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347 capítulo 11 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores Dor Lombar ................................................................................... 349 Distensão Lombossacral ......................................................... 350 Inclinação Pélvica Anterior................................................ 350 Inclinação Pélvica Posterior............................................... 354 Inclinação Pélvica Lateral ................................................. 355 Distensão Sacroilíaca .............................................................. 356 Deslizamento Facetário .......................................................... 358 Coccialgia................................................................................ 359 Levantamento de Peso ............................................................... 359 Dor Nas Pernas.............................................................................. 361 Tensão no Tensor da Faseia Lata e Banda Iliotibial............. 361 Alongamento do Tensor da Faseia Lata e Banda Iliotibial..................................................................... 362 Dor Ciática ............................................................................... 364 Problemas de Joelho................................................................... 366 Rotação Medial do Quadril e Pronaçâo dos Pés ............... 366 Hiperextensão de Joelho........................v.............................. 367 Flexão de Joelho ..................................................................... 367 Arqueamento........................................................................... 367 "Valgo"......................................................................................368 Problemas dos Pés e Indicações de Tratamento..................... 368 Pronaçâo ............................................................................. 368 Distensão do Arco Metatársico......................................... 369 Artelhos para dentro........................................................... 369 Artelhos para fora ............................................................... 371 HáluxValgo.......................................................................... 371 Calçados....................................................................................... 372 Correções para os Calçados e Órteses .................................... 373 Exercícios Corretivos para os Pés ............................................... 374 � O ENIGMA DA DOR LOMBAR A etiologia de muitas condições dolorosas comuns permanece obscura. A dor lombar, que é uma das mais comuns, continua a intrigar os especialistas. A literatura está repleta de afirmações sobre a dificuldade de fazer um diagnóstico definitivo. A inabilidade de delimitar claramente os problemas tem resultado em uma infinidade de soluções. Com a tecnologia moderna, uma quantidade impressionante de informações se acha disponível, mas é ainda inconclusiva com respeito ao diagnóstico adequado. DeRosa e Porterfield afirmam que "...atualmente, a identificação com qualquer certeza dos tecidos exatos envolvidos na maior parte das dores lombares é virtualmente impossível" (54). O resultado é que, na área de tratamento conservador (não cirúrgico), os sinais e sintomas são amplamente a base para determinação do tratamento. Apesar de os sinais poderem ser objetivos, a interpretação de sua significância varia. Vários sistemas de tratamento surgem de interpretações - suportados por evidências de sucesso. É frequentemente estimado que uma alta percentagem (de até mesmo 80%) dos casos de dores lombares se recuperam dentro de 2 semanas com ou sem tratamento. Em vista dessas estatísticas, não é de se estranhar que haja uma alta incidência de sucesso independentemente da abordagem ou do sistema de tratamento. Mas não há dúvida nas mentes daqueles que foram aliviados da dor intensa que o tratamento foi de ajuda. O tratamento pode vir em várias formas: repouso no leito e medicação; mobilização bem-sucedida (manipulação); aplicação imediata de um suporte que proporcione imobilização ou tratamento suave que emprega várias modalidades e procedimentos para alívio da dor. Independentemente da abordagem de tratamento, existem referências constantes na literatura quanto à necessidade de correção postural como parte do tratamento. Às vezes o cuidado imediato envolve correção do alinhamento, mas a correção e prevenção finais dos problemas futuros são aspectos ainda mais importantes da assistência. Essa é a área de tratamento com a qual esse texto tem a preocupação primária. A correção de defeitos posturais envolve o exame do alinhamento e provas para o comprimento e força dos músculos. A preservação do bom alinhamento depende do estabelecimento e manutenção de um bom equilíbrio muscular. Essa foi a tese básica defendida pêlos autores originais deste livro em um panfleto intitulado Study and Treatment of Muscle Imbalance in Cases of Low Back and Sciatic Pain (1936) e em Posture and Pain (1952) (55, 15). �Este capítulo enfoca a avaliação e tratamento com base nos achados das provas de alinhamento, amplitude de movimento, comprimento muscular e força muscular. Não são colocados rótulos na maioria dos tipos de condições dolorosas lombares além do nome do alinhamento associado e dos problemas de desequilíbrio muscular. Para apresentar as complexidades do alinhamento postural, todo o capítulo 4 foi dedicado a esse assunto, e as descrições detalhadas das várias provas citadas neste capítulo são encontradas nos capítulo 3 e 6-8. A avaliação da postura defeituosa deve incluir exame das partes relacionadas e não se limitar às áreas onde aparecem os sintomas. Uma distensão mecânica ou funcional que cause desequilíbrio de uma parte do corpo irá logo resultar em alterações compensatórias em outras partes do corpo. A mecânica da região lombar é inseparável da mecânica postural geral, principalmente da pelve e dos membros inferiores. A dor manifesta na perna pode ser devido a um problema de fundo na coluna. De outro modo, os sintomas que aparecem na coluna lombar podem ser devidos à mecânica defeituosa de fundo dos pés, pernas ou pelve. Muito frequentemente, contudo, os sintomas e defeitos aparecem na mesma área. Um desequilíbrio pode começar com fraqueza ou distensão nos músculos abdominais resultante de cirurgia ou obesidade. Entre mulheres, a gravidez pode ser a causa. A dor lombar acompanha com frequência o ato de carregar crianças, e os pacientes têm recebido alívio completo da dor através de tratamento para fortalecer os músculos abdominais e corrigir má postura. Em adultos, muito poucas atividades requerem uso extenuante de músculos abdominais enquanto que a maioria das atividades tende a fortalecer os músculos lombares. Um fator importante a ser considerado como causa predisponente de encurtamento de músculos da coluna e relaxamento dos músculos abdominais é que os músculos eretores da espinha são numerosos e curtos e se inserem em uma forte estrutura óssea, enquanto que os músculos abdominais são longos com fortes inserções fasciais, porém sem uma estrutura óssea de suporte. Além disso, os músculos abdominais sustentam a distensão pelo peso das vísceras abdominais e, para mulheres, o alongamento e distensão que acompanham a gestação. Os problemas lombares descritos neste capítulo são aqueles associados com inclinação pélvica anterior, posterior e lateral. Os problemas de dor em membros inferiores são aqueles associados com um tensor da faseia lata e banda iliotibial tensionados ou alongados, com dor ciática associada com protrusão de um disco ou com um � 349 � 350 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � piriforme alongado, com dor e fraqueza na região do glúteo médio posterior, e com problemas de joelho e pé onde o alinhamento defeituoso e desequilíbrio muscular são fatores importantes. DOR LOMBAR As condições abordadas nessacategoria incluem distensão lombossacral, distensão sacroilíaca e, resumidamente, deslizamento facetário e coccialgia. A distensão lombossacral pode ser de origem postural. As outras três não são consideradas primariamente problemas posturais, mas há geralmente problemas associados de alinhamento e de desequilíbrio muscular que afetam essas condições. Distensão Lombossacral A distensão lombossacral é o tipo mais comum de problema lombar. A palavra "distensão," que denota uma tensão que causa lesão, não cobre contudo os defeitos mecânicos que estão presentes. Esses são essencialmente dois problemas: Compressão indevida sobre estruturas ósseas, presente especialmente durante sustentação de peso (em pé ou sentado); tensão indevida sobre os músculos e ligamentos durante a sustentação de peso e durante movimentos. (Vide também p. 333.) Uma coluna pode ter bom alinhamento na sustentação de peso, mas se os músculos lombares forem tensos eles serão sujeitos à tensão indevida em uma tentativa súbita ou descuidada de inclinar-se para frente. Pode ocorrer distensão muscular aguda. Uma coluna pode ter um alinhamento defeituoso acentuado, como uma lordose sem retração dos músculos lombares. O movimento pode não causar uma distensão, mas ficar em pé por certo período de tempo pode dar origem à dor. A sobrecarga compressiva que resulta do mau alinhamento, quando acentuada ou constante, pode provocar sintomas dolorosos. Esse tipo de postura é mais comum entre mulheres que entre homens. O defeito é geralmente associado com fraqueza dos músculos abdominais. O surgimento dos sintomas é geralmente gradual em vez de agudo, e os sintomas geralmente permanecem mais ou menos crónicos. A dor é menor se a pessoa está ativa do que se a pessoa está em pé parada e é aliviada pela posição recumbente ou deitada. Quando está presente uma combinação de alinhamento defeituoso e retração muscular, tanto a posição quanto o movimento podem dar origem à dor. A dor tende a ser constante embora possa variar em intensidade com a mudança de posição. As sobrecargas que não seriam excessivas sob circunstâncias normais podem dar origem à dor. Um ato aparentemente sem consequências pode provocar uma crise aguda de dor. � Inclinação Pélvica Anterior. Quatro grupos de músculos sustentam a pelve em alinhamento an-terior-posterior. Os extensores lombares tracionam para cima a partir da pelve posteriormente, os isquiotibiais tracionam para baixo posteriormente, os músculos abdominais tracionam para cima anteriormente e os flexores de quadril tracionam para baixo anteriormente. Quando existe bom equilíbrio muscular, a pelve é mantida em bom alinhamento. Com desequilíbrio, a pelve inclina-se anteriormente ou posteriormente. Com a inclinação pélvica anterior, a coluna lombar se arqueia para frente em posição de lordose. Ocorre compressão indevida posteriormente sobre as vértebras e as facetas articulares, e ocorre tensão indevida sobre o ligamento longitudinal anterior na área lombar. \r.