Buscar

Apostila de Semiologia( Resumo)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 87 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 87 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 87 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA MÉDICA I 
Dr. José Luis Castro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
CONCEITOS SEMIOLÓGICOS ..................................................................................... 3 
SINAIS VITAIS ............................................................................................................... 7 
COMUNICAÇÃO ............................................................................................................ 9 
HISTÓRIA CLÍNICA .................................................................................................... 10 
EXAME FÍSICO GERAL .............................................................................................. 11 
LESÕES ELEMENTAIS ............................................................................................... 13 
LESÕES ELEMENTAIS SECUNDÁRIAS .................................................................. 17 
ALTERAÇÕES DA UNHA ........................................................................................... 19 
EXAME FÍSICO REGIONAL ....................................................................................... 22 
EXAME FÍSICO DO ABDÔMEM ................................................................................ 26 
SINAIS, DESCRIÇÕES E DIAGNÓSTICOS DOS PONTOS DOLOROSOS 
ABDOMINAIS: ............................................................................................................. 34 
MANOBRAS DE PALPAÇÃO ..................................................................................... 35 
EXAME FÍSICO DE EXTREMIDADES ...................................................................... 39 
SEMIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO .................................................... 40 
DOR TORÁCICA .......................................................................................................... 43 
EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO ............................................................................... 44 
AUSCULTAÇÃO RESPIRATÓRIA ............................................................................. 50 
SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR ......................................................................... 52 
EXAME FÍSICO RENAL .............................................................................................. 72 
SÍNDROME NEFRÍTICA ............................................................................................. 78 
SÍNDROME NEFRÓTICA ............................................................................................ 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
CONCEITOS SEMIOLÓGICOS 
Semiologia → é a rama da medicina que faz a identificação das diversas manifestações 
das enfermidades. Se divide em Semiotécnica e Propedêutica Clínica. 
Semiotécnica → é a técnica na busca dos sinais de uma enfermidade. 
Propedêutica clínica → ensino preparatório destino a reunir e interpretar os sinais e 
sintomas de uma enfermidade para chegar a um diagnóstico. 
Sintomas → é uma manifestação subjetiva da enfermidade que é percebida 
exclusivamente pelo paciente onde o médico pode descobrir somente pela entrevista. 
Sinal → é uma manifestação objetiva da enfermidade, descoberta pelo médico mediante 
al exame físico ou métodos complementários de diagnóstico. 
Síndrome → é o conjunto de sintomas e sinais relacionados entre si, que tenham uma 
fisiopatologia comum e que podem ser causados por diferentes etiologias. 
Enfermidade/Doença → quando um conjunto de sinais e sintomas obedecem somente 
uma causa. 
Patognomônico → é quando um sintoma ou sinal é específico ou característico de uma 
enfermidade e por si só já basta para estabelecer o diagnóstico. Ex: Sinal de Theodor, 
Manchas de Koplik, Sinal de Romana, Sinal de Battle. 
Tríade → quando apresenta 3 sinais ou 3 sintomas característicos e ajudam a estabelecer 
um diagnóstico. Ex: Tríade de Cushing, Tríade de Beck. 
Pródromo → se refere aos sintomas iniciais que precede o desenvolvimento da doença. 
Aura → é a sensação ou fenômeno subjetivo que precede e sinaliza o começo de um 
ataque paroxístico. 
Gold standard/Padrão Ouro → é a técnica diagnóstica que define a presença da 
condição ou doença com a máxima certeza conhecida. Ex: GS da sepse é a hemocultura. 
Bandeira vermelha → qualquer sinal ou sintoma que nos alerta da possível presença de 
uma patologia grave que pode causar incapacidade irreversível ou a morte se não se atua 
de maneira adequada. 
Bandeira amarela → fatores psicossociais que funcionam como barreira para a 
recuperação e pode cronificar o problema do paciente, esses fatores não são patológicos. 
Métodos de exploração do exame físico → constituem de inspeção, palpação, percussão 
e auscultação. 
Inspeção → é olhar a simples vista ou com ajuda de lente de aumento as características 
do corpo na sua superfície externa e de algumas cavidades como boca e maxilar. O 
paciente deve estar de pé, sentado ou deitado de acordo com o objetivo do exame e de 
acordo com as suas capacidades físicas. O explorador (médico) ficará na frente do 
paciente se este estiver de pé ou sentada e de costas para uma fonte de luz. Se o paciente 
estiver deitado, o médico se coloca sempre ao lado direito. 
A inspeção se realiza em todos os momentos ainda antes de começar o exame físico e 
deve-se considerar alguns aspectos como: 
4 
 
 Aspecto e/ou simetria 
 Cor 
 Forma 
 Tamanho 
 Mobilidade 
Técnicas de inspeção → pode ser direta ou indireta e instrumental (quando se utiliza 
ajuda de aparelhos ou instrumentos para auxiliar na inspeção), deve ter iluminação 
apropriada seja natural ou artificial de cor branca dando prioridade sempre a luz natural. 
Palpação → é a apreciação manual da sensibilidade, temperatura, consistência, forma, 
tamanho, situação e movimentos da região explorada. Existe duas formas de realizar a 
palpação: 
1. Palpação simples: através dos tegumentos. 
2. Toque (tacto): quando a palpação ocorre introduzindo um ou mais dedos, 
incluindo a mão, pelas vias naturais. 
Técnicas da palpação → se realiza com a mãos, utiliza-se luvas em caso de possibilidade 
de contaminação paciente-médico ou médico-paciente e as luvas devem sempre estar 
lubrificadas para facilitar a penetração das vias naturais. A palpação pode ser 
monomanual (utilizando somente uma das mãos), bimanual ou digital utilizando um ou 
vários dedos. 
Para a execução da técnica deve-se considerar: 
 Situação 
 Forma 
 Tamanho 
 Consistência 
 Sensibilidade (dor e temperatura) 
 Mobilidade 
Percussão → consiste em ouvir os ruídos que se originam quando se golpeia a superfície 
externa do corpo. Pode ser praticada golpeando a superfície externa do corpo com as mãos 
livres ou com a ajuda de um martelo percutor. 
A percussão manual pode ser de três tipos: 
1. Dígito-digital: quando se utiliza as duas mãos. 
2. Digital: quando se utiliza apenas uma mão (se percute com a ponta dos dedos). 
3. Punhopercussão: se utiliza com as duas mãos e o golpe se localiza no punho. É 
utilizado nas regiões posteriores das costas. 
Técnica da percussão e sequencia da operação: 
1. Posição adequada do dedo plesímetro. (plesímetro é o dedo que fica em contato 
com o paciente). 
2. Posição adequada do dedo percutor. 
3. Movimentos de extensão e flexão do punho com leve balançar do antebraço e do 
braço. 
4. Golpear perpendicularmente com a borda distal do dedo (não ter unhas 
compridas). 
5. Dar somente dois golpes no mesmo lugar. 
5 
 
6. Avaliar o tipo de sonoridade obtida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipos de sons obtidos na percussão: 
 Timpanismo: é um grau maior de hipersonoridade e ocorre devido ao aumento do 
volume de ar e aumento da pressão do ar. 
 Hipersonoridade: ocorre quando aumenta a quantidade de ar nas estruturas e 
sempre será patológica. 
 Sonoridade normal: é sempre fisiológica e se encontra nos pulmões, região 
torácica e abdômen. 
 Matidez eSubmatidez: quando se percute uma estrutura sólida o som é mais 
abafado se origina no fígado, coração e baço, nessas estruturas são fisiológicas. 
Auscultação → consiste em ouvir os fenômenos acústicos que se original no organismo 
seja pela atividade do coração, entrada e saída de ar no sistema respiratório ou qualquer 
outra causa. Existe dois métodos para a auscultação: 
1. Auscultação imediata: se realiza diretamente com o ouvido na superfície do corpo 
do paciente. Atualmente está em desuso. 
2. Auscultação mediata: se utiliza instrumento próprio para realizar a auscultação e 
pode ser monoauricular (utilizado mais em obstetrícia) que é o estetoscópio de 
Pinard para auscultar os ruídos fetais. Atualmente se utiliza o estetoscópio 
biauricular sendo composto por várias partes: 
a. Olivas auriculares 
b. Auriculares 
c. Campana 
d. Diafragma 
6 
 
 
A campana tem indicação de uso para sons de tons baixos, enquanto o diafragma tem 
indicação para sons de tons mais altos como pulmonares, cardíacos, vasculares e 
intestinais. 
Técnicas da auscultação: 
 Colocação correta das olivas e dos auriculares sempre voltadas para frente ao 
auscultar. 
 Segurar o diafragma ou a campana com os dedos polegar e indicador ou indicador 
e dedo médio. 
 Friccionar para aquecer o diafragma ou a campana. 
 Pressionar o diafragma firmemente para escutar os sons agudos ou altos. 
 Pressionar a campana suavemente para escutar os sons graves ou baixos. 
7 
 
SINAIS VITAIS 
São sinais que ajudam a estabelecer que o paciente esteja com vida e são compostos por 
sinais como: 
 Frequência cardíaca 
 Pulso 
 Pressão arterial ou Tensão arterial 
 Frequência respiratória 
 Saturação Parcial de Oxigênio 
 Temperatura corporal 
 Glicemia capilar 
Pressão arterial → força ou impulso que o sangue exerce sobre as paredes arteriais e se 
mede de maneira direta da luz arterial. A única forma de medir desta maneira é somente 
em UTI. 
Tensão arterial → é a força similar a pressão arterial que está em sentido contrário. Se 
mede com esfigmomanômetro. Se classificam de duas formas: 
1. Sistólica: é o maior valor obtido durante a ejeção ventricular durante a sístole 
cardíaca sendo a média 120 mmHg. 
2. Diastólica: é o menor valor obtido durante a diástole. Ocorre com o enchimento 
dos ventrículos onde a tensão arterial se abaixa com a diástole. Valor médio de 80 
mmHg. 
Os valores da tensão arterial representam um pequeno instante das oscilações ou ondas. 
Pressão arterial média (PAM) → é a média dos diferentes valores que se produz durante 
a oscilação de cada ciclo cardíaco, sendo a pressão constante que garante o fluxo 
sanguíneo constante. Se quantifica pelo cálculo: 𝑃𝐴𝑀 =
PAS+(2.PAD)
3
. Pacientes com 
PAM < 60 mmHg, podem entrar em sincope e PAM >150 mmHg, pode ocorrer AVC 
hemorrágico. 
Pressão diferencial ou de pulso → é a diferença entre a pressão sistólica e a diastólica. 
Cálculo é 𝑃𝐷 = PS − PD. Os valores referenciais variam de 40 a 60 mmHg. Sinal de 
Musset é um sinal característico do aumento marcado da pressão diferencial, paciente 
tende a balançar a cabeça de forma sincronizada aos batimentos do coração. 
Técnica semiológica para aferir a tensão arterial → inclui palpação e auscultação 
sendo necessário o uso de estetoscópio e esfigmomanômetro de acordo com os passos 
descritos: 
1. Posição do paciente sempre sentado ou deitado. 
2. Esperar de 5 a 10 minutos se o paciente comeu, bebeu bebidas energizantes, 
realizou atividade física ou em estado de ansiedade. 
3. Colocar o esfigmomanômetro 2 cm acima da dobra do cotovelo. 
4. Esfigmomanômetro na altura do coração e aferir em ambos os braços, 
principalmente quando não se conhece o paciente. 
5. Localizar e palpar o pulso radial, inflar o esfigmomanômetro com o manguito até 
desaparecer a pulsação radial. Com o desaparecimento da pulsação radial, insuflar 
mais 30 mmHg. 
6. Colocar o estetoscópio 2 cm abaixo da borda inferior do esfigmomanômetro e 
começar a auscultar sobre a artéria braquial. 
8 
 
