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TRF5 - 2013 - Ponto 1 - Direito Processual Civil ok

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
1º Ponto. Jurisdição: natureza, conceito, características, espécies, a problemática da jurisdição voluntária, princípios, estrutura constitucional (Poder Judiciário, organização judiciária, atividade jurisdicional, atividades essenciais à Justiça), equivalentes jurisdicionais (autotutela, autocomposição, mediação e arbitragem). Jurisdição constitucional propriamente dita (controle judicial de constitucionalidade e suas espécies: ação direta de inconstitucionalidade interventiva, ação direta de inconstitucionalidade, ação de inconstitucionalidade por omissão, ação declaratória de constitucionalidade, argüição de descumprimento de preceito fundamental, respectivos natureza, conceitos, características, hipóteses de cabimento, detalhes de procedimento); jurisdição constitucional das liberdades e seus principais mecanismos (habeas corpus no processo civil, mandado de segurança individual e coletivo, mandado de segurança, habeas data, ação popular, ação civil pública), respectivos natureza, conceitos, hipóteses de cabimento, detalhes procedimentais.
Sumário
11.	Jurisdição	�
52.	Jurisdição constitucional	�
103.	Jurisdição constitucional das liberdades	�
�
Jurisdição
Natureza
É poder-dever estatal.
Conceito
É o poder-dever do Estado de aplicar o direito material nos casos concretos. É um poder (derivado da soberania), uma função (obrigação de prestar a tutela jurisdicional) e uma atividade (seqüência de atos processuais). Encontra fundamento de validade na cláusula de inafastabilidade da jurisdição, prevista no art. 5º, XXXV, CF/88.
Características
Nem todas essas características estão presentes ao mesmo tempo.
Unidade: a jurisdição é única e exercida exclusivamente pelo poder judiciário
Secundariedade: Dá-se prioridade à autocomposição 
Imparcialidade (não confundir com neutralidade)
Substitutividade (substitui a vontade das partes. Não está sempre presente, pois inexiste nas ações constitutivas necessárias e na execução indireta)
Inércia (após iniciado o processo, não há mais inércia) 
Definitividade
monopólio estatal (característica mitigada para quem adota a concepção de que a arbitragem é atividade jurisdicional, o que é controvertido)
Importante destacar que a inércia, atualmente, é vista com certos temperamentos: poderes de direção do processo conferidos ao magistrado; aumento do número de pedidos implícitos; poder geral de efetivação das decisões (art. 461, §5º, CPC); existência de procedimentos que podem ser instaurados de ofício (como o inventário – art. 989, CPC).
Princípios
Juiz natural
Investidura
Territorialidade (aderência ao território)
Improrrogabilidade (os limites da jurisdição já estão tratados na constituição)
Indeclinabilidade (não pode deixar de atender quem busca a jurisdição)
Inafastabilidade (art 5, xxxv, cf)
Inevitabilidade (ninguém pode evitar os efeitos da decisão jurisdicional sobre si)
Indelegabilidade (só para atos decisórios. Os instrutórios podem ser delegados: carta de ordem. Rogatórios e precatória não são delegações, pois o deprecante não tem comnpetência no local de cumprimento e só se delega o que se tem)
Importante:
Não há matéria que possa ser excluída da apreciação do Poder Judiciário (inafastabilidade), ressalvada raríssimas exceções por ela mesma postas, como a do processamento e julgamento de certas autoridades em certas hipóteses (art. 52, I e II, CF).
Não há exigência de esgotamento de outras instâncias para se buscar a guarida jurisdicional. Única exceção constitucional: questões esportivas. A necessidade de prévio requerimento administrativo no habeas data relaciona-se com o interesse processual (para caracterizar eventual resistência à pretensão), cf. súm. 2 do STJ. Na CF/67 permitia-se a jurisdição condicionada (esgotamento da via administrativa). Descumprimento administrativo de súmula vinculante
Especialização de Varas: o STJ entende que não fere o princípio do juiz natural. Previsão expressa de tal possibilidade na lei de organização da Justiça Federal (Lei 5.010/66)
Art. 126 da CF, com a modificação da EC/45: Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. Antes, previa-se que o tribunal poderia designar juízes para julgar questões agrárias.
Espécies de jurisdição
Atente-se que a jurisdição é uma e indivisível, pelo que essa classificação é meramente acadêmica. 
	JURISDIÇÃO
	Contenciosa
	Voluntária
	visa a composição de litígios
	visa uma integração do Estado para validar negócio jurídico
	há uma lide a ser resolvida
	há um negócio jurídico a ser integrado
	partes
	interessados
	coisa julgada material e formal
	coisa julgada apenas formal
	juiz segue estrita legalidade
	há mais liberdade para o juiz
	lide composta através de processo
	jurisdição atua por procedimento
	há os efeitos da revelia
	não há os efeitos da revelia
	princípio do dispositivo
	princípio do inquisitivo
A problemática da jurisdição voluntária: a doutrina vê a jurisdição voluntária como uma atividade administrativa e não jurisdicional, porque: a) não visa à atuação do direito, mas à constituição de situações jurídicas novas; b) não há o caráter substitutivo; c) o objetivo dessa atividade não é a lide, pois não há conflito de interesses; d) não há coisa julgada; e) não há processo, mas procedimento. Porém, a doutrina mais moderna vê a jurisdição voluntária como jurisdição mesmo, porque: 1) visa também à pacificação social; 2) exerce-se segundo as formas processuais (petição inicial, etc); 3) vigora o princípio da inércia; 4) existência de coisa julgada formal, submetida à cláusula rebus sic stantibus (art. 1.111, CPC); 5) o próprio CPC divide a jurisdição em contenciosa e voluntária. Por isso, à jurisdição voluntária aplicam-se as garantias fundamentais do processo.
Jurisdição: estrutura constitucional
Obs: Funções essenciais no ponto 7 de constitucional.
Equivalentes jurisdicionais
Autotutela: é a forma mais primitiva de resolução de conflitos, caracterizada pela ausência de juiz distinto das partes e pela imposição da decisão por uma das partes à outra. É a “justiça com as próprias mãos”. Atualmente, ainda é prevista na legislação em alguns casos muito específicos, como na defesa da posse de um imóvel. Pode caracterizar o tipo penal do exercício arbitrário das próprias razões.
Autocomposição: é o método de resolução de conflitos no qual uma das partes ou ambas abrem mão do interesse ou de parte dele (acordo). Há três formas: 1) desistência (renúncia por parte do autor ao direito pleiteado); 2) submissão da parte a quem o pedido é dirigido; 3) transação (concessões mútuas). Existe até hoje e é incentivada por meio da conciliação. Encontra prestígio principalmente no processo trabalhista e nos Juizados Especiais (a possibilidade de transação penal, segundo Didier, é uma forma de autocomposição). O CPC também incentiva, quando trata da audiência preliminar no procedimento ordinário e quando determina ao magistrado o dever de tentar conciliar as partes a qualquer tempo. Obs: a sentença homologatória de conciliação ou de transação constitui título executivo judicial, podendo, inclusive, versar sobre matéria não posta em juízo (art. 475-N, III, CPC).
Mediação: é uma técnica não-estatal de solução de conflitos pela qual um terceiro se coloca entre os contendores e tenta conduzi-los à solução autocomposta. Há projeto de lei para regulamentar a mediação.