\ Postura de cifose-lordose Flexão do quadril com tronco inclinado para frente Os desequilíbrios musculares associados com uma inclinação anterior podem incluir todas ou parte das seguintes ocorrências: Músculos abdominais anteriores fracos; Músculos flexores de quadril tensionados (principalmente o iliopsoas); Músculos da coluna lombar tensionados; Músculos extensores de quadril fracos. As figuras acima mostram esses desequilíbrios musculares. A figura A apresenta uma lordose acentuada; a lordose na figura B seria também acentuada se a pessoa assumisse uma posição ere-ta. Quando os quatro grupos musculares estão envolvidos, a correção da inclinação pélvica anterior requer que os músculos abdominais anteriores e os extensores de quadril sejam fortalecidos, e que a coluna lombar e os músculos flexores do quadril tensionados sejam alongados. Qualquer um dos fatores acima pode ser o fator primário mas a tensão lombar e fraqueza dos músculos extensores do quadril são menos prováveis de serem a causa primária. � 351 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � Frank Ober afirmou que "E bem sabido que uma coluna lordótica pode ser uma coluna dolorosa, mas isso, obviamente, não é válido para todos os casos" (20). Farni e Trueman enfatizaram a associação comum de uma lordose lombar aumentada e a dor lombar (56). Isso é válido para algumas pessoas com lordose e queixa de dor lombar, enquanto que outros com uma lordose mais grave podem não se queixar de qualquer dor. Uma lordose pode ser habitual, mas se os músculos da coluna forem flexíveis o suficiente para que a posição possa ser mudada de tempos em tempos, os sintomas podem não se desenvolver. Contudo, uma coluna tensionada demais a ponto de a posição lordótica ficar fixada tende a ser uma coluna dolorosa em qualquer posição do corpo. O melhor indicador com respeito a dor lombar não é o grau de lordose ou outro defeito mecânico visível ao exame de alinhamento mas a extensão de retração muscular que mantém um alinhamento antero-posterior fixado, e a extensão de fraqueza muscular que a posição defeituosa ocorra e persista. Músculos Abdominais Anteriores Fracos. A fraqueza dos músculos abdominais anteriores permite que a pelve se incline para frente. Os músculos são incapazes de exercer tração para cima sobre a pelve, que é necessária para ajudar a manter um bom alinhamento. Na medida em que a pelve se inclina para frente, a coluna lombar é colocada em posição de lordose. O indivíduo com uma lordose onde a fraqueza dos músculos abdominais seja o principal problema geralmente se queixa de dor na coluna lombar. Nos estágios iniciais ela é descrita como fadiga e depois como uma sensação de dor, que pode ou não progredir para ser agudamente dolorosa. A dor é geralmente pior no final do dia e é aliviada por recumbência em uma extensão tal que após o repouso noturno o indivíduo pode se achar livre de sintomas. Dormir sobre um colchão firme permite que a coluna se retifique e essa mudança da posição lordótica dá alívio e conforto ao paciente. A coluna pode ser melhorada na posição sentada apoiando-se-á contra o encosto da cadeira, evitando a posição ereta que tende a arquear a coluna lombar. O alívio da dor pode ocorrer também com o uso de um suporte apropriado que ajude a corrigir o alinhamento defeituoso e aliviar a distensão sobre os músculos abdominais fracos. (O Aparelho de Flexão de William e o Aparelho de Goldthwait foram elaborados para suportar o abdome e corrigir a lordose.) (Vide também p. 353.) Quando existe fraqueza acentuada, o paciente deve iniciar um programa de exercícios e continuar com o uso do suporte por um certo tempo enquanto trabalha para melhorar a força muscular. �Esse conselho é contrário ao conceito aceito e sempre repetido de que os músculos ficarão mais fracos se for usado um suporte. A fraqueza por usar um suporte ocorrerá somente se o paciente não se exercitar para melhorar os músculos. O uso de suporte ajuda a manter o alinhamento e aliviar o alongamento e distensão dos músculos fracos até que eles recuperem a força através dos exercícios. A fraqueza nos músculos abdominais se acha presente por períodos variáveis de tempo após a gestação. Sendo conscientes desse fato, os médicos geralmente dão às pacientes uma lista de exercícios com a intenção de fortalecer esses músculos. Infelizmente, essas listas incluem geralmente exercícios de sentar-se acima e de levantamento das duas pernas estendidas que não deveriam ser dados quando os músculos abdominais estão muito fracos. (Vide pp. 158-159 e 166 para exercícios de fortalecimento dos músculos abdominais.) Quando existe retração dos extensores da coluna ou flexores dos quadris, é necessário tratar esses músculos para restaurar o comprimento normal antes que possa se esperar que os abdominais funcionem de forma ideal. (Vide pp. 53 e 55, e 117-118 para exercícios de alongamento.) Flexores de Quadril Uniarticulares Retraídos (Principalmente o Iliopsoas). Flexoresde quadril uniarticulares retraídos provocam uma inclinação anterior da pelve na posição em pé. A coluna lombar apresenta lordose quando a pessoa fica em pé ereta. Ocasionalmente, uma pessoa se inclina para frente fletindo os quadris, evitando a posição ereta que poderia resultar em uma lordose acentuada. (Vide página anterior). A gravidade da lordose depende diretamente da extensão da retração nos flexores do quadril. A sobrecarga sobre a coluna lombar na posição lordótica é geralmente aliviada quando a tensão nos flexores dos quadris cede. Em pé, isso se consegue fletindo levemente os joelhos. Na posição sentada, os quadris são fletidos e os flexores ficam com "folga". Algumas pessoas podem sentar por longos períodos de tempo sem dor ou desconforto mas têm dor quando ficam em pé por curtos períodos. Nesses casos deve-se examinar se há encurtamento dos flexores do quadril. O decúbito dorsal ou lateral com quadris e joelhos fletidos relaxa a tração dos flexores de quadril retraídos sobre a coluna lombar. Os pacientes geralmente buscam esse meio para aliviar a dor na coluna e fazem isso legitimamente no estágio agudo. Contudo, o problema é que ceder à retração através da flexão dos quadris nessas diferentes posições agrava o problema muscular de fundo, permitindo encurtamento adaptativo adicional aos mesmos músculos que estão causando o problema. � 352 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � Quando os joelhos são fletidos para aliviar o desconforto na coluna, deve-se fazer um esforço de não fleti-los mais que o necessário. Após os flexores do quadril serem alongados com exercícios apropriados, não é necessário fletir os quadris e joelhos para conseguir conforto em decúbito dorsal. Em decúbito dorsal com quadris fletidos o suficiente para permitir que a coluna se retiíïque, o paciente fica mais confortável sobre um colchão firme que sobre um macio. Sobre um colchão macio, a pelve afunda e inclina-se anteriormente, provocando uma posição lordótica da coluna lombar. O decúbito ventral não é tolerado porque os flexores de quadril tensionados mantêm a coluna em posição lordótica. Contudo, o decúbito ventral pode ser tornado confortável colocando-se um travesseiro firme diretamente sob o abdome para ajudar a retificar a coluna lombar e permitir leve flexão dos quadris. Um suporte de coluna pode proporcionar algum alívio para uma coluna dolorosa que seja mantida em lordose por flexores de quadril retraídos, mas não pode ajudar a alongar os flexores de quadril retraídos. (Vide p. 53 sobre exercícios de alongamento para flexores do quadril, e p. 158-159 para exercícios para fortalecer os músculos abdominais inferiores.) É difícil tentar conseguir alongamento de flexores de quadril retraídos através de períodos de tratamento ocasionais se a ocupação requer que se fique na posição sentada. O paciente precisa compreender que poderá ser necessário alongar os músculos retraídos diariamente para contrapor os efeitos da posição sentada contínua. Flexores de Quadril Biarticulares Retraídos. O grau de retração que é visto geralmente nos flexores de quadril biarticulares (reto femoral e tensor da faseia lata) não provoca lordose na posição em pé. A razão é que os músculos não são alongados sobre a articulação do joelho quando o joe- A retração provoca, contudo, lordose na posição ajoelhada. Quando alguém se queixa de que somente a posição ajoelhada provoca dor na região lombar, é importante examinar se há encurtamento dos flexores de quadril biarticulares. (Vide prova para comprimento dos flexores do quadril, pp. 33-35). � As vezes essa retração é muito acentuada, e o alongamento deve ser feito de modo que não sobrecarregue a patela durante a flexão do joelho. Por essa razão, recomenda-se que o joelho seja colocado em flexão, figura A, de modo que a patela possa correr sobre a articulação do joelho antes de começar um alongamento adicional. Prossiga para o alongamento dos flexores do