7. Desinflar lentamente entre 30 e 50 segundos. 
8. Aferir a tensão arterial com o paciente sentado ou deitado e logo depois com o 
paciente em pé se há suspeita das patologias abaixo: 
 Insuficiência autonômica 
 Hipotensão arterial 
 Síndrome de vertigem posicional 
 Tratamento com bloqueadores adrenérgicos 
 Idosos 
Escala de Korotkoff → consiste em uma escala de quatro fases: 
1. Fase 1 (K1) → Ruídos surdos e o primeiro ruído dessa fase, representa a pressão 
sistólica. Sons de pequena intensidade e alta frequência. TUM TUM TUM TUM 
2. Fase 2 (K2) → Ruídos soprantes, apresenta sons suaves e prolongados. TUF TUF 
TUF TUF. Não tem valor semiológico. 
3. Fase 3 (K3) → Ruídos secos ou retumbantes, apresenta aumento progressivo na 
intensidade e o ultimo ruído dessa fase representa a pressão diastólica. TU TU TU 
TU 
4. Fase 4 (K4) → Ruídos algodonosos, sons de baixa intensidade e abafados onde os 
ruídos diminuem abruptamente e deixam de ser audíveis. 
Erros ao aferir a tensão arterial: 
 Hiato auscultatório (pozo auscultatório): ocorre pelo aumento marcado da 
resistência periférica ou quando o paciente apresente HAS com estenose aórtica 
grave. Para evitar erros, auscultar até o manômetro chegar a 0 mmHg. 
 Colocar o estetoscópio por baixo do esfigmomanômetro. 
 Desinflar o manômetro muito rapidamente ou muito lentamente levar de 30 a 50 
segundos. 
 Manobra de Osler: determina pseudohipertensão arterial onde o paciente 
apresenta valores elevados, porém clinicamente paciente não apresenta sintomas. 
Paciente apresenta artéria rígida e não se colapsam onde apresenta a persistência 
do pulso radial mesmo insuflando ao máximo o manômetro; 
Temperatura corporal: 
 Valor normal: 36 a 37,5ºC 
 Febrícula: 37,6 a 38,2ºC 
 Febre: a partir de 38,3ºC 
Febre → produzida por agentes pirógenos endógenos ou exógenos. 
Hipertermia → produzida por agentes físicos ou desregulação do termostato 
hipotalâmico. 
Escala de sepse: 
SRIS → infecção → sepse → sepse severa → choque séptico → falha multiorgânica → 
CID → exitus letalis. 
SRIS → afeta todo o organismo de forma conjunta e pode ser causada por agentes 
biológicos (vírus, bactérias, fungos, parasitas e príons) ou agentes físicos (trauma, 
queimadura, radiação, intoxicação). 
9 
 
Infecção → é quando a síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SRIS) é secundária 
a um microrganismo alojado em algum órgão do corpo. 
Sepse → quando a infecção aparece em mais de um órgão. 
Sepse severa → quando um órgão apresenta disfunção causada pelo agente agressor. 
Choque séptico → quando o paciente apresenta falha circulatória com incapacidade para 
perfundir os tecidos distais com PAM <60 mmHg. 
Falha multiorgânica → paciente apresenta falha de mais de um órgão. 
Coagulação intravascular disseminada (CID) → é o sangramento por todo o corpo de 
forma generalizada devido à falta de fatores coagulação. 
Exitus letalis → paciente evolui para óbito. 
COMUNICAÇÃO 
Deve-se levar em consideração na prática médica a entrevista ao paciente. 
Entrevista → é a técnica de comunicação mais utilizada na prática médica e consiste em 
cinco partes básicas: 
1. Encontro 
2. Interrogatório 
3. Durante o exame físico 
4. Avaliação da conduta a seguir 
5. Despedida 
Ética médica → conjunto de princípios e normas que regem a conduta dos trabalhadores 
da saúde, desenvolvidas em determinadas atividades profissionais específicas, 
encaminhadas a desenvolver a preservação e o melhoramento da saúde das pessoas 
saudáveis e o tratamento adequado e recuperação das pessoas doentes, dentro de um 
marco fraternal e humano, profundamente científico sendo um dever e obrigação de todo 
trabalhador da saúde. Dados importantes: 
 Não chamar as pessoas de você. 
 Sempre utilizar senhor/senhora para todas as pessoas 
 Não utilizar expressões como tio, avô, etc. 
 Falar em voz baixa 
 Ter privacidade suficiente. Ser cortes 
 Respeitar o pudor. 
 Explicar sempre tudo o que vai fazer. 
 Estar sempre acompanhado por enfermeiro ou outra pessoa da equipe médica. 
 Respeitar o nível hierárquico é essencial 
 Não fazer brincadeiras e respeitar os demais membros médicos e não médicos. 
Iatrogenia → referente ao que tem por causa o próprio médico. É regida pelo princípio: 
Primum non nocere (primeiro não causar dano) e pode ser de dois tipos: 
1. Psicológica: quando lesa a integridade psíquica do indivíduo e seus princípios 
éticos morais. 
2. Não psicológica ou física: quando lesa a integridade física do indivíduo. 
10 
 
HISTÓRIA CLÍNICA 
É o documento médico legal no qual se registram os dados de identificação e os processos 
relacionados com a atenção do paciente em forma ordenada, integrada, sequencial e 
imediata da atenção que o médico ou outros profissionais de saúde brindam o paciente. 
É a coleta de informações de: 
1. Entrevistas e questionários 
2. Observação direta 
3. Historias médicas 
A primeira parte da intervenção do médico com o paciente consiste na obtenção de 
informações que conduzam à análise do problema clínico, também é o ponto de partida 
do raciocínio médico para definir o diagnóstico e o tratamento do paciente e também é o 
instrumento utilizado por todos os Profissionais de Saúde e serve de elo entre as diferentes 
disciplinas 
Importância da história clínica → essencial para o controle da saúde e monitoramento 
de doenças, exploração do estilo de vida e ambiente do paciente e sua família, detecção 
precoce de problemas relacionados ao crescimento, desenvolvimento e nutrição, 
prevenção de dificuldades futuras. 
Componentes da história clínica: 
 Dados de identificação: data e hora de ingresso, nome, idade, lugar e data de 
nascimento, sexo, endereço e telefone, confiabilidade (referente ao estado atual 
do paciente), etc. 
 Fonte da história: quem relatou a HC do paciente pode ser o próprio paciente, 
algum familiar, vizinho, etc. 
 Razão para consulta: anotar de forma textual o que relata o paciente. 
 Doença atual: de forma textual clara e cronológica desde a aparição, 
manifestações e problemas, descrevendo os sintomas com as indicações de 
localização, qualidade, gravidade, cronologia (início, duração e frequência), 
fatores que aliviaram ou agravaram os sintomas e manifestações associadas. 
Aplicar ALICIA FREDUSA para relatos de dor. 
 A (parição) desde quando dói? 
 L (ocalização) onde dói? 
 I (rradiação) dói em um lugar só? 
 C (aráter) como é a dor? 
 I (ntensidade) de 1 a 10, quanto dói? 
 A (tenuantes – agravantes) tem algo que aumenta ou diminui a dor? 
 FRE (quência) quanto tempo aparece a dor ou é contínua? 
 DU (ração) quanto dura a dor? Minutos, horas, dias? 
 SA (sintomas associados) além da dor tem algum outro incomodo? 
 História médica (antecedentes pré-natal, perinatal, neonatal, pessoal) 
 Antecedentes pessoais como crônicas (asma, alergias, cardiopatias), 
hospitalização previas (quantos dias e tratamento recebido), 
medicamentos atuais, antecedentes cirúrgicos. 
 Dados epidemiológicos e sociais: tipo de habitação (casa, apartamento), número 
de quartos, número de pessoas por quarto, serviços públicos que possui (esgoto, 
energia, gás, etc), nível educativo, graffar (escala de 1 alto nível a 5 baixo nível). 
 Antecedentes familiares: pai e mãe, irmãos, avós. 
11 
 
 Exames físicos: se dividem em 4 tipos: 
 Funcional: analisar sono, hábitos miccionais, hábitos intestinais 
 Geral: medidas antropométricas, sinais vitais, inspeção geral (ectoscopia), 
pele e faneras (anexos como unhas, cabelos). 
 Regional: cabeça, rosto e órgãos dos sentidos, pescoço. 
 Por órgãos e sistemas: respiratório e cardiovascular (inspeção, palpação, 
percussão e auscultação), abdômen (inspeção, auscultação, percussão, 
palpação), genitais e região anal, osteotendinoso, neurológico. 
 Impressão diagnóstica: apresenta três tipos: 
 Diagnóstico sindrômico: definição de uma síndrome. 
 Diagnóstico nosológico: doença que o paciente apresenta. 
 Diagnósticos diferenciais: patologias que se parecem ao diagnóstico 
nosológico e são descartados. 
 Plano de trabalho: descreve de forma numérica ou itens as ações que serão 
tomadas para a internação do paciente como localização, medidas gerais, 
medicamentos, exames, encaminhamentos. 
 Justificativa de admissão e tratamento: breve resumo com os dados mais 
importantes do quadro clínico do paciente com impressão diagnóstica, tratamento 
e plano de ação. 
A história clínica bem realizada, conduz de 70 a 80% do diagnóstico. 
EXAME FÍSICO GERAL 
No exame físico ectoscópico incluem de forma geral, a visualização do paciente e seu 
estado como um todo através da marcha, biótipo, atitudes e expressões faciais, altura, 
peso e temperatura, pele, mucosas e anexos, tecido celular subcutâneo e panículo adiposo. 
Marcha → verificar se o paciente deambula ou tem limitação na marcha, avaliar a 
presença da dificuldade ou dor durante a marcha, avaliar presença de movimentos 
anormais durante a marcha e a postura. Alterações comuns: Paresia (perda parcial da 
motricidade) e Plegia (perda grave ou completa de força muscular e de movimento). 
A marcha normal é suave e acompanhada do balanço simétrico dos braços, os pés devem 
tocar suavemente o solo com o joelho estendido e o passo deve ser transferidos 
harmonicamente ao longo do pé em direção ao metatarso e com o joelho levemente 
flexionado o pé deve levantar do solo. Os movimentos ao caminhar devem ser 
coordenados. 
Biotipos → são observáveis três biótipos, onde: 
1. Brevelíneos: paciente é baixo, extremidades inferiores e superiores pequenas. 
2. Longelínios: paciente alto, magros, extremidades cumpridas. 
3. Normolíneos: paciente de estatura mediana, são maioria da população. 
Postura → é a posição que o paciente assume ao ficar em pé, sentado ou deitado. De pé: 
deve encontrar simetria de frente e de lado onde se imagina uma linha acima dos ombros, 
crista ilíaca e acima dos joelhos e verificar a simetria de todo o corpo. Decúbito: pode 
apresentar três formas: decúbito dorsal, decúbito lateral e decúbito ventral. 
Expressões faciais → avaliar a aparência e a configuração do rosto, a expressão facial 
ou fisionômica da pessoa. A simetria facial pode ser tanto estática quanto em movimento. 
Importante observar e descrever as expressões faciais e o paciente pode demonstrar tenso 
ou ansioso, zangado, feliz, triste, febril, sem expressão. 
12 
 
