Buscar

aulas 01 03

Prévia do material em texto

Bioquímica C 
 Resumo: Bioquímica Médica Básica de Marks 
obs: completar juntamente com slides da Professora Giovanna 
Sistema Digestório 
Aula 1 
Aminoácidos e Proteínas 
Estrutura Geral dos aminoácidos: 
 
Destino dos aminoácidos: 
Os aminoácidos derivados das proteínas da dieta vão do intestino para o fígado pela 
veia porta hepática. O fígado os utiliza para síntese de proteínas séricas, bem como 
de suas próprias proteínas, e para a biossíntese de compostos nitrogenados que 
necessitam de aminoácidos precursores, tais como aminoácidos não-essenciais, 
heme, hormônios, neurotransmissores e bases púricas e pirimídicas. Ele também pode 
oxidar aminoácidos ou convertê-los em glicose ou corpos cetônicos e desfazer-se do 
nitrogênio na forma de ureia, um composto não tóxico. 
 Digestão de aminoácidos: 
As proteínas da dieta são clivadas a aminoácidos por proteases. A pepsina age no 
estômago, e as enzimas proteolíticas produzidas pelo pâncreas (tripsina, 
quimotripsina, elastase e as 
carboxipeptidases) agem no lúmen 
do intestino delgado. As 
aminopeptidases e as di e 
tripeptidases associadas às células 
epiteliais intestinais completam a 
conversão das proteínas da dieta 
em aminoácidos que são 
absorvidos pelas células epiteliais 
intestinais e liberados na veia porta 
hepática. 
 
As proteases são ativadas por aumento de pH induzido pelo bicarbonato secretado 
pelo pâncreas. A tripsina é o gatilho inicial para ativação das enzimas liberadas pelo 
pâncreas. 
 
 
 
 
Transporte de aminoácidos nas células epiteliais intestinais: 
O aminoácido sai do lumen intestinal para a célula. Ele é sódio dependente 
para a entrada na célula (99%). E o Na+ sai da célula, por tranporte ativo, e 
entra K+. O aminoácido, ao sair da célula, sai por um transportador facilitado, 
em direção à veia porta. 
 Obs: os aminoácidos aromáticos e os ramificados são absorvidos sem dependência 
de sódio. 
Transaminação 
Transferência de grupo amino de um aminoácido para 
outro, através de um cetoácido. Os aminoácidos são 
desaminados por transaminação: transferência do seu 
grupo amino a um cetoácido para produzir o cetoácido 
do aminoácido original e um novo aminoácido. O grupo 
aceptor predominante é o cetoglutarato, produzindo 
glutamato e o novo cetoácido. As enzimas que catalisam 
a transaminação são designadas aminotransferases ou 
transaminases, que necessitam da coenzima piridoxal-
fosfato (PLP – derivado da vitamina B6). 
 
Desaminação 
O glutamato produzido por transaminação pode ser 
oxidativamente desaminado, que resulta no cetoglutarato 
e na liberação do grupo amino como amônia livre. São 
reações que ocorrem predominantemente no fígado e rins, 
e fornecem a-cetoácidos e amônia, que é uma fonte de 
nitrogênio na síntese de ureia. 
 O ATP e o GTP são inibidores alostéricos, enquanto o 
GDP e o ADP são ativadores da enzima. Quando os níveis 
de energia estão baixos, a degradação dos aminoácidos 
pela glutamato desidrogenase é elevada, fornecendo a-
cetoglutarato para o Ciclo de Krebs. 
 
