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1277803 projeto circe 07 de agosto de 2017 0 645901 (1)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER 
A INTELIGÊNCIA MUSICAL E A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA PARA O APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR 
MAMBORÊ – PR 
2017 
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL - UNINTER 
CIRCE RODRIGUES DOS SANTOS LOPES
A INTELIGÊNCIA MUSICAL E A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA PARA O APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR 
Projeto de pesquisa entregue à UNINTER, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de especialização lato sensu em Pedagogia.
Orientador: Me. 
MAMBORÊ – PR 
2017
TEMA
A inteligência musical e a importância da música para o aprendizado na educação escolar.
PROBLEMATIZAÇÃO 
Tendo em vista o tema de pesquisa já apresentado, esse projeto propõe como pergunta investigativa: Como se pode desenvolver a inteligência musical, entre alunos na escola pública a partir da Educação Infantil até o Ensino Fundamental, tendo em vista suas contribuições para o ensino e aprendizagem escolar? 
JUSTIFICATIVA 
Conforme as pinturas rupestres em cavernas pré-históricas, sabe-se que, uma das primeiras manifestações do homem surgiu por meio de imitações sonoras, acompanhadas de movimentos corporais e sons vocais. A música também obteve papel de destaque como parte de rituais religiosos, o que até os dias de hoje ainda se observa. É também essencial para o mundo das artes, como teatro, cinema, televisão. Também faz parte de agrupamentos de pessoas em festas e eventos coletivos. Por isso, esta pesquisa apresenta como tema a importância da música e do desenvolvimento da inteligência musical para o ensino e aprendizagem escolar.	Assim sendo, este tema se justifica por compreender que a música não remete apenas a um papel de plano de fundo e recurso pedagógico para outras disciplinas, mais que isso, a escola necessita estar atenta para a formação de diversas formas de inteligência, dentre elas a inteligência musical que é muito presente na cultura brasileira. Diante disso, propõe-se uma reflexão, por meio desta pesquisa, sobre o uso da música, não apenas como recurso pedagógico, mas, sobretudo, sobre o desenvolvimento da inteligência musical na escola regular em seus níveis. 
OBJETIVOS 
Objetivo geral 										Este projeto propõe uma discussão sobre o novo paradigma de inteligência, que contempla uma diversidade de inteligências, inclusive a inteligência musical, em confronto com a visão de inteligência fixa, popularizada pelos testes de Quociente Intelectual. 
Objetivos específicos 
Estabelecer um confronto entre o paradigma da inteligência fixa com as inteligências múltiplas; 
Distinguir a Inteligência musical frente a outras formas de inteligência; 
Apresentar os pontos principais que constituem-se como saberes e conhecimentos sobre inteligência musical a serem desenvolvidos a partir da educação infantil. 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
	Antes de tratar sobre a inteligência musical e as diferentes formas de inteligências, é preciso relembrar sobre os diferentes pontos de vista sobre o conceito de inteligência, os quais ainda perduram no imaginário de muitas escolas, professores e organizações. 									Em 1859, Charles Darwin divulgou sua pesquisa e teoria sobre a origem das espécies, o que forneceu bases para o questionamento da inteligência, influenciando as teorias vindouras sobre a aprendizagem humana. Mas somente em 1880, Francis Galton realizou testes com habilidades cognitivas, com cerca de 9.000 pessoas, o que o levou a concluir que a inteligência básica já era determinada desde o nascimento. Ao mesmo tempo, Whilhelm Wundt sugeriu a ideia de haver um quociente de inteligência (QI). Seus trabalhos inspiraram diversos estudos, dentre eles o do psicólogo americano James Cattell que aplicava testes para medir diferenças em habilidades mentais (COLLIN; BENSON; GINSBURG; GRAND; LAZYAN; WEEKS, 2016). 										Em seguida, no início do século XX, os estudos e pesquisas de Binet sobre QI foram mal interpretados e aplicados em outros países acarretando mitos sobre a inteligência, que perduram até aos dias atuais. Em 1908, o psicólogo americano Henry Goddard viajou à Europa, onde conheceu os testes de Binet-Simon. Goddard traduziu-os e distribuiu cerca de 22.000 cópias às escolas norte-americanas como instrumento para classificar crianças e erradicar “pessoas com mentes debilitadas”, obrigando-as a serem submetidas à esterilização compulsória (COLLIN; BENSON; GINSBURG; GRAND; LAZYAN; WEEKS, 2016). 						Essa manipulação lamentável na finalidade de aplicação dos testes de Binet e Simon também se leva a pensar nas questões de ética em que a ciência se esbarra. Embora a Escala Binet-Simon tenha sido criada para uma finalidade de melhorar o ensino e aprendizagem escolar, tornou-se um instrumento de classificação, exclusão, segregação e inferiorização de pessoas que apresentassem alguma diferença de comportamento ou aprendizagem do padrão eleito como normalidade.	A teoria das inteligências múltiplas, formulada por Howard Gardner, entre as décadas de 1970 a 1980, propõe contrapor-se à crença da inteligência única. Para esse pesquisador, todos apresentam uma gama de formas diferentes de inteligências, as quais poderiam ser desenvolvidas em cada sujeito (FERRARI, 2008). 											