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DIREITO CONSTITUCIONAL. PONTO 08. 
Da defesa do Estado e das instituições democráticas. O Estado de Defesa e o Estado de Sítio. Das Forças Armadas. Da Segurança Pública. Nacionalidade. Direitos Políticos e partidos políticos. Alistamento. Elegibilidade e inelegibilidade. Suspensão e perda dos direitos políticos. Sufrágio: natureza e forma.
1. DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
A competição entre os distintos grupos sociais só é tolerável na medida em que esses mesmos grupos estejam subordinados aos procedimentos constitucionais. Fora desses parâmetros, as disputas pelo poder geram uma situação de crise, que poderá assumir as feições de uma crise constitucional. Quando uma situação dessa se instaura, tem lugar o sistema constitucional das crises, definido como o conjunto ordenado de normas constitucionais, que, informadas pelos princípios da necessidade e da temporariedade, tem por objeto as situações de crises e por finalidade a mantença ou o restabelecimento da normalidade constitucional. Os aludidos princípios determinam que: a) os meios de resposta tenham sua executoriedade restrita e vinculada a cada anormalidade em particular e, ainda, ao lugar e tempo específicos; b) o poder de fiscalização política dos atos de exceção seja de competência do legislativo; c) haja possibilidade de controle judicial, que deverá ser realizado a tempore e a posteriori.
1.1. Estado de Defesa: situação em que se organizam medidas destinadas a debelar ameaças à ordem pública ou à paz social. Referido instituto tem caráter preventivo e regional. A medida é privativa do Presidente da República (art. 84, IX).
Pressupostos (art. 136):
1) De fundo: existência de grave e iminente instabilidade institucional que ameace a ordem pública ou a paz social ou manifestação de calamidade de grandes proporções na natureza que atinja a mesma ordem pública ou a paz social;
2) De forma:
a) prévia manifestação dos Conselhos da República e de Defesa Nacional;
b) após ouvi-los, decreto do Presidente da República estabelecendo prazo de duração, que não pode ser superior a 30 dias, admitida uma prorrogação;
c) especificação das áreas abrangidas; e
d) indicação das medidas coercitivas, dentre as arroladas no art. 136, §1º.
A opinião dos Conselhos da República e de Defesa Nacional, apesar de obrigatória, não têm força vinculante.
Efeitos:
Adoção de legalidade especial para a área delimitada no decreto, podendo incidir as restrições aos seguintes direitos:
a) de reunião;
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica, bem como a ocupação e o uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, e prisão por crime contra o Estado ou por outros motivos, por período não superior a dez dias, salvo autorização do Judiciário. 
Controle:
O Presidente da República tem a faculdade de decretar o estado de defesa. O controle político é realizado pelo Congresso em dois momentos: primeiro, na apreciação do decreto de instauração e prorrogação, submetido à sua apreciação dentro de 24h da edição, acompanhado da respectiva fundamentação, dispondo de 10 dias para tanto (se estiver em recesso, o Congresso será convocado, extraordinariamente, no prazo de 5 dias). 
Em um segundo momento, após a cessação dos efeitos do estado de defesa, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso, com especificação e justificação dessas providências. Se o Congresso recusá-las, restará caracterizado algum crime de responsabilidade do Presidente, especialmente o atentado a direitos individuais. 
É possível ainda o controle concomitante, quando a Mesa do Congresso designa comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas.
O controle jurisdicional, por sua vez, poderá ser concomitante (ex: a prisão por crime contra o Estado deve ser comunicada imediatamente ao juiz competente; é necessário autorização judicial para prisão ou detenção superior a 10 dias) ou posterior.
Segundo Alexandre de Moraes, será possível ao Poder Judiciário reprimir eventuais abusos e ilegalidades cometidas durante a execução das medidas do estado de defesa, inclusive por meio de mandado de segurança e habeas corpus, pois a excepcionalidade da medida não possibilita a total supressão dos direitos e garantias individuais e tampouco configura um salvo-conduto aos agentes políticos para total desrespeito à Constituição e às leis. Em relação, porém, à análise do mérito discricionário do Poder Executivo, a doutrina entende impossível, por parte do Poder Judiciário, a análise da conveniência e oportunidade política para a decretação. 
1.2. Estado de Sítio medidas de suspensão temporária e localizada de garantias constitucionais apresentando maior gravidade do que o Estado de defesa. No estado de sítio o Presidente da República deve obrigatoriamente solicitar autorização do Congresso Nacional (que deverá autorizá-la por maioria absoluta de cada uma das casas legislativas).
Pressupostos:
1) de fundo:
a) comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa;
b) declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira;
2) formais:
a) audiência do Conselhos da República e de Defesa Nacional;
b) autorização por maioria absoluta do Congresso Nacional, em atendimento a solicitação fundamentada do Presidente da República;
c) decreto do presidente da República, estabelecendo a duração da exceção (não superior a 30 dias, prorrogável por igual período, mais de uma vez), as instruções que regerão a conduta dos executores da medida, as garantias constitucionais que ficarão suspensas.
