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Historia das comunicaes e das telecomunicaes UPE

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Prévia do material em texto

1
 
 
Por: 
 
 
 
 
 
 
Prof. Pedro de Alcântara Neto 
Universidade de Pernambuco - UPE 
Escola Politécnica de Pernambuco - POLI 
Departamento de Engenharia Elétrica - DEE 
Curso de Engenharia de Telecomunicações 
 
 
 Em trabalhos desta natureza,.é possível 
que imprecisões históricas tenham distorcido 
detalhes de ordem cronológica. O empenho e o 
bom senso procuraram superar tais senões que, 
no entanto, podem surgir e para os quais pedimos 
a benevolência dos leitores. 
 
 Desejando imprimir ao conteúdo um 
caráter, sempre que possível, didático popular, 
foram omitidas do texto as citsções 
demasiadamente técnicas; o fato, porém, não tem 
influência na compreensão daquilo que visamos 
expor, que é destinado principalmente paia os 
estudantes da nossa região. 
 
 
 
 
 
 
 
Fotografia e esquema do telefone em forma de forca, utilizado 
por Bell em 1876 
 
REVERÊNCIA AOS GIGANTES DAS 
COMUNICAÇÕES 
 
 Antes que a tinta que imprimiu este 
exemplar seque, é possível que novas 
descobertas no campo das comunicações tenham 
abalado e desatualizado o texto que aqui se 
imprimiu, objetivando reverenciar aos inventores 
do campo das comunicações e relatar os mais 
recentes recursos do setor, colocados à 
disposição da nossa era. 
 
 No fundo de qualquer laboratório, em 
qualquer parte do mundo, é possível que neste 
minuto alguém tenha conseguido dar forma 
material a uma idéia, a princípio julgada inviável, 
mas que surpreendentemente funciona! 
 
 Desde quando a memória das nossas 
avoengas alcança, pode-se avaliar a pré-
ponderável atuação da comunicação ao preservar 
e divulgar os dados históricos, desde os tempos 
do papiro e da pedra da roseta, esta 
magistralmente decifrada por Champollion, até o 
primeiro símbolo comunicador, a Cruz de Cristo, 
citada na Bíblia. 
 
 Nos tempos passados a comunicação 
caminhava a cada década; hoje, o futuro cresce a 
cada segundo, conforme a concepção dos que 
pensam o aparentemente impensável e 
conseguem realizar o que deixa a humanidade 
aturdida, apesar do já acostumada às 
maravilhosas investidas da ciência. Assim, a 
comunicação caminha célere no século XXI e esta 
será o começo do outra etapa cronológica da 
história, não apenas de prosaicos calendários, 
mas início de um novo século que propiciará o uso 
de novas descobertas que a mente humana 
somente ousará pensar amanhã. 
 
 Já existe equipamento que fotografa, 
filma, toca musica e fala...alem de transmitir 
imagem, dados e áudio no mesmo acesso 
telefônico. Ainda existem mais dezenas de outros 
incríveis equipamentos, associadas ao telefone, 
que já estão já disposição dos usuários, nas 
vitrinas. Como os leigos não têm acesso aos la-
boratórios dos cientistas, não podem avaliar a 
grandiosidade do que já se realizou o está em vias 
de ser realizado. A cada dia o mundo é 
literalmente sacudido com notícias de descobertas 
até a pouco constante apenas nas estórias de 
ficção das revistes em quadrinhos. 
História das comunicações 
e das 
telecomunicações 
 
 2
 
Satélite de comunicações típico 
 
 Com este trabalho nós pretendemos 
reverenciar a todos aqueles que deram a sua 
contribuição em favor das comunicações, desde 
as tarefas mais humildes até as mais gigantescas 
e complexas. Consignamos nosso débito a todos 
os inventores e a todas as invenções descritos 
nas páginas seguintes. É evidente que nomes de 
importantes personagens não foram olvidados 
pelo fato de não serem aqui mencionados; cabe 
também a eles, a reverência de todos os que hoje 
usufruem dos benefícios da moderna 
comunicação. 
 
DESDE O INÍCIO DOS TEMPOS 
 
 Suponham que fosse possível acionar a 
máquina do tempo e retornar ao passado. 
Impossível? Não... A ciência tem ofertado tantas 
novidades que não devemos duvidar anta certas 
concepções; há alguns poucos anos muitos 
inventores foram chamados de "loucos" e, no 
entanto os seus legados para os pósteros estão 
funcionando ao nosso lado. Vamos então à 
prateleira buscar aquela caixinha, rotulada como 
História da Comunicação. Ela, a caixinha, não é 
maior do que um dedal, mas parte da História lá 
esta preservada, devidamente escrita e ilustrada 
em micro filme. Antigamente, os homens 
primitivos tencionaram deixar mensagens para os 
pósteros e gravaram nas pedras das cavernas. 
Conseguiram... Hoje o CD-ROM e o DVD, por sua 
vez, possibilitam preservar os sons e imagens de 
épocas atuais e já passadas... 
 
 O meio de comunicação mais natural é a 
voz humana. Os homens da pré-história 
comunicavam-se pela fala, passando a 
mensagem de boca em boca. Estudiosos, dizem 
que na antiga Pérsia as mensagens eram 
transmitidas por via oral, de pessoa para pessoa e 
assim chegavam ao seu destino. Com o passar 
dos tempos, séculos após séculos, muitos outros 
métodos foram encontrados, mas a intuição nos 
diz que as batidas do nativo no tambor podem ter 
sido o primeiro passo para a comunicação à dis-
tância, onde a voz humana não conseguia 
alcançar. As mensagens eram transmitidas por 
uma combinação de batidas, conforme o código 
estabelecido pelas tribos; para melhor distinguir as 
batidas, os nativos encostavam a orelha no chão. 
 
 Outros instrumentos, além daqueles de 
percussão, foram e ainda são usados; por 
exemplo, mesmo em nosso País, o chifre do boi, 
quando adaptado convenientemente (berrante), 
ao ser soprado leva longe a mensagem do 
boiadeiro. 
 
 Mandavam-se mensagens, também, 
através do que hoje chamaríamos "telégrafo 
visual", usando tochas acesas em lugares altos, 
as quais, levantando e abaixando transmitiam a 
notícia desejada. Conta-se que nos tempos de 
Alexandre Magno as mensagens da Grécia 
chegavam à índia em cinco dias. 
 
 No ano 490 a. C., na Grécia, o soldado 
Felípides foi encarregado de anunciar a vitória dos 
gregos sobre os persas; correu 37 quilômetros, 
desde o campo de batalha de Maratona até a 
cidade de Atenas. Comunicou a vitória e morreu. 
 
 É possível que as mensagens gravadas 
nas cavernas tenham sido o método utilizado pelo 
homem para transmitir recados para os outros 
moradores ausentes, fornecendo detalhes sobre a 
sua ausência do local, com a finalidade de irem 
caçar, ou guerrear ou, ainda, que tinham seguido 
determinado caminho. As mensagens gravadas 
nas rochas, representando animais, rios, árvores e 
outras figuras formavam a notícia que desejavam 
transmitir. 
 
 Depois, deve ter sido o cavalo o meio 
mais veloz para as comunicações; utilizando o 
cavalo e depois as carruagens o homem 
conseguiu obter mais velocidade na transmissão 
das notícias. 
 
 Um mensageiro chinês, no século XIII, 
trocando animais a cada etapa de 40 a 50 
quilômetros, chegava a percorrer 400 quilômetros 
num dia. Este método, das carruagens, satisfez, 
até o século XVIII. 
 
 
 
 
 
 
 
 Muitos métodos e instrumentos foram 
inventados, buscando reduzir o tempo de 
transmissão das mensagens e também dar as 
mesmas a segurança do recebimento, sem haver 
quebra do sigilo. Em 1667 o físico inglês Robert 
Hooke sugeriu o emprego do fio esticado para 
transmitir o som. Muitos leitores, na sua infância 
terão brincado de telefonar, usando um fio de 
barbante preso a latas de massa de tomate nas 
duas extremidades. Foi esse o princípio de 
transmissão sugerido por Hooke. 
 
 Em 1684, Dom Gauthier, monge francês, 
realizou experiências de telefonia acústica, 
utilizando tubos pneumáticos. 
 
 E assim, sucessivamente, o homem veio 
pesquisando métodos de transmissão. Ao mesmo 
tempo, em campos diversos, outros 
pesquisadores obtinham sucessos em 
experiências que, mais tarde, viriam ter estreitas 
relações com invenções realizadas muitos anos 
depois. Foi o caso de Robert Fulton, nascido em 
14 de novembro de 1765, na Pensilvânia(Estados 
Unidos). Ele inventou a máquina a vapor que, 
entre outros usos, viria a dar propulsão aos 
 3
navios, que passaram não só a transportar 
passageiros como também para levar mensagens 
através dos continentes, estenderem cabos 
submarinos ou, ainda, servirem de antenas em 
alto mar. 
 
JÁ ERA UM COMEÇO: TELÉGRAFO ÓTICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Telégrafo de Claude Chappe 
 
 Até a metade do século XIX o 
desenvolvimento da comunicação deu-se muito 
lentamente. Em 1791, em Paris, Claude Chappe 
efetuou as primeiras demonstrações do "telégrafo 
ótico". A sua construção foi concluída em 15 de 
agosto de 1724, ligando Paris - Lilíe. Era um 
conjunto de hastes móveis que transmitiam letras 
e sinais de um código. Colocada em lugares altos, 
ou torres, essa máquina podia mandar 
mensagens a distancia de 700 km em 20 minutos. 
O sistema deixou de ser usado quando surgiram 
os aparelhos elétricos. 
 
 Os pesquisadores continuavam nas suas 
experiências até que em 1801, Alexandre Volta 
inventou a pilha elétrica que propiciou largos 
recursos durante muito tempo, no campo das 
comunicações. Nesse mesmo ano, Joseph 
Jacquard desenvolveu a idéia básica de um 
comando de tear, com a utilização de cartões 
perfurados, para tecer complexos desenhos e 
amostras. O sistema de Jacquard inspirou a 
aplicação dos cartões perfurados em 
processamento de dados (mais tarde, Hermann 
Hollerith, dos Estados Unidos 1870-1929) viria a 
inventar as leitoras dos computares de cartões 
perfurados. O seu nome passou, assim, a 
designar o sistema Hollerith, hoje chamado IBM. 
 
 Como se constata, os inventos viriam a ter 
utilidade nos dias de hoje. Assim também 
aconteceu com a invenção do barco a vapor, de 
autoria de Robert Fulton, em 1803. A 9 de agosto 
daquele ano, Fulton conseguiu navegar com êxito 
num segundo barco (o primeiro partira-se em 
dois); mas, a proeza não convenceu a ninguém e 
muito menos a Napoleão Bonaparte, que não 
aceitou os seus inventos de submarinos e barcos 
a vapor. Fulton começou a ser compreendido 
somente em 1807, quando conseguiu a primeira 
longa viagem, num barco a vapor, o "Clermont" 
que navegou 185 quilômetros em 24 horas no Rio 
Hudson. 
 
