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Avaliação Clínica 2011

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Avaliação Clínica Nutricional 
Prof. Christina Pelliciari
Prof. Vera C. Soares
Avaliação Clínica do Estado Nutricional
DEFINIÇÃO:
 Exame clínico do estado nutricional é um método direto 
da avaliação nutricional (permite diagnóstico)
 Baseia-se na observações de sinais e sintomas das 
manifestações orgânicas produzidas pela insuficiência 
e/ou excesso de consumo alimentar.
 Apesar de ser considerado um método prático e de 
baixo custo, por necessitar somente de um “olhar 
clínico”, exige capacidade e experiência do profissional 
que o realiza.
Avaliação Clínica do Estado Nutricional
 Baixa especificidade: a maioria dos sinais clínicos e
sintomas característicos das patologias nutricionais têm
etiologia complexa, não são específicos da carência ou
do excesso de nutrientes e com freqüência podem ser
atribuídos a outros “fatores” não dietéticos. Ou seja, os
sinais clínicos e sintomas não possuem especificidade
(isto é, não aparecem somente nas patologias
nutricionais)
?
Avaliação Clínica do Estado Nutricional
 Baixa sensibilidade: Os sinais e sintomas
aparecem somente no período patogênico,
quando a patologia nutricional já se encontra
instalada e são evidenciados, quase sempre,
nos casos manifestos moderados e graves.
Neste sentido, não são sensíveis na
identificação precoce, mas somente na
identificação severa das patologias nutricionais