quadril tracionando para cima e para dentro com os músculos abdominais inferiores até inclinar posteriormente a pelve e estender a articulação do quadril como em B. lho está estendido. (A retração teria que ser muito intensa para ficar tensionada sobre as duas articulações.) Retração dos Músculos Lombares. Músculos lombares retraídos provocam uma inclinação anterior da pelve e mantêm a coluna lombar em posição de lordose. Ao mesmo tempo que esses músculos cruzam sobre articulações da coluna vertebral, eles não cruzam sobre outra articulação onde o músculo possa ceder à retração. Inde- O indivíduo ilustrado acima apresenta retração acentuada nos flexores do quadril que é limitada pela extensão da articulação do quadril. Ele também apresenta limitação da extensão da coluna. Para erguer-se da mesa, o movimento ocorre na articulação do joelho. Como exercício esse movimento não é apropriado para ele, pendentemente da posição que o corpo assuma, a coluna lombar permanecerá em um grau de extensão que corresponda ao grau de retração desses músculos. Na inclinação para frente, a coluna lombar permanece com curvatura anterior e não se retifica. (Vide p. 47). Em casos onde a retração da coluna lombar é um fator primário, a dor pode ser crónica mas geralmente apresenta um surgimento agudo. A dor � 353 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � moção da força muscular abdominal são as metas a longo prazo. (Vide p. 55 sobre alongamento lom- é aumentada pelo movimento, ao invés de pelas posições em pé e sentada, e geralmente o início de uma crise aguda tende a ser desencadeada por ele. O problema tende a ser mais comum entre homens que entre mulheres. A dor pode ser aliviada ou piorar com a posição deitada. O alívio da dor ao deitar-se é devido à remoção da parte da distensão causada pelo movimento, ou pela ação muscular na manutenção da posição ereta. O aumento da dor na recumbência ocorre quando o peso corporal em decúbito dorsal impõe uma distensão sobre os músculos da coluna. Durante o repouso no leito no estágio agudo, algum alívio é obtido dando "folga" à coluna através da colocação de um pequeno rolo sob a coluna. Esse rolo deve conformar-se ao contorno e dar suporte para a coluna lombar. Além de dar algum suporte, a pressão contra a coluna lombar oferece certo alívio. Quando é indicado um suporte com formato de colete ou uma órtese, é às vezes aconselhável usar o suporte tanto quando deitado quanto ao sustentar peso. Além do alívio que vem da restrição de movimento, a dor é aliviada pela pressão que vem do suporte contra a coluna lombar. Hastes de aço nos suportes para coluna (ilustrados na página ao lado) devem ser curvados para conformar-se à coluna, e pode ser acrescentado um enchimento caso ele dê conforto adicional. O alívio da dor que pode acompanhar a imobilização e o medo de repetir o movimento que desencadeia a crise aguda podem ficar tão fixados na mente do paciente que ele fica relutante quanto a cooperar com o tratamento para restaurar o movimento. A recuperação depende da cooperação do paciente, e isso não se obtém a menos que o paciente compreenda o procedimento. O procedimento de ceder à posição lordótica e dar suporte para a coluna nessa posição para o alívio da dor não deve ser visto como a meta do tratamento. O alongamento dos músculos lombares para restaurar a flexibilidade normal e a pro- �bar, e pp. 158-159 para fortalecimentos dos músculos abdominais inferiores.) Abaixo apresentamos várias formas de suportes abdominais e para coluna. Enfaixamento com fita adesiva pode ser usado naqueles que necessitam somente de suporte temporário, ou pode ser usado até que um suporte mais rígido seja obtido. Um pedaço de musselina é colocado sob o abdome com o paciente em decúbito ventral. As fitas adesivas são presas à musselina dos dois lados. Uma série de espátulas finas de madeira, colocadas sobre um outro adesivo, é então colocada sobre a fita na coluna lombar. As espátulas são quebradas com uma leve pressãopara que se conformem ao ápice da curvatura na coluna lombar e então são aplicadas várias outras tiras de fita adesiva. A musselina age como suporte abdominal e, como ancora as fitas nelas, não há chance de irritação pela fita adesiva. As pessoas que apresentam lordose geralmente se queixam de uma "coluna fraca". O termo é usado devido à sensação de dor e fadiga na coluna lombar e devido à inabilidade de levantar objetos pesados sem dor. Esse tipo de coluna é mecanicamente fraca e ineficiente por causa do mau alinhamento, mas os músculos lombares não � � Suporte leve com hastes de aço leves �Suporte moderado com hastes de aço pesadas �Suporte firme com Órtese de Bennett �Órtese de Taylor para suporte da coluna superior e inferior � 354 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � são fracos. A conotação da palavra "fraco" é a de que os músculos da coluna são fracos e precisam de exercícios de fortalecimento. Pelo contrário, os músculos são fortes, superdesenvolvidos, e curtos, e os exercícios de extensão da coluna são contra-indicados. A postura lordótica com músculos lombares retraídos tende a dar origem a dor ao movimento ou posicionamento. A mudança de posição do corpo não dá alívio quando a retração é acentuada. A coluna continua imobilizada em alinhamento defeituoso pela retração muscular, esteja o paciente em pé, sentado ou deitado. Anos atrás não era raro encontrar retração na coluna lombar. Fatores ambientais e culturais afe-tam os hábitos posturais. A retração dos músculos lombares, suficiente para manter a coluna em uma curvatura anterior fixada, não é mais um achado comum. É possível que sentar para o trabalho, sentar em carros e a ênfase em exercícios que flexionam a coluna (especialmente os "abdominais" com joelhos fletidos), venha revertendo esses problemas e criado alguns novos com respeito à dor lombar. Músculos Extensores do Quadril Fracos. Os extensores do quadril consistem do glúteo máximo uniarticular e dos músculos isquiotibiais biarticulares. A fraqueza desses músculos raramente é vista como fator primário na inclinação pélvica anterior, mas quando encontrada junto com encurtamento dos flexores do quadril ou fraqueza dos músculos abdominais, a inclinação pélvica e lordose tendem a ser mais exageradas que quando a fraqueza dos extensores do quadril não está presente. A fraqueza leve a moderada do glúteo máximo e isquiotibiais permite que a pelve se incline para frente quando na posição em pé. A fraqueza dos isquiotibiais sozinha não afeta a posição pélvica na mesma extensão. A fraqueza acentuada ou paralisia dos extensores do quadril apresenta o quadro oposto. Com fraqueza extrema, a única posição estável dos quadris é obtida deslocando-se a pelve para frente e o tronco superior para trás (como na postura "desleixada") distribuindo o peso do corpo sobre o centro de gravidade com a articulação do quadril travada em extensão e a pelve em inclinação posterior. (Vide p. 223 sobre exemplos comparáveis de fraqueza acentuada de abdutores do quadril.) A fraqueza dos isquiotibiais ocorre mais frequentemente devido ao alongamento excessivo que devido a falta de exercício. O primeiro passo para fortalecer esses músculos é evitar movimentos ou posições que os alonguem excessivamente. Exercícios para fortalecer isquiotibiais podem ser acrescentados na forma de uma flexão de joelho �com resistência com o quadril fletido, ou flexão de joelho em decúbito ventral com o quadril estendido. Em decúbito ventral o joelho não deve ser fletido a ponto desses músculos biarticulares serem colocados em uma posição encurtada inefetiva. A posição ideal para fortalecimento e testagem é em um ângulo de aproximadamente 50° a 70° de flexão de joelho em decúbito ventral. (Vide p. 39 sobre comprimento normal dos isquiotibiais, e pp. 208-209 sobre posições de prova e exercício ideais.) Em pé os músculos isquiotibiais podem parecer tensionados quando estão alongados ou curtos. No exame postural, essa tensão é geralmente interpretada como retração dos isquiotibiais e então é prescrito o tratamento para alongar os isquiotibiais como uma medida corretiva. Quando essa tensão está associada com isquiotibiais alongados, o alongamento é contra-indicado. A prova acurada do comprimento dos isquiotibiais, como está descrito no Capítulo 3, é necessária para o diagnóstico preciso e para a prescrição dos exercícios terapêuticos. O alinhamento postural defeituoso é indicativo do comprimento dos isquiotibiais: uma lordose e joelhos hiperextendidos sugerem a presença de isquiotibiais alongados; nas posturas com dorso plano e postura "desleixada", os isquiotibiais tendem a ser curtos. Inclinação Pélvica Posterior. Dois tipos de postura exibem inclinação pélvica posterior, extensão da articulação do quadril e fraqueza do músculo iliopsoas: O dorso plano, como o nome indica, é uma coluna retificada tanto na área lombar quanto torácica, exceto que existe algum grau de flexão na área torácica superior que acompanha a posição anteriorizada da cabeça- A roíTura "desleixada" é aquela onde existe uir. ie-sjccamento posterior =:;:_'a 'Desleixada" 1 baiano: rara traí i: mzoj superior e um deslocamento ar. ter. ;r rülaro: para frente) da pelve. Ocorre urra . :r_ra rriée r^e se estende para a região .'i-mrar supenir f zma retifïcação da região � 355 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � lombar baixa. As fibras póstero-laterais do externo oblíquo são alongadas. (Vide ilustrações nas pp. 160 e 161.) Postura "Desleixada". No passado, as palavras "lordose" e "balanço para trás", referente à postura "desleixada", eram usadas como sinôninos para referir-se à curvatura nas áreas lombar e torácica inferior. As diferenças posturais entre a lordose e a postura "desleixada" foram identificadas em Posture and Pain, mas o nome "desleixada" só veio a ser aplicado na terceira edição de Músculos, Provas e Funções, publicada em 1983. A separação do uso desses termos também diferencia essas