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Resumo Matéria Direito Civil II das Obrigações (Parte 07)

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Matéria Civil II (Direito das Obrigações) Parte 07 
Autor: René Antunes Moreira Neto 
Adimplemento (pagamento) das obrigações 
Quem deve pagar (cumprir com a obrigação)? 
- Qualquer interessado 
Obs.: desde que a obrigação não seja personalíssima. 
- 3º interessado: quem tem interesse jurídico na extinção da dívida. 
Ex.: avalista, fiador, sublocatário, herdeiro. 
- 3º não interessado: não relacionado com o assunto, quem tem interesse apenas moral (ou 
não jurídico) na extinção da dívida, muito comum nas obrigações Propter rem, situações em que 
vem embutido uma prestação como o condomínio, terá que pagar para evitar consequências. 
-> Nome próprio – Com reembolso. O terceiro não interessado que paga a dívida em nome 
próprio terá direito de reembolso (art. 305, CC/ ação “in rem verso”, art. 884, CC). 
-> Nome do devedor- Sem reembolso (não pode ter oposição) no entanto, se realizou o 
pagamento em nome do devedor perderá este direito, sendo considerado o ato mera liberalidade. 
Nota: tomar cuidado quando no pagamento, se não for o interessado, faze-lo em seu nome com 
recibo para possível reembolso. Caso o faça no nome do devedor ainda poderá caber 
indenização ao devedor, ele poderá alegar que não tinha interesse no pagamento. 
Pagamento feito com transmissão de propriedade (patrimônio) 
Características: 
- Se houver um menor envolvido é necessário que haja uma autorização judicial. 
- Se a pessoa for casada tem que ter a outorga conjugal (anuência da outra parte). 
- Deve ter registro em cartório. 
Nota: O bem público só pode ser vendido através de desafetação (tirar o seu uso), através de 
uma autorização do poder legislativo, 
Ex.: bem dominical ou dominial bem que está desafetado, está disponível sem uso. 
A quem deve pagar? Ao credor e se o credor não puder receber, pode mandar representante 
legal, judicial ou convencional. 
- Legal: herdeiros, pais. 
- Convencional: nós combinamos 
- Judicial: determinado pelo poder judiciário. 
A lei ainda reconhece como eficaz o pagamento: 
- Feito a terceiro quando ratificado (confirmado) pelo credor (art. 308, CC). A ratificação gera 
efeitos “ex tunc”. 
- Feito a terceiro se demonstrado que reverteu em benefício do credor (art. 308, CC). O ônus 
de demonstrar que o benefício reverteu em benefício do credor é do devedor. 
Nota: é muito difícil demostrar isso, precisa de provas e testemunha. 
Ex.: milhas aéreas. 
- Feito a credor putativo (art. 309, CC - aplicação da teoria da aparência) que é aquele que tem 
aparência de ser o verdadeiro credor. Exige-se a boa-fé do devedor e a escusabilidade do erro 
para que o pagamento seja válido e eficaz. 
Nota: Putativo, pessoa de má fé que recebe o dinheiro. 
Ex.: comissão de formatura, paga na conta pessoal de um dos membros que se supõe ser 
responsável pela cobrança, e ele não repassa o dinheiro. 
Condições objetivas do pagamento. 
- O credor não é obrigado a receber prestação diversa da devida, ainda que mais valiosa 
(art. 313, CC - vetor qualitativo da obrigação); 
- Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a 
receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou (art. 314, CC - princípio 
da indivisibilidade) 
- As despesas de entrega, quitação e qualquer outra decorrente do fato pagamento correm por 
conta do devedor, salvo disposição expressa em contrário (art. 325, CC). 
Ex.: valor do correio (frete) será pago pelo devedor. 
Prova de pagamento 
Máxima: quem paga mal paga duas vezes. 
- A prova de quitação é um direito do devedor (recibo, comprovante de pagamento etc.) A 
quitação é uma declaração unilateral, escrita e revogável, emitida pelo credor, de que a prestação 
foi efetuada e o devedor está liberado. 
- A quitação regular é um direito do devedor que poderá, inclusive, reter o pagamento ou 
consigná-lo caso o credor se negue a dá -lá (art. 319 e 335, I, CC), constituindo-se este último 
em mora (art. 394, CC). 
- A quitação pode ser total ou parcial: 
a) total: pagamento extingue, definitivamente, a relação jurídica obrigacional, a quitação libera 
completamente o devedor, denominando-se plena ou total. 
b) parcial: que se dá de maneira regular e periódica, quando o credor admite receber 
parceladamente a dívida que a priori seria por inteiro, nesse caso o recebimento do lugar a 
quitação parcial. 
Ex.: aluguel; condomínio. 
Obs.: O recibo é apenas uma das formas de comprovante, pode ser também nota promissória, 
testemunha, depósito bancário. 
Lugar do pagamento 
- Não havendo previsão convencional ou legal em contrário, presume-se como local do 
cumprimento da obrigação o domicílio do devedor (dívida queráble), conforme determina o 
art. 327, CC (princípio do favor debitoris). 
- Havendo mudança no domicílio do devedor o credor pode manter o local originariamente fixado 
e, se isso não for possível, deverá o devedor arcar com as despesas decorrentes da alteração 
de seu domicílio. 
- Designados dois ou mais lugares para o cumprimento da obrigação o credor pode escolher 
qualquer deles, desde que cientifique o devedor em tempo hábil para providenciar o pagamento. 
Caso o credor não realize a notificação, poderá o devedor realizar validamente o pagamento em 
qualquer dos lugares (art. 327, parágrafo único, CC). 
- Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o 
devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor (art. 329, CC). 
- Diante de uma dívida que envolve reforma de imóvel, ex.: a tinta para pintura do imóvel deverá 
ser entregue no lugar em que ela vai ser utilizada onde o produto vai ser consumido. 
Tempo do pagamento. 
- O credor deve oferecer tempo ao devedor, ou seja, o devedor tem uma rápida preferência; se 
isso não ocorrer, o credor passa a ter o direito de definir. 
- As obrigações em que não se ajustou prazo (obrigações puras e simples) para o vencimento 
são exigíveis imediatamente (art. 134 e 331, CC - princípio da satisfação imediata). 
- Pagamento a termo: combina-se o prazo para o pagamento, não precisa notificar a pessoa o 
próprio combinado (termo) é a notificação. 
Modalidade de pagamento das obrigações 
-> Pagamento em consignação: é uma espécie indireta de cumprimento da obrigação 
é o ato jurídico pelo qual o devedor libera-se da obrigação depositando a obrigação para o 
credor, nessa modalidade, não pode acontecer a recusa do credor, esse é o meio 
excepcional de cumprimento da obrigação. 
Ex.: Duas modalidades: Depósito bancário e deposito judicial. 
- São efeitos jurídicos desta espécie: o depósito por si só não substitui o pagamento e nem 
libera o devedor, o deposito também não provoca a transferência do domínio isso só acontece 
quando o credor faz o efetivo levantamento. Nessa modalidade devem ser levados em 
consideração as pessoas envolvidas: o objeto, o modo e o tempo para o cumprimento da 
obrigação. 
Ex.: por livros a venda em uma livraria, a editora da em consignação condicionada a venda, a 
livraria cede o espaço. 
Outro exemplo: imaginem que o locador morreu e o inquilino desconhece seu herdeiro, 
deve então consignar o aluguel para evitar a mora e o despejo. Consignar onde? Em 
Juízo, e o Juiz vai procurar o sucessor do credor. 
-> Pagamento com sub-rogação: (significa substituir), aproxima-se da cessão de 
credito, mas com ela não se confunde. 
Quando o terceiro não interessado paga em seu próprio nome, nos termos do CC, art. 305. 
(Você passa a ser o credor, fica com o problema ele te acompanha) 
Ex. paguei a dívida da Habita Sul em meu nome. 
 