Arbitragem: é prevista no direito pátrio (Lei 9.307/96) e tem algumas características: a) aparece a partir da convenção de arbitragem; b) limita-se a direitos patrimoniais disponíveis; c) há restrição à cláusula compromissória em contratos de adesão; d) requer partes capazes; e) as partes podem escolher as regras a serem aplicadas, quanto ao direito material (ex.: equidade); f) não há necessidade de homologação judicial; g)há possibilidade de se recorrer ao Judiciário, mas limitada a alguns casos (ex.: nulidade da cláusula de compromisso arbitral, corrupção, prevaricação, etc); h) o juízo arbitral não tem poder executivo; i) a sentença arbitral é título executivo judicial (art. 475-N, III, CPC); j) admite-se o reconhecimento e execução de sentenças arbitrais produzidas no exterior. Cláusula compromissória x compromisso arbitral: a cláusula compromissória é a convenção em que as partes resolvem, prévia e abstratamente, que as divergências oriundas de certo negócio jurídico serão resolvidas pela arbitragem (antes do litígio ocorrer); o compromisso arbitral é o acordo de vontades para submeter uma controvérsia concreta, já existente, ao juízo arbitral. Obs1: A Lei das PPP prevê a arbitragem para a solução de litígios. O STJ admite a arbitragem em contratos administrativos fazendo a distinção entre interesse primário e secundário, ou seja, para atender o primeiro (bem da coletividade) o Estado poderia valer-se de atos de disposição. Obs2: O STF já declarou que a arbitragem não ofende a inafastabilidade da jurisdição, pois está sempre condicionada à vontade das partes. Obs3: Diante de uma sentença arbitral o juiz só pode executá-la ou anulá-la por vício formal, dentro do prazo de 90 dias, mas nunca substituí-la. Obs4: Não há direito a recurso. Obs5: Há corrente minoritária que entende ser a arbitragem verdadeira espécie de jurisdição, já que há processo, definitividade e executoriedade da sentença. 
Solução de conflitos por tribunais administrativos: atualmente a AdmPub tem vários tribunais, várias instâncias que no âmbito administrativo julgam conflitos por heterocomposição (são terceiros que julgam conflitos); não se trata de jurisdição porque não tem definitividade e podem ser controladas pelo PJ (ex.: tribunal marítimo, decisões do CADE, dos tribunais de contas, tribunal de contribuintes, etc.).
No tema de arbitragem, matéria controvertida é a respeito da homologação de laudos arbitrais proferidos no exterior. Há necessidade de dupla homologação (no país de origem e no Brasil)? No 1º período (antes da Lei nº 9.307/96), o STF entendia, ressalvando algumas decisões em sentido contrário, que o reconhecimento de decisões arbitrais estrangeiras no Brasil deveria pressupor que estas decisões também fossem reconhecidas pelo respectivo tribunal externo. A doutrina, por sua vez, sustentava que a dupla homologação só poderia ser exigida se no direito estrangeiro a homologação pelo Tribunal respectivo fosse requisito para eficácia do laudo arbitral. No 2º período (depois da lei de arbitragem), passou a haver previsão legal sobre a desnecessidade de dupla homologação no art. 35 da lei, regra que se aplica imediatamente aos processos em curso à época de sua publicação (constitucionalidade reconhecida pelo STF). A doutrina critica, sob a indagação de como ficaria nos casos em que no país em que foi proferido o laudo a chancela judicial for obrigatória. Sustenta-se que deveria o STF, agora STJ (EC nº 45/2004), exigir tal chancela (Barbosa Moreira). De outro lado, há quem sustente (Alexandre Câmara e Carlos Alberto Carmona) que a lei é inconstitucional porque confere ao STJ competência para homologação de laudos arbitrais, o que extrapolaria a competência constitucional, restrita a sentenças estrangeiras.
Jurisdição constitucional
Arguição de descumprimenro de preceito Fundamental – ADPF
Noções
Mesmo com as mudanças ocorridas a partir de 1988, que reforçaram o controle concentrado em detrimento do difuso em virtude da criação da ADC e da ampliação do rol de legitimados das ações de controle abstrato, subsistiu um espaço residual expressivo para o controle difuso, diante das matérias insuscetíveis de exame no controle abstrato (direito pré-constitucional, normas revogadas, direito municipal em face da CF). É exatamente nesse espaço, responsável pela repetição de processos e consequente demora na definição de controvérsias constitucionais relevantes, pois apenas poderiam ser levadas ao STF através de RE, que se inseriu a ADPF, prevista no art. 102, §1º, da CF e regulamentada pela Lei 9.882/99. 
Modalidades
A doutrina reconhece a existência de duas modalidades de ADPF, ambas propostas perante o STF: (i) autônoma: processo de natureza objetiva, que visa a evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, representando típica modalidade de jurisdição constitucional abstrata, desvinculada de qualquer caso concreto; (ii) incidental60: processo de natureza objetivo-subjetiva, que pressupõe a existência de uma lide intersubjetiva, na qual tenha surgido controvérsia constitucional relevante sobre a aplicação da lei ou do ato do Poder Público questionado em face de algum preceito fundamental. Subsidiariedade: “O art. 4º, §1º, da Lei 9.882/99 instituiu o “princípio da subsidiariedade” da ADPF, fonte de acirrada controvérsia61. Contudo, quando se trata de ADPF autônoma, parece fora de dúvida que o juízo sobre o atendimento do princípio em questão deve ter em vista a existência de outros processos objetivos de fiscalização de constitucionalidade, que possam corrigir de maneira adequada a lesão a preceito fundamental62”. Objeto: qualquer ato ou omissão do Poder Público63, seja normativo ou não normativo64; abstrato ou concreto; anterior ou posterior à CF; federal, estadual ou municipal; proveniente de qualquer órgão ou entidade do Legislativo, Executivo ou Judiciário (não imunizado pela coisa julgada); mesmo o já revogado ou cujos efeitos se tenham exaurido.
Parâmetro de controle
Sem embargo do postulado da unidade da Constituição, pelo qual não se cogita hierarquia entre as normas constitucionais, os preceitos fundamentais devem ser identificados a partir da compreensão da CF como uma ordem de valores (hierarquia axiológica), por meio da qual se pode vislumbrar as normas mais relevantes da Constituição, ligadas aos valores supremos do Estado e da sociedade. Apesar de ser difícil indicá-los a priori, há certo consenso quanto aos princípios fundamentais (CF, arts. 1º a 4º); aos direitos e garantias fundamentais; às cláusulas pétreas (CF, art. 60, §4º); aos princípios sensíveis (CF, art. 34, VII) (MENDES, 2010, p. 1333-6).
Legitimados
Os mesmos da ADI (ver resumo ADI/ADC). A versão aprovada pelo Congresso, atenta à modalidade incidental, que visa justamente à abertura da jurisdição constitucional aos cidadãos, admitia a legitimidade de qualquer indivíduo afetado por ato do Poder Público, mas o dispositivo foi vetado, fazendo com que a argüição incidental perdesse aplicabilidade.
Procedimento
A petição inicial deve conter a indicação do preceito fundamental violado, a indicação do ato questionado, a prova da violação e o pedido com suas especificações. Cuidando-se de argüição incidental, exige-se ainda a comprovação da controvérsia judicial relevante sobre o preceito fundamental. Admitida a argüição e examinado o pedido de liminar, se houver, o relator poderá ouvir as autoridades responsáveis pelo ato questionado, possibilitar a audiência das partes nos processos que ensejaram a argüição, requisitar informações adicionais, designar perito e determinar audiências públicas com experts. Os amici curiae podem apresentar manifestação escrita e fazer sustentação oral. O relator lançará relatório, com cópia para todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. Na ADPF incidental, operar-se-á uma “cisão” entre a questão constitucional e as demais questões suscitadas no caso concreto, subindo para apreciação do STF apenas a primeira delas, pois remanesce a competência dos órgãos judiciários ordinários para decidir a respeito da pretensão deduzida (CUNHA JR., 2011, p. 610).
Medida cautelar
A concessão opera efeitos ex nunc, salvo quando o STF entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. Pode visar à suspensão do ato impugnado, do andamento de processos ou dos efeitos de decisões judiciais ou de qualquer medida relacionada com a matéria discutida. A concessão de liminar depende de decisão da maioriaabsoluta dos membros do STF, ressalvados os casos de extrema urgência, de perigo de lesão grave ou de período de recesso, em que pode ser concedida pelo relator ad referendum do Pleno.
Decisão definitiva
Depende da presença de 8 ministros, com voto de pelo menos 6 deles. Exige-se que o STF independentemente de julgar procedente ou improcedente a argüição, fixe as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. Os efeitos da decisão são ex tunc (passíveis de modulação - art. 11), erga omnes.