Peso e altura → são medidas antropométricas de exploração obrigatória no exame físico 
de cada pessoa. Equipamento necessário: fita métrica e balança. Com os equipamentos 
corretos é possível identificar o IMC e a superfície corporal (M2SC). 
Calculo do IMC: 𝐼𝑀𝐶 =
𝑃𝐸𝑆𝑂
𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴2
 Cálculo da M2SC: 𝑆𝐶 = √
𝑃𝐸𝑆𝑂 𝑥 𝐴𝐿𝑇𝑈𝑅𝐴
3600
 
ESCALA IMC 
< 18,5 Baixo peso 
18,5 a 24,9 Normal 
25 a 29,9 Sobrepeso 
30 a 34,9 Obesidade I 
35 a 39,9 Obesidade II 
40 a 49,9 Obesidade III 
>50 Obesidade IV 
 
Temperatura → se suspeitarmos que uma pessoa está com aumento da temperatura 
corporal, sentimos sua pele com o dorso da mão em diferentes regiões como testa, 
pescoço, tronco e extremidades. A temperatura corporal é determinada pela leitura da 
medição registrada em um termômetro que pode ser clínico de vidro que contém mercúrio 
ou por termômetro eletrônico. A temperatura corporal normalmente se encontra entre 36 
a 37,5ºC. 
Medida Temperatura normal ºC Febre 
Axilar 34,7 – 37,2 > 37,8 
Oral 35,5 – 37,5 > 37,8 
Rectal 36,6 – 38.0 > 38,3 
Timpánica 35,8 – 38,0 > 38,3 
 
Pele e anexos → a pele é o maior órgão do corpo humano e cumpre funções fisiológicas 
e imunológicas, pesa de 3 a 4 kg e é a primeira coisa a ser vista durante a inspeção. Deve-
se analisar se a lesão cutânea é característica do órgão ou secundária a outra condição. 
Por observação: cor e pigmentação, higiene e lesões. Porpalpação: humidade, 
temperatura, textura e espessura, turgência e mobilidade. 
Exame dos cabelos: observar cor e pigmentação, quantidade, textura, distribuição e 
higiene. 
Exame das unhas: observar forma e configuração, cor, tempo de preenchimento capilar 
(< 3 seg). 
Perguntas específicas durante o interrogatório: 
 Quando isso começou? 
 É contínuo ou intermitente? 
 As lesões são semelhantes ao início ou mudaram? 
 Você tem coceira, queimação ou dor? 
 Você tem sintomas sistêmicos associados? 
13 
 
Fatores que alteram a normalidade da pele: alergias, drogas, história familiar de doenças 
semelhantes, exposição a produtos químicos, viagens frequentes, história sexual. 
Para a avaliação é importante que o paciente esteja nu fazer avaliação deitado e em pé, 
ter Boa iluminação, usar lupa ou usar lâmpada de Wood. 
Inspeção de lesões: na topografia das lesões se avalia a simetria, áreas expostas ao sol e 
a distribuição verificando se é localizado ou generalizado, agrupado ou linear, confluente 
ou herpetiforme. Formas: arredondado, oval, anular, pedunculado, umbilicado. Tamanho, 
bordas, contornos, limites, superfície, cor e aparência. 
A palpação deve levar em conta a profundidade, textura e fixação das lesões a outras 
estruturas. 
LESÕES ELEMENTAIS 
Podem ser classificadas em três tipos: 
1. Primarias: aparecem sobre a pele saudável. 
2. Secundarias: se observa em pele previamente lesionada. 
3. Combinadas. 
Lesões elementais primarias → são compostas por mácula, pápula, placa, vegetação, 
nódulo, tumor, vesícula, ampola, pústula, escama e queratose. 
Mácula → é uma mancha que aparece com uma mudança de cor sem qualquer alteração 
no relevo, depressão, espessura ou consistência. Pode ser: vascular (produzida por 
doenças vasculares e desaparece com a vitro pressão). Ex: arterial (eritema solar), venosa 
(perniose), hipofluxo sanguíneo (palidez) e malformação vascular (telangiectase, 
angiomas). Pigmentar (devido aos depósitos de pigmento na pele, não desaparece com a 
vitro pressão). Ex: Melanina (por aumento, melasma, addison. Por diminuição, 
eczematide acromiante, albinismo. Por ausência, vitiligo), hemosiderina (purpura, 
equimose petequias), Bilirrubina (icterícia). 
 
 
 
 
 
 
 
Eritema → é um tipo de mácula e são lesões avermelhadas que se espalham por grandes 
áreas da pele, também conhecidas como exantema e pode ser: 
 Morbiliforme: apresenta áreas de pele saudável dentro do eritema. 
 Escarlatiniforme: toda a pele é afetada na área do eritema. 
 Enantema: é quando está localizado nas membranas mucosas. 
14 
 
Pápula → é uma elevação circunscrita da pele de consistência sólida e superficial, com 
diâmetro < 0,5 cm. Aparece na epiderme (verruga plana), derme (sífilis secundária e 
urticária), dermoepidérmica (líquen plano) e folicular (queratose folicular). 
 
 
 
Placa → é semelhante a pápula, com 
tamanho de 0,5 a 1 cm e infiltrada. 
Predomina em extensão superficial e não 
em profundidade. 
 
 
 
 
Vegetação → é uma proliferação das papilas dérmicas que se projetam acima do nível da 
pele. Ex: Condiloma acuminado e Verrugas vulgares. 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
Nódulo → são lesões de consistência sólida, maiores que 0,5 
a 1 cm, localizadas profundamente na hipoderme, predomina 
a profundidade e não a extensão, são mais palpáveis do que 
visíveis. Ex: Eritema nodoso. 
 
 
 
Tubérculo ou nódulo superficial → são lesões 
de consistência sólida e circunscritas, está entre 
uma pápula e um nódulo e se localiza na derme. 
Eles não se resolvem espontaneamente e deixam 
uma cicatriz ou atrofia. Podem ser agudos ou 
crônicos. Ex: Furúnculo e Lepra lepromatosa. 
 
 
 
 
Gomas → são uma variedade de nódulos, que 
evoluem em 4 períodos. 1- Crueza, 2- 
Amolecimento, 3- Ulceração / evacuação e 4- 
Reparação de cicatrizes. Ex: escrófulas. 
 
 
 
Tumor → é uma neoformação não inflamatória, superficial ou profunda de tamanho 
variável, consistência sólida ou com conteúdo líquido (cisto). Tem tendência à 
persistência e ao crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
Vesícula → é uma lesão pequena com 
conteúdo líquido (<0,5 cm). Eles são 
multitabicadas e estão localizadas na 
epiderme. Seu conteúdo pode ser seroso, 
hemorrágico ou purulento. 
 
 
 
 
Ampola → é uma lesão com conteúdo líquido e maior que 0,5 
cm. Elas são uniloculares e estão localizados na epiderme. Seu 
conteúdo pode ser seroso, hemorrágico ou purulento. 
 
 
 
 
 
 
 
Pústula → é de elevação circunscrita da pele com conteúdo 
purulento desde o início. 
 
 
 
 
Escamas → são lamelas da camada 
córnea, que se desprendem 
espontaneamente da superfície da pele. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
Queratose → é uma lesão de consistência sólida, 
circunscrita. O espessamento da pele ocorre na camada 
córnea. Ex: calosidades e ceratodermia. 
 
 
 
LESÕES ELEMENTAIS SECUNDÁRIAS 
São compostas por escama, costra, escara, fissura, perda de substância, atrofia, esclerose, 
liquenificação e cicatriz. 
 
Escamas → as escamas aparecem na evolução de 
outra lesão primária, são consideradas escamas 
secundárias. Ex: eczema crônico. 
 
 
 
 
Costra → é o resultado da dessecação de uma 
secreção (soro, pus ou sangue). Ex: crostas 
melicéricas, feridas pós-abrasão. 
 
 
 
 
 
 
Escaras → é uma formação de tecido 
necrótico, delimitado a partir de pele 
saudável. Ex: alterações vasculares. 
 
 
 
18 
 
Fissura → é a solução de continuidade 
linear sem perda de substância.Ex: 
fissuras no intertrigo. 
 
 
 
 
 
Perda de substância → compreende erosão, ulceração, úlcera e escoriação, onde: 
Erosão: perda superficial da substância que não deixa cicatriz. Ex: coçar. 
Ulceração: perda de substância profunda que deixa cicatriz, pode chegar a derme e a 
hipoderme. 
Úlcera: ulceração de curso crônico. Ex: ulceras vasculares. 
Escoriação: perda de substância produzida pelo paciente com seus dedos, instrumental 
ou traumática. 
 
 
Perda de substância. 
 
 
 
 
 
 
Atrofia → é uma diminuição da 
espessura e elasticidade da pele. A 
pele enruga facilmente.Ex: 
fisiológico (senil) e patológico 
(estrias). 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
Esclerose → é um endurecimento da pele, com 
dificuldade de dobrar e sem rugas. Adere a 
planos profundos. Ex: esclerodermia. 
 
 
 
 
 
Liquenificação → é o aumento da 
espessura, pigmentação e grade normal da 
pele. Ex: eczema crônico. 
 
 
 
 
Cicatriz → Neoformação conjuntival e 
epitelial que substitui uma perda de 
substância ou substitui um processo 
inflamatório destrutivo. 
 
 
 
 
ALTERAÇÕES DA UNHA 
Compostas por onicólise, onicomadese, onicose, coiloníquia, unhas em vidro de relógio, 
sulcos transversais de beau, leuconíquia, melanoníquia, paroníquia e onicogrifose. 
Onicólise → é a separação da lamina 
ungueal do leito pela parte distal e 
lateral que avança em direção a ulna. 
Causas: sistêmicas, endocrinopatias, 
gravidez, anemia, fármacos, infecções 
micóticas ou bacteriana. 
 