O prazo de 30 dias, prorrogáveis por iguais períodos, se aplica somente quando o fundamento é comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia das medidas tomadas durante o estado de defesa. Na hipótese de guerra a medida perdurará enquanto for necessária, não havendo limitação temporal.
Efeitos:
1) substituição da legalidade comum por uma legalidade constitucional extraordinária;
2) aplicação de medidas coercitivas previstas no art.139, CF, por delegados do Presidente, em geral militares.
Controle:
O Congresso Nacional realiza o controle político em três momentos: a) prévio, já que a decretação depende de sua prévia autorização; b)concomitante: art. 140, a Mesa do Congresso, ouvidos os líderes partidários, designará comissão composta por cinco de seus membros para fiscalizar e acompanhar a execução das medidas; c)sucessivo: cessado o estado de sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente, em mensagem ao Congresso, com especificação e justificação dessas providências. O controle jurisdicional é amplo em relação aos limites de aplicação das restrições autorizadas.
O controle jurisdicional: Assim como no Estado de Defesa, Alexandre de Moraes entende que será possível ao Poder Judiciário reprimir eventuais abusos e ilegalidades cometidas durante a execução das medidas do estado de sítio, inclusive por meio de mandado de segurança e habeas corpus, pois a excepcionalidade da medida não possibilita a total supressão dos direitos e garantias individuais e tampouco configura um salvo-conduto aos agentes políticos para total desrespeito à Constituição e às leis. Em relação, porém, à análise do mérito discricionário do Poder Executivo juntamente com o Poder Legislativo, a doutrina entende impossível, por parte do Poder Judiciário, a análise da conveniência e oportunidade política para a decretação da medida. 
QUADRO COMPARATIVO ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO 
	
	ESTADO DE DEFESA
	ESTADO DE SÍTIO
	ESTADO DE SÍTIO
	Previsão legal
	Art. 136, caput
	Art. 137, I
	Art. 137, II
	Hipóteses
	Ordem pública ou paz social ameaçada
Instabilidade institucional
Calamidade natural
	Comoção nacional
Ineficácia do Estado de Defesa
	Declaração de guerra
Respostaà agressão armada estrangeira
	Atribuição para decretação
	Presidente da República (art. 84, IX, CR/88)
	Presidente da República (art. 84, IX, CR/88)
	Presidente da República (art. 84, IX, CR/88)
	Procedimento
	Presidente verifica a hipótese legal, solicita pareceres dos Conselhos da República (art. 89) e de Defesa Nacional (art. 91). Com os pareceres decidirá se decreta ou não o Estado de Defesa
	Presidente verifica a hipótese legal, solicita pareceres dos Conselhos da República (art. 89) e de Defesa Nacional (art. 91). Com os pareceres, solicita ao Congresso Nacional autorização para decretação do Estado de Sítio, expondo os motivos determinantes do pedido. O Congresso Nacional somente poderá autorizar por maioria absoluta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Com a autorização, o Presidente poderá decretar o Estado de Sítio.
	IDEM AO PROCEDIMENTO DE DECRETAÇÃO DO ESTADO DE SÍTIO ANTERIOR.
	Prazo 
	Máximo de 30 dias, prorrogável por mais 30 dias uma única vez.
	Máximo de 30 dias, prorrogado por mais 30 dias, de cada vez.
	O tempo necessário da guerra ou para repelir a agressão armada estrangeira.
	Áreas abrangidas
	Âmbito regional. Locais restritos e determinados (art. 136).
	Âmbito nacional. Após o Decreto, o Presidente especificará as medidas específicas e as áreas abrangidas (art. 138, caput) 
	IDEM AO PROCEDIMENTO DE DECRETAÇÃO DE ESTADO DE SÍTIO ANTERIOR.
	Restrições a direitos e garantias individuais
	Poderão ser restringidos os direitos do art. 5º, XII (sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas), XVI (direito de reunião) e LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente)
	Poderão ser restringidos do art. 5º, XI (inviolabilidade domiciliar), XII (sigilo de correspondência e de comunicações telegráficas e telefônicas), XVI (direito de reunião), XXV (direito de propriedade) LXI (exigibilidade de prisão somente em flagrante delito ou por ordem da autoridade judicial competente) e também o art. 220 (liberdade de manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação)
	Poderão ser atingidos, em tese, todas as garantias constitucionais, desde que presentes três requisitos constitucionais:
Necessidade de efetivação da medida;
Tenham sido objeto de deliberação por parte do Congresso Nacional no momento de autorização da medida;
Devem estar expressamente previstos no Decreto presidencial.
	Controle político sobre a decretação
	Posterior. Decretado o Estado de Defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de 24 horas, submeterá o ato com a respectiva justificativa ao Congresso Nacional, que somente aprovará a decretação por maioria absoluta de ambas as Casas Legislativas editando o respectivo Decreto Legislativo. 