Ciclo da Ureia 
As duas primeiras reações ocorrem na mitocôndria, enquanto todas as enzimas 
restantes do ciclo estão localizadas no citosol. 
 A amônia da desaminação é direcionada para o interior das mitocôndrias 
hepáticas e caminha até a matriz mitocondrial. Depois, no citosol, associa-se a 
um hidrogênio da cadeia transportadora de elétrons (bombeamento de 
prótons), e se transforma em amônio NH4., que junto ao bicabornato e ATP, 
forma carbomoil fosfato. Este converte ornitina em citrolina, que é transportada 
para fora da mitocôndria, transformando-se diversas vezes até chegar em ureia 
(eliminada na urina). 
O fumarato é um integrante do Ciclo de Krebs e participa na formação da ureia. 
Se a mitocôndria produzir pouco ATP, o fígado acelera a eliminação de amônia 
para o ciclo da ureia, assim formando mais fumarato para ativar o Ciclo de 
Krebs, produzindo mais ATP. 
Ciclo da ureia no jejum: 
Durante o jejum o fígado mantém os níveis de glicose no sangue. Aumenta o 
processo de gliconeogênese, ativa-se o ciclo da ureia e a excreção de ureia se 
torna maior nesse período. 
Proteínas plasmáticas de ligação 
Albumina 
A Albumina é uma proteína plasmática sintetizada pelo fígado. É uma glicoproteína 
transportadora de ácidos graxos livres, cálcio, zinco, hormônios, esteroides, cobre e 
bilirrubina. Muitos fármacos também se ligam à albumina, diminuindo a concentração 
efetiva do fármaco e aumentando sua meia-vida na circulação. 
 
Aula 2 
Produção de ácido pelas células parietais 
A gastrina tem origem nas células G enteroendócrinas do estômago ou do 
bulbo duodenal. É produzida também pelo pâncreas. Juntamente com a 
histamina e a acetilcolina, ela induz a secreção de ácido gástrico na célula 
parietal ativada. 
Equilíbrio iônico da célula parietal 
No interior das células parietais, a anidrase carbônica controla o pH, 
metabolizando H2O e CO2 em HCO3- e H+. O HCO3- é eliminado da célula, 
na troca por Cl-, que entra na célula e depois sai por um canal de Cl-. Já o H+ 
é bombeado para a subunidade alfa da célula, na troca por K+. Há um canal de 
saída para o K+. Tal bomba gasta energia na forma de ATP. O H+, na luz da 
célula parietal, se associa ao cloreto que havia saído, produzindo o HCl. 
Neurotransmissores aumentam a quantidade de estamina e gastrina e eleva a 
produção de HCl. 
Medicamentos, como Omeprazol, bloqueiam a subunidade alfa e, 
consequentemente, o bombeamento de H+. Assim diminuindo a acidez do 
estômago. 
Carboidratos 
Possuem funções tais como fornecer fração significativa de energia e a 
depositar em forma de glicogênio no fígado e no músculo. É, também, um 
componente da membrana celular. 
Os Glicosídeos são carboidratos complexos: monossacarídeos que se ligam 
por ligação glicosídica formando dissacarídeos, oligossacarídeos e 
polissacarídeos. Na ligação N-Glicosídica, o Nitrogênio é o mediador da 
ligação. E na O-glicosídica, é o Oxigênio. A ligação sempre se dá entre o 
Carbono 1 da glicose e o Carbono 4 do outro composto, como, por exemplo, a 
frutose. 
 
Digestão de Carboidrato 
Na boca, o pH neutro (aproximadamente 7) não digere proteína, mas hidrolisa 
(quebra) carboidratos com muita complexidade como o amido, através da 
enzima alfa-amilase salivar. A hidrolisação é pequena, e ainda podem restar 
dextrina, maltotiose-tri, maltose-di, lactose e sacarose. 
O estômago, com baixo pH. Interrompe a ação da alfa-amilase salivar. A alfa-
amilase pancreática, eliminada no intestino, liga-se aos carboidratos, para os 
hidrolisar, por ligações verticais (para trás do plano do papel), com pH alcalino. 
Dissacarídeos e Oligossacarídeos estão nas bordas em escova das células e 
hidrolisam galactoses e maltoses, atuando juntamente com a alfa-amilase 
pancreática, para também hidrolisar a maltotiose-tri nas ligações verticalizadas. 
O produto dessas hidrólises são glicose, galactose e frutose que vão 
principalmente para o fígado e para os músculos. 
 
