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FACULDADE FARIAS BRITO Curso de Direito Coordenação de Atividades Complementares Profa. Larissa Maia Nunes RESOLVENDO QUESTÕES DA OAB Direito da Criança e do Adolescente Profa. Renata Neris 01. (OAB – 2010.2) Dentre os direitos de toda criança ou todo adolescente, o ECA assegura o de ser criado e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, a colocação em família substituta, assegurando-lhe a convivência familiar e comunitária. Fundando- se em tal preceito, acerca da colocação em família substituta, é correto afirmar que: (A) a colocação em família substituta far-se-á, exclusivamente, por meio da tutela ou da adoção. A assertiva é falsa. O fundamento pode ser facilmente encontrado no art. 28 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A exegese da norma determina, literalmente, que: “Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei”. (B) a guarda somente obriga seu detentor à assistência material a criança ou adolescente. A assertiva é falsa. O fundamento jurídico é encontrado no art. 33 do ECA. Mais uma vez, a exegese literal da norma determina que: “Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. (C) o adotando não deve ter mais que 18 anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. A assertiva é verdadeira. Exegese do disposto no art. 40 do ECA, in verbis: “Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes”. (D) desde que comprovem seu estado civil de casados, somente os maiores de 21 anos podem adotar. A assertiva é falsa. Literalmente, o ECA determina, no art. 42, que: “Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.” (A redação do dispositivo foi dada pela lei 12.010/09). 02. (OAB – 2010.2) Tendo por substrato legal as alterações promovidas pela Lei n.° 12.010, de 2009 no tocante à adoção, assinale a afirmativa correta. (A) A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais. A assertiva é verdadeira. Corresponde à literal disposição do art. 49 do ECA, que determina: “Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais”. (B) Para viabilizar a celeridade no processo de adoção, a legislação específica – ECA – admite a representação do adotante por procuração. A assertiva é falsa. O art. 39 §2º do ECA literalmente prevê: “Art. 39. (omissis) § 2º. É vedada a adoção por procuração”. (C) Uma vez falecido o adotante no curso do procedimento de adoção e antes de prolatada a sentença, não poderá o juiz deferir a adoção, mesmo que tenha havido inequívoca manifestação de vontade do adotante. A assertiva é falsa. O §6º do art. 42 do ECA determina que: “Art. 42 (omissis) §6º. A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença”. (D) Os cartórios de registros públicos de pessoas naturais deverão fornecer certidão a qualquer requisitante, independentemente, de justificativa de seu interesse, em que conste o vínculo da adoção constituído por sentença judicial. A assertiva é falsa. O §4º do art. 47 do ECA determina que: “Art. 47. (omissis) §4º. Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro”. 03. (OAB – 2010.3) Considerando a prática de ato infracional por criança ou adolescente, é correto afirmar que (A) a prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a 1 (um) ano, em entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. A assertiva é falsa. O art. 117 do ECA estatui que: “Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou governamentais. (B) em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima. A assertiva é verdadeira. Corresponde à literalidade do previsto no art. 116 do ECA: “Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima”. (C) a internação, por constituir medida privativa de liberdade do menor, não poderá exceder o período de 5 (cinco) anos. A assertiva é falsa. Contraria, frontalmente, o disposto o disposto no §3º do art. 121 do ECA: “Art. 121. (omissis) § 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos”. (D) entre as garantias processuais garantidas ao adolescente encontra-se o direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento. Contudo, não poderá o menor ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente, devendo em todo o caso ser assistido pelos genitores. A assertiva é falsa. O art. 111 do ECA estabelece, no inciso VI, uma garantia processual, conferida a crianças e adolescentes, que consiste no “direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento”. Ademais, confere, ainda, a crianças e adolescentes, no inciso V, o “direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente”, consistindo, referido direito, numa garantia processual que o ECA confere às crianças e adolescentes. 