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331Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Correspondência Maria Hélida Guedes Logrado SQN 116, Bloco A, Apartamento 604, Asa Norte, Brasília-DF. 70773-010, Brasil. guedeslogrado@gmail.com RESUMO Introdução: Estudos sobre a desnutrição no ambiente hospitalar mos- tram que sua prevalência tem aumentado. Existem diversas ferramentas de rastreamento do risco nutricional e conhecer todos os seus aspectos é essencial para definição do melhor método para cada contexto. Objetivo: Conhecer e realizar análise comparativa de alguns métodos de triagem nutricional: Avaliação Nutricional Subjetiva Global (Subjective Global Assessment), Índice de Risco Nutricional (Nutritional Risk Index), Score de Risco Nutricional (Nutritional Risk Score), Mini Avaliação Nutricional (Mini Nutrition Assessment), Mini Avaliação Nutricional Reduzida (Mini Nutrition Assessment Short Form), Instrumento de Triagem de Desnutrição (Malnutrition Screening Tool), Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (Malnutrition Universal Screening Tool) e Triagem de Risco Nutricional 2002 (Nutritional Risk Screening 2002). Método: Levantamento de artigos científicos publicados em bases de dados online e livros técnicos. As palavras-chave utilizadas foram: tria- gem nutricional, desnutrição hospitalar, risco nutricional, avaliação nu- tricional. Foram incluídos no estudo 34 artigos e dois livros. A análise comparativa foi baseada nas variáveis de cada protocolo, número de questões, validação do método, aplicador e tempo de aplicação. Resultados e Discussão: A triagem nutricional possibilita ao profis- sional intervir antes do agravamento da desnutrição. Com um método de triagem nutricional prático é possível identificar pacientes em risco nutricional quando a atenção individualizada para todos os pacientes é inoperável. Conclusão: A escolha do método de triagem deve considerar o contex- to no qual o paciente está inserido. Clínicas de alta rotatividade necessi- tam de um instrumento de rastreamento nutricional fácil, rápido e com boa sensibilidade. O método que mais se aproximou destes objetivos foi o Instrumento de Triagem de Desnutrição. artigo de reviSão Análise comparativa de diferentes métodos de triagem nutricional do paciente internado Comparative analysis of different methods of nutritional screening of hospitalized patients Maria Antonia Ribeiro Araújo1 Laís da Silva Lima1 Graziela Cardoso Ornelas1 Maria Hélida Guedes Logrado1 1Programa de Residência em Nutrição do Núcleo de Nutrição e Dietética do Hospital Regional da Asa Norte, Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal, Brasília-DF, Brasil. Recebido em 24/junho/2010 Aprovado em 21/março/2011 332 Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Araújo MAR et al. Palavras-chave: Desnutrição; Triagem; Avaliação Nutricional; Risco Nutricional. ABSTRACT Introduction: Recent studies of hospital malnutrition have shown that its prevalence increased in the last years. There are several tools for scre- ening nutritional risk described and to know all its aspects is essential to define the best method for each context. Objective: To know and perform analysis comparison of some methods of nutritional screening: Subjective Global Assessment, Nutritional Risk Index, Nutritional Risk Score, Mini Nutrition Assessment, Nutrition Assessment Mini Short Form, Malnutrition Screening Tool, Malnutrition Universal Screening Tool and Nutritional Risk Screening 2002. Method: A survey of articles published in the online databases and technical books. The keywords used were: nutrition screening, hospi- tal malnutrition, nutritional assessment, Subjective Global Assessment, Nutritional Risk Index, Nutritional Risk Score, Mini Nutrition Assessment, Nutrition Assessment Mini Short Form, Malnutrition Screening Tool, Malnutrition Universal Screening Tool and Nutritional Risk Screening 2002. We included in this study 34 articles and two books. Comparative analysis was based on the variables of each proto- col, number of issues, validation of the method, applicator, time imple- mentation and patient target. Results and Discussion: Nutritional screening enables the professio- nal to intervene prior to the aggravation of malnutrition. A practical Nutritional screening method can identify patients at nutritional risk when individualized attention for each patient is inoperable. Conclusion: The choice of screening method should consider the con- text in which the patient is inserted. Clinics with high turnover need an easy, fast and with good sensitivity instrument for Nutritional scre- ening. The method candidate who came closest to these goals was the Malnutrition Screening Tool. Key words: Malnutrition; Screening; Nutrition assessment; Nutritional Risk. Müller e Krawinkel (2005), a América Latina ocu- pava até aquele ano o terceiro lugar no ranking