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Universidade Federal de Lavras Departamento de Ciências Exatas – DEX Propagação da Luz Engenharia de Controle e Automação – 22A Bruno Henrique de Bastos Silva – 201221150 Jéssica Junqueira Benetolo – 201221160 Lavras – MG Outubro – 2014 1 Resumo Neste presente relatório foram realizados quatro experimentos com a luz no espectro visível, onde foi possível definir: o índice de refração do acrílico, utilizando o método da profundidade aparente e o método da lei de Snell, comprovando a veracidade de tal lei. O ângulo crítico do acrílico e a dependência do índice de refração da luz em um prisma com os comprimentos de onda. 2 Introdução Para se estudar a ótica geométrica alguns princípios precisam ser adotados, são estes: Propagação retilínea da luz: a luz se propaga em linha reta quando em um meio transparente e homogêneo, sendo cada reta denominada de raio de luz; Independência dos raios de luz: um raio não é capaz de interferir na trajetória de outro raio quando se cruzam; Reversibilidade dos raios de luz: quando um raio de luz é invertido ele continua na mesma trajetória, tendo apenas seu sentido alterado (que passa a ser contrário ao que era inicialmente). Estes princípios são obtidos a partir do Princípio de Fermat que diz que entre dois pontos a trajetória realizada pela luz é aquele caminho cujo tempo é o menor possível, isso é demonstrado através da seguinte equação. 𝑛1𝑣1 = 𝑛2𝑣2 Equação 01 – Princípio de Fermat Dentro da ótica geométrica um tópico bastante estudado é o da refração, quando a luz passa por uma interface que separa dois meios diferentes. Normalmente nesse fenômeno físico ocorre a mudança de direção de propagação da luz, dependendo do ângulo de incidência e dos índices de refração dos meios, determinado pela Lei de Snell como pode ser observado na seguinte equação. 𝑛1𝑠𝑒𝑛𝜃1 = 𝑛2𝑠𝑒𝑛𝜃2 Equação 02 - Lei de Snell Sabe-se ainda que o índice de refração de um meio é determinado pela razão entre a velocidade da luz no vácuo e a velocidade da luz no meio em que se deseja determinar o índice de refração. 𝑛 = 𝑐 𝑣 Equação 03 – Determinação do índice de refração No vácuo o índice de refração é exatamente 1, o que faz absoluto sentido quando se analisa a equação 03. Como a velocidade da luz c é medida no vácuo, quando se calcula o n a equação 03 fica da seguinte forma: 𝑛 = 𝑐 𝑐 = 1 Demonstração da equação 03 para o vácuo Os valores de índice de refração da luz de sódio em alguns materiais muito comumente utilizados podem ser observados na seguinte tabela. Tabela I – Índice de refração para alguns materiais Material Índice de Refração Água (20°C) 1,33 Álcool 1,36 Acrílico 1,50 Vidro com baixa dispersão 1,52 Vidro com altíssima dispersão 1,89 Diamante 2,42 De acordo com David Halliday e Robert Resnick “O índice de refração n para a luz em qualquer meio, exceto no vácuo, depende do comprimento de onda.” Na prática isso quer dizer que para diferentes comprimentos de ondas (e quando se trata de luz isso quer dizer cor) tem-se diferentes índices de refração e consequentemente os ângulos de refração também serão diferentes. Esse fenômeno é conhecido como dispersão cromática, em que dispersão quer dizer que cada um dos raios da luz irá incidir com um ângulo diferente dependendo do seu comprimento de onda. A relação entre comprimento de onda e índice de refração pode ser observado na seguinte equação. 𝜆𝑛 = 𝜆 𝑛 Equação 04 – Comprimento de onda em um meio com índice de refração n em que λ é o comprimento da luz no vácuo A partir da equação 04 é possível notar que quanto maior for o índice de refração do meio menor será o comprimento de onda. Cada cor possui um índice de refração diferente em um mesmo material (como por exemplo, o acrílico) e consequentemente cada cor terá um ângulo de refração diferente também ao ser incidida em um prisma, por exemplo. Essa diferença de ângulos pode ser observada na seguinte figura (clássica para explicar esse tipo de fenômeno) que mostra como a incidência de uma luz branca policromática, superposição de todos os comprimentos