 =>
Avaliação Clínica - Operacionalização 
Deve ser realizada semanalmente durante a vigência da patologia:
 De forma sistêmica e progressiva => “da cabeça aos pés”
 Observação minuciosa => “olhar clínico” - identificar os sinais de 
depleção nutricional 
 Observação criteriosa => atenção na identificação dos sinais, pois 
muitos resultam de uma combinação de deficiências, ou podem ser 
de causas não nutricionais, ou serem mascarados por condições 
atípicas:
 desgaste muscular e adiposo do marasmo costuma ser óbvia, 
porém pode passar despercebida num indivíduo musculoso
 as deficiências vitamínicas clínicas, em geral, são ligeiras e os 
sinais clínicos costumam ser inespecíficos
Sinais Clínicos
Desnutrição protéico-calórica - DPC
Os sinais ocorrem em decorrência de fome extrema 
por diversas causas:
 consumo alimentar escasso
 incapacidade nas condições de ingestão, 
mastigação e deglutição
 doença orgânica debilitante grave
 doença psicológica grave
Facie Agudo:
Expressa exaustão, cansaço,
dificuldade em manter os olhos
abertos por períodos mais longos
(músculos orbiculares fracos)
Não considerar na presença de
alterações do nível de consciência
(doenças neurológicas, uso de
sedativos ou no trauma.
Após o início da terapia/tratamento,
este sinal é um dos primeiros a
evidenciar a recuperação
nutricional
Facie crônico
 Expressa depressão e
tristeza, pouca comunicação
 Importante avaliação conjunta
com psiquiatra/psicóloga =>
diferenciar a causa real da
depressão: psicológica ou
nutricional
Atrofia muscular temporal
 Demonstra que o indivíduo parou de mastigar 
por um tempo prolongado (baixa ingestão ou uso 
de sonda), esta condição sugere insuficiente 
ingestão calórica/nutricional. 
 A atrofia pode aparecer a partir de 3 a 4 
semanas de restrição ou diminuição na 
freqüência da mastigação, característica de 
indivíduos com dietas líquidas orais ou via sonda 
ou, até mesmo, na adoção de dietas extremas 
para emagrecimento (é comum nas condições 
de disfagia e anorexia) 
 A instalação deste sinal sugere uma depleção no 
sistema imunocompetente, portanto deve ser 
investigada a resposta imune do indivíduo.
 Obs.: para ser considerado um sinal de 
desnutrição é fundamental que seja observado 
bilateralmente, pois do contrário deve ser 
investigado como causa neurológica.
Bola gordurosa de Bichart - Sinal “Asa Quebrada”
 A perda da bola gordurosa de Bichart: 
reflete redução prolongada da reserva 
calórica. 
 Ocorre posteriormente a atrofia da 
musculatura temporal => fase tardia da 
DPC.
 Importante que a observação seja realizada 
no perfil do indivíduo => relacionar a atrofia 
muscular temporal e a bola gordurosa. 
 A evidencia de ambos os sinais é descrito 
por alguns autores como “sinal da asa 
quebrada”.
 Obs: na observação da ausência da bola 
gordurosa, sem a atrofia da musculatura 
temporal => a causa geralmente não é de 
origem nutricional, investigar seqüela 
neurológica ou ausência dentária.
Pescoço
 Perda e exacerbação
(proeminência) das
regiões supra e
infraclaviculares e da
fúrcula esternal
 Este sinal pode ser
observado com o
indivíduo em pé, sentado
ou deitado, e reflete perda
de massa muscular e
conseqüentemente
crônica.
Alterações no tórax
 Retração intercostal que implica em menor força 
respiratória e condição de dispinéia; a atrofia da 
musculatura paravertebral: condição que diminui a 
força de sustentação corporal, forçando o paciente 
a permanecer por mais tempo em decúbito dorsal, o 
que implica em complicações infecciosas. 
 Além disso, ocorre a diminuição da capacidade de 
sustentação do peso corporal e conseqüentemente 
instalação de cifose, que pode levar à diminuição da 
capacidade ventilatória pulmonar.
 Todas estas condições contribuem para atrofia da 
musculatura de sustentação, o que gera menor 
mobilização das bases pulmonares, levando o 
indivíduo a permanecer por mais tempo deitado, e, 
conseqüentemente aumentando o risco de 
pneumonia. 
 Obs: A causa de óbito mais freqüente na 
desnutrição grave são as infecções e a mais 
freqüente é a pulmonar.
Membros superiores
 Observa-se a diminuição da
musculatura bi e triciptal e menor
força de apreensão, o que leva ao
comprometimento da autonomia
para a alimentação.
 Obs: a mensuração da
temperatura corporal via axilar
pode ser comprometida, uma vez
que o oco axilar torna-se mais
profundo resultando em condições
de hiponatermia ou mascarando
os valores febris.
Atrofia da musculatura das coxas
 Mais identificada na região interna,
quando o indivíduo permanece com
os joelhos juntos (pernas fechadas),
observa-se um vão, na parte
superior, entre as coxas.
 Este sinal reflete em menor força
para manter-se em pé, o que força a
preferência pela posição de
decúbito dorsal, o que favorece a
instalação de infecções
respiratórias, regurgitação e
broncoaspiração.
Atrofia da musculatura da panturrilha
 É a atrofia mais precoce e ocorre na 
instalação da DPC, principalmente 
em pacientes graves em UTI 
(Unidades de Terapia Intensiva). 
Este sinal, somado a atrofia das 
coxas, agrava as complicações de 
ordem infecto-pulmonares.
Abdome Escavado
 Aparência é influenciada pela 
doença de base ou pelo tempo 
de instalação da DPC, 
podendo apresentar-se:
 Escavado: sugere privação 
alimentar prolongada, reserva 
calórica escassa e, 
conseqüente menor imunidade 
celular;
Abdome Distendido
 Desnutrição e presença 
de ascite, comum na 
insuficiência hepática
Kwashiorkor 
Desnutrição predominantemente
protéica
 Edema -
 Cabelos avermelhados
 Lesões cutâneas
 Diarréia/Alterações hepáticas
 Deficiência motilidade e
crescimento
Marasmo
Desnutrição energético-protéica 
equilibrada:
 Deficiência crescimento
 Pele enrugada “Face de idoso”:
 Irritabilidade 
 Magreza:
 Atrofia muscular
 Ausência gordura subcutânea
 caquexia
Desidratação
Causas:
 ingestão insuficiente ou nula de 
água/líquidos 
 Perda excessiva (cutânea, 
urinária e/ou digestiva). Sinais e sintomas dependem da 
intensidade:
 sede intensa 
 astenia (fraqueza)
 apatia, sonolência
 agitação psicomotora (+ comum em 
idosos)
 convulsões
Icterícia
 Coloração amarela-esverdeada na 
pele e mucosas, principalmente na 
membrana do globo ocular 
(esclerótica) e sublingual. 
 Não confundir com 
hipercarotenemia (consumo 
excessivo de betacaroteno) 
concentrado na gordura 
subcutânea => identificado nas 
palmas das mãos e planta dos pés. 
 O exame do globo ocular é um 
diferencial, pois o betacaroteno não 
se acumula na esclerótica
Edema
 Presença de excesso 
de líquidos intersticial 
nos tecidos causada 
pelo aumento da 
pressão no líquido 
intersticial
 Sinal de Cacifo de 
Godet
Abdome escalvado

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