 
flanco com o polegar infraumbilical para 
bloquear a onda da parede abdominal e 
com a outra se percute com a ponta dos 
dedos o flanco oposto da mão de apoio. 
Se a mão de apoio perceber uma onda 
líquida, o sinal é positivo (+) para ascite. 
 
 
 
Achados durante a percussão: 
1. Hipersonoridade generalizada: causadas por íleo mecânico ou paralitico, 
pneumoperitoneo. 
2. Matidez generalizada: causada por útero gravídico, cisto volumoso, ascite 
abundante. 
3. Matidez intercalada com sonoridade: ascite septada, peritonite tuberculosa. 
4. Distensão localizada com matidez: tumores ou visceromegalias. 
5. Distensão localizada com sonoridade: tumor retroperitoneal que empurra as asas 
intestinais. 
Palpação → pode ser com uma ou duas mãos, ajuda a detectar dores abdominais, relaxa 
e acalma o paciente. Se for observada resistência, avaliar se é resistência voluntária ou 
involuntária pedindo ao paciente para respirar com a boca aberta. Existem dois tipos de 
palpação: 
1. Palpação superficial: explora os tegumentos e a tensão abdominal pela Manobra 
da mão do escultor de Merlo. 
Mão do escultor de Merlo → permite o relaxamento da parede abdominal se realiza 
passando a mão direita em forma plana por toda a superfície abdominal (como se fosse 
massagem sempre de baixo (púbis) para cima (apófise xifoide) e detecta saltos localizados 
além de permitir detectar temperatura e mudanças tróficas da pele. 
2. Palpação profunda: explora os pontos dolorosos, permite palpar o batimento 
aórtico, diferencia vísceras ocas de sólidas. É usada para delinear massas 
abdominais e sempre palpar com os lados palmares dos dedos, permite identificar 
qualquer massa e reconhecer vísceras ocas e sólidas. 
33 
 
Tipos de palpação → pode ser monomanual ou bimanual 
 
 
 
 
 
 
Palpação bimanual → deve ser realizada com os dedos indicadores em contato ou com 
as mãos sobrepostas, com as mãos em sentido anteroposterior e com manobra de 
deslizamento. 
 
 
Órgãos encontrados na palpação por quadrantes: 
1. Hipocôndrio direito: lóbulo direito do fígado, vesícula e vias biliares, ângulo 
hepático do cólon, rim direito. 
2. Epigástrio: estômago, lóbulo esquerdo do fígado, aorta, cabeça do pâncreas. 
Palpação bimanual mãos sobrepostas Palpação bimanual com os dedos 
indicadores em contato 
Palpação bimanual com manobra de 
deslizamento 
Palpação bimanual com mãos em sentido 
anteroposterior 
34 
 
3. Hipocôndrio esquerdo: fundus gástrico, baço, ângulo esplênico do cólon, cauda 
(cola) do pâncreas, rim esquerdo. 
4. Flanco direito: cólon ascendente, rim direito, asas do intestino delgado. 
5. Mesogastrio ou Zona umbilical: epiplon maior, mesentério, cólon transverso, 
intestino delgado, aorta. 
6. Flanco esquerdo: cólon descendente, rim esquerdo, asas do intestino delgado. 
7. Fossa ilíaca direita: cego e apêndice, anexo direito, íleo terminal. 
8. Hipogástrio: bexiga e útero. 
9. Fossa ilíaca esquerda: cólon sigmoide, anexo esquerdo. 
Sinais e pontos dolorosos abdominais: 
 
A. Ponto de McBurnney: 
para encontrar o ponto de 
McBurnney, se traça uma linha 
do umbigo até a espinha ilíaca 
anterossuperior e divide-se em 
3 terços. O ponto estará na 
união do terço médio com o 
terço externo. Suspeita de 
apendicite. 
B. Ponto de Lanz: se 
localiza entre a linha da espinha 
ilíaca anterossuperior até a 
sínfises púbica entre o terço 
médio e o terço externo. 
Suspeita de apendicite. 
C. Manobra de Rovsing Americano: palpação ou pressão sobre a fossa ilíaca 
esquerda resultando dor em fossa ilíaca direita. Suspeita de apendicite. 
D. Manobra de Rovsing Europeu: palpação ou pressão sobre o hipocôndrio esquerdo 
a nível do ângulo esplênico do cólon resultando dor em fossa ilíaca direita. 
Suspeita de apendicite. 
E. Sinal de Douglas: é um sinal doloroso ao toque retal. Suspeita de apendicite. 
F. Sinal de Blumberg: pressão direta sobre a fossa ilíaca direita gerando dor.Suspeita 
de apendicite. 
Ponto de Morris → se traça uma linha do umbigo até a espinha ilíaca anterossuperior e 
divide-se em 3 terços. O ponto estará na união do terço interno com o terço médio. 
Suspeita de apendicite e colecistite aguda. 
Ponto cístico → localizado a nível do hipocôndrio na borda costa direita e borda externa 
do músculo reto abdominal. Suspeita de colecistite aguda. 
Ponto ureteral superior e médio → para avaliação renal. 
SINAIS, DESCRIÇÕES E DIAGNÓSTICOS DOS PONTOS DOLOROSOS 
ABDOMINAIS: 
Sinal de Blumberg → dor a compressão e descompressão da fossa ilíaca direita. 
Diagnóstico de apendicite. 
35 
 
Sinal de McBurney → dor a compressão e descompressão no ponto de McBurney. 
Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Rovsing → dor em fossa ilíaca direita ao comprimir a fossa ilíaca esquerda. 
Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Makle → dor em fossa ilíaca direita ao golpear o calcanhar direito. Diagnóstico 
de apendicite. 
Sinal do Obsturador → a flexão e rotação externa do músculo direito gera dor na fossa 
ilíaca direita e hipogástrio. É realizada na perna direita do paciente. Diagnóstico de 
apendicite e abcesso pélvico. 
Sinal de Psoasilíaco → dor em fossa ilíaca direita ao levantar e estender a perna (direita) 
contra uma resistência. Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Aaron → dor em epigástrio ao aplicar pressão firme e mantida sobre o ponto de 
McBurney. Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Ten Horn → dor ao tracionar suavemente o testículo direito. Diagnóstico de 
apendicite. 
Sinal de Carnett → perda da sensibilidade abdominal ao contrair os músculos da parede 
abdominal. Diagnóstico de foco intra-abdominal de dor. 
Sinal de Candeleir → dor externa no abdômen inferior e a pelve ao mobilizar o colo 
uterino. Diagnóstico de doença inflamatória pélvica. 
Sinal de Courvoisier → vesícula biliar palpável e indolor na presença de icterícia. 
Sinal de Murphy → dor durante a inspiração ao comprimir o quadrante superior direito 
do abdômen. Diagnóstico de colecistite aguda. 
Sinal de Claybrook → acentuação dos ruídos respiratórios e cardíacos em toda a parede 
abdominal. Diagnóstico de ruptura de víscera abdominal. 
Sinal de Fothergill → massa na parede abdominal que não atravessa a linha media e 
segue sendo palpável ao contrair o músculo reto abdominal. Diagnóstico de hematoma 
do músculo reto abdominal. 
Sinal de Danforth → dor no hombro ao inspirar. Diagnóstico de hemoperitoneo. 
Sinal de Kehr → dor no hombro esquerdo em decúbito supino ao comprimir o quadrante 
superior esquerdo do abdômen. Diagnóstico de hemoperitoneo. 
Sinal de Mannkopf → aceleração do pulso ao palpar um abdômen doloroso. Diagnóstico 
ausente se o paciente estiver mentindo. 
MANOBRAS DE PALPAÇÃO 
Manobra de esforço → permite detectar se as pequenas protuberâncias são extra ou 
intra-abdominais. O paciente é deve a levantar a cabeça e flexionar levemente as pernas, 
se a protuberância desaparecer, é intra-abdominal ou se persistir, é extra-abdominal. 
 
 
 
36 
 
 
Manobra para detectar tensão abdominal → mão direita 
plana, paralela à linha média e dedos direcionados em sentido 
cefálico. A parede é deprimida com movimentos de flexão dos 
dedos. 
 
 
 
 
Manobra em caso de hipertonia da parede → 
cubrir a pele do abdômen com vaselina ou talco, 
para facilitar o deslizamento manual. Usar a 
Manobra de Obrastzow que consiste com o polegar 
da mão esquerda e a eminência tenar deprimir a 
parede abaixo e à esquerda do umbigo para relaxar 
a parede da fossa ilíaca direita. 
 
Manobra de Yódice-Sanmatino → o toque retal produz relaxamento da parede 
abdominal sendo útil para localizar a dor quando ela é generalizada. 
Manobra de Minkowsky → quando uma massa descende na inspiração, poderá ser 
retida na expiração, isso indica que essa massa não tem contato direto com o diafragma, 
sendo útil para reconhecer tumores retroperitoneais. 
Manobra de Glenard e Hausmann → também chamada de Manobra Deslizante 
utilizado para vísceras ocas, pode ser com uma ou duas mãos. Colocar uma ou ambas as 
mãos perpendiculares ao eixo maior do órgão, tentando identificar seus contornos. Se 
utiliza a manobra para todo o trajeto do tubo digestivo. 
 
Palpação do estômago (Manobra de Chapoteo) → 
geralmente não é palpável. Movimentos rápidos com as pontas 
dos dedos, ascendendo do púbis ao epigástrio paciente deve 
estar em jejum de 12h e a presença de ruídos hidroaéreos 
indicam conteúdo gástrico retido por hipertrofia do piloro. Se 
utiliza na suspeita de tumor ou inflamação do piloro. 
 
Palpação do cego → com a manobra deslizante na fossa ilíaca 
direita e também é palpável com as manobras de Galambos e 
Obrastzow em caso de rigidez da parede abdominal. 
 
 
 
37 
 
Palpação do cólon descendente e sigmoide → com a manobra de deslizamento do lado 
esquerdo do paciente. O cólon descendente normalmente não é palpável. O sigmoide é 
facilmente palpável em fossa ilíaca esquerda. 
Palpação da aorta → o batimento aórtico é palpável no epigástrio à esquerda da linha 
média principalmente em pessoas magras. O achado de uma massa expansiva pulsátil 
sugere um aneurisma. Se busca mais em pessoas idosas. 
 
Palpação do fígado → o médico senta-se à direita do 
paciente e com a mão direita em posição oblíqua, palpa 
a partir da fossa ilíaca direita para cima, fora dos 
músculos retos e ao atingir a margem da costela, o 
paciente é solicitado a respirar fundo. A palpação deve 
ser continuada em direção ao epigástrio e quadrante 
superior esquerdo. Deve ser estabelecido se a borda 
hepática é arredondada ou pontiaguda. 
Palpação com mão em forma de colher, onde os dedos 
estão flexionados em forma de colher e deve-se pressionar 
suavemente abaixo da margem da costela. O paciente é 
solicitado a fazer uma inspiração profunda e a borda 
hepática é palpada. 
 
 
Manobra de Chayffard → para palpação do fígado e os 
dedos indicador e médio da mão esquerda, no ângulo 
costomuscular direito na região posterior do abdômen. 
Com a mão esquerda, fazer pequenos impulsos para cima 
após a inspiração e com a mão direita, percebe-se o bode 
hepático. 
 
Monobra de Gilbert → com as mãos unidas em contato 
o dedo indicador e médio formando um ângulo reto, 
com movimento de flexão na fossa ilíaca direita de 
forma ascendente se busca a borda hepática. Ao se 
aproximar da margem da costela, o paciente é 
solicitado a respirar fundo. 
 
Manobra do gancho de Mathieu → as mãos com 
os dedos unidos e ligeiramente curvados como se 
fosse o seu próprio fígado e então começa a partir 
da fossa ilíaca direita com o movimento de 
gancho. O paciente é solicitado a respirar fundo. 
 
 
38 
 
Palpação da Vesícula biliar → as mesmas manobras são usadas para palpar o fígado. Se 
for palpável, busca-se sensibilidade com a manobra de Murphy. 
Manobra de Murphy → os hipocôndrios são 
abraçados com ambas as mãos e pressionadas 
suavemente com os polegares sob as costelas na 
junção com a borda externa dos músculos retos. 
O paciente é solicitado a respirar fundo. Se o 
Sinal de Murphy for positivo o paciente sentirá 
dor ou irá interromper a inspiração. 
 
 
Palpação do baço → se palpa com a mão quase 
plana, da fossa ilíaca direita para cima e para a 
esquerda. A palpação é suave e pede-se ao 
paciente para realizar inspirações profundas. A 
mão esquerda na região lateroinferior esquerda do 
tórax para levantar a caixa torácica. 
 