	Prévio. O controle do Congresso Nacional é prévio, vez que há necessidade de autorização para que o Presidente o decrete. 
	IDEM AO ESTADO DE SÍTIO ANTERIOR. 
	Fiscalização política sobre as medidas
	A mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao Estado de Defesa e ao Estado de Sítio.
	IDEM 
	IDEM
	Atividade parlamentar
	O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas. Em hipótese alguma permite-se o constrangimento do Poder Legislativo, sob pena de crime de responsabilidade (art. 85, III)
	IDEM. Além disso, no Estado de Sítio não se incluirá a possibilidade de restrição à liberdade de informação, a difusão de pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva mesa.
	IDEM AO ESTADO DE SÍTO ANTERIOR. 
	Responsabilidade 
	Cessado o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, cessarão também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes. 
	IDEM
	IDEM
	Prestação de contas
	Cessada a situação excepcional, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos atingidos, bem como a indicação das restrições aplicadas.
	IDEM
	IDEM
	Desrespeito dos requisitos e pressupostos constitucionais por parte do Presidente da República
	Crime de responsabilidade sem prejuízo das responsabilidades civis e criminais. 
	IDEM
	IDEM
2. DAS FORÇAS ARMADAS
Segundo a CR/88, as forças armadas são instituições nacionais permanentes e regulares que se destinam à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem (art. 142). São garantes materiais da subsistência do Estado e de seus fins. A defesa da lei e da ordem é subsidiária, uma vez que isso é da competência primária das forças de segurança pública, e depende de convocação dos legítimos representantes de qualquer dos poderes federais (Presidente da Mesa do Congresso Nacional, Presidente da República, Presidente do STF).
Não podem ser dissolvidas, salvo por decisão de Assembleia Nacional Constituinte. São organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República.
São constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica. A Emenda Constitucional nº 23 aboliu os ministérios militares substituindo-os pelo Ministério da Defesa e criou os cargos de Comandante do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, com status de Ministro de Estado. 
A fixação e a modificação dos efetivos das Forças armadas dependem de lei de iniciativa do Presidente da República (art. 61, § 1º, I, CR/88), já que a atual Carta não adotou o princípio da periodicidade, como o fez a de 1824, 1934 e 1946. Em tempo de guerra, não se cuidará propriamente de efetivos, mas de mobilização nacional. 
A Constituição vigente manteve o princípio da obrigatoriedade do serviço militar, admitida a escusa de consciência, desde que cumprida a prestação alternativa, sob pena de perda dos direitos políticos. Segundo o art. 142, §1º, CF, compete à lei complementar estabelecer as normas gerais a serem adotadas na organização, preparo e emprego das Forças Armadas. 
Segundo Alexandre de Moraes, aos membros das forças armadas aplicam-se as seguintes disposições constitucionais, além do que vier a ser fixado em lei:
- as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas com plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das forças armadas;
- o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei;
- o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderão, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei;
- ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
- o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
- o oficial só perderá o posto e a patente ser for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
- o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença judicial transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;
- aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII (décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria),XII (salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei), XVII (gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal), XVIII (licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias), XIX (licença-paternidade, nos termos fixados em lei;) e XXV (assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas) e no art. 37, incisos XI (teto dos servidores públicos), XIII (é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público), XIV (os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores) e XV (irredutibilidade dos vencimentos);
- aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal;
- a lei disporá sobre o ingresso nas forças armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideras as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra. 