da desnutrição com uma taxa de 9,3%; em primei- ro lugar estava o continente Africano, com 33,8%, seguido da Ásia, com 29%1,2. InTRODUçãO No início do ano 2000, a desnutrição, em qual- quer grau, atingia cerca de 30% da população mundial, constituindo cerca de 852 milhões de pessoas, sendo que a maior parte delas vivia em países em desenvolvimento. De acordo com 333Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Análise de métodos de triagem nutricional Segundo Escoda (2002) e Filho & Rissin (2003), nos últimos 25 anos o Brasil tem passado pela cha- mada transição nutricional caracterizada pela di- minuição da desnutrição, tanto em adultos como em crianças, com concomitante aumento do bi- nômio sobrepeso/obesidade e de outras doenças crônicas não transmissíveis3,4. Ao contrário da tendência de decréscimo da des- nutrição verificada na população em geral, no contexto da desnutrição hospitalar ocorre o agra- vamento desta situação, demonstrado pelo au- mento de sua incidência5. Neste contexto, destaca-se a importância da detec- ção precoce do risco nutricional por meio de um método efetivo de triagem, visando uma interven- ção dietoterápica que previna a deterioração do estado nutricional ou promova sua recuperação1,5. Atualmente, existem diversas ferramentas de ras- treamento do risco nutricional descritas na litera- tura, sendo importante a análise e conhecimento de todos os seus aspectos para definição do mé- todo mais viável e adequado para cada contexto. Deste modo, visando contribuir para o processo de escolha de um método de triagem nutricional pelo profissional de saúde e apresentar uma pro- posta mais adequada para ser utilizada pelo nu- tricionista, principal responsável na identificação do paciente com risco nutricional consideran- do sua formação, o presente trabalho tem como objetivo realizar análise comparativa de diferen- tes métodos de triagem nutricional (Avaliação Nutricional Subjetiva Global, Índice de Risco Nutricional, Escore de Risco Nutricional, Mini Avaliação Nutricional, Mini Avaliação Nutricional Reduzida, Instrumento de Triagem de Desnutrição, Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição e Triagem de Risco Nutricional 2002). MÉTODO A fundamentação teórica foi realizada por meio de levantamento bibliográfico de artigos cien- tíficos publicados nas bases de dados virtuais Scientific Electronic Library Online (SciELO), Latin American and Caribbean Center on Health Sciences Information (LILACS), United States National Library of Medicine (PubMed) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine) e em livros técnicos. A busca foi defini- da pela combinação das seguintes palavras-chave em Português Inglês e Espanhol: triagem nutricio- nal, desnutrição hospitalar, risco nutricional, ava- liação nutricional. Ferramentas de triagem nutri- cional desenvolvidas para adultos e idosos foram selecionadas e excluídas aquelas criadas exclusi-vamente para a população infantil. Estudos so- bre o tema publicados nos últimos 10 anos foram resgatados, entretanto, quando observada impor- tante relevância para o assunto em questão alguns artigos anteriores a este período foram incluídos, assim, 516 estudos foram inicialmente analisados. A seleção dos artigos foi realizada com base nos tí- tulos e resumos, resultando em 54 estudos. Destes, 34 foram incluídos neste trabalho de revisão após leitura detalhada e análise, dos quais 28 foram tra- balhos originais e seis de revisão, além de dois li- vros técnicos. A análise comparativa dos métodos de triagem nu- tricional foi baseada nas variáveis de cada protoco- lo, no número de questões, na validação do méto- do, aplicador, tempo de aplicação e paciente-alvo. Formulação do diagnóstico nutricional O termo desnutrição energético-protéica descreve muito mais a causa, o desequilíbrio entre o supri- mento e a demanda de nutrientes, do que a pa- togenia da inanição. As alterações patológicas in- cluem o déficit imunológico dos subsistemas hu- moral e celular devido à deficiência de proteínas e de mediadores imunológicos (como o fator de necrose tumoral, por exemplo); o comprometi- mento do metabolismo de ácidos graxos, já que há insuficiência no aporte de carboidratos; há re- dução de substratos e coenzimas, resultando em despigmentação dos cabelos e problemas na pele. A presença de edema e ascite parece estar relacio- nada à reduzida osmolaridade do sangue, o que é causado principalmente pela anemia severa e a hi- poalbuminemia. O sistema imune é extremamen- te afetado pela desnutrição. Infecções assintomáti- cas são freqüentes em desnutridos severos, já que estes apresentam resposta insuficiente em relação a quimiotaxia, opsonização e fagocitose de bacté- rias, vírus e fungos. O sistema imunológico pode estar tão afetado que nem é capaz de produzir fe- bre como resposta inflamatória2. Desta forma, a desnutrição energético-protéica (DEP) pode assumir