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DIREITO CONSTITUCIONAL

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DIREITO CONSTITUCIONAL
	PONTO 5: Poder Judiciário. Natureza da função jurisdicional. As garantias do Poder Judiciário. O princípio da reserva legal na apreciação de lesão ou ameaça de lesão a direito individual e a direito. Poder Judiciário Federal e Poder Judiciário Estadual. O Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça, o Conselho da Justiça Federal e os Tribunais Regionais Federais. A Justiça Federal de 1º Grau. Lei Orgânica da Magistratura Nacional.
PODER JUDICIÁRIO
1. NOÇÕES GERAIS E NATUREZA DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
O Poder Judiciário é a estrutura estatal que tem a função de resolver os conflitos de interesse, porquanto responsável pelo exercício da função jurisdicional.
“...De passagem já dissemos que os órgãos do Poder Judiciário têm por função compor conflitos de interesses em cada caso concreto. Isso é o que se chama “função jurisdicional, ou, simplesmente, jurisdição, que se realiza por meio de um processo judicial, dito, por isso mesmo, “sistema de composição de conflitos de interesses”, ou “sistemas de composição de lides”.(José Afonso da Silva, Comentários Contextuais à Constituição, p. 500).
A jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando a aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a pacificação social.
Em 1748, Montesquieu (O Espírito das Leis) dizia que o juiz é a boca que fala o que está escrito na lei. Em 1748, a função do Judiciário era (1) aplicar a lei ao caso concreto, (2) substituindo a vontade das partes, (3) resolvendo o conflito de interesses com força definitiva.
Hoje, faz-se a denominada interpretação constitucionalmente adequada da divisão orgânica de Montesquieu, expressão de Gilmar Ferreira Mendes, em seu livro “Curso de Direito Constitucional.”
Hoje, quais são as atribuições do Judiciário?
Eugenio RaúlZaffaroni identifica três funções do Poder Judiciário contemporâneo: decidir os conflitos, controlar a constitucionalidade das leis e realizar seu autogoverno. 
Luiz Flávio Gomes, por seu turno, amplia o leque, afirmando serem cinco as funções do Poder Judiciário: a) aplicar contenciosamente a lei aos casos concretos; b) controlar os demais poderes; c) realizar seu autogoverno; d) concretizar os direitos fundamentais; e) garantir o Estado Constitucional Democrático de Direito. Tais funções estão relacionadas à construção de um modelo democrático e independente de Poder Judiciário.
Pode-se resumi-las nos seguintes termos:
a) aplicar a lei ao caso concreto, substituindo a vontade das partes, resolvendo o conflito de interesses com força definitiva.
b) defesa dos direitos fundamentais: não há que se falar em Poder Judiciário sem a defesa dos direitos fundamentais. Ele busca a defesa e hoje, sobretudo, a concretização dos direitos fundamentais. 
c) defesa da força normativa da Constituição: a Constituição é uma ordem. É uma norma jurídica imperativa. 
d) o Poder Judiciário faz o seu autogoverno: O Poder Judiciário elege os seus órgãos diretivos, cria seus regimentos internos, com base nesse autogoverno. É uma atribuição própria dele.
e) o Poder Judiciário resolve o conflito entre os demais Poderes: alguns fazem uma relação entre o Poder Judiciário hoje e o próprio poder moderador de Benjamin Constant de 1824.
f) o Poder Judiciário edita a chamada legislação judicial: sentença aditiva, súmula vinculante, a nova posição do Supremo no mandado de injunção. 
“É a criatividade dos juízes e tribunais, sobretudo das cortes constitucionais editando normas de caráter geral, em regra, na jurisdição constitucional.”
JURISDIÇÃO é uma função atribuída a terceiro (heterocomposição) imparcial para, mediante um processo, reconhecer, efetivar ou proteger situações jurídicas concretamente deduzidas, de modo imperativo e criativo, criando a norma individualizada do caso concreto, em decisão insuscetível de controle externo, com aptidão para a coisa julgada.
A jurisdição é monopólio do Estado, mas o seu exercício pode ser atribuído a um terceiro, com o ocorre no caso da arbitragem.
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO: 
- Investidura: a jurisdição é exercida por quem tenha sido devidamente investido nela, o que ocorre por concurso público para os juízes de primeiro grau.
- Inevitabilidade: não se pode deixar de se submeter à jurisdição.
- Indelegabilidade: quem titula a jurisdição não pode delegar a função decisória (atos de instrução, ordinatórios e de execução podem ser delegados).
- Territorialidade: a jurisdição pressupõe um território sobre o qual é exercida.
- Inafastabilidade: art. 5º, XXXV, CF (a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito).
- Juiz natural: juiz competente e imparcial. 
2. ORGANIZAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO
No Brasil, tem-se:
STF (não é um tribunal superior, pois está acima dos tribunais superiores; trata-se de um tribunal supremo);
CNJ (criado pela EC n. 45/04, acima dos tribunais superiores, abaixo do STF);
Tribunais Superiores (STJ, TSE, STM, TST);
Justiça Comum (divide-se em Federal e Estadual, diante da nossa forma de Estado):
Justiça Comum Federal 
(STJ);
5TRFs;
Juízes federais;
Justiça Comum Estadual:
(STJ);
27 TJs;
Juízes de direito;
Justiça Especializada:
Justiça Eleitoral:
(TSE);
27 TREs;
Juízes eleitorais;
Justiça Militar:
(STM);
Tribunais militares (ainda não criados!);
Auditorias militares;
Justiça do Trabalho:
(TST);
TRTs;
Juízes do trabalho.
Essa divisão reflete a cultura jurídica romano-germânica que nos inspira.
Nesse sentido o art. 92 da CF.
OBS: O STF reconheceu a constitucionalidade do CNJ, porque é um órgão interno do Judiciário (vide comentário ao art. 103-B).
OBS: Embora não listados pelo art. 92 da Constituição, também são órgãos do Poder Judiciário: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (CF, art. 105, parágrafo único, I); Conselho da Justiça Federal (CF, art. 105, parágrafo único, II); Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (art. 111A, § 2º, I) e Conselho Superior da Justiça do Trabalho (art. 111A, § 2º, II). Todos, exceto o Conselho da Justiça Federal, que já existia, foram criados pela EC. n.º 45/04.
3. ESTATUTO CONSTITUCIONAL DA MAGISTRATURA - LOMAN
É aplicado, também, no que couber, ao MP.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
A LOMAN é a LC 35/79.
"Até o advento da lei complementar prevista no art. 93, caput, da Constituição de 1988, o Estatuto da Magistratura será disciplinado pelo texto da LC  35/1979, que foi recebida pela Constituição”. (ADI 1985).
I – ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. (Redação dada pela EC n. 45/2004)
É a chamada QUARENTENA DE ENTRADA. 
O conceito de atividade jurídica encontra-se no art. 59 da Resolução 75/09 do CNJ:
Art. 59. Considera-se atividade jurídica, para os efeitos do art. 58, § 1º, alínea “i”: 
I – aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; 
II – o efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em 5 (cinco) atos privativos de advogado (Lei nº 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em causas ou questões distintas; 
III – o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico; 
IV – o exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais,no mínimo por 16 (dezesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano; 
V – o exercício da atividade de mediação ou de arbitragem na composição de litígios. 