 
 
20 
 
 
 
Onicomadese → é o desprendimento da unha 
pela parte proximal que progride para queda. 
Causas: doenças agudas graves, doenças 
ampolares, estresse intenso e traumatismos. 
 
 
 
 
Onicose → é o desprendimento paralelo, 
horizontal das camadas da unha, 
principalmente na parte distal. Causas: fatores 
exógenos, doenças dermatológicas e não 
dermatológicas, fármacos, velhice e causas 
idiopáticas. 
 
 
 
Coiloníquia → é a unha côncava também é 
conhecida como unha de colher. Causas: 
deficiência de ferro, hemocromatose, porfiria, 
doença tiroidea e acromegalia. 
 
 
 
 
Unhas em vidro de relógio → ocorre 
convexidade, está presente nos dedos 
hipocráticos ou em forma de baqueta. 
Causas: hipóxia crônica, doenças digestivas, 
endócrinas e metabólicas. 
 
 
 
 
 
21 
 
Sulcos transversais de beau → são depressões 
transversaispor redução parcial e transitória da 
função da matriz, aparece na ulna e avança 
distalmente à medida que a unha vai crescendo. 
Causas: febre, erridermia e deficiência de zinco. 
 
 
 
 
Leuconíquia → é a pigmentação branca 
da unha, pode ser total, parcial, estriada ou 
puntiforme. Causas: traumatismo, 
psoríase, fármacos. 
 
 
 
 
Melanoníquia → é a pigmentação negra, 
total ou parcial da lâmina ungueal por 
aumento de melanina. Causas: nevos, 
traumatismos mínimos repetitivos e 
hematomas subungueais. 
 
 
 
 
Paroníquia → é a inflamação dos tecidos periungueais 
caracterizados pela presença de edema da pele que rodeia a 
unha, a forma aguda é muito dolorosa e pode estar aco 
mpanhado por pus. Causas: infecções bacterianas e virais, 
infecção micótica, dermatite por contato e vasculopatias 
periféricas. 
 
 
 
Onicogrifose → é o engrossamento, alongamento e 
hipercurvatura da unha. Causas: idade avançada, 
vasculopatias periférica. 
 
22 
 
As principais causas das lesões ungueais são micóticas, traumáticas, quimicas, geneticas 
e nutricionais. 
EXAME FÍSICO REGIONAL 
Começar sempre pela cabeça onde será avaliado: 
Crâneo → ver posição, forma, proporções, simetria, implantação coro cabeludo e 
perímetro cefálico. A forma e as proporções da cabeça como um todo variam de acordo 
com o tipo constitucional, raça, idade e sexo. 
Avaliação da face → realizar inspeção e palpação da face, exame das estruturas externas 
do olho, exame do nariz e seios da face, exploração das estruturas externas e internas da 
boca, exame de ouvido externo e exame dos nervos cranianos. 
Avaliação dos olhos → realizar inspeção no aparelho lacrimal (glândula e saco lacrimal, 
pontos e lágrimas), conjuntiva (palpebral e bulbar), esclera, córnea, íris e pupilas (forma, 
tamanho, cor), reflexos pupilares, reflexo de luz da retina, retina (cor e pigmentação, 
vasos, mácula, disco óptico), movimentos oculares (olhar conjugado, movimentos dos 
músculos extrínsecos do olho) e pressão intraocular. 
Pescoço → realizar a inspeção do pescoço como um todo seguindo as referências de 
varredura da glândula tireoide, exame de linfonodo, exame dos vasos do pescoço, 
exploração do resto das estruturas. 
A palpação da glândula tireoide pode ser feita mediante quatro tipos de manobras: 
 
1. Manobra de Quervain: com o 
paciente sentado, o médico se situa por trás 
do paciente e com os polegares apoiados na 
região posterior do pescoço e com os dedos 
indicador, médio e anelares realizar a 
palpação localizando a cartilagem e 1cm 
abaixo palpar a glândula e seus lobos. 
 
 
 
 
2. Manobra de Lahey: com o paciente 
sentado, o médico se localiza a frente do 
paciente e com uma das mãos se realiza 
compressão da traqueia para o lado oposto e 
com a mão livre, fazer a exploração da 
glândula tireoide. Fazer em ambos os lados. 
 
 
 
 
23 
 
 
 
3. Monobra de Crile: com o paciente 
sentado, o médico se localiza a frente do 
paciente e com o dedo polegar, indicador 
e médio realiza a palpação da glândula 
tireoide, o polegar irá fazer a compressão 
da traqueia para o lado oposto e com o 
indicador e médio, se realiza a inspeção. 
 
 
 
 
4. Manobra de Pemberton ou 
Maranhão: se realiza quando o paciente 
apresenta bócio e a manobra consiste de 
que o paciente deve estirar sua cabeça para 
trás e levantar os dois braços cruzando-os 
na nuca. O bócio irá subir e obstruir a 
traqueia e os vasos sanguíneos como 
resposta o paciente apresentará o rosto 
vermelhidão, sendo um sinal positivo. 
 
 
Avaliação dos gânglios linfáticos → fazer a inspeção dos gânglios linfáticos anteriores, 
laterais e posteriores. Avaliar o tamanho, consistência, sensibilidade. Medida fisiológica 
< 1cm e quando estão >1,5 a 2cm requerem atenção e estudos de ultrassom, se passar de 
2,5 cm realizar extração para estudo patológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Avaliação do tórax → avaliar a glândula mamaria e os gânglios linfáticos. 
 
 
 
 
Dividir a mama em 4 quadrantes: 
1. Superior externo ou lateral superior externo. 
2. Superior interno ou lateral superior interno. 
3. Inferior externo ou lateral inferior externo. 
4. Inferior interno ou lateral inferior interno. 
 
 
 
 
 
 
Após a divisão dos quadrantes, subdividir em 
regiões igual a um relógio de 1 a 12 horas. 
 
 
 
 
 
 
25 
 
Posições de avaliação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação de secreção → pode ocorrer de ter saída de dois tipos de secreção através do 
mamilo: 
1. Lactorréia: saída de leite. 
2. Sangrado, pus. 
Sentado com os braços ao 
lado do corpo. 
 
Sentado com os braços 
erguidos acima da cabeça. 
Sentado com as mãos 
pressionando os quadris. 
 
Sentado, inclinado para a 
frente. 
Deitado. 
26 
 
A palpação das mamas, não devem ser feitas no período menstrual. Recomenda-se 
palpação 1 semana antes ou 1 semana após o período menstrual e se realiza por duas 
formas: 
 
EXAME FÍSICO DO ABDÔMEM 
Começar a avaliação pelos músculos abdominais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No abdômen aparecem estruturas que são palpáveis quando apresentam megalia e estão 
compostas por: cólon, borda inferior do fígado, ponta do baço, rins, bexiga distendida, 
útero, apófises xifoides e ângulo costovertebral. 
Órgãos dificilmente palpáveis → pâncreas, vesícula, rins, vasos sanguíneos e órgãos 
retroperitoneais. 
 
 
27 
 
Pontos de referência anatômica do abdômen → servem de referência e localização 
anatômica durante o exame físico. 
 
 
 
 
1. Apêndice xifoide 
2. Reborda costal 
3. Linha media 
4. Umbigo 
5. Espinha ilíaca anterossuperior 
6. Borda superior do púbis. 
 
 
 
 
 
Região posterior do tórax → apresentam dois ângulos: 
1. Ângulo costovertebral: formado pela união da 13º costela e as vertebras que forma 
um ângulo de 65° e se localiza o polo renal superior. 
2. Ângulo costomuscular: formado pela 13º costela com a borda lateral do músculo 
paravertebral formando um ângulo de 75° e se localiza o polo renal inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações para o exame físico do abdômen → paciente deve estar tranquilo, 
acomodado e preferencialmente deitado, as mãos do examinador devem estar aquecidas 
e as manobras devem ser suaves, mas sustentadas. 
Posicionamento do paciente → os braços em ambos os lados do corpo, pernas paralelas 
e estendidas e o médico deve sempre estar ao lado direito do paciente. Não cruzar as 
pernas, não flexionar a cabeça e o examinador deve corrigir as posições quando estiverem 
inadequadas. 
 
28 
 
Topografia abdominal → para a divisão dos 9 quadrantes de acordo com a escola 
francesa deve ser feito: 
1. Por 2 linhas horizontais que vão: da extremidade anterior da 10ª costela direita e 
esquerda e das cristas ilíacas. 
2. Por 2 linhas verticais que vão: do ponto médio entre a espinha ilíaca 
anterossuperior e a linha média de ambos os lados. 
Os quadrantes resultantes são: 
 Hipocôndrio direito (2) 
 Epigástrio (1) 
 Hipocôndrio direito (3) 
 Flanco direito (5) 
 Mesogástrio (4) 
 Flanco esquerdo (6) 
 Fossa ilíaca direita (8) 
 Hipogástrio (7) 
 Fossa ilíaca esquerda (9) 
 
 
 
 
Divisão do abdômen em 4 quadrantes de acordo com a escola inglesa. 
1. Linha vertical por cima da linha média da apófise xifoide ao púbis. 
2. Linha horizontal nas cristas ilíacas superiores de direita para esquerda. 
 
 
Resultando em 4 quadrantes: 
1. Quadrante superior direito 
2. Quadrante superior esquerdo 
3. Quadrante inferior direito 
4. Quadrante inferior esquerdo 
 
 
 
Sistemática do exame físico: IAPP 
1. INSPEÇÃO: contorno, simetria, movimentos respiratórios, pulsações, 
peristaltismo visível, pele, circulação colateral. 
2. AUSCULTAÇÃO: ruídos de hidroaéreos, sons vasculares. 
3. PERCUSSÃO: tônus, limite dos órgãos abdominais. 
29 
 
4. PALPAÇÃO: tônus musculares, característicasdos órgãos, pontos dolorosos, 
sensibilidade, massas, pulsações, acúmulo de fluidos. 
 