características típicas confor- me os fatores envolvidos até finalmente compor um dos quadros clássicos que é o marasmo, o kwashio- rkor ou a forma mista, envolvendo emagrecimento, edema ou ambos. O marasmo é definido como o emagrecimento severo; o kwashiorkor constitui a 334 Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Araújo MAR et al. desnutrição com presença de edema; já o kwashio- rkor marasmático é aquele em que tanto o emagre- cimento severo quanto o edema estão presentes. O marasmo ocorre quando os músculos e a gordura subcutânea são mobilizados para suprir a demanda endógena e, clinicamente, pode apresentar-se em face triangular, amenorréia, abdômen distendido e prolapso retal e anal. Já o kwashiorkor apresenta- -se geralmente sob a forma de edema, alterações nos cabelos e pele, anemia, hepatomegalia, letargia e deficiência imunitária severa2. A avaliação nutricional identifica o estado nutri- cional e o grau em que as necessidades do pacien- te estão sendo atendidas, envolvendo variáveis objetivas e subjetivas, como exame físico, exa- mes bioquímicos, anamnese alimentar, informa- ções sobre medicações em uso, história clínica e antropometria. Por depender de tantos fatores, a formulação de um diagnóstico nutricional é um processo difícil e complexo, demandando tempo e outros recursos. Entretanto, uma correta inter- pretação dos dados sinaliza a necessidade de ado- ção de intervenções nutricionais que promovam a recuperação, ou minimizem a deterioração do estado nutricional6,7. Importância da detecção precoce O risco nutricional descreve o risco do paciente desenvolver complicações em seu quadro clínico relacionadas ao seu estado nutricional. Desta for- ma, a avaliação do risco nutricional é essencial por possibilitar ao profissional intervir antes do agra- vamento da desnutrição, prevenindo suas conse- qüências8. A triagem ou rastreamento nutricional é um pro- cedimento que tem como objetivo identificar pa- cientes desnutridos ou em risco de desnutrição, com o intuito de analisar a necessidade de uma avaliação complementar ou mais detalhada. Assim, é possível reconhecer precocemente os indivíduos que poderiam beneficiar-se da terapia nutricional. A triagem deve ser aplicada a todos os pacientes internados dentro de um prazo de 72h a partir da admissão na unidade hospitalar específica8-12. Os métodos de triagem consistem na sistema- tização de questões e investigam a existência de características que possam estar relacionadas ou refletem a deterioração nutricional. Estas caracte- rísticas são estabelecidas através de estudos que analisam a associação das mesmas com o desen- volvimento da desnutrição13. Métodos de triagem ou risco nutricional Neste estudo, foram encontrados doze méto- dos de triagem nutricional descritos na literatu- ra, dos quais sete foram selecionados para análise pela maior relevância técnico-científica: Avaliação Nutricional Subjetiva Global, Índice de Risco Nutricional, Score de Risco Nutricional, Mini Avaliação Nutricional, Mini Avaliação Nutricional Reduzida, Instrumento de Triagem de Desnutrição, Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição e Triagem de Risco Nutricional 2002, conforme descritos a seguir. Avaliação Nutricional Subjetiva Global (ANSG) A ANSG é considerada padrão-ouro para a tria- gem do estado nutricional. Este método, inicial- mente desenvolvido para pacientes cirúrgicos e sendo posteriormente adaptado para outras situa- ções clínicas, tem o objetivo de identificar pacien- tes com algum risco nutricional6,11,12. Na década de 80, Detsky e colaboradores iniciaram estudos sobre a avaliação nutricional de pacientes hospitalizados que pudesse ser realizada por qual- quer profissional de saúde. Segundo Detsky et al. (1987), a avaliação nutricional deveria ser baseada em dados clínicos, que consistiriam em verificação de história clínica e exame físico11,14. A ANSG consiste em um instrumento válido, para avaliação nutricional que engloba história de perda de peso, de tecido adiposo e muscular, mudanças no padrão alimentar, sintomas gastrintestinais, alte- ração de capacidade funcional e exame físico. São cinco os critérios a considerar para realizar a avalia- ção subjetiva global: 1) perda de peso nos últimos seis meses, sendo que deve ser levada em conside- ração a recuperação ou estabilização do peso até a data da avaliação; 2) a história dietética em relação ao usual, considerando se a ingestão está alterada ou não e, em caso positivo, verificar qual o tempo e o grau da alteração (jejum, líquidos hipocalóricos, dieta sólida insuficiente, etc); 3) presença de sinto- mas gastrintestinais, sua duração e intensidade; 4) capacidade funcional ou nível de força muscular; e 5) demanda metabólica da doença de base. Além da anamnese clínica, há o exame físico a ser realizado para completar a avaliação. Nele, deve ser analisa- da a perda de gordura subcutânea por meio da ava- liação da região do tríceps e das costelas; a perda muscular, detectada em quadríceps e deltóide; e a presença de edema sacral ou em tornozelos e pre- sença de ascite6,14. 335Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Análise de métodos de triagem nutricional A ANSG classifica os pacientes como nutridos, moderadamente desnutridos ou gravemente des- nutridos, levando-se em consideração uma escala para cada item analisado. Inicialmente, utilizou -se uma escala numérica para ponderar a gravidade de cada item; posteriormente, esta escala foi adap- tada para letras, visando melhor expressão da sub- jetividade das questões avaliadas10,14. O instrumento da ANSG foi validado, demons- trando boa correlação entre os dados subjetivos e as medidas objetivas e, também foi demonstrada a reprodutibilidade fidedigna do método14. Estudo realizado por Coppini et al. (1995)com- parou o resultado da ANSG com a avaliação ob- jetiva em 100 pacientes admitidos consecutiva- mente por dois meses no hospital da Beneficência Portuguesa em São Paulo. A avaliação objetiva consistiu na análise das relações de peso, altura, prega cutânea triciptal (PCT), circunferência do braço (CB), albumina sérica, hemoglobina, hema- tócrito e linfócitos. Os resultados de albumina, he- moglobina, PCT, CB e circunferência muscular do braço foram significativamente positivos em rela- ção à ANSG, condizendo com as classificações de desnutrição moderada e grave. Outro estudo con- duzido por Oliveira et al. (2008) com 15 pacientes mostrou existir uma alta correlação entre métodos subjetivos, dentre eles a ANSG, com parâmetros objetivos como a contagem total de linfócitos, cir- cunferência do braço e albumina sérica8,15. Desta forma, a ANSG é um método simples, de baixo custo, não invasivo e que pode ser facil- mente aplicado à beira do leito, além de apresen- tar alta reprodutibilidade, sensibilidade e especi- ficidade6,10,11. Índice de Risco Nutricional (NRI) Criado para aplicação exclusiva em idosos, o NRI tem como objetivo rastrear pacientes em risco de desenvolver complicações clínicas relacionadas ao seu estado nutricional16. Este método de triagem nutricional foi desenvol- vido por Wolinsky et al. na década de 80 com base em questões extraídas do NHANES I (National Health and Nutritional Examination Survey). Para a identificação do risco nutricional são considera- dos alguns aspectos destrinchados em dezesseis questões. Entre eles: alterações da ingestão e hábi- to alimentar, restrições dietéticas, morbidades as- sociadas e sintomas gastrintestinais10,16. De acordo com o preenchimento do formulário e a soma das pontuações obtidas em cada item, os indivíduos podem ser classificados como em bai- xo risco, risco moderado e alto risco16. Na validação do estudo, 401 idosos (maiores que 65 anos) não hospitalizados foram avaliados em três momentos: momento inicial, após quatro me- ses e após doze meses, quanto a questões sobre a sua saúde geral, dados demográficos e antropo- metria17. Os autores observaram correlação entre os ob- servadores modesta. Entretanto, observou-se boa correlação com indicadores de estado nutricional, principalmente com os marcadores bioquímicos de desnutrição. Desta forma, os autores sugerem que esta ferramenta pode ser utilizada para iden- tificação de risco nutricional, porém, são necessá- rios outros estudos para verificar a possibilidade de utilização deste como método padrão de ava- liação nutricional nesta população específica17. Considerando a existência de poucos métodos de triagem para pacientes idosos, este método tor- na-se de grande importância por ter sido valida- do para este grupo específico. Entretanto, como o formulário é preenchido pelo próprio idoso, o seu uso é limitado para pacientes capazes de ler16,17. Score de Risco Nutricional (NRS) O NRS foi desenvolvido e validado a fim de au- mentar a vigilância da equipe de enfermagem para detecção precoce do risco nutricional18. Criado por Reilly et al. em 1995, o NRS tem como objetivo identificar o risco nutricional em pa- cientes de todas as faixas etárias hospitalizados por meio de um questionário desenvolvido após a revisão bibliográfica de vários métodos de tria- gem. As questões incorporadas ao questionário do NRS englobam perda de peso indesejada (quanti- dade e tempo), Índice de Massa Corporal (IMC) para adultos e percentil de peso para a altura para crianças, apetite, capacidade de mastigação e de- glutição, presença de sintomas gastrointestinais (vômitos e diarréia) e fatores de estresse da doen- ça, levando-se em consideração as conseqüências do estado clínico do paciente para suas necessida- des nutricionais10,18. Após a aplicação do questionário do NRS, o sis- tema de escore classifica os pacientes como em baixo, moderado ou elevado risco de desnutrição, 336 Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Araújo MAR et al. sendo preconizada pelo