de onda, em um prisma gera a refração de diferentes cores. Figura 01 – Dispersão cromática da luz em um prisma Dentro da ótica geométrica ainda existe o fenômeno da reflexão interna total da luz que também é comumente estudado. Adotando-se uma fonte pontual que incide luz em uma superfície tem-se que parte da luz será refletida para a própria superfície e parte é refratada para outra superfície sem mudar de direção como pode ser observado na figura a seguir. Figura 02 – Demonstração do ângulo crítico para o qual ocorre reflexão interna total em uma superfície O raio e é refratado com 90º, ou seja, paralelo à interface entre as duas superfícies. O ângulo de incidência para o qual ocorre refração como no caso do raio e é chamado de ângulo crítico, θc. Quando o ângulo de incidência é maior do que o ângulo crítico não ocorre refração, toda a luz é refletida. O ângulo crítico θc pode ser determinado utilizando-se a seguinte fórmula que é derivada da Lei de Snell apresentada na equação 02. θc = sin−1 n2 n1 Equação 05 – Cálculo do ângulo crítico Quando um objeto encontra-se imerso em determinado líquido a posição em que ele é visto pelos olhos humanos normalmente não é a posição real em que está. Essa diferença é chamada de profundidade aparente, mais um fenômeno da luz estudado dentro da ótica geométrica. Figura 03 – Esquema utilizado para explicar a profundidade aparente Na figura 03 o peixe encontra-se a uma altura real H, contudo o observador o enxerga a uma altura aparente h. A profundidade aparente é a diferença entre H e h. Essa diferença se deve ao desvio que a luz, incidida do objeto, sofre ao passar pela interface entre os dois meios e chegar aos olhos do observador. A equação a seguir mostra a relação entre a posição real do objeto e a posição em que ele é visto. ℎ 𝐻 = 𝑛1 𝑛2 Equação 06 - relação entre posição real e posição aparente 3 Experimento 1 3.1 Objetivos Este experimento teve como objetivos, a comprovação da veracidade da lei de Snell para a refração da luz e determinar através dela o índice de refração do acrílico. 3.2 Materiais Utilizados 01 Bloco óptico; 01 Peça de acrílico no formato de meia lua; 01 Disco giratório com marcações angulares; 01 Placa de fenda única; 01 Lente plano-convexa de 60mm de diâmetro e 120mm de distância focal 3.3 Esquema de Montagem Figura 04 – Esquema de montagem da primeira parte do experimento 1 3.4 Procedimentos Primeiramente foram montados os materiais conforme a figura 04, colocando-se a peça de acrílico com cautela no centro do disco giratório, para que as marcas de digitais não causassem danos aos resultados obtidos, a peça foi posicionada de modo que a face reta do acrílico coincidisse com a linha do eixo de 90º e que a linha de 0º passasse em seu centro. Seguidamente foi ligado o bloco óptico, conferindo se o mesmo estava ligado à tensão correta. Mediante isso foram ajustados o conjunto lente plano- convexa e a placa de única fenda de modo que um único feixe de luz intensa incidisse sobre o acrílico. Com o feixe já ajustado o disco foi rotacionado de modo que o feixe de luz coincidisse com o eixo 0º do disco incidindo sobre a parte reta do acrílico. Com todo aparato montado e ajustado corretamente começou a se fazer as medições, onde se mediao ângulo de incidência do feixe de luz sobre o acrílico e o feixe que refratava ao sair do mesmo, anotado todos os valores em uma tabela. Com a tabela toda preenchida foi possível obter através da equação 02 diferentes valores de índice de refração, onde por meio de tratamentos estatísticos foi possível obter a média dos valores, seu desvio padrão e seu erro percentual. Ao final por meio dos valores obtidos em tabela foi possível a montagem de um gráfico 𝐬𝐢𝐧𝜽𝒓 𝑿 𝜽𝒊. Na segunda parte do experimento, com cautela foi girado o acrílico de modo que o feixe incidente passasse primeiramente pela parte curva do acrílico, com isso variando-se os ângulos do feixe incidente e anotando os valores dos ângulos dos feixes refratados em outra tabela, observando se todos os valores de ângulo de incidência propostos na tabela (0º a 90º variando de 5º em 5º) ocasionariam em ângulos de refração. 