 
 
Ação declaratória de constitucionalidade – ADC
Antecedentes históricos
Desde a Constituição de Weimar e, posteriormente, a Lei Fundamental de Bonn, reconhece-se a dupla função do controle abstrato de normas, como instrumento de defesa da Constituição, permitindo eliminar do ordenamento jurídico as leis inconstitucionais, e de manutenção da segurança jurídica, quando infirma a existência de inconstitucionalidade, espancando dúvidas sobre a higidez da situação jurídica. No Brasil, a discussão sobre a natureza dúplice do controle abstrato tem seus primórdios na representação interventiva instituída pela CF/34 e aperfeiçoada pela CF/46, em que se permitia ao PGR argüir a inconstitucionalidade do ato estadual, se dela tivesse convencido, ou encaminhar junto ao pedido de argüição um parecer no qual opinava pela constitucionalidade do ato. Com o advento da EC 16/65, que introduziu o controle de constitucionalidade abstrato em sede constitucional, embora se tenha positivado no Reg. Interno do STF a possibilidade de o PGR encaminhar parecer contrário junto com a representação de inconstitucionalidade, mantiveram-se as controvérsias sobre o caráter ambivalente do controle, que somente se solucionaram com a introdução da ADC na CF/88 pela EC 3/93. 
Objeto
Lei ou ato normativo federal, que abrange, além das espécies normativas do art. 59 da CF, resoluções de tribunais, do CNJ e do CNMP , atos do Poder Executivo com força normativa e tratados internacionais, desde que ligados diretamente à Constituição. Por não ser admitida constitucionalização superveniente, a norma deve ter sido produzida posteriormente ao parâmetro constitucional invocado. Apesar de a ADC ter sido criada por emenda, em 17/03/93, o STF admite como objeto leis e atos normativos anteriores à EC 3/93. Exige-se que o ato normativo esteja em vigor no momento da propositura da ação. Excluem-se da ADC perante o STF: normas constitucionais originárias; atos normativos secundários; leis declaradas inconstitucionais em decisão definitiva do STF, cuja eficácia tenha sido suspensa pelo Senado (CF, art. 52, X); leis ou atos normativos revogados; leis temporárias após o término de sua vigência; medida provisória revogada, havida por prejudicada ou não convertida em lei; as leis e atos normativos estaduais e municipais, que poderão, contudo, ser objeto de ADC no âmbito do TJ, desde que exista previsão na respectiva CE.
Parâmetro de controle
Alcança todo o bloco de constitucionalidade, abrangendo as regras e os princípios constitucionais, explícitos e implícitos, assim como as disposições materialmente constitucionais alheias ao texto constitucional, valendo ressaltar os tratados internacionais de direitos humanos aprovados nos termos do art. 5º, §3º. Podem ser invocadas como parâmetro tanto as normas do texto permanente quanto as transitórias (ADCT) cuja eficácia não esteja exaurida, desde que vigentes no momento da propositura da ação.
Características
Cuida-se de típico processo objetivo, unilateral, não contraditório, sem partes, no qual há um requerente, porém, inexiste requerido. Esse caráter objetivo repercute nas regras procedimentais: o requerente não pode desistir da ação proposta; a causa petendi não se adstringe aos fundamentos constitucionais invocados pelo requerente, mas abarca todas as normas que integram a CF; não se admite intervenção de terceiros; as decisões são irrecorríveis, salvo os embargos de declaração e o agravo contra decisão do relator; é incabível ação rescisória, exceção de suspeição e de impedimento (ADI 2321); não há prazo prescricional ou decadencial.
Legitimados
Originariamente (EC n. 3/93), eram legitimados apenas o Pres. da República, as Mesas do Senado e da Câmara e o PGR. A EC n. 45/04 estendeu a legitimidade aos legitimados para propor ADI (CF, art. 103). O STF, contudo, estabeleceu o vínculo de pertinência temática como critério de verificação da representatividade adequada das confederações sindicais, entidades de classe de âmbito nacional, Mesas de Assembléias Legislativas ou da Câmara Legislativa do DF, Governadores dos Estados ou do DF. Logo, esses órgãos/entidades devem demonstrar a existência de um nexo de afinidade entre seus objetivos institucionais e o conteúdo material da norma impugnada. O partido político deve ter pelo menos um representante no Congresso Nacional; a organização sindical que congregue, pelo menos, três federações representativas da categoria atingida pela norma impugnada; a entidade de classe de âmbito nacional que congregue integrantes de categoria econômica/profissional represente toda essa categoria e conte com associados em, no mínimo, 9 Estados. Vale destacar: os requisitos da legitimidade devem ser aferidos no momento da propositura da ação; a legitimidade do Pres. da República independe do exercício de seu poder de veto; partidos políticos, confederações sindicais e entidades de classe devem estar acompanhados por advogado com poderes específicos (os demais possuem capacidade postulatória); admite-se a legitimidade das associações de associações (ADI-AgR 3153).
Procedimento
A petição inicial deve ser apresentada em duas vias, trazendo cópia do ato normativo questionado e dos documentos comprobatórios do pedido. Em razão do princípio da presunção de constitucionalidade das leis, a ADC tem como pressuposto de admissibilidade a legitimação para agir in concreto (assim denominado por G. MENDES), consistente na existência de um estado de incerteza, gerado presunção. Verificada a admissibilidade da ação, o relator, após o julgamento do pedido cautelar, se houver, determina a audiência do PGR, sendo dispensada a manifestação do AGU. Emitido o parecer ministerial, o relator poderá apresentar relatório com cópia a todos os ministros e pedir dia para julgamento. Embora tenham sido vetadas as disposições que previam a participação de amicus curiae na ADC, dado o seu caráter ambivalente, é de se lhe aplicar o disposto no art. 7º, § 2º, da Lei 9.869, que admite, na ADI, a manifestação de amici curiae, inclusive por sustentação oral, considerada a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes. É majoritário o entendimento de que descabe a intervenção de co- legitimado, mesmo como assistente litisconsorcial. O relator pode solicitar informações a Tribunais sobre a aplicação da norma no âmbito de sua jurisdição, designar peritos e ouvir depoimentos. O julgamento exige quorum de deliberação de, pelo menos, oito ministros (desnecessário que seja atingido numa mesma sessão), sendo proclamada a constitucionalidade com votação de seis deles.
Medida Cautelar
Diferentemente da ADI, em que a liminar suspende a eficácia da norma questionada, a concessão da cautelar na ADC objetiva paralisar, em instâncias inferiores, o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo questionado até seu julgamento definitivo.
Efeitos
Os efeitos da decisão final da ADC, seja ela procedente ou improcedente, são em regra ex tunc, erga omnes e vinculantes quanto aos atos dos órgãos judiciários, da Adm. Pública direta e indireta da União, Estados, DF e Municípios. O decisum passa a valer a partir da publicação da ata da sessão de julgamento no DJU. É possível que o STF restrinja os efeitos temporais da decisão, fixando outro termo a partir do qual será eficaz, desde que haja deliberação de no mínimo 2/3 de seus membros e seja fundada em razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social (modulação temporal).O efeito vinculante não atinge o STF, que poderá reexaminar a norma67, nem o legislador, de cuja atividade pode derivar nova lei com idêntico conteúdo ou a revogação da norma reputada constitucional (evita-se, assim, a “fossilização da Constituição”). A eficácia vinculante abrange a parte dispositiva da decisão e os fundamentos determinantes do julgado (transcendência dos motivos determinantes). Nos processos judiciais que estiverem em curso, seja na instância ordinária ou extraordinária, caberá ao órgão jurisdicional considerar a decisão proferida pelo STF no momento de julgar (arts. 462, 475-L, §1º, 741, par. único, do CPC). A inobservância pelos magistrados, bem como na Administração Pública.
 
Ação direta de inconstitucionalidade – ADI: origem, evolução e estado atual. Efeitos da declaração de inconstitucionalidade. 
EC 16/65 Conferiu-se poder ao PGR para impugnar, por meio de uma nova ação (representação de inconstitucionalidade), lei estadual ou lei federal em face da CF. Passamos a ter controle incidental amplo, representação interventiva e ação direta ampla. Antes disso, havia, além do controle incidental, a representação interventiva, a qual, por mutação constitucional, já passara a ser usada com a finalidade da representação de inconstitucionalidade. 