§ 1º É vedada, para efeito de comprovação de atividade jurídica, a contagem do estágio acadêmico ou qualquer outra atividade anterior à obtenção do grau de bacharel em Direito. 
§ 2º A comprovação do tempo de atividade jurídica relativamente a cargos, empregos ou funções não privativos de bacharel em Direito será realizada mediante certidão circunstanciada, expedida pelo órgão competente, indicando as respectivas atribuições e a prática reiterada de atos que exijam a utilização preponderante de conhecimento jurídico, cabendo à Comissão de Concurso, em decisão fundamentada, analisar a validade do documento. 
O STF entendeu que a exigência é constitucional na ADI 3460/DF.
OBS: O CNMP modificou a regulamentação quanto ao momento da comprovação dos requisitos. Hoje a Resolução 40/2009 do CNMP tem a seguinte redação em seu art. 3º:
Art. 3º A comprovação do período de três anos de atividade jurídica deverá ser documentada e formalizada para o ato da posse do candidato aprovado em todas as fases do concurso público. (Texto alterado pela Resolução nº 87, de 27 de junho de 2012).
II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: 
a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
O tema foi objeto de recente decisão do STF:
O sistema de freios e contrapesos foi concebido pelo constituinte originário como parte integrante do sistema de controle recíproco dos Poderes, sendo impensável cogitar-se seja possível ferir, por emenda constitucional, esse verdadeiro núcleo axiológico da Carta Magna, conferindo ao Presidente da República a faculdade de desprezar a opinião técnica de um órgão do Poder Judiciário, reiteradamente manifestada, quanto à promoção, por merecimento, de um juiz federal à segunda instância.(MS 30585, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 12/09/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-233 DIVULG 27-11-2012 PUBLIC 28-11-2012)
b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago;
c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS:Pressupõe-se que o Tribunal escolherá o mais antigo. Se não escolhê-lo, 2/3 dos membros do Tribunal terão que justificar por que não escolheram o mais antigo.
OBS2: A Lei 12.665/12 (Dispõe sobre a criação de estrutura permanente para as Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais; cria os respectivos cargos de Juízes Federais; e revoga dispositivos da Lei no 10.259, de 12 de julho de 2001) assim dispõe em seu art. 4º:
Art. 4o  Os cargos de Juiz Federal de Turmas Recursais serão providos por concurso de remoção entre Juízes Federais, observado, no que couber, o disposto nas alíneas a, b, c e e do inciso II do art. 93 da Constituição Federal ou, na falta de candidatos a remoção, por promoção de Juízes Federais Substitutos, alternadamente pelos critérios de antiguidade e merecimento. 
e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão;
III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: Não confundir esse critério de promoção com o de promoção de entrância para entrância, conforme se afere do seguinte aresto do STF:
"O art. 93, III, da Constituição determina que ‘o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antiguidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância’. A promoção de juízes para o Tribunal de Justiça local ocorre de acordo com o surgimento das vagas, alternando-se os critérios de antiguidade e merecimento para provimento dos cargos. Esse sistema não se confunde com a promoção de entrância, em que há uma lista das varas a serem providas por merecimento e outra destinada ao provimento por antiguidade. A combinação dos sistemas, aplicando-se os preceitos da promoção de entrância à promoção para o Tribunal, é impossível." (AO 1.499, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-5-2010, Plenário, DJE de 6-8-2010.).
IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
OBS: Atualmente – NOVEMBRO DE 2013 - o subsídio mensal dos Ministros do STF é de R$ 28.059,20, fixado pela Lei 12.771/12.
Despertam interesse as Resoluções 13 e 14 do CNJ que distinguiram os subsídios dos membros da Justiça Federal e Estadual. O STF, em sede de liminar concedida na ADI, suspendeu a eficácia da resolução por vislumbrar ofensa ao caráter nacional do Poder Judiciário.
EMENTA: MAGISTRATURA. Remuneração. Limite ou teto remuneratório constitucional. Fixação diferenciada para os membros da magistratura federal e estadual. Inadmissibilidade. Caráter nacional do Poder Judiciário. Distinção arbitrária. Ofensa à regra constitucional da igualdade ou isonomia.
VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
A disponibilidade do magistrado é penalidade administrativa aplicada no interesse público por decisão, mediante voto, da maioria absoluta do respectivo tribunal, assegurada ampla defesa. 
“Assim sendo, colocar um magistrado em disponibilidade consiste em torná-lo não adstrito a uma determinada localidade, podendo ser convocado pelo tribunal ao qual está vinculado para atuar segundo a sua discricionariedade. Desta feita, enquanto não seja convocado, o magistrado passa a receber seus proventos de forma proporcional ao tempo de exercício no ofício jurisdicional.” (Tassos Lycurgo e Lauro Ericksen, Ética e Estatuto da Magistratura para Concursos da Magistratura, Ed. Edipro, p. 135).
A Constituição de1988 previu também uma forma de aposentadoria compulsória no interesse público nas mesmas condições da disponibilidade. Ao que parece, ela só pode recair em magistrado que já completou o tempo para aposentar-se e não o fez, pois antes disso a inatividade compulsória há de ser a disponibilidade.
Todavia, conforme se percebe, o CNJ diferencia as penas de disponibilidade e aposentadoria compulsória pela sua gravidade, não estabelecendo a referida relação entre implemento do tempo para a aposentadoria ou não.
“Há de se pontuar que, uma vez impostas tais sanções, não cabe recurso na esfera administrativa, nem mesmo pedido de reconsideração, como já bem pacificou a matéria o Superior Tribunal de Justiça, no Recurso de Mandado de Segurança nº 4.132/SP, julgado pela 6ª Turma, o qual teve como relator Hamilton Carvalhido.” (Tassos Lycurgo e Lauro Ericksen, Ética e Estatuto da Magistratura para Concursos da Magistratura, Ed. Edipro, p. 134).
OBS:
Tais punições estão previstas na LOMAN.
Pesquisando, o STF, encontrei único julgado, em que diz que no caso de disponibilidade punitiva, os subsídios NÃO SÃO INTEGRAIS, sendo, pois, proporcionais. Diz que o art. da LOMAN que determina a fixação proporcional foi recepcionado. A percepção integral, somente quando a disponibilidade não for punitiva.
Achei também um julgado do CNJ que aplicou pena de aposentadoria compulsória com subsidio proporcional.
Ademais o art. 103 B, parágrafo 4º, inc. III, ao dispor sobre o CNJ, prevê a possibilidade de aposentadoria compulsória proporcional ao tempo de serviço:
“receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atue por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;”
VIII-A. a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: A Constituição optou pela precedência, a priori, do direito à informação (publicidade). Excepcionalmente, a preservação do direito à intimidade poderá afastar “o interesse público à informação”.
