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Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 74 AULA 03: Ferramentas de gestão da qualidade. Ciclo PDCA. Modelo do gespública. SUMÁRIO PÁGINA 1. Palavras iniciais. 2 2. Ferramentas de gestão da qualidade. 3 2.1. Listas de verificação. 3 2.2. Histograma. 4 2.3. Análise de Pareto. 6 2.4. Diagramas de causa-efeito (Ishikawa). 7 2.5. Diagrama de dispersão. 9 2.6. Gráficos de controle. 11 2.7. Fluxogramas. 13 2.8. Benchmarking. 21 2.9. 5W2H. 23 2.10. Matriz GUT. 24 2.11. Brainstorming. 26 3. O Ciclo PDCA. 29 4. O modelo do gespública. 35 4.1. Construção de Indicadores. 42 5. Questões comentadas. 51 6. Lista de questões. 67 7. Gabarito. 73 8. Bibliografia principal. 74 Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 74 1. Palavras Iniciais. Oi pessoal! Na aula de hoje vamos continuar nossos estudos sobre qualidade. O foco estará sobre as várias ferramentas de gestão da qualidade, o modelo de qualidade do Gespública e suas dimensões. “De quebra”, abordaremos ainda um conteúdo sobre indicadores, já que eles são utilizados para mensuração das dimensões do modelo do Gespública. Bons estudos! Abraço, Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 74 2. Ferramentas de Gestão da qualidade. São várias as ferramentas de gestão da qualidade. A ideia é trazer as mais mencionadas pela literatura e mais cobradas em concursos públicos, em especial do Cespe/UnB, para que a sua preparação para a prova seja a melhor possível. Darei um destaque especial ao Ciclo PDCA, já que é mencionado em separado no Edital da ANATEL. Vamos então estudar as diferentes ferramentas da qualidade! 2.1. Listas de verificação. Esta ferramenta, também chamada de folha (ou lista) de controle, ou ainda de folha de coleta de dados, é um método simples e prático para que se possa verificar o cumprimento de requisitos ou monitorá-los em um processo. Elas podem ser de dois tipos: as listas simples e as listas de frequência. As listas simples são as famosas checklists, através das quais é possível conferir os itens pré-determinados. É possível dizer que a lista de compras que algumas pessoas elaboram antes de ir ao supermercado são listas de verificação que devem ser marcadas com um “OK” a cada produto da lista que é colocado no carrinho. Nas organizações, a lista de verificação simples assegura a qualidade ao garantir que todos os procedimentos previstos sejam executados em um determinado processo, por exemplo. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 74 A lista de verificação de frequência, por sua vez, é aquela na qual são levantados os dados para que se saiba quantas vezes cada um dos eventos esperados acontece ao longo do tempo. Esse levantamento de frequência se torna mais fácil com a referida lista, uma vez que basta realizar marcações ao longo de cada um dos eventos pré-determinados para que se levante a sua frequência. Um exemplo deste último tipo é apresentado a seguir: Este levantamento pode servir de base para a elaboração de um histograma sobre o que está sendo analisado, de modo que os dados sejam visualizados de maneira mais intuitiva, como será visto a seguir. 2.2. Histograma. O histograma é uma ferramenta muito útil para que se possa visualizar a distribuição de frequências de qualquer evento. Ele normalmente aparece como um gráfico de barras, que representam a frequência de cada um dos eventos analisados, com base em uma tabela de levantamento dos dados. Através da observação da forma do histograma, é possível verificar inadequações no processo analisado. O levantamento de histogramas ao longo Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 74 do tempo permite a comparação entre o comportamento de uma variável em diferentes momentos no tempo. - Vamos imaginar uma aplicação prática: - Imagine que um call-center deseje melhorar a qualidade do seu atendimento através da redução do tempo de espera dos usuários para, no máximo, 2 minutos e meio. Neste caso, a primeira coisa a se fazer é um levantamento dos dados do atendimento para a construção de um histograma que possibilite visualizar o tempo de atendimento por cliente, conforme a seguir: Fonte: elaboração própria. Com base neste histograma, percebe-se que a maior parte dos clientes já está esperando no máximo 2,5 minutos. Na verdade, a maior parte está esperando entre 1,5 e 2,5 minutos. Tempo para atendimento da chamada Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 74 Para resolver o problema de qualidade da empresa, seria necessário tomar atitudes para que não haja demoras acima do limite desejado. Neste sentido, as medidas tomadas devem fazer com que o gráfico se desloque para a esquerda, para que não haja qualquer cliente com tempo de espera maior do que 2,5 minutos. Com base no histograma, é possível a realização da análise de Pareto, que você verá no próximo tópico. 2.3. Análise de Pareto. A análise de Pareto, ou Diagrama de Pareto, é uma técnica que busca priorizar determinados fatores. Enquanto ferramenta de qualidade, ela permite que se verifique quais os produtos/serviços mais demandados por um setor ou quais as causas prioritárias a serem resolvidas para evitar problemas de qualidade. De modo geral, esta técnica parte do princípio de que poucas causas geram a maior parte dos problemas. Assim, ela é conhecida também como princípio 80 / 20 (20% dos fatores - os mais relevantes - causam 80% das consequências) ou análise ABC. Na prática, esses percentuais não são exatos (80% / 20%), mas a ideia geral de que grande parte das consequências são causadas por uma pequena parte das causas persiste. Para construção desse diagrama, os dados da tabela que servem de referência devem ser colocados em ordem decrescente, de modo que a o gráfico possa ser construído do item com maior frequência para o que possua menor frequência, somando-se ainda as frequências percentuais acumuladas para apresentação no diagrama. Um exemplo de uso do diagrama de Pareto é o seguinte: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 74 Fonte: elaboração própria Observe que, no exemplo dado, apenas duas causas (20% das causas), representam 80% do total dos problemas (consequências) observados na produção. Com base neste gráfico, o gestor pode decidir que, para melhorar a qualidade (e diminuir as não conformidades) os principais defeitos a seremresolvidos seriam: parafuso solto e sujeira. Ações para resolver estes dois problemas resolveriam 80% dos problemas da produção! Deste modo, fica claro que o diagrama de Pareto busca auxiliar o tomador de decisões através da priorização de quais causas devem ser atacadas com maior intensidade e rapidez para a melhoria da qualidade. 2.4. Diagrama de causa-efeito (Ishikawa). O diagrama de Ishikawa, também conhecido como gráfico “espinha de peixe”, diagrama de causa e efeito, método 4M ou 6M, é uma ferramenta Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 74 muito útil para que se possam visualizar as várias causas que levam a um efeito. Um diagrama deste tipo é estruturado da seguinte forma: Fonte: elaboração própria Para cada efeito podem existir diversas causas dentro de várias categorias, como método, mão de obra, matéria-prima, máquinas (4Ms), mensuração e meio ambiente (6 Ms). Com isso, é possível ampliar a visão das possíveis causas de um problema para que se possa pensar sobre sua resolução. A fácil visualização é uma de suas grandes vantagens, pois as causas e subcausas são estruturadas de modo a formar um gráfico parecido com uma espinha de peixe. Um exemplo de diagrama deste tipo é apresentado pelo SEBRAE: Efeito Causa 1 Causa 2 Causa 3 Causa 4 Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 74 Fonte: SEBRAE (2005) 2.5. Diagrama de dispersão. Trata-se de uma ferramenta que ajuda a identificar visualmente a existência de uma correlação entre duas variáveis. A correlação estará presente através de uma relação linear, seja positiva ou negativa. Esta ferramenta possibilita também a verificação de quais os fatores que se relacionam com determinado problema do processo, considerando-se cada problema uma variável distinta. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 74 Cada uma das variáveis ficará representada em um dos eixos do gráfico (“X” ou “Y”) e os pontos correspondentes às mesmas serão marcados. Quanto mais reta e inclinada (próximo a 45º) for a distribuição dos pontos no gráfico maior será a relação identificável, podendo ser positiva (quando as duas variáveis crescem juntas) ou negativa (quando uma variável cresce enquanto outra diminui). Uma distribuição que se assemelhe a uma reta horizontal ou vertical estará demonstrando uma relação nula (ou inexistência de relação) entre as variáveis estudadas. Apresento, a seguir, um exemplo de diagrama de dispersão que correlaciona a ocorrência de falhas em determinado processo com a inoperância do sistema de informação: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 74 O que se percebe no gráfico apresentado é que, quanto maior o número de ocorrências de inoperância do sistema de informação, maior também será a ocorrência de falhas no processo, demonstrando uma clara associação das variáveis. Esta associação pode induzir você a pensar que uma variável é a causa, e outra é a consequência, o que está errado! O gráfico apenas mostra a associação. É possível que uma seja consequência da outra, mas isso não é uma certeza. É possível também que outra variável interveniente esteja atuando “escondida”, sendo a responsável pela associação. No caso do gráfico apresentado, uma terceira variável “escondida” poderia ser a variável “quedas de energia”. Imagine que as quedas de energia podem gerar, ao mesmo tempo, ocorrência de falhas no processo e de inoperância no sistema de informação. Assim, a causa das falhas de processo poderia ser a falta de energia, e não a inoperância do SI. 2.6. Gráficos de controle. Os gráficos de controle são utilizados para representar graficamente a variação de um processo, o que possibilita o seu monitoramento ao longo do tempo em relação ao que é esperado. Ele permite ao analista a investigação dos problemas ocorridos no momento em que os “descontroles” do processo foram identificados, sendo úteis ainda para monitorar os resultados das ações corretivas implementadas. Visualmente, trata-se de um gráfico de linha acompanhado pela linha superior, inferior e “média” dos valores esperados para a variável do processo monitorada. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 74 Existem diferentes formas de observar o eventual descontrole do processo. De forma mais geral, pode-se considerar que o processo estará fora de controle quando: • Um ou mais pontos estão fora dos limites de controle. • Muitos pontos consecutivos se encontram do mesmo lado da linha central (acima ou abaixo); • Aparece uma tendência clara descendente ou ascendente; • Há um padrão de dados incomum ou não aleatório; • Há um padrão de pontos repetidos acima e abaixo da linha; • Vários pontos se encontram muito próximos aos limites de controle. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 74 2.7. Fluxogramas. Esta é uma ferramenta muito utilizada para que se possa visualizar com facilidade o fluxo de ações para que determinada tarefa possa ser executada. Trata-se de um gráfico que representa o fluxo ou sequencia normal de qualquer trabalho, produto, documento, informação, etc., utilizando-se de diferentes símbolos que esclarecem o que está acontecendo em cada etapa. Segundo Cury (2012), os fluxogramas possuem as seguintes vantagens: • Permitir verificar como funcionam, realmente, todos os componentes de um sistema, mecanizado ou não, facilitando a análise de sua eficácia; • Entendimento mais simples e objetivo do que o de outros métodos descritivos; • Facilitar a localização das deficiências, pela fácil visualização dos passos, transportes, operações, formulários, etc.; • Aplicação a qualquer sistema, desde o mais simples aos maios complexos; • O rápido entendimento de qualquer alteração que se proponha nos sistemas existentes, por mostrar claramente as modificações introduzidas. Os fluxogramas podem ser de diferentes tipos: • Fluxograma vertical: é aquele construído com base em formulários padronizados para processos dentro de uma mesma área da organização. É mais apropriado a processos mais simples e que não transitam entre diferentes órgãos. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 74 • Fluxograma administrativo: se utiliza dos mesmos símbolos do fluxograma vertical, mas pode ser elaborado de forma mais livre, sem a necessidade do uso do formulário padronizado; • Fluxograma global (de colunas): é o fluxograma que possibilita a visualização de comoo fluxo de trabalho passa de um órgão para outro, já que estes ficam dispostos na mesma folha, em colunas, sendo mais apropriado aos fluxos mais complexos e que envolvem diferentes órgãos. Como cada fluxograma é diferente, é fundamental que se defina a técnica a ser utilizada antes de começar o trabalho de elaboração do fluxograma, uma vez que cada uma das técnicas poderá exigir o levantamento de informações diferentes, pois diferentes atividades e símbolos são retratados em cada tipo de fluxo. Neste sentido, não há padronização 100% aceita quanto aos símbolos utilizados no fluxograma. Para Cury (2012) os símbolos básicos para o fluxograma vertical e o administrativo são: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 74 Chinelato Filho (2008) destaca os seguintes símbolos como sendo bastante importantes para os fluxogramas: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 74 Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 74 Exemplos de fluxogramas são apresentados nas próximas páginas para que você possa entendê-los melhor. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 74 Exemplo de fluxograma vertical (CURY, 2012): Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 74 Exemplo de fluxograma administrativo (CURY, 2012): Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 74 Exemplo de fluxograma global (Chinelato Filho, 2008) Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 74 2.8. Benchmarking. Benchmarking é um processo sistemático e contínuo de avaliação dos produtos, serviços e processos de trabalho das organizações/departamentos/etc. que são reconhecidas como representantes das melhores práticas, com a finalidade de comparar desempenhos e identificar oportunidades de melhoria na organização que está realizando o benchmarking. Em outras palavras, é um processo de comparação conduzido por uma organização ou área em relação a outra que seja tida como referência. O benchmarking deve ser percebido como algo sistemático, que envolve toda a organização, e não isolado. Ele é também um processo gerencial, à medida que ele serve para que os tomadores de decisão na empresa guiem o seu pensamento. Os principais tipos de benchmarking são: 1. Benchmarking Competitivo Caracteriza-se por ter como alvo específico as práticas dos concorrentes. Na prática, é o menos usual, uma vez que é quase impossível que as empresas facilitem o acesso a dados que estão ligados diretamente com a sua atividade à concorrência. Por isto, muitas vezes, é necessário contratar uma consultora externa para obter informações para a realização do benchmarking competitivo. Neste tipo de benchmarking, produtos, serviços ou processos da organização são comparados com os de organizações concorrentes, buscando superá-los. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 74 2. Benchmarking interno Neste tipo de benchmarking, a procura pelas melhores práticas ocorre dentro da própria organização, em diferentes unidades (outros departamentos, sedes, etc.). Neste caso, há uma maior facilidade na obtenção de parcerias para realização do benchmarking. Além disso, apresenta custos mais baixos e a valorização das melhores práticas internas à organização. A grande desvantagem é que as práticas organizacionais objeto de comparação estarão sempre impregnadas com os mesmos paradigmas. Em resumo, são comparados valores ou processos entre unidades internas da organização, com vista a disseminar as melhores práticas por todas as unidades. Por suas vantagens, esse tipo de benchmarking é bastante utilizado. 