 
CF 1988 Com a criação do controle concentrado, o Brasil passou a ter um modelo misto. O domínio estava, porém, no controle incidental. A CF/88 vai manter o controle incidental, mas vai ampliar o controle abstrato – com grande ênfase neste -, com o PGR como apenas um dos órgãos legitimados (rol amplo). Vai haver três modalidades de ADI: ADI genérica, ADI por omissão e ADI interventiva. Nasceu sem efeito vinculante, só vai ganhá-lo com a Lei nº 9.868. 
 
EFEITOS DA DECISÃO
A – Erga omnes – eficácia contra todos 
 
B – Ex tunc (princípio da nulidade) – salvo exceções Aqui há também a situação do efeito repristinatório da decisão. Não se trata de repristinação, pois, diante da nulidade da lei inconstitucional, a L1 revogada sempre esteve em vigor, não tendo sido revogada em momento algum. Além disso, a repristinação pressupõe o surgimento de uma L3 que restaure a validade da lei L1. No campo dos efeitos, pode ocorrer a chamada modulação dos efeitos da decisão (art. 27 da Lei nº 9.868/99). Os Ministros podem, diante de um caso concreto em que haja razões de segurança jurídica ou que acarrete excepcional interesse social, modular os efeitos da decisão do Supremo, de forma a que ela tenha efeitos ex nunc. Esta técnica flexibiliza o princípio da nulidade, aproximando-o da teoria da anulabilidade. O quorum para decidir pelo efeito ex nunc é 2/3 dos Ministros (8). Exs: atos praticados por servidor que não era oficial de justiça. A lei que previa isso foi considerada inconstitucional. Como ficam os atos já praticados? O STF achou melhor não anulá-los, dando efeitos ex nunc à sua decisão. 2 – Aumento do subsídio de magistrados que o receberam de boa-fé. Lei declarada inconstitucional ex nunc. 
 
C – Efeito vinculante Em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública (102, §2º). O efeito vinculante surge com a EC nº 03/93, para a ADC. Até a EC45, não havia previsão constitucional de efeito vinculante para a ADI. A Lei nº 9.868/99 previu, no art. 28, parágrafo único, efeito vinculante para a decisão em sede de ADI. Questionou-se a constitucionalidade desse dispositivo (Questão de Ordem no Agravo Regimental da RCL nº 1880). O Supremo entendeu constitucional a Lei nº 9.868/99 e ressaltou a similitude substancial de objetos entre a ADC e a ADI. Vai além da parte dispositiva, abrangendo os fundamentos determinantes da decisão. Em geral, os autores entendem que o fundamento determinante é aquele que não pode ser modificado sem alteração da parte dispositiva. É a ratio decidendi – elemento básico da decisão. Distingue-se do obter dictum. A lógica que inspira o efeito vinculante é a de reforço da posição da corte constitucional. Assim, a corte formula uma regra geral (contida nos fundamentos determinantes) que não pode ser descumprida. Assim, fixa-se um modelo, cujo descumprimento enseja a reclamação. 
 
MEDIDA CAUTELAR Suspende o ato impugnado, com efeito vinculante, podendo até restabelecer o direito anterior. Tem eficácia ex nunc, salvo disposição em sentido contrário. Em caso de rejeição de liminar, não há efeito vinculante, em regra. 
 
 
Inconstitucionalidade por omissão. Ação Direta. 
Inconstitucionalidade por omissão
Seu controle é novidade da CF/88. Pressupõe a inobservância de dever constitucional de legislar, que pode resultar tanto de comandos explícitos quanto de implícitos. Objetiva combater a “Síndrome da inefetividade das normas constitucionais”. 
Omissão total: legislador não empreende a providência legislativa reclamada.
Omissão parcial: ato normativo atende apenas parcialmente ou de modo insuficiente a vontade constitucional. ADI.
Objeto
Omissão é de cunho normativo (mais ampla que legislativo), englobando, além do Poder Legislativo, atos do Executivo e o Judiciário. ADI 1836: ação é extinta por perda do objeto se revogada a norma que necessite de regulamentação. STF entende que não há omissão se o processo legislativo já se iniciou (ADI 2495). No entanto, caso haja mora excessiva neste processo, pode haver inconstitucionalidade (ADI 3682).
Competência
STF (art.102, I, “a”)
Legitimidade ( Art.12-A da Lei 9868/99)
Os mesmos da ADI (rol do art.103 da CF).
Procedimento (art.12-E)
Alicação subsidiária das normas relativas à ADI, com as exceções previstas nos §§ do próprio art.12-E. 
Cautelar (art.12-F)
Pode ser suspensão da aplicação da lei ou ato normativo questionado (omissão parcial), bem como suspensão de processos judiciais/procedimentos administrativos, ou ainda outra providência a ser fixada pelo Tribunal. 
Decisão
Tem caráter mandamental (Anordnungsklagerecht).
a) Poder competente: é dada ciência, sem prazo. STF tem acenado com a possibilidade de fixação de prazo: ADI 3682: fixou prazo de 18 meses para elaboração da lei, foi chamado de “parâmetro temporal razoável”, com expressa ressalva de que não se tratava de imposição de prazo para atuação legislativa do CN. b) órgão administrativo: deve atender no prazo de 30 dias, sob pena de responsabilidade, ou em outro prazo estipulado pelo Tribunal em casos excepcionais (art.12-H). 
Omissão parcial: veda os órgãos estatais de praticar qualquer ato fundado na lei inconstitucional. É caso de declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade, que suspende a aplicação da norma defeituosa ou incompleta. 
 Inconstitucionalidade por omissão. Mandado de Injunção. 
Cabimento
Falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Legitimidade ativa
Qualquer pessoa. STF admite ajuizamento de MI coletivo (MI 361-RJ). 
Competência
Depende de quem é competente para editar a norma. STF - Arts.102, I, “q”, e 102, II, “a”, da CF; STJ; art.105, I, “h”; TSE 121, §4, V. 
Efeitos da decisão
a) tese não concretista: apenas decreta a mora do Poder omisso.
b) concretista individual intermediária: fixa um prazo para o Legislativo suprir a omissão, findo este prazo sem o saneamento passa o autor a ter assegurado o seu direito. 
c) concretista individual direta: implementa o direito apenas para o autor da ação. 
d) concretista geral: decisão com efeitos erga omnes até que sobrevenha a norma. O STF adotou nos primeiros julgamentos a posição não concretista, atualmente tem adotado a posição concretista geral (MI 670, 708 e 712). 
O aprofundamento está no “Ponto 6” de Direito Constitucional.
Jurisdição constitucional das liberdades
Habeas Corpus
Conceito: é uma garantia individual ao direito de locomoção, consubstanciada em uma ordem dada pelo Juiz ou Tribunal aocoator, fazendo cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção em sentido amplo – o direito do indivíduo de ir, vir e ficar.
Natureza: é uma ação constitucional de caráter penal (em regra) e de procedimento especial.
Histórico: 1ª garantia de direitos fundamentais concedida por João Sem Terra em 1215 e posteriormente formalizada no habeas corpus act de 1679. No Brasil, a 1ª manifestação foi em 1821, através de alvará emitido por Dom Pedro I que garantia a liberdade de locomoção. A terminologia, contudo, só veio no código criminal de 1830.Foi garantido constitucionalmente na CF de 1891. A “teoria brasileira do HC”, ampliou a aplicação do instituto para garantir todos os direitos cujo pressuposto fosse a locomoção. Essa teoria findou em 1926, que restringiu à liberdade de ir e vir.
Cabimento: sempre que alguém tiver a liberdade de locomoção restringida ou ameaçada. Pode ser utilizado na esfera cível para, por exemplo, liberar paciente preso em hospital.