04. (OAB – 2010.3) Com relação aos procedimentos para a perda e a suspensão do poder familiar regulados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que (A) a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, poderá decretar liminar ou incidentalmente a suspensão do poder familiar, independentemente da gravidade do motivo. A assertiva é falsa. Contraria o disposto no art. 157 do ECA: “Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de responsabilidade”. (B) o procedimento para perda ou suspensão do poder familiar dispensa que os pais sejam ouvidos, mesmo se estes forem identificados e estiverem em local conhecido. A assertiva é falsa. Contraria o disposto no art. 161, §4º do ECA, que determina: “Art. 161. (omissis) §4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem identificados e estiverem em local conhecido.” (incluído pela Lei 12.010/09). (C) o procedimento para perda ou suspensão do poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse. A assertiva é verdadeira. Corresponde, exatamente, ao disposto no art. 155 do ECA: “Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse”. (D) em conformidade com a nova redação dada pela Lei 12.010, de 3 de agosto de 2009, o prazo máximo para a conclusão do procedimento de perda oususpensão do poder familiar será de 180 (cento e oitenta) dias. A assertiva é falsa. De acordo com o art. 163 do ECA, com redação dada pela Lei 12.010/09, “o prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias.” 05. (IV EXO Unificado OAB) Washington, adolescente com 14 (quatorze) anos, movido pelo desejo de ajudar seus genitores no sustento do núcleo familiar pobre, pretende iniciar atividade laborativa como ensacador de compras na pequena mercearia Tudo Tem, que funciona 24h, localizada em sua comunidade. Recentemente, esta foi pacificada pelas Forças de Segurança Nacional. Tendo como substrato a tutela do Estatuto da Criança e do Adolescente no tocante ao Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho, assinale a alternativa correta. (A) Washington poderá ser contratado como ensacador de compras, mesmo não sendo tal atividade de aprendizagem, pois, como já possui 14 (quatorze) anos, tem discernimento suficiente para firmar o contrato de trabalho e, assim, prestar auxílio material aos seus pais, adotando a louvável atitude de preferir o trabalho às ruas. A assertiva é falsa. De acordo com o art. 62 do ECA, “considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor”. (B) Como a comunidade onde reside Washington foi pacificada pelas forças de paz, não há falar em local perigoso ou insalubre para o menor; assim, poderá o adolescente exercer a carga horária laborativa no período das 22h às 24h, sem qualquer restrição legal, desde que procure outra atividade laborativa que seja de formação técnico-profissional. A assertiva é falsa. Contraria o disposto no inciso I do art. 67 do ECA que estabelece: Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não- governamental, é vedado trabalho: I – noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte.” (C) Washington não poderá trabalhar na mercearia como ensacador de compras, pois tal atividade não é enquadrada como de formação técnico-profissional; portanto, não se pode afirmar que o menor exercerá atividade laborativa na condição de aprendiz. A assertiva é verdadeira. Corresponde, exatamente, ao disposto no art. 62 do ECA: “Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.” (D) Na condição de aprendiz, não é necessário que o adolescente goze de horário especial compatível com a garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular. A assertiva é falsa. De acordo com o inciso IV do art. 67 do ECA: “Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não- governamental, é vedado trabalho: (...) IV – realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.” 06. (IV EXO Unificado OAB) No tocante às normas contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que (A) a medida socioeducativa de internação aplicada em razão do descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta ao adolescente infrator não poderá ser superior a três meses. A assertiva é verdadeira. De acordo com o art. 122, III do ECA: “Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando: (...) III – por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.” O §1º do mesmo artigo determina, ainda, que: “§1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.” (B) o adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será imediatamente encaminhado ao Juiz de Direito em exercício na Vara da Infância e Juventude, que decidirá sobre a necessidade ou não de seu acautelamento provisório. A assertiva é falsa. Determina o art. 172 do ECA que: “Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade policial competente.” (C) a concessão da remissão, que prescinde da homologação da Autoridade Judiciária, é medida que o membro do Ministério Público atribuído poderá adotar no processamento de ato infracional. A assertiva é falsa. A concessão da remissão exige homologação da autoridade judiciária, nos seguintes termos previstos no §1º do art. 180 do ECA: “§1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o cumprimento da medida.” (D) ao ato infracional praticado por crianças corresponderão as seguintes medidas socioeducativas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida e inserção em regime de semiliberdade. A assertiva é falsa. De acordo com o art. 105 do ECA: “Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101.” O art. 101 do ECA enumera as chamadas medidas protetivas, que consistem em: “Art. 101. (omissis). I – encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; II – orientação, apoio e acompanhamento temporários; III – matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; IV – inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; V – requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; VI – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; VII – acolhimento institucional; VIII – inclusão em programa de acolhimento familiar; IX – colocação em família substituta”. 