 Em 1809 ó cientista alemão Von 
Soemmerring demonstrou a possibilidade de 
funcionamento de seu telégrafo "eletroquímico", 
que aplicava a energia produzida por uma pilha de 
Volta. 
 
 No ano seguinte, um dinamarquês, o 
físico Hans Christian Oersted descobriu 
casualmente que a corrente elétrica gera sempre 
um "misterioso campo magnético" em seu redor. 
 
 Vê-se, assim, que as invenções anteriores 
conduziam a outras; Fulton tomou conhecimento 
desta invenção. Faleceu a 24 de fevereiro de 
1815. 
 
MICHAEL FARADAY 
 
 Em 1831, Michael Faraday, físico inglês, 
demonstrou a possibilidade de produção de uma 
corrente elétrica a partir da indução magnética (é 
a comprovação da reciprocidade eletricidade-
magnetismo). 
 
 A partir de então, o mundo começou a ser 
invadido por uma série de invenções que viriam 
dar ao homem uma noção daquilo que Júlio Verne 
prognosticou em seus inesquecíveis livros de 
ficção. 
 
 O homem de hoje está de tal maneira 
habituado com os serviços prestados pelo 
telefone, rádio, televisão e demais meios de 
telecomunicação que se esquece das grandiosas 
e benéficas influências que estas invenções 
propcaram e continuam provocando na civilização. 
À velocidades incríveis as mensagens faladas ou 
escritas e respectivas imagens assim dados de 
computadores chegam em todos os lugares, 
simultaneamente, transformando o mundo numa 
"aldeia global". Miihões de pessoas dependem 
dos seus meios para a sua convivência e para a 
própria sobrevivência dos sistemas sociais onde 
convivem. 
 
1837 
ANO HISTORICO 
COM O TELEGRAFO TEM INICIO AS 
TELECOMUNICAÇÕES 
 
 Desde o início dos tempos, a necessidade 
de transmitir palavras a grandes distâncias 
conduziu o homem à busca de meios mais rápidos 
de fazê-lo. No século XVII, um monge da abadia 
de Citeaux propôs um sistema capaz de transmitir 
a palavra, baseado na utilização de tubos. Mas, 
dificuldades econômicas impediram o 
desenvolvimento do seu projeto, que era muito 
caro. 
 
 Na mesma época, um inglês imaginou 
uma espécie de telefone de barbante, que 
permaneceu em uso durante algum tempo, em 
regiões mais afastadas. Para compreender o 
 4
princípio e para os que não estão familiarizados 
com a técnica de percepção da palavra, os sons 
resultam de vibrações do ar produzidas pelas 
cordas vocais: as ondas atingem o tímpano e o fa-
zem vibrar. Esta membrana transmite então a 
mensagem recebida para o cérebro. 
 
 Assim, o que o imaginoso inglês fez foi 
fixar em cada extremidade de um barbante um 
cone fechado por uma membrana de pergaminho. 
Bastava falar diante de um deles para que suas 
vibrações fossem transmitidas pelo barbante até a 
outra membrana, que reproduzia os sons. Este 
engenhoso aparelho foi utilizado em diversos 
países do mundo, até se tornar um brinquedo para 
as crianças. No entanto, a distância era 
obrigatoriamente limitada. 
 
SAMUEL MORSE - 7837 
TELÉGRAFO ELÉTRICO 
 
 Eis que chega 1837, quando o "telégrafo 
ótico" de Claude Chappe já tinha se estendido 5 
mil quilômetros, na França. Nesse ano, Samuel 
Morse inventou o telégrafo elétrico, a partir das 
descobertas e estudos do já citado Christian 
Oersted e de André M. Ampere; este último tinha 
criado a eletrodinâmica em 1827. 
 
 Naquele mesmo ano, 1837, um físico 
americano, de sobrenome Pagge descobriu a 
música galvânica, depois aperfeiçoada pelo 
genovês Auguste de La Rive; a descoberta foi 
baseada no fato de que a emissão de notas 
musicais depende do número de vibrações 
imprimidas no ar. O ouvido humano só pode 
perceber acima de 16 vibrações por segundo. Dai 
surgiu à idéia de induzir corrente num eletroímã 
com um número de interrupções superior àquele 
limite. Houve a surpresa: a barra imantada 
produziu sons. Esta invenção logo provocou 
inúmeras experiências no mesmo campo e 
sensibilizou Philippe Reis, mestre de escola 
alemão, em 1860; ele imaginou transmitir os sons 
musicais à distância, usando processo 
semelhante ao do telefone elétrico. Construiu, en-
tão, um aparelho parecido com uma orelha 
humana, cujo tímpano era um pedaço de bexiga e 
aparelhou o engenho. Foi desse modo que seus 
alunos puderam ouvir deslumbrados, as músicas 
que ele tocava na outra sala. Aquele aparelho, 
rudimentar, pelo fato de também transmitir a voz 
humana, embora de maneira imperfeita e quase 
inaudível, foi chamado pelo seu inventor de 
telefone "filosófico" (anos mais tarde, quando 
Graham Bell registrou como seu o termo 
"Telefone" Philippe Reis reclamou a prioridade, 
embora nenhum dos seus aparelhos realmente 
pudesse transmitir a palavra). 
 
 A precariedade da transmissão talvez 
explique porque as autoridades científicas não 
deram atenção ao invento de Philippe Reis; no 
entanto, os seus trabalhos tiveram a sua utilidade. 
O mesmo aconteceu com um tipógrafo, Leon 
Scott, que inventou o "fonoautógrafo", aparelho 
capaz de traçar, com um ponteiro metálico, o perfil 
dos sons da voz humana. 
 
 O telégrafo através de fio elétrico de 
Samuel Morse só teve a sua primeira linha 
inaugurada a 24 de maio de 1844, ligando 
Baltimore a Washington (EUA), aplicando um 
código de sinais, também inventado por ele; o 
código de Morse ainda hoje é usado. 
 
 Anos depois, em 1847, nascia em 
Edimburgo, na Escócia, Alexander Graham Bell, o 
inventor do telefone, largamente comentado e 
reverenciado nas páginas seguintes. 
 
 O advento do telégrafo elétrico facilitou 
bastante as comunicações, mas só efetuava 
transmissões em terra firme. Foi a 17 de agosto 
de 1850, graças à instalação do primeirocabo 
submarino do mundo, que França e Inglaterra 
puderam ligar seus portos de Calais e Dover. Tais 
acontecimentos eram um prosaico aperitivo do 
que estava para vir. Aqui no Brasil, a primeira 
linha de telégrafo elétrico nacional foi inaugurada 
em 11 de maio de 1852, ligando a Quinta Imperial 
e o Quartel de Campo, no Rio de Janeiro; a 
segunda linha, ligando Rio de Janeiro e Petrópolis 
foi inaugurada em 1857. Nesse mesmo ano, outra 
invenção de grande alcance chegou ao 
conhecimento do mundo: o físico inglês David 
Hughes inventou o telégrafo impressor (ou 
teletipo) precursor do fabuloso telex. 
 
 Estes acontecimentos tiveram lugar numa 
época em que as teorias ganhavam o nome de 
"concepção fantástica". Mas eram construídas e, 
surpreendentemente, funcionavam. 
 
 Chegamos, assim, ao dia 5 de maio de 
1865, quando nasceu em Mimoso, Estado de 
Mato Grosso, aquele que viria a ser "Patrono das 
Comunicações do Brasil", Marechal Cândido 
Mariano da Silva Rondon. É em homenagem a 
data de nascimento do ilustre brasileiro que em 
nosso País se comemora o Dia da Comunicação, 
todos os anos, no dia 5 de maio. Mais tarde 
falaremos da a importância do homem que tinha 
por lema: "Morrer, se necessário for; matar, 
nunca". 
 
 Com a telegrafia elétrica já espalhada pelo 
mundo, a 17 de maio de 1865 é fundada a União 
Telegráfica Internacional, que se transformou na 
atual União Internacional de Telecomunicações 
(ITU), com Sede em Genebra. A data de fundação 
da União é comemorada todos os anos, no dia 17 
de maio como o Dia Mundial das 
Telecomunicações. 
 
TELEGRAFIA LIGA A 
EUROPA ÀS AMÉRICAS 
 
 No ano seguinte, 1866, é inaugurado o 
telégrafo ligando a Europa às Américas. A partir 
 5
de então as transmissões telegráficas passaram a 
ser usadas mundialmente, só cedendo primazia, 
mais tarde, para o rádio e o telex. Naquele ano de 
1866 também aconteceu à inauguração da linha 
telegráfica que ligou Rio de Janeiro e Porto 
Alegre. 
 
 A telegrafia já ligava alguns Estados 
brasileiros quando em 1874, no dia 1 de janeiro a 
Western Telegraph Co. Ltd. inaugurou a linha por 
cabo submarino entre Rio, Bahia, Pernambuco e 
Pará. 
 
NASCE MARCONI - 1874 
 
 A 27 de abril, daquele mesmo ano de 
1874, nasceu em Bologna, Itália aquele que seria 
o inventor da radiotelegrafia sem fio: o cientista 
Guglielmo Marconi. Nesse ano, a 22 de junho 
aconteceu nova fase nas comunicações do nosso 
País; naquele dia o Brasil inaugurou o seu 
primeiro cabo submarino, que cruzando o 
Atlântico Sul ligando a América do Sul à Europa. A 
ligação, entre Recife e Lisboa, foi idealizada pelo 
Barão de Mauá; o cabo foi construído por uma 
companhia inglesa e funcionou até 1973, ano em 
que se inaugurou o "Brascan", moderno cabo 
submarino construído pela Embratel, ligando o 
Brasil às Ilhas Canárias e, daí em diante, por meio 
do trecho espanhol, à Europa. 
 
 No ano seguinte, 1875, estava 
acontecendo a corrida dos inventores contra o 
relógio: eram muitos perseguindo a invenção de 
um aparelho diferente do telegrafo, que permitia 
uma mensagem de cada vez; eles queriam 
inventar a transmissão da voz simultânea. E eis 
que Elisha Gray e Alexander Graham Bell 
descobrem que estavam trabalhando no mesmo 
projeto: a invenção do telefone. Bell, naquele ano, 
aceita a colaboração de Thomaz A. Watson, um 
eletricista que decidiu a ajudá-lo. A partir dessa 
data Watson esteve sempre ligado a Bell e na 
invenção do telefone. Era um homem muito 
inteligente e otimista e acerca dele muito 
falaremos a seguir. 
 
 Enquanto o mundo aguardava melhores 
meios, a comunicação telegráfica ia se 
estendendo: os cabos telegráficos submarinos 
chegavam também a São Paulo, Santa Catarina e 
Rio Grande do Sul naquele ano de 1875. 
 
 E então chegou o ano, no qual, com 
rápida seqüência, muitos acontecimentos 
marcariam o advento de uma nova era no campo 
das comunicações: 1876. 
 