X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
OBS: Este dispositivo não se aplica aos Tribunais Superiores. Por outro lado, o cumprimento é obrigatório pelos Tribunais de 2º grau. Há quem diga que a extinção das férias coletivas não é boa, porque os membros tiravam férias todos juntos e agora não poderão mais fazê-lo, o que exigirá a convocação de juízes de primeira instância para atuarem temporariamente nos Tribunais, aumentando o gasto com pessoal e promovendo certa insegurança jurídica (já que haverá o risco de os juízes convocados dissentirem do entendimento do Tribunal). No entendimento do STF, todos esses riscos e custos teriam sido sopesados pelo Constituinte Reformador que ao sopesar diferentes valores constitucionais optou por privilegiar a celeridade na tramitação dos processos (art. 5, LXXVIII, CF/88).
XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Carreira da Magistratura
O Estatuto da Magistratura será estabelecido por lei complementar de iniciativa do STF e conterá as regras da carreira da Magistratura Nacional, observados os princípios constitucionais sobre o ingresso, a promoção, o acesso aos Tribunais, os vencimentos, a aposentadoria e seus proventos, a publicidade dos julgamentos e a constituição de órgão especial nos Tribunais. A Lei Complementar n.º 35/79, que instituiu a LOMAN – Lei Orgânica da Magistratura Nacional foi recepcionada como tal.
OBSERVAÇÃO: Jurisprudência do STF
- LOMAN (LC 35/79) enumerou, de forma exaustiva, os direitos e vantagens dos magistrados, nos quais não se inclui o direito ao auxílio-alimentação, o Tribunal, ouvido o Procurador-Geral da República, declarou de ofício a inconstitucionalidade do Ato nº 274 do STM, que concedera aos Juízes Auditores da Justiça Militar da União o direito ao auxílio-alimentação. Tratava-se, na espécie, de mandado de segurança impetrado por Ministro do STM que, fundado no princípio da isonomia, pleiteava a concessão do referido benefício, que lhe fora negado pelo Conselho de Administração do STM. O Tribunal, considerando que os juizes auditores foram contemplados indevidamente com o auxílio-alimentação, entendeu que não seria possível, a título de isonomia, invocar tal situação ilegítima para justificar nova ilegalidade. Precedentes citados: RMS 21.410-RS (DJU de 2.4.93); RE 264.289-CE (DJU de 14.12.2001). AO 499-DF, rel. Min. Maurício Corrêa, 21.8.2002.(AO-499)
O CNJ editou a Resolução 133/2011 (Dispõe sobre a simetria constitucional entre Magistratura e Ministério Público e equiparação de vantagens). Entre as vantagens está o auxílio-alimentação. Tal disposição foi alvo de uma ADI que recebeu o número 4822.O Min. Marco Aurélio, relator, julgou procedente o pedido. O Min. TeoriZavascky julgou improcedente. O processo ainda não teve o julgamento concluído.
No informativo 429 (RE-452709), o STF, ressaltando que somente com o advento da EC 45/2004 as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública (CF, art. 93, X) e queo fato ocorrera em novembro de 1988, entendeu-se inexistir ofensa a ser reparada. Asseverou-se que a LC 35/79 LOMAN, no seu art. 27, § 2º (“Findo o prazo da defesa prévia, haja ou não sido apresentada, o Presidente, no dia útil imediato, convocará o Tribunal ou o seu órgão especial para que, em sessão secreta, decida sobre a instauração do processo, e, caso determinada esta, no mesmo dia distribuirá o feito e fará entregá-lo ao relator.”), previa a ocorrência de sessão secreta e que a Constituição não a proíbe.
No informativo 424 (ADI-3227), o Tribunal declarou a inconstitucionalidade do art.154, VI, e do art. 156, ambos da Lei Complementar 59/2001, do Estado de Minas Gerais, que, respectivamente, cria nova hipótese de pena de demissão de magistrado.Entendeu-se que os dispositivos impugnados violam o art. 93 da CF, por tratarem de matéria reservada a lei complementar federal, a qual se encontra disciplinada nos artigos 26, 27, 46 e 47 da Lei Orgânica da Magistratura
	No informativo 299 (ADI-2753), o Tribunal declarou a inconstitucionalidade de expressão que exigia autorização para que magistrados pudessem se ausentar de suas comarcas. Entendeu-se caracterizada a inconstitucionalidade formal da norma impugnada, por se tratar de matéria relativa ao Estatuto da Magistratura (CF, art. 93, VII), sendo que LOMAN, ao disciplinar o tema, não impõe essa restrição à liberdade de locomoção dos magistrados. ADI 2.753-CE, rel. Min. Carlos Velloso, 26.2.2003.
	
4 QUINTO CONSTITTUCIONAL
Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.
Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.
	A Constituição Federal determina a observância do quinto nos assentos dos Tribunais estaduais, distritais e regionais federais, independentemente da composição do respectivo tribunal ser ou não múltiplo de 5. O arredondamento deverá ser feito para cima sob pena de inconstitucionalidade. Decidiu o STF que essa é uma norma expressa, que deve prevalecer sobre a regra implícita de que quatro quintos são dos juízes de carreira. A regra do "quinto constitucional" não se aplica aos Tribunais Superiores, pois cada um deles possui regras próprias de composição e investidura, conforme se mencionou supra.
- Está previsto também para os tribunais do trabalho.
- O STF já admitiu a possibilidade de se completar a lista sêxtupla com membros do MP que ainda não tenham completado 10 anos de carreira na hipótese de inexistência de pelo menos seis candidatos com esse requisito temporal. 
- O Tribunal pode recusar a lista sêxtupla desde que fundada a recusa em razões objetivas – STF.
- Fundamento: O Quinto Constitucional afigura-se como um instrumento que, proporciona uma renovação e oxigenação aos Tribunais, haja vista uma pluralidade de experiências vivenciadas por profissionais não oriundos da magistratura de carreira, ou seja, contribuindo para novas experiências nos tribunais que não as do juiz de carreira. Outrossim, podemos mencionar o caráter de democracia que o referido instituto representa para o nosso Poder Judiciário, tendo em vista as argumentações jurídicas diferenciadas que podem ser abordadas por operadores com visões contrárias ao entendimento dos tribunais.
Informativo 464, STJ:
QUINTO CONSTITUCIONAL. CÁLCULO.
A controvérsia diz respeito à forma de cálculo do quinto constitucional (art. 94 da CF/1988) destinado à advocacia e ao MP, quando o número da composição do tribunal não for múltiplo de cinco, como é o caso do tribunal em análise, composto por 27 membros, resultando daí um número fracionado de 5,4. O TRF entende que a fração deve ser arredondada para o número inteiro anterior, posição contrária à da impetrante (OAB), que defende que o mandamento constitucional somente será respeitado se o resultado for elastecido ao número inteiro posterior. O STJ e o STF já se posicionaram no sentido de que, quando o número de integrantes do tribunal não for divisível por cinco, o resultado fracionado deve ser arredondado para o número inteiro subsequente, seja a fração inferior seja superior à metade. De outra forma, a norma constitucional não estaria sendo observada porque o tribunal não teria, na sua composição, um quinto de juízes oriundos da advocacia e do MP. Com essas ponderações, a Turma deu provimento ao recurso para determinar ao tribunal que preencha a vaga destinada ao quinto constitucional com um membro oriundo da carreira da advocacia. Precedentes citados do STF: MS 22.323-SP, DJ 19/4/1996; do STJ: RMS 15.583-PR, DJ 30/6/2003; RMS 12.602-AL, DJ 19/11/2001, e RMS 10.594-AC, DJ 2/5/2000. RMS 31.448-RJ, Rel. Min. Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJ-CE), julgado em 22/2/2011.
