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MÍDIA, LINGUAGEM E IMAGINÁRIO SOCIAL
O homem é um ser social por excelência. Para que pudesse expressar aos demais seres de sua espécie, de seu grupo, seus conhecimentos, suas experiências, seus desejos, enfim, sua visão de mundo, o homem – também graças à sua inteligência – inventou a 
LINGUAGEM, conjunto de signos que representam o mundo real  quando o homem o codifica para si -o que é uma forma de conhecer esse mundo, para o outro - na expressão do que deseja transmitir ao outro e quando decodifica a visão de mundo do outro para si . 
A transmissão de informações de uma geração para outra através da linguagem, a Antropologia chama de CULTURA. A transmissão (expressão) de informações de um ser para outro através da linguagem chama-se COMUNICAÇÃO 
LINGUAGEM
“Comunicação é o modo através do qual as pessoas compartilham experiências, idéias e sentimentos. Ao se relacionarem, como seres interdependentes, influenciam-se mutuamente e, juntas, modificam a realidade onde estão inseridas.” Bordenave
Na realidade, não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis etc. A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial. Bakhtin
Basicamente, há dois tipos de linguagem: 
 A Linguagem Verbal ou Língua:
     A Linguística delimita seus estudos à LINGUAGEM VERBAL OU LÍNGUA, que, pode ser oral e/ou escrita. 
A Língua é um código que consiste num conjunto de signos linguísticos (SLs) formados por:
Significante: O significante é um conjunto de letras e/ou de sons que, combinados, são dotados de significação. No Português, por exemplo, a sequência CSAA não é significante porque não tem significado. 
Significado: é um conceito, é aquilo do mundo real que o signo está REPRESENTANDO linguisticamente. A sequência CASA é significante porque significa, vale, representa a “casa” que existe na realidade. Assim, só é significante o que tem significado, e um significado só pode ser materializado por um significante.  
A Linguagem Não Verbal: são códigos cujos signos são formas, símbolos, expressões corporais, cores, sons, etc., ou seja, a Mímica, a Dança, a Música, a Pintura, o Desenho, a Escultura, a Arquitetura, enfim, a Arte em geral, um olhar, uma expressão facial, uma manifestação física, etc.
Os signos não verbais também são representações daquilo que existe na realidade e um meio de comunicação: são diferentes formas de “dizer” sem que se precise usar uma palavra falada ou escrita sequer. 
	Ex.: No sinal de trânsito, a luz verde acesa significa “pode passar”; a vermelha, “pare”; e a amarela, “atenção”, sem que qualquer uma dessas palavras esteja escrita, pois ao invés de letras e sons, esses signos têm cores como significantes. 
LINGUAGEM
Se pensarmos o discurso como efeito de sentidos entre locutores, temos de pensar a linguagem de uma maneira muito particular:
O discurso supõe um sistema significante, mas supõe também a relação deste sistema com sua exterioridade já que sem história não há sentido, ou seja, é a inscrição da história na língua que faz com que ela signifique. Daí os efeitos entre locutores. E, em contrapartida, a dimensão simbólica dos fatos.
Esta exterioridade também é entendida por contexto 
Análise de Discurso.
Se constitui na relação da Linguística com as Ciências Sociais. 
A Linguística exclui o sujeito e a situação (exterioridade).
As Ciências Sociais não tratam da linguagem em sua ordem própria, de autonomia, como sistema significante, mas a atravessam em busca de sentidos de que ela seria mera portadora, seja enquanto instrumento de comunicação ou de informação. 
Resumindo: a Linguística exclui a exterioridade, e as Ciências Sociais tratam a linguagem como se ela fosse transparente.
Análise de Discurso, levar em conta tanto a ordem própria da linguagem como o sujeito e a situação, não vai simplesmente juntar o que está necessariamente separado nessas diferentes ordens de conhecimento
Ela vai trabalhar essa separação necessária, isto é, ela vai estabelecer sua prática na relação de contradição entre esses diferentes saberes.
