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Controle 5 1- A partir das informações abaixo e de seus conhecimentos, julgue as afirmativas sobre economia internacional e justifique sucintamente sua resposta. (14 pontos) “Em 2006, as exportações de cobre atingiram um recorde histórico de 33,3 bilhões de dólares (…) O comércio total do Chile com a China chegou a 8,8 bilhões de dólares em 2006, representando quase 66% do valor da sua relação comercial com a Ásia.” Extraído da página “Economy of Chile” da Wikipedia (traduzido do inglês), acesso em 10/11/11. (1) ( ) Do início de 2009 em diante há uma tendência de apreciação nominal da moeda chilena em relação à moeda americana. (2) ( ) Do início de 2009 em diante há uma tendência de apreciação real da moeda chilena em relação à moeda americana. (3) ( ) Uma elevação da taxa de câmbio como a ocorrida em 2008 no Chile pode contribuir para trazer pressões inflacionária para um país. (4) ( ) Uma elevação da taxa de câmbio como a ocorrida em 2008 no Chile pode contribuir a longo prazo para gerar saldos positivos na balança comercial do balanço de pagamentos de um país. (5) ( ) Sabendo que 1 dólar = 502 pesos chilenos e que 1 real = 284 pesos chilenos pode-se afirmar que o dólar vale mais que o real. (6) ( ) A teoria das vantagens comparativas pode explicar por que o Chile é um grande exportador de cobre. (7) ( ) Economias de aglomeração podem explicar porque a China é um dos maiores parceiros comerciais do Chile. 2- Qual o regime cambial utilizado hoje no Brasil? Como a taxa de câmbio é determinada neste regime? Cite uma vantagem e uma desvantagem deste tipo de regime. (6 pontos) Resposta 1- Obs: Note que a taxa de câmbio da moeda chilena tem uma evolução recente muito parecida com a do Brasil. (1) VERDADEIRO. Existe uma tendência de queda da taxa de câmbio nominal, que está expressa na forma peso/dólar. São necessários menos pesos para comprar um dólar e há então uma apreciação nominal da moeda (ou valorização, na terminologia mais usada pela mídia). (2) FALSO. Não é possível fazer afirmações sobre o câmbio real apenas com as informações apresentadas: precisaríamos de dados sobre a evolução da inflação no Chile e nos Estados Unidos. (3) VERDADEIRO. Uma elevação da taxa de câmbio, da maneira que está expressa, significa uma depreciação nominal da moeda. Ou seja, a moeda doméstica agora vale menos nominalmente. Os produtos importados ficam mais caros e, como eles integram em parte a cesta de consumo dos residentes do país, verifica-se um aumento no valor dos índices de inflação. (4) VERDADEIRO. Como explicado no item anterior, as importações ficam mais caras e as exportações mais baratas. Se o fenômeno persistir, a demanda por exportações vai aumentar e a por importações cair. A diferença entre exportações e importações é exatamente o saldo da balança comercial, que terá portanto aumentado. (5) FALSO. Apenas comparando valores nominais da taxa de câmbio não é possível fazer inferências sobre o poder aquisitivo de uma moeda. É preciso informações sobre o nível de preços. (Ver, por exemplo, a teoria da paridade do poder de compra e o índice Big Mac). (6) VERDADEIRO. O custo de oportunidade de produzir cobre é provavelmente menor no Chile do que em outros países. Ainda que não tenhamos informações suficientes, a teoria das vantagens comparativas provavelmente explica o fenômeno (análogo ao caso do Brasil com soja, Venezuela com petróleo e etc.) (7) FALSO. Economias de aglomeração é uma noção geográfica. Não se aplica ao caso, já que a China está a milhares de quilômetros do Chile. 2- O regime de câmbio utilizado no Brasil é o de cambio flexível (flutuante*). Neste regime a taxa de câmbio é determinada pelo equilíbrio entre demanda e oferta no mercado de divisas. Uma vantagem do regime é a independência que dá ao Banco Central, que pode se dedicar exclusivamente a política monetária em comparação a um regime de câmbio fixo, em que ele se dedica também à política cambial. Outra vantagem é a de se livrar dos possíveis efeitos colaterais de um regime de câmbio fixo, em que o Banco Central pode ter que gastar muito suas divisas ou emitir moeda para manter o câmbio na taxa desejada. Uma desvantagem é o excesso de volatilidade e incerteza gerada em relação ao câmbio que decorrem da movimentação dos fluxos de moeda. Nas palavras do ex-ministro Palocci: “O diabo do câmbio flutuante é que o danado flutua”. *Mais especificamente, no Brasil o Banco Central faz frequentemente intervenções no mercado comprando ou vendendo divisas, motivo pelo qual o regime é também chamado de “flutuante sujo”. Mais detalhes para esta questão estão no texto 24.
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