3.5 Resultados e Análises A tabela II refere-se à primeira parte do experimento 1, em que a luz foi incidida na face plana da peça de acrílico. O índice de refração foi obtido para cada ângulo utilizando- se a Lei de Snell (equação 02) e fazendo-se as devidas manipulações de forma que se obteve a seguinte fórmula. 𝑛2 = 𝑛1 sin 𝜃1 sin 𝜃2 Equação 07 – Manipulação da Lei de Snell para calcular o índice de refração do acrílico (n2) Em que 𝜃1 é o ângulo de incidência, 𝜃2 é o ângulo de refração e 𝑛1 é o índice de refração do ar (1), meio que a luz percorre antes de atingir o acrílico. Tabela II – Relação entre os ângulos de incidência e de refração e índice de refração obtido por meio de cálculo Ângulo de Incidência Ângulo de Refração Índice de Refração 0º 2º - 10º 6º 1,66 20º 11º 1,79 30º 18º 1,62 40º 24º 1,58 50º 30º 1,53 60º 34º 1,55 70º 37º 1,56 80º 39º 1,56 90º - - Quando o ângulo de incidência é 0º ou 90º não é possível obter o índice de refração do meio (acrílico) através da equação 07, pois o seno de 0º é zero aliado ao fato de que para esse ângulo não deveria haver refração da luz assim como não há refração para o ângulo de 90º. Utilizando-se os dados da tabela II foi construído o gráfico figura 05 relacionando o seno do ângulo de refração em função do ângulo incidência da luz. Figura 05 – Gráfico do Seno do Ângulo de Refração em Função do Ângulo de Incidência Uma vez calculado o índice de refração para cada um dos ângulos de incidência e de refração foi calculada a média aritmética dos valores obtidos bem como o seu desvio padrão. Através das seguintes fórmulas. 𝑛 = 𝑛 𝑁 Equação 08 – média aritmética do índice de refração 𝑛 = 1,66 + 1,79 + 1,62 + 1,58 + 1,53 + 1,55 + 1,56 + 1,56 8 = 1,61 𝜎 = (𝑛 − 𝑛 ) 2 𝑁 Equação 09 – desvio padrão do índice de refração 𝜎 = 1,66 − 1,61 2 + 1,79 − 1,61 2 + 1,62 − 1,61 2 + 1,58 − 1,61 2 + 1,53 − 1,61 ² + 1,55 − 1,61 2 + 1,56 − 1,61 2 + (1,56 − 1,61)² 8 𝜎 = 0,077 Na primeira parte do experimento o índice de refração obtido para o acrílico foi de 1,61 ± 0,077. Sendo conhecido o valor teórico do índice de refração do acrílico de 1,5 (presente na tabela I) calculou-se o erro percentual entre os valores teórico e experimental através da seguinte fórmula. 𝜖 = 𝑛𝑒 − 𝑛𝑡 𝑛𝑡 100% Equação 10 – Erro percentual entre uma medida teórica e uma calculada 𝜖 = 1,61 − 1,5 1,5 100% = 7,33% Um erro percentual de 7,33% entre o valor teórico do índice de refração do acrílico e o valor obtido através do experimento revela que possivelmente durante a coleta dos dados houve erros que influenciaram no valor calculado, ocasionando em uma discrepância entre o valor teórico e o valor experimental. Esses erros podem ser devidos ao manuseio inadequado da peça de acrílico, podendo ter se acumulado algum resíduo na mesma de forma que alterasse seu índice de refração. Outro erro possível de ocorrência durante o experimento são erros de paralaxe ao fazer a leitura do ângulo de incidência e/ou refração no transferidor. A tabela III refere-se à segunda parte do experimento 1, em que a luz foi incidida na parte curva da peça de acrílico. Tabela III – Relação entre os ângulos de incidência e de refração e índice de refração obtido por meio de cálculo Ângulo de Incidência Ângulo de Refração Índice de Refração 0º 0º - 5º 9º 1,79 10º 16º 1,59 15º 24º 1,57 20º 32º 1,55 25º 40º 1,52 30º 49º 1,51 35º 60º 1,51 40º 75º 1,50 Ao incidir a luz com ângulos superiores a 40º não é mais possível medir o ângulo de refração, pois ele deixa de existir. Isso quer dizer que passa a ocorrer a reflexão total da luz. Assim como na parte anterior foi calculado a média dos índices de refração e seu respectivo desvio padrão utilizando as equações 08 e 09 respectivamente. 𝑛 = 1,79 + 1,59 + 1,57 + 1,55 + 1,52 + 1,51 + 1,51 + 1,50 8 = 1,57 𝜎 = 1,79 − 1,57 2 + 1,59 − 1,57 2 + 1,57 − 1,57 2 + 1,55 − 1,57 2 + 1,52 − 1,57 ² + 1,51 − 1,57 2 + 1,51 − 1,57 2 + (1,50 − 1,57)² 8 𝜎 = 0,082 Na segunda parte do experimento 1 o índice de refração obtido para o acrílico foi de 1,57 ± 0,082. Mais uma vez foi calculado o erro percentual entre as medidas teórica e experimental. 