3. Benchmarking genérico Ocorre quando o Benchmarking é baseado num processo que atravessa várias funções da organização e pode ser encontrado na maioria das empresas do mesmo porte, como por exemplo, o processo desde a entrada de um pedido até a entrega do produto ao cliente. É neste tipo de Benchmarking que encontramos a maioria dos exemplos práticos e onde as empresas estão mais dispostas a colaborar e a ser mais verdadeiras na disponibilização dos padrões, ou “benchmarks”. Ele é não competitivo, pois são comparados processos entre organizações com a colaboração do “benchmark partner”, que Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 74 poderá ter vantagens diversas em permitir que sejam dissecados os seus processos. Essas vantagens incluem notoriedade, prestígio, volume de negócios, etc. 4. Benchmarking funcional Este tipo de benchmarking é baseado numa função específica, servindo para trocar informações acerca de uma atividade bem definida como, por exemplo, a distribuição, o faturamento ou embalagem. Alguns autores vinculam o conceito de benchmarking funcional ao de benchmarking genérico, pela possibilidade dos mesmos serem utilizados sem se levar em consideração a concorrência direta da organização que aprende ou patrocina o estudo e a organização "investigada". Neste sentido, são comparados processos similares entre organizações, independentemente do setor de atividade (empresas não concorrentes). 2.9. 5W2H. O 5W2H é uma ferramenta de qualidade muito utilizada no planejamento operacional. O objetivo é levantar vários questionamentos que servem como base para a completa definição das ações a serem tomadas. Neste sentido, as perguntas a serem resolvidas sobre o problema que está sendo investigado ou sobre o processo a ser planejado são: • What – O que deve ser executado? • Who – Quem irá executar a tarefa? Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 74 • Where – Onde será executada a ação? • When – Quando será executada a ação? • Why – Por que será executada a tarefa? • How – Como será executada a tarefa? • How much – Quanto custa para executar a ação? 2.10. Matriz GUT. A Matriz GUT é uma ferramenta criada por dois estudiosos (Kepner e Tregoe) com o objetivo de estabelecer a prioridade de fatores, onde a sigla GUT significa Gravidadex Urgência x Tendência. Por definir as prioridades, esta é uma ferramenta bastante útil para a tomada de decisões nas organizações. Na análise ambiental, essa ferramenta é importante à medida que possibilita, com as devidas adaptações, o estabelecimento da predominância interna de pontos fortes e fracos e a predominância externa em termos de oportunidades e ameaças. Vamos ver o que significa cada um dos aspectos analisados: • Gravidade: representa o impacto do fator sobre a organização. É o que afeta em profundidade a essência, objetivo ou resultado da organização ou pessoa. A avaliação da gravidade deve ser feita tendo como base o prejuízo que pode advir da situação. • Urgência: representa uma dimensão relativa ao prazo que existe para tomada de decisão/implementação de ações. É resultado da pressão do tempo sobre a situação provocada sobre o fator avaliado. • Tendência: representa o potencial de desenvolvimento da situação caso não lhe seja dada a atenção necessária. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 74 Para cada um dos aspectos analisados deve ser estabelecida uma nota, conforme tabelas abaixo, adaptadas de Djalma de Oliveira (2012): Gravidade Nota Extremamente importante 5 Muito importante 4 Importante 3 Relativamente importante 2 Pouco importante 1 Urgência Nota Bastante urgente 5 Urgente 4 Relativamente urgente 3 É possível aguardar (pouco urgente) 2 Não há pressa (pode esperar) 1 Tendência Nota Mantida a forma e intensidade, vai piorar (crescer) muito 5 Mantida a forma e intensidade, vai piorar (crescer) 4 Mantida a forma e intensidade, vai permanecer 3 Mantida a forma e intensidade, vai melhorar (desaparecer) 2 Mantida a forma e intensidade, vai melhorar (desaparecer) completamente 1 Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 74 Após o estabelecimento de notas para diferentes fatores, multiplicam- se as notas com o objetivo de obter a pontuação de cada fator e ordená-los em ordem de prioridade, conforme exemplo a seguir: Ameaças (fatores) Gravidade Urgência Tendência Total Prioridade Nova regulação do mercado 3 1 3 9 3º Mercado consumidor em declínio 5 5 5 125 1º Inflação de matérias primas 4 4 4 64 2º Com isto, percebe-se a facilidade do uso da matriz GUT para priorizar fatores. 2.11. Brainstorming. O brainstorming é uma técnica de auxílio à tomada de decisão e à solução de problemas, sendo utilizada também como ferramenta de qualidade, à medida que possibilita um amplo levantamento de ideias sobre determinado tema. Podendo ser traduzida como tempestade cerebral, esta técnica consiste na reunião de grupos de pessoas que expõem seu pensamento livremente, de modo a incentivar o surgimento de novas ideias. Os seus princípios básicos são os seguintes (Chinelato Filho, 2008): 1. Inexistência de críticas - ninguém pode ser depreciado pelo que sugeriu. 2. Incentivo à ideia absurda - tal ideia pode trazer a chave da originalidade; por meio da analogia, pode-se chegar à grande solução. 3. Estímulo à quantidade - a quantidade acaba por gerar qualidade. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 74 4. Os melhoramentos e analogias - combinando-se elementos, dando-se uma feição lógica e real às “ideias absurdas” chega-se a grandes descobertas. O produto final de brainstorming é um elenco de ideias ordenado. Este mesmo autor apresenta um roteiro a ser utilizado como sequência básica para uma sessão de brainstorming: 1. O grupo precisa, antes de tudo, estar informado sobre os objetivos da sessão de brainstorming. O coordenador de cada grupo deve ter total domínio dessa metodologia. 2. O coordenador expõe o problema a ser discutido. Se necessário, divide-o em partes. Por fim, pede soluções para o problema. 3. O coordenador solicita que cada membro apresente apenas uma ideia de cada vez, e deve estimular cada ideia para provocar uma “reação em cadeia”. 4. Os primeiros 10 a 15 minutos da sessão devem ser destinados ao bombardeio de ideias. 5. Um relator deve anotar todas as ideias sugeridas e preparar uma lista para rediscuti-las com os participantes. 6. A etapa seguinte é a seleção de ideias que pareceram mais promissoras. Se for o caso, devem-se fazer analogias ou adotar um sentido lógico. 7. As soluções escolhidas devem ser aglutinadas, coordenadas na definição do projeto e devidamente experimentadas. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 74 Além disso, o Brainstorming pode ser classificado em dois tipos diferentes: • Brainstorming estruturado: é aquele no qual cada membro dá sua opinião a cada rodada. A grande vantagem é que os membros mais tímidos têm participação mais ativa, uma vez que possuem um momento apropriado para falar, não havendo uma completa dominância dos membros mais extrovertidos. A principal desvantagem é que há uma perda de dinamicidade em relação ao outro modelo; • Brainstorming não estruturado: neste tipo, cada pessoa pode dar sua opinião a qualquer momento, não havendo um momento específico como no modelo anterior. A grande vantagem é a maior dinamicidade do processo, pois as ideias vão se construindo umas sobre as outras. Por outro lado, sendo menos metódico, as pessoas tímidas e introvertidas tendem a contribuir pouco para o processo. Por isto, este modelo é ideal apenas quando todas as pessoas do grupo possuem um perfil extrovertido. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 74 3. O Ciclo PDCA O Ciclo PDCA é um ciclo de atividades contínuas que tem como objetivo a melhoria contínua da qualidade, especialmente em processos organizacionais. Além disso, ele também busca criar normas para que processos com desempenho superior possam manter tais resultados através de um ciclo contínuo de previsão, avaliação e controle corretivo. Tendo sido inicialmente concebido por Walter Shewhart na década de 1930, nos Estados Unidos, ele só foi popularizado por W Edwards Deming, durante o movimento da Qualidade Total, no Japão, cerca de duas décadas mais tarde. IMPORTANTE: O Ciclo PDCA pode ser chamado também de Ciclo de Deming, Ciclo de Controle de Deming, Ciclo de Shewhart, Ciclo de Controle de Shewhart, Método de Melhorias... O Ciclo PDCA consiste em uma sequencia de quatro funções básicas que devem ser repetidas continuamente: 1. Planejar (Plan) 2. Executar (Do) 3. Checar / Verificar os resultados (Check) 4. Agir / atuar corretivamente (Act ou Action ou Adjust) A forma de visualização mais comum do Ciclo é a seguinte: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página30 de 74 - Mas Carlos, é importante saber a posição das letras no círculo?! Resposta: Sim pessoal!!! Já houve questões sobre isso e poderá aparecer uma justamente já sua prova! Uma versão mais detalhada do Ciclo PDCA apresenta as seis etapas seguintes, que nós temos que conhecer. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 74 1. Planejar (Plan). É a fase das definições iniciais. É nela que os planos, objetivos, metas, recursos, e métodos (etc.) a serem utilizados são definidos. Pode-se dizer que esta fase consiste em duas etapas: a) Definir as metas b) Definir os métodos que permitirão atingir as metas propostas. As metas podem ter como objetivo melhorar o desempenho ou manter o desempenho de processos que já tenham um padrão elevado, criando padrões a serem atingidos. Nesta etapa poderão ser utilizadas ferramentas como o Diagrama de Ishikawa, o brainstorming, o Gráfico de Pareto, e o 5W2H. Não é nosso objetivo discutir cada uma dessas ferramentas, mas apenas saber que elas, ou outras, podem ser utilizadas nessa fase para auxiliar no planejamento e na tomada de decisão. 2. Execução (Do). É nessa fase que se executa o plano traçado na fase do planejamento. Deve-se, em primeiro lugar, educar e treinar as pessoas envolvidas para que possa haver comprometimento e para que a execução saia conforme previsto. Em seguida, acontece a execução da tarefa propriamente dita e são coletados os dados a serem utilizados na etapa seguinte. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 74 De forma sintética, pode-se dizer que esta fase possui as seguintes etapas: a) Educar e treinar; b) Executar a tarefa (coletar dados). 3. Checagem dos resultados (Check). Aqui os resultados obtidos pelas ações executadas na fase anterior são verificados. É fundamental que sejam utilizados os métodos adequados de verificação para evitar erros e consumo exagerado de recursos, em especial, do tempo. 4. Agir corretivamente (Act). Com base nas verificações ocorridas na fase anterior, são realizadas as ações corretivas necessárias sobre o processo considerado. Ao finalizar esta fase, inicia-se um novo ciclo através da fase de planejamento, constituindo a circularidade do Ciclo PDCA. Outros autores podem apresentar formas diferentes de dividir as fases do PDCA, a depender do objetivo de sua aplicação, mas as 4 fases básicas serão sempre as mesmas. A título de exemplo, apresento uma outra forma de separar as etapas dentro de cada fase do PDCA: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 74 Perceba que, nesta última visão, o PDCA tem 8 etapas: 1. Identificação do problema; 2. Observação; 3. Análise do Processo; 4. Plano de Ação 5. Ação; 6. Verificação; 7. Padronização; 8. Conclusão Mesmo com nomes diferentes, percebam que as etapas têm uma pertinência lógica com as 4 fases essenciais do ciclo. Quando se fala em planejar, sabemos que é lá que os processos são identificados, observados, analisados e o plano de ação é feito. A ação e a verificação estão sem desdobramentos nesta representação, enquanto “agir corretivamente” passa a ser desmembrado em duas fases, sob este modelo: padronização e conclusão. As perspectivas mencionadas acima são as mais comuns, mas certamente há outros autores que desdobram as fases de outras formas. O Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 74 mais provável é que a banca do concurso cobre o Ciclo em sua forma mais básica, mas se não, provavelmente o fará de uma das formas que mencionei aqui. Se, entretanto, a banca optar por desmembrar o ciclo de qualquer outra forma, não se desespere! Raciocine sobre o que estudou aqui e verá que será fácil resolver qualquer questão de prova. - Vamos agora estudar os aspectos mais relevantes do Gespública enquanto instrumento de qualidade na administração pública! Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 74 4. O Modelo do Gespública. O Modelo do Gespública é um modelo de excelência na gestão pública que consiste em uma série de procedimentos de autoavaliação conduzidos pela própria administração pública para que seu resultado possa ser avaliado em relação às práticas de excelência. O grande foco está em melhorar o atendimento ao cidadão através de uma administração pública profissional que se utiliza de instrumentos e abordagens gerenciais. De forma geral, o Gespública objetiva: 1. Eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências constitucionais do Poder Executivo Federal; 2. Promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; 3. Promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública; 4. Assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e resultados; e 5. Promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética. Para a implementação do Gespública, foi criado o documento que serve como base para a medição do desempenho das organizações públicas participantes, chamado de “Guia Referencial para Medição de Desempenho do GESPUBLICA”. Além desse documento, no que diz respeito à avaliação da gestão pública propriamente dita, recomendo a leitura do seguinte documento, que é cheio de conceitos para decorar, por isso não faço um longo debate a respeito: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 74 http://www.gespublica.gov.br/projetos-acoes/pasta.2010-04- 26.8934490474/Instrumento_ciclo_2010_22mar.pdf A ideia do guia é possibilitar que a autoavaliação das organizações públicas participantes possa ser analisada em relação à aderência às práticas de gestão preconizadas pelo Gespública. Como resultado, as organizações participantes poderão receber prêmios de excelência. Para isso, ele se utiliza de um modelo baseado na cadeia de valor e nos 6Es do Desempenho, que permite a construção de definições específicas de desempenho para cada organização, de modo a explicitar as dimensões dos resultados (mais a montante da cadeia de valor) e dos esforços (mais a jusante da cadeia de valor), além de sugerir o alinhamento entre ambas as perspectivas. Em síntese, o modelo mede o que se deve realizar para produzir um resultado significativo no futuro. São três as dimensões de resultados e mais três as dimensões de esforços, constituindo os 6Es do desempenho, conforme a seguir: Dimensões de esforço Dimensões de resultado Economicidade Eficiência Execução Eficácia Excelência Efetividade Neste sentido, vocêdeve saber que o desempenho é uma resultante dos esforços e do resultado atingido, por isso temos que estudar os dois grupos de dimensões! Vamos ver como o GESPUBLICA apresenta estas dimensões na cadeia de valor!? N o çõ e s d e A d m in is tr a çã o p a ra T é cn ic o /A N A T E L T e o ri a e E x e rc íc io s P ro f. C a rl o s X a v ie r – A u la 0 3 P ro f. C a rl o s X a v ie r w w w .e st ra te g ia co n cu rs o s. co m .b r P á g in a 3 7 d e 7 4 Fo n te : M a rt in s& M ar in i. G u ia d e G o ve rn a n ça p a ra R e su lt ad o s, 2 0 1 0 , a p u d G u ia R ef er en ci al p ar a M ed iç ão d e D e se m p e n h o - G E S P U B LI C A . Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 74 Note que os elementos da cadeia de valor (insumos, ações, produtos e impactos) estão relacionados com cada uma das dimensões de resultado e de esforço por linhas tracejadas. Para melhor entender estes relacionamentos, primeiro vamos ver como o referido Manual mostra o que os indicadores de cada uma dessas dimensões buscam medir/responder, contribuindo para o resultado final: Para que vocês possam memorizar a relação entre as dimensões de resultado, as dimensões de esforço e a cadeia de valor, preparei uma tabela com a associação dos conceitos, disponível a seguir: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 74 Dimensão Elementos da cadeia de valor associados Eficiência Insumos e Produtos Eficácia Produtos Efetividade Impactos Economicidade Insumos Excelência Insumos e Ações Execução Ações A tabela acima representa as relações tracejadas apresentadas na figura da cadeia de valor com as dimensões. Não há nenhuma novidade aqui. O interessante é que, quando relacionamos esses conceitos, já memorizamos as palavras-chave para cada um deles. Note que eficiência é uma relação entre insumos e produtos; eficácia está ligada aos produtos finais/resultados; efetividade conecta-se aos impactos gerados, economicidade relaciona-se ao custo dos insumos; excelência está ligada aos insumos e ações; e execução relaciona-se às ações empreendidas. Vamos ver definições mais detalhadas para cada uma dessas dimensões: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 74 Dimensão Definição Eficiência (resultado) É a relação entre os produtos e serviços gerados com os insumos utilizados, relacionando o resultado com os recursos utilizados. É um conceito profundamente ligado à produtividade. O exemplo clássico é: uma campanha de vacinação é mais eficiente quanto menor for o seu custo, mantendo-se os objetivos propostos. Indicadores deste tipo podem ser encontrados nas Cartas de Serviços elaboradas pelos órgãos (onde constam, de maneira clara e objetiva, todas as informações pertinentes aos serviços oferecidos, formas de acesso, compromissos e padrões de qualidade no atendimento) e em sistemas estruturantes do Governo, como o SIAFI. Eficácia (resultado) É a quantidade e a qualidade dos produtos e serviços entregues ao usuário. É o atingimento dos objetivos fixados. Por exemplo: se, na mesma campanha de vacinação citada, a meta é imunizar 100.000 crianças e este número for alcançado ou superado, podemos dizer que a campanha foi eficaz. Os indicadores de eficácia podem ser definidos a partir da Carta de Serviços do órgão. Efetividade (resultado) São os impactos gerados pelos resultados obtidos (produtos/serviços, processos ou projetos). Está ligada ao grau de satisfação, valor agregado ou transformações promovidas no contexto em geral. É a dimensão mais ligada à missão da organização, e seus indicadores são mais difíceis de serem mensurados, dada a natureza dos dados e seu caráter temporal. Por exemplo, se uma campanha de vacinação realmente imunizar e diminuir a incidência de Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 74 doenças nas crianças, pode-se dizer que ela foi efetiva. Indicadores de efetividade podem ser encontrados na dimensão estratégica do PPA. Economicidade (esforço) Esta dimensão está ligada à obtenção e uso dos recursos (insumos) com o menor custo possível, dentro de requisitos de qualidade e quantidade exigidos. Indicadores de economicidade podem ser encontrados nos departamentos de compras e suprimentos das organizações. Excelência (esforço) Refere-se à conformidade a critérios e padrões de qualidade/excelência para a realização dos processos, atividades e projetos na busca da melhor execução e economicidade, sendo um elemento transversal. Indicadores deste tipo podem ser encontrados no Instrumento de Avaliação da Gestão Pública. Execução (esforço) Refere-se à realização dos processos, projetos e planos conforme o estabelecido. Indicadores deste tipo podem ser encontrados no monitoramento das ações do PPA. Conhecendo as dimensões do desempenho e sua inserção na cadeia de valor, vamos ver agora quais os passos para a construção de indicadores de desempenho dentro do modelo do Gespública. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 74 4.1. Construção de indicadores. Nos termos dos documentos do GESPUBLICA, a construção de indicadores deve passar pelos seguintes passos: 1. Identificação do nível, dimensão, subdimensão e objetos de mensuração; 2. Estabelecimento dos indicadores de desempenho; 3. Validação preliminar dos indicadores com as partes interessadas; 4. Construção de fórmulas, estabelecimento de metas e notas; 5. Definição de responsáveis; 6. Geração de sistemas de coleta de dados; 7. Ponderação e validação final dos indicadores com as partes interessadas; 8. Mensuração dos resultados; 9. Análise e interpretação dos indicadores; e 10. Comunicação do desempenho e gestão da mudança. O processo de desenvolvimento de indicadores e as perguntas que necessitam ser respondidas em cada uma das etapas encontram-se muito bem diagramadas no fluxograma que extraí do Manual para Construção de Indicadores da GESPUBLICA, conforme apresento a vocês na próxima página. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 74 Além de compreender o fluxo dos passos para criação de indicadores, temos que entender também seus componentes básicos. Noções de Administraçãopara Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 74 Os componentes básicos de um indicador são os seguintes: 1. Medida: grandeza qualitativa ou quantitativa que permite classificar as características, resultados e consequências dos produtos, processos ou sistemas; 2. Fórmula: padrão matemático que expressa a forma de realização do cálculo; 3. Índice (número): valor de um indicador em determinado momento; 4. Padrão de comparação: índice arbitrário e aceitável para uma avaliação comparativa de padrão de cumprimento; e 5. Meta: índice (número) orientado por um indicador em relação a um padrão de comparação a ser alcançado durante certo período. Para que os indicadores a serem construídos possam ser operacionalizados, é importante que se considere os critérios centrais dos indicadores: 1. Seletividade ou importância: os indicadores devem fornecer informações sobre as principais variáveis estratégicas e prioridades definidas para as ações, produtos ou impactos esperados; 2. Simplicidade, clareza, inteligibilidade e comunicabilidade: os indicadores devem ser simples, claros, e fáceis de serem compreendidos e comunicados. Eles devem ter a capacidade de carregar mensagem e significado. Os nomes e expressões utilizados devem ser facilmente Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 74 compreendidos e conhecidos por todos os públicos interessados; 3. Representatividade, confiabilidade e sensibilidade: Os indicadores devem ter a capacidade de demonstrar a mais importante e critica etapa dos processos, projetos, e outros que se propõem a medir. Os dados devem ser precisos, de forma a responder aos objetivos do indicador. Devem ser coletados na fonte correta e devem refletir em momento oportuno os efeitos das intervenções realizadas; 4. Investigativos: os dados devem ser fáceis de analisar, sejam para registro ou para reter informações e permitir juízos de valor; 5. Comparabilidade: os indicadores devem ser facilmente comparáveis com as referencias internas ou externas, bem como séries históricas de acontecimento; 6. Estabilidade: os procedimentos para coleta, análise, etc., dos indicadores devem ser gerados de forma sistemática e constante, sem muitas alterações e complexidades, uma vez que é importante manter o padrão para permitir a construção de uma série-histórica para análises; 7. Custo-efetividade: Os indicadores devem ser projetados para serem factíveis e economicamente viáveis. Os benefícios de ter um indicador devem ser maiores que os custos envolvidos, assim, como já vimos, nem todas as informações devem ser mensuradas! 