 
 
Técnica de gancho → o médico se 
posiciona a esquerda do paciente e com a 
mão esquerda ou direita em forma de 
colher, se engancha na borda costal 
esquerda e com a outra mão se realiza 
pressão sobre a costela, tentando empurrar 
o baço para baixo. 
Técnica de gancho variante de Middleton 
→ paciente coloca o antebraço por tras 
das costas que irá flexionar e exercer 
pressão na 10 até a 12 costelas esquerdas. 
O punho do examinador também pode ser 
colocado na mesmaposição. 
 
Manobra de Naegueli → paciente 
posicionado em decúbito medial direito, com 
membros superiores e inferiores esquerdos 
flexionados e membros superiores e 
inferiores direitos estendidos. 
 
 
 
39 
 
Manobra de Merlo → paciente posicionado em 
decúbito medial direito, com membros 
superiores e inferiores esquerdos flexionados e 
membros superiores e inferiores direitos 
estendidos. O médico com a mão esquerda se 
pressiona e levanta a parede do abdômen a partir 
da fossa ilíaca direita. A mão direita em forma 
de colher, abaixo da margem da costela, busca a 
borda do baço em inspiração profunda. 
 
 
Escala de Boyd → ajuda a avaliar o grau de esplenomegalia. 
Grau Características 
0 Baço percutível mas não palpável 
1 Baço palpável estendendo-se além da caixa torácica 
2 Baço palpável até o meio da linha do costo umbilical 
3 Baço palpável até o umbigo 
4 Baço além do umbigo, podendo estender-se até a fossa ilíaca direita 
 
EXAME FÍSICO DE EXTREMIDADES 
Para examinar as extremidades, se pregunta ao paciente: 
 Você tem alguma dor ou inchaço em algum membro? 
 Você sente alguma dor ao se mover? 
 Essa dor afeta suas atividades? 
 Você tem histórico de lesões musculares, ósseas ou articulares? 
Observar → marcha, movimentos ao mudar de posição sentado e de pé. 
Explorar → força muscular, amplitude de movimentos e realizar medições. 
Escala de força muscular 
Grau 5 
100% 
É normal, alcance total de movimentos contra a gravidade e total 
resistência. 
Grau 4 
75% 
Alcance total de movimentos contra a gravidade e certa resistência mas 
débil. 
Grau 3 
50% 
Alcance total de movimentos contra a gravidade mas não contra a 
resistência. 
Grau 2 
25% 
Alcance total de movimentos mas não contra a gravidade (movimentos 
passivos). 
Grau 1 Vestígios de movimento. 
Grau 0 Ausência de contratilidade. 
 
Recordar! 
 Se a palpação causar dor, não explorar a mobilidade articular. 
 Se ocorrer dor durante a mobilidade, tomar cuidado para não causar outra lesão. 
40 
 
 Os movimentos do pescoço e da coluna são contraindicados se houver suspeita de 
TCE ou coluna. 
 O paciente pode ser mantido vestido ou com bata para exame físico. 
 Se despe o paciente ao examinar o alinhamento do corpo e a configuração da 
coluna. 
Ângulos das extremidades: 
1. Flexão → máximo de 180º. 
2. Extensão → máximo de 50º. 
3. Abdução → máximo de 180º. 
4. Adução → máximo de 50º. 
5. Rotação externa → máximo de 90º. 
6. Rotação interna → máximo de 90º. 
Descrições: 
1. Simetria estrutural e alinhamento. 
2. Facilidade e amplitude de movimentos. 
3. Massa e tônus muscular. 
4. Força muscular. 
5. Aparência da pele sobre as articulações. 
6. Dor, crepitação e deformidades. 
Medições: 
1. Membro superior completo: do processo acromial do úmero até a ponta do dedo 
médio. 
2. Membro inferior completo: da espinha ilíaca anterossuperior até a planta do pé. 
Uma diferença de 1 cm entre as duas extremidades é considerada clinicamente 
insignificante. 
SEMIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
Motivos de consulta dependentes do aparelho respiratório → tosse, expectoração, 
dispneia, hemoptise, dor no peito e cianose. 
Sinais e sintomas gerais → são secundários a alguma doença respiratória composto por 
febre, astenia, anorexia e perda de peso. 
Definição de tosse → é um ato reflexo, o ponto de partida está localizado em qualquer 
nível da mucosa respiratória, na pleura, no conduto auditivo externo ou em outros locais 
distantes do tórax e muitas vezes atua como mecanismo de defesa do sistema respiratório. 
Tosse ferina ou Quintosa ou Coqueluche → caracteriza-se por episódios de tosse 
paroxística, que se iniciam com exalações violentas e explosivas seguidas de inspiração 
intensa e ruidosa provocada pelo espasmo da glote. Paciente tosse em média 5 vezes e faz 
inspiração profunda. Agente causador: Bordetella perfussis. 
Tosse coqueluchóide → é semelhante tosse ferina, mas falta o componente inspiratório 
que é a inspiração profunda. Agente causador: É produzido pela excitação do Nervo Vago 
gerado por tumores do mediastino, microrganismo bacterianos e virais como 
Mycoplasma pneumoniae, influenza tipo 1 e 2, parainfluenza, rinovírus, adenovírus, 
metapneumovírus, crapsyelas, clamideas. 
41 
 
Tosse rouca ou latida → ataques noturnos ou de madrugada, seca, intensa. Causadas 
pelas CRUP que é um grupo de doenças respiratórias superior e inferior que se 
caracterizam por irritação da laringe, traqueia e brônquios e são compostas por laringite, 
epiglotite, traqueite e laringotraqueobronquite. 
Tosse bitonal → composta de dois tons devido à vibração diferente das cordas vocais 
referente à paralisia. Exemplo: envolvimento do nervo recorrente devido a tumores do 
mediastino. 
Tosse emética → aquela que causa vômito. 
Tosse ruborizante → causa coloração vermelha do rosto. 
Tosse cianoizante → coloração azul-púrpura do rosto. 
Tosse seca → em geral é decorrente de processos irritativos localizados desde a laringe 
até a pleura. 
Tosse úmida → produz secreção e pode ser produtiva (quando tem expectoração ou 
esputo) ou não produtiva (não tem eliminação de expectoração ou esputo), com ou sem 
expectoração 
A tosse pode ser leve, moderada ou grave e a frequência pode ser variável. 
Etiologia da tosse → pode ser causada por fumo (mais comum em fumantes), 
gotejamento pós-nasal (mais comum em não fumantes), asma (deve ocorrer 
broncoconstrição, hipersecreção de muco e inflamação da mucosa respiratória), refluxo 
gastresofágico e bronquite crônica. 
Causas da tosse: 
1. Cardiovascular: por estenose mitral e insuficiência ventricular esquerda. 
2. Respiratórias: rinite, sinusite, faringite, laringite, traqueite, bronquite, carcinoma, 
adenoma bronquiais, pneumonia, broncopneumonia, bronquietasia, abcesso 
pulmonar e afecções pleurais. 
3. Mediastínicas: tumores primários e metastáticos, bócio intratorácico, aneurisma 
do cajado aórtico. 
4. Outras: irritação subfrênica, processos óticos, fármacos e neurose. 
Orientação diagnóstica adequada da história clínica → deve-se relatar as 
características da tosse (especificar qual o tipo de classificação da tosse), momento de 
aparecimento (manhã, tarde ou noite), sintomas acompanhantes (expectoração, febre, 
astenia), ingestão de drogas (captopril). 
Definição de expectoração → qualquer eliminação de secreção do sistema respiratório 
que exceda 100 ml que são engolidos insensivelmente diariamente por um adulto normal. 
Classificação da expectoração: 
1. Serosa: líquido claro, espumoso, amarelado ou ligeiramente rosado. Origem: 
edema alveolar incipiente ou carcinoma bronquioalveolar. 
2. Mucosa: incolor, transparente e apresenta diferentes consistências. Origem: 
período inicial das traqueobronquites agudas, bronquites crônica não complicada. 
3. Mucopurulenta e purulenta: fluida, opaca de cor amarela ou esverdeada. Origem: 
bronquite, pneumonia, tuberculose e bronquiectasia. 
42 
 
4. Sanquiolenta: ou chamada de esputo hemoptoico, constitui uma forma mínima da 
hemoptise. Origem: esputo ferroso (pneumonia pneumocócica) e com estrias de 
sangue (câncer oculto de pulmão). 
Hemoptise → é a eliminação de sangue do trato respiratório inferior pela boca. É descrita 
como “cócegas” faringolaríngea ou laringotraqueal, seguida de tosse de sangue vermelho 
espumante e espumoso, sem restos de comida. 
Causas de hemoptise mais frequentes → tuberculose, bronquite crônica, câncer de 
pulmão e bronquiectasia. 
Causas de hemoptise de origem pulmonar → tuberculose, bronquite crônica, câncer de 
pulmão, bronquiectasia, abcessos de pulmão, micoses pulmonares 
profundas/oportunistas, tumores pulmonares benignos, bronquites agudas, pneumonias, 
hidatidose pulmonar, traumatismo de tórax, corpos estranhos na via aérea e vasculite. 
Causas de hemoptise de origem extrapulmonar → doença mitral, insuficiência 
cardíaca, tromnoembolismo pulmonar, doença de Rendu-Osler, hipertensãopulmonar, 
endometriose e alterações da coagulação. 
Fatores desencadeantes → exposição prolongada ao sol, mudanças metereológicas, 
menstruação e esforços. 
Diagnóstico diferencial: 
Hematêmese → é precedida de náuseas e vômitos, pode ser escura, apresentar coágulos 
ou restos de comida. 
Epistaxe → produz sangue vermelho, sem tosse, visível nas narinas ou pela via nasal 
posterior. 
Gengivorragia → o sangue vem das gengivas que são vermelhas, edematosas e às vezes 
supurativas. 
Dispneia → é uma sensação incômoda e desagradável de dificuldade ou incapacidade 
física para manter a função respiratória adequada. Os pacientes referem falta de ar. 
Origem da dispneia → hipóxia, hipercapnia, equilíbrio ácido-base e mudanças na 
relação pressão/volume do pulmão. 
Classificação da dispneia: 
1. Segundo sua etiopatogenia: dispneia por hiperventilação, dispneia por diminuição 
da capacidade vital. 
2. Segundo suas causas: respiratórias, cardíacas, de outras origens. 
3. Segundo categorias clinicas: dispneia de esforço, dispneia de repouso, dispneias 
paroxíticas ou crise de dispneia. 
Classificação segundo a severidade: 
1. Grau 1: aparece por grandes esforços que superam a atividade habitual do 
indivíduo (correr, subir escadas, etc). 
2. Grau 2: ocorre com a execução de esforços médios como caminhar em um ritmo 
normal ou carregar pequenas cargas. 
3. Grau 3: ocasionado por esforços mínimos (se vestir, tomar ganho, comer, se 
locomover de um cômodo a outro). 
4. Grau 4: aparece ainda em repouso. 
43 
 
5. Grau máximo: paciente em posição ortópneia que é uma posição anômala que 
adota o paciente com dispneia para conseguir respirar melhor. 
Diagnóstico diferencial para dispneia respiratória → instalação brusca, se intensifica 
com esforço físico, mas apenas com mudanças de posição. Exame físico: alterações de 
forma e simetria do tórax, sinais de dificuldade respiratória, acropaquias (alterações 
distais dos membros como cianose), cianose central que melhora com oxigênio e 
alterações da auscultação. 
Diagnóstico diferencial para dispneia cardíaca → instalação progressiva, se intensifica 
com o esforço físico e se modifica com as mudanças de posição. Exame físico: distensão 
jugular, ritmo de galope, hepatomegalia, refluxo hepatojugular, edemas, intolerância ao 
decúbito e crepitantes húmidos. 
DOR TORÁCICA 
De acordo com sua fisiopatologia, é dividido em: 
1. Dor visceral: localização retroesternal, com caráter de queimação e acompanhada 
de tosse irritante, seca e persistente. É produzido por condições 
traqueobrônquicas. 
2. Causas extra-respiratórias de dor torácica do tipo visceral: angina de peito, IAM, 
aneurisma dissecante e doenças esofágicas. 
Dor referida → produzida por causas extratorácicas, quase sempre retroesternal na 
localização, também na hipocondria e às vezes nas costas. 
Dor tipo mediastinal → está localizada estritamente no nível retroesternal e pode ser de: 
1. Surdo: indica lesão neoplásica, cística, inflamatória, vascular ou de mediatina 
pneumática. 
2. Aguda: no pneumomediastino é intenso, penetrante; na dissecção do aneurisma 
da aorta, é retroesternal, mas irradiado para o dorso. 
3. Aguda e pulsante: como na mediastinite supurativa. 
Dor somática → devido ao envolvimento das estruturas osteomioarticulares da caixa 
torácica e da pleura parietal. Tem origem nas terminações livres da pleura parietal e é 
conhecida como "dor nas laterais". Ele está localizado em qualquer uma das regiões 
axilares, é agudo. Isso dificulta a tosse e força o decúbito contralateral para o lado afetado. 
Causas de dor somática: 
Dor parietal: 
1. Síndrome ápio-costo-vertebral: existe inflamação nas articulações das costelas e 
vértebra. 
2. Síndrome de Tietze: também chamado de osteocondrite ou esternocondrite, a 
cartilagem entre costela e manubiro se inflamam por esportes ou pancada produz 
inflamção gerando dor uninaletal principalmente. Diagnostico é clínico através de 
palpalção, tratamento com analgésicos. 
3. Síndrome manubrioesternal: infiltração neoplásica no manúbrio do esterno, 
pancadas também geram inflamação, tratamento sintomático para dor. 
4. Compreensão radicular: a dor se origina na região posterior do tórax nas vertebras 
entre os corporvertebrales que apresentam as raízes dorsais que estão 
comprimidas por estes corpos vertebrais pela compressão radicular. 
44 
 