𝜖 = 1,57 − 1,5 1,5 100% = 4,67% Um erro percentual de 4,67% entre o valor teórico do índice de refração do acrílico e o valor obtido encontra-se dentro da margem em que o valor máximo aceitável para que um experimento seja considerado bem sucedido é de 5%. Portanto pode-se perceber que nesse caso os erros ocorridos durante a coleta de dados foram menos significativos do que os erros ocorridos na primeira parte do experimento. No entanto, não é possível afirmar se o erro percentual na segunda parte do experimento se deve em maior parte ao manuseio inadequado do acrílico ou aos erros de paralaxe durantes a leitura dos ângulos. O resultado no índice de refração do acrílico obtido na primeira parte do experimento (utilizando a face plana da peça) é diferente do resultado obtido na segunda parte do experimento (em que se utilizou a face curva da peça). A diferença entre os dois valores obtidos pode ser devida a erros ocorridos durante a realização do experimento, como já foi citado anteriormente ou pode ainda ser devida a fundamentos teóricos das leis da física clássica. Analisando as leis da ótica geométrica é possível pensar que ao incidir a luz sobre a face curva da peça de acrílico ocorra uma variação do ângulo de refração em relação ao que seria observado ao incidir a luz sobre a face plana, isso pode ser observado nos dados das tabelas II e III. Como o índice de refração do acrílico foi obtido utilizando a Lei de Snell, que depende diretamente do ângulo de refração é de se esperar que ocorra uma diferença no valor de n já que os ângulos são diferentes em cada parte do experimento. Como o índice de refração do acrílico é maior do que o índice de refração do ar espera-se que o ângulo de refração da luz seja menor do que o ângulo de incidência. As tabelas II e III mostram claramente que isso ocorreu na primeira parte do experimento, mas não na segunda parte. Já que na segunda parte a luz incidiu sobre a superfície curva não se pode claramente analisar a efetividade da Lei de Snell, pois não é possível considerar uma referência normal à superfície válida para todos os ângulos de incidência. 4 Experimento 2 4.1 Objetivos O seguinte experimento teve como objetivo determinar a dependência do índice de refração com o comprimento de onda da luz visível. 4.2 Materiais Utilizados 01 Bloco óptico; 01Prisma de acrílico; 01 Disco giratório com marcações angulares; 01 Placa de fenda única; 01 Lente plano-convexa de 60mm de diâmetro e 120mm de distância focal. 4.3 Esquema de Montagem Figura 06 – Esquema de montagem do experimento 2 4.4 Procedimentos Primeiramente foram montados os materiais como o esquema de montagem da figura 05, após isto com muita cautela foi manuseado o prisma de acrílico para que as marcas de digitais não influenciassem no resultado final obtido, o mesmo foi posicionado de modo que um de seus vértices coincidisse com o eixo de 0º do disco giratório. Posteriormente foi ligado o bloco óptico em uma fonte de tensão correta para seu funcionamento, então o conjunto lente plano-convexa e placa de fenda única foram ajustados de modo que sobre o prisma passasse um único feixe luminoso bem intenso para que fosse observado o fenômeno com mais intensidade. Com todo o aparato montado corretamente, o disco giratório foi movido até que se observasse uma dispersão da luz (arco-íris). Parando neste ponto fez-se uma tabela contendo o ângulo de dispersão para cada comprimento de onda da luz, ou seja, para cada cor no espectro visível. Com o auxílio da tabela foi possível obter o gráfico do ângulo de desvio mínimo pelo comprimento de onda. Após isto, foi medido, com o auxílio do feixe de luz e o disco giratório, a angulação entre as faces do prisma, e assim com os valores obtidos experimentalmente foi possível determinar o índice de refração referente a cada comprimento de onda, possibilitando a construção de um novo gráfico, do índice de refração n pelo comprimento de onda λ. E por fim com tratamentos estatísticos medir o erro percentual dos valores calculados. 