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A Geografia Quantitativa jamais chegou a ser um paradigma - JUNIMAR

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
GEO 201 – HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO II
PROFESSOR WAGNER BARBOSA BATELLA
ANÁLISES
Junimar J. A. Oliveira – 66408
A noção de paradigma guia para a elaboração de conceitos, teorias e modelos. Fala-se, frequentemente, de um paradigma como expressando uma concepção teórica. 
No desenvolvimento das ciências, cada fase é caracterizada pelo predomínio de um paradigma que expressa a concepção teórica para explicar e ordenar os fatos da ciência, orientando a formulação de problemas e pesquisas. A nova teoria substitui a antiga, reformulando a ordenação e a explicação dos fatos, assim como a escala de valor.
A chamada Geografia quantitativa jamais chegou a ser um verdadeiro paradigma. Ela não buscava interpretar os fatos tais como eles eram, mas, ao contrário, seu objetivo era o de contribuir à geração de fatos segundo uma certa ideologia. Uma ideologia não é propriamente uma teoria mas o seu oposto.
Milton Santos tece seus comentários e reflexões a respeito da revolução quantitativa advinda das grandes transformações que a ciência passou após a Segunda Guerra Mundial, na qual emergem novos desafios, novos paradigmas, novas formas de pesquisa, novos objetos e novas necessidades.
Entretanto, a contribuição quantitativa será pouco útil, e mesmo nociva, prossegue o autor, sem o conhecimento sistemático dos mecanismos. É evidente que a melhoria do método sem a melhoria paralela da teoria não leva ao progresso científico.
Embora a precisão da linguagem matemática tenha proporcionado à Geografia a cientificidade tão almejada, o privilégio atribuído às técnicas se tornou um erro grave. Para o autor, o grande equívoco dessa Geografia, chamada Teorética, foi o de “[...] considerar como um domínio teórico o que era apenas um método e, além do mais, um método discutível”.
Milton Santos adverte ainda que a “Nova Geografia” excluiu o movimento social do processo de realização da ciência e eliminou de suas preocupações o espaço das sociedades em movimento permanente, de modo que a Geografia tornou-se viúva do espaço. Assim, o espaço geográfico é estudado como se não fosse resultado de um processo onde o homem, a produção e o tempo exercem o papel essencial, ou seja, ignora a dinâmica do espaço.

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