5. Costela cervical: anomalia congênita pela presença de uma costela extra 
localizada a nível da vertebra cervical e não apresenta união na região anterior do 
tórax estando livre e com a produção de movimentos ou respiração causa dor, 
diagnóstico clínico e de imagem, pode ser unilateral ou bilateral. Tratamento 
cirúrgico. 
6. Síndrome escalênico: os músculos escalenicos ajudam na respiração e quando 
ocorre uma miocite o paciente sente dor torárica principalmente em região apical. 
7. Síndrome parietal de prinzmetal: produzida por lesões na pleura parietal por 
causas de pancadas que produz dores torácicas. 
8. Herpes zoster: paciente com varicela tem o vírus inativado nos nervos periféricos 
intercostais e quando paciente é imunodepreimente o vírus inativado, volta a ser 
ativado causando dor. Diagnostico por várias vesículas entre os espaços 
intercostais como cobreiro, produzindo muita queimação e coceira. 
9. Síndrome de Cyriax-Davies-Colley: em alguns casos se dá por deslocação ou 
subluxação entre a costela e a cartilagem do esterno, ou por inflamação do nervo 
intercostal por exercícios físicos também conhecida como neurite intercostal. 
10. Síndrome xifoideo: paciente apresenta inflamação na apofice xifoide por traumas 
que podem inflamar ou por causas neoplásicas causando dor torácica. 
Síndrome de Pancoast-Tobías → produto da invasão das últimas raízes do plexo 
braquial por um carcinoma broncogênico (adenocarcinoma), no ápice pulmonar. Dor 
intensa no ombro, dorso torácico e na parte interna do membro superior ipsilateral a dor 
é do tipo queimação. 
Síndrome de Tietze → Sensibilidade à palpação localizada na 1ª, 2ª ou 3ª articulação 
condroesternal. 
Cianose → coloração azulada da pele e membranas mucosas que aparece quando a 
hemoglobina reduzida no nível capilar é igual ou superior a 5g/dL. É gerado pela 
insaturação arterial. É generalizado. 
EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO 
Se realiza inspeção, palpação, percussão e auscultação. Um exame físico sem achados 
semiológicos dependerá de estudos complementares para confirmar ou descartar hipótese 
diagnóstica. 
Topografia torácica → linhas de referência anatômica: 
 
1. Linha média ou externa 
2. Linha clavicular ou médio clavicular 
3. Linha axilar anterior 
 
 
 
 
 
 
1 
2 
3 
45 
 
Topografia lateral do tórax: Topografia dorsal do tórax: 
1. Linha axilar média 1. Linha vertebral 
2. Linha axilar posterior 2. Linha escapular 
 
 
 
 
 
 
 
Inspeção de tórax → avaliar coloração, face, biótipo, unhas em vidro de relógio, dedos 
de baqueta, posição e condição nutricional. 
Inspeção Estática → forma, simetria, estado da parede costal, vascularização, lesões ou 
cicatrizes. 
Inspeção dinâmica → avaliar a respiração, tipo, frequência, amplitude, ritmo e simetria 
e tiragem. 
Tórax em tonel ou enfisematoso → Aumento de todos os diâmetros, principalmente do 
anteroposterior. Exemplo: Enfisema Pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax paralítico, plano ou tísico → Alongamento do diâmetro vertical e redução do 
anteroposterior. Exemplo: Tuberculose Crônica 
 
2 
1 
T
1 
T 2
T
46 
 
 
 
 
Pectus excavatum (tórax com nervuras ou sapateiro) 
→ O desenvolvimento anormal do diafragma produz um 
tórax em forma de funil ou infundiliforme. 
 
 
 
 
 
Pectus carinatum (capacete, quilha ou peito de) frango → 
Pelo crescimento desproporcional das costelas. 
 
 
 
 
Inspeção dinâmica → amplitude respiratória: batipnéia ou respiração profunda, 
hipopnéia ou respiração superficial. Ritmo respiratório: regularidade dos ciclos,entre 
inspiração, expiração e apnéia. 
PADRÕES ANORMAIS RESPIRATÓRIOS 
 
Apneia → parada cardíaca respiratória. 
Biot’s → incremento PIC, depressão SNC, dano cerebral. 
Cheyne-Stokes → Depressão SNC, Ins. Card. Cong. e dano cerebral. 
Kussmaul’s → acidose metabólica. 
 
 
 
 
47 
 
RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES 
 
Ocorre em lesões do SNC, centro bulbar da respiração, se produz por danos a nível de 
SNC como traumatismo, tumor, intoxicação, encefalite, aterosclerose cerebral. 
RESPIRAÇÃO DE KUUSSMAUL 
Apresenta padrão de respiração profunda e muito elevada, aumenta frequência e 
profundidade respiratória, como 
se fosse uma fome de ar, a causa é 
por compensação respiratória 
devido a acidose metabólica e 
hiperventilação, é frequente em 
diabéticos e cetoacidose 
diabética. 
 
RESPIRAÇÃO DE BIOT 
É uma respiração anormal, irregular com períodos de apneia devido a lesões do bulbo 
raquideo. Paciente realiza pausa respiratória, hiperventilação, pausa respiratória de 5 a 30 
segundos logo realiza 
hiperventilação muito 
profunda. É frequente 
em traumatismo 
craneano, meningite, 
tumor cerebral, 
respiração atáxia 
(mistura de todos os 
padrões respiratórios 
anormais). 
 
 
 
 
48 
 
REPIRAÇÃO PARADÓXICA 
Quando ocorrem múltiplas fraturas de costelas, bilaterais ou associadas a fraturas do 
esterno. Na inalação, a área fraturada fica deprimida e interfere na expansão do pulmão 
subjacente. É conhecido como volet costal ou tórax instável. Se encontra em traumatismo 
torácico onde se fraturam ao menos dois ou três costelas contínuas onde se fratura a 
porção distal e proximal. 
Sinais de dificuldade respiratória → são progressivos e apresentam em disneia. 
1. Impressão: aparece uma depressão em zonas intercostais durante a inspiração 
quando usado os músculos acessórios da respiração. ECM, escaleno, trapézio, 
intercostais. Em nível de hipocôndrio apresenta a impressão subcostal. 
2. Palpitação nasal inspiratória: dilatação das asas nasais durante a inspiração. 
3. Respiração de gangorra: Durante a inspiração, o abdômen fica deprimido. 
PALPAÇÃO TORÁCICA 
Alterações da sensibilidade: 
1. Osteocondrite: sensibilidade com a compressão das cartilagens costais, onde 
paciente refere dor. 
2. Fraturas e fissuras de costelas: com a palpação das costelas se nota o sinal de 
escalón onde apresenta uma depressão a fratura ou a fissura. 
3. Neuralgia intercostal: se produz inflamação em todo o caminho do nervo, por 
traumatismo ou esportes. 
4. Costela ostealgia e esternalgia: dor nas costelas, osso costal ou no esterno por 
linfomas ou leucemias, anemia perniciosa, mononucleose. 
5. Enfisema subcutâneo: em patologias traumáticas ou degenerativas, apresentam 
fistulas de ar dos pulmões ao espaço subcutâneo gerando volume por baixo do 
tecido e com a depressão se deprime e aparece em outro lugar seguido por sons 
de crepitação ou dor. 
6. Frénito ou fricção pleural: quando as pleuras se inflamam produzem um som de 
atrito como ao esfregar das mãos é palpável quando estão inflamadas. 
7. Edema em esclavina: edema que vai do tórax superior ao rosto, se produz por 
tumor mediatisnico que comprime a cava inferior ou superior que compromete a 
drenagem adequada. Também ocorre em recém-nascidos durante o parto normal 
devido ao canal vaginal ser pequeno. 
8. Nódulos mamários. 
9. Adenopatia supraclavicular: ocasionado por tuberculose e especialmente câncer 
de pulmão. 
Expansibilidade torácica → com a inspiração se expande os pulmões e o tórax e se 
avalia com as mãos na região anterior próxima a linha media com distanciamento de 1cm 
entre os polegares e se pede ao paciente que inspire. Com a inspiração a distância de 
separação dos polegares devem ser de 1cm. Se realiza em regiões superiores e inferiores 
anteriores, superiores e inferiores dorsais. 
Alterações da expansibilidade → maior em crianças e mulheres e diminuída em 
enfisema pulmonar, espondilose, derrame pleural volumoso. 
Bilateral → enfisema pulmonar, miopatia, isquemia bubares, Sindrome de Guillian Barré 
e Síndrome de Pickwik. 
49 
 
Unilateral → atelectasia, derrame pleural massivo, pneumotórax, pneumonia. 
Localizada → tuberculose pulmonar, câncer de pulmão nos vértices. 
Elasticidade Torácica → compressão firme e gradual de cada hemitórax. Uma mão na 
frente e outra atrás. Se deve deprimir os arcos costais. É maior em mulheres e crianças e 
diminuida em condensações, enfisema, derrames. 
PALPAÇÃO 
Vibrações ou frêmitos vocais → é a vibração palpável da parede torácica como 
consequência da fala ou da emissão de outros sons. Se coloca a palma da mão do 
explorador nas regiões anterior, posterior e lateral então se pede que o paciente pronuncie 
o número 33 para obter vibrações de grande amplitude. Deve efetuar dos vértices até as 
bases nos planos anterior, lateral e posterior de cada hemitórax. As vibrações vocais 
podem estar aumentadas, diminuídas ou abolidas. 
Aumento das vibrações vocais → se detecta como áspero e grosseiro, ocorre em 
presença de derrame ou de massa solida dentro dos pulmões, consolidação pulmonar, 
secreções bronquiais espessas, mas não obstrutivas, compressão pulmonar, tumor, 
pneumonia, congestão pulmonar e atelectasia compressiva. 
Diminuição das vibrações vocais → se deve por excesso de ar nos pulmões, ocorre por 
atelectasia obstrutiva, derrame pleural, paquipleurite, pneumotórax, enfisema, 
engrossamento, edema pulmonar massivo e obstrução bronquial. 
Regiões de vibração: 
Vibrações aumentadas: 
1. Pneumonia 
2. Congestão pulmonar 
3. Tumores 
4. Atelectasia compressiva 
5. Abscesso pulmonar 
 
 
 
 
 
 
PERCUSSÃO TORÁCICA 
Técnica → se percute com o dedo 
médio da mão direita sobre o dedo indicador da 
mão esquerda com força. 
 
 
 
Vibrações diminuídas: 
1. Atelectasia obstrutiva 
2. Enfisema 
3. Derrame pleural 
4. Paquipeleurite 
5. Pneumotórax 
6. Paralisia das cordas vocais. 
50 
 
Regiões para percussão torácica 
 
 
ANTERIOR POSTERIOR 
Achados da percussão: 
1. Zonas aeradas normais: sonoridade ou ressonância normal. 
2. Substituição de ar por material denso: matidez. 
3. Interposição de liquido na pleura: matidez. 
4. Aumento de conteúdo aéreo: hipersonoridade. 
5. Ar pressionado: timpanismo. 
6. Matidez: pneumonia, infarto pulmonar, atelectasia, derrame pleural. 
7. Timpanismo: pneumotórax e bula gigante. 
8. Hipersonoridade: enfisema e crise asmática. 
AUSCULTAÇÃO RESPIRATÓRIA 
É um erro auscultar por cima da roupa do paciente pois pode originar ruídos acessórios 
que podem se confundir com ruídos respiratórios anormais. 
Se auscultam as regiões anteriores e posteriores e laterais do tórax como na imagem 
abaixo sempre se comparando os hemitórax de ambos os lados. 
 