Inspeção → observar o peristaltismo, superfície, contorno e movimento do abdômen, 
pele (cicatrizes, estrias, circulação colateral, erupções e lesões, umbigo, contorno e 
localização). 
Abdômen normal → é arredondado ou plano, simétrico, escavado ou côncavo em 
pessoas magras, globuloso em obesos. 
Tipos patológicos de abdômen: 
Globoso → aumento do perímetro abdominal, protrusão da cicatriz abdominal, formação 
de hérnia. Ex: Gravidez, tumores, cistos ovarianos e ascite. 
Abdômen batráquio → perda de tônus dos músculos anterolaterais e tem aspecto de 
barriga de sapo. É apresentado em: Idosos, obesos e gravidez a termo. 
Abdômen em batea → perda de tecido celular e massa muscular, as projeções ósseas são 
acentuadas. As dobras cutâneas são acentuadas, a pele fica seca e lisa e a cicatriz umbilical 
fica retraída. Ex: Desnutrição, neoplasias avançadas e infecções crônicas. 
Na inspeção do abdômen verificar detalhadamente se o abdome é plano, arredondado, 
proeminente ou cavado? Os flancos estão salientes ou existem saliências locais? É 
simétrico? Os órgãos ou massas são visíveis? Peristaltismo, pulsações? 
Sinais na inspeção abdominal 
 
 
 
SINAL DE CULLEN: Equimose peri-umbilical, 
pode ocorrer por lesão capilar, deficiência de 
complexo de protrombina, é observada em 
pancreatite necrohemorrágica e hepatopatia. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
SINAL DE GRAY TURNER: 
Equimoses do flanco esquerdo, 
pode ocorrer por lesão capilar, 
deficiência de complexo de 
protrombina, é observada em 
pancreatite necrohemorrágica e 
hepatopatia. 
 
 
 
 
 
SINAL DE RANSOHOFF: Pigmentação 
amarelada da região umbilical, ocorre pela 
ruptura do conduto colédoco. 
 
 
 
 
 
 
SINAL CRUVEILHIER: são varizes venosas no 
umbigo também chamada de cabeça da medusa que é 
causada por hipertensão portal. 
 
 
 
Auscultação → deve ser feito antes da palpação ou percussão para não alterar os ruídos 
hidroaéreos. Podem ser detectados sopros ou sons vasculares. Auscultar por 1 minuto. 
Ruídos hidroaéreos no quadrante inferior direito: 
1. Sopros: Estenose da artéria renal, Insuficiência arterial (aórtica, renal, ilíaca) 
2. Roces: Tumores de fígado, Infartos esplênicos. 
Ruídos intestinais: 
1. Borborigmos: sons audíveis sem a utilização de estetoscópio, resultado do 
movimento dos intestinos à medida que empurram os alimentos. Soa como o cano 
de água. Indicam o funcionamento do tubo digestivo. 
31 
 
Ruídos hidroaéreos → é o movimento do ar e líquidos dentro do intestino audíveis com 
ou sem estetoscópio, são suaves de tonalidade alta, contínuos e não estão acompanhados 
de dor. Aparecem cerca de 5 a 30 vezes por minuto. Estão presentes com íleo mecânico 
e ausentes em íleo paralítico. 
Ruídos vasculares → principalmente os sopros, auscultar o s 4 quadrantes. Se auscultam 
ruídos vasculares provenientes da aorta abdominal por aneurismas, artérias renais por 
estenose na hipertensão renovascular, artéria mesentérica por angina abdominal. 
Localização anatômica dos sopros arteriais: 
 
1. Aorta 
2. Art. Renal direita 
3. Art. Renal esquerda 
4. Art. Ilíaca direita 
5. Art. Ilíaca esquerda 
6. Art. Femoral direita 
7. Art. Femoral esquerda 
 
 
 
 
Percussão → realizada de maneira dígito-digital, realizada com suavidade, delimita 
órgãos maciços ou tumores, permite avaliar os tipos de ruídos sendo muito útil nas 
distensões abdominais. 
 Trajetória para a percussão: 
 
A percussão permite avaliar a quantidade e 
distribuição de gás no abdômen, identificar 
possíveis massas sólidas ou císticas e percutir em 
todos os quatro quadrantes para avaliar a matidez ou 
o timpanismo. 
Importante: Matidez hepática e timpanismo gástrico. 
 
 
 
 
 
 
 
1 3 2 
4 5 
6 7 
1 
2 
3 
4 5
 
6 
7 
8 
9 
10 11 
12 
13 
32 
 
 
Onda ascética ou sinal da moeda de 
Pitres → se realiza com ambas as mãos. 
De um lado, uma mão se apoia sobre o 
flanco com o polegar infraumbilical para 
bloquear a onda da parede abdominal e 
com a outra se percute com a ponta dos 
dedos o flanco oposto da mão de apoio. 
Se a mão de apoio perceber uma onda 
líquida, o sinal é positivo (+) para ascite. 
 
 
 
Achados durante a percussão: 
1. Hipersonoridade generalizada: causadas por íleo mecânico ou paralitico, 
pneumoperitoneo. 
2. Matidez generalizada: causada por útero gravídico, cisto volumoso, ascite 
abundante. 
3. Matidez intercalada com sonoridade: ascite septada, peritonite tuberculosa. 
4. Distensão localizada com matidez: tumores ou visceromegalias. 
5. Distensão localizada com sonoridade: tumor retroperitoneal que empurra as asas 
intestinais. 
Palpação → pode ser com uma ou duas mãos, ajuda a detectar dores abdominais, relaxa 
e acalma o paciente. Se for observada resistência, avaliar se é resistência voluntária ou 
involuntária pedindo ao paciente para respirar com a boca aberta. Existem dois tipos de 
palpação: 
1. Palpação superficial: explora os tegumentos e a tensão abdominal pela Manobra 
da mão do escultor de Merlo. 
Mão do escultor de Merlo → permite o relaxamento da parede abdominal se realiza 
passando a mão direita em forma plana por toda a superfície abdominal (como se fosse 
massagem sempre de baixo (púbis) para cima (apófise xifoide) e detecta saltos localizados 
além de permitir detectar temperatura e mudanças tróficas da pele. 
2. Palpação profunda: explora os pontos dolorosos, permite palpar o batimento 
aórtico, diferencia vísceras ocas de sólidas. É usada para delinear massas 
abdominais e sempre palpar com os lados palmares dos dedos, permite identificar 
qualquer massa e reconhecer vísceras ocas e sólidas. 
33 
 
Tipos de palpação → pode ser monomanual ou bimanual 
 
 
 
 
 
 
Palpação bimanual → deve ser realizada com os dedos indicadores em contato ou com 
as mãos sobrepostas, com as mãos em sentido anteroposterior e com manobra de 
deslizamento. 
 
 
Órgãos encontrados na palpação por quadrantes: 
1. Hipocôndrio direito: lóbulo direito do fígado, vesícula e vias biliares, ângulo 
hepático do cólon, rim direito. 
2. Epigástrio: estômago, lóbulo esquerdo do fígado, aorta, cabeça do pâncreas. 
Palpação bimanual mãos sobrepostas Palpação bimanual com os dedos 
indicadores em contato 
Palpação bimanual com manobra de 
deslizamento 
Palpação bimanual com mãos em sentido 
anteroposterior 
34 
 
3. Hipocôndrio esquerdo: fundus gástrico, baço, ângulo esplênico do cólon, cauda 
(cola) do pâncreas, rim esquerdo. 
4. Flanco direito: cólon ascendente, rim direito, asas do intestino delgado. 
5. Mesogastrio ou Zona umbilical: epiplon maior, mesentério, cólon transverso, 
intestino delgado, aorta. 
6. Flanco esquerdo: cólon descendente, rim esquerdo, asas do intestino delgado. 
7. Fossa ilíaca direita: cego e apêndice, anexo direito, íleo terminal. 
8. Hipogástrio: bexiga e útero. 
9. Fossa ilíaca esquerda: cólon sigmoide, anexo esquerdo. 
Sinais e pontos dolorosos abdominais: 
 
A. Ponto de McBurnney: 
para encontrar o ponto de 
McBurnney, se traça uma linha 
do umbigo até a espinha ilíaca 
anterossuperior e divide-se em 
3 terços. O ponto estará na 
união do terço médio com o 
terço externo. Suspeita de 
apendicite. 
B. Ponto de Lanz: se 
localiza entre a linha da espinha 
ilíaca anterossuperior até a 
sínfises púbica entre o terço 
médio e o terço externo. 
Suspeita de apendicite. 
C. Manobra de Rovsing Americano: palpação ou pressão sobre a fossa ilíaca 
esquerda resultando dor em fossa ilíaca direita. Suspeita de apendicite. 
D. Manobra de Rovsing Europeu: palpação ou pressão sobre o hipocôndrio esquerdo 
a nível do ângulo esplênico do cólon resultando dor em fossa ilíaca direita. 
Suspeita de apendicite. 
E. Sinal de Douglas: é um sinal doloroso ao toque retal. Suspeita de apendicite. 
F. Sinal de Blumberg: pressão direta sobre a fossa ilíaca direita gerando dor.Suspeita 
de apendicite. 
Ponto de Morris → se traça uma linha do umbigo até a espinha ilíaca anterossuperior e 
divide-se em 3 terços. O ponto estará na união do terço interno com o terço médio. 
Suspeita de apendicite e colecistite aguda. 
Ponto cístico → localizado a nível do hipocôndrio na borda costa direita e borda externa 
do músculo reto abdominal. Suspeita de colecistite aguda. 
Ponto ureteral superior e médio → para avaliação renal. 
SINAIS, DESCRIÇÕES E DIAGNÓSTICOS DOS PONTOS DOLOROSOS 
ABDOMINAIS: 
Sinal de Blumberg → dor a compressão e descompressão da fossa ilíaca direita. 
Diagnóstico de apendicite. 
35 
 
Sinal de McBurney → dor a compressão e descompressão no ponto de McBurney. 
Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Rovsing → dor em fossa ilíaca direita ao comprimir a fossa ilíaca esquerda. 
Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Makle → dor em fossa ilíaca direita ao golpear o calcanhar direito. Diagnóstico 
de apendicite. 
Sinal do Obsturador → a flexão e rotação externa do músculo direito gera dor na fossa 
ilíaca direita e hipogástrio. É realizada na perna direita do paciente. Diagnóstico de 
apendicite e abcesso pélvico. 
Sinal de Psoasilíaco → dor em fossa ilíaca direita ao levantar e estender a perna (direita) 
contra uma resistência. Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Aaron → dor em epigástrio ao aplicar pressão firme e mantida sobre o ponto de 
McBurney. Diagnóstico de apendicite. 
Sinal de Ten Horn → dor ao tracionar suavemente o testículo direito. Diagnóstico de 
apendicite. 
Sinal de Carnett → perda da sensibilidade abdominal ao contrair os músculos da parede 
abdominal. Diagnóstico de foco intra-abdominal de dor. 
Sinal de Candeleir → dor externa no abdômen inferior e a pelve ao mobilizar o colo 
uterino. Diagnóstico de doença inflamatória pélvica. 
Sinal de Courvoisier → vesícula biliar palpável e indolor na presença de icterícia. 
Sinal de Murphy → dor durante a inspiração ao comprimir o quadrante superior direito 
do abdômen. Diagnóstico de colecistite aguda. 
Sinal de Claybrook → acentuação dos ruídos respiratórios e cardíacos em toda a parede 
abdominal. Diagnóstico de ruptura de víscera abdominal. 
Sinal de Fothergill → massa na parede abdominal que não atravessa a linha media e 
segue sendo palpável ao contrair o músculo reto abdominal. Diagnóstico de hematoma 
do músculo reto abdominal. 
Sinal de Danforth → dor no hombro ao inspirar. Diagnóstico de hemoperitoneo. 
Sinal de Kehr → dor no hombro esquerdo em decúbito supino ao comprimir o quadrante 
superior esquerdo do abdômen. Diagnóstico de hemoperitoneo. 
Sinal de Mannkopf → aceleração do pulso ao palpar um abdômen doloroso. Diagnóstico 
ausente se o paciente estiver mentindo. 
MANOBRAS DE PALPAÇÃO 
Manobra de esforço → permite detectar se as pequenas protuberâncias são extra ou 
intra-abdominais. O paciente é deve a levantar a cabeça e flexionar levemente as pernas, 
se a protuberância desaparecer, é intra-abdominal ou se persistir, é extra-abdominal. 
 