1876 
O GRANDE ANO 
NOVA ERA 
SURGE O TELEFONE 
 
 Naquele ano a palavra "telefone" já era 
citada; porém, os aparelhos para os quais tal 
nome era atribuído, eram empíricos e assim não 
obtinham reconhecimento público e nem apoio 
financeiro. 
 
 No dia 7 de março, porém, Alexander 
Graham Bell, um escocês que vivia nos Estados 
Unidos, patenteou o desenho de um aparelho 
chamado de telefone, que viria alterar as 
comunicações de forma tão substancial que em 
seu abono pode-se afirmar ter sido aquele dia o 
início de uma nova era. Outro cidadão norte-
americano, Elisha Gray, duas horas depois, 
também pretendeu registrar os desenhos do seu 
próprio aparelho telefônico. 
 
 A sucessão de acontecimentos 
posteriores à introdução da telefonia e a sua 
influência no mundo estão descritos nas páginas 
seguintes; é uma história em que os Gigantes da 
Comunicação certamente serão aplaudidos à 
medida que a leitura for se desenvolvendo. 
 
TELEFONE CHEGA AO BRASIL 
 
 No ano seguinte, 1877, por influência do 
nosso Imperador Dom Pedro II (que teve decidida 
atuação na implantação da telefonia) teve início a 
instalação de telefones em nosso País. A loja "O 
Grande Mágico" instalou o primeiro telefone 
comercial, ligando-o ao do Corpo de Bombeiros 
(Rio de Janeiro). 
 
 Um engenheiro da Corte, Morris Kohn, 
realizou em agosto de 1877 a primeira ligação 
telefônica interurbana entre a Estação da Estrada 
de Ferro Paulista, em Campinas, com a Estação 
Inglesa (hoje Estação da Luz} em São Paulo. 
 
 Em 1878, o gênio Thomaz Alva Edison fez 
funcionar o aparelho projetado por Cros, o 
fonógrafo, e também aperfeiçoou o telefone. 
Hughes inventou o microfone de carvão, cujo 
princípio é utilizado até hoje nos telefones. Sir 
Willtam Crookes, na Inglaterra, conseguiu realizar 
a válvuia a vácuo e demonstrar a produção de 
raios catódicos, invenção que viria conceder novo 
caminho nas pesquisas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PRIMEIRA PROPAGANDA DO TELEFONE 
 
 A primeira propaganda pública do telefone 
foi feita em maio de 1877, em Nova Yorque. Uma 
Circular intitulada "O telefone", anunciava que a 
palavra falada podia ser transmitida por meio do 
telefone a uma distância de até 20 milhas (cerca 
de 32 quilômetros). A Circular era bastante 
 6
honesta e procurava demonstrar que poderiam 
existir falhas nos produtos anunciados. 
 
 "A conversação podo ser facilmente 
estabelecida após uma ligeira prática e com a 
eventual repetição do uma palavra ou frase. Logo 
que se começa a ouvir ao telefone, se bem que o 
som seja perfeitamente perceptível, a articulação 
parece indistinta; mas após algumas tentativas o 
ouvido se acostuma ao som característico e 
encontra pouca dificuldade em compreender as 
palavras". 
 
ANUNCIO DO "TELEPHONIO" 
 
 Uma das primeiras citações no Brasil, a 
respeito do telefone, foi feita no jornal "A Província 
de São Paulo", no dia 20 de fevereiro de 1878 
(antes mesmo, portanto, da invenção ter sido 
patenteada no dia 7 de março daquele ano). 
 
A MAIOR DE TODAS AS 
INVENÇÕES DO 
GÊNIO EDISON 
 
 No ano de 1879, memorável para a 
humanidade, o incrível Thomaz Edison conseguiu 
a concretização do invento pelo qual tanto 
batalhara: a primeira LÂMPADA ELÉTRICA, de 
filamento incandescente, que ficou acesa durante 
140 horas: 21/10/1879, esse foi o dia em que o 
"bruxo" de Menlo Park começou a iluminar o 
mundo, graças à sua genialidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Àquele tempo, telegrafia e telefonia já 
começavam a disputar nos Tribunais uma luta que 
se prolongaria por muitos anos. A questão: a 
telefonia era ou não uma telegrafia diferente, 
apenas sofisticada, mas sempre telegrafia? 
 
 A 21 de agosto (1881) foi editada a 
primeira Lista Telefônica do Brasil, no Rio de 
Janeiro, contendo apen3s telefones comerciais. 
 
 Em18 de março de 1882, o Decreto 8457 
autorizava a Companhia Telephonica do Brasil a 
fornecer serviços telefônicos a outras cidades 
brasileiras, tais como Salvador, Maceió, Porto 
Alegre, Pelotas e Petrópolis. Estava sendo 
iniciada, naquele ano a implantação da telefonia 
em nosso território, o que aconteceu rapidamente. 
O Rio de Janeiro já contava com 300 telefones. 
Ao mesmo tempo as linhas telegráficas 
internacionais também eram estabelecidas. A 
primeira informação concreta sobre a implantação 
de telefones em São Paulo data de janeiro de 
1884 quando o jornal "Correio Paulistano" noticiou 
a abertura dos serviços da Companhia de 
Telegraphos Urbanos. 
 
COMO VIAM O TELEFONE EM 1877 
 
 Em 1877 um jornal da Grã-Bretanha ainda 
ironizava, dizendo que o telefone de Alexander 
Graham Bell era uma brincadeira e seu inventor 
um excêntrico. E embora muitos julgassem o 
telefone de Bell como a coisa mais espantosa que 
havia nos Estados Unidos, o jornal dizia que o 
invento era tratado em Londres, antes de tudo 
como a última fraude americana. 
 
OS GÊNIOS CONTINUAM 
INVENTANDO 
 
 Outra grande invenção viria dar novo 
impulso às comunicações no ano de 1886: Otto 
Mergenthaler inventou o linotipo, revolucionando a 
imprensa escrita. O linotipo imprimiu nova 
velocidade à composição de texto, superando o 
antigo método manual da compor letra a letra. 
 
HERTZ DÁ INÍCIO AO "SEM FIO" 
 
 Em 1887, outra descoberta colossal viria 
abrir caminho principalmente para as 
comunicações hoje chamadas "sem fio". O físico 
alemão Heinrich Rudolph Hertz, desenvolvendo a 
teoria formulada por James Maxwell, descobriu as 
ondas eletromagnéticas (hoje denominadas ondas 
hertzianas); outros cientistas imprimiriam novo 
caminho às suas pesquisas, culminando com a 
maior de todas elas quando Lua e Terra 
mantiveram comunicação peio rádio em 1969. 
 
 Por sua vez, naquele ano, o incrível 
Edison inventava o Kinotoscope, projetor de 
fotografias em movimento. Muitas invenções 
seriam mais tarde usadas conjuntamente, como 
no caso da máquina de escrever x telefone (telex). 
 
 Em 1890 o norte-americano Herman 
Hollerith inventou 3 "máquina de recensear", 
capaz de computar informações do 240 diferentes 
áreas, o que deu origem ao Sistema IBM dos 
nossos dias, verdadeiramente revolucionário. 
 
 Foi um ano muito importante para a 
telefonia o de 1892: Alrnon Brown Strowger 
inaugurou, a 3 de novembro, nos EUA, a primeira 
central telefônica automática do mundo, uma 
inovação sensacional para os 56 assinantes de La 
Porte (Indiana). Por sua vez, na Suécia, Lars 
Magnus Ericsson criava o primeiro aparelho 
"Monofone" acoplando numa só peça o fone e o 
bocal. 
 
 
 
 
 
 
 7
 
1893 
PADRE 
LANDELL DE MOURA 
 
 Um padre brasileiro, de nome Landell de 
Moura também fazia experiências de 
comunicação e, em 1893 realizou com êxito, em 
São Paulo, as primeiras transmissões no mundo 
de sinais telegráficos e de voz humana em 
telefonia sem fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em 1834, Guglielmo Marconi dá início, na 
Itália, às experiências da telegrafia sem fio, 
conseguindo, em 1895, transmitir sinais que 
transpuseram uma colina. A história de Marconi 
mereceu também significativas referências nas 
páginas seguintes, onde se Será o incrível 
progresso havido no mundo, graças ao telefone e 
ao rádio sem fio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em 1897, o inglês Oliver Joseph Lodge 
inventou um dispositivo, o coesor, que consistia 
num tubo de vidro dentro do qual eram colocadas 
limalhas metálicas, suavemente comprimidas por 
dois pequenos pistões de metal. A Patente desse 
invento, que permitia uma melhor sintonia nas 
emissões radiofônicas, selecionando um sinal 
entre vários e impedindo que os diversos 
transmissores interferissem entre si, foi adquirida 
por Marconi, que por sua vez nesse mesmo ano, a 
13 de julho, conseguiu enviar sinais telegráficos 
através das ondas hertzianas, isto é, sem fio, a 
uma velocidade de 300 mil quilômetros por 
segundo. 
 
 O ano de 1901 encontrou Porto Alegre 
implantando o 1º Centro Telefônico à Bateria 
Central, com rede de cabos subterrâneos, sistema 
pioneiro na América do Sul (quinta cidade no 
mundo). No dia 12 de dezembro daquele ano pela 
primeira vez a comunicação radiotelefônica ligou 
dois continentes: América do Norte e Europa; dois 
anos após (1903), um telegrama daria a volta ao 
mundo peta primeira vez, gastando nove minutos. 
 
 Em 1904, o inglês John A. Fleming 
inventou a válvula termiônica, que permitiu 
"detectar" sinais de rádio. 
 
 Em 1905, o mundo pode comprova um 
dos ângulos em que o telégrafo sem fio passaria a 
participar do salvamento de vidas: o comandante 
do navio "Republic" possibilitou o salvamento dos 
seus passageiros graças ao primeiro dramático 
pedido de socorro (CDQ — hoje SOS) de que se 
tem notícia. A comunicação sem fio / telegrafia 
teve participação histórica quando do 
afundamento do luxuoso "Titanic", transatlântico 
considerado inafundável, no dia 15 de abri de 
1912). 
 
 Em 1906, aconteceu uma novidade: 
Regjnald A. Fossenden, físico norte-americano, 
fez a primeira autêntica demonstração de emissão 
radiofônica, transmitindo não só a sua voz como 
também o som de um violino que ele próprio tocou 
para seus raros ouvintes. Foi o primeiro programa 
de "broadcasting" da história. Enquanto isso, na 
Alemanha, Karl F. Braun (que ganhou o Prêmio 
Nobel com Marconi, em 1909), viu a sua válvula 
de raios catódicos ser aplicada no primeiro 
aparelho de televisão construído no mundo. 
 