duas posturas. Elas são distintamente diferentes com respeito à inclinação ântero-posterior da pelve, a posição da articulação do quadril, e os desequilíbrios musculares que existem. A fraqueza do iliopsoas é um achado constante na postura "desleixada" em contraste com o fato de ser forte na postura lordótica. Como foi determinado pela prova dos músculos abdominais inferiores, o oblíquo externo é geralmente fraco tanto na postura lordótica quanto na "desleixada". As posturas se assemelham no fato de haver uma curvatura na região lombar. Na postura lordótica, ocorre um aumento na curvatura anterior da coluna lombar; na "desleixada", ocorre um aumento na curvatura posterior nas regiões torácica e toracolombar. Na postura lordótica, a distensão é geralmente sentida através da coluna lombar; na postura "desleixada", a distensão ocorre geralmente na área da junção toracolombar. O tratamento requer que a coluna seja mantida em bom alinhamento com a coluna lombar em curvatura anterior normal e a coluna superior em cor-reção da cifose longa. Um suporte apropriadamente ajustado deve ser considerado caso a postura tenha atingido um estado doloroso, ou se a coluna superior e os músculos abdominais inferiores estiverem fracos demais para manter a correção postural. Os exercícios para fortalecer o iliopsoas. e os exercícios para os músculos abdominais inferiores, são geralmente indicados para a pessoa com postura "desleixada". Em decúbito dorsal, com a coluna lombar mantida retificada sobre a mesa, o levantamento alternado (não simultâneo) das pernas pode ser usado para fortalecimento dos flexores do quadril. A partir da posição neutra da pelve, a amplitude de movimento na direção da inclinação posterior é menor que na direção da inclinação anterior. Os mesmos quatro grupos musculares sustentam a pelve anteriormente e posteriormente: músculos abdominais anteriores; flexores do quadril (principalmente o iliopsoas); músculos da coluna lombar; extensores do quadril.�Dorso Plano. Ao descrever a postura de dorso plano, é necessário identificar dois tipos, o que é flexível (o mais comum), e o dorso plano rígido. Como a flexão normal é definida como retificação ou achatamento da coluna lombar, os dois tipos de dorso plano exibem flexão normal. Na coluna flexível, a extensão não é limitada; na coluna rígida, a extensão é limitada. (A segunda não está incluída na discussão a seguir.) A postura de dorso plano flexível parece ser mais comum entre certas culturas que entre outras. Os asiáticos parecem exibir esse tipo de postura mais frequentemente que a maioria dos americanos ou europeus. Esse tipo de dorso plano não dá origem a nenhum problema de dor lombar que ocorre na postura lordótica ou "desleixada". A amplitude de movimento em extensão é geralmente normal e pode ser excessiva. Os músculos lombares são fortes; os músculos abdominais, especialmente o inferiores, tendem a ser mais fortes que a média; os extensores de quadril são geralmente fortes e os isquiotibiais geralmente apresentam encurtamento. De forma consistente, os flexores de quadril uniarticulares são fracos. Essa fraqueza não é evidente ao fazer o teste usual do grupo de flexores de quadril na posição sentada, mas é evidente ao fazer a prova em decúbito dorsal para o iliopsoas (vide p. 214) ou a prova que requer que se complete a flexão da articulação do quadril na posição sentada (vide p. 215). Quando os isquiotibiais são tensos, indica-se exercícios de alongamento. iVide p. 54.) A seguir é feita uma afirmação pelo autor original desse texto em uma publicação de 1936. Em minha experiência eu não tenho tido contato com algum paciente que apresente um chamado dorso plano normalmente flexível, com equilíbrio entre a força dos músculos da coluna e do abdome, que se queixe de dor lombar crónica...A linha de sustentação de peso do corpo fica próximo do normal nesses pacientes e eles não exibem o tipo de dor lombar crónica associada com as posturas defeituosas extremas (55). Deve ser dada cuidadosa consideração ao exame de achados quando se planeja um curso de tratamento. E um engano assumir que são indicados exercícios de extensão — eles podem ser desnecessários ou podem ser contra-indicados. A postura de dorso plano é aquela onde a articulação do quadril fica em extensão e os isquiotibiais são fortes e, geralmente, curtos. Se existe esse tipo de postura sem dor lombar, não é necessário modificá-la. Se a coluna é dolorosa, e é indicada a restauração da curvatura anterior normal, a medida de escolha deve ser o fortalecimento dos flexores de quadril fracos. Os � 356 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � problemas com a extensão da coluna a partir do decúbito ventral são que ela envolve forte extensão da articulação do quadril e ação muscular ertensora para estabilizar a pelve na coxa de modo a poder levantar o tronco; desse modo a extensão do quadril alonga o iliopsoas já enfraquecido. Quando é indicada a extensão lombar, por qualquer que seja a razão, ela poderá ser feita em posição sentada, ou através da ação de estabilização da coluna lombar durante um levantamento alternado de pernas em decúbito ventral - levantando a perna em apenas 10° de extensão. Flexão Excessiva (ou Hiperflexão). A flexão excessiva da coluna lombar não é rara. Ela é vista como uma cifose da coluna lombar na posição sentada, mas raramente aparece como cifose na posição em pé. (Vide fotografia da p. 37). Na maioria dos casos de flexão lombar excessiva, os músculos extensores da coluna não são fracos, mas os isquiotibiais são geralmente retraídos. (Vide pp. 47 e 49.) Alguns indivíduos que apresentam flexão excessiva na posição sentada irão ficar em pé com posição lordótica. Certos exercícios promovem flexão excessiva da coluna lombar, ao mesmo tempo que fortalecem e tendem a encurtar os flexores do quadril. Notadamente, o exercício de sentar-se acima com tronco enrolado e joelhos fletidos cria uma demanda para enrolamento completo do tronco, incluindo a coluna lombar, e exercitam o iliopsoas na flexão da articulação do quadril até o final da amplitude de movimento. Quando a coluna lombar é dolorosa e existe hipermobilidade em flexão, o tratamento de escolha é o uso de um suporte que impeça amplitude de movimento excessiva. Se os isquiotibiais se acham retraídos e são feitos exercícios para alongá-los, deve-se evitar a inclinação para frente e usar um suporte para a coluna ao fazer levantamento passivo ou ativo das pernas estendidas. (Vide p. 54.) Inclinação Pélvica Lateral. Problemas de dor lombar postural associados com inclinação pélvica lateral são comuns, mas muitos passam desapercebidos. O problema mecânico é principalmente o de compressão indevida nas facetas articulares da coluna no lado alto da pelve. O foco de dor que corresponde com a área de maior compressão é geralmente sobre a faceta articular da quinta vértebra lombar no lado alto. Os desequilíbrios musculares acham-se geralmente presentes no tronco lateral ou póstero-late-ral e nos músculos da coxa laterais ou ântero-late-rais em casos de inclinação pélvica lateral. Os músculos póstero-laterais do tronco e a faseia lombodorsal são mais tensos no lado alto da pelve enquanto que os abdutores de quadril e tensor da �faseia lata são mais tensos no lado baixo da pelve. No lado alto, a perna assume uma posição de adução postural em relação à pelve e os abdutores, particularmente a parte posterior do glúteo médio, mostram fraqueza. (Vide figura da p. 222.) Pode ser também observado um desequilíbrio nos adutores do quadril. O padrão visto mais frequentemente em indivíduos destros é o de tensor esquerdo retraído, glúteo médio direito fraco e adutores do quadril direito e músculos laterais do tronco direito mais fortes. Indivíduos sinistros tendem a apresentar o reverso desse padrão. Contudo, seus padrões adquiridos de desequilíbrios musculares tendem a ser menos fixados que nos indivíduos destros. A maioria dos equipamentos e instrumentos é elaborada para uso com a mão direita quando existe um elemento de assimetria envolvido e os indivíduos sinistros são obrigados a usar os instrumentos do modo como os indivíduos destros utilizam. Como resultado de um alinhamento lateral defeituoso e desequilíbrios musculares, a dor pode surgir na coluna lombar ou na perna. O exame cuidadoso irá geralmente revelar problemas em ambas as áreas independentemente da área de queixa principal. O tratamento relaciona-se primariamente com o realinhamento. Essencialmente, o tratamento consiste na aplicação de uma elevação reta no salto do calçado no lado baixo da pelve. Raramente é necessário ou aconselhável usar um salto de mais de 1/8 a 3/16 polegadas. Uma palmilha firme de borralha e couro para o calcanhar que pode ser inserida dentro do calçado geralmente é suficiente. A diferença no nível das espinhas posteriores, como se vê quando o paciente está em pé com os joelhos estendidos, deve proporcionar a base para determinação da necessidade de um calço e de que altura. Medidas do comprimento aparente da perna tiradas em decúbito dorsal para uso como base para determinação do lado de aplicação do calço são infelizmente enganosas na maioria das vezes. (Vide análise do erro que ocorre nessa questão, p. 103.) Quando existe retração do tensor da faseia lata em um lado, o mau alinhamento não será automaticamente corrigido com a aplicação do calço no calçado. Pode ser necessário tratar essa retração mesmo que não haja sintomas específicos na área. Tal tratamento deverá ou preceder ou acompanhar o uso de um calço para calçado. Poderá consistir meramente em exercícios ativos de alongamento ou de alongamento assistido. (Vide pp. 60 e 117.) Fraqueza do Glúteo Médio. Pode haver desconforto, incómodo ou, em alguns casos, dor, na área do nr_Í5>rul: glr^ieú tt^m-ti: p§;.s:erior. Essa pode co- o na posição � 357 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � em pé. E pode progredir para dor na posição em pé ou decúbitolateral. Em