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Religião A fé em Deus, autêntica, madura e desmistificada, é uma promoção da existência. Ela não apenas fortalece o indivíduo contra a ansiedade, a dúvida e o desespero, como aumenta o conhecimento de si e permite-lhe um relacionamento maior com o Universo e a Criação. Ela dá sentido à nossa vida e aos nossos ideais, impulsionando-os em direção ao Alto; auxilia na integração de nossa personalidade e ordena os nossos processos mentais. É, portanto, algo de transcendental importância no processo educacional. Entretanto, há dois perigos básicos na educação religiosa: a infantilidade dos pais no sentimento religioso (busca da religião como anestésico, medo do castigo, carolice, formação de mitos, de projeções, compensações,etc.), que criará nos filhos ansiedade, pensamento mágicos, distorções emocionais e intelectuais; a falta de fé dos pais, que procuram inculcar nos filhos crenças das quais não se acham impregnados, ensinando-lhes a lição da hipocrisia. Os valores religiosos só serão válidos na educação da criança e do adolescente quando estes os sentem na vivencia dos próprios pais, e quando funcionam como uma fonte de amor, respeito, justiça e liberdade. Quando os pais não possuem fé religiosa, mesmo convencidos de que é preciso “dar religião” aos filhos, é melhor que não o façam, pois que isto seria inútil e pernicioso. Ninguém pode dar o que não possui. É importante sempre, em qualquer setor, que os filhos sintam que os pais vivem aquilo que pregam e buscam transmitir. Dessa forma, mesmo sem ter religião, terão maiores possibilidades de serem futuros adultos ajustados, amantes da vida e do ser humano. Quando os pais têm religiões diferentes isto, de maneira alguma, pode exercer influência negativa sobre os filhos, se o respeito preside o relacionamento do casal. Este fato, pelo contrário, ensinará uma coisa importante às almas jovens: que as pessoas têm posições e convicções diversas, diante dos fatos fundamentais da vida, e que isto merece o respeito e a compreensão de todos nós. Se os pais, entretanto, cada um em sua posição, procuram exercer sobre os filhos influências religiosas antagônicas, buscando aliciá-los para sua fé, aí sim, as crianças serão prejudicadas, pois que se instalará nelas a confusão e a insegurança. Higiene mental A melhor profilaxia da mente é o desenvolvimento sadio e harmonioso de uma personalidade. Educar convenientemente (como estamos procurando mostrar) é, portanto, a maneira mais adequada de se promover a saúde mental e prevenir a neurose. De qualquer forma, porém, todos nós, crianças, adolescentes ou adultos, necessitamos de atividades fora da rotina, que nos permitam descanso e renovação das energias físicas e mentais. A música, a atividade criativa, o esporte, o contato com a natureza, as confidencias são medidas importantes de higiene mental. Um outro fator imprescindível são as férias anuais. Ninguém, por motivo algum, deve ser privado deste descanso necessário. Nas férias, o indivíduo deve mudar de ambiente e ter liberdade de ação, isto é, poder fazer o que lhe aprouver, sem uma rígida programação por parte dos pais ou responsáveis (todos nós, vez por outra, necessitamos “soltar-nos”). Outro fator básico, na higiene mental, é o desenvolvimento de uma atividade paralela (quem, normalmente, exerce um serviço predominantemente intelectual necessita, ao mesmo tempo, de uma atividade manual, nas horas de lazer, e vice-versa). Isto é algo que devemos começar a cultivar na infância. Outra medida fundamental, ainda, é a separação entre as horas de trabalho e as horas de lazer. Tarefas feitas em dias de descanso diminuem a produtividade do indivíduo (seja qual for a sua idade), criam a estafa e a angústia (merece atenção, por parte dos professores, o fato de como pode ser perniciosa a sobrecarga do “dever de casa” e o malfadado “dever de férias”). Serrar, cortar, armar, pintar, plasmar, etc., são ótimas atividades a serrem desenvolvidas com o educando. Artes plásticas, em geral, ficção cênica (dramatização, teatro, cinema), literatura, colecionismo, esporte, ritmo, jogos, construções mecânicas, etc., devem, portanto, constar do plano educacional para crianças e jovens. Extraído de: TELES, Maria Luiza Silveira. Psicodinâmica do Desenvolvimento Humano. Uma Educação à Psicologia da Educação. Petrópolis/RJ: Vozes, 2001. BOCK, Ana M. , FURTADO, Odair e TEIXEIRA, Maria Del. T. . Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 12ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1999. BRAGHIROLLI, Elaine et all. Psicologia Geral. Porto Alegre: Vozes, 1990. RAPPAPORT, Clara Regina; FIORI, Wagner da Rocha e DAVIS, Claudia. Psicologia do Desenvolvimento: conceitos fundamentais. São Paulo: EPU, 1981. QUESTÃO PARA REFLEXÃO 1. Elabore um quadro síntese contemplando cada item constante no texto “O papel do adulto na difícil tarefa de educar”. TESTE DE AUTO-AVALIAÇÃO MARQUE (V)VERDADEIRO OU (F)FALSO 1. Aemoção é um estado agudo e transitório, enquanto o sentimento é um estado mais atenuado e durável. ( ) 2. Os afetos podem só podem ser produzidos dentro do individuo, isto é, a partir de um estímulo interno – sentimento – ao qual se atribui um significado com tonalidade afetiva: agradável ou desagradável ( ) 3. Os sentimentos diferem das emoções por serem mais duradouros, menos explosivos e por não virem acompanhados de reações orgânicas intensas. ( ) 4. O que é necessário, ao educar, além das qualidades a que nos referimos antes, é conhecer o desenvolvimento da criança e do adolescente, suas crises, suas angústias naturais e procurar dar-lhes apoio, desenvolvendo neles a confiança e a segurança. ( ) 5. A infância precisa de certas regras em que se apóie; e de um código rígido que a enquadre como tropa e exerça sobre ela pressões, inibindo-lhe completamente a espontaneidade. ( ) LISTA DE VERIFICAÇÃO 1. A educadora Ofélia Boisson afirma que: a) “A infância não precisa de regras para se apóiar”. b) “Precisa de um código rígido que a enquadre como tropa e exerça sobre ela pressões, inibindo-lhe completamente a espontaneidade”. c) “A criança precisa saber o que é certo e o que é errado, mesmo porque a expectativa e a incerteza geram angústia”. d) Fiscalização, policiamento e código rígido são inofensivos; não reprimem e melhoram a criança emocionalmente”. 2. Ao tratar com os filhos, a atitude dos pais deve sempre ser de: a) Justiça, respeito e sinceridade. b) Manipulação, mentiras e autoridade c) Autoridade, policiamento e fiscalização d) Código rígido, autoridade e fiscalização. 3. A conversa com a criança ou com o jovem deve ser, principalmente: a) Fria e sem muita intimidade b) Uma demonstração de compreensão e de aceitação. c) Deve ser um interrogatório, para saber se estão agindo corretamente. d) Distante e superficial. 4. A autoridade opressiva é: a) Aquela que permite que todas as vontades do filho se realizem. b) Aquela que anula a personalidade dos filhos, que os sufoca através de gritos, ordens inquestionáveis, ameaças, maus tratos e grosserias. c) Aquela que lança mão de chantagens emocionais, tipo (Você ainda me mata). d) Aquela que enche os filhos com palavras, raciocínios e sermões que eles não podem compreender. 5. Todas as questões abaixo sobre Educação Sexual estão corretas, exceto: a) A naturalidade com que as crianças encaram o sexo deve ser aproveitada para que a atitude de pais e professores seja também natural. b) A omissão dos pais, em educação sexual, leva a criança a concluir que tudo o que se relacione com o sexo é sórdido e vergonhoso. c) O tratamento autoritário e rígido sobre o comportamento e interesse sexual da criança pode levá-la a bloqueios futuros, perversões e transtornos mentais. d) Não deve existir educação sexual na escola, essa responsabilidade é inteiramente dos pais. TAREFA 1. Para aprofundar mais os conhecimentos acerca do processo de desenvolvimento afetivo-emocional e social sugerimos que você reflita acerca da influência da expressão dos afetos na vida social e faça uma dissertação. Respostas do testede auto-avaliacão: 1. ( V ) 2. ( F ) 3. ( V ) 4. ( V ) 5. ( F )
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