Buscar

morfologia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
 
Morfologia e Classes Gramaticais 
 
 
 
 
Aula 1 
 
 
Profª. Margarete Costa 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa Inicial 
 Você já parou para pensar em como nós falamos? Como organizamos 
nossa fala? Nós falamos por meio de letras, de palavras, de frases? Na realidade 
nossa fala é silábica, nós falamos juntando sílabas. Um jato de ar sai de nossos 
pulmões, passam pelas cordas vocais e produzem os diferentes sons. Mas isso 
é mecânico, é física. Vamos pensar em termos cognitivos. De uma forma 
extremamente rápida, nosso cérebro organiza um pensamento e o transforma 
em palavras que formam as frases que nós falamos. 
 O processo mental é bastante complexo. Principalmente porque não 
pensamos com palavras. Quer um exemplo? Se eu pedisse para você imaginar 
algo, por exemplo, chocolate. O que vem em sua cabeça? Possivelmente uma 
barra de chocolate ou outra imagem similar. Acredito que você não pensou na 
junção das letras: 
 
Você não pensou na palavra e sim no objeto que a palavra 
representa, não é mesmo? Nesta rota, vamos estudar a palavra a 
conceituação e classificação do morfema. Começaremos com o que um 
morfema, em seguida estudaremos palavra e vocábulo, depois os 
conceitos básicos de morfologia e seus princípios teóricos. Veremos os 
tipos e a classificação dos morfemas. E no final de cada rota vamos 
propor atividades para realizar em sala de aula com os alunos sobre os 
temas abordados. 
No material online, a professora Margarete Costa apresenta os 
temas que serão abordados nesta aula. Confira! 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Contextualizando 
 Quantas palavras há na Língua Portuguesa? 
 Clique no link a seguir e leia uma interessante reportagem da revista Nova 
Escola. 
http://novaescola.org.br/lingua-portuguesa/fundamentos/possivel-
calcular-quantas-palavras-surgem-dia-lingua-portuguesa-473887.shtml 
 
Mais interessante que saber quantas palavras há na Língua Portuguesa 
é saber que todas elas são divididas em apenas dez categorias nas classes de 
palavras. Não é muito fácil classificar as palavras, pois elas variam. Mas de 
acordo com a função que a palavra tem ou que exerce em uma frase, ela possui 
características que aproximam de seus pares, fazendo-a pertencer a uma 
determinada classe. 
A parte da gramática que examina as classes de palavras é a 
morfologia (morfo = forma, logia = estudo), isto é, o estudo da forma. Assim, na 
morfologia estudamos a forma da palavra e não as relações entre as palavras, o 
contexto em que são empregadas ou outros fatores que podem influenciá-la. 
Vamos saber mais sobre o assunto? 
 
No material online, a professora Margarete Costa contextualiza os 
conteúdos desta rota. 
 
 
Pesquise 
O que é morfema? 
Quando falamos ou escrevemos usamos letras, palavras, frases, sons 
entre outros recursos comunicativos. Durante a fala é relativamente difícil 
identificar estes elementos, pois estamos muitas vezes mais preocupados com 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
o significado do discurso da comunicação. Vamos ler um poema muito 
interessante no nosso querido poeta Mário Quintana: 
 
 
 
O poema fala, de uma forma simpática, que as pessoas ou coisas que nos 
atrapalham vão passar, retomando a máxima “tudo passa”, e Mário Quintana 
brinca com as palavras “passarão” e “passarinho”, que em seu duplo sentido 
mostra as amarras de um pássaro pesado, preso que não pode voar “passarão” 
e do passarinho que passa a ideia da liberdade, leveza e desprendimento do 
poeta. Porém, em relação a interpretação da poesia, devemos lembrar que ela 
é pessoal e que sua beleza deve ser degustada pelo leitor sem preocupações 
de entendimentos avançados. Vejamos o que o próprio autor diz sobre a 
intenção de descobrir o que ele disse: 
 
“A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma 
terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita 
começa a desconfiar que não foi propriamente dita”. (QUINTANA, 2009) 
Vamos retomar o poema e analisar as possíveis divisões para análise: 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
 
Você deve estar se perguntando, mas se eu consigo dividir o morfema em 
letras e fonemas como ele é “indivisível”? Ele é indivisível como unidade 
significativa. O morfema é a menor unidade portadora de significado dentro da 
língua. 
Veja as definições de morfema dos autores a seguir. 
 