 
 
36 
 
 
Manobra para detectar tensão abdominal → mão direita 
plana, paralela à linha média e dedos direcionados em sentido 
cefálico. A parede é deprimida com movimentos de flexão dos 
dedos. 
 
 
 
 
Manobra em caso de hipertonia da parede → 
cubrir a pele do abdômen com vaselina ou talco, 
para facilitar o deslizamento manual. Usar a 
Manobra de Obrastzow que consiste com o polegar 
da mão esquerda e a eminência tenar deprimir a 
parede abaixo e à esquerda do umbigo para relaxar 
a parede da fossa ilíaca direita. 
 
Manobra de Yódice-Sanmatino → o toque retal produz relaxamento da parede 
abdominal sendo útil para localizar a dor quando ela é generalizada. 
Manobra de Minkowsky → quando uma massa descende na inspiração, poderá ser 
retida na expiração, isso indica que essa massa não tem contato direto com o diafragma, 
sendo útil para reconhecer tumores retroperitoneais. 
Manobra de Glenard e Hausmann → também chamada de Manobra Deslizante 
utilizado para vísceras ocas, pode ser com uma ou duas mãos. Colocar uma ou ambas as 
mãos perpendiculares ao eixo maior do órgão, tentando identificar seus contornos. Se 
utiliza a manobra para todo o trajeto do tubo digestivo. 
 
Palpação do estômago (Manobra de Chapoteo) → 
geralmente não é palpável. Movimentos rápidos com as pontas 
dos dedos, ascendendo do púbis ao epigástrio paciente deve 
estar em jejum de 12h e a presença de ruídos hidroaéreos 
indicam conteúdo gástrico retido por hipertrofia do piloro. Se 
utiliza na suspeita de tumor ou inflamação do piloro. 
 
Palpação do cego → com a manobra deslizante na fossa ilíaca 
direita e também é palpável com as manobras de Galambos e 
Obrastzow em caso de rigidez da parede abdominal. 
 
 
 
37 
 
Palpação do cólon descendente e sigmoide → com a manobra de deslizamento do lado 
esquerdo do paciente. O cólon descendente normalmente não é palpável. O sigmoide é 
facilmente palpável em fossa ilíaca esquerda. 
Palpação da aorta → o batimento aórtico é palpável no epigástrio à esquerda da linha 
média principalmente em pessoas magras. O achado de uma massa expansiva pulsátil 
sugere um aneurisma. Se busca mais em pessoas idosas. 
 
Palpação do fígado → o médico senta-se à direita do 
paciente e com a mão direita em posição oblíqua, palpa 
a partir da fossa ilíaca direita para cima, fora dos 
músculos retos e ao atingir a margem da costela, o 
paciente é solicitado a respirar fundo. A palpação deve 
ser continuada em direção ao epigástrio e quadrante 
superior esquerdo. Deve ser estabelecido se a borda 
hepática é arredondada ou pontiaguda. 
Palpação com mão em forma de colher, onde os dedos 
estão flexionados em forma de colher e deve-se pressionar 
suavemente abaixo da margem da costela. O paciente é 
solicitado a fazer uma inspiração profunda e a borda 
hepática é palpada. 
 
 
Manobra de Chayffard → para palpação do fígado e os 
dedos indicador e médio da mão esquerda, no ângulo 
costomuscular direito na região posterior do abdômen. 
Com a mão esquerda, fazer pequenos impulsos para cima 
após a inspiração e com a mão direita, percebe-se o bode 
hepático. 
 
Monobra de Gilbert → com as mãos unidas em contato 
o dedo indicador e médio formando um ângulo reto, 
com movimento de flexão na fossa ilíaca direita de 
forma ascendente se busca a borda hepática. Ao se 
aproximar da margem da costela, o paciente é 
solicitado a respirar fundo. 
 
Manobra do gancho de Mathieu → as mãos com 
os dedos unidos e ligeiramente curvados como se 
fosse o seu próprio fígado e então começa a partir 
da fossa ilíaca direita com o movimento de 
gancho. O paciente é solicitado a respirar fundo. 
 
 
38 
 
Palpação da Vesícula biliar → as mesmas manobras são usadas para palpar o fígado. Se 
for palpável, busca-se sensibilidade com a manobra de Murphy. 
Manobra de Murphy → os hipocôndrios são 
abraçados com ambas as mãos e pressionadas 
suavemente com os polegares sob as costelas na 
junção com a borda externa dos músculos retos. 
O paciente é solicitado a respirar fundo. Se o 
Sinal de Murphy for positivo o paciente sentirá 
dor ou irá interromper a inspiração. 
 
 
Palpação do baço → se palpa com a mão quase 
plana, da fossa ilíaca direita para cima e para a 
esquerda. A palpação é suave e pede-se ao 
paciente para realizar inspirações profundas. A 
mão esquerda na região lateroinferior esquerda do 
tórax para levantar a caixa torácica. 
 
 
 
Técnica de gancho → o médico se 
posiciona a esquerda do paciente e com a 
mão esquerda ou direita em forma de 
colher, se engancha na borda costal 
esquerda e com a outra mão se realiza 
pressão sobre a costela, tentando empurrar 
o baço para baixo. 
Técnica de gancho variante de Middleton 
→ paciente coloca o antebraço por tras 
das costas que irá flexionar e exercer 
pressão na 10 até a 12 costelas esquerdas. 
O punho do examinador também pode ser 
colocado na mesmaposição. 
 
Manobra de Naegueli → paciente 
posicionado em decúbito medial direito, com 
membros superiores e inferiores esquerdos 
flexionados e membros superiores e 
inferiores direitos estendidos. 
 
 
 
39 
 
Manobra de Merlo → paciente posicionado em 
decúbito medial direito, com membros 
superiores e inferiores esquerdos flexionados e 
membros superiores e inferiores direitos 
estendidos. O médico com a mão esquerda se 
pressiona e levanta a parede do abdômen a partir 
da fossa ilíaca direita. A mão direita em forma 
de colher, abaixo da margem da costela, busca a 
borda do baço em inspiração profunda. 
 
 
Escala de Boyd → ajuda a avaliar o grau de esplenomegalia. 
Grau Características 
0 Baço percutível mas não palpável 
1 Baço palpável estendendo-se além da caixa torácica 
2 Baço palpável até o meio da linha do costo umbilical 
3 Baço palpável até o umbigo 
4 Baço além do umbigo, podendo estender-se até a fossa ilíaca direita 
 
EXAME FÍSICO DE EXTREMIDADES 
Para examinar as extremidades, se pregunta ao paciente: 
 Você tem alguma dor ou inchaço em algum membro? 
 Você sente alguma dor ao se mover? 
 Essa dor afeta suas atividades? 
 Você tem histórico de lesões musculares, ósseas ou articulares? 
Observar → marcha, movimentos ao mudar de posição sentado e de pé. 
Explorar → força muscular, amplitude de movimentos e realizar medições. 
Escala de força muscular 
Grau 5 
100% 
É normal, alcance total de movimentos contra a gravidade e total 
resistência. 
Grau 4 
75% 
Alcance total de movimentos contra a gravidade e certa resistência mas 
débil. 
Grau 3 
50% 
Alcance total de movimentos contra a gravidade mas não contra a 
resistência. 
Grau 2 
25% 
Alcance total de movimentos mas não contra a gravidade (movimentos 
passivos). 
Grau 1 Vestígios de movimento. 
Grau 0 Ausência de contratilidade. 
 
Recordar! 
 Se a palpação causar dor, não explorar a mobilidade articular. 
 Se ocorrer dor durante a mobilidade, tomar cuidado para não causar outra lesão. 
40 
 
 Os movimentos do pescoço e da coluna são contraindicados se houver suspeita de 
TCE ou coluna. 
 O paciente pode ser mantido vestido ou com bata para exame físico. 
 Se despe o paciente ao examinar o alinhamento do corpo e a configuração da 
coluna. 
Ângulos das extremidades: 
1. Flexão → máximo de 180º. 
2. Extensão → máximo de 50º. 
3. Abdução → máximo de 180º. 
4. Adução → máximo de 50º. 
5. Rotação externa → máximo de 90º. 
6. Rotação interna → máximo de 90º. 
Descrições: 
1. Simetria estrutural e alinhamento. 
2. Facilidade e amplitude de movimentos. 
3. Massa e tônus muscular. 
4. Força muscular. 
5. Aparência da pele sobre as articulações. 
6. Dor, crepitação e deformidades. 
Medições: 
1. Membro superior completo: do processo acromial do úmero até a ponta do dedo 
médio. 
2. Membro inferior completo: da espinha ilíaca anterossuperior até a planta do pé. 
Uma diferença de 1 cm entre as duas extremidades é considerada clinicamente 
insignificante. 
SEMIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO 
Motivos de consulta dependentes do aparelho respiratório → tosse, expectoração, 
dispneia, hemoptise, dor no peito e cianose. 
Sinais e sintomas gerais → são secundários a alguma doença respiratória composto por 
febre, astenia, anorexia e perda de peso. 
Definição de tosse → é um ato reflexo, o ponto de partida está localizado em qualquer 
nível da mucosa respiratória, na pleura, no conduto auditivo externo ou em outros locais 
distantes do tórax e muitas vezes atua como mecanismo de defesa do sistema respiratório. 
Tosse ferina ou Quintosa ou Coqueluche → caracteriza-se por episódios de tosse 
paroxística, que se iniciam com exalações violentas e explosivas seguidas de inspiração 
intensa e ruidosa provocada pelo espasmo da glote. Paciente tosse em média 5 vezes e faz 
inspiração profunda. Agente causador: Bordetella perfussis. 
Tosse coqueluchóide → é semelhante tosse ferina, mas falta o componente inspiratório 
que é a inspiração profunda. Agente causador: É produzido pela excitação do Nervo Vago 
gerado por tumores do mediastino, microrganismo bacterianos e virais como 
Mycoplasma pneumoniae, influenza tipo 1 e 2, parainfluenza, rinovírus, adenovírus, 
metapneumovírus, crapsyelas, clamideas. 
41 
 