51 
 
 
 ANTERIOR POSTERIOR LATERAL 
SEMPRE AUSCULTAR → ápice, terço médio e base dos pulmões. 
Achados da auscultação → a auscultação torácica confere maior rendimento ao exame 
físico com mais quantidades de informações, deve ser comparativa, identificar ruído 
bronquial e murmúrio pulmonar (são normais) e ruídos adventícios (anormais) como 
crepitações, ronco, sibilâncias e esfregão (roces), sopros (pleurítico, anfórico e soprante) 
além de ressonância vocal como egofonia, pectoriloquia e pectoriloquia áfona. 
Ruídos respiratórios normais: 
Sopro laringotraqueal → causado pela passagem de ar pela laringe, é de alta intensidade 
e soprante. Se escuta sobre a traqueia e o dorso do pescoço. 
Murmúrio vesicular → causado pela distensão dos alvéolos na respiração, é de suave 
tonalidade baixa e predomina na inspiração. Escutado melhor nos 2 primeiros espaços 
intercostais na região axilar e infraescapular. 
Respiração broncovesicular → causado pela superposição do sopro laringotraqueal e 
murmúrio vesicular, tem intensidade intermédia e é expiratório. Se escuta melhor na 
região infraclavicular direita e interescapular. 
Achados anormais, adventícios, agregados ou estertoresAumento do murmúrio vesicular → bilateral: exercício, caquexia, febre, respiração 
acidótica de Kussmaul. Bilateral: derrame pleural, atelectasia, tumores, inflamações, 
supletória entre base e vértice dos pulmões. 
Diminuição do murmúrio vesicular → generalizada: insuficiência respiratória (rinite, 
sinusite, amigdalite e desvio do tabique nasal), afecção de vias aéreas superiores (paralisia 
das cordas vocais, neoplasias, corpos estranhos, estenose e compressão da traqueia), 
enfisema pulmonar e obesidade. Localizada: bronquiais (obstrução por compressão, 
inflamatórios ou corpos estranhos), parenquimatosos (enfisema localizado, pneumonia e 
congestão), parietais (raquitismo, fraturas, neuralgia intercostais, escoliose, pneumotórax, 
hidrotórax, pleurisia, paquipleurite e sínfise pleural). 
Substituição do murmúrio vesícular → sopro tubárico: parecido com o sopro 
laringotraqueal, mas em áreas anômalas e ocorre pelo aumento da condensação da luz 
pulmonar. Encontrado en corticopleurite, lobulite, hepatização, pneumonia, abcessos, 
broncopneumonia e esclerose. Sopro pleural: similar ao sopro tubárico mas é expiratório 
com tonalidade de E e menos intenso. Ocorre por derrame pleural e não se encontra no 
hidrotórax. 
52 
 
Estertores secos (obstrução bronquial) → de tom alto ou sibilante: ocorre em asma 
bronquial, bronquite e pneumonia. De tom baixo ou ronco: processos inflamatórios dos 
brônquios e bronquite. 
Estertores húmidos → crepitantes: soa como esfregar os dedos no cabelo, ocorre devido 
a liquido nos alvéolos, são húmidos de tonalidade alta e suave. Ocorre em pneumonia, 
insuficiência cardíaca congestiva e fibrose intersticial. Bolhosos: se deve a secreção 
fluidas nos brônquios, parecido como assoprar com um canudo dentro de um copo d’água. 
Se ouve na bronquite, bronquiectasia, infarto agudo de pulmão e broncopneumonia. 
Esfregaço pleural → escutado como o esfregar de uma lixa ou similar ao esfregar os 
dedos contra a cara posterior da orelha. Se escuta na pleurite aguda e neoplasias 
infiltrantes. 
Alteração da auscultação da voz 
Abolição ou diminuição → obstrução laríngea, obesidade, enfisema e pneumotórax. 
Broncofonia → aumento da ressonância da voz sem nitidez, sugere aumento de 
condensação (pneumonia, hepatização), acompanha o sopro tubárico. 
Pectoriloquia → a voz se escuta de maneira clara e forte, acompanha sopro cavernoso e 
sugere abscessos e cavernas tuberculosas. 
Pectoriloquia áfona → quando se escuta de maneira sussurrada, sugere caverna 
tuberculosa, derrames pleurais serosos e pneumotórax. 
Egofonia → voz de cabra, similar a voz nasal, quase patognomônico de pleurisia com 
derrame, pode estar na pneumonia. 
Voz anfórica → voz com timbre metálico, escutado em pneumotórax e cavernas 
pulmonares. 
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR 
O coração é um órgão oco que em seu interior contém 
sangue. Seu funcionamento fisiológico se dá como uma 
bomba composta por quatro câmaras divididas em duas 
câmaras direitas e duas câmaras esquerda. O sangue 
drenado da cabeça, pescoço e membros superiores 
chegam no coração através da veia cava superior que 
desemboca no átrio direito. O sangue drenado dos 
membros inferiores, pelves, abdômen e tórax, chegam no 
coração através da veia cava inferior e desemboca no átrio 
direito. 
Quando o sangue está no átrio direito, deve passar para o 
ventrículo direito através da válvula tricúspide e deve ir 
ser oxigenado passando do ventrículo direito que passa 
pela válvula pulmonar, passando para a artéria pulmonar 
que irá levar sangue desoxigenado até os pulmões direito 
e esquerdo para realizar a hematose. 
O sangue oxigenado dos pulmões direito e esquerdo chega ao coração por duas veias 
pulmonares direita e duas veias pulmonares esquerda que desembocarão no átrio 
esquerdo. Do átrio esquerdo passará para o ventrículo esquerdo através da válvula mitral 
53 
 
ou bicúspide e do ventrículo esquerdo será transferido para todo o organismo através da 
artéria aorta passando pela válvula aórtica, passando pela aorta ascendente, cajado da 
aorta e aorta descendente. Com a falha em alguma dessas estruturas causará falha na 
direção do sangue. 
Se houver comunicação entre os ventrículos ou entre os átrios receberá o nome de shunt 
e o sangue passará de as câmaras esquerda para a direita devido a força de pressão ser 
maior do lado esquerdo. Se ocorrer hipertrofia do ventrículo direito, o sangue passará da 
direita para a esquerda ocasionando cianose ocorrendo principalmente em crianças. 
Nos adultos o sopro é devido a patologias das válvulas sendo estenose ou insuficiência 
das mesmas. A estenose é a abertura insuficiente da válvula impedindo a passagem do 
sangue dos átrios para os ventrículos. 
A estenose ou insuficiência for à esquerda (válvula bicúspide e válvula aórtica) fará com 
que o sangue em excesso vá para os pulmões gerando dispneia, edema. Se for o oposto e 
a estenose ou insuficiência for à direita (válvula tricúspide e válvula pulmonar) fará com 
que o sangue em excesso vá para a veia cava inferior e superior gerando edema de 
membros inferiores e ingurgitação jugular. 
Para auscultação da válvula aórtica, o posicionamento do estetoscópio será no lado direito 
no segundo espaço intercostal devido ao fluxo de sangue vai para a direita. E para 
auscultação da válvula pulmonar, o posicionamento do estetoscópio será no lado esquerdo 
no segundo espaço intercostal devido ao fluxo de sangue vai para a esquerda. Para 
auscultar as válvulas tricúspide e bicúspide, o posicionamento do estetoscópio será no 
quinto espaço intercostal. 
Falha cardíaca à direita → gerará edema ascendente, ascite (cardíaca: gera edema 
generalizado, hepática: ascite somente no abdômen, renal: ascite generalizada com 
pruridos), derrame pleural e/ou pericárdico, anasarca, hepatomegalia e/ou icterícia, 
esplenomegalia, ingurgitamento jugular. 
Falha cardíaca à esquerda → gerará dispneia, tosse, ruídos crepitantes em maré, 
hemoptise, claudicação, enchimento de cabelo lento, hipotensão, palidez e cianose. 
A estenose ou insuficiência das válvulas geram insuficiência do coração. Se for esquerda, 
gerará insuficiência cardíaca esquerda e se for direita, gerará insuficiência cardíaca 
direita. Quando existe insuficiência em ambas as cavidades cardíacas, gerará em 
insuficiência cardíaca global ou congestiva. 
Exploração → através de inspeção, palpação, percussão e auscultação. 
Motivos de consulta → dor no peito, dispneia, dispneia paroxística noturna, cansaço e 
fadiga, edema, perda de consciência (síncope), palpitações, tosse, hemoptise, cianose e 
claudicação. 
Inspeção → observar o biótipo, face e atitude do paciente, observe a região precordial da 
direita para a esquerda. A inspeção deve ser: inspeção geral, inspeção estática, inspeção 
dinâmica. 
Atitude e posturas → face dispneica, impossibilidade para manter o decúbito dorsal, 
ortópneia obrigatória é o mais comum, sinal de almofada, posição mahometana, posição 
de cócoras principalmente em crianças. 
54 
 
Habito constitucional → brevelíneos: hipertensão, coronariopatias, AVC, aterosclerose. 
Longilíneos: hipotensão arterial, taquicardias paroxísticas supraventriculares, neurose 
cardíaca e aneurisma dissecante da aorta. 
Peso → obesidade, síndrome de Pickwick composta pelo aumento do trabalho cardíaco, 
sonolência, ligeira cianose central e hipertensão pulmonar, dor precordial pós-prandial, 
se podem sobrepor sintomas de obesidade com os de falha cardíaca, podem fazer 
mudanças bruscas no peso do paciente. 
Coloração da pele e mucosas → palidez: devida a vasoconstrição cutânea generalizada 
comum em valvulopatias aórtica grave (aguda e crônica), regurgitação mitral aguda, 
hipertensão arterial evolutiva, síncope, no choque, está associada à cianose periférica. 
Cianose: cardiopatias congênitas cianóticas (se associa a poliblobulia que é o aumento do 
hematócrito), cor-pulmonale crônico em maioresde 50 anos. Quando a cianose é 
periférica, geralmente é fria e é atenuada pelo efeito da gravidade (elevar o membro 
comprometido). Icterícia: doença da válvula tricúspide grave, hipertensão pulmonar e 
insuficiência com dilatação do ventrículo direito. 
Circulação fetal → apresenta duas artérias e uma veia, onde as artérias transportam 
sangue venosa, e a veia sangue oxigenado da placenta que leva o sangue oxigenado para 
o umbigo e da veia umbilical para o fígado que transporta para a veia cava inferior 
chegando no átrio direito. A veia umbilical leva o sangue oxigenado para o átrio direito 
que passa para o ventrículo direito, no entanto, a artéria pulmonar não tem função de 
realizar a troca gasosa, e devido a isso existe uma comunicação entre a artéria pulmonar 
e a aorta chamada de duto arterioso que distribui o sangue oxigenado para todo o 
organismo, voltando para as artérias umbilicais que vão levar o sangue desoxigenado para 
a placenta que realiza a troca gasosa. Através do forame oval que comunica os átrios, 
passará sangue oxigenado para o átrio esquerdo. Ao nascer, com o choro do bebê o forame 
oval e o ducto arterioso automaticamente se fecham. 
Edemas → começa pelos pés e tornozelos e diminui pela manhã. Em graus mais 
elevados, atinge a parede abdominal e os flancos podendo chegar a ascite, derrames 
pleurais e pericárdicos e anasarca. Pode ser bilateral, indolor, frio e com tom cianótico. 
Classificação da intensidade do Sinal de Godet 
Grau Cruzes Magnitude Extensão 
I +/++++ 
2 mm – Leve 
depressão sem 
distensão 
visível do 
contorno 
Desaparecimento 
quase imediato 
II ++/++++ 
Depressão de 
até 4 mm 
Desaparecimento 
em 15 seg 
III +++/++++ 
Depressão de 
até 6 mm 
Desaparecimento 
em 1 min 
IV ++++/++++ 
Depressão 
profunda de 
até 1cm 
Desaparecimento 
de 2 a 5 min 
Febre por causas cardiovasculares → endocardite infecciosa aguda, infarto do 
miocárdio, pericardite epistenocárdica: 2 a 7 dias após IAM, síndrome pós IAM de 
Dressler: 3 a 4 semanas após IAM, pericardite e miocardite. 
 