 André Martinet: a menor unidade do discurso provida de significado é 
o monema: o termo morfema foi atribuído às unidades significativas 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
mínimas gramaticais, enquanto os itens lexicais mínimos recebem o 
nome lexemas. 
 Bernard Pottier: o morfema é dado como uma forma genérica, 
enquanto os termos específicos são denominados de gramema (no 
que diz respeito às unidades mínimas gramaticais) e lexemas (às 
unidades mínimas lexicais). 
 Câmara Júnior: o termo morfema diz respeito às unidades gramaticais 
mínimas, enquanto as unidades lexicais mínimas são denominadas 
semantemas. 
 Cintra e Cunha: os morfemas são as unidades significativas 
mínimas que, ao se unirem, compõem cada palavra, formando um 
todo semântico. 
Podemos sintetizar reafirmando que o morfema é a menor parte escrita 
que possui significado. Para entender melhor, analise o esquema a seguir: 
 
 Raiz ou radical: constituinte que designa a ideia básica da palavra e, 
a partir do qual, novos vocábulos são formados. Tem formas livres 
(estruturas morfossintáticas independentes). 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
7 
 Afixos: constituinte que designa a ideia básica da palavra e, a partir 
do qual, novos vocábulos são formados. Formas presas que se ligam 
às formas livres. 
 Prefixo: morfema que se posiciona à frente do radical. Forma presa 
ligada antes da raiz. 
 Sufixo: morfema que se coloca após o radical. Forma presa ligada 
depois da raiz. 
Exemplos: 
 
 
Você deve ter percebido que uma simples letra pode ter muito significado. 
O “a” indica muitas vezes o feminino, o “s” indica plural. Em breve iremos estudar 
mais sobre isso. 
Leitura Obrigatória: 
Leia o artigo “O Estudo da Morfologia”, de Bárbara de Paula Stoian de 
Carvalho, disponível no link a seguir. 
http://www.portaleducacao.com.br/enem/artigos/14510/o-estudo-da-
morfologia 
Saiba Mais: 
Aprofunde os seus conhecimentos sobre esse assunto lendo a matéria 
“Características que diferenciam alguns morfemas” e assistindo ao vídeo 
“Introdução ao estudo da morfologia, morfemas”. Ambos estão disponíveis nos 
links a seguir. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
8 
http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/caracteristicas-que-diferenciam-
alguns-morfemas.htm 
https://www.youtube.com/watch?v=pYuya2bSMnc 
 
No material online, a professora Margarete Costa fala mais sobre o 
conceito de morfema. Não perca! 
 
Palavra e vocábulo 
 O que é palavra? Palavra é uma junção de letras que representa algo. 
De acordo com Petter (2003, p. 59): a palavra é identificada como uma 
unidade formal da linguagem, que sozinha ou associada a outras, pode constituir 
um enunciado. A palavra é um conjunto de sons articulados que expressam 
ideias e são representados por uma grafia, formada por uma reunião de letras, 
que quando agrupadas formam as frases. 
As palavras são facilmenteidentificadas nos textos escritos, pois há todo 
um processo de espaçamento entre elas. Porém, na língua oral não existe tal 
espaçamento, como já foi dito, nós falamos por meio das sílabas. Por jatos de ar 
que passam pelas cordas vocais. Interessante notar que quando estamos com 
pressa nossa fala diferencia-se de quando estamos tranquilos e calmos. Os 
espaços na fala modificam-se. 
Veja alguns exemplos: 
As asas azuis → /azazazuis/ 
As rosas amarelas → /azrozazamarelas/ 
 
Palavra e vocábulo não são a mesma coisa? Não. Mas, então o que é 
vocábulo? 
Vocábulo é uma palavra considerada apenas quanto à forma, sem 
interesse no significado. O termo vocábulo procede do latim “voz”. Podemos 
considerar que toda palavra é um vocábulo, mas nem todo vocábulo é uma 
palavra. Isto é, são palavras apenas os vocábulos que possuam significado 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
9 
lexical. Por exemplo, você sabe o que é ósculo? Se você sabe, ósculo, para você 
é uma palavra. Se você não sabe, ósculo é um vocábulo. (O significado dessa 
palavra é beijo). 
Um bom exemplo do uso de vocábulos são as antigas cartilhas, que se 
preocupavam em ensinar a escrever sem conhecer os significados das palavras. 
Veja um típico texto de cartilha: 
 
“ O dado é de Didi. 
Didi deu o dado a Dudu.” 
 