Tosse rouca ou latida → ataques noturnos ou de madrugada, seca, intensa. Causadas 
pelas CRUP que é um grupo de doenças respiratórias superior e inferior que se 
caracterizam por irritação da laringe, traqueia e brônquios e são compostas por laringite, 
epiglotite, traqueite e laringotraqueobronquite. 
Tosse bitonal → composta de dois tons devido à vibração diferente das cordas vocais 
referente à paralisia. Exemplo: envolvimento do nervo recorrente devido a tumores do 
mediastino. 
Tosse emética → aquela que causa vômito. 
Tosse ruborizante → causa coloração vermelha do rosto. 
Tosse cianoizante → coloração azul-púrpura do rosto. 
Tosse seca → em geral é decorrente de processos irritativos localizados desde a laringe 
até a pleura. 
Tosse úmida → produz secreção e pode ser produtiva (quando tem expectoração ou 
esputo) ou não produtiva (não tem eliminação de expectoração ou esputo), com ou sem 
expectoração 
A tosse pode ser leve, moderada ou grave e a frequência pode ser variável. 
Etiologia da tosse → pode ser causada por fumo (mais comum em fumantes), 
gotejamento pós-nasal (mais comum em não fumantes), asma (deve ocorrer 
broncoconstrição, hipersecreção de muco e inflamação da mucosa respiratória), refluxo 
gastresofágico e bronquite crônica. 
Causas da tosse: 
1. Cardiovascular: por estenose mitral e insuficiência ventricular esquerda. 
2. Respiratórias: rinite, sinusite, faringite, laringite, traqueite, bronquite, carcinoma, 
adenoma bronquiais, pneumonia, broncopneumonia, bronquietasia, abcesso 
pulmonar e afecções pleurais. 
3. Mediastínicas: tumores primários e metastáticos, bócio intratorácico, aneurisma 
do cajado aórtico. 
4. Outras: irritação subfrênica, processos óticos, fármacos e neurose. 
Orientação diagnóstica adequada da história clínica → deve-se relatar as 
características da tosse (especificar qual o tipo de classificação da tosse), momento de 
aparecimento (manhã, tarde ou noite), sintomas acompanhantes (expectoração, febre, 
astenia), ingestão de drogas (captopril). 
Definição de expectoração → qualquer eliminação de secreção do sistema respiratório 
que exceda 100 ml que são engolidos insensivelmente diariamente por um adulto normal. 
Classificação da expectoração: 
1. Serosa: líquido claro, espumoso, amarelado ou ligeiramente rosado. Origem: 
edema alveolar incipiente ou carcinoma bronquioalveolar. 
2. Mucosa: incolor, transparente e apresenta diferentes consistências. Origem: 
período inicial das traqueobronquites agudas, bronquites crônica não complicada. 
3. Mucopurulenta e purulenta: fluida, opaca de cor amarela ou esverdeada. Origem: 
bronquite, pneumonia, tuberculose e bronquiectasia. 
42 
 
4. Sanquiolenta: ou chamada de esputo hemoptoico, constitui uma forma mínima da 
hemoptise. Origem: esputo ferroso (pneumonia pneumocócica) e com estrias de 
sangue (câncer oculto de pulmão). 
Hemoptise → é a eliminação de sangue do trato respiratório inferior pela boca. É descrita 
como “cócegas” faringolaríngea ou laringotraqueal, seguida de tosse de sangue vermelho 
espumante e espumoso, sem restos de comida. 
Causas de hemoptise mais frequentes → tuberculose, bronquite crônica, câncer de 
pulmão e bronquiectasia. 
Causas de hemoptise de origem pulmonar → tuberculose, bronquite crônica, câncer de 
pulmão, bronquiectasia, abcessos de pulmão, micoses pulmonares 
profundas/oportunistas, tumores pulmonares benignos, bronquites agudas, pneumonias, 
hidatidose pulmonar, traumatismo de tórax, corpos estranhos na via aérea e vasculite. 
Causas de hemoptise de origem extrapulmonar → doença mitral, insuficiência 
cardíaca, tromnoembolismo pulmonar, doença de Rendu-Osler, hipertensãopulmonar, 
endometriose e alterações da coagulação. 
Fatores desencadeantes → exposição prolongada ao sol, mudanças metereológicas, 
menstruação e esforços. 
Diagnóstico diferencial: 
Hematêmese → é precedida de náuseas e vômitos, pode ser escura, apresentar coágulos 
ou restos de comida. 
Epistaxe → produz sangue vermelho, sem tosse, visível nas narinas ou pela via nasal 
posterior. 
Gengivorragia → o sangue vem das gengivas que são vermelhas, edematosas e às vezes 
supurativas. 
Dispneia → é uma sensação incômoda e desagradável de dificuldade ou incapacidade 
física para manter a função respiratória adequada. Os pacientes referem falta de ar. 
Origem da dispneia → hipóxia, hipercapnia, equilíbrio ácido-base e mudanças na 
relação pressão/volume do pulmão. 
Classificação da dispneia: 
1. Segundo sua etiopatogenia: dispneia por hiperventilação, dispneia por diminuição 
da capacidade vital. 
2. Segundo suas causas: respiratórias, cardíacas, de outras origens. 
3. Segundo categorias clinicas: dispneia de esforço, dispneia de repouso, dispneias 
paroxíticas ou crise de dispneia. 
Classificação segundo a severidade: 
1. Grau 1: aparece por grandes esforços que superam a atividade habitual do 
indivíduo (correr, subir escadas, etc). 
2. Grau 2: ocorre com a execução de esforços médios como caminhar em um ritmo 
normal ou carregar pequenas cargas. 
3. Grau 3: ocasionado por esforços mínimos (se vestir, tomar ganho, comer, se 
locomover de um cômodo a outro). 
4. Grau 4: aparece ainda em repouso. 
43 
 
5. Grau máximo: paciente em posição ortópneia que é uma posição anômala que 
adota o paciente com dispneia para conseguir respirar melhor. 
Diagnóstico diferencial para dispneia respiratória → instalação brusca, se intensifica 
com esforço físico, mas apenas com mudanças de posição. Exame físico: alterações de 
forma e simetria do tórax, sinais de dificuldade respiratória, acropaquias (alterações 
distais dos membros como cianose), cianose central que melhora com oxigênio e 
alterações da auscultação. 
Diagnóstico diferencial para dispneia cardíaca → instalação progressiva, se intensifica 
com o esforço físico e se modifica com as mudanças de posição. Exame físico: distensão 
jugular, ritmo de galope, hepatomegalia, refluxo hepatojugular, edemas, intolerância ao 
decúbito e crepitantes húmidos. 
DOR TORÁCICA 
De acordo com sua fisiopatologia, é dividido em: 
1. Dor visceral: localização retroesternal, com caráter de queimação e acompanhada 
de tosse irritante, seca e persistente. É produzido por condições 
traqueobrônquicas. 
2. Causas extra-respiratórias de dor torácica do tipo visceral: angina de peito, IAM, 
aneurisma dissecante e doenças esofágicas. 
Dor referida → produzida por causas extratorácicas, quase sempre retroesternal na 
localização, também na hipocondria e às vezes nas costas. 
Dor tipo mediastinal → está localizada estritamente no nível retroesternal e pode ser de: 
1. Surdo: indica lesão neoplásica, cística, inflamatória, vascular ou de mediatina 
pneumática. 
2. Aguda: no pneumomediastino é intenso, penetrante; na dissecção do aneurisma 
da aorta, é retroesternal, mas irradiado para o dorso. 
3. Aguda e pulsante: como na mediastinite supurativa. 
Dor somática → devido ao envolvimento das estruturas osteomioarticulares da caixa 
torácica e da pleura parietal. Tem origem nas terminações livres da pleura parietal e é 
conhecida como "dor nas laterais". Ele está localizado em qualquer uma das regiões 
axilares, é agudo. Isso dificulta a tosse e força o decúbito contralateral para o lado afetado. 
Causas de dor somática: 
Dor parietal: 
1. Síndrome ápio-costo-vertebral: existe inflamação nas articulações das costelas e 
vértebra. 
2. Síndrome de Tietze: também chamado de osteocondrite ou esternocondrite, a 
cartilagem entre costela e manubiro se inflamam por esportes ou pancada produz 
inflamção gerando dor uninaletal principalmente. Diagnostico é clínico através de 
palpalção, tratamento com analgésicos. 
3. Síndrome manubrioesternal: infiltração neoplásica no manúbrio do esterno, 
pancadas também geram inflamação, tratamento sintomático para dor. 
4. Compreensão radicular: a dor se origina na região posterior do tórax nas vertebras 
entre os corporvertebrales que apresentam as raízes dorsais que estão 
comprimidas por estes corpos vertebrais pela compressão radicular. 
44 
 
5. Costela cervical: anomalia congênita pela presença de uma costela extra 
localizada a nível da vertebra cervical e não apresenta união na região anterior do 
tórax estando livre e com a produção de movimentos ou respiração causa dor, 
diagnóstico clínico e de imagem, pode ser unilateral ou bilateral. Tratamento 
cirúrgico. 
6. Síndrome escalênico: os músculos escalenicos ajudam na respiração e quando 
ocorre uma miocite o paciente sente dor torárica principalmente em região apical. 
7. Síndrome parietal de prinzmetal: produzida por lesões na pleura parietal por 
causas de pancadas que produz dores torácicas. 
8. Herpes zoster: paciente com varicela tem o vírus inativado nos nervos periféricos 
intercostais e quando paciente é imunodepreimente o vírus inativado, volta a ser 
ativado causando dor. Diagnostico por várias vesículas entre os espaços 
intercostais como cobreiro, produzindo muita queimação e coceira. 
9. Síndrome de Cyriax-Davies-Colley: em alguns casos se dá por deslocação ou 
subluxação entre a costela e a cartilagem do esterno, ou por inflamação do nervo 
intercostal por exercícios físicos também conhecida como neurite intercostal. 
10. Síndrome xifoideo: paciente apresenta inflamação na apofice xifoide por traumas 
que podem inflamar ou por causas neoplásicas causando dor torácica. 
Síndrome de Pancoast-Tobías → produto da invasão das últimas raízes do plexo 
braquial por um carcinoma broncogênico (adenocarcinoma), no ápice pulmonar. Dor 
intensa no ombro, dorso torácico e na parte interna do membro superior ipsilateral a dor 
é do tipo queimação. 
Síndrome de Tietze → Sensibilidade à palpação localizada na 1ª, 2ª ou 3ª articulação 
condroesternal. 
Cianose → coloração azulada da pele e membranas mucosas que aparece quando a 
hemoglobina reduzida no nível capilar é igual ou superior a 5g/dL. É gerado pela 
insaturação arterial. É generalizado. 
EXAME FÍSICO RESPIRATÓRIO 
Se realiza inspeção, palpação, percussão e auscultação. Um exame físico sem achados 
semiológicos dependerá de estudos complementares para confirmar ou descartar hipótese 
diagnóstica. 
Topografia torácica → linhas de referência anatômica: 
 
1. Linha média ou externa 
2. Linha clavicular ou médio clavicular 
3. Linha axilar anterior 
 
 
 
 
 
 
1 
2 
3 
45 
 
Topografia lateral do tórax: Topografia dorsal do tórax: 
1. Linha axilar média 1. Linha vertebral 
2. Linha axilar posterior 2. Linha escapular 
 
 
 
 
 
 
 
Inspeção de tórax → avaliar coloração, face, biótipo, unhas em vidro de relógio, dedos 
de baqueta, posição e condição nutricional. 
Inspeção Estática → forma, simetria, estado da parede costal, vascularização, lesões ou 
cicatrizes. 
Inspeção dinâmica → avaliar a respiração, tipo, frequência, amplitude, ritmo e simetria 
e tiragem. 
Tórax em tonel ou enfisematoso → Aumento de todos os diâmetros, principalmente do 
anteroposterior. Exemplo: Enfisema Pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax paralítico, plano ou tísico → Alongamento do diâmetro vertical e redução do 
anteroposterior. Exemplo: Tuberculose Crônica 
 
2 
1 
T
1 
T 2
T
46 
 
 
 
 
Pectus excavatum (tórax com nervuras ou sapateiro) 
→ O desenvolvimento anormal do diafragma produz um 
tórax em forma de funil ou infundiliforme. 
 