55 
 
Dor → a dor torácica pode ser do tipo visceral ou visceral mediastínico de acordo com as 
áreas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinal de Levine → consiste em levar o punho ao tórax, acompanhado de dispnéia, 
diaforese e pressentimento de morte iminente em pacientes com IAM. 
Cabeça → Sinal de Musset: por aumento acentuado na pressão diferencial, regurgitação 
da válvula aórtica, fístulas arteriovenosas, hipertireoidismo, anemia crônica e febre. 
Complexo oftalmoganglionar: sinal de Mazza + sinal de Romaña (edema periocular). 
Doença de Chagas. Xantelasmas: hipercolesterolemia. Procurar lesões na boca quando há 
suspeita de endocardite. 
Pescoço → pulso arterial carotídeo e ingurgitamento jugular (1º, 2º ou 3º grau). 
 Primeiro grau: ingurgitamento da veia que não chega a passar o 
esternocleidomastoideo. 
 Segundo grau: ingurgitamento que sobrepassa o músculo esternocleidomastoideo. 
 Terceiro grau: ingurgitamento que se estende até a base do maxilar inferior. 
ÁREA 5 
a) Dor de distensão do fígado 
b) Dor das vias biliares 
c) Dor pleuropneumonia 
d) Miosite 
e) Embolia pulmonar 
f) Herpes zoster 
 
ÁREA 4 
a) Ulcus gastroduodenal 
b) Dor esofágica 
c) Dor isquêmica 
d) Dor pancreática 
e) Dor das vias biliares 
f) Dor pleurodiafragmática 
ÁREA 3 
a) Dor pleuropulmonar 
b) Pneumonia 
c) Dor da parede torácica 
d) Dor isquêmica 
e) Embolia pulmonar 
f) Dor psicógena 
ÁREA 2 
a) Dor ombro-periartrite 
b) Dor musculoesquelético 
c) Costocondrite 
d) Dor isquêmica 
e) Dor artrósico cervical 
f) Dor psicógeno 
Área 1 
a) Dor isquêmica 
b) Dor esofágica 
c) Dor pericárdica 
d) Dissecção aórtica 
e) Embolismo pulmonar 
f) Dor mediastínica 
56 
 
Exame físico cardiovascular: 
Exposição do paciente → deixar a região a ser explorada descoberta. Não é 
recomendável auscultar os sons cardíacos através das roupas. 
Inspeção estática → observar coloração da pele, configuração externa e presença de 
circulação colateral (por congestão da veia cava inferior). 
Inspeção dinâmica → permite observar a batida da ponta ou batida apexiana que é a 
elevação que a região do apex experimenta, devido ao impulso para frente da ponta do 
ventrículo esquerdo, durante o início da sístole cardíaca. Também chamado de impacto 
da ponta, impulso apical ou ictus cordis. A inspeção do choque da ponta permite fixar sua 
situação ou localização, forma, intensidade, extensão, frequência e ritmo dos batimentos 
cardíacos. 
Inspeção dinâmica do choque da ponta → é melhor visto nos homens do que em 
mulheres. Sofre variações no estado fisiológico, de acordo com a constituição, pressão 
abdominal e posição do paciente e é mais observada em pacientes magros. Também 
depende da espessura da parede, do tamanho do coração e da força de contração do 
miocárdio. 
Inspeção dinâmica do batimento epigástrico → identificados em pacientes magros 
apresenta pulsação a nível do epigástrio secundário as pulsações da aorta descendente 
abdominal. 
Palpação → a técnica de exploração consiste de: com o paciente em decúbito dorsal ou 
sentado, apalpar toda a área precordial com a palma da mão. Apresenta dois métodos: 
palpação digital para avaliar choque da ponte e palpação manual (com a mão toda sobre 
o tórax do paciente) será para avaliar frêmito cardíaco. 
A palpação ajuda a delimitar as partes do esterno e definir os espaços intercostais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A nível do segundo espaço intercostal está localizado os focos da base (Aórtico e 
Pulmonar) e a nível do quinto espaço intercostal apresenta os focos apicais (Tricúspide e 
Mitral). 
 
 
 
 
57 
 
 
 
 
Posições do paciente para palpação → 
paciente deitado, decúbito lateral esquerdo, 
sentado e sentado, inclinado para a frente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na palpação, buscar movimentos pulsantes (choque da ponta), vibrações ou choques 
palpáveis das válvulas, tremores (frêmito) e fricção pericárdica palpável (frêmito 
pericárdico). 
Estremecimento catário ou frêmito ou thrill → é uma sensação percebida pela mão, 
comparável à sensação do ronronar de um gato. Mecanismo de produção: Quando a 
corrente sanguínea passa de uma porção estreita para outra de maior amplitude, formam-
se redemoinhos de fluidos que, ao colidirem com as paredes cardíacas ou vasculares, que 
as fazem vibrar produzindo as sensações de ronronar. O thrill é a manifestação tátil de 
um sopro. Técnica do exame de thrill: palpar a região precordial com toda a mão. 
Percussão → a percussão cardíaca é um método altamente subjetivo e sujeito a erros. O 
som percussivo de submatidez e deve ser diferenciado do volume normal dos pulmões. 
Auscultação → áreas e focos précordiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na posição de decúbito 
lateral esquerdo (posição 
de Pachón), a ponta desvia 
2 a 5 cm em direção à 
região axilar. 
58 
 
 
 
Auscultação dorsal → apresenta a área de 
auscultação da aorta descendente torácica, que 
se localiza à esquerda entre a linha vertebral e a 
linha escapular. 
 
 
 
 
Áreas e focos precordiais → os principais são: 
Foco aórtico → localizado no segundo espaço intercostal direito, próximo à borda direita 
do esterno. Representa a direção do fluxo sanguíneo da válvula aórtica e a direção da 
transmissão do som que segue o fechamento desta válvula. 
Foco pulmonar → localizado exatamente próximo à borda esquerda do esterno, no 
segundo espaço intercostal esquerdo. Se correlaciona com a via de saída da válvula 
pulmonar. 
Foco tricúspide → localizado aproximadamente de 3 a 4 cm, à esquerda do esterno, à 
nível da quinta articulação condrocostal esquerda. Representa a via de saída da válvula 
tricúspide e a direção da transmissão do som que segue o fechamento da válvula. 
Foco mitral ou apical → localizado no quinto espaço intercostal esquerdo, na linha 
hemiclavicular. Representa uma válvula e uma câmara cardíacaonde o sangue flui da 
válvula mitral, que está mais acima e à direita e a ponta do ventrículo esquerdo que está 
por trás desse foco. 
Áreas adicionais: 
Foco de Erb ou segundo foco aórtico → se localiza no terceiro espaço intercostal 
esquerdo. É considerado o quinto foco principal da ausculta precordial. Os sons das 
válvulas aórtica e pulmonar, principalmente sopros de regurgitação aórtica, podem ser 
transmitidos neste ponto. 
Área esternoclavicular → repousa sobre o esterno e sua junção com ambas as clavículas, 
bem como parte dos primeiros espaços intercostais esquerdo e direito. Essas estruturas 
podem servir como linhas de demarcação para avaliar o arco aórtico e a artéria pulmonar. 
Área do ventrículo direito → se localiza sobre o ventrículo direito e se estende do 
terceiro espaço intercostal até a extremidade distal do esterno. A borda lateral direita da 
área encontra-se sobre o átrio direito e o ventrículo esquerdo está em sua borda lateral 
esquerda. 
Área epigástrica → representa a mesma região anatômica para exames abdominais e 
cardíacos e as pulsações aórtica e ventricular direita podem ser detectadas nesta área. 
59 
 
Objetivo da auscultação cardíaca → determinar o ritmo e a frequência cardíaca. Para 
avaliar a frequência e o ritmo cardíaco, não é necessário auscultar todos os locais 
precordiais, porque o som é bem transmitido e a frequência e o ritmo não variam. 
O ritmo costuma ser regular, varia em crianças e adultos jovens, também varia com a 
respiração e com a respiração. Quando uma arritmia é detectada, o exame deve ser 
concluído auscultando simultaneamente com a palpação do pulso radial. Na arritmia 
completa por fibrilação atrial, todos os batimentos arrítmicos atingem o pulso e são 
ouvidos e palpados sincronizadamente. 
Identifique os sons do coração em cada foco: A ausculta do coração revela a presença, 
em cada ciclo cardíaco, de dois sons em relação ao fechamento das válvulas desse órgão. 
Ruídos cardíacos → R1 e R2. Os ruídos cardíacos rítmicos devem ser regulares, 
normofonéticos e sem sopros. 
Primeiro ruído (R1) → tem tom ligeiramente baixo, dura um pouco mais do que o 
segundo ruído (R2). Sua onomatopeia é TUM e tem maior intensidade na ponta quando 
é auscultado com o diafragma do estetoscópio. Representa o fechamento das válvulas 
mitral e tricúspide e marca o início da sístole ventricular. 
Segundo ruído (R2) → é o tom mais alto, de menor duração. Sua onomatopeia é TA e 
possui maior intensidade nos focos da base. Representa o fechamento simultâneo das 
válvulas sigmóide aórtica e pulmonar, início da diástole ventricular. 
R1 e R2 devem ser auscultados na base e no ápice! 
Terceiro ruído (R3) → ocorre logo após o 2º ruído. É causada por vibrações da parede 
ventricular que resultam do impacto da corrente sanguínea que entra durante o 
enchimento ventricular rápido. Devido à sua baixa intensidade e tom baixo, não é 
comumente ouvido e é ouvido apenas no foco apexiano (mitral). É comum na infância, 
comum em adolescentes e muito raro após 40 anos. Ruído inconstante e quando aparece, 
NÃO É PATOLÓGICO! 
Quarto ruído (R4) → também é conhecido como ruído atrial, causado por enchimento 
rápido e não é ouvido em menores de 50 anos. Pode ter uma origem direita ou esquerda 
e suas causas são: Direita: hipertensão pulmonar, cardiomiopatia e estenose da válvula 
pulmonar. Esquerda: hipertensão sistêmica, estenose da válvula aórtica, cardiomiopatia e 
doença cardíaca isquêmica. Ruído inconstante e quando aparece, É PATOLÓGICO. 
Sopros → são os sons que surgem em relação ao ciclo cardíaco na região precordial ou 
em suas proximidades, com características acústicas. Na maior parte, eles são produzidos 
por um fluxo turbulento e o grau de turbulência depende da velocidade e da viscosidade 
do sangue e do tipo e configuração do obstáculo que surge na corrente sanguínea. 
Critérios para descrever sopros: 
 De acordo com as características: 
1. Intensidade. 
2. Tom. 
3. Timbre. 
4. Momento da revolução cardíaca 
em que ocorre (sístole ou 
diástole) 
5. Duração. 
6. Local de maior intensidade. 
7. Irradiação. 
8. Modificações. 
 
60 
 
1. INTENSIDADE: se relata de acordo com a intensidade. 1/6, 2/6, 3/6, onde: 
Grau 1 → muito fraco. Muito pouco audível. 
Grau 2 → fraco. Audível apenas em silêncio. 
Grau 3 → moderado. Claramente audível. 
Grau 4 → intenso. Pode ser associado a Thrill. 
Grau 5 → muito intenso; Thrill palpável. Pode ser ouvido com o estetoscópio 
parcialmente fora do tórax. 
Grau 6 → muito intenso, intensidade máxima. Thrill palpável, você ouve, mesmo sem o 
estetoscópio. 
2. TOM: alto ou agudo; baixo ou grave. 
3. TIMBRE: suave ou aspirante, soprante, raspante ou áspero, maquinário, jato de 
vapor, musical. 
4. MOMENTO EM QUE OCORRE: sistólica, diastólica, sistodiastólica. 
5. DURAÇÃO: 
 
Sopro TUM-TSSS-TÁ → sistólico. Sopro TUM-TÁ-TSSSSS→ diastólico 
Ambos os sopros apresentam três momentos e se classificam de acordo com a fase de 
aparecimento: 
SÍSTOLE 
Início: protosistólico 
Meio: mesosistólico 
Final: telesistólico 
Se aparece em todas as fases: 
Holosistólico 
DIÁSTOLE 
Início: protodiastólico 
Meio: mesodiastólico 
Final: telediastólico 
Se aparece em todas as fases: 
Holodiastólico 
6. Localização: é o foco ou local onde se ouve com maior intensidade e clareza, o 
que permite deduzir o aparato valvular ou a câmera que o produz. 
7. Propagação: por onde o sopro se espalha, de acordo com a direção do fluxo 
sanguíneo. 
Amostra de registro de exame escrito precordial normal 
Inspeção: batimento de ponta visível no 5º espaço intercostal e a linha médio clavicular. 
Não se observa deformidades ou outros movimentos pulsantes. 
Palpação: Choque da ponta palpável no mesmo local visível. Não se palpa outros 
movimentos pulsáteis, frêmitos e de fricção. 
61 
 
Percussão: Área cardíaca percussiva dentro dos limites normais. 
Auscultação: Ruídos cardíacos normais e rítmicos de bom tom e intensidade. Não se 
ausculta ruídos acessórios, sopros ou fricção. FC: 80 / min. 
Exame do pulso arterial 
É a técnica de exame físico mais antiga, originada pela sístole ventricular. O pulso arterial 
é uma onda determinada pela distensão repentina das paredes da aorta, que se espalha 
para as artérias graças à sua elasticidade e a velocidade de propagação é de 7 a 10 m/s. 
São avaliados por palpação digital, com os dedos indicador e medial, em locais onde a 
parede arterial pode ser comprimida. As artérias carótida, femoral e aorta, além da 
palpação, também devem ser auscultadas. 
Escala de pulso → os pulsos devem ser palpados bilateralmente e ao mesmo tempo com 
exceção das carótidas. 
0 Pulsos não palpáveis. 
1 + Pulso palpável, fraco, filiforme. 
2 + Pulso fraco, mas não pode obliterar. 
3+ Fácil de palpar, forte, não pode obliterar. 
4+ Forte, pulso intenso. 
Locais de palpação → temporal, carotídeo, axilar, braquial/umeral, ulnar, radial, aórtico, 
femoral, poplítea, posterior tibial e pedio ou dorsal do pé. 
Localização para palpação 
Temporal → acima e na frente do pavilhão auricular. 
 