Assim sendo, todos os seres humanos possuem todas essas formas de inteligência, mas o indivíduo tenderá a desenvolver mais uma ou duas, as quais predominam sobre as outras. Em outras palavras, a inteligência não seria unitária, mas sim compartimentada. Gardner apresenta oito tipos de inteligência, as quais poderão ser desenvolvidas: linguística, corporal-cenestésica, interpessoal, intrapessoal, existencial, lógico-matemática, naturalista, espacial e musical (ILARI, 2003). 											Ressalta-se que essa visão de inteligência humana compreende o ser humano em sua complexidade e multipotencialidade. Ao longo da vida, conforme o ambiente poderá ser estimulado vários tipos de inteligência, predominando o tipo que o indivíduo sente mais facilidade ou gosto em se desenvolver. 			Vale lembrar que não existe uma forma de inteligência melhor ou maior que outra. Do mesmo modo que toda pessoa possui, ao menos, uma dessas formas de inteligência, a qual poderá se aprofundar e desenvolver ao longo da vida. Porém, a teoria das inteligências múltiplas vem questionar sobre a educação escolar, a qual se aprofunda em desenvolver apenas as inteligências linguística e lógico-matemática, não dando chance ao desenvolvimento de outras formas de inteligências trazidas pelas crianças. 								A inteligência musical refere-se a uma forma de arte universal. Cada povo conhece ou tem uma intuição latente sobre música, seja ela mais ou menos elaborada. No cérebro há algumas áreas que executam funções relacionadas ao desempenho e à composição de músicas. Como qualquer tipo de inteligência, a inteligência musical pode ser aprofundada e treinada. Nessa forma de inteligência estão os músicos, cantores, compositores dentre outros profissionais da música (DE SOUZA, 2015).											Esse tipo de inteligência proporciona não apenas a formação futura de músicos e instrumentistas, cantores, mas também acura a capacidade de compreensão e sensibilidade para a música. Desde tenra idade, a criança pode ser estimulada para o gosto pela música, do mesmo modo que a música também pode se tornar um instrumento eficaz de aprendizagem para outros conteúdos e disciplinas. 												Essa forma de inteligência, que é o cerne desse estudo, é talvez a mais discutida por estar fortemente vinculada à ideia de talento. É comum ouvir sobre crianças “que tem um ouvido bom para a música” ou “que tenha um talento especial para música”. Mas Gardner salienta que talento e inteligência são conceitos completamente diferentes entre si. O talento seria algo excludente, em que apenas algumas pessoas nasceriam com ele e se tornariam destacadas das outras; seria algo que já nasce pronto com a criança, de forma fixa, sem necessitar de treino e desenvolvimento.Enquanto a inteligência seria algo que todos tem e que permitiria a todos seu desenvolvimento (ILARI, 2003). 						Desse modo, a inteligência musical seria algo compartilhado, mutável e aperfeiçoado, diferente do talento em que apenas alguns são privilegiados e outros não. Portanto, entende-se por inteligência musical a capacidade de perceber, identificar, classificar tons e melodias, ritmo e frequência, agrupamentos sonoros e estilos, como também a capacidade de “fazer música” por meio da execução, do canto e da interpretação (ILARI, 2003). 								Isso posta pode-se conceber a inteligência musical como uma forma de inteligência diretamente ligada à percepção, à sensibilidade, à emoção, à memória auditiva e à criatividade. 										Além dessa contribuição, o aprendizado musical exerce uma função de ensino e aprendizagem de conceitos, ideias, formas de socialização e cultura. Ao professor cabe utilizar-se de uma diversidade de atividades e tipos de música, tais como cantar canções em aula, movimentar-se, dançar, movimentar partes do corpo ao som de música, ouvir vários tipos de melodias e ritmos, manipular objetos e tirar sons desses objetos e instrumentos musicais, jogos musicais, acompanhar rimas e parlendas com gestos, encenar músicas, aprender a criar enredos para músicas, inventar músicas, construir instrumentos musicais (ILARI, 2003). 			Todas essas atividades contribuem para o desenvolvimento cerebral das crianças e devem fazer parte da musicalização das crianças na escola. Além dessas atividades, outras mais específicas poderão fazer parte do dia a dia escolar das crianças, principalmente na educação infantil e nas séries iniciais. Dentre as práticas principais destacam-se o canto infantil e o movimento corporal, os jogos musicais e a execução instrumental, a composição e improvisação musical, a notação musical, a construção de instrumentos musicais, constituem-se como práticas que favorecem a atenção, a memória, a orientação espacial, seqüencial e motora, a interação social. 												 Portanto, a maioria das atividades sugeridas, as quais podem desenvolver a inteligência musical da criança, podem ser aplicada a partir de turmas de educação infantil, séries iniciais e ensino fundamental. A inserção da música na escola favorece não apenas o desenvolvimento da inteligência musical do mesmo modo que não necessita ser explorada apenas por um professor específico de música. 	A música pode ser inserida no contexto de várias disciplinas, em atividades interdisciplinares, principalmente em disciplinas que envolvam a língua materna, artes, educação física, teatro, dança, literatura dentre outras. Sua importância se dá não apenas como apoio para o ensino e aprendizagem de outras disciplinas, como também no desenvolvimento não só da inteligência musical como também em outras formas de inteligência. 