8. Relevância: deve-se verificar se a escolha de um determinado indicador atende às expectativas de seus públicos de interesse, de modo a assegurar sua relevância. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 46 de 74 Atenção: O critério de relevância não está na lista dos critérios do referido documento do GESPUBLICA, mas é tradicional dos indicadores e pode ser depreendido do próprio texto do documento. No processo de construção dos indicadores, especificamente na etapa de construção de fórmulas, estabelecimento de metas e notas, deve-se refletir sobre as unidades de medidas que serão utilizadas no indicador. As mais comuns são: • Indicadores simples: representam um valor numérico atribuível a uma variável. Normalmente são utilizados para medir eficácia. Exemplos: número de vacinações efetivamente realizadas; • Indicadores compostos: representam a relação entre duas ou mais variáveis e podem ser de quatro tipos diferentes: o Proporção ou coeficiente: é o quociente entre o número de casos e o total de casos considerados. Exemplo: coeficiente de mortalidade = número de óbitos / população total; o Porcentagem: é obtida através do calculo das proporções, multiplicando o coeficiente obtido por 100. Assim como as proporções, tem como objetivo principal criar comparações relativas, destacando a participação de determinada parte no todo. Exemplo: porcentagem de alunos matriculados no 1º ano = (número de alunos Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 47 de 74 matriculados no 1º ano / número total de alunos matriculados) x 100. o Razão ou índice: “A razão de um número A em relação a outro número B se define como A dividido por B. As proporções representam um tipo particular de razão. Entretanto, o termo razão é usado normalmente quando A e B representam categorias separadas e distintas. Este coeficiente é também chamado de índice, indicando tratar-se de razão entre duas grandezas que uma não inclui a outra”. Um exemplo é a renda per capta = renda total / população. Notem que “renda” e “população” são categorias separadas e não se misturam, criam apenas uma razão; o Taxa: São coeficientes multiplicados por algum múltiplo de 10, com o objetivo de melhor a compreensão do indicador. Um exemplo é a taxa de mortalidade da população = coeficiente de mortalidade x 1000. Depois de estabelecidas as fórmulas a serem utilizadas e as fontes dos dados, é necessário que sejam estabelecidas metas para futura comparação com os resultados/esforços monitorados por meio de indicadores. Todos os indicadores devem ter ao menos uma meta associada. As metas possuem finalidade, valor e prazo para seu cumprimento. A finalidade expressa o propósito da organização e está diretamente relacionada com o que é medido no indicador. O valor é a medida que deve se esperar para cada meta futura. Além disso, é preciso que se estabeleça o tempo hábil para que este valor seja alcançado pela organização - tem-se ai o prazo da meta. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 48 de 74 Algumas características das metas são que elas devem ser alcançáveis; desafiadoras; diretas; negociáveis; e fundamentadas em séries históricas, tendências e benchmarks. Estes benchmarks nada mais são do que referenciais comparativos que servem para (1) fornecer a posição relativa da unidade de análise em relação às experiências de referencia; (2) melhorar o entendimento do desempenho; e (3) fornecer a base necessária para estabelecer metas de forma precisa e direcionar melhorias e mudanças organizacionais significativas. Alguns cuidados devem ser tomados quando as organizações vão estabelecer metas para seu desempenho: 1. Devem ser considerados os desempenhos anteriores; 2. É importante descrever o cenário em que se insere o objeto do indicador; 3. É preciso possuir uma compreensão clara da referência inicial da meta, ou seja, da linha de base; 4. As metas devem ser factíveis, levando-se em consideração a disponibilidade dos recursos requeridos; 5. Vários fatores devem ser considerados - como o volume de recursos disponíveis para o projeto, o ambiente, etc.. 6. Se o indicador for novo e nunca tiver sido utilizado, deve haver cautela para que não sejam estabelecidas metas muito difíceis.Neste caso, é recomendável que a organização utilize uma série de metas para diferentes cenários. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 49 de 74 Em uma outra etapa da construção dos indicadores, da geração de sistema de coleta de dados, temos que ter atenção para o fato de que eles podem ser coletados por várias técnicas diferentes, como aplicação de questionários, brainstorming, simulação, análise mental, etc. O mais importante é ter em mente que existem várias formas de coletar os dados para realizar a medição. O mesmo acontece com a análise e interpretação de indicadores e com a comunicação de desempenho. Não há uma única forma “correta” de se fazer. O mais importante é sabermos que ela deve ser adequada ao caso em análise. Para terminar o assunto, vamos ver alguns detalhes sobre a etapa de comunicação do desempenho. É que esta é a última etapa e é aquela onde devem ser elaborados os painéis de controle, com informações sobre os desempenhos de cada indicador. Os requisitos críticos para que eles possam atingir seus objetivos de comunicar eficazmente são a forma de apresentação, a disposição e o acesso às informações. Além disso, para que os painéis possam ser satisfatórios e avaliar aquilo que é relevante, os seguintes atributos devem ser considerados: • Seletividade: os objetos de análise devem ser escolhidos segundo critérios de significância. • Coerência: deve haver um claro alinhamento entre o objeto e a metodologia; • Simplicidade: os instrumentos devem ser escolhidos e desenvolvidos segundo critérios de funcionalidade; Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 50 de 74 • Uso e apropriação: as informações devem ser aproveitáveis no processo gerencial e deve haver mecanismos de transparência no seu uso; • Confiabilidade: as informações e explicações geradas devem ter credibilidade; • Legitimidade: os públicos de interesse devem estar envolvidos e reconhecer as informações como verídicas e úteis; • Contestabilidade: as informações e dados devem ser confrontáveis, verificáveis e auditáveis. - É isso ai pessoal! Com isso encerramos a teoria por hoje. Vamos agora às questões resolvidas dessa aula! Forte abraço e bons estudos! Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 51 de 74 5. Questões Comentadas 1. (CESPE/TCU/AUDITOR TI/2010) Aplicando-se o ciclo PDCA (plan, do, check, act) aos processos do sistema de gestão da segurança da informação (SGSI), constata-se que, no SGSI, o do (fazer) equivale a executar as ações corretivas e preventivas para alcançar a melhoria contínua do SGSI. Comentário: A questão parece confusa, buscando que o aluno saiba sobre o SGSI, que não faz parte do assunto de administração da sua prova. Apesar disso, o foco da questão é o PDCA e basta conhecê-lo para responder corretamente. Execução das ações corretivas = Act = Agir corretivamente. Assim, não está na etapa de execução do planejado (do). Alternativa errada. GABARITO: ERRADO. 2. (CESPE/CORREIOS/ENGENHEIRO SEG. TRABALHO/2011) Monitorar e medir os processos em relação à política, aos objetivos de SSO e aos requisitos legais, e relatar os resultados, com enfoque em cuidado e conformidade regulatória, estão relacionados com o agir, do ciclo PDCA. Comentário: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 52 de 74 Essa é uma questão pouco provável na prova de vocês, ainda assim resolvi trazê-la para que vocês estejam preparados “para o que der e vier”. Não se importem com o que é SSO (é um termo específico da área de segurança do trabalho), leiam a questão assim: “monitorar e medir os processos (...) estão relacionados com o agir do ciclo PDCA”. Pois é! Vejam como uma rápida leitura crítica facilita a questão! Monitorar e medir são atividades associadas à verificação dos resultados, ou simplesmente checagem (check) no ciclo PDCA. Assim, a questão está errada. GABARITO: ERRADO. 