 
 
 
62 
 
 
Carotídeo → dentro da borda 
medial do músculo ECM, 
colocar os dedos em forma de 
gancho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Axilar → se palpa no oco axilar e o 
paciente deve colocar o braço elevado em 
90°. 
 
 
 
 
 
Braquial/humeral → com o antebraço 
ligeiramente flexionado sobre o braço, se 
palpa ao longo da borda interna do bíceps 
sobre o terço distal do braço. 
 
 
 
 
 
Cubital → se palpa na superfície palmar da 
articulação do pulso, por cima e para fora do 
osso pisiforme. 
 
 
 
63 
 
 
Radial → se palpa na cara ventral do pulso, sobre a 
corredeira bicipital. A mão do paciente deve estar 
ligeiramente inclinada para dentro. 
 
 
 
Teste de Allen → se realiza previamente a um cateterismo radial. Paciente deve fechar a 
mão, e o médico comprime as artérias radial e cubital dopulso ao mesmo tempo. Após 
feito isso, o paciente deve abrir a mão que deverá ficar pálida. Ao retirar a pressão das 
artérias de forma intermitente, deve se observar a reperfusão. Caso o teste de Allen seja 
positivo, não se deve realizar o cateterismo. 
 
Femoral → se palpa a altura do ligamento inguinal ou no 
triangulo de Scarpa. Em algumas pessoas, pode ser mais 
para baixo. 
 
 
 
Poplíteo → paciente deve estar em decúbito ventral, se 
flexiona a perna sobre o músculo e se palpa a região 
poplítea. 
 
 
 
 
Tibial posterior → se palpa no canal retromaleolar 
interno. 
 
 
 
 
 
Pedioso (pedio) → se palpa no dorso do pé, por fora 
do tendão do extenso próprio do dedão e pode estar 
ausente em 5 a 10% das pessoas normais. 
 
64 
 
Facilidade ou resistência a palpação → os pulsos devem ser palpados sem dificuldade, 
pode ser difícil de palpar em aterosclerose e edema. Se diminuírem devido à interrupção 
do fluxo, devem ser avaliados por USG Doppler. 
Sincronismo e comparação de sua amplitude → comparar o sincronismo de pulso 
radial e femoral em ambos os lados e também comparar a amplitude do pulso radial com 
o femoral. 
Frequência e ritmo do pulso radial → frequência: 60 a 100 bpm. O ritmo está 
correlacionado com a frequência cardíaca. Déficit de pulso: frequência de pulso menor 
que a FC. 
Dureza, amplitude e contorno do pulso → pulso forte em HAS e arteriosclerose, Pulso 
suave em hemorragias ou choque. A amplitude está relacionada à pressão diferencial 
(normal de 30 a 40 mmHg). 
 
Achados auscultatórios → carótidas, aorta a nível do epigástrio e região umbilical, 
iliacofemoral se auscultam em ambas as fossas ilíacas até a região umbilicar e se ausculta 
para investigar a presença de sopros por aneurisma, estreitamento ou placa de ateroma no 
interior da artéria. 
Alterações que podem ser encontradas: 
Bradifigmia → são diminuições do pulso menores que 60bpm. Causas: vagotonia, 
hipotireoidismo, síncope, hipersensibilidade do seio carotídeo e por fármacos 
(betabloqueadores). 
Taquifigmia → são aumento do pulso maiores que 100bpm. Causas: fármacos e infusões 
(chás), febre (10bpm para cada grau aumentado maior que 37ºC), hipertireoidismo, 
extrasístoles, TPV (taquicardia paroxística ventricular), TPSV (taquicardia paroxística 
supraventricular), vibração auricular. 
Déficit de pulso → acontece quando a FC é maior que a frequência de pulso (pulso < 
FC). Causas: extrasístole, fibrilação auricular de frequência rápida, ICC (insuficiência 
cardíaca congestiva). 
Pulso irregular → arritmia respiratória, fibrilação auricular e poliextrasistolia. 
Pulso paradógico → tamponamento cardíaco, cardiomegalia, crises asmáticas, DPOC, 
síndrome cérvico braquial de Aynesworth. 
 
 
 
 
65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Normal 
Desigual irregular rítmico 
(alorrítmico) – Causa: pulso 
bigeminado (extrasistolia) 
Desigual irregular 
(arrítmico) – Causa: 
extrasistolia ou parasistolia 
Desigual irregular rítmico 
(alorrítmico) – Causa: pulso 
bigeminado (extrasistolia) 
Falsante igual e regular – 
Causa: Pseudobradisfigmia 
(por extrasístoles muito 
precoces) 
Desigual regular periódico – 
Causa: pulso paradógico 
Pulso desigual e irregular 
permanente 9arritmia 
completa) – Causa: fibrilação 
auricular, extrasistolia 
polifocal múltipla (auricular ou 
ventricular) 
66 
 
Alterações 
Pulso paradógico → na inspiração, 
aumenta a FC e diminui a amplitude do 
pulso. Na expiração, se aumenta a 
amplitude do pulso e diminui a FC. A 
amplitude diminui mais que 10mmHg. 
Em pulso normal, a amplitude diminui 
somente 10mmHg. 
 
 
Amplo ou magnus → a amplitude 
é maior do que a normal. 
Classificado com um pulso de grau 
4 ou 5. Causas: insuficiência 
aórtica moderada, hipertiroidismo, 
esclerose vascular aórtica (mais comum em idosos), hipertensão arterial, anemias 
crônicas (as vezes), febre (as vezes) e exercício ou emoção (as vezes). 
Amplo ou magnus e celer (pulso 
colapsante de Corrigan) → tem a 
amplitude maior que o normal e o 
descenso é brusco. Causas: insuficiência 
aórtica grave ou média, fistulas 
atrioventriculares (não sempre). 
Pequeno ou parvus ou filiformes 
→ causados por hipotensão 
arterial, adiastolias (estenose 
mitral, derrames pericárdicos), 
insuficiência cardíaca e 
taquicardias paroxísticas. 
Pulso parvus e tardus → são pequenos e lentos. Causa: estenose aórtica grave. 
 
 
Pequeno ou parvus e celer → são pequenos e acelerados. Causa: insuficiência mitral. 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
Hipertensão Arterial Sistêmica 
É definido como o nível de PA em que os benefícios do tratamento superam claramente 
seus riscos com base nos resultados dos estudos clínicos. 
Classificação: 
 
Diagnóstico → através de repetidas medições de PA em consulta e determinar a PA por 
MAPA e/ou MAPA quando for logística e economicamente viável. 
Tratamento: 
 PA normal-alta (130-139/85-89 mmHg): tratamento farmacológico quando o 
risco cardiovascular é muito alto devido a doença cardiovascular estabelecida e 
especialmente sob risco de doença coronariana. 
 Pacientes idosos: terapia anti-hipertensiva e intervenções no estilo de vida são 
recomendadas para pacientes em boa forma física (de 65 até 80 anos). Quando a 
PAS está na faixa de grau 1 (140-159 mmHg). Sempre que o tratamento seja bem 
tolerado. 
Objetivo do tratamento → reduzir a PA de todos os pacientes a níveis menores a 
150/90mmHg. Se o tratamento é bem tolerado, o objetivo se deve baixar para 
130/80mmHg ou menos para a maioria dos pacientes. Para pacientes com idade menor a 
65 anos, se recomenda redução de PAS a 120-129mmHg. Paciente de 65 a 80 anos se 
recomenda objetivo de PAS em 130-139mmHg. Para paciente maiores de 80 anos que 
tolerem o tratamento, se recomenda objetivo de PAS em 130-139mmHg. Todos os 
pacientes hipertensos terão objetivo de PAD menor que 80mmHg independentemente do 
nível de risco e comorbidades. 
Quando iniciar o tratamento farmacológico → iniciar com a combinação de dois 
fármacos (1 anti-hipertensivo e 1 diurético), de preferência em um único comprimido. 
Exceto em pacientes idosos frágeis e em pacientes com baixo risco e HAS de grau 1 (PAS 
menores de 150mmHg). 
Tratamento em HAS resistente → adição de doses baixas de espironolactona ao 
tratamento de base, intensificação do tratamento diurético quando tenha intolerância a 
espironolactona (eplerenona, amilorida, dose mais alta de tiacida ou análogos tiacídicos, 
diuréticos de asa), ou a adição de bisoprolol ou doxazosina ou furosemida. 
 
 
68 
 
Risco cardiovascular em 10 anos: 
Modificadores do risco cardiovascular: 
 
 
 
 
69 
 
Classificação do risco segundo as fases da HAS 
 
Crise Hipertensiva 
É definida como o aumento súbito e significativo da PA, geralmente com PAS 
≥180mmHg e PAD ≥120 mmHg. É caracterizada pela elevação aguda da PA que pode 
colocar em perigo iminente a vida do paciente, sendo importante considerar que a 
gravidade do quadro não é determinada pelos valores absolutos da PA, mas, sim, pela 
magnitude do aumento agudo dos valores da PA. 
Causas → falta de aderência ao tratamento, tratamento inadequado, doenças endócrinas, 
renais, gravidez ou intoxicação por drogas. 
Classificação → se classificam em: 
1. Urgência hipertensiva: é a elevação grave e aguda da PA sem danos agudo a 
órgãos-alvo, como sistema nervoso central, coração e rins. Paciente precisa de 
medicação oral para controlar a pressão arterial e não apresenta indicação de 
complicações imediatas. Pode ser corrigido em horas e o paciente não precisa 
necessariamente ser hospitalizado. Causas: hipertensão perioperatória, 
hipertensão severa associada com insuficiência cardíaca, congestiva, angina 
estável, ataques isquêmicos transitórios, crise assintomática idiopática, 
hipertensão arterial acelerada não complicada, epistaxis moderada ou leve, 
hipertensão arterial em transplantadosrenais, hipertensão arterial pré-operatório e 
pós-operatório e hipertensão arterial em queimados. MANTER O PACIENTE 
EM OBSERVAÇÃO POR 6 HORAS, DIMINUIR EM 25% A PA. 
70 
 
2. Emergência hipertensiva: é o aumento agudo da PA com danos de órgãos-alvos. 
Compromete a função desses órgãos e necessita de medicação parenteral e 
internação para diminuir a PA. Causas: insuficiência renal aguda, cerebrais 
agudas: AVC isquêmico, acidente isquêmico transitório, hemorragia 
intracerebral, hemorragia subaracnóides, trauma craneoencefálico, síndrome por 
excesso de catecolaminas, interrupção do tto antihipertensivo, crise por 
feocromocitoma, interação com antidepressivos tipo inibidores da 
monoaminooxidase-tiramina, induzida por drogas como cocaína, encefalopatia 
hipertensiva, eclampsia, hipertensão arterial com disfunção ventricular esquerda, 
edema agudo de pulmão, hipertensão arterial com síndrome coronariana aguda, 
hipertensão arterial com aneurisma dissecante da aorta, Nefropatia hipertensiva, 
anemia hemolítica microangiopática, grandes queimados, hipertensão arterial 
com epistaxis severa. 
Diagnóstico → estudos gerais: hemograma, creatinina, sódio, potássio, LDH, urina com 
sedimentação, prova de gravidez (se mulher em idade fértil). 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
 