Sub-rogação Cessão de credito 
- Transmissão da titularidade se opera 
sempre onerosamente. 
 
- Confirma ou
se funde no pagamento. 
 
- Pode ocorrer também de forma gratuita. 
 
- É uma mera expectativa, declaração de 
vontade 
 
A sub-rogação é uma exceção à regra, porque o pagamento apenas promove uma alteração 
na obrigação, em outras palavras é uma forma de pagamento indireta. 
São pressupostos da sub-rogação: 
Obrigação de dar ou de fazer fungíveis 
Substituição do credor primitivo pelo terceiro (pessoa que pagou) e nessa modalidade a 
lei não exige forma especial. 
 
São efeitos da Sub-rogação 
Se o pagamento for parcial a sub-rogação também será parcial 
A sub-rogação pessoal tem efeito liberatório 
Ex.: fiador 
 
-> Dação em pagamento: é um negócio jurídico bilateral pelo qual o devedor cumpre a 
obrigação com prestação diversa da devida originalmente, o credor consente em receber 
prestação diversa daquela que lhe é devida, liberando o devedor (art. 356, CC). 
Nota: com aceite do credor. O consentimento do credor, portanto, é elemento essencial à 
dação. 
Ex.: Eu devo 500,00 reais se eu não puder pagar proponho pagar com uma bicicleta no mesmo 
valor. 
São pressupostos da Dação em Pagamento: 
É necessário que aja capacidade de solvência 
Tem que haver disponibilidade da coisa 
O credor tem que ter capacidade de concordar com a situação, esse aceite pode ser: 
Tácito ou expresso. 
Não há possibilidade de o credor aceitar coisa diversa via judicial. 
É proibida o uso da dação em pagamento no caso de ascendente sem a concordância 
dos demais descendentes (herdeiros) 
 