3. (CESPE/CORREIOS/ENGENHEIRO SEG. TRABALHO/2011) As etapas de implementação e operação estão relacionadas ao fazer, do ciclo PDCA. Comentário: Alternativa certa pessoal! É a aplicação direta do que vimos sobre esta fase do PDCA. “Implementar” e “Operar” são termos diretamente relacionados è execução. GABARITO: CERTO. 4. (CESPE/FUB/ENGENHEIRO/2011) O ciclo PDCA constitui ferramenta base para a melhoria da qualidade. Comentário: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 53 de 74 Como vimos durante a aula, o ciclo PDCA é base para a melhoria contínua da qualidade. Está certo. GABARITO: CERTO. 5. (CESPE/MMA/ANALISTA AMBIENTAL/2011) O PDCA, também chamado de roda de Deming, é um ciclo que não para, por se tratar de uma sequência de atividades que são percorridas de maneira cíclica, para melhorar as atividades. Comentário: Vamos desmembrar a questão e analisar passo a passo: • O PDCA também é chamado de roda de Deming = certo! • O PDCA é um ciclo que não para = certo! • Trata-se de uma sequencia de atividades cíclicas = certo! • Serve para melhorar as atividades = certo! Assim, por não conter nenhum erro, esta alternativa está certa! GABARITO: CERTO. 6. (CESPE/CORREIOS/Administrador/2011) O PDCA é uma ferramenta de qualidade que representa um conjunto de ações de melhoria contínua nos processos organizacionais. Comentário: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 54 de 74 É exatamente isso. O PDCA é uma ferramenta com um conjunto de ações (Plan, Do, Check, Act) para a melhoria contínua! GABARITO: Certo. 7. (CESPE/TCU/ACE/2008) A pontuação obtida pela organização pública, conforme proposta do GESPÚBLICA, mostra o quanto a organização está melhor ou pior em sua administração, comparativamente a outras organizações similares. Comentário: A pontuação obtida pela organização pública no programa Gespública é resultado de um processo de autoavaliação contínua para que a mesma possa evoluir em suas práticas de gestão. O resultado permite que as organizações com práticas mais desenvolvidas recebam prêmios de excelência. A questão está errada ao dizer que os indicadores mostram o quanto a organização está pior ou melhor em sua administração em comparação com outras organizações. O foco é uma autoavaliação contínua em busca de uma gestão de qualidade - referenciada pelo modelo do Gespública. GABARITO: Errado. 8. (CESPE/TCU/ACE/2008) A grande ênfase do GESPÚBLICA no processo de avaliação é a descrição do porquê de determinada prática ou processo ter sido desenvolvido, visando-se, desse modo, encontrar os responsáveis pela prática bem ou malsucedida. Noções de Administraçãopara Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 55 de 74 Comentário: A avaliação da gestão pelo Gespública não busca realizar uma caça às pessoas responsáveis por práticas positivas ou negativas de gestão. O objetivo está em verificar se as práticas adotadas nas organizações participantes aderem ou não ao modelo proposto. GABARITO: Errado. 9. (CESPE/EBC/Administrador/2011) A existência de processo organizacional análogo em empresa do mesmo ramo de atividade é condição sine qua non, ou seja, indispensável, para que se possa realizar benchmarking em uma organização. Comentário: O Benchmarking pode ser realizado de diferentes formas. Algumas delas preveem o benchmarking não competitivo com empresas de ramos de atividade distintos. Além disso, é possível também o benchmarking dentro da própria organização. Deste modo, não se pode dizer que a existência de processo análogo em empresa do mesmo ramo é condição essencial e indispensável para a realização de um processo de benchmarking. GABARITO: Errado. 10. (CESPE/ANATEL/Analista-Administração/2009) A expressão benchmarking pode ser definida como a Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 56 de 74 reformulação da maneira de condução dos negócios de uma organização. Comentário: Benchmarking não é o que está dito na questão. Na verdade, ele consiste na comparação de algum objeto com um outro objeto tido como padrão de referência, ou simplesmente “benchmark”. GABARITO: Errado. 11. (CESPE/TER-ES/Analista-RP/2011) Uma das técnicas utilizadas no processo de tomada de decisão é o brainstorming não estruturado, que facilita e propicia a participação espontânea dos mais tímidos nas discussões, sem que seja necessário pressioná-los a interagir. Comentário: O Brainstorming é uma técnica de apoio à tomada de decisões, sendo também associado ao processo de qualidade nas organizações. Ele pode ser do tipo estruturado ou não estruturado. Este último, pedido pela questão, é aquele que não possui um momento específico para cada pessoa falar, possuindo a vantagem de ser mais dinâmico e espontâneo e a desvantagem de dificultar a participação das pessoas mais tímidas, pois as pessoas mais espontâneas tendem a dominar o processo de geração de ideias. É o contrário do que está na questão. GABARITO: Errado. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 57 de 74 12. (CESPE/EBC/Administrador/2011) É essencial definir a técnica de construção de fluxograma a ser utilizada no início de um trabalho, pois fluxos diferentes exigem coletas de informação distintas. Comentário: Como cada fluxograma é diferente, é fundamental que se defina a técnica a ser utilizada antes de começar o trabalho de elaboração do fluxograma, uma vez que cada uma das técnicas poderá exigir o levantamento de informações diferentes, já que diferentes atividades e símbolos são retratados em cada tipo. GABARITO: Certo. 13. (CESPE/CEHAB-PB/Administrador/2009) Pode-se conceituar um fluxograma como uma representação gráfica de uma sequência de atividades. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta. a) Os fluxogramas também são conhecidos como organogramas. b) Um dos principais objetivos dos fluxogramas é propiciar uma visão mais rápida de um processo nas suas diversas etapas. c) Um fluxograma vertical se presta mais à representação de rotinas complexas. d) Os fluxogramas são padronizados para todos os tipos de empresas. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 58 de 74 Comentário: Os fluxogramas são diferentes dos organogramas: enquanto os primeiros representam o fluxo de um processo, os segundos representam a estrutura de uma organização. Os fluxogramas buscam refletir de uma forma fácil e intuitiva as várias etapas de um processo. Apesar disso, não são padronizados e podem assumir diferentes tipos. Entre estes, o fluxograma vertical é mais adequado a processos mais simples, se utilizando de uma folha padronizada para sua elaboração. Deste modo, a única opção correta é a alternativa B. GABARITO: B. 14. (CESPE/MPE-PI/Técnico/2012) O ciclo de Shewhart ou Deming, clássica ferramenta da escola da qualidade, proporciona ao programa de qualidade uma metodologia de caráter pontual sobre as atividades de planejamento, execução, checagem e correção. Comentário: Típica questão do Cespe que requer que o candidato tenha entendido o ciclo de Shewhart/Deming/PDCA e que saiba que ele serve para a melhoria contínua. Se é melhoria contínua, não pode ser uma metodologia pontual! GABARITO: Errado. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 59 de 74 15. (CESPE/MPE-PI/Técnico/2012) O diagrama de Ishikawa, o princípio de Pareto e os modelos estatísticos são instrumentos de gestão utilizados pelo departamento de qualidade, que deve ser o responsável único pelos programas de qualidade da organização. Comentário: Para responder essa questão, é preciso saber, em primeiro lugar, que os instrumentos de gestão propostos na questão realmente são utilizados pelo departamento de qualidade. Apesar disso, sabe-se que, numa visão contemporânea, todos os membros da organização são responsáveis pela qualidade, não se podendo falar em único responsável por esta função. Assim, por esta razão, a questão está errada. GABARITO: Errado. 