 
 
 
 
Pectus carinatum (capacete, quilha ou peito de) frango → 
Pelo crescimento desproporcional das costelas. 
 
 
 
 
Inspeção dinâmica → amplitude respiratória: batipnéia ou respiração profunda, 
hipopnéia ou respiração superficial. Ritmo respiratório: regularidade dos ciclos,entre 
inspiração, expiração e apnéia. 
PADRÕES ANORMAIS RESPIRATÓRIOS 
 
Apneia → parada cardíaca respiratória. 
Biot’s → incremento PIC, depressão SNC, dano cerebral. 
Cheyne-Stokes → Depressão SNC, Ins. Card. Cong. e dano cerebral. 
Kussmaul’s → acidose metabólica. 
 
 
 
 
47 
 
RESPIRAÇÃO DE CHEYNE-STOKES 
 
Ocorre em lesões do SNC, centro bulbar da respiração, se produz por danos a nível de 
SNC como traumatismo, tumor, intoxicação, encefalite, aterosclerose cerebral. 
RESPIRAÇÃO DE KUUSSMAUL 
Apresenta padrão de respiração profunda e muito elevada, aumenta frequência e 
profundidade respiratória, como 
se fosse uma fome de ar, a causa é 
por compensação respiratória 
devido a acidose metabólica e 
hiperventilação, é frequente em 
diabéticos e cetoacidose 
diabética. 
 
RESPIRAÇÃO DE BIOT 
É uma respiração anormal, irregular com períodos de apneia devido a lesões do bulbo 
raquideo. Paciente realiza pausa respiratória, hiperventilação, pausa respiratória de 5 a 30 
segundos logo realiza 
hiperventilação muito 
profunda. É frequente 
em traumatismo 
craneano, meningite, 
tumor cerebral, 
respiração atáxia 
(mistura de todos os 
padrões respiratórios 
anormais). 
 
 
 
 
48 
 
REPIRAÇÃO PARADÓXICA 
Quando ocorrem múltiplas fraturas de costelas, bilaterais ou associadas a fraturas do 
esterno. Na inalação, a área fraturada fica deprimida e interfere na expansão do pulmão 
subjacente. É conhecido como volet costal ou tórax instável. Se encontra em traumatismo 
torácico onde se fraturam ao menos dois ou três costelas contínuas onde se fratura a 
porção distal e proximal. 
Sinais de dificuldade respiratória → são progressivos e apresentam em disneia. 
1. Impressão: aparece uma depressão em zonas intercostais durante a inspiração 
quando usado os músculos acessórios da respiração. ECM, escaleno, trapézio, 
intercostais. Em nível de hipocôndrio apresenta a impressão subcostal. 
2. Palpitação nasal inspiratória: dilatação das asas nasais durante a inspiração. 
3. Respiração de gangorra: Durante a inspiração, o abdômen fica deprimido. 
PALPAÇÃO TORÁCICA 
Alterações da sensibilidade: 
1. Osteocondrite: sensibilidade com a compressão das cartilagens costais, onde 
paciente refere dor. 
2. Fraturas e fissuras de costelas: com a palpação das costelas se nota o sinal de 
escalón onde apresenta uma depressão a fratura ou a fissura. 
3. Neuralgia intercostal: se produz inflamação em todo o caminho do nervo, por 
traumatismo ou esportes. 
4. Costela ostealgia e esternalgia: dor nas costelas, osso costal ou no esterno por 
linfomas ou leucemias, anemia perniciosa, mononucleose. 
5. Enfisema subcutâneo: em patologias traumáticas ou degenerativas, apresentam 
fistulas de ar dos pulmões ao espaço subcutâneo gerando volume por baixo do 
tecido e com a depressão se deprime e aparece em outro lugar seguido por sons 
de crepitação ou dor. 
6. Frénito ou fricção pleural: quando as pleuras se inflamam produzem um som de 
atrito como ao esfregar das mãos é palpável quando estão inflamadas. 
7. Edema em esclavina: edema que vai do tórax superior ao rosto, se produz por 
tumor mediatisnico que comprime a cava inferior ou superior que compromete a 
drenagem adequada. Também ocorre em recém-nascidos durante o parto normal 
devido ao canal vaginal ser pequeno. 
8. Nódulos mamários. 
9. Adenopatia supraclavicular: ocasionado por tuberculose e especialmente câncer 
de pulmão. 
Expansibilidade torácica → com a inspiração se expande os pulmões e o tórax e se 
avalia com as mãos na região anterior próxima a linha media com distanciamento de 1cm 
entre os polegares e se pede ao paciente que inspire. Com a inspiração a distância de 
separação dos polegares devem ser de 1cm. Se realiza em regiões superiores e inferiores 
anteriores, superiores e inferiores dorsais. 
Alterações da expansibilidade → maior em crianças e mulheres e diminuída em 
enfisema pulmonar, espondilose, derrame pleural volumoso. 
Bilateral → enfisema pulmonar, miopatia, isquemia bubares, Sindrome de Guillian Barré 
e Síndrome de Pickwik. 
49 
 
Unilateral → atelectasia, derrame pleural massivo, pneumotórax, pneumonia. 
Localizada → tuberculose pulmonar, câncer de pulmão nos vértices. 
Elasticidade Torácica → compressão firme e gradual de cada hemitórax. Uma mão na 
frente e outra atrás. Se deve deprimir os arcos costais. É maior em mulheres e crianças e 
diminuida em condensações, enfisema, derrames. 
PALPAÇÃO 
Vibrações ou frêmitos vocais → é a vibração palpável da parede torácica como 
consequência da fala ou da emissão de outros sons. Se coloca a palma da mão do 
explorador nas regiões anterior, posterior e lateral então se pede que o paciente pronuncie 
o número 33 para obter vibrações de grande amplitude. Deve efetuar dos vértices até as 
bases nos planos anterior, lateral e posterior de cada hemitórax. As vibrações vocais 
podem estar aumentadas, diminuídas ou abolidas. 
Aumento das vibrações vocais → se detecta como áspero e grosseiro, ocorre em 
presença de derrame ou de massa solida dentro dos pulmões, consolidação pulmonar, 
secreções bronquiais espessas, mas não obstrutivas, compressão pulmonar, tumor, 
pneumonia, congestão pulmonar e atelectasia compressiva. 
Diminuição das vibrações vocais → se deve por excesso de ar nos pulmões, ocorre por 
atelectasia obstrutiva, derrame pleural, paquipleurite, pneumotórax, enfisema, 
engrossamento, edema pulmonar massivo e obstrução bronquial. 
Regiões de vibração: 
Vibrações aumentadas: 
1. Pneumonia 
2. Congestão pulmonar 
3. Tumores 
4. Atelectasia compressiva 
5. Abscesso pulmonar 
 
 
 
 
 
 
PERCUSSÃO TORÁCICA 
Técnica → se percute com o dedo 
médio da mão direita sobre o dedo indicador da 
mão esquerda com força. 
 
 
 
Vibrações diminuídas: 
1. Atelectasia obstrutiva 
2. Enfisema 
3. Derrame pleural 
4. Paquipeleurite 
5. Pneumotórax 
6. Paralisia das cordas vocais. 
50 
 
Regiões para percussão torácica 
 
 
ANTERIOR POSTERIOR 
Achados da percussão: 
1. Zonas aeradas normais: sonoridade ou ressonância normal. 
2. Substituição de ar por material denso: matidez. 
3. Interposição de liquido na pleura: matidez. 
4. Aumento de conteúdo aéreo: hipersonoridade. 
5. Ar pressionado: timpanismo. 
6. Matidez: pneumonia, infarto pulmonar, atelectasia, derrame pleural. 
7. Timpanismo: pneumotórax e bula gigante. 
8. Hipersonoridade: enfisema e crise asmática. 
AUSCULTAÇÃO RESPIRATÓRIA 
É um erro auscultar por cima da roupa do paciente pois pode originar ruídos acessórios 
que podem se confundir com ruídos respiratórios anormais. 
Se auscultam as regiões anteriores e posteriores e laterais do tórax como na imagem 
abaixo sempre se comparando os hemitórax de ambos os lados. 
 
51 
 
 
 ANTERIOR POSTERIOR LATERAL 
SEMPRE AUSCULTAR → ápice, terço médio e base dos pulmões. 
Achados da auscultação → a auscultação torácica confere maior rendimento ao exame 
físico com mais quantidades de informações, deve ser comparativa, identificar ruído 
bronquial e murmúrio pulmonar (são normais) e ruídos adventícios (anormais) como 
crepitações, ronco, sibilâncias e esfregão (roces), sopros (pleurítico, anfórico e soprante) 
além de ressonância vocal como egofonia, pectoriloquia e pectoriloquia áfona. 
Ruídos respiratórios normais: 
Sopro laringotraqueal → causado pela passagem de ar pela laringe, é de alta intensidade 
e soprante. Se escuta sobre a traqueia e o dorso do pescoço. 
Murmúrio vesicular → causado pela distensão dos alvéolos na respiração, é de suave 
tonalidade baixa e predomina na inspiração. Escutado melhor nos 2 primeiros espaços 
intercostais na região axilar e infraescapular. 
Respiração broncovesicular → causado pela superposição do sopro laringotraqueal e 
murmúrio vesicular, tem intensidade intermédia e é expiratório. Se escuta melhor na 
região infraclavicular direita e interescapular. 
Achados anormais, adventícios, agregados ou estertores

Continue navegando