 O físico russo Boris Rosing foi o primeiro a 
pensar na utilização dos raios eletrônicos para 
transmissão de imagens (televisão), em 1907, 
Auxiliado por Vladimir K. Kworykin conseguiu 
reproduzi-las num tubo de Braun (trinta anos 
depois, Kworykin inventou uma câmara de 
televisão constituída por um tubo sob vácuo, no 
qual a imagem era projetada sobre uma tela 
composta de um mosaico de minúsculos 
elementos). Vladimir, a partir de 1919, fixou-se 
nos Estados Unidos onde, em 1929, entrou para a 
Radio Corporation of América - RCA, da qual se 
tornou diretor de pesquisa. 
 
 E o incansável Lee de Forest inventava, 
também em 1907, a válvula de três pólos, que 
também facilitaria a introdução de aparelhos mais 
modernos. 
 
CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA 
COMEÇA A 
RADIODIFUSÃO NO BRASIL 
 
 Porto Alegre, a 29 de abril de 1922, 
instalou a primeira estação de telefonia 
automática no Brasil. A 29 de maio a Radiobrás 
(Cia. Radiotelegráfica Brasileira) iniciou os 
serviços de telegrafia e telefonia via rádio entre 
Rio de Janeiro, Nova Yorque, Roma, Paris, 
Londres e Berlim. No dia 7 de setembro daquele 
ano comemorava-se o Centenário da 
Independência do Brasil; Roquete Pinto e 
 8
Henrique Morize transmitem o discurso de 
Epitácio Pessoa pelo rádio, fazendo com que 
centenas de paulistas ouvissem a voz do 
Presidente da República por meio de alto-falantes 
instalados na Praça da Sé. A estação 
transmissora foi instalada no alto do Corcovado; 
era a primeira transmissão radiofônica no Brasil. 
 
 Naquele dia também houve troca de 
saudações, por transmissão radiofônica, entre os 
Presidentes Epitácio Pessoa e Herbert Hoover, 
dos Estados Unidos. 
 
 Em 1923, num laboratório da 
Westinghouse, o cientista Vladimir Kosma 
Zworykin (nascido na Rússia, mas naturalizado 
norte-americano) desenvolve o iconoscópio, 
elemento básico para a futura realização da 
televisão. 
 
 A 22 de setembro daquele ano, a Rádio 
Sociedade do Rio de Janeiro (atual Roquete 
Pinto) iniciava suas transmissões normais, com o 
"slogan" "Pela cultura dos que vivem na nossa 
Terra, pelo progresso do Brasil". 
 
 No dia 28 de novembro o Decretonº 
16.222 autorizava a "Rio de Janeiro and São 
Paulo Telephone Co." a continuar a funcionar na 
República, sob a denominação de "Brazilian 
Telephone Co." (Companhia Telefônica 
Brasileira). 
 
1931 
EMOÇÃO 
DA ITÁLIA MARCONI INAUGURA 
O CRISTO REDENTOR NO CORCOVADO 
 
 No dia 11 de julho de 1928, São Paulo 
inaugurava o serviço telefônico automático, 
quando a Capital contava com 25 mil telefones. 
 
 Ano 1931: são feitas ligações telefônicas 
entre França e Inglaterra por meio de microondas. 
Naquele ano, a 12 de outubro, Marconi enviou um 
impulso elétrico hertziano da Itália e acendeu as 
luzes da estátua do Cristo Redentor, no alto do 
Corcovado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em 1934, a 18 da outubro, morre Thomaz 
Alva Edison. "O Bruxo de Menlo Park". Edison, 
decididamente foi um dos maiores gênios; 
lâmpada elétrica e fonógrafo são apenas duas das 
1200 invenções que ele patenteou. Aos 84 anos, 
na hora da sua morte, dezenas de jornalistas 
recebiam boletins médicos. Às 3 horas e 24 
minutos veio o último boletim: "A LUZ SE 
APAGOU". 
 
 O ano de 1935 encontra a BBC iniciando 
transmissões regulares de TV. Também a França 
instalou sua primeira estação na Torro Eiffel. 
 
 Em 1937, dia 20 de julho, morreu outro 
gônio: Guglielmo Marconi. 
 
O MUNDO COMEÇA A MUDAR 
 
 Então, numa impressionante rapidez, 
novas investidas da ciência viriam conceder ao 
mundo outros tipos de máquinas e aventuras que, 
no tocante ao tempo e inventividade, nem mesmo 
renomados futurólogos ousaram prever: em rápida 
sucessão chegaram o transistor em 1947 e o 
"laser", em 1953, que vieram modificar métodos e 
introduzir diversificada fabricação de novos 
aparelhos para as comunicações e, inclusive, para 
a medicina, com o emprego desses condutores. 
 
 Obtida a miniaturização nos componentes 
eletrônicos, teve início a era dos satélites de 
comunicação, em 1962, dos quais desfrutamos 
soberba eficiência no campo da telefonia, 
telegrafia, telex, televisão, meteorologia e outros 
usos. 
 
 Os fatos mais recentes, muitos deles de 
grandeza e repercussão idênticas aos 
mencionados até aqui, deixam de ser catalogados 
porque, usando linguagem fantasiosa, podem 
praticamente sarem "palpados" pelos que nos 
lêem. No entanto, deve ser mencionado que o 
excelente avanço e desempenho das 
telecomunicações em nosso País, deve ser 
creditado a três fatores: o primeiro foi a iniciativa 
do Governo Brasileiro ao criar a Empresa 
Brasileira de Telecomunicações AS - EM8RATEL, 
em 16 de setembro de 1955 e posterior instalação 
do Ministério das Comunicações MINICOM 
(15/3/1957). Em 1973, a 9 da novembro, o 
MINICOM criou a Telecomunicações Brasileiras 
SA — TELEBRÂS — empresa "holding" do setor 
até a década de 90 quando foram privatizadas 
todas as companhias que compunham o sistema 
Telebrás dando lugar ao aparecimento da Agencia 
Nacional de Telecomunicações – ANATEL.. 
 
 Nosso Pais, desde o início da implantação 
dos modernos meios de comunicação não 
conseguia libertar-se da deplorável estagnação 
que tolhia seus anseios da progredir. Com o 
advento das salutares medidas tomadas pelo 
Governo, em poucos anos nossa Nação começou 
a desfrutar de eficientes serviços permitindo-nos 
declarar, inclui-se entre aqueles de mais elevado 
padrão no mundo. 
 
 
 
 9
 
 
EVOLUÇÃO DA TELEFONIA NO MUNDO 
NOSSO IMPERADOR – D. PEDRO II – INFLUIU 
 
 A fim de festejar o Centenário da 
Independência dos Estados Unidos, em 1876, 
uma monumental Exposição Internacional foi 
instalada em Filadélfia, o Presidente daquela 
nação, General Grant, convidou muitas 
personalidades famosas para as comemorações. 
Entre elas, a Imperatriz Tereza Cristina e o 
imperador Dom Pedro II, que fizeram prolongada 
visita àquele País. 
 
 Naquele ano, Bell obtivera a patente do 
telefone e o desenvolvera razoavelmente mas não 
conseguira expor o seu invento no pavilhão de 
eletricidade, tendo que se conformar em expor 
seu invento em local nada privilegiado daquela 
imponente Exposição. 
 
 O invento de Bell estava exposto há seis 
semanas sem que ninguém lhe desse atenção. 
Checou, então, um domingo em que a Comissão 
Julgadora analisaria os produtos expostos, a fim 
de conceder os prêmios. Nosso Imperador fazia 
parte da Comissão. 
 
 Dom Pedro II havia conhecido Graham 
Bell quinze dias antes, quando de uma visita à 
Escola de Surdos de Boston. O Imperador 
estivera na Exposição, mas lá voltou, no dia 25 de 
junho, não como visitante mas como integrante da 
Comissão Julgadora. Naquele domingo a vistoria 
da Comissão já estava para ser encerrada quando 
Bell acenou para o Imperador. Abraçaram-se e 
Bell sugeriu que Sua Majestade examinasse a 
"máquina falante". Uma voz qualquer ironizou e 
chamou o aparelho de "brinquedo infantil", mas o 
imperador aceitou o convite de Bell e insistiu que 
todos os membros da Comissão Julgadora deviam 
examinar o aparelho. Apesar de já ser tarde, cerca 
de 19 horas, houve a demonstração, com muitos 
assistentes — mais interessados no Imperador do 
que no aparelho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Dom Pedro ficou numa ponta do fio e Bell 
ficou na outra, cerca de 150 metros distantes. 
Subitamente, aconteceu o grande momento; Dom 
Pedro ouviu Bell, que disse: "To be or not to be" e 
por sua vez exclamou a frase histórica: - MEU 
DEUS, ISTO FALA! (My God, it speaks). 
 
D. Pedro demonstrou tal entusiasmo, ao ouvir, 
através do fio, a voz de Graham Bell, que acabou 
por chamar a atenção da Comissão Julgadora. E 
após testarem o aparelho, o reconheceram 
oficialmente e concederam ao seu inventor um 
certificado especial de mérito. 
 
 
O telefone da Graham Bell ganhou o mundo, nas 
noticias dos jornais e no respeito dos cientistas. 
Até então, ninguém havia atribuído maior 
importância ao telefone, considerado um 
brinquedo "Infantil" ou, na melhor das hipóteses, 
"Filosófico". 
 
 A presença da D. Pedro II conferiu novo 
sentido e talvez a força extraordinária que faltava 
para a promoção do invento. 
 
TELEFONIA NO BRASIL 
 
 Em 1876, ano da invenção do telefone, 
tudo aconteceu muito rapidamente no mundo, 
com relação ao invento; inclusive no Brasil, aonde 
o telefone chegou logo no ano seguinte, por 
iniciativa do Imperador Pedro II. 
 
 Hoje o povo conversa com a maior 
naturalidade peto telefone (do grego: "tele" = 
longe e "fone" = voz, isto é, voz transmitida ao 
longe) sem se aperceber que milhares de anos 
foram necessários para chegar aos aparelhos de 
hoje. 
 
 Como se sabe, nosso Imperador, Dom 
Pedro II, era um homem muito decidido e, não 
fora ele, talvez a história da telefonia tivesse 
tomado caminho diverso e adverso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NO RIO DE JANEIRO 
 
 As informações sobre o início da telefonia 
no Brasil não são precisas. Sabe-se que em 
janeiro de 1877, um ano após a invenção do 
telefone uma empresa de telegrafia (Western) 
construiu alguns aparelhos telefônicos na sua 
oficina do Rio de Janeiro, dos quais um foi 
instalado na residência de D. Pedro II (Palácio de 
São Cristóvão) e outro no escritório da própria 
Western (outros historiadores dizem que o 
telefone instalado no Palácio teria sido presente 
de Alexander Granam Bell (o inventor) para o seu 
amigo Imperador). Outro aparelho foi instalado na 
casa comercial "O Grande Mágico" de Antônio 
Ribeiro Chaves (no Beco do Desvio, atual rua do 
 10
Ouvidor), que por sua vez implantou outra ligação 
com o Corpo de Bombeiros. O público ia à casa 
das mágicas para apreciar o aparelho... 
 