4.5 Resultados e Análises Neste experimento foi possível visualizar a diferença do ângulo de desvio (ângulo de refração) para cada comprimento de onda da luz dentro do espectro visível. Com estes dados foi montada então a tabela IV. Tabela IV – Relação entre comprimento de onda da luz e ângulo mínimo de desvio Comprimento de Onda (nm) Ângulo Mínimo de Desvio Vermelho – 625 a 740 54º Laranja – 590 a 625 53º Amarelo – 565 a 590 52º Verde – 500 a 565 51º Azul – 440 a 485 50º Violeta – 380 a 440 49º Exatamente como previsto, os dados obtidos durante o experimento mostram que quanto maior o comprimento de onda da luz, maior é o ângulo mínimo de desvio como fica demonstrado na tabela IV. A partir da tabela citada é possível obter um gráfico que permite visualizar a relação entre comprimento de onda e ângulo mínimo de desvio. Figura 07 – Gráfico do ângulo mínimo de desvio da luz em função do comprimento de onda Utilizando os ângulos de desvios mínimos constantes na tabela IV e o ângulo entre as faces do prisma (Ψ = 60º) aplicados na Lei de Snell manipulada algebricamente é possível obter o índice de refração do acrílico para cada um dos comprimentos de onda e então confeccionar a tabela V. 𝑛𝑎𝑐𝑟 = 𝑛𝑎𝑟 sin 𝛹 sin 𝜃 Equação 11 – Manipulação da Lei de Snell para calcular o índice de refração do acrílico a partir do ângulo mínimo de desvio 𝑛𝑎𝑐𝑟 = 1 sin 60° sin 54° = 1,07 𝑛𝑎𝑐𝑟 = 1 sin 60° sin 53° = 1,08 𝑛𝑎𝑐𝑟 = 1 sin 60° sin 52° = 1,10 𝑛𝑎𝑐𝑟 = 1 sin 60° sin 51° = 1,11 𝑛𝑎𝑐𝑟 = 1 sin 60° sin 50° = 1,13 𝑛𝑎𝑐𝑟 = 1 sin 60° sin 49° = 1,15 Tabela V – Índice de refração para cada comprimento de onda da luz e seu respectivo ângulo de desvio Comprimento de Onda (nm) Ângulo de Desvio Índice de Refração Vermelho – 625 a 740 54º 1,07 Laranja – 590 a 625 53º 1,08 Amarelo – 565 a 590 52º 1,10 Verde – 500 a 565 51º 1,11 Azul – 440 a 485 50º 1,13 Violeta – 380 a 440 49º 1,15 A equação 04 permite perceber claramente que quanto maior for o comprimento de onda da luz, menor será o seu índice de refração. Este fato, explicado matematicamente, pode ser melhor visualizado através dos dados presentes na tabela V assim como na gráfico da figura 08 que foi construído a partir da tabela já mencionada. Figura 08 – Gráfico do índice de refração em função do comprimento de onda da luz Com base nas equações matemáticas apresentadas até aqui, especialmente as equações 02 e 04, os dados da tabela IV e do gráfico da figura 07 pode-se afirmar convictamente que o ângulo mínimo de desvio é diferente para cada cor. Se esta afirmação não fosse verdadeira não poderiam ser observados fenômenos como o arco-íris ou o fenômeno da dispersão cromática da luz em um prisma, cujo estudo foi objetivo deste experimento. No decorrer da realização do experimento proposto notou-se as diferenças de ângulo de saída da luz do prisma para cada uma das cores, assim como previsto na figura 01. Mesmo ao considerar que durante a leitura dos ângulos alguns erros pudessem ocorrer ainda é possível afirmar seguramente que as cores se dispersaram do prisma com ângulos diferentes umas das outras, pois se o ângulo fosse o mesmo não seria possível vê-las separadamente. Se não houvesse essa diferença a luz seria vista de forma única, uma luz branca, como o feixe incidente. 5 Experimento 3 5.1 Objetivos O Objetivo do presente experimento foi encontrar o ângulo crítico utilizando de um experimento simples, e comprovar tal experimento usando a lei de Snell-Descartes. 5.2 Material utilizado 01 Bloco óptico; 01Prisma de acrílico; 01 Disco giratório com marcações angulares; 01 Placa de fenda única; 01 Lente plano-convexa de 60mm de diâmetro e 120mm de distância focal; 01 Folha de papel; 01 Régua. 