decúbito lateral, poderá doer quando se estiver tanto sobre o lado afetado quando sobre o outro. Ficar em pé habitualmente com o peso sobre uma das pernas mais do que sobre a outra dá origem a fraqueza por alongamento, que, quando persiste, pode resultar na queixa de desconforto ou de dor. O tratamento pode ser simplesmente quebrar o hábito de ficar em pé com o peso sobre o lado afetado. A fraqueza do glúteo médio, que está geralmente presente no lado alto da pelve, precisa ser corrigida para manter um bom alinhamento lateral. O calço do calçado no lado oposto que é usado para nivelar a pelve remove o elemento de tensão sobre o glúteo médio mais fraco desde que a pessoa fique em pé igualmente sobre os dois pés e evite ficar em pé em adução sobre o lado do glúteo médio fraco. Como regra geral, não são necessários exercícios específicos para o glúteo médio para indivíduos que sejam normalmente ativos. O exercício envolvido na atividade funcional comum de marcha geralmente é suficiente para fortalecer esse músculo. Geralmente aconselha-se no mínimo 6 semanas de uso de um calço. A necessidade de um período mais longo dependerá, em grande parte, do tempo que se passou desde o surgimento do problema postural imediato, se existe alguma diferença real no comprimento das perna e se as atividades ocupacionais ou hábitos posturais podem ser mudados para permitir a manutenção de um bom alinhamento. Embora possa ser leve, algum grau de rotação da pelve sobre os fémures geralmente acompanha uma inclinação pélvica lateral. A pelve tende a rodar para a frente no lado de um quadril alto. Em outras palavras, ocorre geralmente uma rotação anti-horária da pelve quando o quadril direito está alto e a perna direita se acha em adução postural sobre a pelve. A rotação tende a desaparecer quando a pelve está nivelada lateralmente. Distensão Sacroilíaca O tipo de articulação e a quantidade de movimento permitida pela articulação sacroilíaca é um tópico central para qualquer discussão relativa à identificação e tratamento de distensões sacroilíacas. AArticulação Sacroilíaca. Basmajian descreve duas áreas de articulação na articulação sacroilíaca. Quando se olha lateralmente, as asas do sacro apresentam áreas anteriores e áreas posteriores. A área anterior tem o formato de uma orelha e é chamada de superfície auricular. Sua articulação com o ílio é chamada de articulação sacroilíaca sinovial. A área posterior é rugosa e chamada de tuberosidade. Essa articulação com o �ílio é chamada de articulação sacroilíaca fibrosa e "dá inserção aos fortes ligamentos sacroilíacos posteriores e interósseos que unem os ossos e permitem somente um mínimo de movimento" (57). Essa distinção ajuda a esclarecer a confusão que ocorre quando a articulação é descrita de formas variadas como uma articulação do tipo sindesmose (imóvel), do tipo sincondrose (levemente móvel) ou como uma do tipo sinovial (livremente móvel). Sabe-se que ocorre movimento durante o parto e que alguns dos problemas sacroilíacos recorrentes para mulheres são resultado de um único parto ou de partos subsequentes. Hipócrates acreditava que a articulação era imóvel exceto durante a gestação (58). De acordo com os anatomistas: Gray refere-se a essa articulação como uma sincondrose (13); Sabotta afirma que é uma articulação quase imóvel e que as tuberosidades são unidas anteriormente por uma articulação e posteriormente por uma sindesmose (59). Os ortopedistas, como grupo, têm tido mais experiências que médicos de outros ramos da medicina em lidar com problemas da articulação sacroilíaca. As frases a seguir, muitas delas citações de texto diretamente, expressam visões de ortopedistas renomados entre 1918 a 1986. Davis: "Uma pequena quantidade de movimento é possível na maioria dos casos..." (60). Jones & Lovett: "...o consenso de opinião é que o relaxamento sacroilíaco é um fenómeno raro" (61). Ober, em Lovett's Lateral Curvature os the Spine: "A forte articulação entre o sacro e o ílio através da qual todo o peso corpo é transmitido é uma sincondrose. Sabe-se que é permitido algum movimento, mas essa quantidade de movimento é pequena" (62). Steindler: "E uma verdadeira articulação, com facetas articulares, revestimento sinovial e cápsula, mas tem uma superfície tão irregular, com suas inúmeras elevações e indentações intertravadas, que praticamente não é possível movimento nessas articulações sob condições normais" (63). Hoppenfeld: "Para todas as intenções e propósitos, a sínfise sacroilíaca e púbica são articulações praticamente imóveis e, enquanto que podem ser envolvidas patologicamente, raramente restringem a função ou provocam dor" (21). Cyriax, proeminente no campo da medicina física e reabilitação, afirma: "Ocorre movimento na articulação sacroilíaca; nos extremos de flexão e extensão de tronco, ocorre rotação entre o sacro e o ílio...Nenhum músculo separa a articulação. Não há um menisco intra-articular. Afinal, há pouca coisa que possa dar errado." "A única condição encontrada com alguma frequência é a espondilite � 358 Coro i coes Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � anquilosante" < 70 >. De acordo com Hinwood: "A articulação move-se somente alguns milímetros e de forma tridimensional" (71). As citações a seguir são de dois fisioterapeutas. Saunders: "O fato de que a articulação sacroilíaca se move não é motivo de especulação... Como a articulação sacroilíaca é uma articulação sinovial, ela pode ser lesada do mesmo modo que qualquer outra articulação sinovial" (72). O termo articulação sinovial implica em articulação livremente móvel. Quando aplicado à articulação sacroilíaca, o termo deveria ser qualificado para assegurar que não implique que a articulação sacroilíaca seja livremente móvel. Norkin: "A articulação sacroilíaca é parte sinovial e parte fibrosa" (73). O fato de que são descritas duas superfícies articulares, com tipos diferentes de revestimentos articulares (um sinovial, o outro uma fina camada cartilaginosa) não significa que, funcionalmente, se esteja tratando com duas articulações independentemente móveis. A sacroilíaca, considerada funcionalmente como articulação, é somente muito levemente móvel. Quando se coloca a amplitude de movimento em termos de milímetros, a quantidade é muito pequena: Cyriax afirma que "...ocorre rotação entre o sacro e o ílio, mas essa é limitada a 0,25mm" (70). Lovett refere-se a um estudo feito por Klein que constatou que "... 25kg de força aplicados à sínfise com o sacro fixo produziam uma rotação do ílio sobre o sacro, que na média, medida pela excursão da sínfise, era 3,9mm em homens e 5,8mm em mulheres. Medida na articulação sacroilíaca essa excursão era de cerca de um sexto dessa quantidade; ou seja, em homens, a quantidade média de movimento da articulação sacroilíaca, medida na parte posterior da articulação, era cerca de 0,6mm." (61). Cox afirma que "Atualmente é geralmente aceito que ocorre movimento tanto no sacro quanto no ílio; contudo, esse movimento é somente na amplitude de l a 2mm e é desse modo muito difícil de medir (58). Para aqueles que precisam pensar em termos de polegadas, l milímetro é aproximadamente l/ 25 polegadas. Certamente essas medidas colocam essa articulação claramente na classificação de uma articulação quase imóvel, ou na melhor das hipóteses, levemente móvel. Quando se considera também que as articulações sacroilíacas e a sínfise púbica, como a sutura sagital do crânio, mantêm as duas metades do corpo unidas, o conceito de uma articulação quase imóvel é algo muito importante. Lógica do Tratamento. Ocorrem distensões sacroilíacas. Como afirmado pêlos autores de �Posture and Pain "Como a amplitude de movimento normal da articulação é pequena, apenas um pouco mais será excessiva. Uma tensão suficiente para provocar distensão ligamentar pode não aparecer no raio-x" (15). O tratamento varia da abordagem conservadora de nada além da aplicação de suporte na forma de uma cinta, colete ou aparelho,até o uso de técnicas sofisticadas de mobilização. Em qualquer probabilidade, a maioria das distensões sacroilíacas são resultado de tensão indevida sobre os ligamentos sem qualquer desvio. Não há como saber quantos casos jamais buscam ajuda profissional mas saram espontaneamente. Muito frequentemente a aplicação de uma cinta ou outro suporte dá alívio imediato. Essa resposta à imobilização é forte indicação de que ocorreu somente distensão. Existem amplas variações de opinião com respeito à necessidade de mobilização. Em alguns casos poderá ser o tratamento de escolha e ser apropriado; em outros casos, poderá ser desnecessário e desaconselhável. Se uma cinta não oferecer alívio, e uma mobilização sim, é plausível que um pequeno desvio tenha sido corrigido pela manipulação. Muitos indivíduos irão ser auxiliados por um suporte após o tratamento de mobilização. Uma pessoa que seja sujeita a crises recorrentes precisa urgentemente de um suporte para proteger a articulação de tornar-se mais móvel do que ocorre na pessoa que apenas teve uma simples distensão. A articulação sacroilíaca é suportada por fortes ligamentos. Não existem músculos cruzando dire-tamente sobre a articulação para suportá-la. Não haveria razão útil para um tecido elástico e contrátil como o músculo agir sobre uma articula- As fotografias acima mostram uma calcinha alta com uma tira de cerca de 3 polegadas de largura (7,5cm) presa à circunferência através de três tiras de velcro. Um pedaço é preso no centro posteriormente e um de cada lado ântero-lateralmente. A tira fica no lugar tanto na posição em pé quanto sentada. Quando há um problema lombar, para o qual a pessoa esteja usando um colete, a tira poderá ser presa a ele. cão que quase não apresenta movimento. Contudo, fraqueza ou retração de músculos em outras partes podem afetar a articulação sacroilíaca. � 359 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � Quando o movimento é restringido em uma área adjacente como a coluna