Considerações:
sujeito ativo: é o impetrante (qualquer pessoa, ainda que sem advogado, inclusive o estrangeiro, o absolutamente incapaz, o analfabeto e a pessoa jurídica)
sujeito passivo: é o coator (agente público e, também, o particular)
paciente: é quem tem a liberdade tolhida
espécies: preventivo (salvo-conduto) e liberatório
liminar em habeas corpus: cabível, mas não cabe HC contra decisão de relator que indeferiu liminar em outro HC ( cf. súmula 691 do STF, que, em casos excepcionais, é afastada pelo próprio Tribunal
o HC é cláusula pétrea
de decisão de turma do STF: não cabe HC
competência:
ato de TRF e TJ’s: STJ
ato de tribunal superior: STF
ato de promotor: TJ ou TRF
ato de turma recursal: TJ ou TRF
ato de juiz do JEsp: Turmas recursais: "A competência para julgamento de habeas corpus contra ato de magistrado vinculado ao Juizado Especial Federal Criminal é da Turma Recursal, em virtude da aplicação do princípio da hierarquia funcional." (TRF 1ª Região, HC 2006.01.00.004544-8/AM, Rel. Desembargador Federal Cândido Ribeiro, Terceira Turma, DJ de 28/04/2006, p.58)
HC e recursos ordinários (ex.: apelação): cabe concomitância
HC e recurso ordinário constitucional: cabe concomitância
HC e punições disciplinares militares: não pode analisar o mérito da punição, só formalidades garantidas constitucionalmente
HC e empate da decisão colegiada: decide-se em favor do réu
Habeas Data
Conceito: é a ação para a garantia do direito que assiste a todas as pessoas de solicitar judicialmente a exibição de registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que deles se tome conhecimento e, se necessário for, sejam retificados os dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem discriminação.
Natureza: ação constitucional de caráter civil, de rito sumário.
Cabimento: inicialmente, só cabe HD quando o pedido for indeferido ou não-respondido na via administrativa (súm. 2 do STJ). Superado esse ponto, cabe HD para conhecer ou retificar dados pessoais constantes de arquivos públicos ou privados (de caráter público – ex.: SPC). Não se confunde com o direito de obter certidões (art. 5º, XXXIV), para o que cabe MS.
Considerações:
sujeito ativo: pessoa física, pessoa jurídica, brasileiro ou estrangeiro
sujeito passivo: entidades governamentais; instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas que prestem serviços para o público ou de interesse público, e desde que detenham dados referentes ao impetrante
procedimento: era o mesmo do mandado de segurança, mas agora a Lei 9.507/97 regula o HD. Ainda guarda semelhanças profundas com o MS. O HD é prioritário sobre tudo, exceto habeas corpus e mandado de segurança. A inicial deve ser instruída com a recusa administrativa ou com prova de sua demora. O juiz pode indeferir liminarmente se entender que não é caso de HD (cabe apelação). Em seguida, notificação da autoridade para prestar informações em 10 dias. Após, ouve MP em 5 dias. Sentença. Apelação com efeito meramente devolutivo.
competência (expressa na Constituição Federal):
STF: atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal
STJ: ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal
TRF: ato do próprio Tribunal ou de juiz federal
Juízes Federais: ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais
Justiça do Trabalho: quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição
Mandado de Segurança Individual
Conceito: ação constitucional para garantir às pessoas físicas e jurídicas proteção a direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
Histórico: instituído pela Constituição de 1934, art. 113, item 33; inicialmente disciplinado pela Lei 191/1936, posteriormente pelo Código de Processo Civil de 1939 e após pela Lei nº1.533/51.�
Disciplina atual: Lei nº 12.016/2009 (consolidou em texto único a Lei nº 1.533/51 e legislação que lhe sobreveio; recepcionou, sob o pálio da lei escrita, orientações consolidadas pela jurisprudência)
Natureza: ação constitucional, de natureza civil.
Cabimento: quando houver lesão ou ameaça a direito líquido e certo, não amparado por HC ou HD, por ação ou omissão de autoridade ou agente delegatário de serviço público.
Requisitos:
Direito líquido e certo: é o que resulta de fato certo, ou seja, é aquele capaz de ser comprovado de plano por documentação inequívoca. A exigência não se reporta ao direito objetivo, mas sim ao direito subjetivo, de modo a competir ao impetrante demonstrar coom certeza os fatos que narra.�
Ato de autoridade: decisão perpretada com base em competênca tipicamente estatal (novidade da lei: representantes ou órgãos de partidos políticos praticam ato de autoridade)
Legitimidade e intervenção do MP:
Sujeito ativo: qualquer pessoa física ou jurídica. Crítica: a doutrina e jurisprudência já haviam consolidado o entendimento de que órgãos sem personalidade jurídica poderiam impetrar o writ (Câmara de vereadores, MP, etc)
despachada a inicial não mais poderá ser admitido o ingresso de litisconsorte ativo.
Sujeito passivo: Para Cassio Bueno a lei restabeleceu a sistemática de 1930, impondo um litisconsórcio passivo necessário entre a autoridade coatora e a pessoa jurídica a que pertence. O mero executor não é autoridade coatora.
para Edilson Nobre:
a legitimidade passiva é da pessoa jurídica de direito público, a qual é presentada pela autoridade coatora até o instante da prestação de informações;
a finalidade de notificação da pessoa jurídica, em virtude do despacho da petição incial, é desnecessária, pois aquela já se encontra presentada pela autoridade coatora; entretanto, como a lei a impõe, deverá ser realizada;
o impetrante deve providenciar a integração ao feito, como litisconsorte necessário, de terceiro beneficiado com o ato;
cabe lmitação judicial do número de litisconsortes ativos;
não cabe intervenção de terceiros, à exceção da assistência litisconsorcial.
Intervenção de Amicus curiae: não é cabível.
Intervenção do MP: o representante do MP deverá ser ouvido em 10 (dez) dias. A intervenção é obrigatória, derivada de previsão legal específica em relação ao CPC, at. 82, III.
Competência:
STF: contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal
STJ: ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal
TRF / TJ: ato de juízes e de seus próprios membros.Justiça do Trabalho: quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição.
Juízes Federais: atos de autoridades federais.
Contra ato promotor: juízo monocrático de 1ª instância (ao contrário do HC, que é o tribunal).
MS em matéria penal, impetrado pelo MP: réu é litisconsorte passivo obrigatório.
Prazo decadencial: 120 dias.
Espécies: repressivo e preventivo.
Direito líquido e certo: para alguns, é condição de ação; para outros, é de procedibilidade; para mim, é tanto condição de ação quanto de procedibilidade.
Contra liminar: agravo de instrumento (se faltar fumaça do bom direito ou perigo da demora) e suspensão de segurança (se colocar em grave risco a ordem, a saúde, a segurança ou a economia pública), que vigora até o trânsito em julgado (efeito prospectivo).
Cabe execução contra a Fazenda Pública em relação às parcelas pecuniárias vencidas a partir da propositura do writ.
Entendimentos sumulados pelo STF: o MS não substitui a ação popular (101); não cabe MS contra lei em tese (266); não cabe MS contra ato judicial passível de recurso ou correição (267); não cabe MS contra decisão judicial com trânsito em julgado (268); o MS não é substitutivo da ação de cobrança (269); MS não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria (271); são inadmissíveis embargos infringentes contra decisão do Supremo Tribunal Federal em MS (294); decisão denegatória de MS, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria (304); denegado o MS pela sentença, ou no julgamento do agravo, dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária (405); a existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do MS contra omissão da autoridade (429); pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para MS (430); praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o MS (510); não cabe condenação em honorários de advogado em MS (512); não cabem embargos infringentes de acórdão que, em MS, decidiu, por maioria de votos, a apelação (597); não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente de MS contra atos de outros tribunais (624); controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de MS (625); a suspensão da liminar em MS, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração (626); extingue-se o processo de MS se o impetrante não promove, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário (631).
Entendimentos sumulados pelo STJ: MS constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária (213); outros entendimentos iguais aos do STF.
Principais alterações: 
o projeto que originou a lei faz parte do II Pacto Republicano, assinado em 2009 pelos Três Poderes com o objetivo de tornar o sistema de Justiça mais acessível, ágil e efetivo.
Não cabimento de MS contra atos de gestão comercial praticados no âmbito das empresas públicas, sociedades de economia mista e concessionárias de serviços públicos (art. 1º, parágrafo 2º)
Possibilidade de impetração via fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada (art. 4º)
Cabimento de MS contra decisão judicial sujeita a recurso que não tenha efeito suspensivo (artigo 5º, inciso II)
Cabimento contra ato disciplinar, para aferição da legalidade, o que era antes vedado.
Para Cassio Bueno a lei restabeleceu a sistemática de 1930, impondo um litisconsórcio passivo necessário entre a autoridade coatora e a pessoa jurídica a que pertence. Faz crítica a isso, pois no writ não se busca responsabilizar pessoalmente a autoridade coatora, como sucede na cão popular e na de improbidade.