NRS a realização de uma avaliação nutricional mais detalhada naqueles que forem identificados como risco10,18. Para validação do NRS foi utilizado como padrão- -ouro o NRI e a impressão clínica do nutricionis- ta em relação ao grau de desnutrição do paciente. Além disso, a reprodutibilidade da triagem foi tes- tada entre nutricionistas e entre nutricionistas e enfermeiros, resultando em coeficientes de corre- lação de r = 0.91 (p < 0.001) e r = 0.80 (p < 0.001) respectivamente10,18. O NRS apresentou boa correlação com o NRI (co- eficiente de correlação de 0.68, p< 0.001), ferra- menta utilizada como padrão ouro, poi s segundo os autores, era o único método de triagem valida- do ao qual tiveram acesso18. Deste modo, o NRS é considerado um método de triagem nutricional de fácil aplicação e apropria- do para utilização não apenas pelo nutricionista, como também pela equipe de enfermagem, em uma ampla variedade de pacientes10,18. Mini Avaliação Nutricional (MNA) e Mini Avaliação Nutricional Reduzida (MNA-SF) A MNA foi criada com o objetivo de detectar a presença de desnutrição e de risco nutricional en- tre os idosos em tratamento domiciliar e/ou am- bulatorial e em hospitais. Este método de triagem afirma detectar a desnutrição e subnutrição em sua fase inicial em pacientes idosos, de forma a facilitar a intervenção nutricional. Este método de triagem foi desenvolvido em parceria entre o Hospital Universitário de Toulouse (França), a Universidade do Novo México (EUA) e o Nestlé Research Center (Suíça)19,20. A MNA consiste, portanto em um questionário dividido em duas partes, a primeira denominada Triagem (MNA-SF) e a segunda denominada de Avaliação global (MNA). A Triagem é composta por questões que englobam alterações da ingestão alimentar (por perda de apetite, problemas diges- tivos ou dificuldade de mastigação ou deglutição), perda de peso, mobilidade; ocorrência de estresse psicológico ou doença aguda, problemas neurop- sicológicos e IMC. A Avaliação global inclui, por sua vez, questões relativas ao modo de vida, lesões de pele ou escaras, medicação, avaliação dietética (perguntas relativas ao número de refeições, in- gestão de alimentos e líquidos e autonomia na ali- mentação), auto-avaliação (autopercepção da saú- de e da condição nutricional) e a antropometria é então complementada com o perímetro braquial e de perna10. Faz-se inicialmente a Triagem, que determina se existe ou não possibilidade de desnutrição e, caso exista, o questionário deve ser continuado, caso contrario não há necessidade do preenchimento do restante do formulário11,21. O questionário completo pode ser preenchido em cerca de 10 minutos. De acordo com o preenchi- mento do formulário e com a soma do escore ob- tido, classifica-se o paciente em: normal (ou sem risco de desnutrição), em risco nutricional e des- nutrido10,11,21. Na validação do método, verificou-se sensibilida- de de 96%, especificidade de 98% e o valor prog- nóstico para desnutrição de 97%. Dentre as vanta- gens do método, além da alta sensibilidade, espe- cificidade e valor prognóstico citados, é o fato de ser uma triagem validada para idosos11,21. A MNA-SF consiste na aplicação apenas da pri- meira parte da MNA completa (Triagem) de forma a avaliar se há risco nutricional. Desta forma, po- de-se apenas completar a avaliação nos pacientes que efetivamente apresentarem risco nutricional, possibilitando uma maior praticidade e rapidez na aplicação22. Instrumento de Triagem de Desnutrição (MST) O MST é um instrumento de triagem da desnutri- ção, desenvolvido por Fergunson et al. em 1999, para permitir a rápida e fácil realização de tria- gens nutricionais em pacientes adultos na admis- são hospitalar10,23.Para criação do MST, foi desenvolvido um ques- tionário compreendendo vinte e uma questões elaboradas a partir da revisão de literatura e expe- riência dos autores. Dentre essas, as duas questões consideradas de maior especificidade e sensibili- dade para detecção do risco nutricional precoce quando comparadas ao padrão-ouro considerado (ANSG) foram utilizadas para constituir o questio- nário final do MST. Essas duas questões englobam a redução da ingestão alimentar pela perda de ape- tite e a perda ponderal indesejada. A sensibilida- de desta triagem foi de 83,6% e a especificidade, 65,6%10,23. 337Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Análise de métodos de triagem nutricional Após a aplicação do questionário da MST, resulta- dos com escores maiores que dois significam que o paciente está em risco nutricional, sendo ne- cessária a realização de uma avaliação nutricional mais detalhada10,23. O MST é um instrumento de triagem nutricional aplicável em população adulta heterogênea, rápi- do, de fácil aplicação, não invasivo, barato, váli- do, reprodutível, que utiliza dados rotineiramente disponíveis, não considerando medidas antropo- métricas e demais dados objetivos. Assim, pode ser aplicado por nutricionistas, equipe de saúde, pelos próprios pacientes e familiares na admissão hospitalar10,11,23. Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição (MUST) O objetivo do MUST é de detectar desnutrição. Este método de triagem foi desenvolvido para uso na comunidade pelo Malnutrition Advisory Group, um comitê integrado da British Association for Parenteral and Enteral Nutrition (MAG-BAPEN) e apoio de diferentes entidades de saúde10. O questionário da MUST é composto com dados sobre IMC, perda de peso não intencional nos úl- timos três a seis meses e presença de doença aguda com mais de cinco dias de jejum10,11. O MUST identifica o risco nutricional do paciente de acordo com a pontuação obtida com o preen- chimento do formulário. O paciente é classificado em alto risco de desnutrição, médio risco de desnu- trição e baixo risco de desnutrição. O próprio for- mulário sugere a terapêutica nutricional para cada caso. Quando classificado em alto risco de desnu- trição, deve-se iniciar a terapêutica nutricional com controle e acompanhamento rigoroso; quando em médio risco de desnutrição, deve-se observar se há agravamento do quadro e reavaliar o paciente pos- teriormente; se a pontuação for zero, significa baixo risco de desnutrição, portanto, devem ser tomados os procedimentos de rotina24. Estudos demonstram que o MUST tem alto grau de confiabilidade (88% de concordância inter- -avaliador). A ferramenta foi recentemente esten- dida a outros serviços de saúde, incluindo hospi- tais e aplicada a pacientes adultos de setores va- riados, como idosos, cirúrgicos, ortopédicos, em cuidados intensivos, onde foram encontradas ex- celente reprodutibilidade e validade em compa- ração com outras ferramentas, além de validade preditiva (de tempo de internação, mortalidade, complicações)11,24. Dentre as vantagens deste método estão a fácil aplicação, sua reprodutibilidade e a possibilidade de aplicação mesmo quando não é possível men- surar altura e peso, visto que os critérios utilizados podem ser subjetivos e referidos10,11. Triagem de Risco Nutricional 2002 (NRS 2002) Desenvolvido por Kondrup et al., o NRS 2002 tem como objetivo detectar, no ambiente hospita- lar, a presença de desnutrição e o risco do desen- volvimento desta, em pacientes adultos, indepen- dentemente da idade e do diagnóstico clínico11,25. O NRS 2002 apresenta os componentes nutricio- nais do MUST e a classificação da gravidade da doença, relacionada positivamente com o aumen- to das necessidades nutricionais. Seu questioná- rio é dividido em duas partes: a triagem inicial é composta por quatro questões referentes ao IMC, perda ponderal indesejada nos últimos três meses, redução da ingestão alimentar na última semana e presença de doença grave e a triagem final que classifica o paciente em escores, levando em con- sideração a porcentagem de peso perdida, a acei- tação da dieta, o IMC e o grau de severidade da doença. Além disso, considera a idade acima de 70 anos um fator de risco adicional para a desnu- trição25. Após o preenchimento do questionário e soma dos escores, os pacientes podem ser classificados como em risco nutricional, se escore for maior ou igual a três e, para valores de escore menores que três, recomenda-se realizar semanalmente novos rastreamentos para monitorar e detectar precoce- mente o desenvolvimento de risco nutricional du- rante o período de internação hospitalar. 25 Para sua validação, o NRS 2002 foi aplicado em 128 estudos retrospectivos sobre suporte nutricio- nal, mostrando que pacientes que preencheram os critérios de risco nutricional tiveram uma maior probabilidade de apresentar resultado significati- vo após suporte nutricional25. O NRS 2002 é um método recomendado pela European Society for Clinical Nutrition (ESPEN) para rastreamento do risco nutricional em hospi- tais, podendo ser utilizado por enfermeiros e mé- dicos após rápido treinamento. Em estudo realiza- do por Kyle et al. (2006), o NRS 2002 foi conside- 338 Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Araújo MAR et al. rado o método que está mais relacionado ao tem- po de internação hospitalar, além de ser prático, de rápida aplicação, e necessitar de menor tempo para treinamento do aplicador quando compara- da a ANSG25,26. Análise comparativa dos métodos de triagem nutricional Atualmente é incontestável a importân- cia do estado nutricional adequado para a manu- tenção da saúde e para a boa evolução clínica do paciente internado. Os métodos de triagem nutri- cional, analisados neste estudo, de um modo ge- ral foram criados para identificar, em adultos e ou idosos, características relacionadas à deterioração do estado nutricional. O tempo necessário e a faci- lidade durante a aplicação desses instrumentos fo- ram critérios relevantes considerados com o obje- tivo de que pudessem ser realizados por qualquer profissional da área de