Ela não é apenas aplicação da Linguística sobre as Ciências Sociais ou vice-versa. 
A Análise de Discurso produz outra forma de conhecimento, com seu objeto próprio, que é o discurso. Este, por sua vez, se apresenta como o lugar específico em que podemos observar a relação entre linguagem e ideologia.
On veut  toujours que l’imagination soit la faculté de former des images.
Or, elle est plutôt la faculté de déformer les images fournies par la perception […]
Querem que a imaginação seja a capacidade de formar as imagens.
Mas ela é muito mais a capacidade de deformar as imagens fornecidas pela percepção.
Bachelard
IMAGINÁRIO
Através dos imaginários sociais uma coletividade constrói uma certa representação de si, qualifica a sua identidade, exprime e impõe crenças comuns e organiza a distribuição dos papéis sociais.
Há alguns anos a História Cultural tem desenvolvido considerações teóricas originais para contribuir na compreensão global dos aspectos subjetivos das manifestações de poder. 
Nesse contexto, o imaginário social passou a ser visto como um importante lugar estratégico de qualquer força política. 
Símbolos e representações guiam ações, modelam comportamentos, canalizam energias e, em última instância, legitimam violências. 
O imaginário diz respeito a todas as criações do homem, que vão desde pensamentos simples até pensamentos mais complexos, como a ciência.
	Ele está no cotidiano, em todos os momentos, na realidade em que se vive.
Estabelece vínculo, é cimento social, ultrapassa o indivíduo, impregna o coletivo ou, ao menos, parte do coletivo. Logo, se o imaginário liga, une numa mesma atmosfera, não pode ser nunca individual. Mais do que isso, só existe imaginário coletivo. Isso significa dizer que por trás de “um” imaginário qualquer se encontra o imaginário de um grupo no qual ele está inserido.
O imaginário é determinado pela ideia de fazer parte de algo.	Mafesoli 
Quanto a métodos, objetos e fontes, o estudo do imaginário revela-se definitivamente interdisciplinar
Há o cruzamento da antropologia, da história, da linguística, da psicanálise, da psicologia social, da sociologia, etc. 
Seu domínio principal é a iconografia, a produção e atuação das imagens nas
Neste sentido, a imagem é texto,  e o texto a materialização do discurso, formações sociais. 
Não podemos excluir do estudo do imaginário a produção de imagens no discurso.
Valores são assim articulados nas práticas discursivas e neste sentido, Bakthin afirma que:
"[...] na realidade não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis e desagradáveis. A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial."
Ao imaginar, o homem se permite realizar desejos privados no dia-a-dia, conquistar o impossível, ultrapassar barreiras, transformar-se naquilo que almeja ser.
 
Portanto, imaginar, é concretizar, por meio de sentidos imagéticos, tudo o que o mundo real, se não interdita, pelo menos dificulta. O imaginário permite às pessoas voltar às fontes de si mesmas e, ao mesmo tempo, evadir-se de si para buscar suas ligações com o mundo, vivenciando um constante jogo de equilíbrio entre o interno e o externo.
 
O mundo “imaginal” contamina todos os campos da vida social, seja ele qual for. 
Distingue-se o imaginário da noção de mentalidade que representaria apenas o domínio do adquirido, transformável na longa duração, mas distante desta noção de força transformadora/sancionadora.
Domínio das imagens impressas, conotativas/denotativas, das imagens poéticas, literárias/teatrais, ou das imagens iconográ​ficas, que vão da pintura/escultura, ao cinema/vídeo/publicidade, o imaginárioformula o real e pelo real é trabalhado, num constante movimento de circularidade.
Desta forma, o imaginário e o real não são como opostos, mas como dimensões formadoras do social, em um processo atualizador imbricado; imaginário e real não se distinguem, senão arbitrariamente.

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