 No mesmo ano a firma Rhode & Co. ligou 
seus escritórios com os armazéns e também o 
Jornal do Commercio já possuía o seu 
aparelho...e assim o telefône começou a causar 
sensação.A 15 de novembro de 1879, com o 
Decreto 7539, o imperador outorgou a primeira 
permissão "para construir e operar linhas 
telephonicas nesta Capital do Rio de Janeiro e 
seus subúrbios e na cidade de Nictheroy"; a 
permissão foi concedida a Charles Paul Mackie, 
que representava a Bell Telephone Co. Paul 
organizou a Brazílian Telephone Co. a 13 de 
outubro de 1880. Um dos diretores da primeira 
concessionária, Theodore Vail, era homem 
talentoso, que ajudara Granam Bell a construir A 
Bell System nos EUA (que hoje é detentora de 
cerca de 25% dos telefones de todo o mundo). Já 
no mesmo ano de 1880 foram construídas as três 
primeiras linhas distantes, com 1600 metros de 
extensão. No final de 1883 já estavam instalados 
no Rio de Janeiro 1000 telefones e uma linha 
interurbana de 100 quilômetros ligava a Capital 
Federal a Petrópolis. 
 
 Em 1885 a "Tropical American Telephone" 
(de Boston} obteve os direitos da Brazilian e a 
incorporou, em fins de 1886, a uma recente 
empresa que acabara de formar:.a Cia. União 
Telephonica do Brasil, que passou a operar sete 
estações com 2195 assinantes (três estações no 
Rio, com 1675 assinantes; duas estações em 
Pernambuco com 275 assinantes e duas estações 
na Bahia com 245 assinantes). 
 
 Em 1889 caducou a concessão para a 
exploração dos serviços telefônicos da empresa, e 
o Governo Provisório passou os direitos para a 
municipalidade do Distrito Federal, pelo decreto 
199 de 6/2/1890. 
 
 De 1879 a 1890 as concessões de 
serviços telefônicos para qualquer ponto do 
território nacional eram exclusivas do governo 
monárquico e provisório. De 1891 em diante (após 
a promulgação da Constituição da República, em 
24 de Fevereiro), tornou-se de competência do 
governo municipal permitir os serviços telefônicos 
nos municípios; do estadual, os serviços 
intermunicipais; e do federal, os serviços 
interestaduais. 
 
EM SÃO PAULO 
 
 As primeiras notícias sobre telefonia em 
São Paulo mencionam a propaganda do invento 
que Morris N. Kohn, engenheiro da Corte, fez em 
agosto de 1878, em Campinas. Na presença de 
muitos convidados, numa das salas da Estação da 
Estrada de Ferro Paulista. Morris fez uma ligação 
para um telefone instalado em São Paulo, na 
Estação de Trens Inglesa {hoje Estação da Luz} 
diante de grande entusiasmo e admiração dos 
presentes. 
 
 No mesmo ano, ainda em Campinas, 
Leon Rodde fez propaganda do telefone e do 
fonógrafo, utilizando para isso o palco do Teatro 
Rink, ao mesmo tempo que Ferdinand Rodde & 
Co. Ltd. publicava na imprensa campineira artigo 
assinalando que era a única agente encarregada 
pelo inventor do telefone a introduzir o aparelho 
na América do Sul. 
 
 As primeiras concessões no Estado foram 
dadas a Arthur Teixeira de Macedo, pelo decreto 
8.458, de 18 de março de 1882 (São Paulo e 
Campinas); a Morris Kohn, em 1882 (Santos); 
Ferdinand Rodde & Co. Ltd., em 1884 (São Paulo 
e Campinas); João Carlos Eugênio da Silva 
Ruella. em 1884 ( São Paulo e Campinas). 
 
A 1ª PAULISTA 
 
 "Os primeiros serviços telefônicos de São 
Paulo foram os da Empreza Telephonica 
Campineira, criada em 5 de Janeiro de 1884, pela 
firma Ferdinand Rodde & Co. Ltd. Logo após a 
autorização da Câmara Municipal de Campinas 
para o seu funcionamento (31-3-1884), a empresa 
campineira providenciou a instalação de postes e 
fios pelas ruas e praças da cidade, e até mesmo 
nas estradas mais próximas. Enquanto esse 
trabalho ia sendo desenvolvido, alguns 
proprietários da região, receosos de choques 
elétricos, começaram a protestar. A "Gazeta de 
Campinas", entretanto, se encarregou de desfazer 
o medo, mostrando as maravilhas do novo 
invento. Os serviços telefônicos foram logo 
inaugurados, com mais de 20 assinantes. "Eis 
alguns nomes extraídos quando a relação de 
"assinantes" já contava 328 deles: 
 
Barão Geraldo de Rezende 
Baroneza de Anhumas 
Eléctrico Philarmonico Castro Ferraz 
Desinfectório Central 
 
 Algum tempo depois a Empreza 
Telephonica Campineira foi vendida para a firma 
Olympo Rodrigues & Cia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em 1884 proliferavam as empresas a elas 
se digladiavam pela exclusividade, como se 
constata em um anúncio da Companhia de 
 11
Telegraphos Urbanos, publicado no "Correio 
Paulistano" de 6 de janeiro daquele ano, onde 
comunicava a abertura dos ' seus serviços. No dia 
seguinte houve o protesto da firma Alvares Pereira 
& Cia. que reclamava ter privilégio exclusivo dos 
serviços telefônicos, tanto assim | que já contava 
com muitos pedidos, embora não houvesse, 
ainda, instalado os telefones. A Companhia de 
Telegraphos Urbanos, mais eficiente, 24 horas 
depois, no dia 8-1-1884, instalava os 11 primeiros 
telefones residenciais e comerciais na Capital 
paulista, conforme Lista Telefônica (a primeira...) 
que os jornais publicaram: 
 
1. Lebre, Irmão & Sampaio 
2. Hotel de França 
3. Moreira & Abílio Soares 
4. Banco Mercantil 
5. Clube dos Girondinos 
6. Correio Paulistano 
7. Dona Veridiana Prado 
8. Dr. Eduardo Prates 
9. Dr. Martinho Prado 
10. Dr. Falcão Filho 
11. Dr. Vicente de Queiroz 
 
 Em 1884 surgiu outra empresa telefônica 
em São Paulo: a Companhia Telephonica do 
Estado de São Paulo (CTESP) que obteve 
concessões para operar os sistemas telefônicos 
locais e interurbanos, nos municípios de São 
Paulo, Santos, Campinas e São Vicente, bem 
como para explorar as linhas interurbanas de São 
Bernardo e Santo Amaro. A CTESP teve suas 
origens nas concessões feitas a Morris N. Kohn, 
em 1882 (para operar em Santos), e a João 
Carlos Eugênio da Silva Ruella (para operar em 
São Paulo e Campinas conforme decreto imperial 
nº 9.116 do dia 5 de janeiro de 1884, a mesma 
data do decreto 9.114 que dava permissão para a 
Campineira operar). 
 
 Em 1911 a CTESP comprou a 
"Campineira" (que era de Olympo Rodrigues & 
Cia) e em junho de 1914 a "Brazilian Traction" 
adquiriu o controle acionário da CTESP. Em 
dezembro de 1915, quando a "Brazilian Traction" 
já possuía 95% da CTESP, esta empresa operava 
os serviços telefônicos interurbanos entre São 
Paulo, Santos e Campinas e os seguintes serviços 
locais (a maioria dos telefones eram comerciais): 
 
São Paulo 6.131 assinantes 
Santos 1.019 assinantes 
Campinas 753 assinantes 
TOTAL 7.903 assinantes 
 
 Em 1915 a "Braziiian Traction" decidiu 
construir na rua Sete de Abril um prédio para 
atender às necessidades das principais empresas 
telefônicas paulistas, já sob o seu controla 
acionário, desde 1914: a CTESP e a Bragantina. 
 
 A "Bragantina", na verdade, foi a Empreza 
Telephonica Bragantina,' instalada na cidade 
paulista de Bragança Paulista em 17-7-1896. 
Aquela empresa, após 22 anos de existência 
possuía 1641 quilômetros de linhas telefônicas, 
cinco vezes mais que a pioneira "Campineira" que 
tinha 370 quilômetros. A história da Bragantina 
marcou, como outras empresas de outros setores, 
a vitória de homens otimistas e dedicados ao 
trabalho, cujas realizações dão destaque aos 
nomes das firmas, olvidando os nomes dos 
pioneiros. Mas, por terem sido os maiores, é 
devida a citação dos seus nomes: Nicolino 
Nacaretti, capitão Gabriel da Silveira e João 
Baptista de Britto. 
 
 Sobre os primórdios da telefonia nesta 
região da Borda do Campo, pouco se sabe, a não 
ser que a Cia Telefônica do Estado de São Paulo 
(CTESP) andou instalando alguns telefones, em 
data imprecisa, na antiga região de São Bernardo. 
 
A AUTOMATIZAÇÃO 
E AS 
TELEFONISTAS 
 
 Voz suave e clara, boa audição, 
paciência, destreza manual e urbanidade. Essas 
são as características das telefonistas que, 
acompanham passo a passo a evolução da 
telefonia. 
 
 Em 1929, quando surgiu a automatização 
dos telefones do Brasil, surgiram diversascrônicas na imprensa sobre o papel da telefonista 
na vida da cidade. Todos pensavam que a nova 
tecnologia em comunicação causaria a sua 
dispensa em massa. 
 
 Mesmo com a automatização dos serviços 
em 1929 e mais tarde com a implantação 
gradativa do sistema de Discagem Direta à 
Distância, em 1969, a telefonista continuava 
insubstituível em sua função de facilitar o diálogo 
entre as pessoas. 
 
 
A GUERRA AO MOSQUITO 
 
 Um dos fatos mais lembrados ocorreu 
durante o surto de febre amarela, em maio de 
1929. A Companhia Telefônica Brasileira uniu-se, 
 12
nessa ocasião, a campanha empreendida pela 
Saúde Pública, no sentido de alertar a população 
contra o mosquito transmissor. E nos dias 13, 14 e 
15 de maio daquele ano, quando atendiam aos 
assinantes, as telefonistas diziam a seguinte 
frase: "Guerra ao mosquito. Número faz favor?". 
Isso foi repetido cerca de 1.500.000 vezes. E virou 
até título de uma revista teatral. 
 
 A introdução do serviço automático, além 
do protesto da população, que pensava ser o fim 
das telefonistas, trouxe a necessidade de uma 
campanha de reeducação da empresa para esta 
mesma população. A operação de discar, tão 
simples nos dias de hoje, foi ensinada vezes e 
mais vezes às pessoas, acostumadas com a 
intervenção da telefonista. 
 