5.3 Esquema de Montagem Figura 09 – Esquema de montagem do experimento 3 5.4 Procedimentos A princípio foram montados os materiais citados como o esquema de montagem da figura 09, Após isto foi colocado com muito cuidado a peça de acrílico sobre o disco giratório para que não ficassem marcas de digitais sobre ele, para que não alterasse os valores obtidos experimentalmente. A peça citada foi posicionada no centro do disco de modo que a base maior do paralelepípedo ficasse sobre o eixo de 0º. Em seguida foi ligado o bloco óptico observando atentamente a tensão correta a ser adotada, com o funcionamento do bloco óptico, o conjunto placa de fenda única e lente plano-convexa foram ajustados para que sobre o bloco transpassasse um único feixe intenso de luz. Por fim ajustando o disco giratório para que o feixe incidisse diretamente na base maior da peça. Após o aparato experimental estar montado, o disco foi girado até o momento em que não houvesse mais uma refração interna do acrílico e sim uma reflexão total do feixe de luz incidido, assim em uma folha de papel foi marcado os raios de incidência e os raios de reflexão total, retirando o acrílico de cima do papel foi possível traçar a continuação dos raios podendo então observar onde os mesmos se cruzavam, e consequentemente com o auxílio das marcações do disco giratório determinar a angulação entre os raios, sabendo assim o ângulo de reflexão total do material, em seguida comprovando os resultados obtidos experimentalmente através da lei de Snell. 5.5 Resultados e Análises A folha de papel utilizada para traçar os raios de luz incidente e refletido encontra-se em anexo (anexo A). Com o traçado desses raios e a utilização de um transferidor foi possível medir o ângulo entre os dois, α = 84º. Sendo então o ângulo entre o raio refletido e a superfície norma ao acrílico de β = 42º. Calculando o ângulo crítico a partir da equação 05 temos: θc = sin−1 1 1,5= 41,8º O resultado obtido experimentalmente pode ser comparado ao teórico, que foi calculado através da fórmula do ângulo crítico que se deriva Lei de Snell através da equação 10. 𝜖 = 42 − 41,8 41,8 100% = 0,48% Um erro percentual tão baixo representa um experimento realizado com sucesso. A pequena variação existente entre o valor obtido experimentalmente e o obtido através de cálculos possivelmente é devida ao fato de que o transferidor utilizado possui uma precisão de 1º o que torna extremamente difícil que ao se fazer a leitura o experimentador seja capaz de diferenciar 41,8º de 42º. 6 Experimento 4 6.1 Objetivo O Objetivo principal deste experimento foi determinar através do método da profundidade aparente o índice de refração do acrílico, comprovando a veracidade da lei de Snell. 6.2 Material utilizado 01 Bloco óptico; 01Prisma de acrílico; 01 Disco giratório com marcações angulares; 01 Placa de dupla fenda; 01 Lente plano-convexa de 60mm de diâmetro e 120mm de distância focal; Folhas de papel; 01 Régua; 01 Lente biconvexa. 6.3 Esquema de Montagem O esquema de montagem deste experimento será o mesmo da figura 09, porém a placa de única fenda foi substituída pela placa de fenda dupla, e à frente do acrílico foi colocado uma lente biconvexa segundo o esquema a seguir: Figura 10 – Esquema de montagem do experimento 4 6.4 Procedimentos Primeiramente foram montados os materiais citados como o esquema de montagem, sendo que foi colocado uma folha de papel sobre o disco giratório, posteriormente com muita cautela foi colocado a lente biconvexa e a peça de acrílico sobre o papel, segundo o esquema de montagem, a cautela foi importante, pois marcas de digitais ou quaisquer outras sujeiras acumuladas sobre as peças poderiam alterar os resultados obtidos. Posteriormente o bloco óptico foi ligado sob a tensão correta, para que não queimasse a aparelhagem, constatando seu funcionamento correto. O conjunto placa de fenda dupla e lente plano-convexa foram ajustados de modo que somente transpassasse dois feixes intensos de luz. Após o conjunto estar ajustado o disco foi girado de modo que os feixes incidissem primeiramente sobre a lente biconvexa. Observando que houve um cruzamento dos feixes em certo ponto, o centro da peça de acrílico foi colocado sobre este ponto. Com o auxílio de uma régua os feixes incidentes e refratados do acrílico foram marcados para estudos posteriores. Retirando o papel de todo o sistema, foram feitos os prolongamentos dos raios até que os mesmos se