Aqui fica claro que a intenção é trabalhar com a letra “d”. 
Independentemente do significado dos termos, este é um texto voltado para os 
vocábulos e não para as palavras, pois não há uma preocupação em relação aos 
elementos do texto no contexto em que ele está inserido. 
O método de alfabetização de adultos elaborado por Paulo Freire, 
trabalhava exatamente ao contrário. Para Freire, a alfabetização é construída em 
três etapas, todas interativas e de participação conjunta de alunos e professores. 
Saiba mais sobre elas clicando nas palavras destacadas. 
 Etapa de Investigação: onde ocorre a busca conjunta das palavras e 
temas mais significativos da vida do aluno, dentro de seu universo 
vocabular e da comunidade onde ele vive. 
 Etapa de Tematização: quando ocorre a tomada de consciência do 
mundo, pela manipulação de conceitos e significados das palavras 
geradoras, chegando aos temas geradores que nortearão o processo. 
 Etapa de Problematização: é quando o professor desafia e inspira o 
aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo, para uma postura 
conscientizada. O universo de cada aluno se abre, se amplia, e este 
se torna senhor do seu mundo. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
10 
Leitura Obrigatória: 
Leia o artigo “Estrutura e Formação de Vocábulos em Português”, 
disponível a seguir. 
http://www.filologia.org.br/monografias/caderno_de_pos_graduacao_ufac
/estrutura_e_formacao_de_vocabulos.htm 
 
Saiba Mais: 
Deu uma dúvida sobre a diferenciação de vocábulo, palavra e termo? 
Refresque a sua memória clicando no link a seguir. 
https://www.youtube.com/watch?v=1XgEBPTurLQ 
 
Aprofunde os seus conhecimentos sobre palavra e vocábulo assistindo à 
explicação da professora Margarete Costa, no material online. 
 
Conceitos básicos de morfologia e princípios teóricos 
 
 O que é morfologia? O termo morfologia é a soma dos elementos [morf (o)] 
e [logia], da junção da grafia morphe (forma) e logia (estudo). Em Língua 
Portuguesa morfologia significa o estudo das palavras. Veja outras definições 
disponibilizadas na internet: 
 É o estudo da estrutura e da formação das palavras; 
 É a parte da gramática que estuda as palavras observadas 
isoladamente; 
 É a parte da gramática da língua que estuda os morfemas; 
 É a parte da gramática que estuda as palavras de acordo com a classe 
gramatical a que elas pertencem; 
 Seção gramatical que se dedica ao estudo da formação, da origem e 
da flexão das palavras. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
11 
 Ato de estudar cada uma das diversas palavras em uma frase visando 
sua classe gramatical 
Sintetizando, a morfologia estuda a palavra em relação a sua estrutura, 
formação, classe, morfemas, origem e flexão. Estudar a forma das palavras 
significa estudar sua estrutura, as partes que as formam, os morfemas. Toda 
estrutura contém elementos relacionados, assim as palavras são formadas por 
unidades menores que combinadas produzem significado. Essas “combinações” 
são intencionais, isto é, elas têm funções em sua estrutura que transmitem algum 
significado. 
Assim, forma, função e sentido são elementos distintos e independentes 
que ao juntar-se trazem sentido às palavras. 
 
Desta forma, para analisar e classificar uma palavra deve-se levar em 
consideração as competências morfológicas, sintáticas e semânticas. Vamos 
relembrar os estudos dessas competências? 
 
PA
LA
V
R
A
S Forma
Função
Sentido
•é a estrutura e forma das palavrasmorfológicas
•estuda o papel que determinada palavra 
desempenha dentro de uma oraçãosintáticas
•estuda o significado das palavras, frases e 
textos de uma línguasemânticas
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
12 
Morfologicamente as palavras classificam-se em: substantivo, artigo, 
adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e 
interjeição. Sintaticamente temos a seguinte classificação: 
 Termos essenciais da oração: sujeito e predicado. 
 Termos integrantes da oração: complemento verbal (objeto direto e 
indireto), complemento nominal e agente da passiva. 
 Termos acessórios da oração: adjunto adverbial, aposto e vocativo. 
E semanticamente podemos classificar as palavras como: sinonímia, 
antonímia e polissemia. 
A morfologia volta-se também para a estrutura e formação de palavras. 
Durante nossas aulas estudaremos mais detalhadamente cada um desses 
elementos. 
 