07. (V EXO Unificado OAB) Com nítida inspiração na doutrina da proteção integral, o ECA garantiu à criança e ao adolescente o mais amplo acesso à Justiça, como forma de viabilizar a efetivação de seus direitos, consagrou-lhes o acesso a todos os órgãos do Poder Judiciário, assim como lhes assegurou o acesso a órgãos que exercem funções essenciais à Justiça, como o Ministério Público e a Defensoria. Tendo em conta tal ampla proteção, assinale a alternativa correta. (A) As custas e emolumentos nas ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela deverão ser custeadas pela parte sucumbente ao final do processo. A assertiva é falsa. De acordo com o §2º do art. 141 do ECA, “as ações judiciais de competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé”. (B) Na hipótese de colisão de interesses entre a criança ou adolescente e seus pais ou responsável, a autoridade judiciária lhes dará curador especial, o mesmo ocorrendo nas hipóteses de carência de representação ou assistência legal, ainda que eventual. A assertiva é verdadeira. Corresponde à literalidade do previsto no parágrafo único do art. 42 do ECA, nos seguintes termos: “Art. 42. (omissis) Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de representação ou assistência legal ainda que eventual”. (C) Em obediência ao princípio da publicidade, é permitida a divulgação de atos judiciais e administrativos que digam respeito à autoria de ato infracional praticado por adolescente, podendo ser expedida certidão ou extraída cópia dos autos, independentemente da demonstração do interesse e justificativa acerca da finalidade. Tais fatos, no entanto, se noticiadospela imprensa escrita ou falada, devem conter apenas as iniciais do nome e sobrenome do menor, sendo vedadas as demais formas expositivas, como fotografia, referência ao nome, apelido, etc. A assertiva é falsa. Contraria o disposto no art. 143 do ECA: “Art. 143. É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional”. Ademais, o parágrafo único do mesmo artigo determina que: “Parágrafo único. Qualquer notícia do fato não poderá identificar a criança ou o adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome” (redação dada pela Lei 10.764/03). (D) A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem por defensor público, sendo admitida a nomeação pelo juiz de advogado se o adolescente não tiver defensor, não podendo, posteriormente, o adolescente constituir outro de sua preferência. A assertiva é falsa. De fato, em consonância com o §1º do art. 141 do ECA, “a assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor público ou advogado nomeado”. 08. (V EXO Unificado OAB) Fernando e Eulália decidiram adotar uma menina. Iniciaram o processo de adoção em maio de 2010. Com o estágio de convivência em curso, o casal se divorciou. Diante do fim do casamento dos pretendentes à adoção, é correto afirmar que (A) a adoção deverá ser suspensa, e outro casal adotará a menor, segundo o princípio do melhor interesse do menor, pois a adoção é medida geradora do vínculo familiar. A assertiva é falsa. A regra contida no §2º do art. 42 do ECA dispõe que: “Art. 42. (omissis) §2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família”. Todavia o Estatuto prevê exceção a esta regra. A assertiva da questão contraria, na verdade, a exceção prevista no disposto no §4º do art. 42 do ECA que determina: “Art. 42. (omissis) §4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão” (redação dada pela Lei 12.010/09). (B) a adoção poderá prosseguir, contanto que o casal opte pela guarda compartilhada no acordo de divórcio, mesmo que o estágio de convivência não tenha sido iniciado na constância do período de convivência. A assertiva é falsa. No caso em comento, a norma estatutária não exige a guarda compartilhada. A assertiva contraria o disposto no §4º do art. 42 do ECA, nos termos comentados acima: “Art. 42. (omissis) §4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão” (redação dada pela Lei 12.010/09). (C) a adoção será deferida, contanto que o casal acorde sobre a guarda, regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculo de afinidade e afetividade com aquele que não seja o detentor da guarda que justifique a excepcionalidade da concessão. A assertiva é verdadeira. Corresponde, literalmente, à previsão contida no art. 42 §4º do ECA, acima citado. (D) a lei não prevê tal hipótese, pois está em desacordo com os ditames constitucionais da paternidade responsável. A assertiva é falsa. Já foi demonstrado que o ECA regula a hipótese ventilada na questão objeto de discussão prevendo a possibilidade, no caso, de deferimento da adoção. 