ou as articulações do quadril, a sobrecarga sobre as articulações sacroilíacas é aumentada durante qualquer movimento de inclinação para frente. A distensão sacroilíaca em pessoas com postura de dorso plano e isquiotibiais retraídos tende a ser mais comum entre homens que entre mulheres. De outro modo, a distensão sacroilíaca em pessoas com lordose é encontrada mais frequentemente entre mulheres. A distensão sacroilíaca pode ser bilateral, mas mais frequentemente é unilateral. Pode haver mais dor na posição sentada que em pé ou andando. A distensão pode ser desencadeada quando se senta em flexão sem suporte da região lombossacral (p. ex., ao sentar no chão como "Buda", agachar, ou sentar sobre uma poltrona ou sofá que seja mais fundo de frente para trás). Geralmente ocorre hipersensibilidade sobre a área sacroilíaca afetada; pode haver dor difusa, não facilmente definida, através da pelve, nádegas e na coxa; a dor pode ser referida no abdome inferior e área da virilha; às vezes, pode ser associada com sintomas de dor ciática. Em alguns casos ocorre dor na flexão do quadril. Para imobilização com uma cinta, as cintas comerciais são geralmente disponíveis e adequadas para os homens. Com as mulheres é mais difícil evitar que a cinta escorregue subindo da posição de suporte. Deslizamento Facetário As articulações ou facetas que conectam uma vértebra com a outra podem apresentar desvios anormais de alinhamento, chamados de deslizamento facetário. De modo conceituai, um deslizamento pode ocorrer no limite da amplitude de flexão ou em hiperextensão. Como um defeito em hiperextensão, pode resultar ou de um movimento súbito naquela direção, ou de uma lordose lombar grave e persistente. Essa última é vista em raio-x (74). Os espaços intervertebrais são diminuídos e a lordose é tão acentuada que a força de compressão faz com que as estruturas articulares cedam e permitam o "escorregamento" de uma faceta sobre a outra. O surgimento súbito, a intensidade da dor aguda e a ausência de sintomas neuromusculares prévios sugere que alguns casos de dor lombar aguda podem ser devidos a deslizamento facetário. A descrição do paciente de "ter ouvido um clique como se algo escorregasse para fora do lugar" sugere que ocorre um defeito de alinhamento. Geralmente esses incidentes são de duração momentânea, e como tal não são confirmados por raio-x. O diagnóstico se baseia necessariamente em achados subjetivos ao invés de objetivos. �O movimento do corpo e a direção da sobrecarga denotam a direção do defeito de alinhamento. Muito frequentemente ele ocorre durante a flexão e o paciente relata ser incapaz de retificar-se. Quando a sobrecarga resulta de movimentos de hiperextensão, a chamada "fisgada nas costas" pode ser espasmo muscular ou pode envolver mobilidade excessiva na forma de deslizamento facetário. Os defeitos de alinhamento e mobilidade que resultam em mobilidade articular excessiva são os fatores básicos a serem considerados na correção ou prevenção de defeitos desse tipo. Coccialgia Coccialgia ou coccigodinia refere-se a dor no cóc-cix ou área vizinha. Numerosos fatores. incluindo trauma, são responsáveis por coccialgia. A posição defeituosa do corpo pode não ter relação com surgimento dos sintomas mas pode ocorrer secundariamente e tornar-se um fator importante. Alguém que apresente coccialgia persistente tende a sentar em posição muito ereta com hiperextensão (lordose) da coluna em um esforço para evitar pressão indevida sobre o cóccix doloroso. Anos passando sentado em tal posição pode resultar em retração na coluna lombar e fraqueza nos músculos glúteo máximo. O tratamento conservador consiste em prover algum acolchoamento para o cóccix através do uso de um colete que seja usado baixo para manter as nádegas unidas. Preferivelmente, é um colete com laços atrás que cruzam por cima e são tensionados por tiras laterais. O colete deve ser apertado enquanto o paciente está em pé. Os músculos glúteos desse modo formam um enchimento para o cóccix na posição sentada. Uma almofada macia pode ser incorporada ao colete. A dor pode ser aliviada através desse simples procedimento. LEVANTAMENTO DE PESO A dor lombar é geralmente causada ou desencadeada pelo ato de erguer peso. Por essa razão, uma breve discussão desse tópico foi incluída neste capítulo. Ficar em pé o mais perto possível do objeto Ficar em pé com os pés separados e um pé levemente na frente do outro. Fletir os joelhos. Começar a erguer o peso lentamente sem trancos. Evitar torcer-se na posição curvada para frente. Muito tem sido escrito sobre como levantar pesos, sobre as condições no local de trabalho que precisam ser corrigidas, e sobre problemas que afetam aquele que levanta pesos. O peso do objeto a ser levantado, a frequência e a duração do levantamento, o nível a partir de onde o objeto pré- � 360 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � cisa ser erguido, são questões importantes sobre como o levantador de peso é afetado. Devido às muitas variáveis envolvidas no levantamento, não pode haver um modo correto de levantar peso. Existem alguns pontos de concordância, contudo, que se relacionam com o levantador e o objeto a ser levantado. Existe também concordância de que levantar o peso da altura do chão apresenta muitos riscos. E preferível que os objetos não estejam no nível do chão, mas se não houver escolha, um dispositivo de assistência deveria ser usado se possível. Existem diferenças de opinião sobre se deve estar agachado ou não, e se a coluna lombar deve estar retifïcada ou curvada anteriormente (na di-reção de uma lordose). O agachamento envolve flexão moderada de joelho; a outra posição envolve curvar-se para frente fletindo os quadris ou o tronco, ou ambos, e com leve flexão de joelho. O levantamento de peso com agachamento tem sido defendido como meio de colocar a carga mais sobre as pernas e reduzir o peso sobre a coluna. Contudo, a posição agachada para o levantamento de peso coloca o quadrícepsem desvantagem mecânica e o submete a uma forte sobrecarga. Além disso, muitas pessoas apresentam problemas de joelho que proíbem o levantamento a partir da posição agachada. Alguns que podem tolerar a posição mas não têm força necessária podem ser capazes de aumentar a força do quadríceps no caso de uma profissão que requeira esse tipo de levantamento; outros podem não ser capazes disso. A flexão profunda do joelho tem sido desencorajada em programas de exercício já há muito tempo e a posição agachada não deve abordar uma flexão profunda de joelho para o levantamento de peso. Em muitos casos, o levantamento a partir da posição agachada não é uma opção e a única alternativa é curvar-se para frente. Levantar um bebé de um berço, ajudar um paciente a levantar-se de uma cadeira para ficar em pé, e erguer objetos a partir do nível da coxa até uma posição mais elevada são exemplos de situações onde é necessário curvar-se para frente. A mecânica do levantamento é importante, mas a mecânica corporal do levantador é ainda mais importante. O modo de erguer deve levar em consideração a habilidade ou vulnerabilidade do levantador. Na população em geral, existem amplas variações na mobilidade da coluna lombar. variando de excessiva a limitada, A flexão excessiva e a extensão excessiva representam problemas potenciais relacionada csxc. o ievantâmento. A limitação do movimento até a extensão de rigidez na coluna lombar apresenta o prcõüenia àe sobrecarga indevida em algum Iiigar. q-j-ar-õ: não na própria coluna lombar. �Na inclinação para frente, algumas pessoas exibem flexão excessiva (hiperflexão) onde a coluna lombar curva-se convexamente em sentido posterior e assume uma posição de cifose lombar. Essa condição não é rara. Embora os músculos lombares permaneçam fortes, os ligamentos posteriores são alongados e a coluna fica vulnerável à distensão durante o levantamento de peso. Quando existe essa condição, o tratamento escolhido é um suporte que impeça a flexão excessiva durante o levantamento. A alternativa é tentar manter a coluna em posição neutra através de forte co-contração dos músculos da coluna e abdome. Alguns exibem extensão excessiva onde a coluna lombar curva-se convexamente em direção anterior e assume uma posição de cifose acentuada. Pope et ai. refere-se ao trabalho de Farni: "...na medida em que a lordose lombar aumenta, o plano do disco L5 e SI se torna mais vertical e fica sujeito a maior atrito e forças torcionais cíclicas, enquanto que os segmentos não lordóticos são sujeitos a forças compressivas" (56, 64). Pope et ai. em referência ao trabalho de Farfan: "As cargas de curvamento e torção são de interesse particular, já que o volume de achados experimentais sugere que essas cargas, e não as compressivas, são as que mais lesam os discos" (64, 65). A curvatura anterior normal na coluna lombar é uma leve curvatura, convexa anteriormente. Não é uma posição estável — o movimento pode ocorrer tanto em sentido anterior quanto posterior. Além disso, não há estabilidade oferecida por restrição ligamentar em nenhuma direção. Os músculos do tronco precisam trabalhar para estabilizar o tronco. Quando se defende que a coluna seja mantida em curvatura anterior normal (ou em algum grau de lordose) durante o levantamento, surge a questão sobre precisamente quais músculos precisam entrar em ação para manter a posição exata. Se os músculos da coluna contraem-se sem oposição, a curvatura anterior e a inclinação pélerca aumentam e o potencial para excesso de trabalho dos músculos e lesão da coluna lombar também aumenta e predispõe a pessoa a um problema a mais. Chaffin, referindo-se ao trabalho de Poulson et ai., e Tishauer et ai.: "...os músculos lombares (como todos os músculos esqueléticos) sofrem dor isquêmica quando são contraídos estaticamente por períodos prolongados de carga moderada a intensa" (66-68). A força de oposição que impede um aumento na curvatura deve ser provida por músculos abdominais anteriores, mais