O parágrafo segundo do art. 142 da CR/88 estabelece a vedação da garantia constitucional do habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. No entanto, o STF tem interpretado o dispositivo reconhecendo a possibilidade de concessão do writ em relação a eventuais irregularidades formais no processo, tais como cerceamento de defesa ou outras ilegalidades, incidindo a restrição tão-somente quanto ao mérito do ato, como se observa da análise dos seguintes julgados:
O Plenário, por maioria, acolheu embargos de declaração para sanar omissão e reconhecer que a modulação de efeitos proclamada no acórdão embargado não alcançaria os candidatos que teriam ingressado em juízo para pleitear o afastamento do limite de idade por ausência de previsão legal. No caso, o Tribunal anunciara a não recepção da expressão “nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica” contida no art. 10 da Lei 6.880/80. Entretanto, resolvera modular os efeitos dessa decisão até 31.12.2011 — v. Informativo 615. Deferiu-se o pedido para prorrogar a modulação aludida até o dia 31.12.2012, sem admitir-se, contudo, nova postergação. Considerou-se que, apesar de o primeiro prazo dado pelo STF não ser exíguo, não se poderia deixar as Forças Armadas sem instrumento normativo válido para realização de concurso público. Vencido o Min. Marco Aurélio, que desprovia os declaratórios por não vislumbrar omissão e receava, diante da inércia do Congresso Nacional, defrontar com novo pedido de prorrogação. RE 600885 ED/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 29.6.2012. (RE-600885) 
Em conclusão, o Plenário reconheceu a exigência constitucional de edição de lei para o estabelecimento de limite deidade em concurso para ingresso nas Forças Armadas. Assentou, também, que os regulamentos e editais que o prevejam vigorarão até 31 de dezembro do corrente ano. Por conseguinte, desproveu recurso extraordinário interposto pela União contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que entendera que, em relação ao ingresso na carreira militar, a Constituição imporia que lei dispusesse a respeito do limite de idade (CF, art. 142, § 3º, X: “a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra”), não se admitindo, portanto, que um ato administrativo estabelecesse a restrição, sob pena de afronta ao princípio constitucional da ampla acessibilidade aos cargos públicos — v. Informativos 580 e 608. RE 600885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 9.2.2011. (RE-600885) 
Asseverou-se que o art. 142, § 3º, X, da CF determina que os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas são os previstos em lei, com referência expressa ao critério de idade. Em virtude disso, não caberia regulamentação por meio de outra espécie normativa. Assim, considerou-se incompatível com a Constituição a expressão “e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica”, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares (“Art. 10 O ingresso nas Forças Armadas é facultado mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da marinha, do exército e da aeronáutica”). Conferiram-se efeitos prospectivos à decisão, já que passados quase 22 anos de vigência da CF/88, nos quais vários concursos foram realizados com observância daquela regra geral. Ademais, ao enfatizar a repercussão geral da questão constitucional discutida, registrou-se que o direito daqueles que já tivessem ajuizado ações com o mesmo objeto jurídico da que ora se examina deveria ser respeitado. RE 600885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 9.2.2011. (RE-600885) 
NOTÍCIAS STF. Terça-feira, 07 de fevereiro de 2012 
Forças Armadas devem custear deslocamento de militar para responder a processo
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF)
Em voto relatado pelo ministro Celso de Mello, a Turma considerou que foi desrespeitado dispositivo da legislação militar (Decreto 4.307/2002, artigo 28, inciso I) que garante o custeio do transporte do militar da ativa que tiver de efetuar deslocamento fora de sua organização militar, entre outros casos, no interesse da Justiça. (HC 98676)
NOTÍCIAS STF Quarta-feira, 09 de fevereiro de 2011 
Idade para ingresso na carreira militar, a partir de 2012, deverá ser fixada por lei 
Por votação unânime, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu, nesta quarta-feira (9), a exigência constitucional de uma lei que fixe o limite de idade para ingresso nas Forças Armadas. Mas, pelo fato de o Congresso Nacional ainda não ter votado tal norma, a Corte decidiu validar, até 31 de dezembro deste ano, todas as admissões ocorridas em função de regulamentos e editais que, até agora, vinham estabelecendo as condições para ingresso nas diversas carreiras militares, entre elas o limite de idade.
O Plenário decidiu, também, modular sua decisão para assegurar àqueles candidatos que tiverem ingressado na Justiça contra o estabelecimento de limite de idade, tendo cumprido as demais exigências do respectivo concurso, o direito de acesso à carreira militar. Em virtude da importância do tema, o STF reconheceu a ele repercussão geral.
A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 600885, interposto pela União contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), sediado em Porto Alegre (RS), que considerou contrária à Constituição Federal (CF) de 1988 regra de edital que limitou em 24 anos a idade para ingresso nas Forças Armadas. Essa decisão favoreceu um candidato que pediu anulação da cláusula do edital para assegurar sua inscrição no curso de formação de sargentos do Exército 2008/2009.
CF não recepcionou Estatuto
O julgamento do RE, iniciado em novembro, foi suspenso na época por um pedido de vista da ministra Ellen Gracie, quando a votação estava empatada por 4 votos pelo provimento do recurso interposto pela União e 4 por sua negação.
Hoje, entretanto, quando a ministra Ellen Gracie trouxe a matéria de volta Plenário, houve unanimidade no reconhecimento de que o artigo 10 do Estatuto dos Militares (Lei 6.680, de 1980), isto é, uma norma pré-constitucional que admitia que regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica fixassem requisitos para ingresso nas Forças Armadas, não foi recepcionado pela CF de 1988.
Isto porquea CF, em seu artigo 142, parágrafo 3º, inciso X, remete a fixação do critério da idade a uma lei, a ser votada pelo Congresso Nacional. Por outro lado, houve concordância, também, entre os ministros, no sentido de que não se poderiam anular os concursos, promovidos durante os 23 anos transcorridos desde a promulgação da CF de 1988, para suprir as necessidades de pessoal das Forças Armadas, sob pena de graves prejuízos ao papel por elas desempenhado.