Leitura Obrigatória: 
Leia a resenha do livro “Morfologia”, de Cláudio Cezar Henriques, 
disponível no link a seguir. 
http://www.revel.inf.br/files/resenhas/revel_12_resenha_morfologia.pdf 
 
Saiba Mais: 
Quer relembrar as principais questões em relação às estruturas das 
palavras? Acesse o link indicado a seguir. 
https://www.youtube.com/watch?v=mbKfJXjvpOc 
 
Agora é com a professora Margarete Costa. Veja o que ela tem a dizer 
sobre os conceitos básicos de morfologia e os princípios teóricos no 
material online. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
13 
Classificação dos morfemas 
Todo o vocábulo tem um morfema. Este morfema é denominado de 
primitivo, básico ou nuclear e podem agregar outros morfemas. Vejamos a seguir 
o esquema da classificação dos morfemas: 
 
 
 
Raiz 
A raiz é um elemento irredutível, isto é, que não pode ser diminuído e é 
comum a todos os vocábulos da mesma família. Na raiz está a significação 
básica. Veja estes exemplos: 
 
 
Morfema
Raiz
Radical
Desinência
nominal
verbal
Vogal 
temática
nominal
verbal
Tema
Afixos
prefixo
sufixo
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
14 
Radical 
O radical também contém o significado básico da palavra, além de receber 
outros elementos mórficos. O radical é a parte da palavra que está presente em 
todas as suas formas, por isso quando as palavras contêm o mesmo radical, elas 
fazem parte da mesma família e são denominadas de cognatas. 
A diferença entre raiz e radical é que o radical carrega o significado da 
palavra enquanto a raiz é irredutível. Porém, há casos em que a raiz coincide 
com o radical. Vejamos a conjugação do verbo beijar no presente e pretérito 
perfeito do indicativo.Você pode observar que o radical da palavra beijar é BEIJ, pois ela se 
repete em toda a conjugação. 
Desinência 
As desinências são morfemas que admitem a flexão da palavra a qual se 
juntam. Elas são nominais quando se juntam a um nome e verbais quando se 
juntam a um verbo. 
Desinências nominais são morfemas que indicam a flexão de gênero 
(masculino e feminino) e número (singular e plural) 
Menino Menina Meninos Meninas 
 -o: desinência nominal indicativa do gênero masculino; 
 -a: desinência nominal indicativa do gênero feminino; 
 -s: desinência nominal indicativa do número plural. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
15 
Algumas palavras não aceitam desinências de gênero (como: cama, 
papel, janela e hotel), já outras não aceitam desinências de número (como: pires, 
lápis, ônibus e vírus). Dizemos que essas palavras são invariáveis. 
Desinências verbais são morfemas que indicam a flexão de número 
(singular e plural), pessoa (1ª., 2ª. e 3ª.), tempo (presente, passado e futuro) e 
modo (indicativo, subjuntivo e imperativo) em verbos. Veja a tabela a seguir: 
 
 -o: desinência de número pessoal, indicativa da 1.ª pessoa do 
singular; 
Ex: Eu amo, eu beijo, eu abraço, eu aprendo, … 
 -s: desinência de número pessoal, indicativa da 2.ª pessoa do 
singular; 
Ex: Tu amas, tu beijas, tu abraças, tu aprendes, … 
 -mos: desinência de número pessoal, indicativa da 1.ª pessoa do 
plural; 
Ex: Nós amamos, nós beijamos, nós abraçamos, nós aprendemos, … 
 -m: desinência número pessoal indicativa da 3.ª pessoa do plural. 
Ex: Eles amam, eles beijam, eles abraçam, eles aprendem, … 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
16 
As desinências modo temporal são as que indicam o tempo em que ocorre 
a ação verbal. 
 
E a desinência verbo nominal indica as formas nominais dos verbos: 
 
Vogal temática 
A vogal temática liga o radical com as desinências. Há três vogais 
temáticas na língua portuguesa: 
 
Tema 
Tema é a junção do radical e a vogal temática. 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
17 
Afixos 
Afixos são morfemas que podem ser ligados ao radical da palavra, 
formando assim uma nova palavra, chamada de palavra DERIVADA. 
 