 Mas o advento do serviço automático não 
traria a eliminação das telefonistas: elas seriam 
reaproveitadas em ligações interurbanas e em 
serviços internos. O aumento de facilidade nas 
ligações trouxe um número maior de usuários, e 
com eles, mais telefonistas para chamadas 
interurbanas. Além disso, o crescimento industrial 
do Brasil já era significativo e muitas empresas 
começavam a solicitar estas moças. As escolas 
especializadas preparavam telefonistas e assim a 
profissão se aprimorou. Hoje, ficou sendo uma 
profissional muito procurada pelas empresas que 
expandem seus serviços. Todos os anos, em 29 
de junho, público e autoridades externam o 
carinho mantido por essas profissionais, enviando 
flores e cumprimentos pelos serviços recebidos. É 
o dia da telefonista. 
 
1906 - TELEFONE 
SEM MANIVELA 
 
 Depois de passar alternadamente de 
firmas particulares para o Governo, o serviço 
telefônico do Rio foi adquirido em 6 de junho de 
1889, peta Brasilianische Elektricitate Gesellchaft, 
com um prazo de concessão de 30 anos. Iniciava-
se com isso a estabilização do serviço telefônico 
na capital da República. 
 
 A nova firma, com sede em Berlim, 
possuía aparelhagem de fabricação alemã e o tipo 
de equipamento era a magneto. Os telefones 
ficavam ligados à central apenas por um fio. Na 
caixa do aparelho havia uma manivela, que o 
assinante movia para chamar a telefonista na 
central; esta, então, fazia a ligação. Ao terminar, o 
assinante movia a manivela em sentido contrário e 
a telefonista recebia na central o sinal para 
desligar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em 1906, um incêndio destruiu as instalações da 
Companhia, na Praça Tiradentes, interrompendo 
durante sete meses todo o serviço telefônico da 
cidade. Reconstruiu-se o prédio e os aparelhos 
antigos foram substituídos por novos, já sem 
manivela, importados dos Estados Unidos. 
Bastava levantar o fone do gancho, para a 
telefonista atender. 
 
EM 1900 O 
TELEFONE JÁ AJUDAVA 
A POPULAÇÃO 
A SE PROTEGER 
 
 No Inicio do século já existia um sistema 
telefônico - telegráfico implantado exclusivamente 
para garantir a proteção e segurança da 
população na então tranqüila São Paulo. Era o 
Telégrafo Policial, que tinha a mesma finalidade 
dos telefones ligados diretamente com a polícia. 
 
 O Telégrafo Policial nº 321, por exemplo, 
foi instalado em 1900 na rua Aurora e possibilitava 
ao público contato direto coro os departamentos 
encarregados da Segurança Pública da cidade 
para comunicação de algum acidente (desastre, 
crime, resistência à polícia etc). 
 
 Para isso, bastava colocar s seta 
indicadora no local desejado e puxar a alavanca, 
solicitando conforme o caso, o carro de preso, a 
ambulância etc. 
 
 O sistema era provido, ainda, do código 
Morse, no caso do telefone falhar; ao usuário 
cabia, então, abrir a peça do mostrador e através 
do telégrafo acoplado internamente comunicar o 
desejado. Hoje, o Telégrafo Policial faz parte do 
acervo do Museu do Telefone da Telefônica. 
 
UM ANUNCIO DE 1881 
 
 Enquanto aguardava a autorização 
imperial para funcionar, a Companhia tratou de 
divulgar as vantagens da telefonia. Para isso, 
 13
publicou no Jornal do Comrmercio do dia 28 de 
fevereiro de 1881 uma nota informativa: "Esta 
Companhia propõe-se a estabelecer nesta cidade, 
seus subúrbios e Niterói, em virtude da concessão 
feita a Charles Paul Nackie, o sistema de 
comunicação telefônica geral, que é hoje o 
característico tão notável nas comunicações 
comerciais e oficiais em Nova-Yorque, Londres e 
Paris". 
 
 Mais adiante, o anúncio explicava: "Por 
este sistema estabelece-se comunicação verbal e 
confidencial imediata entre quaisquer dos assi-
nantes, dentro do território em que funcionarão as 
linhas. 
 
 A Companhia fornecerá todos os 
aparelhos, construirá as linhas e as conservará a 
sua custa. Os assinantes pagarão por essas 
linhas um aluguel fixo correspondente à distância 
das estações centrais. 
 
FANTASIAS ULTRAPASSADAS 
DOS GROTESCOS APARELHOS AOS 
TELEFONES DE HOJE, PODE-SE ANTEVER O 
QUE VIRÁ... 
 
 A palavra "comunicação" se transformou 
nos dias que correm em algo que faz parte do ser 
humano, na forma mais sensível de todos os 
tempos; é um fenômeno social importante. Há 
muitos e muitos séculos a palavra, os desenhos 
nas cavernas e posteriormente a escrita, deram 
início a uma infinidade de meios que o homem 
arranjaria para se expressar melhor e para se 
entender com outros homens. Aliás, a 
necessidade de comunicar nasceu antes mesmo 
da palavra. Antes de aprender a falar, o Homem 
era pouco mais inteligente do que os macacos. 
 
 Mas, nos primórdios do ser humano na 
terra, o homem das cavernas começou a criar a 
linguagem articulada, dando a cada grunhido, a 
cada som de sua garganta ou à combinação 
deles, um significado. Muito depois, há pouco 
mais de 8 mil anos, inventou a escrita. Dos 
desenhos que ainda podemos encontrar nas 
paredes das cavernas, o homem ria antiguidade 
passou aos sinais gráficos, que representam sons 
ou idéias. 
 
 O homem foi inventando meios para 
comunicar-se à distância. Mais modernamente, 
aparelhos grotescos serviram de trampolim para 
inventos mais eficientes, satisfazendo 
razoavelmente às necessidades da cada época. 
Porém, houve certo período em que a civilização 
começou a crescer e necessitou caminhar mais 
depressa na busca de recursos mais adequados, 
pois os negócios exigiam informações que deviam 
ir depressa e retornar depressa dos seus destinos. 
 O mundo começou a necessitar da 
comunicação de massa, em larga escala. 
 
 Muitas experiências foram feitas pelo 
homem; mas, foi somente no século XVIII que se 
iniciou o período revolucionário nas 
comunicações, que viria entregar às populações 
os devidos recursos para satisfazer às suas 
necessidades e não só; se uma análise coerente 
for feita, ver-se-á que a oferta da ciência, de hoje, 
no campo da comunicação, já ultrapassou as 
fantasias escritas há poucos anos pelos 
futurólogos. O telefone é uma dessas ofertas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14
 
 
 
 
 
 
 
 
 O telefona foi inventado a desenvolvido 
por um professor de surdos-mudos, chamado 
Alexander Graham Bell, coma ajuda de um 
eletricista de nome Thomaz Watson. 
 
 
 
 
Alexander Graham Bell 
 
 
 
 
 
 
Thomas J. Watson 
 
 
 
 
 No início do século passado, havia um 
sapateiro na Escócia, de nome Alexander Graham 
Bell, que enquanto batia solas, recitava 
Shakespeare. E fazia isto tão bem que um dia 
acabou partindo para o teatro. Lá, porém, 
descobriu outra profissão: como professor teatral 
de dicção desenvolveu considerável prática no 
tratamento dos defeitos da fala, tornando-se 
especialista em foniatria. Seu filho, Alexander 
Melville Bell, interessou-se também pela 
linguagem humana e tornou-se médico, 
especializando-se nos órgãos da fala. E um 
terceiro Alexander, neto do sapateiro-artista e filho 
do médico já internacionalmente famoso, 
continuaria o trabalho iniciado pelos dois. Foi ele 
Graham Bell nascido a 3 de março de 1847, em 
Edimburgo, na Escócia. Até os 11 anos de idade, 
Granam Bell chamava-se simplesmente Alexander 
Bell, como o avô. Na escola, a professora sugeriu-
lhe que escolhesse um nome "intermediário" para 
distinguir-se dos ascendentes: depois de consultar 
os familiares, optou por Graham, em homenagem 
a um grande amigo de seu genitor. 
 
 Seu pai ganhava a vida dando aulas sobre 
um método por ele criado, e que é utilizado até 
hoje para a recuperação de surdos-mudos: 
"Alfabeto ou Fala Visível". Por isso, uma das suas 
preocupações passou a será de criar aparelhos 
que facilitassem o treinamento de surdos ou 
deficientes da voz (a invenção do telefone, 
quando ele tinha apenas 29 anos, confirmou a 
intensidade desse interesse}. Sua escolaridade 
não foi muito grande: um ano numa escola 
particular, dois anos na Edinburgh's Royal High 
School (onde concluiu o curso ginasial), algumas 
aulas como ouvinte na Universidade Edimburgo e, 
 
 
 
 
 
 
 
 
finalmente, um ano em Londres, no University 
College, para onde fora enviado. 
 
 Permaneceu durante um ano na Grã-
Bretanha, morando em casa do avô; foi um ano 
exaustivo, mas de muito proveito. O avô era 
talentoso, de fina educação e exigia muito do 
menino; o garoto Bell queixavá-se muito, porém o 
convívio com o avô foi-lhe muito útil: ele aprendeu 
piano e passou a interessar-se para sempre peta 
música. Esse gosto ele o havia adquirido de sua 
mãe, também muito talentosa. Mas a mãe ficou 
surda quando Bell estava com 12 anos, muito 
jovem; a surdez parecia perseguir a vida de 
Alexander Graham Bell, desde muito cedo. Sua 
primeira e grande vocação estava voltada, 
portanto, para a solução dessa deficiência. 
Inteligente e estudioso, ele conseguiu assumir o 
primeiro posto de trabalho profissional numa 
escola de Elgin, na Escócia. Ali, preparou crianças 
em educação musical e dicção. Em 1864, na 
mesma cidade, tornou-se mestre-residente na 
Academia Weston, e desenvolveu seus primeiros 
estudos sobre a surdez. Tornou-se o professor 
mais dedicado do método da "Faia visualizada", 
sistema que utiliza desenhos dos lábios, garganta, 
língua, dentes e palato, para que os alunos 
repitam os movimentos e os sons indicados pelo 
professor. 
 
 Alexander Graham Bell foi um dos 
maiores personagens da humanidade, possuidor 
de uma curiosidade insaciável e um espírito 
criador incomum. 
 
 Em 1868 tornou-se assistente do pai, em 
Londres, assumindo o cargo em tempo integral 
durante as ausências do velho Melvilie Bell, 
quando este viajou aos Estados Unidos para dar 
cursos. Ocorreu nessa época, o primeiro grande 
choque emocional da família; seu irmão mais 
velho morreu de tuberculose, doença que um ano 
depois matou também o irmão caçula. Havia 
dificuldades econômicas. Bell também estava 
doente e na ânsia de salvá-lo a família mudou-se 
para Ontário, no Canadá, em 1870. A "Casa 
Meiville", onde moraram, é até hoje conservada 
como relíquia histórica com o nome de "Solar dos 
Bell". 
 
 Graham Bell curou-se e em 1871, com 24 
anos, mudou-se para Boston, onde continuou 
dando autos e palestras, divulgando o método do 
pai para o ensino de surdos. 
 