 
Situação clínica Primeira linha Alternativa Evitar 
HAS maligna com 
ou sem falha renal 
aguda 
IECA/ARA-II, 
labetalol, 
nicardipino 
Nitroprusiato, 
irapidil 
- 
Encefalopatia 
hipertensiva 
Labetalol, 
nicardipino 
Nitropusiato - 
Cardiopatia 
isquêmica aguda 
Nitroglicerina, 
labetalol 
Urapidil Hidrazalina 
Edema pulmonar 
Nitroprisuato ou 
nitroglicerina com 
diurético de asa 
Urapidil com 
diurético de asa 
Hidrazalina, beta 
bloqueadores 
Dissecção aórtica 
Esmolol e 
nitroprusiato ou 
nitroglicerina ou 
nicardipino 
Lebetalol ou 
metoprolol 
Hidralazina, 
diazóxido, 
minoxidil 
Eclampsia 
Labetalol ou 
nicardipino e 
sulfato de 
magnésio 
Considerar induzir 
o parto 
Nitroprusiato, 
IECA/ARA-II 
Excesso de 
catecolaminas 
Fentolamina ou 
nitroprusiato 
- 
Beta-bloqueadores 
solos 
 
 
72 
 
EXAME FÍSICO RENAL 
Os rins se localizam a nível dos flancos sendo que o direito se localiza um pouco mais 
baixo que o esquerdo devido a posição infra-hepática. Acima dos rins se localizam as 
glândulas suprarrenais. Os rins estão irrigados pela artéria aorta através das ramas da 
artéria renal, a drenagem é feita pelas veias renais que 
desembocam na veia cava inferior. 
Através de um corte sagital dos rins é possível observar 
a corteza que é mais superficial e a medula que é mais 
profunda. Também se observa a pelve renal que recebe 
os produtos do rim resultantes da filtração de sangue, 
secreção, absorção de líquidos e hormônios. A urina se 
deposita nos cálices renais que se depositam na pelve 
renal e segue o fluxo pelo ureter desembocando na 
bexiga. 
Os néfrons são as unidades básicas funcional dos rins e está composta por várias partes 
como: glomérulo (com uma artéria aferente e uma artéria eferente fenestrados que 
permitem a hemofiltração). Na capsula de 
Bowman se inicia o tubo contorneado 
proximal onde é feita a reabsorção de 
líquidos e nutrientes através da membrana 
basal, em sequência se encontra a asa de 
Henle com sua porção descente e 
ascendente, dando origem ao tubo 
contorneado distal que faz reabsorção de 
líquidos em menores quantidades dando 
origem a urina que passará para os túbulos 
coletores onde vários deles se unem 
formando o conduto coletor para 
desembocar a urina nos cálices menores 
renais e posteriormente na pelve renal. A asa 
de Henle e o conduto coletor se localizam na medula renal, enquanto a capsula de 
Bowman, tubo contorneado próxima e distal e os túbulos coletores se encontram na 
corteza renal. A urina que está nos cálices menores, passará para os cálices maiores na 
pelve renal se direcionando ao ureter que desemboca na bexiga que armazena a urina e 
posteriormente passará pela uretra para ser eliminada do organismo. 
Motivos de consulta → dor lombar, transtornos urinários, alterações do volume urinário, 
distúrbios do ritmo urinário, alterações nas características da urina, edema e HAS 
(crianças e adolescentes com hipertensão causa será renal). 
 
Dor lombar → inclui a zona lombar, região sacra, parte 
superior dos glúteos, flancos, periumbilical, hipogástrio, 
fossas ilíacas e região genital. 
Causas da dor → A dor é causada pela inflamação da 
cápsula renal ou o peritônio parietal posterior por Infecção 
urinária superior (e. coli, Klebsiella/proteus e proteus 
mirabilis), perinefrite, abscesso perirrenal, tumores, infarto renal e distensão repentina do 
trato urinário. 
73 
 
Classificação da dor lombar → agudo: cólica ureteral ou litíase ou infarto renal ou 
pielonefrite aguda ou cistos renais. Crônico: rim policístico ou inflamação perirrenal ou 
tumores ou hidronefrose. 
TFG= 1 a 3ml/kg/min 
Cólico renouretal ou cólico nefrítico → dor lombar de início aguda, com intensidade 
flutuante, tem irradiação para o flanco, fossa ilíaca e genitália, é acompanhada por 
sudorese, náusea, vômito e distúrbios da motilidade intestinal causando um estado de 
ansiedade no paciente. 
Exame físico cólico renouretal ou cólico nefrítico → paciente apresenta contratura 
reflexa dos músculos paravertebrais, dor intensa espontânea, punho de percussão positiva, 
dor à pressão dos pontos ureterais e a urina pode ficar turva ou avermelhada. 
Causas da dor lombar cólica → discinesia (espasmo) renal localizado, espasmo reflexo 
de contração anular persistente, cálculo interligado (mais comum), tumor degenerativo 
no polo renal (hematúria com coágulos), coágulos de qualquer origem, TB renal, vaso 
aberrante (fibrina no peritônio como se fosse uma aderência que comprime o ureter e gera 
dor), compressão extrínseca (tumor, etc.) e torção do ureter. 
TRANSTORNOS DA MICÇÃO 
Disúria → é a dificuldade em urinar, dor ou ardor ao urinar e está associada a doenças 
do trato urinário inferior, outras formas de disúria: atraso no início da micção, emissão de 
urina interrompida com jatos e modificação na força e forma do jato. 
Polaquiúria→ é o aumento da frequência de micção sem aumentar o volume de urina 
eliminado. Causas: doenças geniturinárias obstrutivas ou inflamatórias, irritação química 
da mucosa da bexiga e alterações na inervação da bexiga. 
Tenesmo vesical → é a persistência do desejo de urinar após o término da micção com 
sensação de evacuação incompleta da bexiga. 
Retenção urinária → é a incapacidade de esvaziar a bexiga parcial ou totalmente, segue-
se secundária à obstrução do fluxo do colo da bexiga ao meato uretral. Causas: hipertrofia 
prostática, coágulos, cálculos e trauma uretral. 
Diurese normal → de 1200 a 1500ml/24h. 
Micção normal → é voluntária, completa, contínua e satisfatória, pode ser controlada e 
interrompida, não deve apresentar compressão abdominal. 
Características → cor amarelo âmbar, aspecto límpido, odor sui-generis, sem espuma 
ou com pouca espuma que desaparece ao ser sacudida. 
ALTERAÇÕES DO VOLUME DE URINA 
Poliúria → é a eliminação de urina maior que 3000ml/dia. Causas: fisiológicas como 
ingesta excessiva de líquidos. Patológicas de origens renais como IRA (insuficiência renal 
aguda) em etapa poliúrica, IRC (insuficiência renal crônica), diurese pós-obstrutiva, 
diurese insípida nefrogênica. Patológicas de origens extrarrenais como diabete insípida 
neurogênica, diabetes mellitus, infusão de manitol ou NaCl e hipercalcemia. 
Oligúria → é a eliminação de urina menor que 500ml/dia. Causas: pré-renal (antes de 
chegar aos rins) como diminuição do FSR (fluxo sanguíneo renal) devido a hipovolemia, 
insuficiência cardíaca, síndrome nefrótica, síndrome ascética edematosa). De origem 
74 
 
renal (própria dos rins) como IRA e IRC. De origem pós-renal (pelve renal, ureter, bexiga, 
uretra) como uropatiaobstrutiva (uretral, do colo vesical ou ureteral bilateral). 
Anúria → é a ausência absoluta de produção e eliminação de urina. Causas renais como 
necrose cortical bilateral ou trombose das veias renais. Pós-renais como obstrução uretral 
bilateral (ou unilateral em pacientes com um único rim). 
ALTERAÇÕES DO RÍTMO URINÁRIO 
Nictúria → desordem em que o paciente deve urinar várias vezes durante a noite e se 
observa em qualquer causa de poliúria. 
Noctúria → o paciente elimina um maior volume de urina durante a noite. 
Enuresi → micção involuntária e inconsciente da urina à noite. 
ALTERAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS DA URINA 
Hematúria → é a presença de sangue na urina e se divide em hematúria macroscópica, 
hematúria microscópica (mais de 5 hematides por campo), hematúria glomerular (>85%) 
hemáride dismórficos por causas glomerulonefrite, síndrome nefrótica e hematúria não 
glomerular (hemáticas eumóficas) causas pós-renais das vias excretoras. 
Hemoglobinúria/mioglobinúria → são condições que tornam a urina de cor 
avermelhada pela presença de hemoglobina ou mioglobina. 
Colúria → é uma mudança na coloração da urina que pode ser por pigmentos derivados 
de bilirrubina, sangue, hemoglobina, medicamentos ou outros pigmentos. 
Urina turva → é quando a urina apresenta sedimentos ou partículas em seu conteúdo 
causados por infecções urinarias, presença de detritos celulares ou bactérias mortas. 
MOTIVOS DE CONSULTA 
Edema → é uma característica do edema renal na síndrome nefrítica e aparece de forma 
matinal, brando ou periorbitário (mais comum), não gera anasarca e pode aparecer em 
regiões prétibiais, dorso dos pés devido ao aumento da pressão hidrostática por 
hipertensão arterial. Na síndrome nefrótica o paciente apresenta pele branca pálida, 
temperatura normal, edema brando e simétrico de localização em zonas declives, sinal de 
fóvea (Godet) positivo e pode evolucionar para anasarca. Na IRC, é generalizado podendo 
evolucionar a anasarca e a pele apresenta lesões por coceira devido a prurido devido ao 
aumento de uréia e creatinina e apresenta coloração ictérica. 
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) → deve ser realizado em todos os pacientes com 
suspeita de afetação do sistema urinário. Pode ser uma manifestação de doenças que 
afetam o parênquima renal ou ser secundária a uma estenose da artéria renal. Se o paciente 
apresenta níveis de PA elevados, deve-se avaliar se há sinais físicos que revelam o grau 
de impacto da HAS em outros órgãos. 
EXAME FÍSICO 
Inspeção → realizar a inspeção geral que permite identificar edemas, as protuberâncias 
abdominais podem ser vistas em raras ocasiões e sinais inflamatórios na parte inferior das 
costas. 
Palpação → palpar os pontos dolorosos renoureterais ou ureterais e se encontram na parte 
anterior do abdômen e na parte posterior do abdômen. 
75 
 
PONTOS DOLOROSOS RENOURETERAIS OU 
URETERAIS DO ABDÔMEN ANTERIOR 
 
Ureteral superior (US) → a nível da linha umbilical, 
em sua intersecção com a borda externa do reto 
anterior. Corresponde à junção ureteropiélica. 
 
Ureteral médio (UM) → na junção da linha biilíaca 
com uma vertical elevada a partir da espinha púbica. 
 
Ureteral inferior (UI) → corresponde à entrada do 
ureter na bexiga, é explorado por exame retal ou 
vaginal. 
 
PONTOS DOLOROSOS RENOURETERAIS OU 
URETERAIS DO ABDÔMEN POSTERIOR 
 
Costo vertebral (CV) → no ângulo formado pela borda 
inferior da 12ª costela com a coluna vertebral. 
 
Costo muscular (CM) → na junção da borda inferior da 
12ª costela com a borda externa da massa muscular 
espinhal. 
 
TÉCNICAS DE PALPAÇÃO 
Técnica de Guyon → paciente em posição supina com 
o médico do mesmo lado do rim a ser palpado. Se coloca 
uma mão posterior em posição transversal na região 
costomuscular. A mão na região anterior, é posta por fora 
do reto abdominal e paralela à linha média. Se palpa na 
inspiração com a polpa dos dedos da fossa ilíaca para 
cima. 
 
Técnica de Guyon em balanço renal → paciente 
em posição supina com o médico do mesmo lado 
do rim a ser palpado. Se aplica pressão intermitente 
com a mão inferior de baixo para cima, a técnica é 
realizada a nível da linha hemiclavicular. 
 
76 
 
Manobra de Glenard → descrita para descobrir ptose renal ou nefroptose aguda (rim 
flutuante) paciente em posição supina com o médico do mesmo lado do rim a ser palpado. 
Se realiza em três tempos: busca/perseguição, captura e escape. 
1. Busca/Perseguição → a borda superior do dedo 
médio da mão esquerda, ficará por baixo e 
paralela a 12ª costela do abdômen inferior e o 
polegar por cima do abdômen superior 
formando uma garra. A mão direita, com os 
dedos (exceto o polegar) alinhados e voltados 
para cima e para fora do flanco cujo rim será 
avaliado, se exerce pressão nos pontos 
sucessivos de baixo para cima através de uma 
linha que vai do apêndice xifoides até a metade 
da dobra inguinal. 
2. Captura → durante a inspiração o rim palpável 
sobrepassa a pinça/garra digitopolegar que o 
captura no momento de apnéia pós-inspiração. 
Se não ocorre este processo, não existe uma 
verdadeira ptose renal/nefroptose. 
3. Escape → na expiração o rim escapa da 
pinça/garra digital se movendo para cima ou se 
mantendo fixo pela pinça/garra, sendo frequente 
na verdadeira ptose renal/nefroptose. 
 