 
Forças Armadas: limite de idade para concurso de ingresso e art. 142, § 3º, X, da CF – 8 
O Plenário, por maioria, acolheu embargos de declaração para sanar omissão e reconhecer que a modulação de efeitos proclamada no acórdão embargado não alcançaria os candidatos que teriam ingressado em juízo para pleitear o afastamento do limite de idade por ausência de previsão legal. No caso, o Tribunal anunciara a não recepção da expressão “nos regulamentos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica” contida no art. 10 da Lei 6.880/80. Entretanto, resolvera modular os efeitos dessa decisão até 31.12.2011 — v. Informativo 615. Deferiu-se o pedido para prorrogar a modulação aludida até o dia 31.12.2012, sem admitir-se, contudo, nova postergação. Considerou-se que, apesar de o primeiro prazo dado pelo STF não ser exíguo, não se poderia deixar as Forças Armadas sem instrumento normativo válido para realização de concurso público. Vencido o Min. Marco Aurélio, que desprovia os declaratórios por não vislumbrar omissão e receava, diante da inércia do Congresso Nacional, defrontar com novo pedido de prorrogação. RE 600885 ED/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 29.6.2012. (RE-600885)
"A legalidade da imposição de punição constritiva da liberdade, em procedimento administrativo castrense, pode ser discutida por meio de habeas corpus. Precedentes." (RHC 88.543, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 3-4-2007, Primeira Turma, DJ de 27-4-2007.)
"Não há que se falar em violação ao art. 142, § 2º, da CF, se a concessão de habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar militar, volta-se tão somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a apreciação de questões referentes ao mérito." (RE 338.840, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 19-8-2003, Segunda Turma, DJ de 12-9-2003.) 
3. DA SEGURANÇA PÚBLICA
Enquanto a Segurança Nacional refere-se às condições básicas de defesa do Estado, a Segurança pública trata da manutenção da ordem pública interna, buscando desenvolver atividades de vigilância, prevenção e repressão de condutas delituosas. A segurança pública é de competência e responsabilidade de cada unidade da federação, tendo em vista as peculiaridades regionais e o fortalecimento do princípio federativo. Afastadas as áreas de atribuição das polícias da União (polícia federal, polícia rodoviária federal e policia ferroviária federal), o remanescente é de atribuição da organização policial dos Estados, que se não cumprida poderá dar ensejo à intervenção federal.
A União tem competência para fixar normas gerais sobre polícias militares e civis (arts. 22, XXI, e 24, XVI, CF).
A atividade de segurança pública deverá ser custeada exclusivamente com recursos provenientes de impostos e não por taxas, já que se trata de dever do Estado e direito de todos. Nesse sentido o seguinte julgado do STF:
“Em face do art. 144, caput, V e § 5º, da Constituição, sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, por meio, entre outras, da Polícia Militar, essa atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por taxa, se for solicitada por particular para a sua segurança ou para a de terceiros, a título preventivo, ainda quando essa necessidade decorra de evento aberto ao público. Ademais, o fato gerador da taxa em questão não caracteriza sequer taxa em razão do exercício do poder de polícia, mas taxa pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, o que, em exame compatível com pedido de liminar, não é admissível em se tratando de segurança pública.” (ADI 1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 5-5-1999, Plenário, DJ de 22-10-1999.)
Tanto a União quanto os Estados possuem suas polícias, que são órgãos permanentes estruturados em carreiras (atividades típicas de Estado).
De acordo com o art. 144, § 9º, da CR/88, os servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados no referido artigo serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
Polícias da União:
1) Polícia Federal - Destina-se a apurar infrações penais contra a ordem política e social (não contra a ordem pública!) ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei, além de outras listadas no art. 144, inc. I a IV da CF..
A Lei nº 10.446/2002 regulamentou o art. 144, § 1º, I, da CR/88 nos seguintes termos: 
“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Na forma do inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição, quando houver repercussão interestadual ou internacional que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre outras, das seguintes infrações penais:
I – seqüestro, cárcere privado e extorsão mediante seqüestro (arts. 148 e 159 do Código Penal), se o agente foi impelido por motivação política ou quando praticado em razão da função pública exercida pela vítima;
II – formação de cartel (incisos I, a, II, III e VII do art. 4o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990); e
III – relativas à violação a direitos humanos, que a República Federativa do Brasil se comprometeu a reprimir em decorrência de tratados internacionais de que seja parte; e
IV – furto, roubo ou receptação de cargas, inclusive bens e valores, transportadas em operação interestadual ou internacional, quando houver indícios da atuação de quadrilha ou bando em mais de um Estado da Federação.
Parágrafo único. Atendidos os pressupostos do caput, o Departamento de Polícia Federal procederá à apuração de outros casos, desde que tal providência seja autorizada ou determinada pelo Ministro de Estado da Justiça.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 8 de maio de 2002; 181o da Independência e 114o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Miguel Reale Júnior”
 
Também compete à PF prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras e exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. A PF ainda é responsável pela investigação dos crimes eleitorais. 