saúde ou em alguns casos até pelo próprio paciente ou acompanhante. Em relação ao profissional nutricionista atuando em ambiente hospitalar, a escolha e a padroniza- ção de um método de triagem, que possa ser apli- cado na admissão e durante a visita diária ao pa- ciente, portanto rápido e de fácil aplicação, contri- bui para uma melhor assistência ao paciente favo- recendo o planejamento e priorização de ativida- des e a atenção individualizada para os que mais necessitam. Neste estudo foram selecionados sete desses mé- todos de triagem nutricional com o propósito de realizar análise comparativa considerando as suas diversas variáveis e finalidades. Estes métodos de triagem nutricional abordam uma série de diferentes variáveis (Tabela 1). A per- da ponderal indesejada e a alteração da ingestão alimentar são as únicas variáveis contempladas por todos os métodos, sendo que o MUST abor- da de modo diferenciado a segunda variável, asso- ciando-a a gravidade da doença. Estudos mostram que a perda ponderal, principalmente quando ex- cede 10% do peso, compromete a habilidade do paciente em combater infecções e de se recuperar de cirurgias. Já as alterações na ingestão dietética contribuem para a perda de peso impedindo o pa- ciente de ingerir todos os nutrientes necessários, fato relevante principalmente em casos de doença e hospitalização, em que a demanda por nutriente pode estar aumentada24. Apesar de terem sido desenvolvidas especifica- mente para idosos, a NRI e a MNA apresentam em comum apenas as questões relacionadas à per- Tabela 1 Métodos de triagem nutricional estudados, suas variáveis e número total de métodos que apresentama variável em sua composição, Brasília – DF, 2010. Variáveis Métodos ANSG NRI NRS MNA-SF MST MUST NRS 2002 Total (n)** Total (n%)** Perda ponderal indesejada X X X X X X X 7 100 Alterações na ingestão alimentar X X X X X X* X 7 100 Fator de estresse X X X X X 5 71 Sintomas gastrintestinais X X X X X 5 71 Adequação de IMC/ percentil de peso/altura X X X X 4 57 Capacidade funcional X 1 14 Exame físico X 1 14 Mobilidade X 1 14 Stress psicológico ou problemas neuropsicológicos X 1 14 Uso de medicação prescrita pelo medico X 1 14 Automedicação X 1 14 Cirurgia abdominal X 1 14 Tabagismo X 1 14 Presença de anemia X 1 14 Total 6 8 5 6 2 3 4 - - (*) Alteração da ingestão associada à doença grave. (**) Número total e percentual de métodos que apresentam a variável em sua composição. 339Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Análise de métodos de triagem nutricional da de peso, alterações na ingestão dietética e sin- tomas gastrintestinais. Cabe ressaltar que a NRI foi elaborada para idosos não hospitalizados, en- quanto a MNA pode ser aplicada em pacientes hospitalizados e ambulatoriais. É importante des- tacar que esta faixa etária está mais suscetível ao desenvolvimento ou agravamento da desnutrição e que sintomas gastrintestinais tais como diarréia, hiporexia, epigastralgia, vômitos, náuseas podem ser determinantes neste sentido. A MNA leva em consideração alterações psicológicas como de- pressão e isolamento, tão comuns nesta fase da vida e que podem agravar o estado nutricional do idoso27-29. Em relação ao NRI, mesmo apresentando um n de validação adequado (n=377) é preciso considerar a análise estatística realizada pelos autores. Para tal método, foi encontrada correlação estatistica- mente significativa com o IMC e valor energéti- co total ingerido, não sendo estes bons indicado- res de risco nutricional. Os autores ainda citam resultados não significativos em relação a alguns marcadores clínicos (hemoglobina, hematócrito, albumina e proteínas totais), tendenciando a va- lidação clínica da triagem30. Cinco dos métodos analisam o fator de estresse causado pela doença de base, entretanto, apesar da sua importância para o resultado da triagem nutricional já que é sabida a sua influência sobre o gasto energético total do indivíduo, sua deter- minação é bastante subjetiva. Desta forma, o pró- prio autor da ANSG sugere a exclusão deste tópico para a avaliação do risco de desnutrição31. Para avaliação das reservas corporais, quatro dos métodos (NRS, MNA-SF, NRS-2002, MUST, MST) utilizam o IMC, enquanto a ANSG usa a avalia- ção subjetiva muscular e da reserva gordurosa, por meio da ectoscopia. Para o cálculo do IMC é ne- cessária a aferição do peso e altura, portanto, exi- ge balança e estadiômetro o que pode dificultar o processo. Já o exame físico utilizado na ANSG é baseado apenas na semiologia nutricional, entre- tanto, necessita de treinamento do aplicador se- gundo o próprio autor14. Sintomas gastrintestinais fazem parte de cinco dos métodos (ANSG, NRI, NRS, MNA-SF) com a in- tenção de investigar o motivo da alteração da in- gestão alimentar e a possibilidade de redução da oferta de nutrientes e conseqüente perda ponde- ral. O MST restringe a investigação da alteração da ingestão alimentar