5 GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
A Constituição Federal assegurou ao Poder Judiciário garantias próprias, colimando conferir-lhe ampla independência para o exercício de suas funções. Na lição de Castro Nunes (apud André Ramos Tavares), as garantias constitucionais do Poder Judiciário podem ser divididas em:
1 - Garantias institucionais ou orgânicas: asseguradas ao Judiciário como órgão, dizendo respeito à sua composição ou aparelhamento;
Capacidade de autogoverno: possibilidade de eleger seus próprios órgãos diretivos, organizar sua estrutura administrativa interna, como suas secretarias, serviços auxiliares, e deliberar sobre assuntos próprios, como realização de concurso, concessão de benefícios e licenças aos seus integrantes. Engloba também atribuições inerentes ao poder de polícia e ao poder disciplinar.
Autonomia financeira: o Judiciário elabora sua proposta orçamentária (art. 99, CF), dentro do limite da lei de diretrizes orçamentárias.
Capacidade normativa: cada Tribunal funciona a partir de um Regimento Interno, cuja competência é do respectivo Tribunal (art. 96, I, a, CF)
Inalterabilidade de sua organização: inalterabilidade de composição dos quadros dos Tribunais, salvo mediante proposta dos próprios Tribunais (art. 96, II, CF)
Escolha de seus dirigentes: art. 96, I, a, CF.
2 - Garantias subjetivas ou funcionais: relacionadas à garantia da autonomia da função, constituindo para seus titulares direitos subjetivos (garantias dos membros da magistratura).
Vitaliciedade
Inamovibilidade
Irredutibilidade de vencimentos
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; 
Vitaliciedade: “é a garantia de que os membros do Judiciário não podem ser destituídos de seus cargos, neles permanecendo até eventual falecimento ou aposentadoria compulsória, salvo exoneração por decisão judicial transitada em julgado.” (André R. Tavares). Cabe a compulsória aos 70 anos, o que limita a vitaliciedade.
Instaurado o processo de vitaliciamento quando a recorrente já tinha cumprido os 2 (dois) anos de prazo no exercício das funções de Juiz de Direito, o prosseguimento do mesmo importa em ferir direito líquido e certo da recorrente, por incidência do art. 95, I, da Lex Magna. Recurso conhecido e provido./’ STJ, ROMS 9074, Rel. José Arnaldo da Fonseca, 28.08.2000.
OBS: Questão semelhante à que foi julgada pelo STJ foi analisada pelo STF:
Ante a singularidade do caso concreto, o Tribunal, por maioria, em conclusão de julgamento, concedeu mandado de segurança para anular ato do Procurador-Geral da República que determinara a exoneração de procuradora do Ministério Público do Trabalho, em razão de sua reprovação no estágio probatório — v. Informativos 326, 337 e 389. Considerou-se o fato de a impetrante já se encontrar na carreira há quase 10 anos por força de liminar deferida pela Corte, que não conseguira examinar, até hoje, o mérito do writ, e concluiu-se que seria ofensivo à segurança jurídica denegar-se a ordem para efeito de perda do cargo numa situação absolutamente diferente dos casos materiais em que é sempre possível reverter à situação jurídica anterior. Vencida a Min. Ellen Gracie, relatora, que indeferia a ordem.MS 23441/DF, rel. orig. Min. Ellen Gracie, rel. p/ o acórdão Min. Joaquim Barbosa, 27.11.2008. (MS-23441)
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público,na forma do art. 93, VIII; 
É maior do que somente na comarca, é mais amplo o direito, já que o juiz não pode ser transferido nem para juízos distintos.
Por não ser garantia absoluta, a inamovibilidade apresenta exceção. A EC n.45/2004 manteve a exceção, modificando-lhe, entretanto, em dois aspectos:
O critério matemático utilizado para determinar ou não a remoção, disponibilidade ou aposentadoria do magistrado mudou de dois terços para maioria absoluta (quorum mais suave que o anterior)
Acrescentou-lhe outro ente competente para realizar os atos mencionados, a saber, o Conselho Nacional de Justiça.
Conforme julgado do STJ (ROMS 945/AM), o juiz só pode ser removido em três hipóteses: a) quando aceita promoção; b) quando pede remoção; c) por interesse público.
Juízes substitutos e inamovibilidade – 3
Asseverou-se que a Constituição, ao tratar de juízes, faria referência às garantias da magistratura, condicionando apenas a vitaliciedade, no primeiro grau, a dois anos de exercício. Dessa forma, a irredutibilidade de subsídio e a inamovibilidade estariam estabelecidas desde o ingresso do magistrado na carreira, ou seja, aplicar-se-iam imediatamente.
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Todos os servidores têm direito à irredutibilidade, até os celetistas. VALOR NOMINAL é o que é irredutível.
OBS: Significa que o subsídio dos magistrados não pode ser diminuído nem mesmo em virtude de medida geral. Não prosperam, entretanto, as teses de que a ausência de reposição inflacionária e a ausência de correção da tabela do imposto de renda malfiram a garantia de irredutibilidade, já que esta se refere ao valor nominal do subsídio (STF, Adin 1.396-3; RTJ 134/429). No último caso, ainda há o empecilho de que o princípio da legalidade impede que uma decisão judicial altere a alíquota de um tributo sem lei que o autorize. Nesse sentido: REsp 511.197-DF, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 4/11/2003.
§1o. Aos juízes é vedado: 
(Vedações previstas constitucionalmente objetivando evitar determinadas situações que poderiam implicar uma violação da desejável neutralidade judicial).
I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
III - dedicar-se à atividade político-partidária. 
IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoasfísicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Este último preceito, qualificado pela doutrina como “quarentena”, intenta preservar aimparcialidade-neutralidade dos juízes e tribunais nos quais o ex-juiz ou ex-membro do MP tenha atuado.
OBS: A Constituição estabeleceu garantias de imparcialidade da magistratura, sobforma de vedações aos juízes, que visam precipuamente a proteger a sua independência.
O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta proposta pela Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB para declarar a inconstitucionalidade do art. 2º do Provimento 4/2005, da Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso do Sul, que veda ao magistrado o exercício do magistério em horário coincidente com o expediente do foro, excepcionando-se o exercício em cursos especializados pela Escola Superior da Magistratura. Entendeu-se que o dispositivo impugnado ofende a competência reservada à lei complementar, nos termos do art. 93 da CF, haja vista se tratar de matéria estatutária, já prevista no art. 26, § 1º, da LOMAN(ADI – 3508).