ATENÇÃO: As atribuições da Polícia Federal não coincidem necessariamente com a competência da Justiça Federal. A PF investiga muitas vezes delitos de competência estadual. 
2) Polícia Rodoviária Federal: Destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. 
3) Polícia Ferroviária Federal: Destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
 
Polícias dos Estados: 
1) Polícias Civis: Possuem a incumbência de exercer a função de polícia judiciária e apurar as infrações penais, exceto as militares e ressalvada a competência da União. No Distrito Federal a Polícia Civil é mantida pela União. As polícias civis são dirigidas por Delegados de Polícia de carreira. Mas atenção, pois o Comandoda Polícia Civil do DF não é do Presidente da República, mas sim do Governador do Distrito Federal.
2) Polícias Militares e Corpo de Bombeiros: As polícias militarizadas dos Estados, bem como o Corpo de Bombeiros, são consideradas forças auxiliares e reservas do Exército e se subordinam, juntamente com as Polícias Civis, aos Governadores dos Estados e do DF. No caso do DF, embora a União seja responsável pela manutenção das forças de segurança, a subordinação ocorre com o Governador do DF. 
De acordo com o art. 144, § 8º, “Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.” Assim, a constituição de guardas municipais é uma faculdade reconhecida pela CF aos Municípios a fim de preservar os bens de uso comum, uso especial e bens patrimoniais. No entanto, cumpre observar que as atividades das Guardas Municipais não compreendem o policiamento ostensivo, cuja competência é exclusiva da Polícia Militar.
participação de outros órgãos na execução de políticas de segurança
a participação das forças armadas na segurança pública
Hipóteses apontadas em que seria possível a participação das forças armadas:
	a) estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal; 
-previsão no texto constitucional.
hipóteses excepcionais em que haverá controle por parte do Legislativo e Judiciário.
	b) realização de investigações criminais no âmbito do inquérito policial militar; 
-previsão no art. 7o e 8o, b do CPPM
	c) execução de operações de polciamento ostensivo em contextos em que predomine o interesse nacional; 
-previsão no art. 5o do Decreto 3897/2001
-ex.: visitas de chefes estrangeiros;
	d) realização de policiamento ostensivo por solicitação do governador do estado quando os meios disponíveis na esfera estadual se mostrem insuficientes;
- previsão art. 15, p. 2o, LC 97/99
- o autor defende a inconstitucionalidade dessa hipótese (caracterizaria restrição na autonomia estadual).
- ex.: greve de policiais militares; 
O emprego das Forças Armadas na segurança pública deve ser evitado também para permitir que se concentrem na sua principal destinação constitucional, que é a defesa da soberania territorial do Brasil. Convertê-la em polícia é o caminho mais curto para que isso deixe de ocorrer.
a participação do ministério Público na investigação criminal- HC 89.837 o STF reconheceu que o MP dispõe de competência para promover, POR AUTORIDADE PRÓPRIA, investigações de natureza penal.
	STF
	
	MP - Poder investigatório
	POSSIBILIDADE
2aT do STF: o HC 89837 - a reconheceu poderes investigatórios por parte do MP (o caso concreto tratava de tortura praticada por policiais - o que não permite afirmar ser hipótese contrária à posição do Peluso indicado no RE 593727 em julgamento).
IMPOSSIBILIDADE
Está em julgamento o RE 593727 em que dois foram os votos (Peluso e Lewandowski) contrários ao reconhecimento de poderes investigatórios por parte do MP (o caso concreto trata de crime praticado por Prefeito - Decreto 201). Segundo o ministro-relator (Peluso), o MP apenas pode realizar investigações criminais quando a investigação tiver por objeto fatos teoricamente criminosos praticados por membros ou servidores do próprio MP, por autoridades ou agentes policiais e, ainda, por terceiros, quando a autoridade policial, notificada sobre o caso, não tiver instaurado o devido inquérito policial. Esse procedimento investigatório deverá obedecer, por analogia, as normas que regem o inquérito policial, que deve ser, em regra, público e sempre supervisionado pelo Poder Judiciário. (obs.: esse é o posicionamento do Dr. Cláudio, examinador do TRF2).
a participação do magistrado na investigação criminal
Em decorrência da adoção do sistema acusatório não se permite que o juiz realize a investigação criminal. Sob esse fundamento o STF reconheceu a inconstitucionalidade do art. 3o da lei 9.034/95 (ADI 1570).
a força nacional de segurança
-criado pelo Decreto 5.289/04, de constitucionalidade duvidosa. Supostamente regulamentaria a Lei 10.201/01, que institui o Fundo Nacional de Segurança Pública, mas na verdade a autorização para a criação da Força Nacional de Segurança somente ocorreu com a MP 345/07, convertida na Lei 11.473/07.