09. (VI EXO Unificado OAB) Considerando os princípios norteadores do Estatuto da Criança e do Adolescente, a prática de atos infracionais fica sujeita a medidas que têm objetivos socioeducativos. Nesse sentido, é correto afirmar que (A) se Aroldo, que tem 11 anos, subtrair para si coisa alheia pertencente a uma creche, deverá cumprir medida socioeducativa de prestação de serviços comunitários, por período não superior a um ano. A assertiva é falsa. De acordo com o art. 105 do ECA, “ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art. 101”. Trata-se do rol das medidas protetivas. Às crianças que praticam ato infracional não se aplicam, portanto, medidas sócioeducativas. Aplicam-se no caso, somente, as medidas protetivas. (B) a obrigação de reparar o dano causado pelo ato infracional não é considerada medida socioeducativa, tendo em vista que o adolescente não pode ser responsabilizado civilmente. A assertiva é falsa. O art. 112 do ECA traz o rol das medidas sócio-educativas dentre as quais pode ser identificada a obrigação de reparar o dano. Vejamos: “Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: (...) II – obrigação de reparar o dano”. (C) o acolhimento institucional e a colocação em família substituta podem ser aplicados como medidas protetivas ou socioeducativas, a depender das características dos atos infracionais praticados. A assertiva é falsa. O acolhimento institucional e a colocação em família substituta são medidas protetivas previstas no rol do art. 101 do ECA: “Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas: (...) VII – acolhimento institucional; (...) IX – colocação em família substituta.” (D) a internação, como uma das medidas socioeducativas previstas pelo ECA, não poderá exceder o período máximo de três anos, e a liberação será compulsória aos 21 anos de idade. A assertiva é verdadeira. Corresponde à literalidade do previsto nos §§ 3º e 5º do art. 121 do ECA, nos termos seguintes: “ Art. 121. (omissis) §3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. (...) §5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade”. 10. (VI EXO Unificado OAB) Um famoso casal de artistas residente e domiciliado nos Estados Unidos, em viagem ao Brasil para o lançamento do seu mais novo filme, se encantou por Caio, de 4 anos, a quem pretende adotar. Caio teve sua filiação reconhecida exclusivamente pela mãe Isabel, que, após uma longa conversa com o casal, concluiu que o melhor para o filho era ser adotado, tendo em vista que o famoso casal possuía condições infinitamente melhores de bem criar e educar Caio. Além disso, Isabel ficou convencida do amor espontâneo e sincero que o casal de imediato nutriu pelo menino. Ante a situação hipotética, é correto afirmar que (A) a adoção só é concedida quando for impossível manter a criança ou o adolescente em sua família, razão pela qual o consentimento de Isabel é irrelevante para a apreciação do pedido do famoso casal, que será deferido caso represente o melhor interesse de Caio. A assertiva é falsa. Vê-se que a primeira parte da alternativa corresponde ao disposto no §1º do art. 39 do ECA: “§1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafoúnico do art. 25 desta Lei”. Todavia, a segunda parte da alternativa está incorreta, de acordo com o art. 45 do ECA que exige o consentimento dos pais: “Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando”. O consentimento será dipensado na hipótese do §1º do art. 45 do ECA: “O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar”. (B) independentemente da manifestação de vontade de Isabel, o famoso casal terá prioridade na adoção de Caio, depois de esgotadas todas as possibilidades de colocação de Caio em uma família brasileira. A assertiva é falsa pelo mesmo fundamento jurídico comentado acima, ou seja, a dispensa da manifestação dos pais só ocorrer em virtude de serem desconhecidos ou de terem sido destituídos do poder familiar (art. 45 §1º do ECA). (C) tendo em vista o consentimento da mãe de Caio, o famoso casal terá prioridade em sua adoção em face de outros casais já previamente inscritos nos cadastros de interessados na adoção, mantidos pela Justiça da Infância e da Juventude. A assertiva é falsa. O famoso casal não terá a referida prioridade, tendo em vista que adoção internacional é medida excepcional regulada pelo ECA no art. 51 e seguintes. (D) a adoção internacional é medida excepcional; entretanto, em virtude do consentimento de Isabel para a adoção de seu filho pelo famoso casal, este só não terá prioridade se houver casal de brasileiro, residente no Brasil, habilitado para a adoção. A assertiva é verdadeira. De acordo com §10º do art. 50 do ECA: “Art. 50. (omissis) §10º A adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional referidos no §5º deste artigo, não for encontrado interessado com residência permanente no Brasil”. 