A CF, ao que parece, não impõe o exercício de uma única atividade de magistério. O que impõe é o exercício de atividade do magistério compatível com a atividade de magistrado. A fixação ou a imposição de que haja apenas uma "única" função de magistério - preconizada na RESOLUÇÃO -, ao que tudo indica, não atende o objetivo constitucional A questão está no tempo que o magistrado utiliza para o exercício do magistério vis a vis ao tempo que restaria para as funções judicantes. Poderá o magistrado ter mais de uma atividade de magistério - considerando diferentes períodos letivos, etc. - sem ofensa ao texto constitucional. Impor uma única e só função ou cargo de magistério não atende, necessariamente, ao objetivo constitucional.Poderá ocorrer e, certamente, ocorre que o exercício de mais de uma função no magistério não importe em lesão ao bem privilegiado pela CF - o exercício da magistratura. A questão é a compatibilização de horários, que se resolve caso a caso. A CF, evidentemente, privilegia o tempo da magistratura que não pode ser submetido ao tempo da função secundária - o magistério.
Art. 98.
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
5 COMPETÊNCIA
Art. 96. Compete privativamente:
I - aos tribunais: 
a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 
b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;
d) propor a criação de novas varas judiciárias; 
OBS: Os TRF´s elaboram a proposta e encaminham-na ao STJ, que exerce a iniciativa do projeto de lei.
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei; 
f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes eservidores que lhes forem imediatamente vinculados; 
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169: (COMPETÊNCIA LEGISLATIVA)
OBS: a proposta de criação de novas varas federais tem que ser do STJ, porque ela importará despesas que deverão estar previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, de atribuição do STJ.
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias; 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral. (COMPETÊNCIA JURISDICIONAL)
Houve ressalva expressa da Justiça Eleitoral, então não pode ser feita outra ressalva interpretativa. No caso do prefeito é diferente, porque há a ressalva.
	
	CRIME
	
	ESTADUAL
	FEDERAL
	ELEITORAL
	JUIZ / MP estadual
	TJ
	TJ
	TRE
	PREFEITO
	TJ
	TRF
	TRE
6 QUORUM DAS DECISÕES: MAIORIA ABSOLUTA E RESERVA DE PLENÁRIO
Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.(CISÃO FUNCIONAL NO PLANO HORIZONTAL)
7 JUIZADOS ESPECIAIS, TURMAS RECURSAIS E JUÍZES DE PAZ
Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:
I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
As causas cíveis de menor complexidade (relacionadas à complexidade) não se confundem com as pequenas causas (relacionadas ao valor). Podem existir juizados com alçada pequena e complexa.
II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação. 
Informativo 549 STF: a remuneração dos juízes de paz somente pode ser fixada em lei de iniciativa exclusiva do tribunal de justiça do Estado-membro.
§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Cabe aos JEFs criminais o julgamento das infrações de menos potencial ofensivo de competência da JF. Aos JEFs cíveis compete o julgamento de causas de valor até 60 salários mínimos.
 “As turmas recursais são órgãos recursais ordinários de última instância relativamente às decisões dos juizados especiais, de forma que os juízes dos juizados especiais estão a elas vinculados no que concerne ao reexame de seus julgados. Competente a turma recursal para processar e julgar recursos contra decisões de primeiro grau, também o é para processar e julgar o mandado de segurança substitutivo de recurso. Primazia da simplificação do processo judicial e do princípio da razoável duração do processo.” (RE 586.789, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 16-11-2011, Plenário, DJE de 27-2-2012.)
“(...) o ato de composição das turmas recursais não caracteriza promoção de magistrado para outra entrância ou mesmo de remoção, porém de mera designação para integrar órgão de primeiro grau, não se impondo, portanto, a observância dos critérios de merecimento ou antiguidade. Nessa linha, a definição dos critérios para composição da Turma recursal é ato interna corporisdo respectivo Tribunal.” (MS 28.254-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 24-3-2011, Plenário, DJE de 12-4-2011.)
§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
8 AUTONOMIA DO PODER JUDICIÁRIO
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.
§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentesdos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.
§ 3º Se os órgãos referidos no parágrafo anterior não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 45, de 2004)
9 PRECATÓRIO
PRECATÓRIO é o modo pelo qual a Fazenda Pública paga as dívidas oriundas de demandas judiciais.
Regime de precatórios:
Se a Fazenda Pública Federal, Estadual, Distrital ou Municipal for condenada, por sentença judicial transitada em julgado, a pagar determinada quantia a alguém, este pagamento será feito sob um regime especial chamado de “precatório” (art. 100 da CF/88).
EC 62/2009
A EC 62/2009 alterou o art. 100 da CF/88 e o art. 97 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) da CF/88 prevendo inúmeras mudanças no regime dos precatórios.
As modificações impostas pela EC 62/2009 dificultaram o recebimento dos precatórios pelos credores e tornaram ainda mais vantajosa a situação da Fazenda Pública. Por esta razão, a alteração ficou conhecida, jocosamente, como “Emenda do Calote”.
ADI
Foram propostas quatro ações diretas de inconstitucionalidade contra esta previsão:
• ADI 4357/DF – Conselho Federal da OAB e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB);
• ADI 4425/DF – Confederação Nacional das Indústrias – CNI;
• ADI 4400/DF – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra);
• ADI 4372/DF – Associação dos Magistrados Estaduais (Anamages).
O STF não conheceu (julgou extintas sem apreciação do mérito) as ações propostas pela Anamages e pela Anamatra, por considerar que não havia pertinência temática (relação direta) entre o assunto tratado pela EC 62/2009 e os fins institucionais dessas entidades de classe. 
Quanto à AMB, embora esta igualmente não detenha legitimação universal, o STF considerou que havia pertinência temática, pois uma das alegações na petição inicial da ADI da AMB era a de que a EC 62/09 violava o princípio da separação de Poderes, sendo a defesa do Judiciário nacional uma das finalidades desta associação. Ademais, entre as finalidades previstas no Estatuto da AMB está a defesa do Estado democrático e a preservação dos direitos e garantias individuais e coletivos.
Inconstitucionalidade formal
Neste ponto, prevaleceu o voto do Min. Luiz Fux. O Ministro afirmou que a exigência constitucional de dois turnos de votação existe para assegurar a reflexão profunda e a maturação das ideias antes da modificação de documento jurídico com vocação de perenidade (a CF). No entanto, a partir dessa finalidade abstrata, não é possível se extrair a exigência de que é imprescindível a existência de interstício mínimo entre os turnos. Em outras palavras, a CF/88 não exigiu um tempo mínimo entre as duas votações.
Caput e § 1º do art. 100 da CF/88
O regime de precatórios é tratado pelo art. 100 da CF, assim como pelo art. 78 do ADCT.
No caput do art. 100 consta a regra geral dos precatórios, ou seja, os pagamentos devidos pela Fazenda Pública em decorrência de condenação judicial devem ser realizados na ordem cronológica de apresentação dos precatórios. Existe, então, uma espécie de “fila” para pagamento dos precatórios:
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dadapela EC 62/09)
Obs: não há qualquer inconstitucionalidade no caput do art. 100 da CF, que permanece válido e eficaz.
No § 1º do art. 100 é previsto que os débitos de natureza alimentícia gozam de preferência no recebimento dos precatórios. É como se existisse uma espécie de “fila preferencial”:
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela EC 62/09).
