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1 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI As Bases Farmacológicas da Terapêutica – 12°edição Terapias dirigidas para alvos Inibidores das proteínas tirocinases Proteinocinases são componentes das vias de transdução de sinais (regulam crescimento celular e adaptação ao meio extracelular) Influenciam a síntese de DNA Podem ser receptoras (extracelular) ou não receptoras (citoplasmáticas ou nucleares) Inibidores da BCR-ABL cinase: imatinibe, desatinibe e nilotinibe Essa enzima está envolvida na leucemia mielógena crônica É um complexo de um proto-oncogene com o BCR, significando malignidade Os inibidores induzem remissão clínica e molecular em 90% dos pacientes com LMC Mecanismo de ação → se liga a um ponto de enzima, que mantém ela fechada e não funcional e ela não consegue se ligar ao ATP Os 3 medicamentos diferem na sua potência e especificidade Mecanismo de resistência → por mutações em 3 domínios da cinase, o que impede a ligação do fármaco; hiperexpressão da enzima Imatinibe → via oral, alimentos não interferem na sua farmacocinética, metabolizada pela CYP3A4 (tem interação com fármacos que agem nessa enzima), meia-vida de 18-40h Desatinibe → via oral, biodisponibilidade é reduzida com pH gástrico, mas o alimento não interfere, meia- vida de 3-5h, metabolizado pela CYP3A4 (interação com fármacos que atuam nessa enzima) Nilotinibe → via oral, biodisponibilidade aumenta na presença de alimentos, meia-vida de 17h, metabolizado pela CYP3A4 (interação com fármacos que agem nessa enzima) Efeitos adversos → distúrbios no TGI, retenção de líquido, derrame pleural, prolongar intervalo QT, mielossupressão, hepatotoxicidade, Inibidores do fator de crescimento da epiderme HER1 pertence a uma família de receptores transmembrana de tirocinases Essencial para crescimento e diferenciação das células epiteliais Nos cânceres epiteliais, tem-se uma hiperexpressão desse fator de crescimento Usado para tumores sólidos Bloqueiam a função do HER1 Erlotinibe e gefitinibe → ligam-se ao domínio da cinase e bloqueiam a ação enzimática do fator Cetuximabe e panitumumabe → ligam-se ao domínio extracelular do HER1, inibindo a sinalização dependente do fator, infrarregulam sua expressão e induz citotoxicidade mediana por anticorpos Gefitinibe → inibe o HER1 bloqueando a ligação com ATP, via oral, biodisponibilidade de 60%, meia-vida de 41h, sofre metabolismo hepático, usado em câncer de pulmão de células não pequenas (não fumantes, asiáticos e mulheres tem maior resposta), tem funcionalidade dobrada em pacientes que tem esse fator mutado, efeitos adversos são diarreia, exantema, ressecamento da pele, náuseas, vômitos, prurido, anorexia, fadiga, alimento não interfere na sua farmacocinética (se estiverem em uso de varafrina precisam ser monitorados constantemente) 2 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI As Bases Farmacológicas da Terapêutica – 12°edição Erlotinibe → mesmo mecanismo de ação do gefitinibe, biodisponibilidade de 60% após administração oral (alimentos aumentam pra 100%), meia-vida de 36h, metabolismo hepático, usao para câncer de pulmão de células não pequenas em estágio avançado e para câncer pancreático avançado, os efeitos adversos são os mesmo do gefitinibe e doença pulmonar intersticial, insuficiência hepática, perfuração do TGI, insuficiência renal, trombose arterial, anemia hemolítica, reação cutânea, ulceração da córnea, Steves-Johnson, usar ele junto com uma bomba de prótons diminui sua biodisponibilidade em 50%, tabagismo acelera sua metabolização e pode diminuir os efeitos Cetuximabe → anticorpo monoclonal contra o domínio extracelular do HER1, impedindo a sinalização e fazendo uma citotoxicidade, administração por via intravenosa, depuração é pela ligação ao HER1 e por degradação no sistema reticuloendotelial, usado para carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço, câncer de colo retal metastático HER-positivo, os efeitos colaterais são exantema acneiforme, prurido, alterações ungueais, cefaleia, diarreia, parada cardiopulmonar, doença