-a interpretação do art. 144 da CF como rol taxativo, defendida pelo STF, não contribui para esse tipo de arranjo cooperativo e deve, pelo menos no tocante a esse ponto, ser superada. Superados os vícios formais, da Força Nacional de Segurança pode representar uma importante inovação institucional cooperativas entre os entes federativos (federalismo cooperativo).
REGRA: QUANTO A CONTRAVENÇÕES PENAIS
NOTÍCIAS STJ. 19/04/2012 - 10h56 DECISÃO 
Justiça Federal não julga contravenções mesmo se conexas com crimes federais. Esse foi o entendimento da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ). No caso analisado, a infração havia sido cometida em detrimento de bens, serviços ou interesses da União. 
EXCEÇÃO: SITE DO LFG: Quando a polícia federal investiga uma contravenção penal? 
Nas hipóteses de crime contra a União será exclusiva a atribuição da polícia federal para a investigação. Já nas hipóteses de contravenção penal, de acordo com a Súmula 38, do STJ: Compete a justiça estadual comum, na vigência da Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da união ou de suas entidades.
Mas há uma exceção: na hipótese de o autor da contravenção possuir foro por prerrogativa de função. 
SITE DA POLÍCIA FEDERAL
Mandato a serviço da contravenção
30/03/2012
Gravações mostram que Demóstenes usou cargo de senador para beneficiar Cachoeira
Novas gravações da Polícia Federal mostram que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) colocou o mandato e o prestígio de parlamentar a serviço de negócios de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por chefiar a exploração ilegal de caça-níqueis e outros jogos em Goiás. Nas escutas, obtidas pelo GLOBO, Demóstenes acerta com Cachoeira táticas que vão da interferência em processo judicial ao lobby pela legalização dos jogos de azar no Congresso Nacional.
CONCLUSÃO: A PF PODE INVESTIGAR COTRAVENÇÕES PENAIS, APESAR DE A JUSTIÇA FEDERAL, EM REGRA, NÃO SER COMPETENTE PARA PROCESSAR E JULGAR O TEMA.
As polícias estaduais compreendem: a polícia civil, a polícia militar e corpo de bombeiros militar. As polícias militarizadas dos Estados são consideradas forças auxiliares do Exército e se subordinam, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, DF.
A constituição de guardas municipais é uma faculdade reconhecida pela CF aos Municípios a fim de preservar os bens de uso comum, uso especial e bens patrimoniais. Não se confunde com a polícia ostensiva, cuja competência é exclusiva da Polícia Militar.
OBS:
SITE DA POLÍCIA FEDERAL
19/04/2012 
Recife/PE – A Polícia Federal celebrou hoje (19) na sede da Guarda Municipal do Recife um convênio com a Prefeitura do Recife sobre a concessão de porte de arma de fogo para os integrantes da Guarda Municipal.
O convênio prevê a apresentação pela Prefeitura de um Plano de Ação/Metas, onde conste a comprovação da autorização e as dotações de armamento e munições estabelecidas pelo Exército Brasileiro para a Guarda Municipal do Recife (arts 41 e 50, inciso I, do Decreto nº 5.123/04), além do requisito de curso de formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial. Também há previsão de criação de mecanismos de fiscalização e de controle interno (Ouvidoria e Corregedoria), nas condições estabelecidas no Decreto nº 5.123 de 2004.
Além disso, para obter o porte de arma de fogo junto à Polícia Federal, os integrantes da carreira de Guarda Municipal do Recife deverão estar em atividade (não poderão estar aposentados) e dependerão de prévia análise individual para sua concessão. Os portes de arma de fogo terão a abrangência territorial nos limites da Região Metropolitanado Recife e o prazo máximo de validade de 02 (dois) anos, podendo ser renovado, desde que adotados, no que couberem, as mesmas formas e procedimentos exigidos para a autorização.
Os portes de arma de fogo eventualmente autorizados pela Polícia Federal a integrantes da carreira de Guarda Municipal do Recife referem-s às armas de uso permitido, de acordo com o art. 6º, §3º da lei 10.826/03 e a qualquer tempo poderá haver sua cassação, caso haja descumprimento dos pressupostos exigidos no convênio e na legislação pertinente.
A Delegacia de Controle de Armas e Produtos Químicos – DELEAQ é responsável pelo trabalho de acompanhamento, credenciamento e fiscalização de todas as diretrizes do convênio assinado entre a Superintendência da Polícia Federal em Pernambuco e as prefeituras municipais do Estado.
4. NACIONALIDADE
1. CONCEITOS INICIAIS
O Estado pode ser determinado como uma sociedade política organizada dotada de um território, de um povo e de objetivos (organizados).
Existindo um vínculo político-jurídico entre o indivíduo e o Estado, ele (o indivíduo) faz parte do conceito de povo. 
Esse vínculo político-jurídico recebe o nome de nacionalidade, que é o vínculo político-jurídico que liga o indivíduo ao Estado, fazendo-o componente do seu povo.
Dentro do conceito de povo, estão presentes os brasileiros natos e os brasileiros naturalizados na forma do art. 12, I e II da CF.