Obs: não há qualquer inconstitucionalidade no § 1º do art. 100 da CF, que permanece válido e eficaz.
§ 2º do art. 100 da CF/88
O § 2º do art. 100 prevê que os débitos de natureza alimentícia que tenham como beneficiários pessoas com 60 anos de idade ou mais ou portadoras de doenças graves terão uma preferência ainda maior. É como se fosse uma “fila com superpreferência”.
Recapitulando:
Os débitos da Fazenda Pública devem ser pagos por meio do sistema de precatórios.
* Pago em 1º lugar: créditos alimentares de idosos e portadores de doenças graves.
* Pago em 2º lugar: créditos alimentares de pessoas que não sejam idosas ou portadoras de doenças graves.
* Pago em 3º lugar: créditos não alimentares.
Obs1: a superprioridade para créditos alimentares de idosos e portadores de doenças graves possui um limite de valor previsto no § 2º do art. 100. Assim, se o valor a receber pelo idoso ou doente grave for muito alto, parte dele será paga com superpreferência e o restante será quitado na ordem cronológica de apresentação do precatório. Esta limitação de valor foi considerada constitucional pelo STF.
Obs2: dentro de cada uma dessas “filas”, os débitos devem ser pagos conforme a ordem cronológica em que os precatórios forem sendo apresentados. 
Obs3: os débitos de natureza alimentícia são aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários eindenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil.
Obs4: em que momento é analisada esta idade de 60 anos para que a pessoa passe a ter asuperpreferência?
Segundo a redação literal do § 2º do art. 100, para que o indivíduo tivesse direito à superpreferência, ele deveria ser idoso (60 anos ou mais) no dia da expedição do precatório pelo juízo. 
Ocorre que, entre o dia em que o precatório é expedido e a data em que ele éefetivamente pago, são passados alguns anos. Desse modo, é comum que a pessoa não seja idosa no instante em que o precatório é expedido, mas como o processo de pagamento é tão demorado, ela acaba completando mais de 60 anos de idade durante a espera.
Diante disso, esta expressão “na data de expedição do precatório” constante no § 2º doart. 100 da CF/88 foi declarada INCONSTITUCIONAL. O STF entendeu que esta limitação até a data da expedição do precatório viola o princípio da igualdade e que esta superpreferência deveria ser estendida a todos os credores que completassem 60 anos de idade enquanto estivessem aguardando o pagamento do precatório de natureza alimentícia.
Obs5: o restante do § 2º do art. 100 da CF foi declarado constitucional e permanece válido.
§§ 9º e 10 do art. 100 da CF/88
Segundo o § 10 do art. 100, antes de expedir o precatório, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora que informe se existem débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o exequente. Em outras palavras, o Tribunal indagará à Fazenda se o beneficiário original do precatório possui débitos com o Poder Público. 
Ex: determinada sentença transitou em julgado condenando o Estado do Amazonas a pagar 500 mil reais a João. Antes de expedir o precatório, o Tribunal deveria indagar à Fazenda Pública amazonense se João devia algum valor líquido e certo ao Estado do Amazonas. Veja:
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62/09).
Se existissem débitos, estes seriam abatidos do valor a ser pago pela Fazenda Pública. Assim, o § 9º previa uma compensação entre o que era devido pela Fazenda e o que era devido pelo exequente.
Voltando ao nosso exemplo, João tinha a receber 500 mil reais, mas possuía umadívida de 100 mil com a Fazenda estadual. Logo, haveria uma compensação e o precatório seria expedido no valor de 400 mil.
Veja o que diz o § 9º:
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente deregulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62/09).
O STF entendeu que os §§ 9º e 10 do art. 100 são INCONSTITUCIONAIS. 
Para o Supremo, este regime de compensação obrigatória trazido pelos §§ 9º e 10, ao estabelecer uma enorme superioridade processual à Fazenda Pública, viola a garantia do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da coisa julgada, da isonomia e afeta o princípio da separação dos Poderes.
§ 12 do art. 100 da CF/88
Como já vimos, entre o dia em que o precatório é expedido e a data em que ele éefetivamente pago, são passados alguns anos. Durante este período, obviamente, se a quantia devida não for atualizada, haverá uma desvalorização do valor real do crédito em virtude da inflação. Com o objetivo de evitar essa perda, o § 5º do art. 100 determina que o valor do precatório deve ser atualizado monetariamente quando for pago.
Como é calculado o valor da correção monetária e dos juros de mora no caso de atraso no pagamento do precatório?
A EC n.° 62/09 trouxe uma nova forma de cálculo prevista no § 12 do art. 100:
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização (obs: correção monetária) de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora (obs2: juros de mora), incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62/09)
Desse modo, o § 12 determinava que a correção monetária e os juros de mora, no caso de precatórios pagos com atraso, deveriam adotar os índices e percentuais aplicáveis às cadernetas de poupança.
Regra semelhante está prevista no art. 1ºF da Lei n.° 9.494/97:
Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960/09)
O § 12 do art. 100, inserido pela EC 62/09, também foi questionado. O que decidiu a Corte?
O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança”, constante do § 12 do art. 100 da CF.
Para os Ministros, o índice oficial da poupança não consegue evitar a perda de poderaquisitivo da moeda.
Dessa maneira, como este índice (da poupança) não consegue manter o valor real dacondenação, ele afronta à garantia da coisa julgada, tendo em vista que ovalor real do crédito previsto na condenação judicial não será o valor real que o credor irá receber efetivamente quando o precatório for pago (este valor terá sido corroído pela inflação).
A finalidade da correção monetária consiste em deixar a parte na mesma situação econômica que se encontrava antes. Nesse sentido, o direito à correção monetária é um reflexo imediato da proteção da propriedade.
Vale ressaltar, ainda, que o Poder Público tem seus créditos corrigidos pela taxa SELIC, cujo valor supera, em muito, o rendimento da poupança, o que reforça o argumento de que a previsão do § 12 viola a isonomia.
Como vimos acima, o art. 1º-F. da Lei n.° 9.494/97, com redação dada pelo art. 5º da Lei n.° 11.960/2009, também previa que, nas condenações impostas à Fazenda Pública, os índices a serem aplicados eram os da caderneta de poupança. 
Logo, com a declaração de inconstitucionalidade do § 12 do art. 100 da CF, o STF também declarou inconstitucional, por arrastamento (ou seja, por consequência lógica), o art. 5º da Lei n.° 11.960/2009, que deu a redação atual ao art. 1º-F. da Lei n.° 9.494/97.
O STF também declarou a inconstitucionalidade da expressão “independentemente de sua natureza”, presente no § 12 do art. 100 da CF, com o objetivo de deixar claro que, para os precatórios de natureza tributária se aplicam os mesmos juros de mora incidentes sobre o crédito tributário.
Assim, para o STF, aos precatórios de natureza tributária devem ser aplicados os mesmos juros de mora que incidem sobre todo e qualquer crédito tributário.
§ 15 do art. 100 da CF/88
O grande problema no que tange aos precatórios diz respeito aos Estados e Municípios. Existem Estados e Municípios que não pagam precatórios vencidos há mais de 20 anos. Tais dívidas se acumulam a cada dia e, se alguns Estados fossem obrigados a pagar tudo o que devem de precatórios, isso seria muito superior ao orçamento anual.