-> Remissão: ocorre quando o titular do credito, sem prejuízo de terceiro espontaneamente 
libera o devedor da obrigação, sem pagamento e este a aceita. Remissão é a dispensa, o perdão 
do devedor que é liberado da obrigação pelo credor. 
A remissão é uma declaração da vontade, tem pelo menos mais de um envolvido (bilateralidade) 
Obs.: não confundir com renúncia, você renúncia e pronto vai embora. 
Ex.: renuncia a um cargo (unilateralidade) 
- São espécie de remissão: total, parcial e tácita 
São efeitos da Remissão 
É importante que o devedor aceite estar livre da obrigação. 
 Se o credor libera da obrigação um dos codevedores os demais continuam coobrigados 
cada um na sua proporção 
A remissão é um ato de abdicação 
 
-> Imputação do pagamento: é a necessidade de atribuir a alguém entre as partes 
envolvidas o debito em aberto. 
Ex.: cobrar o restante da dívida ainda que mais onerosa, do último a pagar a conta na saída de 
um bar. 
São efeitos da Imputação 
Realizada regularmente a imputação ele se torna irretratável. 
Ocorre abuso da imputação quando essa causa prejuízo a um ou outro credor ou para 
os devedores envolvidos 
Ex. pagar tributos é uma imputação não negociável, pode ter havido abuso. 
 
São pressupostos da Imputação 
Obrigação fungível e de igualdade de gênero (pagar com uma ou mais notas com 
moeda não importa) 
Identidade de titulares seja em relação aos credores ou devedores 
Insuficiência de recursos para quitação de dívida liquidas e vencidas por parte de um 
dos devedores. 
Liquidas: precisa valor exato 
Vencidas: Já está na hora de pagar. 
 
-> Novação: é um negócio jurídico que substitui uma relação obrigacional por outra, 
criação de uma nova obrigação em lugar dela que extingue a obrigação anterior; em outras 
palavras altera-se a composição objetiva ou subjetiva podendo uma alcançar a outra. 
Ex.: o pai, para ajudar o filho, procura o credor deste e lhe propõe substituir o devedor, emitindo novo 
título de crédito. 
Ex.: Você vai a uma lotérica receber um prêmio pequeno e o caixa quer trocar por uma 
raspadinha. 
São efeitos da Novação 
A nova obrigação extingue a obrigação principal e seus acessórios. 
Invalidada a novação não se restaura as garantias da obrigação 
No caso de novação subjetiva sendo o novo devedor insolvente não gera para o credor 
a ação regressiva em face do devedor primitivo. 
 
São Requisitos da Novação 
Obrigação nula e inexistente não aceita novação 
Admite-se novação com termo (atermo) 
A novação pode ser condicionada ou não 
A formação de uma nova obrigação tem por finalidade substituir o vínculo anterior 
Havendo-se dúvida sobre a existência da novação deve-se decidir pela não ocorrência. 
Na novação tem que haver a capacidade das partes 
 
-> Compensação: ocorre quando duas ou mais pessoas são ao mesmo tempo entre si 
credores e devedores, excluindo-se as respectivas dividas e os respectivos créditos, trata-se 
de uma importante simplificação das operações financeiras. 
Art. 368, CC: se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas 
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. 
São efeitos da Compensação 
Na compensação as partes podem estabelecer datas para extinção das dívidas. 
O direito de compensar pode comportar renúncia. 
A compensações não pode causar prejuízo a terceiro 
A compensação deve ser realizada no lugar onde uma das obrigação deve ser realizada. 
 
São Requisitos da Compensação 
Reciprocidade de debito e credito, não importando a origem das obrigações que sejam 
pertinentes a titularidade. 
As dividas precisam ser liquidas, equivalentes e homogêneas em relação ao objeto. 
Não serve como compensação: 
- Objetos furtados ou roubados 
- Dividas derivadas de comodato, depósitos ou alimentos, bens penhorados. 
Ex.: pensão alimentícia; moldem de intermete que está em comodato. 
 
-> Confusão: quando em decorrência de um ato jurídico o credito e o debito reúne-se em 
uma só pessoa. 
Ex.: Bolsa de valores, quando uma pessoa compra e vende várias vezes a mesma ação no 
mesmo dia, ele é credor e devedor ao mesmo tempo. 
São efeitos da Confusão 
A confusão pode ocorrer em obrigações solidarias, neste caso, afeta apenas parte da 
obrigação, pois, só extingue a dívida em relação a pessoa em que se efetuou, não se 
aproveitando para os demais coobrigados. 
A extinção pode ser apenas temporária 
Uma vez restaurada a obrigação nem sempre seus acessórios serão restabelecidos 
 
São Requisitos da Confusão 
Existe unidade da obrigação 
Não ocorrência de separação de patrimônio 
É irrelevante o fato da dívida estar vencia ou não 
Não pode ser objeto de confusão dívida de alimentos

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