 
 
Manobra de Goelet → o paciente fica parado e 
apoiado sobre o membro inferior contrário ao lado do 
que irá ser palpado, enquanto o outro membro (mesmo 
lado que se apalpará o rim) descansa flexionado sobre 
uma cadeira para que se relaxe o abdômen. O 
procedimento é bimanual e com uma mão na região 
lombar e a outra no abdômen em perseguição do rim, 
durante a inspiração do paciente. 
 
 
Manobra de Israel → paciente ficará em 
decúbito lateral contrário ao rim que será 
explorado, com o membro superior 
estendido a frente do tórax. A mão esquerda 
para apoio na região lombar, enquanto a mão 
direita apoiada no flanco esquerdo pressiona 
os dedos enquanto sobe na expiração e 
apalpa na inspiração. 
 
77 
 
Manobra de Montenegro → paciente em 
decúbito ventral, o médico coloca uma mão 
na região lombar com os dedos voltados 
para cima e a outra transversalmente no 
abdômen. A mão que está sob o abdômen 
realiza movimentos para cima e a mão 
localizada na região lombar tenta 
reconhecer o rim. 
 
PERCUSSÃO 
Manobra de punho-percussão (técnica de Murphy) 
→ realizada na região lombar na área correspondente a 
projeção e topografia do rim avaliado. Paciente se 
encontra sentado e inclinado para frente. Se espalma a 
mão sobre a região do rim avaliado e com o punho 
fechado da mão dominante se percute e ao mesmo 
tempo, deve-se avaliar movimentos de reação e defesa 
que são causados por uma dor aguda sugerindo 
pielonefrite, perinefrite, litíase ou tumores. 
 
 
Manobra de punho-percussão (técnica de Giordano) 
→ realizada na região lombar na área correspondente a 
projeção e topografia do rim avaliado. Paciente se 
encontra sentado e inclinado para frente. Com a borda 
cubital da mão se percute e ao mesmo tempo, deve-se 
avaliar movimentos de reação e defesa que são causados 
por uma dor aguda sugerindo pielonefrite, perinefrite, 
litíase ou tumores. 
 
AUSCULTAÇÃO 
Se deve auscultar cuidadosamente o abdômen anterior no quadrante superior do paciente 
e também a região lombar. A presença de sopros sugere estenose da artéria renal, 
aneurisma ou fístula arteriovenosa. 
Fórmulas em nefrologia 
PROTEINÚRIA 
CARACTERÍSTICAS VALORES 
Normal < 4mg/m2/h ou 100mg/m2/dia 
Anormal (rango nefrítico) 4 a 40mg/m2/h 
Rango nefrótico > 40mg/m2/h 
Osmolaridade sérica: Na x 2 + Glicose / 18 + BUN ou uréia / 2,8 
 
Passos para fazer o cálculo: 
78 
 
Dados necessários do paciente → Urina em 24h: 3847mg/24h; Peso: 82kg; Altura: 
178cm 
1. Fazer metro quadrado do paciente pela fórmula: 𝑆𝐶 = √
𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑥 𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴
3600
 
𝑆𝐶 = √
82𝑥 178
3600
= 2,01 
2. Fazer o cálculo da eliminação da urina por hora (se for urina de 24h divide por 
24, se for de 12h divide por 12). 
3847 / 24 = 160,29 
3. Fazer a urina excretada por hora dividido pelo resultado do metro quadrado. 
 160,29 / 2,01 = 80,14 
4. Classificar o resultado do passo 3 de acordo com a tabela de proteinúria. 
Cálculo da osmolaridade sérica: 
Dados necessários do paciente → Na:139; Glicose:164; Uréia: 35 
1. Utilizar a fórmula 
𝑂𝑠𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑎 = (Na × 2) + (Glicose ÷ 18) + (BUN ou Uréia ÷ 2,8) 
2. Realizar o cálculo iniciando pelos parênteses. 
𝑂𝑠𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑎 = (139 × 2) + (164 ÷ 18) + (35 ÷ 2,8) 
3. Somar os resultados. 
𝑂𝑠𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑠é𝑟𝑖𝑐𝑎 = 278 + 9,11 + 12,5 = 299,61 
SÍNDROME NEFRÍTICA 
A síndrome nefrítica é uma constelação de manifestações clínicas causadas por um 
processo inflamatório no glomérulo. É um complexo clínico caracterizado por: 
1. Hematúria (eritrócitos dismórficos e cilindros). 
2. Oligúria e azotemia (aumento da uréia e creatinina no sangue) 
3. Hipertensão arterial. 
Pode ser de início abrupto com sintomas de febre, dor de cabeça, dor abdominal. Pode ter 
início progressivo apresentando edema periférico, ganho de peso, astenia. A evolução é 
geralmente favorável. A Glomérulo Nefrite Aguda pós-estreptocócica (GNAPE) é a 
principal causa (80%), sendo mais comum em crianças de 5 a 15 anos nos países em 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
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Etiologia da síndrome nefrítica 
 
LES → lúpus eritematoso sistêmico. 
Causas mais frequentes da síndrome nefrítica de acordo com a idade: 
15 anos → GN aguda pós-infecciosa, GN mesangial por IgA, doença de membrana basal 
fina, nefrite hereditária, púpura de Schonlein-Henoch e Nefropatia lúpica. 
15 a 40 anos → GN mesangial por IgA, doença da membrana basal fina, Nefropatia 
lúpica, nefrite hereditária, nefropatia mesangial proliferativa, GN rapidamente 
progressiva e GN aguda pós-infecciosa. 
Maiores de 40 anos → GN mesangial por IgA, GN rapidamente progressiva, vasculite e 
GN aguda pós-infecciosa. 
 
 
 
 
(hematúria, oligúria, HAS e edema) 
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Agentes infecciosos associados a GNA 
 
Principais causas de síndrome nefrítica aguda 
 
Exames laboratoriais 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Fisiopatologia 
 
Tipos de danos no glomérulo 
 
 
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Quadro clínico → pacientes assintomáticos apresentam hematúria microscópica PA 
normal ou alta e complemento C3 diminuído. Em síndrome nefrítica completa pode levar 
a hematúria, edema, HAS, proteinúria moderada e oligúria com função renal prejudicada. 
Anamnese → definir o tipo de hematúria e o sintoma principal, avaliar oligúria (presente 
em 50% dos casos e até 1/3 dos pacientes podem ter insuficiência renal aguda), verificar 
os sintomas acompanhantes como febre, infecção de pele ou infecção respiratória 
(período de latência pós-faringite de 7 a 15 dias e período de latência pós-piodermatite de 
3-6 semanas) perguntar ao paciente durante a anamnese e história de sintomas 
semelhantes ou doença sistêmica. 
 
 
83 
 
 
Exame físico → edema periférico (devido à hipervolemia e retenção de sódio), é um 
edema forte, não deixa sinal de Godet e geralmente é facial e palpebral, mas pode ser 
generalizado. Na HAS devido à hipervolemia, geralmente é moderado e está presente em 
60 a 80% dos casos. Outros sintomas inespecíficos são relatados como desconforto, 
astenia, febre, dor de cabeça, vômito e dor lombar. 
Diagnóstico: 
 
 
 
 
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Tratamento → deve ser dirigido a: 
1. Restrição hidrosalina de 300 a 400ml/m2/dia e Na de 1 a 2mEq/kg/dia. 
Geralmente a restrição hídrica começa em 600ml. 
2. Diuréticos de alça como furosemida 1mg/kg/dose que melhora o edema e HAS. 
3. HAS como vasodilatadores como nifedipina e hidralazina, evitar inibidores de 
IECA devido ao seu efeito hipercalêmico. 
4. Hipercalemia: fazer restrição alimentar e resinas de troca iônica (cayexalate e 
resin-Cálcio). 
5. Tratamento etiológico: é recomendado em caso de evidência de infecção ativa. 
6. Imunossupressores: é reservado para casos complicados ou com tendência à 
persistência. 
7. Diálise: em casos de uremia, sobrecarga cardiovascular severa ou alterações 
hídricas e eletrolíticas incontroláveis. 
Prognóstico → na maioria dos casos, há resolução espontânea, o edema e a hipertensão 
desaparecem em 5 a 10 dias, a diurese normaliza após uma semana, os compostos de 
nitrogênio se normalizam em 3-4 semanas, a hematúria macroscópica desaparece em 
semanas, mas a hematúria microscópica pode persistir por 6 meses a um ano e a 
proteinúria geralmente persiste por 3-6 meses ou até 3 anos. 
SÍNDROME NEFRÓTICA 
A síndrome nefrótica é uma doença clínica definida por cinco características: 
1. Proteinúria (> 40mg/m2/dia ou > 3,5g/dia). 
2. Hipoalbuminemia (<3,5g/dL). 
3. Edema. 
4. Hipercolesterolemia 
5. Lipidúria 
A proteinúria é o principal componente da síndrome. 
Patogenia → afeta a barreira de filtração glomerular que está formada por: 
1. Podócitos com diafragma de fenda. 
2. Membrana basal glomerular. 
3. Glicosaminoglicanos na janela do capilar glomerular. 
Etiologia da síndrome nefrótica 
 
 
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86 
 
Quadro clínico → edema geralmente é a primeira manifestação e aparece em partes moles 
e baixas, pode levar a anasarca. É causado por 2 mecanismos: Hipoalbuminemia e 
disfunção da filtração glomerular (FG) com retenção de Na. A HAS aparece em até 45% 
dos pacientes. 
 
 
Hipoalbuminemia → aparece quando a síntese hepática é excedida pela excreção renal. 
Hipercoagulabilidade → por filtração de proteínas da cascata de coagulação, 
desequilíbrio entre fatores pró-coagulantes e anticoagulantes, níveis elevados de 
fibrinogênio, tendência à agregação plaquetária. As tromboses geralmente aparecem nas 
veias renais e nos membros inferiores e aumentam quando a albumina sérica é inferior a 
2 g/dL. 
Dislipidemia → devido à depuração excessiva de HDL, com lipidúria (cilindros 
gordurosos na urina). A baixa pressão oncótica estimula a síntese hepática de LDL, onde 
a atividade da lipase lipoproteica endotelial diminui, aumentando assim a concentração 
de VLDL e quilomícrons resultando em triglicerídeos aumentados. Aumenta colesterol 
total, LDL, IDL, VLDL, lipoproteína A e triglicerídeos e diminui HDL. 
Suscetibilidade a infecções → por perda de IgG e perda de proteínas do complemento. A 
depleção de proteínas transportadoras de oligoelementos (Fe e Zn), condiciona a 
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disfunção dos linfócitos, que aumenta as infecções de germes encapsulados como 
peritonite pneumocócica, pneumonia, celulite e meningite. 
Diagnóstico → no quadro clínico estabelecer a causa primária ou secundária. Exames 
paraclínicos como proteinúria de 24 horas, sedimento urinário (presença de corpos ovais) 
gotas de gordura na urina, proteínas totais e fracionadas no sangue com eletroforese e 
lipidograma. Outros: ANA - ANCA - complemento - hepatite viral - HIV. 
 
Indicações de biópsia renal → síndrome nefrótica de causa não especificada; Síndrome 
nefrótica resistente a esteróides; Recidivas frequentes; Síndrome nefrótica de início em 
crianças menores de 5 anos de idade e Síndrome nefrótica em adultos (exceto em doenças 
sistêmicas). 
Tratamento → tratar as complicações agudas e obter remissão completa além de 
prevenir recaídas e complicações. Tratamento sintomático: Atividade física diária, dieta 
normoprotéica (1 a 2 g/kg/dia), restrição hidrosalina (líquidos; 400 a 600 ml/m2/dia e Na 
1mEq/kg/dia. Diuréticos: Tiazidas e Furosemida. Dislipidemia: Dieta, Estatinas e 
Fibratos. HAS: IECA/ARA-II são de escolha. Tratamento de complicações: 
hipercoagulabilidade (AAS e heparina de baixo peso molecular). Tratamento específico: 
Esteróides (Prednisona e Metilprednisolona) e imunossupressores (Ciclofosfamida, 
Micofenolato, Ciclosporina A e Rituximab).

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