Na União e suas entidades a situação não é tão deficitária e os precatórios não apresentam este quadro absurdo de atraso.
Pensando nisso, a EC n.° 62/09 acrescentou o § 15 ao art. 100, afirmando que o legislador infraconstitucional poderia criar um regime especial para pagamento de precatórios de Estados/DF e dos Municípios, estabelecendo uma vinculação entre a forma e prazo de pagamentos com a receita corrente líquida desses entes. Veja a redação do dispositivo:
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
O objetivo era que este regime especial previsse uma forma dos Estados/DF e Municípios irem reduzindo esta dívida de precatórios sem que o orçamento dos entes ficasse inviabilizado. 
A EC n.° 62/09 incluiu ainda o art. 97 ao ADCT prevendo um regime especial de pagamento dos precatórios enquanto não fosse editada a lei complementar. 
O regime especial instituído pelo art. 97 do ADCT prevê uma série de vantagens aos Estados e Municípios, sendo permitido que tais entes realizem uma espécie de “leilão de precatórios” no qual os credores de precatórios competem entre si oferecendo deságios (“descontos”) em relação aos valores que têm para receber. Aqueles que oferecem maiores descontos irão receber antes do que os demais.
Assim, o regime especial excepcionou a regra do art. 100 da CF/88 de que os precatórios deveriam ser pagos na ordem cronológica de apresentação. Logo, se alguém estivesse esperando há 20 anos, por exemplo, para receber seu precatório, já seria afetado por este novo regime e, para aumentar suas chances de conseguir “logo” seu crédito, deveria conceder um bom “desconto” ao ente público.
Leonardo da Cunha afirmou, com razão, que a EC n.° 62/09 previu uma espécie de “moratória” ou “concordata” para os Estados/DF e Municípios (DIDIER JR., Fredie; et. al. Curso de Direito Processual Civil. Salvador: Juspodivm, 2013, p. 764). Daí a alcunha dada, de forma justa, por sinal, de “emenda do calote”.
Não vamos dar mais detalhes sobre como era este regime especial pelo fato de que ele perdeu importância, uma vez que foi considerado inconstitucional pelo STF.
O Supremo declarou inconstitucionaiso § 15 do art. 100 da CF/88 e todo o art. 97 do ADCT.
Com a EC n.° 62/09, o Poder Público reconheceu que descumpriu, durante anos, as ordens judiciais de pagamento em desfavor do erário. Admitiu, ainda, que existem inúmeras dívidas pendentes, as quais se propõe a pagar, mas de forma limitada a um pequeno percentual de sua receita.
Por fim, fica claro que, com o comportamento inadimplente do Poder Público e com onovo regime instituído, o objetivo foi forçar os titulares de precatórios a participarem dos leilões, concedendo “descontos” ao erário em relação a valores que são devidos por força de decisão judicial transitada em julgado.
O STF concluiu que a EC n.° 62/09, ao prever este “calote”, feriu os valores do Estado de Direito, do devido processo legal, do livre e eficaz acesso ao Poder Judiciário e da razoável duração do processo. Além disso, mencionou-se a violação ao princípio da moralidade administrativa, da impessoalidade e da igualdade.
Afirmou-se que, para a maioria dos entes federados, não falta dinheiro para oadimplemento dos precatórios, mas sim compromisso dos governantes quanto ao cumprimento de decisões judiciais. Nesse contexto, observou-se que o pagamento de precatórios não se contraporia, de forma inconciliável, à prestação de serviços públicos. Além disso, arrematou-se que configuraria atentado à razoabilidade e à proporcionalidade impor aos credores a sobrecarga de novo alongamento temporal dos créditos que têm para receber.
Resumindo
Dispositivos declarados integralmente inconstitucionais:
• § 9º do art. 100 da CF/88
• § 10 do art. 100 da CF/88
• § 15 do art. 100 da CF/88
• Art. 97 (e parágrafos) do ADCT
• Art. 1º-F. da Lei n.° 9.494/97
Dispositivos declarados parcialmente inconstitucionais: 
• § 2º do art. 100 da CF/88
• § 12 do art. 100 da CF/88
Quanto ao § 2º do art. 100 da CF/88, foi declarada inconstitucional a seguinte expressão:
“na data de expedição do precatório”
Quanto ao § 12 do art. 100, foram declaradas inconstitucionais as seguintes expressões:
• “índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança” 
• “independentemente de sua natureza”
Os demais dispositivos permanecem válidos e eficazes.
Modulação dos efeitos
Durante os debates, surgiu a discussão se a presente decisão deveria ter seus efeitosmodulados. Os Ministros resolveram, no entanto, que iriam deliberar sobre isso apenas mais para frente, quando fossem provocados.
Vale ressaltar que alguns Estados, que figuravam no processo com amicuscuriae, jáingressaram com pedidos para que haja a modulação dos efeitos da decisão. Vamos aguardar para verificar se o STF irá aceitar este pedido feito pelos amici e como ocorrerá esta modulação.
TEXTO DO ART. 100, CF:
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 62, de 2009).
“Nestes casos (débitos de natureza alimentícia), o credor da Fazenda Pública não precisa aguardar a ordem cronológica de precatório judicial ordinário, devendo receber seu crédito de uma só vez, atualizado monetariamente (classe especial de precatório)” Nelson Nery. CONTUDO, COM A ALTERAÇÃO DADA PELA EC 62 O PRECATÓRIO ALIMENTAR PODE SER FRACIONADO, NAS HIPÓTESES DO PAR. 2.
Súmula n.º 655/STF: A exceção prevista no art. 100, caput da Constituição, em favor dos créditos de natureza alimentícia, não dispensa a expedição de precatório, limitando-se a isentá-los da observância da ordem cronológica dos precatórios decorrentes de condenações de outra natureza.
Súmula n.º 144/STJ: Os créditos de natureza alimentícia gozam de preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa.
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
 “Correios. Empresa pública.Empresa pública que não exerce atividade econômica e presta serviço público da competência da União Federal e por ela mantido. Execução. Observância ao regime de precatório, sob pena de vulneração do disposto na CF 100” (STF, Pleno, EDclRE 230051-SP, rel. Min. Maurício Corrêa, j. 11.6.2003, v.u., DJU 8.8.2003).” (Nelson Nery)
§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
Súmula 311/STJ: Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional”
Súmula 733/STF: Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatório.”
§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).
10 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
COMPOSIÇÃO
Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos (BRASILEIROS NATOS) com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.
Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
COMPETÊNCIA
É guardião da constituição, mas não é uma corte constitucional típica, pelos seguintes motivos: seus membros não têm mandato fixo, não é o único órgão no Brasil que exerce o controle de constitucionalidade, tem competência para prática de atos distintos do controle de constitucionalidade.
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
 COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
	O STF é incompetente para processar e julgar Habeas Corpus (HC) contra decisão de Turma Recursal de Juizados Especiais (STF, HC 104.892, rel. Min. Celso de Mello, DJE n. 149, 13.08.2010).