cruzassem. Por fim ao se medir a distância entre o segundo ponto de cruzamento e a base inferior da peça de acrílico e a espessura do mesmo, pode-se determinar o índice de refração do acrílico por meio de uma equação a ser demonstrada e estudada posteriormente. A segunda parte do experimento utilizou os mesmos esquemas de montagem citados, porém o acrílico foi posicionado antes do cruzamento dos raios e os mesmos procedimentos de prolongamento dos raios foram utilizados, encontrando os pontos de cruzamento, e medindo assim suas distâncias, sabendo a espessura do acrílico e utilizando uma equação a ser demonstrada posteriormente, pode-se determinar de outro modo o índice de refração do acrílico. E assim com tratamentos estatísticos encontrar os erros percentuais sofridos pelo experimento. 6.5 Resultados e Análises Neste experimento medidas importantes para os cálculos e análises experimentais foram obtidas através da projeção de feixes de luz em folhas de papel, que estão presentes no anexo. As medidas utilizadas na primeira parte do experimento encontram-se no anexo B. Para a segunda parte, as medidas podem ser encontradas no anexo C. Antes de qualquer cálculo ou análise faz-se necessário a explicação e dedução da fórmula utilizada para o cálculo do índice de refração do acrílico na primeira parte do experimento. Para tanto uma figura é adotada a fim de facilitar a visualização e explicação das manipulações matemáticas adotadas. Figura 11 – Esquema utilizado para estudar as relações de profundidade aparente Primeiramente vamos adotar a Lei de Snell da equação 02, e sabendo que o índice de refração do ar é 1, manipulá-la de forma a obter a seguinte equação: 𝑛1 = sin 𝜃2 sin 𝜃1 Pelas leis da trigonometria tem-se que sin 𝜃 = cos𝜃 tan 𝜃, portanto fica- se com: 𝑛1 = cos𝜃2 tan 𝜃2 cos𝜃1 tan 𝜃1 Na figura 10 é possível perceber dois triângulos retângulos a partir dos quais os próximos cálculos serão realizados. A fim de facilitar as deduções matemáticas será adotado do = d e do – di = t. Para o triângulo formado a partir da imagem, tem-se as seguintes relações trigonométricas: tan 𝑟 = 𝑎 𝑑 cos 𝑟 = 𝑡 𝑡2+ 𝑎2 Para o triângulo formado a partir do objeto, tem-se as seguintes relações trigonométricas: tan 𝑖 = 𝑎 𝑡 cos 𝑖 = 𝑑 𝑑2+ 𝑎2 Sendo t >> a e d >>a as relações trigonométricas ficam da forma: cos 𝑟 = 𝑡 𝑡2 = 1 cos 𝑖 = 𝑑 𝑑2 = 1 𝑛1 = tan 𝑟 tan 𝑖 = 𝑎 𝑡 𝑎 𝑑 = 𝑑 𝑡 Equação 12 – Cálculo do índice de refração através do conceito de profundidade aparente A figura a seguir permite observar quais medidas foram coletadas a fim de obter o índice de refração do acrílico através da equação 12. Figura 12 – Demonstração das medidas adotadas para o cálculo da equação 12 Com os valores de t = 3,1 e d = 2 a equação 12 fica da seguinte forma: 𝑛1 = 3,1 2 = 1,75 Utilizando a equação 10 para calcular o erro percentual entre o índice de refração teórico do acrílico e o calculado através do conceito de profundidade aparente observam-se os seguintes cálculos. 𝜖 = 1,75 − 1,5 1,5 100% = 16,67% Um erro percentual tão elevado revela que erros ocorreram durante a realização do experimento. Estes erros podem ser: manuseio inadequado da peça de acrílico de forma a se acumular algum tipo de resíduo sobre a mesma, erro de leitura das medidas, devido à imprecisão do aparelho de medição adotado ou de alguma incapacidade do experimentador, erro ao traçar os raios de luz sobre o papel ou ao prolongá-los para obter o ponto de encontro dos feixes. É possível ainda dizer que devido a tantas manipulações algébricas a equação obtida a partir do conceito de profundidade aparente não seja tão fiel quanto a Lei de Snell pura (embora que o conceito mencionado se derive inicialmente da própria Lei de Snell). Para a segunda parte do experimento a equação obtida para calcular o índice de refração do acrílico não será demonstrada. A figura a seguir elucida as medidas que foram utilizadas para o cálculo. Figura 13 – Demonstração dos parâmetros utilizados no cálculo na segunda parte do experimento 4 𝑛1 = 𝑡 𝑡 − 𝑥 Equação 13 – Cálculo do índice de refração do acrílico através