Absorção da glicose 
Na borda em escova, a glicose pode ser sódio-dependente ou não para a 
entrada nas células. Já a galactose é sempre sódio-dependente e a frutose é 
independente. Depois, são transportados pela corrente sanguínea até 
chegarem aos órgãos alvos, através dos transportadores GLUTs (1 a 5). Tais 
transportadores não são residuais de membrana, mas ficam retidos em 
vesículas no citoplasma até a aproximação da glicose (ou outro carboidrato 
específico) e migram para a membrana. 
Microbiota Intestinal (ler juntamente com slides da prof.) 
O pH intestinal é mais ácido do que básico, devidoà ação da flora bacteriana 
que lá reside e que produz H+ diariamente, evitando microorganismo 
patogênicos. 
Algumas bactérias produzem lactase, vitamina K, B5, B6 e B12. Ácidos graxos 
de cadeia curta, etc. 
Qualquer alteração na microbiota intestinal pode levar a inflamações, carências 
e até tumores. 
 
Estoque de glicose 
O fígado e os músculos armazenam glicose em forma de glicogênio e a 
degrada quando há necessidade, como no jejum ou em atividade física intensa. 
No fígado, o glicogênio é transformado em glicose através da gliconeogênese. 
Nos músculos, o glicogênio sofre glicólise, produzindo ATP, lactato e CO2. 
 
Enzimas que degradam glicogênio 
O glucagon degrada o glicogênio, já a insulina o estoca. A proteína glicogênio-
sintase é ativada quando não possui Fosfato. Já a glicogênio-fosforilase fica 
ativa com fosfato. 
Degradação do glicogênio 
Em jejum prolongado (mais de 32h), o glucagon, juntamente com a adrenalina, 
migram para seus receptores, associados à proteína G, que ativa uma proteína 
de membrana, gerando uma mensagem de membrana para o glucagon 
(AMPc). O AMPc ativa proteína quinase (A), que fosforila (doa fosfato quando 
ativada) a fosforilase quinase, até o glicogênio fosforilase hidrolisar glicogênio. 
Estoque: o estoque se dá quando a glicose entra na célula, fosforilada na 
posição 6 e 1, e adere moléculas de UDP para se estabilizar nela. A cada 
molécula de glicose que se adere, sai um UDP, que fica apenas na ponta da 
molécula para dar estabilidade. Ao juntarem várias moléculas de glicose, 
forma-se o glicogênio de depósito. 
Adrenalina: entra na célula pela proteína G, ativa o PIP3 que migra para o 
retículo endoplasmático e induz a liberação de Cálcio, responsável pela 
ativação da glicogênio fosforilase e da fosforilase quinase, que ativa a hidrolise 
de glicogênio. 
Intolerância à Lactose 
A lactase é a enzima responsável pela quebra de lactose. Por alterações 
genéticas, alguns indivíduos não produzem lactase nas células em escova do 
intestino. Assim, toda vez que as bactérias usam a lactose íntegra, há 
produção de gases, ácido láctico e alteração na osmolaridade, que aumenta 
porção de fluido, causando diarreia líquida. 
“Metabolismo do Sorbitol: glicose/frutose 
A frutose é o carboidrato de preferência das células da retina e do cristalino. 
Em situação normal, a glicose é transformada em Sorbitol, pela aldose 
redutase, e o Sorbitol em frutose, pela sorbitol desidrogenase. Em situações 
patológicas, como em diabetes, catarata, retinoplastia e nefropatia, quando a 
concentração de glicose no sangue está aumentada, há muita transformação 
de glicose, portanto um acúmulo de Sorbitol, pois a sorbitol desidrogenase não 
consegue metabolizar todo o Sorbitol em frutose. Há redução da concentração 
de frutose e ATP, consequentemente morte de células. Altera também a 
osmolaridade, levando a edema celular. 
 
