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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
FREDIANE MILLENE AMORIM PEREIRA
LORENA KELLY SILVA ALMEIDA
Linguística
Teoria Clássica x Teoria Interacionista (Análise da Conversação)
São Luís, MA
2014
INTRODUÇÃO
No breve estudo a seguir, observaremos como ambas as teorias (clássica e interacionista) se preocupam com fatores extralinguísticos no ato comunicativo, porém tem divergências em relação ao discurso. De formas diferenciadas, cada uma observa a intervenção dos fatores externos à língua em um diálogo, por exemplo.
A pragmática linguística é o estudo de como se diz além daquilo que é dito, ou seja, o estudo do significado subjacente, do não-dito, por vezes observado na própria fala de maneira implícita, pelo “performativo”. Já na visão interacionista, o que não é dito será observado na hesitação do falante, em sua linguagem corporal, gestos, pausas, etc.
TEORIA CLÁSSICA X TEORIA INTERACIONISTA
Pragmática Linguística: teoria dos atos da fala
A pragmática linguística está centrada no uso (da língua), afiliada à filosofia (da linguagem), gerada com a ideia das relações que os signos estabelecem em vários campos. A pragmática (uma das três vertentes que surgem dessas relações) se constitui em uma área ampla e diversificada, adquirindo várias acepções conforme o uso e o enfoque adotado. Para a abordagem de natureza pragmática do uso linguístico, são elementos-chave o contexto extralinguístico, fatores socioeconômicos, culturais e até afetivos envolvidos na comunicação, além do modo como os participantes desse contexto estabelecem a interação.
Yule (1996) apresenta definições da pragmática, que incluem: estudar o significado (associado do uso língua, socialmente coordenado e regulado) sob o ponto de vista do falante, o modo como ele diz o que quer dizer, sob que circunstâncias de tempo e espaço e outras ele se encontra, a proximidade/distanciamento tanto físico, social ou conceitual que há entre os falantes, dentre outras definições.
Assim, pode-se afirmar que a pragmática pode ser entendida como teoria do uso linguístico, observando todos os fatores extralinguísticos, sem estabelecer dicotomia do que é interno e externo à língua.
A teoria das falas tem importância significativa para a pragmática. Nesse estudo são consideradas as frases da língua como ações sobre o real, sob a perspectiva de Quando dizer é fazer, de John Austin. Ele introduz o conceito de “performativo”, como sendo todo enunciado que realiza o ato que está sendo enunciado. O ato de dizer algo equivale a outros três simultâneos: ato locutório (nível fonético, sintático e de referência; faz correspondência ao conteúdo linguístico usado para dizer algo); ato ilocutório (central, pois possui força performativa, e está ligado a maneira de dizer algo e a maneira como esse dizer é recebido em função da fora com que é proferido); ato perlocutório (efeitos causados sobre o outro, com fins de persuadi-lo a fazer algo, constrange-lo, etc.).
Searle classifica os atos de fala (considerando que ao falarmos uma língua adaptamos uma forma de comportamento regido por regras) em: atos assertivos (dizer às pessoas como as coisas são, em comprometimento com a verdade); atos diretivos (tentar levar às pessoas a fazer as coisas, seja por ordem, sugestão ou pedido); atos expressivos (expressão de sentimentos e atitudes, como agradecer, desculpar-se, lamentar-se); atos comissos (possui o efeito de produzir uma mudança por meio do que se diz, por exemplo, convites, promessas, etc.); e atos declarativos (estes implicam em situações extralinguísticas, pois são atos que podem provocar uma mudança na realidade, como nos casos de fazer uma sentença judicial, batizar, etc.).
Searle fala além do ato ilocutório (ações que podem ser realizadas): força ilocutória. Essa força também chamada de força ilocucional é o componente determinante na diferença entre um ato e outro, o que caracteriza de forma particular cada ato. Segundo Searle, existe um marcador de força ilucional que por ser expresso para português (e em português), em processos como: a ordem das palavras, o acento tônico, a entoação, a pontuação, o modo do verbo e o uso dos verbos performativos, mas também pode ser expresso a partir do contexto das situações concretas do discurso.
Teoria Interacionista (análise da conversação)
Nesse ponto podemos contrastar a teoria clássica de Austin e Searle com a teoria interacionista. Marcondes diz que a teoria clássica concebe a língua em seu aspecto dinâmico, de ação, porém não dá satisfatoriamente conta da noção de discurso. Ele então propõe uma concepção dialógica do discurso, onde cada ato de fala passa a ser considerado como parte de uma troca linguística, como um ato de entendimento mútuo, e não mais de maneira isolada.
A identidade do falante como sujeito linguístico é constituída no processo interativo, por meio de um jogo mútuo, em que cada participante que domina as convenções (regras) torna seus atos de fala admissíveis, possíveis, suficientes e eficazes. 
À investigação das práticas e atividades conversacionais se aplica a análise da conversação. As análises abrangem descrições e interpretações acerca do modo como os falantes agem e interpretam a ação e a conduta dos outros nas situações interacionais mais espontâneas, em especial na conversação comum. 
Assim como a outra teoria, esta também se interessa exclusivamente diálogos reais, do cotidiano, espontâneos. Nesta análise são observados os fatores da conversação: contexto, relações interpessoais construídas na interação, tipo de interlocutores, tipo de conversação e elementos característicos e estruturadores da própria conversação, como os turnos conversacionais, hesitações, sequências de fala, truncamentos e pausas. A terminologia (“sequências” “turnos”) é própria do método teórico da análise da conversação.
A integração da fala em um diálogo como é feita na análise da conversação, diferencia a teoria interacionista substancialmente da teoria dos atos de fala. Ela não é estudada como se fosse isolada, mas como o próprio nome sugere, dentro de uma interação tomada como diálogo. Enquanto a teoria clássica estuda a fala e seu falante, a análise da conversação necessita dessa fala em uma interação entre dois falantes no mínimo, e que eles estejam “engajados” em uma troca de turnos comunicativos, além de que a interação precisa ser centrada, ou seja, é necessário que os interlocutores tenham sobre o que conversar.
CONCLUSÃO
Ambas as teorias clássica e interacionista recorrem ao contexto extralinguístico para entender um enunciado: quem diz, quando diz, para quem diz, como diz. O número e o tipo de atos de fala que se acham envolvidos numa situação particular, o domínio das regras e convenções requerido do sujeito pelo tipo de contexto, simplesmente fazem parte do contexto dos atos de fala em processos interacionais.

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