 
Na Língua Portuguesa não há infixos. O que ocorrer no meio do vocábulo 
é as consoantes e as vogais de ligação. 
Tipos de morfemas quanto ao significado 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
18 
 Quanto ao significado, os morfemas podem ser lexicais. Isto é, eles 
representam a significação externa das palavras (as ações, as designações de 
seres e os conceitos). Eles são os portadores da significação básica do vocábulo. 
Também são chamados de lexemas. Essa significação está contida no radical 
do vocábulo. Assim, o lexema do vocábulo é o seu radical. 
Vejamos um exemplo em que morfema lexical é facilmente identificado. 
 
Já o morfema gramatical está relacionado ao significado interno da 
palavra. Os morfemas classificatórios dividem os vocábulos em categorias, 
uma delas é a vogal temática (verbal e nominal). A vogal temática é um 
segmento que se acrescenta ao radical para agrupar vocábulos (nomes e 
verbos) em categorias. 
A vogal temática incorpora os verbos em três categorias, correspondendo 
às três conjugações verbais: 
 Verbos de vogal temática – a: primeira conjugação, como em “amar”; 
 Verbos de vogal temática – e: segunda conjugação, como em 
“comer”; 
 Verbos de vogal temática – i: terceira conjugação, como em “dormir”. 
Nos nomes a vogal temática não representa a flexão de gênero, como 
“porta”, “telefonema” e “carta”. Em “artista”, o “a” é usado tanto para feminino 
como masculino, assim ele é uma vogal temática. 
Os morfemas derivacionais formam novas palavras com o acréscimo de 
afixos. Já os morfemas flexionais correspondem às flexões de gênero e número 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
19 
nos nomes (desinências nominais) e às flexões de tempo e modo nos verbos 
(desinências verbais). 
 
 Quanto ao significante, ele estuda o aspecto formal das palavras e se 
apresenta em vários tipos: aditivo, reduplicativo, alternativo, zero, subtrativo. 
 
Morfemas aditivos 
Como o próprio nome diz “aditivo” significa adição, soma. Ocorrem por 
acréscimo de afixação, que são formas ligadas à raiz. Os afixos são classificados 
de acordo com sua posição na raiz, são eles: 
 
Quando o morfema está no meio do radical, ele é chamado de infixo. Na 
Língua Portuguesa não há infixos. O que pode ocorrer é a presença de 
consoantes e vogais de ligação no meio do vocábulo. 
Afixos
Prefixo
Vem antes 
da raiz
Infeliz
Sufixo
Vem depois 
da raiz
Felizmente
Infixo*
interior da 
raiz
glorificar
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
20 
Há também os morfemas subtrativos, alternativos, reduplicativos, de 
posição e zero. Conheça melhor cada um deles. 
 Morfemas Subtrativos: procedem da supressão de um segmento 
fônico do morfema lexical. Por exemplo, o feminino de “órfão” é “órfã”, 
“anão” é ”anã”. Há uma subtração do “o” e não há adição de nenhum 
outro morfema. São recorrentes na linguagem informal, no qual as 
pessoas não utilizam algumas desinências. 
 Morfemas Alternativos: ocorrem na mudança da estrutura fônica da 
raiz, por exemplo, o masculino “avô” no feminino é “avó”, houve uma 
mudança somente sonora. Da mesma forma a indicação do tempo 
presente e passado do verbo “pode” e “pôde” é dado foneticamente. 
 Morfemas Reduplicativos: repetição de uma parte ou de toda a raiz, 
por exemplo: “babá”, “papai”, “mamãe” e “vovó”. 
 Morfemas de Posição: são aqueles que dão suporte à posição dos 
termos. Ao se colocar uma informação na frente de outra, estamos 
dando destaque para ela. Vejamos um exemplo: “O marido matou a 
esposa” é diferente de “A esposa foi morta pelo marido”. Nesta última 
frase, a esposa aparece por primeiro e dá a impressão de que teve 
certa culpa pelo fato. 
 Morfemas Zero: consiste na ausência significativa de morfema e é 
representado por Ø, ele corresponde a um espaço vazio, isto é, está 
relacionado com uma classe gramatical, mas não é expresso. Por 
exemplo, compare os termos: “beijávamos” e “beijava”. “Beijávamos” 
indica a primeira pessoa do plural, sabemos disso por causa do 
morfema /-mos/, porém em “beijava” não há morfema, mas sabemos 
que se trata da primeira ou terceira pessoa do singular; assim 
podemos representar desta forma: “beijava Ø”. 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
21 
Veja outro exemplo: “carro” e “carros”, a ausência do “s” indica que o 
termo está no singular, assim podemos representar a palavra desta forma: carro 
Ø. 
Alomorfia 
Alomorfia é a passagem de uma forma para outra, uma 
metamorfose. No caso de uma língua, alomorfia é a mudança na forma 
de um morfema. Veja os exemplos: 
 
