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Roteiro de Aula - Autocomposição

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TEORIA GERAL DO PROCESSO
Roteiro de aulas
Terceira aula
AUTOCOMPOSIÇÃO
- modo de solução “parcial” de conflitos, autônomo (= autonômico): a autoridade para resolver o conflito é das próprias partes, unilateral ou bilateralmente
- modalidades:
	- unilaterais: 
renúncia (abdicação total ou parcial pelo titular da pretensão)
submissão (reconhecimento, pelo obrigado, da pretensão do titular)
	- bilateral: 
		Transação (solução de um conflito mediante concessões recíprocas entre os conflitantes)(não tem sinonímia com ‘negócio jurídico’ em geral)(v. art.840 do CC)
- sgdo ALCALÀ-ZAMORA é solução altruísta e reflexiva
- somente pode incidir sobre direitos disponíveis: direitos sobre os quais a vontade do titular está autorizada pelo ordenamento jurídico a atuar livremente (utendi et abutendi)(v. art.841 do CC)
- conduz ao “acertamento” do direito = equivale a cognição
- “não constitui ultraje ao monopólio estatal da jurisdição”, pois também realiza “pacificação social”; 
- dela pode resultar, em razão do poder de dispor que o titular tem, solução diversa da que resulta da mera incidência da lei (o poder das partes, na autocomposição, é maior e mais largo do que o do juiz estatal ou o do árbitro) (aspectos da convivência da autocomposição com o monopólio estatal da justiça : espectro preceptivo frente ao tratamento normativo)
- da transação podem resultar “outros negócios jurídicos embutidos nela” (PONTES DE MIRANDA)
- autocomposição “aparente” (ALCALÀ)
- o poder de dispor, das partes, é persistente e prevalecente: pode ser exercido a qualquer momento, ainda que o conflito já esteja em juízo ou sob arbitragem, e nem o juiz nem o árbitro pode limitá-lo ou obstá-lo
- É CONSIDERADA A SOLUÇÃO DE MELHOR QUALIDADE E POR ISTO INCENTIVADA UNIVERSALMENTE\RAZÕES:
	- melhor conhecimento pelas próprias partes das implicações do conflito e das possibilidades de solução; poder de dispor é maior do que o de terceiro julgador (juiz ou árbitro); maior êxito no cumprimento da solução autocompositiva; reafirma a capacidade de autogestão da sociedade (superação do welfare state); em algumas comunidades (orientais, por exemplo), constitui forte exigência ética de cidadania (elemento cultural)
- MODOS PELOS QUAIS O DIREITO BRASILEIRO A PRESTIGIA:
	- resgate do juiz de paz (natureza e funções – CF, art.98, II) – em razão da função conciliatória extrajudicial
	- CF (arts.24, X, e 98, I) preconiza criação dos juizados de pequenas causas e juizados especiais cíveis (para causas de “menor complexidade”) e criminais (para delitos de “menor potencial ofensivo”) EM RAZÃO DA ÊNFASE CONCILIATÓRIA (inspiração nos “juizados informais”)
	- CPC: audiência preliminar de conciliação (art.331) e dever de tentar, a qualquer tempo, a conciliação das partes (125, IV)
	- na área trabalhista: CLT, art.850 (proposta de conciliação ao início e ao final da instrução); CLT, art.625-A (comissão de conciliação prévia – Lei 9958/2000)
- na Lei 9.307/96 (lei de arbitragem): juiz na ação de execução específica de cláusula compromissória (art.7º, § 2º) e o árbitro no início dos trabalhos (art.21, § 4º) deverão tentar a conciliação das partes
	- permissão a pessoas de direito público para transigir (que se alargou a partir dos anos 90) (quebra mais ampla do tabu da indisponibilidade absoluta- Lei Complementar 73/93; Lei 9469/97))
	- permissão de tansação penal (Lei 9099/95, art.76) (idem, quebra do tabu da indisponibilidade absoluta da pretensão punitiva)

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