 Bell trabalhava muito e nas poucas horas 
de lazer que lhe sobravam, comprava material de 
ALEXANDER GRAHAM BELL 
THOMAZ WATSON 
INVENTORES DO TELEFONE 
 
 15
eletricidade e estudava suas aplicações. Durante 
as férias desenvolveu seus projetos de 
experimentos acústicos, especialmente os 
relacionados com a voz humana. Em 1872, abriu 
sua própria escola em Boston para treinar 
professores de surdos. Publicou nesse ano o 
livreto "O pioneiro da fala visível", uma 
continuação dos trabalhos do pai. 
 
 Em 1873, deu aulas de Fisiologia da Voz 
para surdos na Universidade de Boston. Lá 
conheceu Mabel Gardiner Hubbard, uma aluna 
que inspirou-lhe grande afeição; ela ficara 
totalmente surda aos quatro anos de idade, em 
conseqüência da escarlatina. 
 
 Bell considerou muito agradável ensinar 
tão linda aluna e ao que parece ambos 
pressentiram desde os primeiros momentos que 
uma união duradoura lhes estava reservada. Em 
três meses Mabel já falava. 
 
 Nessa época, 1874, Bell conheceu o 
eletricista Thomas Watson, na loja de Eletricidade 
Charles Williams, onde fora fazer compras. 
Ficaram amigos e num quarto abandonado da 
loja, durante muitos anos, Bell e Watson 
trabalharam juntos, às vezes até alta madrugada. 
 
 No período 1872-1875, Bell e Elisha Gray 
(1835-1901) trabalharam nos Estados Unidos 
cada um por si, em projetos semelhantes. Essa 
simultaneidade só foi conhecida num Congresso 
em São Petersburgo (Rússia}, de 1875. 
 
 Gray dispunha de maiores recursos; 
desde jovem, em Chicago já pesquisava a solução 
do problema pela aplicação da corrente elétrica. 
Alexander Graham Bell tentava aperfeiçoar o 
telégrafo para a transmissão deu mais de duas 
mensagens simultâneas pelo mesmo fio, mas 
tentava resolver o problema pelo lado acústico. 
Ele ouvira dizer que a Companhia telegráfica dera 
três quartos de milhão de dólares por um invento 
que transmitia duas mensagens simultâneas" e 
andara trabalhando na teoria de um diapasão que 
permitisse a transmissão de seis a oito 
mensagens sincrônicas por um único fio. 
 
IMAGINAÇÃO CRIADORA 
 
 A habilidade inventiva de Graham Bell era 
surpreendente; uma de suas primeiras 
experiências, quando jovem, foi um crânio dotado 
de um sistema vocal, com articulação quase 
perfeita, que ele fabricou junto com seus irmãos. 
Um dia, com um fole, os garotos conseguiram 
fazê-lo balbuciar "mama" com tanta perfeição, que 
os vizinhos se amedrontaram... 
 
 Bell também inventou o disco de cera para 
gravação sonora, aprimorando, assim, o fonógrafo 
de Edison. E mais: criou as primeiras sondas 
tubulares para exames médicos; construiu um 
"colete a vácuo", isto é, uma forma primitiva de 
pulmão-de-aço; selecionou uma raça curiosa de 
carneiros; foi ele quem mais estimulou a menina 
Helen Keller (depois famosa) a aprender a falar; 
desenvolveu um sistema de "eco sonoro", para 
localização de icebergs, muito semelhante ao 
sonar; foi um dos precursores na descoberta dos 
raios "laser"; inventou o fotofone, sistema de 
transmissão de mensagens pelos raios luminosos, 
há cerca de 90 anos; construiu os barcos mais 
velozes de seu tempo, capazes de superar os 100 
quilômetros por hora; foi um dos pioneiros da 
aviação, sendo o primeiro homem a voar num 
aparelho mais pesado do que o ar em todo o 
Império Britânico, no ano de 1907. 
 
 Os projetos, de Bell e Gray, apresentaram 
a similaridade das lâminas ou diapasões vibrantes 
ligados a eletroímãs. Ao que parece, ambos 
devem ter chegado à idéia do telefone ao mesmo 
tempo, isto é, no ano de 1874. 
 
 Nesse ano, Elisha Gray concluiu seu 
projeto mais extraordinário: com um diafragma de 
aço diante de um eletroímã, ele havia construído 
um receptor igual ao dos telefones atuais. Mas 
não dispunhade transmissor. 
 
 Nesse mesmo tempo, Bell tentava a 
construção de transmissores e receptores 
baseado nos complicados diapasões. No verão de 
1874, ele imaginou construir um receptor de 
membrana, semelhante ao de Gray, mas usando 
couro esticado. Sobre a membrana, ele colou uma 
placa metálica. O transmissor, contudo, era mais 
difícil. Depois, Bell teve a idéia de usar a força de 
indução de um pedaço de ferro numa membrana 
vibrante junto a uma bobina. 
 
 Em março de 1875 Bell viajou a 
Washington para falar com o diretor do Instituto 
Smithsoniano, Sir Joseph Henri Smithson, que 
ficou impressionado com os projetos do jovem e 
aconselhou-o a melhorar seus conhecimentos de 
eletricidade para poder levar avante as 
experiências. Bell, mais tarde, diria: "Não fora 
Joseph e eu nunca teria inventado o telefone". 
 
 Bell e Watson continuaram trabalhando 
juntos, noite a dentro. Watson construiu dois 
aparelhos idênticos - um para ser usado como 
transmissor e outro como receptor - utilizando 
membrana de couro com placa metálica colada, 
bobina, núcleo de ferro etc. As primeiras 
experiências falharam, talvez em conseqüência 
apenas do barulho ambiente existente no sótão da 
Rua Court nº: 109, em Boston, onde trabalhavam. 
 
 O problema financeiro provocou a 
interrupção das pesquisas por algumas semanas 
e assim Bell retornou aos alunos, cursos e 
conferências. 
 
 Graham Bell expôs suas dificuldades a 
amigos e obteve o apoio financeiro de um rico 
negociante, Thomaz Sanders, pai de um seu 
 16
aluno, e também de Gardiner G. Hubbard, pai de 
Mabel, a menina surda que Bell ensinara a falar (e 
com quem Bell se casou a 11 de junho de 1877). 
Hubbard era grande acionista do telégrafo. 
 
 Bell e Watson acreditavam na 
probabilidade da teoria dar certo. A 2 de julho de 
1875, um curto-circuito provocado pelas lâminas 
dos diapasões produziu um efeito que poderia 
passar despercebido a um homem comum; mas 
não a Bell. Ao soltar a lâmina presa, Watson fê-la 
vibrar com intensidade. O som foi transmitido para 
o outro aparelho, de Bell, na sala vizinha. Bell 
alertou a Watson para não mexer em nada e 
juntos eles redesenharam totalmente os 
aparelhos. 
 
 Elisha Gray, o grande concorrente, 
também trabalhava com afinco em seu projeto; já 
tinha desenvolvido um transmissor no qual a 
membrana faz uma agulha vibrar junto de outra, 
mergulhada em água acidulada. Gray está 
providenciando, também as especificações 
exigidas pelo U.S. Patent Ofíice. 
 
 Bell e Watson trabalham com entusiasmo 
redobrado, agora numa sala, da "Exeter Place nº 
5, uma casa sossegada. Eles também estão 
preparando o pedido de registro da patente e, na 
última hora, Graham Bell incluiu, 
providencialmente, uma cláusula, descrevendo 
uma resistência variável como parte do processo. 
Mas sua ênfase maior era, de fato, o princípio da 
indução eletromagnética. 
 
 No dia 14 de fevereiro de 1876, por 
extrema coincidência, Bell e Gray ingressaram 
com o pedido de patente. Com apenas uma 
vantagem para Graham Bell: seu requerimento 
chegara ao "U.S. Patent Office" duas horas antes 
do de Gray. 
 
 Até esse dia nenhum homem havia 
realmente falado pelo telefone. A notícia das 
experiências, entretanto, já corria o mundo. No 
Brasil, uma das primeiras referências ao telefone 
está no jornal A Província de São Paulo de 20 de 
fevereiro de 1876, com o título "Ouvir música pelo 
telegrapho": "A telegraphia eléctrica que tem sido 
já origem de tantas maravilhas, acaba de servir 
para uma nova e bem notável invenção. Um 
cidadão de Chicago {Estados Unidos), chamado 
Elisho (sic) Gray, descobriu o meio de pelos fios 
eléctricos transmitir os sons de um plano para a 
sala de um concerto na distância de 2,4 milhas, 
assegurando que poderia transmiti-los muito mais 
longe. A maior parte dos physicos da America 
considera esse maravilhoso resultado, como o 
primeiro passo para descobrir-se a via eléctrica 
que poderá ser usada para a transmissão dos 
sons produzidos por muitos instrumentos 
reunidos. O aparelho inventado por Gray, o qual 
foi denominado telephonio, compõe-se de três 
partes: 1º o instrumento que transmite os sons; 2º 
os fios condutores, que vão a uma distância 
determinada; 3º o aparelho que recebe os sons 
transmitidos." 
 
 Bell intensificou seus trabalhos para 
aperfeiçoar o invento. Gray, por outro lado, 
pareceu considerar-se derrotado pela diferença de 
duas horas na primazia do registro. Embora 
dotado de boas idéias, ele nada faz para 
desenvolver os projetos. A 7 de março, é deferida 
a patente do telefone para Alexander Graham 
Bell, sob número 174.465. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O primeiro telefone do mundo. 
 
DESTA VEZ... 
 
 O primeiro dinheiro que Bell recebeu com 
a invenção: mil dólares. Por mais de 45 anos, 
após a invenção do telefone, Bell demonstrou 
criatividade em tudo o que fazia. Do Governo 
francês, recebeu o Prêmio Volta, equivalente a 50 
mil francos, com os quais conseguiu montar um 
laboratório em Washington, para desenvolver o 
processo de fabricação de registros fonógrafos em 
discos de cera. No campo da Medicina, ele 
publicou vários livros e no setor de construção civil 
sugeriu que as casas fossem dotadas de ar 
condicionado. Tinha também interesse pela 
aviação. 
 
 Inventividade e personalidade forte foram 
as grandes características de Graham Bell. Pelas 
suas invenções, pelo seu espírito pioneiro, tornou-
se ainda cidadão norte-americano, fato de que 
muito se orgulhava. 
 
 No dia 1º de janeiro de 1915, nos Estados 
Unidos, houve a solenidade de inauguração da 
ligação telefônica "costa a costa" (Nova Yorque - 
São Francisco). Granam Bell pegou o telefone e 
repetiu para Thomaz Watson a famosa frase que 
proferira no dia 10 de março de 1803 quando o 
telefone falou pela primeira vez: "Mr Watson, 
come here, I need you". Na outra ponta da linha, a 
mais de 4 mil quilômetros, Watson, seu amigo, 
colaborador e agora sócio, respondeu: "Desta vez, 
o senhor terá que esperar um pouco mais. 
 
 E depois da ligeira pausa: — Dentro de 
uma semana estarei aí em Nova Yorque. 
 