pulmonar intersticial, hipermagnesemia e reações anafiláticas Panitumumabe → anticorpo monoclonal humanizado, se liga ao domínio extracelular do HER1, não induz citotoxicidade mediada por anticorpos, meia-vida de 7,5 dias, usado para carcinoma colorretal metastático, os efeitos adversos são exantema, toxicidade dermatológica, reações graves à infusão, fibrose pulmonar e anormalidades eletrolíticas Inibidores do HER2/neu Trastuzumabe Anticorpo monoclonal humanizado Se liga ao domínio externo do HER2 Esse receptor geralmente está hiperexpresso no câncer de mama → associado à maior taxa de recidiva e menor sobrevida global Esse receptor ativa sinais distas, intensifica o potencial de metástases e inibe a apoptose Mecanismo de ação → inibição da homo ou heterodimerização do receptor (inibição da ativação do receptor e ativação distal), indução da citotoxicidade e bloqueio dos efeitos angiogênicos desse receptor Usado para tratamento de tumores sólidos Meia-vida de 5,8 dias Efeitos colaterais → febre, calafrio, náuseas, dispneia, exantema (usa difenidramina e paracetamol antes da infusão), cardiotoxicidade Lapatinibe Pequenas moléculas que inibem o HER2, usado em pacientes que desenvolveram doença progressiva durante o tratamento com trastuzumabe Bloqueia o HER1 e HER2, se ligam a um sítio interno no receptor Usado para câncer de mama que são resistentes ao trastuzumabe Atravessa a BHE Administrado por via oral e metabolizado no fígado Meia-vida de 14h (fármaco se acumula) Efeitos adversos → diarreia leve, cólicas, exacerbação do refluxo gastroesofágico e exantema acneiforme Inibidores da angiogênese 3 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI As Bases Farmacológicas da Terapêutica – 12°edição Formação de novos vasos sanguíneos é fundamental para o câncer Fatores angiogênicos → VEGF, FGF, TGF-beta e PDGF Os capilares dos tumores tem permeabilidade aumentada e isso aumenta a pressão intersticial dentro do tumor, inibindo o fluxo sanguíneo, a oxigenação e a liberação do fármaco Esses fármacos inibem o fator de crescimento dos capilares, melhorando o fluxo e a oxigenação, permitindo chegada do fármaco Bevacizumabe Anticorpo humanizado que inibe o fator VEGF Usado para câncer de células renais, de pulmão, colo retal, mama e glioblastoma Usado em associação Via intravenosa Meia-vida de 4 semanas Efeitos adversos → lesão vascular, sangramento, cicatrização deficiente, hipertensão, proteinúria, ICC, síndrome nefrótica, evento trombótico arterial e perfuração do TGI Sunitinibe Inibe a ligação do ATP ao receptor-2 do VEGF Usado para câncer renal metastático Administrado por via oral Metabolizado pelo fígado e seu metabólito tem meia-vida de 80-100h Não é afetado pela ingestão de alimentos Efeitos adversos → os mesmos efeitos colaterais comuns à classe, mais a fadiga, hipotireoidismo, mielossupressão e diarreia Sorafenibe Ação em varias tirocinases que atuam na angiogênese e inibe suas atividades catalíticas Administração oral Metabolizado pelo fígado Meia-vida de 20-27h Usado para carcinoma hepatocelular e câncer de células renais metastático Efeitos adversos → os mesmo da classe Análogos imunomoduladores Talidomida e lenalidomida Tem efeito antiproliferativo/pró-apoptótico direto Abole as interações das células tumorais com moléculas de adesão Inibe a produção, liberação e sinalização da IL-6 e o TNF-alfa → resultadoantiangiogênico Imunomodulação → aumento da citotoxicidade mediada por células NK e células T Talidomida Efeitos colaterais → sedação, fadiga, constipação e neuropatia periférica Absorção lenta pelo TGI 4 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI As Bases Farmacológicas da Terapêutica – 12°edição Meia-vida de 6h Eliminação é por hidrólise espontânea nos líquidos corporais Aumenta os efeitos sedativos dos barbitúricos e do álcool e os efeitos catatônicos da clorpromazina e reserpina Os estimulantesdo SNC anulam os efeitos depressores da talidomida Teratogenia Lenalidomida Rapidamente absorvido por administração oral Meia-vida de 9h Excreção renal
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