de profundidade aparente Com t = 3,1 e x = 1,3 a equação 13 fica da seguinte forma: 𝑛1 = 3,1 3,1 − 1,3 = 1,72 Novamente o erro percentual deve ser calculado de forma que tem-se: 𝜖 = 1,72 − 1,5 1,5 100% = 14,67% O erro percentual de 14,67% ocorrido na segunda parte do experimento se deve às mesmas razões do erro ocorrido na primeira parte. Erros como estes são muito comuns quando se realiza um experimento deste tipo, pois se trata de um experimento com muitas variáveis que devem ser mantidas constantes como a posição do feixe de luz ou da peça de acrílico sobre a folha de papel e manter tantas variáveis constantes é bastante difíciljá que se trata de seres humanos na realização do experimento. Erros sutis, que muitas vezes sequer são percebidos, podem ocasionar em um erro final considerável como no caso deste experimento em questão. 7 Conclusões Os quatro experimentos realizados permitiram a observação de fenômenos físicos que são estudados incansavelmente nos cursos teóricos e muitas vezes não são bem compreendidos pelos estudantes. O experimento 1 permitiu a comprovação da Lei de Snell ao observar que ao passar de um meio com índice de refração menor para um meio com índice maior o ângulo de refração da luz deve ser menor do que o ângulo de incidência. Outros fatos ainda puderam ser observados durante a realização do experimento 1, como por exemplo o fato de que a Lei de Snell é válida para incidência da luz sobre superfícies planas. O experimento 2 comprovou de forma clara e simples que cada comprimento de onda da luz possui um índice de refração, sendo este índice menor à medida que se aumente o comprimento de onda. Este fato explica diversos fenômenos, dentre eles a ocorrência de arco-íris e o experimento permitiu que se comprovasse a veracidade das afirmações feitas por físicos teóricos em seus importantes livros. O experimento 3 por sua vez teve o simples propósito de demonstrar que a partir de uma determinado ângulo de incidência da luz esta para de se refratar e passa a ser totalmente refletida. Ainda foi possível comprovar como o índice de refração do meio no qual a luz está sendo incidida influi no ângulo crítico. No experimento 4 foi possível estudar e comprovar o fenômeno de profundidade aparente. Percebeu-se que muitos fatores estudados anteriormente como ângulo de incidência da luz e índice de refração dos meios podem interferir na posição que um objeto é observado. De maneira conjunta todos os experimentos demonstraram as leis de propagação da luz. Permitiram ainda perceber que é possível obter experimentalmente o índice de refração de um meio através do estudo dos ângulos de incidência e refração da luz adotada. No entanto se o intuito for o de obter o índice de refração é preciso que o experimento seja feito com bastante cautela e de forma a se manter o máximo controle possível sobre as diversas variáveis envolvidas no processo. Bibliografia Tipler P.A, Mosca G.; Fisica para Cientistas e Engenheiros: Energia Eletrostática e Capacitância ; 5ª ed; Rio de Janeiro: LTC, 2006. vol 2, cap 24, pag 109 a 111. HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da Física. Vol 4: Eletromagnetismo. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Colégio Web – Índice de Refração. Disponível em: < http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/fisica/refracao-da-luz/indice- de-refracao> Acessado em: 07 out. 2014 Física e Vestibular – Refração Luminosa. Disponível em: < http://www.fisicaevestibular.com.br/optica6.htm> Acessado em: 07 out. 2014 FISMAT – Aula de refração. Disponível em: < http://fismat.net.br/aulas%20de%20f%C3%ADsica/aulas- optica/REFRACAO.pdf> Acessado em: 07 out. 2014 UFS – Aula: Propagação da Luz nos Meios Materiais. Disponível em: < http://www.arquivos.ufs.br/mlalic/UAB_livro/Fisica_C_Aula_08.pdf> Acessado em: 07 out. 2014 Só Física – Cor e Frequência. Disponível em: < http://www.sofisica.com.br/conteudos/Otica/Refracaodaluz/cor_e_frequencia.ph p> Acessado em: 09 out. 2014 Imagem – Ótica (física e vestibular). 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