11. (VII EXO Unificado OAB) Joana tem 16 anos e está internada no Educandário Celeste, na cidade de Pitió, por ato infracional equiparado ao crime de tráfico de entorpecentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente regula situações dessa natureza, consignando direitos do adolescente privado de liberdade. Diante das disposições aplicáveis ao caso de Joana, é correto afirmar que (A) Joana tem direito à visitação, que deve ser respeitado na frequência mínima semanal, e não poderá ser suspenso sob pena de violação das garantias fundamentais do adolescente internado. A assertiva é falsa. É certo que a visita é direito da adolescente privada de sua liberdade, nos termos do art. 124, VII, do ECA, nos seguintes termos: “Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: (...) VII – receber visitas, ao menos, semanalmente; (...)” O §2º do art. 124 do ECA, porém, prevendo situação excepcional, determina que: “§2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente”. (B) é expressamente garantido o direito de Joana se corresponder com seus familiares e amigos, mas é vedada a possibilidade de avistar-se reservadamente com seu defensor. A assertiva é falsa. Mais uma vez, o art. 124 do ECA determina, literalmente que: “Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: (...) III – avistar-se reservadamente com seu defensor; (...) VIII – corresponder-se com seus familiares e amigos; (...)”. Portanto, não procede a vedação apontada na questão. (C) a autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, exceto de pais e responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente. A assertiva é falsa. O fundamento jurídico já foi apontado para julgar a alternativa A, qual seja, o §2º do art. 124 do ECA, nos seguintes termos: “Art. 124. (omissis) §2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do adolescente”. (D) as visitas dos pais de Joana poderão ser suspensas temporariamente, mas em tal situação permanece o seu direito de continuar internada na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais. A assertiva é verdadeira. A exceção prevista no §2º do art. 124 do ECA não atinge o direito previsto no inciso VI do artigo referido: “Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes: (...) VI – permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável; (...)” 12. (VII EXO Unificado OAB) Com forte inspiração constitucional, a Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990, consagra a doutrina da proteção integral da criança e do adolescente, assegurando-lhes direitos fundamentais, entre os quais o direito à educação. Igualmente, é-lhes franqueado o acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, preparando-os para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, fornecendo-lhes elementos para seu pleno desenvolvimento e realização como pessoa humana. De acordo com as disposições expressas no Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que (A) toda criança e todo adolescente têm direito a serem respeitados por seus educadores, mas não poderão contestar os critérios avaliativos, uma vez que estes são estabelecidos pelas instâncias educacionais superiores, norteados por diretrizes fiscalizadas pelo MEC. A assertiva é falsa. De acordo com o art. 53, II e III do ECA: “Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: (...) II – direito de ser respeitado por seus educadores; III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; (...)”. (B) é dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente o ensino fundamental, obrigatório e gratuito, mas sem a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio. A assertiva é falsa. De acordo o art. 54, I e II do ECA: “Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I – ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II – progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; (...)”. (C) não existe obrigatoriedade de matrícula na rede regular de ensino àqueles genitores ou responsáveis pela criança ou adolescente que, por convicções ideológicas, políticas ou religiosas, discordem dos métodos de educação escolástica tradicional para seus filhos ou pupilos. A assertiva é falsa. De acordo com o art. 55 do ECA: “Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.” (D) os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos envolvendo seus alunos, a reiteração de faltas injustificadas e a evasão escolar, esgotados os recursos escolares, assim como os elevados níveis de repetência. A assertiva é verdadeira. Corresponde à literalidade do disposto no art. 56 do ECA: “Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de: I – maus-tratos envolvendo seus alunos; II – reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares; III – elevados níveis derepetência.” GABARITO: 01 – C 02 – A 03 – B 04 – C 05 – C 06 – A 07 – B 08 – C 09 – D 10 – D 11 – D 12 – D