decorrente apenas da presença ou não do apetite, devido ao fato dessa variável refletir de forma mais ampla o estado de saúde do organismo e a associação da doença e estado nu- tricional10,11. O NRS 2002 é o método preconizado pela ESPEN, sendo utilizado em toda a Europa como ferramen- ta padrão. Desenvolvido utilizando o maior n de validação dentre os trabalhos analisados (n=8944 em 128 estudos), é também um dos questionários com menor número de questões25,32. A ANSG é o método recomendado pela American Society for Clinical Nutrition (ASPEN) e ESPEN para aplicação em pacientes cirúrgicos, para os quais foi inicialmente desenvolvida. Contudo, es- tudos posteriores mostram sua aplicabilidade e reprodutibilidade para diversos pacientes interna- dos. Além disso, seu resultado pode ser utilizado tanto como uma avaliação de risco como do esta- do nutricional33,34. Considerando que o propósito deste estudo foi a investigação de um método de triagem que pudes- se identificar o risco nutricional no atendimento de adultos e idosos e ser aplicado pelo nutricio- nista no momento da admissão e da visita diária para a evolução nutricional do paciente, ao anali- sarmos todos os métodos de triagem nutricional descritos, pode-se verificar que o MST, pelo seu reduzido número de questões e não necessitar da aferição do peso e da altura, é o instrumento mais rápido e de mais fácil aplicação, que não deman- da um aplicador bem treinado, podendo, portan- to ser aplicado tanto pelo paciente e familiares quanto por profissionais da área de saúde. Essas características fazem do MST um método de tria- gem ideal para ser utilizado em clínicas de grande rotatividade ou com grande número de pacientes, contribuindo para que um maior número de pa- cientes seja assistido e possua um tratamento mais individualizado às suas condições clínicas. Além disso, sua especificidade e sensibilidade são ex- pressivas quando comparadas à ANSG (padrão- -ouro)10,23. Muitos dos métodos propõem a aplicação da tria- gem por enfermeiros ou outros profissionais da área de saúde, pois o número de nutricionistas na maioria dos hospitais é insuficiente para realiza- ção da triagem e avaliação de todos os pacientes internados6,10,11. De acordo com o Fergunson et al., o objetivo do MST é ser um método de triagem sensível, que 340 Com. Ciências Saúde. 2010;21(4):331-342 Araújo MAR et al. possibilite ao profissional a aplicação em um gran- de número de pacientes. Isso pode justificar sua baixa especificidade na sua validação, visto que este visa melhor sensibilidade. Entretanto, em ou- tro trabalho de validação realizado com pacien- tes oncológicos submetidos à radioterapia, tam- bém realizado por Fergunson et al., foi encontrada alta especificidade (81%) e 100% de sensibilidade em comparação à ANSG, caracterizando o méto- do como um forte preditor do estado nutricional. Dessa forma, o protocolo contribui para a detec- ção de pacientes em risco nutricional, permitindo uma rápida e adequada intervenção dietoterápi- ca10,11,23,35. CONCLUSÃO A escolha do método de triagem nutricional deve considerar o contexto no qual o paciente está inse- rido, além de aspectos como a natureza da clínica, recursos humanos e físicos disponíveis. Em clínicas que apresentam recursos humanos e físicos adequados, todos os pacientes devem ser avaliados e receber os cuidados nutricionais ne- cessários. Porém, clínicas de alta rotatividade necessitam de um instrumento de rastreamento nutricional prático, fácil, rápido, com boa sensibilidade e que possa ser inserido na atuação diária do profissio- nal de saúde responsável, sem alteração significa- tiva da rotina. Para que, se identificado paciente com risco nutricional potencial, o mesmo possa ser investigado mais profundamente, inclusive podendo ser usado em um segundo momento ou- tro método com mais variáveis e mais complexo. Portanto, com base neste estudo e na vivência pro- fissional o método candidato que mais se aproxi- ma, conforme os objetivos traçados neste trabalho é o MST, pois utiliza apenas duas variáveis, é apli- cável para adultos e idosos, pode ser utilizado por qualquer profissional de saúde, não necessita da aferição de peso e nem altura, e em relação ao nu- tricionista pode ser aplicado no momento da ad- missão e durante as visitas diárias ao paciente para sua avaliação e evolução nutricional, pois estas ati- vidades fazem parte das atribuições deste profis- sional na clínica em ambiente hospitalar. Contudo, novosestudos devem ser realizados buscando o aperfeiçoamento dos métodos existentes e valida- ção de novos métodos para diferentes populações. REFERÊNCIAS 1. Falbo AR, Alves JGB, Filho MB, Cabral-Filho JE. Implementação do protocolo da Organização Mundial da Saúde para manejo da desnutrição grave em hospital no Nordeste do Brasil. Cad Saúde Públ. 2006 Mar: 22(3); 561-570. 2. 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