Para Cassio, ao contrário do que expressa o parágrafo 5º, do art. 6º, decisão denegatória não é apenas a terminativa (art. 267, do CPC), mas também a que julga improcedente o writ. Isso é relevante pq o recurso ordinário em MS nos tribunais pressupõe decisão denegatória. A diferença é que se denegada a ordem por uma das razões do 267, do CPC, entre elas a ausência de direito líquido e certo (tido como assimilável ao interesse de agir), fica aberta ao impetrante a via ordinária.
O prazo de 10 dias para informações continua com seu termo inicial não explicitado. Prevalece, pois, a data de juntada aos autos do comprovante de notificação.
Possibilidade da pessoa jurídica interessada intervir no feito (artigo 7º, inciso II). Para Cassio, a ciência do art. 7º, II, LMS, é verdadeira citação. O verbo “querendo”justifica-se por ser a defesa do réu mero ônus processual. Seu prazo, ante o silencia, também seria o de dez dias.
O juiz poderá exigir do impetrante, para fins de concessão de liminar, prestação de caução, fiança ou depósito (artigo 7º, inciso III). Não se tem como condição da ação, mas mera faculdade do juiz inerente ao seu poder-dever geral de cautela. A exigência, contudo, deve ser fundamentada. 
O parágrafo 5º, do art. 7º, estende todas as vedação das liminares em MS à antecipação de tutela. Deixa de fora, cotudo, as cautelares. Ocorre que o art.1º, da Lei 8437/92 continua vigente e dispõe que onde não couber liminar em MS, não caberá cautelar.
Previsão expressa do cabimento de agravo de instrumento contra a decisão concessiva ou denegatória de liminar (artigo 7º, parágrafo 1º). Havia tribunais que não aceitavam o recurso.
Art. 10: Cássio defende a possibilidade de emenda à inicial, nos termos do CPC, bem como a aplicação do 285-A (!!!), inclusive em MS impetrados originariamente em tribunais. Edilson Nobre adimite esta possibilidade, desde que respeitado o prazo decadencial da impetração;
A Lei prevê que cabe apelação da decisão que indefere a inicial do MS, mas não explicita seu procedimento. Entende-se que é cabível a aplicação da apelação do 296, do CPC (com retratação), exceto se for a hipótese do 285-A. Se o indeferimento for monocrático, em sede originária dos tribunais, cabe agravo interno. Se o indeferimento for feito pelo colegiado do tribunal, cabe RO;
Os embargos infringentes ficaram expressamente vedados (era súmula);
Proibição expressa do ingresso de litisconsorte ativo após despachada a inicial (artigo 10º, parágrafo 2º);
O MP deverá oferecer parecer no prazo improrrogável de 10 dias, sob pena do processo seguir para julgamento (artigo 12, parágrafo único);
Estipula o prazo impróprio de 30 dias para o magistrado sentenciar;
A sentença concessiva está sujeita ao duplo grau, não se aplicando as exceções do 475, CPC;
A regra, agora, é a possibilidade de execução provisória, sendo a vedação restrita às hipóteses em que não cabe a liminar (7º, parágrafo 2º);
Regula a suspensão de segurança, o que antes era feito na 4348/64. (essa suspensão é criticada pq hoje é possível o manejo de agravo de instrumento com efeito suspensivo. Ademais, quando interposta no STJ/STF extrapola sua competência constitucional taxativa). Prevê o cabimento de agravo interno contra decisão que indefere o pedido de suspensão, explicitando o prazo de cinco dias. Esse agravo interno está previsto apenas para os casos de deferimento da suspensão feita pelo poder público e não para o seu indeferimento. Essa disposição da nova Lei é contrária ao entendimento do STF e STJ que levou ao cancelamento das súmulas 506/STF e 217/STJ, as quais tinham a mesma redação da nova LMS. Já a Lei 8437/92, ainda em vigor, prevê o agravo interno tanto da decisão que concede como da que indefere a suspensão (art. 4º, parágrafo 3º). Ocorre que essa Lei só se aplica aos processos cautelares e, por força do art.1 o, da lei 9494/97, à antecipação de tutela. Para Cássio, o tratamento diferenciado da lei 12.016/09 justifica-secom a natureza especialíssima do MS. Como não é possível ao poder público manejar o agravo interno da decisão que indefere o pedido de suspensão em MS, o parágrafo 1º, do art. 15 lhe outorga a possibilidade de entrar com novo pedido de suspensão ao STF/STJ (suspensão da não-suspensão). Também é cabível essa suspensão do parágrafo primeiro quando for desprovido o agravo de instrumento do poder público manejado em face da decisão de 1ª instância concessiva da liminar. As medidas de suspensão de segurança e agravo de instrumento não se excluem, podendo ser aviadas concomitantemente;
Possibilidade da autoridade coatora recorrer da decisão concessiva da segurança (artigo 14, parágrafo 2º);
Previsão expressa de cabimento de agravo interno contra a decisão do relator que conceder ou indeferir liminar nos mandados de segurança da competência originária de tribunal (16, parágrafo único). Esse prazo é de 5 dias, contando em dobro para a Fazenda;
Força a publicação das decisões em MS em até 30 dias, que, passados, autoriza a substituição pelas notas taquigráficas;
Tipificação do crime de desobediência à ordem judiciária;
Regulamentação do mandado de segurança coletivo (artigos 21 e 22).
 Mandado de Segurança Coletivo
Conceito: ação constitucional para proteger direito líquido e certo dos membros ou associados de partido político com representação no Congresso Nacional e de organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
Natureza: ação constitucional, de natureza civil.
Considerações:
Sujeito ativo: partido político com representação no Congresso Nacional; organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano.
Sujeito passivo: autoridade pública ou agente de delegatário de serviços públicos.
Autorização dos filiados: não é necessária, bastando a previsão genérica no estatuto (ao contrário das ordinárias, nas quais é necessária a autorização de cada um dos membros).
Legitimação: é extraordinária.
Petição inicial: não precisa trazer o nome de todos os membros do impetrante.
MS Coletivo x MS Individual: pode haver concomitância, mas se o sujeito não desiste do individual, este prevalece. A impetração coletiva não induz litispendência para as ações individuais. A sentença proferia em demanda coletiva somente beneficiará o litigante individual caso desita da ação que ajuizou no prazo de 30 dias, a contar da ciência da impetração coletiva. Inexistindo tal cientificação, não há como negar o direito à fruição da coisa julgada coletiva, ainda que sucumbente o impetrante da ação individual.
Entendimentos sumulados pelo STF: a impetração de MS coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes (629); a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria (630).
Inovações:
Os partidos políticos têm ampla pertinência temática para a impetração. A referência aos seus “interesses legítimos relativos aos seus integrantes ou à finalidade partidária” não afasta a assertiva. É que a Lei 9069/95 prevê que os partidos destinam-se a assegurar o regime democrático e os direitos fundamentais. É a posição de Edilson Nobre, sob os seguintes argumentos:
necessidade de legar-se às normas constitucionais que definam direitos e garantias fundamentais uma maior efetividade;
o MS é peça fundamental de democracia participativa inaugurado pela CFRB/88;
aos partidos políticos, juntamente com o Estado, cabe a missão de direção da sociedade, pois a CRFB/88, art. 17, conferiu-lhes a missão de defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana.
Quanto ao tempo de constituição, o STF tem sustentado que é próprio das associações e não dos sindicatos e associações de classe ("Legitimidade do sindicato para a impetração de mandado de segurança coletivo independentemente da comprovação de um ano de constituição e funcionamento." (RE 198.919, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 15-6-1999, Primeira Turma, DJ de 24-9-1999.)
Embora o artigo 21, pú, mencione apenas os direitos coletivos e individuais homogêneos, Cássio Scarpinella defende ser possível a tutela de direitos difusos, desde que algum dos legitimados (em especial os partidos políticos) esteja habilitado a representar essa gama de interesses. É essa, aliás a posição predominante antes da nova LMS. Da leitura do art 22 pode-se interprtar o porquê da limitação aos direitos homogêneos e coletivos (só eles têm destinatários determináveis). Ocorre que essa classificação tem por função apenas indicar o legitimado a ir em juízo e não restringir os efeitos de uma decisão. 