COMPETÊNCIA DO STF. CAUSA EM QUE TODOS OS MAGISTRADOS SEJAM INTERESSADOS. NECESSIDADE DE INTERESSE PRIVATIVO DA MAGISTRATURA... é necessário que matéria versada na causa seja de interesse privativoda magistratura. Não basta que o interessado haja argüido a suspeição da maioria dos membros do Órgão Especial do Tribunal competente. 3. Oposta a exceção, se os exceptos reconhecem a suspeição, aí, sim, a competência do STF se firma de logo; se a recusam, porém, ao STF incumbe julgar originariamente a própria exceção e, somente quando acolhida essa, o mandado de segurança.STF, CDCCP 2/240.
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
OBS: regulamentada pela Lei 9868/99.
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;
OBS: trata-se de autoridades que ocupam a cúpula de cada um dos Poderes da União, além do Chefe do MPU.
- Infrações comuns: (“políticos”+ PGR)> membros do Congresso Nacional (Dep. e Sen.); Presidente e Vice-Presidente; Ministros do STF; PGR
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
- Infrações comuns E crime de responsabilidade: (“2º escalão”)> Min. de Estado; Min. dos Tribunais Superiores; Com. das 3 Armas; Chefe de missão diplomática permanente; Min. do TCU.
Lembrar:
SENADO FEDERAL - crimes de responsabilidade > AGU; PGR; membros do CNJ; membros do CNMP; Min. do STF(art. 52, II).
Os membros do CNJ e do CNMP não têm foro por prerrogativa de função pela prática de infrações comuns. Mas em caso de acusação por crime de responsabilidade, a competência para julgá-los é do Senado.
d) o "habeas-corpus", sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o "habeas-data"contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; 
HC quando for paciente: membros do CN; Presidente e Vice-Pres.; Min. de Estado; Min. dos Trib. Superiores; Min. do TCU; Com. das 3 Armas; Chefe de missão diplomática permanente; PGR; Min. do STF
MS ou HD contra atos: Presidente (o Vice não está incluído aqui); Mesa da Câmara e Mesa do Senado; PGR; TCU; STF.
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; (conflito de Estado estrangeiro ou organismo internacional em face deMUNICÍPIO OU PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA A COMPETÊNCIA É DOS JUÍZES FEDERAIS – art. 109, II, CF)
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; 
Informativo 491/STF: Compete ao Supremo Tribunal Federal dirimir conflito de atribuições entre Ministérios Públicos (CF, art. 102, I, f) (Pet-3631).
Informativo 458/STF: O Tribunal, por maioria, resolvendo questão de ordem, admitiu a competência do Supremo para julgamento de ação popular, em que se pretende a nulidade da Resolução 507/2001, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro — que instituiu Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI para apurar as causas do acidente da plataforma P-36 da PETROBRÁS, localizada na Bacia de Campos —, e em que o Estado do Rio de Janeiro figura como um dos réus e a União foi admitida no feito pelo juízo de origem como parte autora. Vislumbrou-se, na espécie, situação de potencial conflito federativo entre a União e o Estado do Rio de Janeiro, tendo em conta a existência de importante questão federativa a ser resolvida, qual seja, a competência investigatória de um órgão legislativo estadual numa demanda em que os referidos entes federados figuram em pólos opostos. Enfatizou-se, ainda, o fato de a União ter intervindo formalmente nos autos, assumindo o pólo ativo da ação.
Informativo 433 (Rcl-3813)
Asseverou-se, ainda, que o fato de a ação popular ter sido proposta por particulares não descaracterizaria o conflito federativo, tendo em conta orientação fixada pelo Supremo no sentido de que o litígio federativo entre a União e um Estado-membro fica configurado no caso de ação popular em que os autores, pretendendo agir no interesse do último, pleiteiam a anulação de decreto presidencial e, portanto, de ato imputável à União.
AC 403 MC/AM* RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO EMENTA: PROCEDIMENTO PENAL. MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO EXPEDIDO POR MAGISTRADO FEDERAL COMPETENTE. EXECUÇÃO EM REPARTIÇÃO PÚBLICA ESTADUAL. POSSIBILIDADE. RECONHECIMENTO, NA ESPÉCIE, DA COMPETÊNCIA PENAL ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. AUTORIDADES ESTADUAIS E MUNICIPAIS SUPOSTAMENTE ENVOLVIDAS EM ALEGADAS PRÁTICAS DELITUOSAS SUJEITAS, CONSTITUCIONALMENTE, À ESFERA DE COMPETÊNCIA DA PRÓPRIA JUSTIÇA FEDERAL.
Informativo 390/STF
O Tribunal, por maioria, resolveu questão de ordem, no sentido de reconhecer, com base na alínea f do inciso I do art. 102 da CF, a competência do STF para o julgamento de ação cível originária proposta pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT contra o Estado do Rio de Janeiro, em que se pretende afastar a cobrança do IPVA, bem como as sanções decorrentes da inadimplência do tributo - v. Informativo 382. ... (CF: "Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:... I - processar e julgar, originariamente:... f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;").
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;
HC 95433 – REL. MENEZES DIREITO – 02/04/2009 - PLENO
Habeas corpus. Extradição. Supostas irregularidades. Questões analisadas no processo extradicional. Impossibilidade de liberdade provisória ou prisão domiciliar em processo extradicional, salvo em hipóteses excepcionais.
"Concede-se liberdade ao extraditando que não for retirado do país no prazo do art. 16 do Decreto-lei 394, de 28/4/1938." (SÚM. 367)- PRAZO DE 60 DIAS APÓS O MOMENTO EM QUE O EXTRADITANDO ESTÁ A DISPOSIÇÃO DO REQUERENTE.
"A manutenção da prisão provisória é, pois, necessária para que se viabilize por inteiro a extradição. Embora o impetrante afirme que existe um prazo de dois anos para a efetivação da extradição, a Lei 6.815/1980 não menciona tal prazo. O art. 87 dessa Lei estipula um prazo de sessenta dias, mas dirigido ao Estado estrangeiro e contado a partir do momento em que as autoridades nacionais põem o extraditando à disposição. Não é o caso dos presentes autos, pois o paciente ainda não está à disposição das autoridades alemãs. Ademais, a Lei 6.815/1990 não estipula prazo para a decisão — saliente-se — discricionária do Presidente da República de entregar o extraditando.
No dia 4/11/2011 foi editada a Lei nº 12.878, qual alterou o Estatuto do Estrangeiro, estabelecendo nova disciplina à prisão cautelar para fins de extradição:
Art. 82. O Estado interessado na extradição poderá, em caso de urgência e antes da formalização do pedido de extradição, ou conjuntamente com este, requerer a prisão cautelar do extraditando por via diplomática ou, quando previsto em tratado, ao Ministério da Justiça, que, após exame da presença dos pressupostos formais de admissibilidade exigidos nesta Lei ou em tratado, representará ao Supremo Tribunal Federal.
§ 1o O pedido de prisão cautelar noticiará o crime cometido e deverá ser fundamentado, podendo ser apresentado por correio, fax, mensagem eletrônica ou qualquer outro meio que assegure a comunicação por escrito.
§ 2o O pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado

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