 
Aula 3 
Lipídeo e Colesterol 
Triacilglicerídeos (TG): principais gorduras da dieta humana. 
Subprodutos: diacilglicerol -> monoacilglicerol (entra na corrente sanguínea e 
as células intestinais absorvem). 
Lipases salivares e gástricas digerem ácidos graxos de cadeia curta e média. 
A parte polar dos sais biliares de ligam ao TG. A colipase, liberada pelo 
pâncreas, dá acesso à lipase e resulta em monoacilglicerol + ácido graxo (FA), 
no intestino delgado. Depois, há a ação de sais biliares para internalizar o FA. 
Dentro da célula intestinal, reconstitui-se o TG, que fica armazenado no retículo 
endoplasmático. A Apoproteína B48 sai do Retículo endoplasmático e se junta 
ao TG, que também é secretado. A apoproteína transporta TG pra corrente 
sanguínea, atráves do Complexo de Golgi, e são transportados pela linda para 
a corrente sanguínea. Juntamente a fosfolipídeos, forma-se o quilomicron 
nascente. Somente a Apo B48 não consegue carrear esse quilomicron pela 
corrente, então ele se junta a outras Apoptroínas, a Apo CII e ApoE, formando 
o quilomicron maduro. 
Obs: O HDL, que transporta colesterol para o fígado, possui a Apo CII e ApoE, 
e as transfere para o quilomicron nascente, da síntese hepática. Já a ApoB48 
vem do intestino. 
O quilomicron maduro, na corrente, interage com lipases lipoproteicas (LPL), 
nas paredes de capilares próximas a tecido adiposo e muscular. A Apo CII 
ativa LPL a hidrolisar (quebrar) o quilomicron maduro em ácido graxo e glicerol. 
No músculo, o ácido graxo (FA) fornece energia e no tecido adiposo reage com 
outro FA e forma TG, que fica armazenado. O glicerol é tranferido para o 
fígado. 
Assim, resta o quilomicron remanescente. 
Nos hepatócitos há receptores para ApoE, que captura o quilomicron 
remanescente e o armazena. É quebrado pelos lisossomos, formando ácido 
graxo e colesterol, para dar energia. 
Síntese de Colesterol 
No fígado, o colesterol possui mais origens além dessa. Pode originar-se a 
partir de aminoácidos e glicose, além do ácido graxo. A síntese de colesterol 
pode ser no fígado, intestino, cortex adrenal, gônadas e pâncreas. 
A partir desses compostos, origina-se a Acetil-CoA, que passa por processos e, 
através da enzima HMG-CoA redutase, é metabolizado e reduzido a 
metalonato, que é reduzido a colesterol. 
A enzima HMG-CoA redutase é responsável por indivíduos apresentarem altos 
níveis de colesterol, geneticamente, pela alta dessa enzima. 
Tal enzima possui duas formas: com fofato (P) é inativa e sem P é ativa. 
A proteína-quinase, vinda do glucagon, transfere o P para a enzima e a inativa. 
Inibindo a formação de colesterol. 
Já a insulina ativa fosfatases que removem P da enzima, contribuindo para 
síntese de colesterol. 
 
Síntese de sais biliares 
Ácidos graxos são responsáveis pela emulsificação de gordura TG. 
No fígado, o colesterol é transformado em ácidos biliares através da adição de 
hidroxila (OH) em sua molécula. Formando ácido cólico e ácido quenocólico. 
Do ácido cólico, são formadas a taurina e a glicina, que resultam em sais 
biliares. 
 
Icterícia Obstrutiva (acúmulo de bilirrubina conjugada) 
A bilirrubina, proveniente de macrófagos hepáticos, é transportada ao fígado 
pela Albumina. Lá, a ação da Bilirrubina Glucuronil-transferase faz surgir o 
ácido glicurônico, que se junta à Bilirrubina e a conjuga (conjugação). É 
transferida para o intestino delgado, onde a bile remove o ácido glicurônico e a 
desconjuda (desconjugação). A deficiência na bile afeta a desonjugação, e 
bilirrubina conjugada se acumula na corrente circulatória. Quando não há 
deficiências, o ácido glicurônico é tranformado em Urobilinogênio, substrato 
para bactérias intestinais produzirem estercobilina.

Continue navegando