O “in” e o “i” tem o mesmo significado porque é o mesmo morfema que 
sofreu uma alteração, uma alomorfia. 
Leitura Obrigatória: 
Leia o artigo “Uma questão de terminologia gramatical: a classificação dos 
morfemas”, de Ana Paula Araújo Silva, disponível no botão a seguir. 
http://www.filologia.org.br/viiicnlf/anais/caderno14-20.html 
Saiba Mais: 
Quer relembrar as principais questões em relação à alomorfia? Clique nos 
links a seguir. 
http://www.estudopratico.com.br/alomorfia-alomorfes-morfemas-e-
exemplos/ 
https://www.youtube.com/watch?v=NgAVg7nzlLg 
 
A professora Margarete Costa explica mais alguns aspectos 
da classificação dosmorfemas no material online. Confira! 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
22 
Trocando ideias 
Qual a importância do estudo da Morfologia para os professores de Língua 
Portuguesa e estudiosos da Língua? Reflita a respeito e poste a sua resposta no 
fórum! 
 
Na Prática 
Ao final de cada rota vamos propor atividades para serem realizadas. São 
somente ideias que devem ser adaptadas e/ou ampliadas para cada diferente 
contexto. Vamos também apresentar técnicas de dinâmicas de grupo para que 
as atividades pareçam jogos, tirando o foco do professor e transformando os 
alunos em protagonistas. 
Dinâmica de grupo – O “bisbilhoteiro” 
a. A classe é dividida em pequenos grupos, o ideal é que os grupos 
tenham o mesmo número de alunos. 
b. Cada membro do grupo receberá um número ou letra. 
c. O professor apresenta a atividade e determina o tempo de sua 
execução. 
d. Terminado o prazo o professor sorteia um número ou letra para ser o 
“bisbilhoteiro”. 
e. Cada “bisbilhoteiro” sai de seu grupo e vai para outro grupo. 
f. O grupo apresenta a solução do problema para o “bisbilhoteiro” que 
ponderará sobre o acerto ou não, dando um ponto para cada acerto. 
g. Outro “bisbilhoteiro” é escolhido pelo professor e o processo se repete 
até que todos os alunos tenham visitados grupos diferentes. 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
23 
Atividade 1 – Criação de palavras 
Escreva no quadro uma palavra comprida. Por exemplo: Pernambuco. 
Peça aos alunos que formem palavras usando as letras da palavra, sem repeti-
las. Escreva no quadro as palavras que os alunos criarem. 
 
 
Em seguida, peça que escrevam frases com essas palavras. 
 Coma nabo em Roma. 
 Amo Roma. 
Depois, peça para um aluno escrever outra palavra no quadro, e prossiga 
com o exercício. O objetivo desta atividade é exercitar a criatividade de fazer 
com que as palavras tomem sentido na hora de escrever as frases. 
 
Atividade 2 – Palavra e vocábulo 
Jogo do significado (use a dinâmica de grupo do “bisbilhoteiro”). Divida a 
sala em grupos e peça para os alunos buscarem no dicionário palavras cujo 
significado seja ignorado pela maioria. Recorte fichas de cartolina com 
aproximadamente com 7 por 12 cm e peça para que os alunos escrevam nelas 
as palavras desconhecidas, com o respectivo significado no verso. 
Redistribua os alunos de forma de cada grupo tenha um aluno de grupos 
diferentes, cada aluno ficará com uma ou mais fichas das palavras que 
pesquisou. O jogo começa com um aluno mostrando uma palavra aos colegas 
que tentarão imaginar o que ela significa. Quem acertar ou chegar mais perto do 
significado ganha um ponto. 
Síntese 
Vamos ver as considerações finais da professora Margarete Costa sobre 
os conteúdos abordados nesta disciplina? Acesse o material online. 
 
Perna – Boca – Nabo – Coma – Peco – Menor – Roma – Amor - Amo 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
24 
Referências 
BASÍLIO, Margarida. Formação e classe de palavras no português do Brasil. 
São Paulo: Contexto, 2004. 
 
CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Palavra e Morfema. In: ___ Nova 
gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, 
p.89- 96.

Continue navegando