especificamente os abdominais inferiores. As provas e exercícios específicos para esses músculos devem ser aplicados. A fraqueza dos músculos abdominais inferiores é um achado comum mesmo entre indivíduos fortes e � 361 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � essa fraqueza apresenta um risco potencial com respeito ao levantamento de peso. O fortalecimento dos músculos abdominais pode afetar mais que meramente a estabilidade da coluna. Pope et ai. constataram que "...a pressão intradiscal caía quando a pressão abdominal era aumentada. Assim na postura em pé a pressão intradiscal é diminuída coincidentemente com o aumento da ativi-dade muscular abdominal" (64). As fotografias a seguir são de um levantador de peso que desenvolveu uma lombalgia e precisou parar com o levantamento até que fortalecesse seus músculos abdominais. Ele havia retornado para os levantamentos de peso e demonstrava a maneira como ele pegava um objeto pesado do chão. Para aqueles que apresentam fraqueza dos músculos �abdominais e continuam a erguer peso, é aconselhável usar um suporte que proporcione estabilização abdominal e da coluna. Muitos indivíduos exibem um dorso plano lombar na posição inclinada para frente. A flexão da coluna lombar é o movimento na direção da retifi-cação da coluna lombar e uma coluna lombar retificada representa flexão normal. Quando a coluna lombar flexiona até,porém não além, do ponto de retifïcação, há estabilidade oferecida por essa limitação de movimento assim como a estabilidade oferecida pela articulação do joelho quando não se hiperestende. Na coluna essa limitação proporciona um "encosto fabricado" que dá estabilidade quando se faz o levantamento com a coluna retificada. O potencial para distensão dos músculos e ligamentos da coluna lombar existe com a hiperflexão; o potencial para dor isquêmica existe com a coluna lordótica; e os problemas de discos podem resultar dos dois casos (69). Do ponto de vista de prevenção, é preciso avaliar como alguns exercícios afetam adversamente o corpo em relação aos riscos potenciais do levantamento de peso. Os exercícios abdominais (sentar-se acima) com joelhos fletidos conduz à flexão lombar excessiva e ao desenvolvimento excessivo e encurtamento dos flexores do quadril. Entre os adolescentes quando as pernas são longas em relação ao tronco e existe uma tendência para retração nos isquiotibiais, a inclinação anterior para alcançar ou passar os artelhos geralmente resulta em flexão de coluna excessiva. "Flexões de braço" (levantamento do corpo) em decúbito ven-tral que enfatizam a extensão da coluna até o ponto de extensão completa dos cotovelos encorajam amplitude de movimento excessiva em extensão. Com ênfase na manutenção ou restauração da boa mecânica corporal ou equilíbrio muscular, ou na compensação de déficits por meios tais como o uso de órteses quando necessário, ocorrerão menos problemas de coluna lombar devido ao levantamento de peso. DOR NAS PERNAS As condições discutidas neste subtítulo incluem dor associada com tensor da faseia lata e banda iliotibial retraídos, tensor da faseia lata e banda iliotibial alongados e dor ciática associada com protrusão de disco intervertebral ou com estiramento de piriforme. Tensor da Faseia Lata e Banda Iliotibial Retraídos Uma condição, às vezes erroneamente diagnosticada como dor ciática, é a dor associada com retração do tensor da faseia lata e banda iliotibial. A área de dermátomos de distribuição cutânea corresponde de perto com a área da dor. � 362 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � A dor pode ser limitada à área coberta pela faseia ao longo da superfície lateral da coxa ou pode estender-se para cima sobre as nádegas, envolvendo também a faseia glútea. N. fibular comum Bíceps femoral Fibular longo N. fibular superficial N. fibular profundo Art. tibial ant. Art. t Dial Ex:. onco dos dedos Er "co ao A palpação sobre toda a extensão da faseia lata, desdesua origem sobre a crista ilíaca até a inserção da banda iliotibial no côndilo lateral da tíbia, pode desencadear dor ou hipersensibilidade. Ocorre hipersensibilidade especialmente ao longo da margem superior do trocanter e no ponto de inserção perto da cabeça da tíbia. Os sintomas dolorosos podem ser limitados à área da coxa ou podem aparecer na área suprida pelo nervo fibular. Uma revisão da anatomia da face lateral do joelho mostra a relação entre o nervo fibular e os músculos e faseias nessa área. O ramo fibular do nervo ciático passa obliquamente para frente sobre o colo da fíbula. cruzando diretamente sob as fibras de origem do músculos fibular longo. E bem aceito que qualquer pressão prolongada sobre essa área. mesmo que leve. deve ser evitada por causa do perigo de paralisia do nervo fibular. Mesmo na aplicação de tracão adesiva na parte inferior da perna é preciso ter extremo cuidado para evitar pressão sobre o nervo ou tracão excessiva sobre os tecidos moles nesse ponto. O mecanismo pelo qual o nervo fibular é irritado em casos de retração da banda iliotibial podem ser explicados com base no efeito da pressão pelas bandas rígidas de faseia ou pêlos efeitos da tracão sobre essa parte. Quando a faseia é colocada em tensão como nos movimentos de andar, ou no teste de retração, a faseia se mostra geralmente extremamente rígida. O efeito da tracão é geralmente visto nos casos agudos. Com o paciente em decúbito lateral com a perna afetada por cima, a mera queda do pé em �inversão (para baixo em direção à mesa) tensiona o músculo e banda fascial. Os sintomas de irritação nervosa na área suprida pelo nervo fibular podem ser desencadeados através desse simples movimento do pé. Quando o decúbito lateral é assumido para sono ou tratamento e travesseiros são colocados entre as pernas para manter a perna em abdução, o pé deverá também ficar suportado para impedir que caia em inversão. A falha em identificar a causa periférica dessa irritação do nervo fibular tem geralmente resultado em explicaçõe obscuras desse problema. A retração do tensor da faseia lata e banda iliotibial pode ser bilateral ou unilateral, mas é mais frequentemente unilateral quando a retração é acentuada. Atividades como andar de skate, esquiar ou cavalgar podem contribuir para retração bilateral. Indicações de Tratamento para Sintomas Agudos. O calor pode ser aplicado na face lateral da coxa com o paciente em uma posição de ceda à retração. Isso é conseguido abduzindo-se a perna em decúbito dorsal ou lateral. Para suportar a perna em abdução em decúbito lateral, são colocados travesseiros firmes entre as coxas e a parte inferior da perna, certificando-se que o pé também fique suportado. Um travesseiro na coluna ou abdome ajuda a equilibrar o paciente confortavelmente no decúbito lateral. Assim que o paciente puder tolerar, o que ocorre durante o primeiro tratamento ou 2 ou 3 dias depois, é iniciada massagem. A massagem deverá ser firme porém não profunda. Geralmente um frotamentó superficial é mais irritante do que uma pressão firme e cuidadosa. Massagear para baixo poderá ser mais efetivo que o frotamentó usual para cima. Os pacientes frequentemente descrevem sua reação à massagem como algo que "dói mas é bom". Eles se conscientizam da retração e descrevem "o desejo de fazer o músculo se soltar" ou que "se sentiriam bem se alguém o alongasse." Os pacientes devem evitar exposição ao frio ou esforço porque mesmo a mais leve exposição geralmente provoca um aumento na dor. O alívio quase imediato dos sintomas, em alguns casos, indica que a condição é basicamente o problema de retração de músculos e faseia. (Essas reações ao tratamento diferem daquelas na dor ciática. Os mesmos procedimentos aplicados à área dolorosa junto com os músculos isquiotibiais em casos de irritação ciática devem dar origem a aumento de dor.) Para Estágios Subagudos. Na medida em que a dor aguda cede, os tratamentos seguintes devem ser direcionados para o alongamento da faseia retraída. A posição e movimento para o alongamento assistido estão ilustrados na p. 117. � 363 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � O auto-alongamento na posição em pé (corno descrito inicialmente por Frank Ober (19), pode ser feito se o quadril não rodar ou fletir internamente, mas isso é difícil de controlar (vide p. 60). Ao contrário, um alongamento mais preciso pode ser usado, como está descrito e ilustrado na p. 60. A correção no calcado indicada para correção de inclinação pélvica lateral associada com retração do tensor da faseia lata também age como auxílio no alongamento gradual da faseia. Por essa razão, tais alterações nos calçados poderão não ser toleradas até que os sintomas agudos tenham cedido, e até que algum tratamento ativo, na forma de calor e massagem e alongamento, tenha sido instituído para relaxar e alongar a faseia retraída. Tensor da Faseia Lata e Banda IliotibialAlon-gados Embora a condição de dor associada com um tensor da faseia lata contraturado seja mais comum, existem casos de distensão no lado alto da pelve. Quando a perna está em posição de adução postural, ocorre uma contínua tensão sobre os abdutores da coxa naquele lado. Os sintomas de dor podem se tornar bastante agudos. Quando presentes, eles são tratados com o alívio da distensão - ou seja, nivelamento da pelve e correção de qualquer retração dos músculos oponentes que possa estar causando a tensão persistente. Como o oponente principal é o tensor do lado oposto, esse problema �pode às vezes ser resolvido com o tratamento dos músculos e faseia contraturados no lado baixo, embora os sintomas de distensão possam estar presentes no lado que é mais alto. Existem casos onde o tensor e a faseia lata são alongados através de uma queda para o lado ou A fita é direcionada da pelve ântero-lateral para uma área póstero-lateral do joelho de modo que a flexão de quadril e joelho não seja restringida na posição sentada. por uma força empurrando para o lado onde a pelve move-se lateralmente sobre o