 
 17
O CÃO QUE BELL FEZ FALAR... 
 
Graham Bell era fino no humorismo. Certa vez, 
Graham Bell disse a Thomaz Watson: ”Eu já 
ensinei um cachorro a falar!” Watson deve ter 
pualado da cadeira. Bell continuou: “como você 
sabe, sou professor de mudos...Certo dia, assim 
como se aperta as cordas de um violão, eu 
tateava a garganta do cão e tentava modificar o 
som das cordas vocais. Por meio de pancadas 
consegui fazer com que meu cão 
“Sheyie”dissesse: “Au-ah-luu-mé”, ou seja, “How-
are-you-grand-mather”. (como vai vovó). 
 
 A amizade entre Bell e Watson permitia 
tais brincadeiras. 
 
PROVIDENCIAL ACIDENTE 
 
 Três dias após a concessão do registro da 
patente ocorreu um providencial acidente; Belll 
derrubou um pouco de "Líquido Transmissor" na 
roupa e no aparelho, que estava ligado. 
 
 Thomas Watson recordaria o fato numa 
conferência pronunciada a 17 de outubro de 1913: 
"Bell, no decorrer da experiência, tendo 
necessidade de minha presença na sala, disse 
com simplicidade: Mr. Watson, come here. I need 
you! (Senhor Watson, venha aqui. Preciso do 
Senhor). Na sala vizinha, junto ao outro aparelho, 
a frase chegou-me límpida e completa ao ouvido. 
Era a primeira vez que isso acontecia no mundo. 
E eu, por felicidade, era a primeira pessoa que 
podia ouvir um recado completo transmitido por 
telefone, sem interrupção." 
 
 Essa é, portanto, a data histórica do 
nascimento do telefone: 10 de março de 1876. 
 
 Os três inventores, Bell, Watson e Gray, 
devem ser reverenciados. Os projetos de Elisha 
eram até melhores que os de Bell. Mas houve a 
primazia de Bell no registro da Patente. No 
entanto, o inventonão obteve imediato 
reconhecimento de "aparelho de utilidade". 
 
 Foi necessária outra providencial 
circunstância e, desta vez envolvendo nos 
acontecimentos o Imperador do Brasil, Dom Pedro 
II. A intervenção do nosso Imperador deu início à 
evolução do Telefone, iniciada no ato memoravel 
do dia 25 de junho de 1876, com uma frase 
igualmente memorável: "MEU DEUS, ISTO 
FALAI". 
 
 Um homem lúcido e trabalhador 
incansável, Graham Bell, acompanhava como 
cientista, em 1922, a todos os eventos que a 
telecomunicação proporcionava ao mundo; no dia 
2 de agosto, no Canadá, Alexander Graham Bell 
morreu aos 75 anos de idade, deixando para a 
posteridade o inestimável legado do seu esforço, 
traduzido em tantas invenções, a principal das 
quais resultou na telefonia e todas as suas 
ramificações. 
 
HELEN KELLER, A MAGNIFICA 
 
 Na história da comunicação, a tenacidade 
esteve sempre presente mas, o caso de Helen 
Keller é talvez o mais apaixonante e 
impressionou, como impressionam todos aqueles 
que fazem de sua vida um digno ideal. 
 
 O esforço constante, bem intencionado e 
otimista pode sobrepujar as estocadas cruéis do 
destino, isso a maravilhosa Helen Keller 
demonstrou. 
 
 Nascida em Tuscumbia, Alabama, nos 
Estados Unidos, Helen era uma robusta menina; 
porém foi atacada por urna congestão cerebral 
aguda, antes de completar a idade de dois anos e 
ficou cega, surda e muda. Tinha seis anos quando 
Graham Bell, o inventor do telefone, a conheceu. 
 
 Bell, que tinha a mãe surda, era casado 
com Mabel Hubbard, também surda; portanto, 
interessava-se bastante pelos atacados de 
surdez. Era professor de mudos. 
 
 Alexander Graham Bell não esqueceu 
nunca dos surdos; já rico, no ano de 1900, doou a 
apreciável quantia de 300 mil dólares à 
Associação Americana de Ensino dos Surdos. 
 
 Bell fez com que os familiares de Helen, 
seus amigos, entrassem em contato com o 
Instituto Perkins, expondo o problema. O Instituto 
enviou à cidade de Tuscumbia uma jovem de vinte 
anos, chamada Anne Sullivan. Graças à 
prodigiosa Anne, que ensinou à aluna a linguagem 
das mãos, a antes triste Helen praticamente 
ressuscitou. 
 
 Anne Sullivan também sabia que o seu 
trabalho teria do ser orientado por três aspectos 
básicos: coragem, paciência e perseverança. 
Presenteou Helen com uma boneca, feita pelas 
alunas cegas da Escola Perkins. Anne tentou 
relacionar o objeto com quatro sinais querendo 
significar d-o-l-l. Estes sinais foram transmitidos 
das mãos da professora para as mãos da Helen. 
 
 A primeira tentativa não teve sucesso 
imediato. Dias mais tarde, quando estavam perto 
da uma bomba de água, surgiu uma ocasião 
melhor para nova tentativa. Miss Sullivan tomou 
uma das mãos da menina e a colocou sob a 
torneira aberta. Enquanto isso, a outra mão 
recebia sinais que soletravam a palavra w-a-t-e-r. 
 
 Desta vez, Helen entendeu as intenções 
de sua professora. Percebeu que aqueles sinais 
indicavam algo fresco, úmido e corrente. Em 
seguida, a menina aproximou o rosto da terra, 
enquanto miss Sullivan imediatamente soletrava a 
palavra correspondente. Helen parecia fascinada 
 18
com a sua descoberta e, antes de dormir naquela 
noite, já havia aprendido mais de 30 palavras com 
os seus significados. 
 
GENEROSA LIÇÃO DE TENACIDADE DA 
MAGNÍFICA CEGA, SURDA E MUDA HELEN 
 
 Ao atingir os dez anos, conseguiu 
aprender a falar e, em 1904, portanto aos 24 
anos, doutorou-se em Filosofia, no Radcliffe 
College. Proferiu numerosas conferências, 
revelando-se uma extraordinária animadora das 
gerações novas; uma lição viva de coragem, de 
tenacidade e de amor ao próximo: "Os que 
pensam que a vista e o ouvido são os únicos 
meios pelos quais as nossas sensações se 
despertam, declarava ela, ficam surpreendidos 
com o fato de eu diferençar o caminhar nas ruas 
do caminhar no campo. Esquecem que estou 
impregnada de ambiências. Quem ousará negar, 
depois disto, que, mau grado as minhas 
imperfeições físicas, eu seja acessível às belezas 
do mundo exterior? Por toda parte se encontram 
maravilhas, mesmo nas trevas e no silêncio e, por 
mais incompleta que eu seja, conformo-me com 
as circunstâncias." Para comunicar-se com as 
demais pessoas, ela recorreria ao alfabeto táctil, 
ao alfabeto de Braille e ao contato dos seus dedos 
com os lábios de quem falava. 
 
 Escreveu diversas obras (algumas 
traduzidas para outros idiomas) e criou várias 
instituições de proteção e reeducação dos cegos, 
surdos e mudos. Escrevia corretamente o idioma 
inglês e também o alemão e o francês. Foi 
doutora "honoris causa" por duas Universidades 
norte-americanas. 
 
 Suas aparições em público constituíram-
se num espetáculo inesquecível; elas nunca mais 
se separaram, até à morte de Anne, em 1936. 
Deram ao mundo luminosa lição de estoicismo e 
de exemplo para os que são atingidos pelo 
destino com a cegueira, a surdez e a ausência de 
voz. 
 
 Helen ainda estava empenhada, perto dos 
88 anos de idade, ao trabalho assistência, pouco 
antes de morrer de causas naturais, em 1968. 
 
SILENCIO O GÊNIO MORREU 
 
 Graham Bell morreu no dia 2 de agosto de 
1922, em Baddeck, no Canadá. Seu último 
diálogo com a filha foi este: 
 
— Não tenha pressa, nem se agite papai. 
— Eu tenho que ser apressado, filha. Até para 
morrer. 
 
 E morreu. Em seu túmulo, a seu pedido, 
está uma placa simples para um homem 
incomum: "Alexander Graham Bell, Inventor, 
nascido a 3 de março de 1847.. morreu na 
condição de cidadão dos Estados Unidos, em 2 de 
agosto de 1922." 
 
 E no dia em que Bell morreu, todos os 
telefones servidos pela Bell System silenciaram 
durante dois minutos. A seu pedido, seu epitáfio 
diz: "Nascido em Edimburgo. Morto cidadão dos 
Estados Unidos". 
 
IMPRESSÕES DA RAINHA VITÓRIA 
 
 O primeiro dinheiro que Graham Bell 
ganhou com o telefone foram 10 mil dólares, 
provenientes de conferências sobre o 
funcionamento de sua invenção. Casou-se, então, 
a 11 de julho de 1877 com sua ex-aluna surda-
muda, Mabel Hubbard; Mabel é dez anos mais 
nova. Bell tinha então 30 anos. Foram passar a 
lua-de-rnel na Inglaterra, onde, aproveitando a 
oportunidade, Bell pretendeu promover o telefone. 
A rainha Vitória, a quem Bell apresentou o 
aparelho, escreveu, em seu diário: "Um professor 
Bell explicou todo o processo (sobre o telefone), 
que é o que existe de mais extraordinário". 
 
 Os esforços de Bell na Inglaterra, contudo, 
não foram muito animadores, pois, apesar das 
Patentes, uma empresa rival já estava 
implantando um sistema telefônico naquele País, 
a Electric Telephone Co. 
 
 Entretanto, aproveitou o contato com os 
investidores ingleses para explicar-lhes que, da 
mesma maneira que havia uma rede subterrânea 
para a distribuição de água e gás nas cidades, o 
mesmo poderia ser feito com a rede telefônica, 
que teria uma central de distribuição à qual 
estariam ligadas as linhas auxiliares instaladas em 
lojas, casas particulares, fábricas e outros locais. 
 
 Em 1877 a Bell Telephone Co. era uma 
Empresa pequena, nascente. Naquele ano a 
Western Union Telegraph Co. era um gigante no 
serviço de telegrafia. Em março daquele ano a 
Western fez uma oferta de aquisição da Patente 
do telefone de Graham Bell por 100 mil dólares, 
mas Bell recusou. A Western, então, comprou as 
Patentes de Elisha Gray e Thomaz Alva Edson, 
com a intenção de aperfeiçoar e explorar 
comercialmente o telefone. Assim, a Western e 
Elisha Gray fundaram primeiro a American 
Speaking Telephone Co. para enfrentar a 
Empresa de Bell, que em dezembro de 1877 já 
possuía três mil telefones em funcionamento. 
 
 A ação lesiva da Western Union 
recrudesceu e a Bell Co. iniciou naquele ano, 
1877, a primeira ação judicial reivindicando sua 
participação na venda de todos os telefones

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