No parágrafo 2º, do art. 22, deve-se sustentar o pedido de suspensão e não de desistência do MS individual, dada a natureza garantista do instituto. 
Cabem a assistência simples e a litisconsorcial. Cassio defende o amicus curiae também.
Preservados os atos praticados na vigência da lei antiga (princípio do isolamento dos atos processuais) os atos praticados após a nova LMS devem observá-la.
Mandado de Injunção
Conceito: ação constitucional de caráter civil e de procedimento especial, que visa suprir uma omissão do Poder Público, no intuito de viabilizar o exercício de um direito, uma liberdade ou uma prerrogativa prevista na Constituição Federal.
Natureza: ação constitucional, de natureza civil e de cunho subjetivo (ADIN por omissão: cunho objetivo).
Considerações:
Requisitos:
falta de norma reguladora de uma previsão constitucional;
inviabilização do exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, soberania e cidadania.
Sujeito ativo: qualquer pessoa que tenha o seu direito afetado.
Sujeito passivo: pessoa estatal competente para legislar (ex.: Congresso Nacional) ou iniciar o procedimento (ex.: Presidente da República, nas matérias de sua iniciativa exclusiva).
Procedimento: o mesmo do mandado de segurança.
Competência:
STF: quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal.
STJ: quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal.
Obs1: o STF não admite, em regra, que Estado-membro ou Município impetre Mandado de Injunção, já que não são titulares de direitos e liberdades constitucionais.
Obs2: o STF tem admitido a impetração de mandado de injunção coletivo, apesar de não haver regulamentação legal específica, tendo legitimidade os mesmos que podem impetrar o mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX, CF) → organização sindical, entidade de classe, associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano (em decisões recentes o STF diz que esse requisito de um ano é apenas para as associações; mas há divergências doutrinárias, dizendo que o requisito de um ano se estende a todas as entidades, como sustenta Pedro Lenza) e partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
Obs3: o STF também não tem admitindo medida liminar em Mandado de Injunção, pelo mesmo motivo da ADI por omissão. Efeito Ex Tunc (o direito sempre existiu)
Efeitos. quanto aos efeitos da decisão de mérito, quais os tipos de provimento jurisdicional são possíveis no Mandado de Injunção? Há quatro correntes:
1) Não-concretista: corrente tradicionalmente adotada pelo STF; a função do Judiciário seria apenas dar ciência ao Poder competente acerca de sua omissão; entende que o Poder Judiciário não podeconcretizar a norma, ou seja, o Judiciário não pode suprir a omissão do Legislativo editando a norma regulamentadora faltante, sob pena de atuação do Judiciário como legislador positivo, com violação ao princípio da separação dos poderes (usurpação de função constitucional do Legislativo); 
- Hans Kelsen que fez a distinção entre o Judiciário atuando como legislador negativo, quando declara a inconstitucionalidade de uma lei, ou como legislador positivo, quando o Judiciário supre a omissão de Legislativo, criando efetivamente uma lei que não existia → segundo o Min. Gilmar Mendes essa distinção não faz mais sentido. 
2) Concretistas: pode o Judiciário concretizar a norma legal do Legislativo omisso:
2.1) Concretista geral: Judiciário concretiza a norma com efeitos “erga omnes”; a concretização da norma regulamentadora ausente aplica-se a todos os casos que tenham o mesmo objeto em âmbito nacional. 
2.2) Concretista individual direta: corrente defendida pela maioria da doutrina; o Judiciário concretiza a norma não para todos, mas tão somente com efeitos “inter partes”. Apenas a parte que impetrou a ação é atingida pela decisão do Mandado de Injunção.
2.3) Concretista individual intermediária: já utilizada pelo STF em alguns julgamentos, a exemplo de um julgamento acerca de imunidade tributária de entidades beneficentes; é um meio-termo: o Judiciário primeiro dá ciência ao Poder competente acerca de sua omissão (efeito da teoria não-concretista), porém fixando prazo para que a omissão seja suprida; se dentro desse prazo a omissão não for suprida, o Judiciário edita a norma concreta (efeito da teoria concretista).
Ação Popular
Conceito: ação proposta por cidadão que visa anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Natureza: ação constitucionalmente prevista para o exercício da soberania popular.
Histórico: A CF de 1824 já tratava da ação popular, mas com caráter disciplinar e penal. Apenas em 1934 ganhou contornos constitucionais como ação civil. Retirada em 1937, retornou em1946, tal como sucedeu com o MS. Juntamente com o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular, a ação popular constitui importante instrumento da abertura democrática.
Requisitos:
subjetivos:
a1) sujeito ativo: autor tem que ser cidadão (pessoa jurídica não tem legitimidade; bem como estrangeiros e apátridas). O menor entre 16 e 18, com título, pode.
a2) sujeito passivo: a) as pessoas cujo patrimônio se pretende proteger; b) aqueles que causaram, por ato ou omissão, ou que ameaçam causar lesão aos bens tutelados; c) os beneficiários diretos do ato ou da omissão. STJ admite que a pessoa jurídica de direito público figure, ao mesmo tempo, quanto a um pedido no pólo passivo e quanto a outro no pólo ativo. 
peculiar situação da Fazenda Pública: pode abster-se de contestar o pedido ou pode atuar ao lado do autor, desde que se afigure útil ao interesse público
objetivos:
	b1) ação ou omissão do Poder Público
b2) ilegalidade ou imoralidade (há autores que a dispensam, satisfazendo-se com a lesão : Lenza e Mancuso)
b3) lesão (ao patrimônio público, incluindo qq pessoa jurídica subvencionada com dinheiro público; à moralidade administrativa; ao meio ambiente ou patrimônio histórico e cultural)
Considerações:
AP contra lei em tese: não cabe.
MP: só acompanha a AP, mas não pode ajuizá-la. Em caso de desistência (90 dias após o último edital), pode assumir o pólo ativo. Mas sempre pode recorrer
Natureza da decisão: desconstitutiva-condenatória.
Competência: juízo de 1º grau.
Prazo de contestação: 20 dias, prorrogáveis por mais 20. Já a sentença, qdo não proferida em audiência, deve sê-lo em 15 dias do recebimento dos autos, sob pena de impedir a promoção por merecimento por 2 anos e perda dos dias de atraso na promoção por antiguidade.
Sentença de procedência: invalida o ato, condena os responsáveis (inclusive em custas e honorários), tem eficácia erga omnes.
Sentença de improcedência: efeito erga omnes e de coisa julgada material, exceto se considerada improcedente por falta de provas. Sujeita ao duplo grau
Ônus para o autor: só se agir de má-fé (10x custas).
Ação Civil Pública
Conceito: é a ação de caráter civil para a defesa de interesses transindividuais proposta por co-legitimados ativos. Leia-se direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. Nesse último caso, deve-se atentar que “a legitimidade do Ministério Público para defesa de interesses individuais homogêneos disponíveis, por meio da ação civil pública, somente se configura quando estes "visualizados em seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, têm a força de transcender a esfera de interesses puramente individuais e passar a representar, mais que a soma de interesses dos respectivos titulares, verdadeiros interesses da comunidade em seu todo" [Zavascki, Teori Albino. Processo coletivo: tutela de direitos coletivos e tutela coletiva de direitos. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 256/257].