membro fixado, empurrando a articulação do quadril em adução. Em várias ocasiões, a colocação de fitas adesivas tem sido usada com sucesso como um modo de � 364 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � limitar a adução. As ilustrações a seguir explicam o procedimento. A fita adesiva, preferivelmente com 4cm de largura, é cortada em comprimentos que se possam estender da área da espinha ântero-superior da pelve até logo abaixo da articulação do joelho lateralmente. A pessoa remove o calçado no lado afetado, ou se os dois calçados forem removidos, é colocado um aumento de cerca de 1/2 polegada (l,25cm) sob o lado não afetado. A pessoa fica em pé com os pés separados para colocar a perna afetada em alguma abdução. Não se espera que a fita mantenha o mesmo grau de abdução — a fita sempre cede um pouco. E muito importante que os pacientes sejam examinados quanto à sensibilidade à fita adesiva, particularmente quando usada durante o alto verão. A tintura de benzoína tem sido usada sobre a pele cada vez que o procedimento de enfaixamento é feito. Breve História de Caso. A pessoa prendeu o calcanhar direito na margem de um degrau e evitou a queda ao longo de uma grande escadaria pulando subitamente três degraus para baixo com a perna esquerda. Inicialmente, sentiu dor no quadril esquerdo. Dois dias depois o joelho esquerdo cedeu. O joelho esquerdo continuou dolorido. Quatro dias após a lesão, a paciente foi vista por um ortopedista que tirou um raio-x do joelho esquerdo. Cinco dias depois, a paciente foi vista por outro ortopedista que radiografou o quadril e joelho. Duas semanas após a lesão, a paciente foi vista por um neurocirurgião que recomendou cirurgia para o disco. Quatro dias depois, a paciente foi encaminhada para um fisioterapeuta. A seguir apresentamos os achados pertinentes: 1. Em decúbito dorsal, a paciente não podia deixar o joelho estender-se sem dor intensa. 2. Quando a paciente foi colocadana posição sentada e testada quanto à força do quadríceps, o joelho estendeu- se completamente sem dor de qualquer tipo. 3. Quando a paciente foi colocada novamente em decúbito dorsal e a coxa foi suportada para manter o quadril em flexão, a paciente estendeu o joelho sem dor. 4. Qualquer tentativa de estender o joelho em decúbito dorsal ao mesmo tempo que se estendesse o quadril resultava em dor intensa no joelho. 5. A prova de força do tensor da faseia lata foi dolorosa. 6. À palpação, o músculo tensor da faseia lata pareceu apresentar espasmo. Impressão. O local de lesão pareceu ser no músculo tensor da faseia lata com dor referida no joe- �lho lateral através da faseia lata (i.e., o músculo em espasmo tensionando o trato iliotibial quando o quadril era estendido). Após o exame, a paciente recebeu calor úmido e massagem (frotamento para baixo) no tensor da faseia lata. A paciente sentiu considerável alívio da dor em decúbito dorsal, mas havia dor quando em pé. A face ântero-lateral da coxa esquerda foi enfaixada da crista até o ílio até logo abaixo do joelho (de modo a não interferir com a flexão do quadril ou do joelho. A paciente sentiu grande alívio dos sintomas após o enfaixamento. (Foi usada fita não alergênica). Dois dias depois (e novamente 6 dias depois), o enfaixamento foi verificado para certificar-se que não havia irritação e para ser reforçado com mais fita. Três dias depois, não foi encontrada irritação na pele e um novo enfaixamento foi aplicado. Seis dias após a visita, a paciente removeu o enfaixamente e andava sem bengala. Aproximadamente 5 semanas após a remoção do enfaixamento, uma nota recebida de seu médico afirmava: "O exame da perna (da paciente) assegura que ela está bem e que não há resíduos. Eu acho que ela pode receber alta e assumir suas ati-vidades gerais". O procedimento de enfaixamento foi o mesmo ilustrado nas fotografias acima. Dor Ciática Dor ciática refere-se ao tipo de dor neurítica ao longo do curso do nervo ciático. A dor se estende até a coxa posterior e parte inferior da perna até a sola do pé e ao longo da face lateral da parte inferior da perna até o dorso do pé. A dor ciática pode ocorrer em conexão com várias infecções ou processos de doenças inflamatórias ou pode ser devido a algum fator mecânico de compressão ou tensão. Os sintomas podem se originar de uma lesão de uma ou mais raízes nervosas que mais tarde se unem através de um plexo para formar o nervo ciático. Uma protrusão de disco intervertebral é um exemplo de irritação mecânica que está presente no nível onde as raízes nervosas emergem do canal vertebral. A distribuição da dor tende a estender-se da origem da raiz até as terminações nervosas, sendo, como resultado, totalmente disseminada. Uma lesão em L5, por exemplo, pode dar origem, não somente aos sintomas descendo no curso do nervo ciático, mas também a dor na região da coxa posterior e lateral suprida pêlos nervos glúteos inferior e superior. Os sintomas de dor ciática podem surgir de irritação em qualquer parte ao longo do curso do plexo sacral, do tronco do nervo ciático ou de seus � 365 Condições Dolorosas da Coluna Lombar e Membros Inferiores � ramos de nervos periféricos. Amenos que seja tão grave a ponto de desencadear um mecanismo reflexo, a lesão ao longo do curso do nervo ou seus ramos pode geralmente ser distinguida de uma lesão em raiz nervosa pela localização da dor na distribuição abaixo do nível da lesão. Além da raiz, existem dois locais comumente identificados de lesões que dão origem à dor ciática: 1) a região sacroilíaca onde os nervos espinhais emergem através do forame sacral; 2) no nível do músculo piriforme onde o tronco do nervo ciático emerge através da incisura ciática e passa ou através ou sob o músculo piriforme. Essa discussão sobre ciática relaciona-se com mecânica corporal defeituosa em relação à protrusão de discos e com sintomas ciáticos associados com síndrome do piriforme. Não discutiremos a dor ciática em relação à distensão sacroilíaca além da sugestão de que uma mecânica defeituosa que cause essa distensão pode tensionar o plexo sacral devido à íntima associação entre as estruturas envolvidas nessa área. Protrusão de Disco Intervertebral. Os conceitos básicos sobre movimentos de flexão e extensão da coluna em relação à protrusão de discos têm papel importante na determinação do tratamento. As citações a seguir são pertinentes a este tópico: Nordin e Frankel afirmam: "A inclinação anterior da coluna faz o disco ser expulso no lado côncavo. Assim, quando a coluna é fletida o disco faz protrusão anteriormente e é retraído posteriormente" (75). Pope et ai. registraram os achados de Brown et ai. e Roaf (64). Brown et ai. relataram protrusão do disco anteriormente durante a flexão, posteriormente durante a extensão e em direção à concavidade da curvatura espinhal durante a inclinação lateral (76). Roaf afirmou que a protrusão do anel é sempre no lado côncavo da curvatura, e que durante a flexão e extensão o núcleo não altera seu formato ou posição (77). Essa informação é contrária ao que muitas pessoas acreditam ou aprenderam. Contudo, na análise de problemas lombares e dor ciática, esse conceito é importante. Músculos fortes na coluna são essenciais para postura e função. Embora os músculos lombares sejam raramente fracos, frequentemente são prescritos exercícios de extensão da coluna. A ênfase excessiva na extensão da coluna pode contribuir para um aumento em uma posição lordótica. Citando novamente Nordin e Frankel, "Os músculos eretores da espinha são intensivamente ativados pelo arqueamento da coluna em decúbito ventral. Colocar peso sobre a coluna em posições extremas como essa produz grandes sobrecargas nas estru- �turas da coluna, de modo que a posição hiperestendida deveria ser evitada" (75). Uma boa força nos músculos abdominais é também importante para contrabalançar os músculos da coluna e estabilizar o tronco em bom alinhamento postural e durante atividades como as de levantamento de peso. Infelizmente os músculos abdominais geralmente estão fracos, especialmente os abdominais inferiores, e não é dada atenção suficiente para realização de exercícios apropriados. Se um disco rompeu-se e está pressionando uma raiz nervosa com dor intratável e sem alívio através de meios conservadores, pode não haver outra alternativa a não ser a cirurgia. Contudo, existem muitos casos de dor ciática onde os achados clínicos sugerem uma lesão de disco, mas a flutuação dos sintomas sugere que a protrusão não é constante. O tratamento conservador de muitos casos como esse tem trazido alívio efetivo de sintomas sem cirurgia. Em casos onde, por alguma razão, o paciente recusa a operação ou o médico não indica a cirurgia, o tratamento conservador torna-se a alternativa necessária. A lógica do tratamento conservador baseia-se na premissa de que qualquer inclinação, cargas torcionais, ou forças compressivas, sejam devido a espasmo muscular, retração dos músculos da coluna ou sobrecarga de peso sobreposto sobre a coluna lombar, podem ser fatores que provocam a protrusão de disco. Duas medidas proporcionam tratamento conservador efetivo: Primeiro, imobilização da coluna para alívio do espasmo muscular agudo e para restrição da mobilidade; segundo, uso de um suporte do tipo vidro de relógio para a coluna lombar que age para transmitir o peso do tórax para a pelve e aliviar a sobrecarga sobre a coluna lombar (em um modo bem parecido ao colar cervical que é usado para aliviar a pressão sobre a coluna cervical). Para tratar através da imobilização, e para alívio do peso corporal sobreposto, um suporte ajustado é reforçado com fortes hastes laterais e posteriores. Após o alívio dos sintomas agudos, podem ser instituídas medidas terapêuticas para corrigir qualquer desequilíbrio muscular de fundo ou falhas no alinhamento. Sintomas ciáticos agudos associados com protrusão de um disco rompido geralmente ocorrem como resultado de uma súbita torção
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