16. (CESPE/EBC/Administrador/2011) O diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa) é uma ferramenta que visa definir o conjunto de causas responsável por um ou mais efeitos. Comentário: Essa questão apresenta o Diagrama de Causa e Efeito, ou diagrama de Ishikawa / Espinha de Peixe. Este diagrama apresenta as várias causas e subcausas que levam a determinado efeito ou problema. Devo destacar que o Cespe considerou como certo que esse diagrama representa as causas que levam a um ou mais efeitos. Em uma consideração Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 60 de 74 mais restrita isso poderia ser considerado errado, pois o que se busca são as causas e subcausas para determinado efeito. De maneira mais ampla, o Cespe deve ter considerado que várias subcausas geram várias causas, e estas últimas seriam efeitos das primeiras. GABARITO: Certo. 17. (CESPE/TJ-ES/Analista/2011) O histograma é uma ferramenta de qualidade apropriada para descobrirem-se as atividades frequentemente demandadas pelo público nesse setor, possibilitando, ainda, a análise do tipo curva ABC. Comentário: O histograma mostra a distribuição de frequência de uma determinada variável, sendo de fácil visualização e interpretação. No caso proposto pela questão, o histograma pode mostrar a frequência com qual cada atividade é demandada por determinado setor da empresa. Ainda neste sentido,o histograma serve de base para a construção da análise de Pareto ou curva ABC. Deste modo, alternativa correta. GABARITO: Certo. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 61 de 74 18. (CESPE/TJ-ES/Analista/2011) Caso se deseje descobrir as causas dos problemas identificados nesse setor, a ferramenta de qualidade indicada é o gráfico de controle. Comentário: Perceba que esta questão faz referência a algum texto anterior. Será que você precisa dele para resolvê-la? -NÃO! O gráfico de controle é a ferramenta que possibilita o monitoramento de um processo, e não a descoberta das causas de cada um dos problemas. A ferramenta que deveria ser utilizada para esse propósito é o diagrama de causa e efeito (diagrama de Ishikawa). GABARITO: Errado. 19. (CESPE/TJ-ES/Analista/2011) O diagrama de Pareto é uma das ferramentas que podem ser utilizadas para se comparar a situação anterior e a situação posterior à implantação das práticas de qualidade e produtividade no setor. Comentário: Essa é uma questão mais difícil do Cespe. Perceba que ela não disse que o Diagrama de Pareto objetiva comparar situações em diferentes momentos do tempo. Disse apenas que ele pode ser utilizado para isso. Na verdade, a resposta correta é sim! Um Diagrama pode ser desenhado para identificar as causas prioritárias a serem resolvidas. Posteriormente à implementação de melhorias, é possível elaborar um novo Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 62 de 74 Diagrama para verificar se a situação mudou substancialmente ou se continua parecida! GABARITO: Certo. 20. (CESPE/TJ-ES/Analista/2011) Caso se deseje descrever, passo a passo, o processo de tramitação entre as seções e as ações realizadas em cada atividade, bem como as situações e as condições necessárias para a realização dessas atividades, a ferramenta de qualidade ideal é o organograma. Comentário: A ferramenta de qualidade utilizada para isso é o fluxograma e não o organograma. Note que o Cespe tenta confundir o candidato em relação ao que são os organogramas e os fluxogramas. O organograma é uma ferramenta de análise e desenho da estrutura organizacional. Strictu sensu, não tem relação direta com a qualidade. GABARITO: Errado. 21. (CESPE/BASA/Técnico/2010) O gráfico de controle permite verificar se a previsibilidade do número de erros cometidos na abertura de contas em uma agência bancária tem relação com a quantidade de novos clientes que ingressaram na instituição. Comentário: Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 63 de 74 Questão redigida para confundir, exigindo também da capacidade de interpretação do candidato. Lembre-se que o gráfico de controle é aquela ferramenta que permite monitorar determinado processo ao longo do tempo. Caso um banco resolva analisar a variável: “número de erros/número de novos clientes”, ele poderá utilizar um gráfico de controle para verificar se essa relação se mantém estável ao longo do tempo, o que indicaria uma boa previsibilidade dessa relação. GABARITO: Certo. 22. (CESPE/BASA/Técnico/2010) Em um gráfico de dispersão que relacione o número de clientes de uma agência (eixo X) com os meses do ano (eixo Y), no qual, a cada mês, verifique-se uma redução no número de clientes, a relação mostrada representa uma correlação não linear. Comentário: Neste caso, haverá uma aparente correlação linear negativa, pois enquanto uma variável avança (meses do ano) a outra regride (clientes). GABARITO: Errado. 23. (CESPE/BASA/Técnico/2010) O diagrama de Ishikawa pode estar relacionado a aspectos como mão de obra, materiais, máquinas e métodos, entre outros. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 64 de 74 Comentário: O diagrama de Ishikawa pode estar relacionado com diferentes aspectos. A questão fala em “mão de obra, materiais, máquinas e métodos”. São os 4M, típicos do diagrama de Ishikawa. GABARITO: Certo. 24. (CESPE/BASA/Técnico/2010) Para se elaborar o diagrama de Ishikawa, deve-se construir uma tabela de forma que os dados estejam em ordem crescente. Comentário: O Diagrama de Ishikawa apresenta as possíveis causas para um problema, não havendo dados a serem colocados em uma tabela. GABARITO: Errado. 25. (CESPE/BASA/Técnico/2010) O diagrama de Pareto pode ser adotado quando se está diante de problemas e busca-se identificar quais são os itens responsáveis pela maior parcela deles. Comentário: É exatamente este o principal uso do diagrama de Pareto aplicado à gestão da qualidade: a identificação das causas mais relevantes para resolução dos problemas estudados. GABARITO: Certo. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 65 de 74 26. (CESPE/TCU/ACE-PLANEJAMENTO E GESTÃO/2008) Na matriz GUT, o “U” diz respeito ao custo, ao quanto se perderia pelo fato de não se melhorar/otimizar determinado processo de trabalho ou não se adotarem determinadas medidas de inovação desse processo. Comentário: Item errado. Percebam que o U refere-se à urgência das ações a serem tomadas. Completamente diferente do que está no item. O item descreve bem o que poderia ser considerado o T - tendência. GABARITO: ERRADO 27. (CESPE/TCU/ACE-PLANEJAMENTO E GESTÃO/2008) Na matriz GUT, o “T” refere-se ao prazo necessário para se implementar melhorias no processo e ao espaço de tempo durante o qual o processo deve ser melhorado/otimizado, de forma a se evitar o risco de se causar dano à organização. Comentário: O texto é compatível com a urgência, não com tendência. GABARITO: ERRADO. 28. (CESPE/EBC/Administrador/2011) Organizações que sejam bastante respeitadas por sua eficiência e eficácia Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 66 de 74 em determinado país terão sempre esse mesmo conceito no Brasil. Comentário: Essa é a famosa questão “sem pé nem cabeça”! Todas as organizações que possuem eficiência e eficácia em um lugar terão em outro!? Claro que não... tudo depende de como ela se estruturará e produzirá os produtos/serviços para a sociedade. GABARITO: Errado. 29. (CESPE/Correios/Administrador/2011) Em uma organização, a homeostase ocorre quando há relação de equilíbrio entre a eficiência e a eficácia organizacional. Comentário: A homeostase está relacionada ao equilíbrio dinâmico entre o ambiente interno e o ambiente externo da organização, sendo um conceito relacionado à Teoria dos Sistemas. Assim, esse conceito não possui relação com a eficiência e a eficácia, conforme proposto pela questão. GABARITO: Errado. Noções de Administração para Técnico/ANATEL Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier – Aula 03 Prof. Carlos
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