STJ e STF admitem a propositura de ACP pelo MP para defesa de direito individual indisponível (saúde)
 Interesses protegidos:
meio ambiente
consumidor
patrimônio cultural
infrações à ordem econômica
infrações à economia popular
infrações à ordem urbanística
outros interesses difusos e coletivos (rol exemplificativo)
Sujeitos ativos:
MP
Defensoria pública
União, Estados e municípios
autarquia, empresa pública, fundação e sociedade de economia mista
associação com mais de um ano de funcionamento, que inclua entre suas finalidades a proteção de algum dos interesses acima (requisito temporal pode ser dispensado conforme o caso, ao contrário do MS coletivo)
Sujeito passivo: responsável pelo dano
Considerações:
não cabe contra: tributos, FGTS, direito previdenciário, interesses individuais disponíveis.
competência: foro do local do dano (prevenção); se afetar bens, serviços ou interesses da União ou suas entidades autárquicas ou empresas pública, a competência é da Vara Federal que tenham abrangência sobre o local do dano (cancelada a súm. 183 do STJ: Compete ao juiz estadual, nas comarcas que não sejam sede de vara da Justiça Federal, processar e julgar ação civil publica, ainda que a União figure no processo)
STJ: “a competência para julgar as ações civis coletivas para o combate de dano de âmbito nacional não é exclusiva do foro do Distrito Federal, podendo a ação ser ajuizada no juízo estadual da Capital ou no Juízo do Distrito Federal” (RESP 944.464/RJ, Relator, Min. Sidnei Beneti, DJ 11.2.2009)
objeto: condenação em dinheiro ou em obrigação de fazer ou não fazer
Ministério Público: se não é parte, é fiscal obrigatório da lei; assume na desistência
Litisconsórcio ativo: pode haver entre os diversos MP’s
Termo de Ajuste de Conduta: só MP e órgãos públicos podem celebrar. Nesse último caso, se federal, deve haver participação da AGU ou PGF (há parecer vinculante do AGU nesse sentido). 
Inquérito Civil: só o MP pode promover; o arquivamento depende de remessa ao Conselho Superior do MP ou, no caso do MPF, às Câmaras de Coordenação e Revisão.
liminar em ACP: é cabível
contra a liminar: agravo de instrumento (ou regimental se dada monocraticamente em órgão colegiado) ou suspensão de segurança
sentença: efeito erga omnes no território de competência da autoridade judiciária; coisa julgada material, exceto se julgado improcedente por falta de provas.
apelação: em regra, efeito somente devolutivo, mas juiz pode dar suspensivo também:
II - Perfeitamente cabível a aplicação subsidiária e analógica da norma contida no art. 19 da Lei nº 4.717/65 (Lei da Ação Popular) (duplo grau de jurisdição nas sentenças de improcedência), por tratar-se, na espécie, de extinção do processo pela carência superveniente da ação civil pública em referência. Processo: REO 0006351-46.2008.4.01.3200/AM;REMESSA EX OFFICIO Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE Órgão Julgador: OITAVA TURMA Publicação: e-DJF1 p.349 de 25/06/2010 Data da Decisão: 01/06/2010 
ônus de sucumbência: só se autor estiver de má-fé
 multa cominada liminarmente - Só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
antecipação de tutela: Mazzilli diz que é possível. TRF1 também
limitação territorial da coisa julgada: art. 16 da LACP – dispositivo execrado pela doutrina.
Conforme já julgou este Tribunal, "a eficácia da sentença proferida em ação civil pública restringe-se aos limites da competência territorial de seu prolator (art. 16 da Lei 7.347/85, com a redação da Lei 9.494/97). Preliminares de litispendência e incompetência do Juízo que se afasta" (AC 1999.40.00.002242-8/PI, Rel. Desembargador Federal Souza Prudente, Rel.Acor. Desembargadora Federal Maria Isabel Gallotti Rodrigues, Sexta Turma, e-DJF1 14/12/2009).
Artigo do Juiz Federal em Goiás, Juliano Taveira: Prosseguindo, em matéria de ação civil pública ajuizada para proteger interesses difusos ou coletivos, a mudança legislativa é irrelevante. Nessas ações, como se trata de interesses que não comportam defesa individual, pois são essencialmente metaindividuais, a legitimidade ativa é do tipo ordinária, como ensina a doutrina. Logo, eventual limitação territorial a restringir os efeitos erga omnes não impede a plena executoriedade da decisão, pois tanto o autor quanto o réu estão sujeitos à autoridade da coisa julgada, não importa onde estiverem. 
Em apertada síntese da exposição, pode-se concluir que: (a) é válida e eficaz a inovação decorrente da alteração do art. 16 da LACP, mas não foi modificada a sistemática especial das ações coletivas reguladas pelo CDC; (b) os efeitos erga omnes têm por finalidade estender, a quem não participou da relação processual, os limites subjetivos que ordinariamente decorrem da coisa julgada e de outras hipóteses de preclusão; (c) quanto aos sujeitos que compuseram a relação processual da ação civil pública, a obrigatoriedade da decisão provém dos limites objetivos e subjetivos da própria coisa julgada, independentemente dos efeitos erga omnes; (d) a limitação territorial ao efeito erga omnes contida no novo art. 16 da LACP representa restrição à substituição processual em face dos titulares de interesses individuais homogêneos que não tenham domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator, mas não prejudica a eficácia da sentença proferida em ações civis públicas ajuizadas na tutela de interesses difusos ou coletivos.
No mesmo sentido: 3. É certo que o art. 16 da Lei 7.347/85, com a redação dada pela Lei 9.494/97, restringe os efeitos erga omnes do ato judicial proferido em ação civil pública aos limites da competência territorial do órgão prolator da decisão. No caso, porém, não há que se falar em restrição dos efeitos da decisão agravada a limites territoriais, pois não se pode confundir estes com a eficácia subjetiva da coisa julgada, que se estende a todos aqueles que participam da relação jurídica.
4. Com efeito, a imposição de limites territoriais, prevista no art. 16 da LACP, não prejudica a obrigatoriedade jurídica da decisão judicial em relação aos participantes da relação processual originária, onde quer que estes se encontrem, uma vez que tais sujeitos e intervenientes estão vinculados pela própria força dos limites subjetivos e objetivos que decorrem da coisa julgada, independentemente da incidência ou não do efeito erga omnes. TRF1 Processo: AG 0043166-39.2008.4.01.0000/PA; AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FAGUNDES DE DEUS Convocado: JUIZ FEDERAL RENATO MARTINS PRATES (CONV.) Órgão Julgador: QUINTA TURMA Publicação: e-DJF1 p.192 de 09/07/2010
duplicidade de litispendências de demandas coletivas (tema polêmico): pode haver litispendência quando os elementos forem idênticos, embora as demandas sejam nominalmente diferentes (AP e ACP) e o procedimento seja diverso; a solução mais adequada, porém, não é a extinção do processo, mas a reunião das demandas (máximo acesso à justiça e importância dos bens tutelados).
Superior Tribunal de Justiça: "não há litispendência entre ação civil pública e as ações individuais. Mesmo já ajuizada a ação civil pública e concedida a liminar autorizando a correção monetária dos depósitos do FGTS, continua a existir o legítimo interesse processual dos autores" (REsp 192.322/SP, DJ de 29/03/1999).
Entendimento sumulado pelo STF: o Ministério Público tem legitimidade para ACP cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensalidades escolares (643).
Entendimento sumulado pelo STJ: o Ministério Público tem legitimidade para propor ACP em defesa do patrimônio público (329).
O Ministério Público afigura-se parte legítima para propor ação civil pública em que se discutem as relações jurídicas constituídas por Resolução editada por Conselho Federal, instituindo exame de capacidade técnica para fins de obtenção do registro profissional, em face do relevante interesse social, porquanto não seria razoável esperar que todos os graduados e graduandos ajuizassem ação própria para ver atendida igual pretensão. A prevenção da proliferação de demandas individuais evidencia o interesse social. Precedente do STJ. Processo: AC 0003145-79.2003.4.01.3400/DF; APELAÇÃO CIVEL Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE Órgão Julgador: OITAVA TURMA Publicação: e-DJF1 p.455 de 13/08/2010 Data da Decisão: 30/07/2010 
1. O Ministério Público Federal é legitimado para a propositura de ação civil pública em prol de titulares de caderneta de poupança, ainda que os contratos tenham sido celebrados antes da entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor. Vencida, no ponto, a Relatora do acórdão. Processo: AC 2000.01.00.063404-7/MA; APELAÇÃO CIVEL Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE Relator para Acórdão: DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA ISABEL GALLOTTI RODRIGUES Órgão Julgador: SEXTA TURMA Publicação: e-DJF1 p.44 de 20/07/2009 
Data da Decisão: 07/11/2008 
� As partes acrescentadas em azul fora retiradas do artigo A nova disciplina do mandado de segurança (Revista CEJ, Brasília, Ano XV, n. 55, p. 11-24, out./dez. 2011), de autoria do examinador Des. Edilson Pereira Nobre Júnior.
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