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FICHAMENTO SOPA BARBARA BRUM

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
MBA EM COMUNICAÇÃO E 
MARKETING EM MÍDIAS DIGITAIS 
 
 
 
 
Fichamento de Estudo de Caso 
 SOPA (Lei de Combate à Pirataria Online): A 
INDÚSTRIA MIDIÁTICA COMBATE A VIOLAÇÃO ONLINE 
DOS DIREITOS AUTORAIS 
 
 
 
Bárbara de Oliveira Brum Ferreira 
 
 
 
 
TRABALHO DA DISCIPLINA DIR.DO CONSUMID. 
E PROPRIEDADE INTELECTUAL 
 Tutor: Prof. Ana Cristina Augusto Pinheiro 
 
 
 
 
Minas Gerais 
2018 
 
 
 
 
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Estudo de Caso : 
 
SOPA (Lei de combate à Pirataria Online) 
A indústria midiática combate a violação online dos direitos autorais 
 
 
 O texto é referenciado no Caso P-82 da Stanford Graduate School of Business, sobre 
a SOPA (Lei de combate à Pirataria online). Foram usados como suporte ao texto os links de 
notícias da época: 
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/01/entenda-o-projeto-de-lei-dos-eua-que-
motiva-protestos-de-sites.html 
https://tecnologia.ig.com.br/entenda-o-sopa-e-o-pipa/n1597584276112.html 
Os Direitos autorais nos EUA tiveram inicio em 1790 e garantiam os direitos por 14 
anos se o autor estivesse vivo. O Direito Autoral é uma lei nacional, logo as leis são 
diferentes em cada país. O Direito Autoral abrange uma variedade enorme de realizações, 
tais como traduções, obras derivadas, gravações, filmes, programas de computadores e 
obras arquitetônicas. 
Em consequência do aumento do escopo, o aumento do prazo de proteção tem sido 
recorrentemente reviosonado pela legislação americana. A natureza temporária da proteção 
arma um conflito entre os interesses privados e públicos. O dono do direito autoral quer 
manter a propriedade por tempo indefinido, enquanto o público deseja o livre acesso à obra e 
a possibilidade de produzir em cima dela. Em 1976 estenderam em 50 anos o prazo de 
proteção se o autor estivesse vivo. O trabalho criado por uma empresa, o prazo foi para 75 
anos após a publicação ou 100 anos após a criação do trabalho. Após essa extensão, os 
donos corporativos de direitos autorais poderiam perder bilhões de dólares. Por exemplo, a 
Disney construiu parques, fizeram filmes, mercadorias e recebia milhões em royalties em 
cima desses produtos protegidos pela Lei de Direito Autoral. Com personagens e filmes 
caindo em domínio público, qualquer pessoa ou empresa poderia usar Mickey Mouse e 
companhia em produtos, filmes, sem pagar um centavo à Disney. Com essa perspectiva de 
perda de receita e de valor no mercado, a Disney, junto de outras empresas como Universal, 
Paramount, Sony e Warner Bros fizeram o lobby para a aprovação da SOPA. 
SOPA (Lei de combate à Pirataria Online) é o nome do Projeto de Lei proposto pelo 
republicano Lamar Smith, durante o governo Obama, com apoio dos partidos democrata e 
 
 
 
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republicano onde prevê medidas mais duras à pirataria online. A SOPA pretende impedir o 
acesso à sites de compartilhamento de músicas, filmes, vídeos, remédios, roupas e etc. O 
projeto de lei permite que o Departamento de Justiça e os donos dos direitos, que 
suspeitarem de violação de direito autoral, forçariam todas as empresas americanas a cortar 
comunicações com o site acusado, eliminando o site e seu negócio. Os projetos de lei 
previam que ordens judiciais poderiam fechar sites antes que fosse provado as atividades 
ilegais, ou antes de que o site acusado pudesse apresentar defesa. Um caso real desse 
poder foi demonstrado quando o governo fechou o site Dajazl.com, um site onde “vazavam” 
músicas nesse para chamar a atenção de novos lançamentos. Os donos do site não tiveram 
direito de defesa e nem foram informados do andamento do caso durante um ano. O caso foi 
derrubado, pois não houve violação, visto que o material era dado aos sites pelos criadores 
para fins de publicidade. 
Alguns interpretam a SOPA como violação dos direitos de liberdade e expressão. 
Além de uma censura e inibição de produção de conteúdo livre. Grandes empresas podem 
usar a SOPA para eliminar competidores, alegando que estavam violando direitos e usar 
ordens judiciais contra eles. No entanto, sites dedicados realmente a pirataria abririam e 
fechariam com nomes diferentes, hospedados em países com pouca ou nenhuma vigilância 
nos servidores, mas empresas sérias podem sofrer danos financeiros e de imagem por conta 
de denuncias falsas e maliciosas. 
 O que o texto da Stanford e as matérias da época nos fazem perceber claramente é 
o uso do poder econômico das grandes empresas envolvidas em cifras astronômicas, 
comprando o congresso americano através de generosas doações para campanhas, visando 
evitar que seus produtos caiam em domínio público, nem que com isso seja criado um 
esmagamento criativo na sociedade, sendo que empresas como Disney fazem uso de 
personagens de historias que caíram em domínio público, como por exemplo, Bela 
Adormecida e Branca de Neve, que são historias atribuídas aos irmãos Grimm, mas que 
alguns estudiosos alegam ser de domínio público, pois eram historias amplamente contadas 
na idade média. Essa limitação ou censura dificulta o acesso do grande público às grandes 
obras. O fortalecimento da cultura e da informação se dá quando a sociedade tem acesso 
facilitado à mesma. Hoje em dia uma pessoa pode comprar um exemplar de um clássico de 
Sheakespeare por R$ 13,00, enquanto um Best Seller do Dan Brown hoje custa em torno de 
R$ 50,00. Respeitamos que Dan Brown é um autor vivo e com seus direitos autorais 
 
 
 
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garantidos, mas o que essas empresas buscam é a extensão indefinida de seus direitos 
autorais usando muitas vezes historias que já caíram em domínio público. Todos os filmes 
feitos foram de roteiros novos ou será que alguns filmes não foram feitos a partir de histórias 
antigas? Será que a Jornada do Herói, presente em tantos filmes pode ser considerada um 
plágio? A linha é muito tênue, e o bom senso deve gerir essas decisões, pois não se constrói 
nada a partir do nada. O processo de criação é feito pelo acúmulo de historias, experiências 
e imaginação, se limitarmos o acesso à arte, limitaremos nosso futuro. 
 
Minas Gerais, Agosto de 2018.

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