METODOLOGIA
 Para discutir sobre a importância da música na aprendizagem da criança, optou-se pelo método descritivo de pesquisa, uma vez que os fatos apresentados devem ser compreendidos, a partir de seu contexto social. A partir disso, resultou-se em uma pesquisa básica, quanto ao ponto de vista de sua natureza, e qualitativa sob a visão da abordagem do problema. 						Compreende-se por pesquisa qualitativa, aquela em que os registros coletados são interpretados pelo pesquisador, considerando sua subjetividade e contexto. Desse modo, se reconhece que o pesquisador, munido de subjetividade, tenha condições de interpretar os registros coletados no campo de pesquisa, opondo-se à crença de que os dados estão prontos e acabados, como a visão positivista pregava. Em outras palavras, o pesquisador é ao mesmo tempo sujeito e objeto de sua pesquisa (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).					Diante disso, a pesquisa qualitativa preocupa-se em interpretar e descrever aspectos da realidade que não podem ser quantificados, enfocando a compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais. Propõe-se a descrever, compreender, explicar as relações e diferenças entre o mundo social e natural, buscando os resultados mais fidedignos possíveis. 						Do ponto de vista de seus objetivos, buscou-se como recurso, a pesquisa explicativa, uma vez que busca compreender sobre a importância da música na aprendizagem escolar. Em seus procedimentos técnicos, houve a necessidade de optar-se por uma pesquisa bibliográfica, por se tratar de informações coletadas a partir de livros, artigos, revistas e outras formas de publicação. 				Entende-se por pesquisa bibliográfica a análise a partir do maior número de publicações, sob a forma de teses, dissertações, artigos, monografias, informativos, dentre outras fontes do saber científico, seja por meios impressos ou eletrônicos, de forma a permitir a melhor compreensão do objeto pesquisado (GERHARDT; SILVEIRA, 2009). 										Portanto, acredita-se que esse trabalho traga à tona algumas informações recentes, de modo a possibilitar a discussão sobre as contribuições do uso da música e o desenvolvimento da inteligência musical na escola. 
REFERÊNCIAS 
COLLIN, Catherine; BENSON, Nigel; GINSBURG, Joannah; GRAND, Voula; LAZYAN, Merrin; WEEKS, Marcus. O livro da psicologia. São Paulo: Globo Livros, 2016. 
DE SOUZA, Taiz. A teoria das inteligências múltiplas de Gardner. Psiconlinews (2015). Disponível em: <http://www.psiconlinews.com/2015/05/teoria-das-inteligencias-multiplas-de-gardner.html >Acesso em: 08 de julho de 2017. 
FERRARI, Márcio. Howard Gardner, o cientista das inteligências múltiplas. Revista Nova Escola (2008). Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1462/howard-gardner-o-cientista-das-inteligencias-multiplas> Acesso em: 09 de julho de 2017. 
GERHARDT, Engel; SILVEIRA, Denise T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: editora da UFRGS, 2009. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>Acesso em: 09 de julho de 2017. 
ILARI, Beatriz. A música e o cérebro: algumas implicações do neurodesenvolvimento para a educação musical. Revista da Abem. N.9. Set. 2003. Disponível em: <http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem/index.php/revistaabem/article/view/395/322 >Acesso em: 08 de julho de 2017.

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