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos:
II - naturalizados: 
O conceito de população é mais amplo que o de povo, compreendendo além dos brasileiros natos e naturalizados também os estrangeiros e os apátridas.
Essa diferença pode ser percebida em alguns dispositivos do texto constitucional. Como exemplo, conferir o art. 45, caput, da CF, que faz referência ao povo (brasileiros natos e naturalizados), enquanto que o art. 45, § 1º da CF, diz respeito à população (brasileiros natos, naturalizados, estrangeiros e apátridas).
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º - Cada Território elegerá quatro Deputados.
Por exclusão, pode-se conceituar o estrangeiro como aquele que não é nacional ou naturalizado.
Ter uma nacionalidade é um direito fundamental de todo cidadão. A Constituição traz em seu Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais – cinco capítulos compreendendo a seguinte ordem de Direitos: 
Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º)
Capítulo II – Dos Direitos Sociais (art. 6º)
Capítulo III – Da Nacionalidade (art. 12)
Capítulo IV – Dos Direitos Políticos (art. 14)
Capítulo V – (art. 17)
O direito à nacionalidade também encontra-se previsto no art. XV.1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948).
Artigo XV 
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
2. ESPÉCIES DE NACIONALIDADES
Há duas espécies de nacionalidades: (1) originária (“primária” ou “de primeiro grau” ou “nata”) e (2) secundária (ou “derivada” ou “adquirida” ou “por aquisição” ou “por naturalização”).
2.1. NACIONALIDADE ORIGINÁRIA: É aquela que resulta de um acontecimento, um fato natural ou involuntário denominado nascimento (conceito adotado pelo Brasil).
A nacionalidade originária está disposta no art. 12, I da CF.
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;
2.2. NACIONALIDADE SECUNDÁRIA: É aquela que resulta de um ato jurídico, e em regra voluntário, chamado naturalização.
A nacionalidade secundária está disposta no art. 12, II da CF.
Art. 12. São brasileiros: 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
2.3. CRITÉRIOS DETERMINATIVOS (OU DETERMINANTES) DA NACIONALIDADE ORIGINÁRIA OU PRIMÁRIA
(1º) Territorialidade => Também chamado de “direito de solo” ou jus soli.
(2º) Sangue => Também chamado de “direito de sangue” ou jus sanguini.
Cada Estado, com fundamento na sua soberania, adota o (1º) direito da territorialidade ou o (2º) direito de sangue.
A doutrina aponta certas diferenças entre os Estados quanto à formação dos nacionais. Há os Estados de imigração, que são Estados que importam nacionais de outros Estados, e que por essa razão adotam em regra o critério de solo.
Já os Estados de emigração, que são Estados que exportam nacionais para outros Estados, em regra adotam o critério de sangue.
Crises econômicas, guerras e catástrofes naturais, são fatores que contribuem para alterar essa característica de emigração ou imigração dos Estados (Brasil até a década de 70 recebia muitos estrangeiros, a partir da crise da década de 80 passou a exportar nacionais, e com a recente crise, passou a receber estrangeiros e brasileiros que estavam no exterior).
Como regra geral prevista no art. 12, I, o Brasil, país de imigração, adotou o critério ius solis. Esta regra, porém, é atenuada em diversas situações. Lembrar que o art. 12, I, traz hipóteses taxativas de previsão de aquisição da nacionalidade brasileira. Assim, serão brasileiros natos:
a) ius solis (art. 12, I, a): qualquer pessoa que nascer no território brasileiro, mesmo que seja filho de pais estrangeiros. Os pais estrangeiros, no entanto, não podem estar a serviço de seu país;
b) ius sanguinis + serviço do Brasil (art. 12, I, b): serão considerados brasileiros natos os que, mesmo tendo nascido no estrangeiro, sejam filhos de pai ou mãe brasileiros e qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil (administração direta ou indireta);
c) ius sanguinis + registro em repartição brasileira competente (art. 12, I, c, primeira parte): os filhos de pai ou mãe brasileiros que não estejam a serviço da República Federativa do Brasil que tenham nascido no exterior, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente (texto em itálico incluído pela EC 54/2007). Esta modalidade de aquisição de nacionalidade originária foi incluída no texto constitucional pela EC 54/2007, o qual reproduziu, com uma pequena modificação que veremos no item d adiante, o texto original da CF/88, que havia sido alterado pela EC.
d) ius sanguinis + opção confirmativa: os filhos de pai ou mãe brasileiros que não estejam a serviço da República Federativa do Brasil, que tenham nascido no exterior, serão brasileiros natos se vierem a residir no Brasil e optarem, a qualquer tempo, depois de atingida a maioridade (texto em itálico incluído pela EC 54/2007), pela nacionalidade brasileira. Trata-se da nacionalidade potestativa, eis que a aquisição depende da exclusiva vontade do filho.
O texto da EC 54/2007 reproduziu quase que completamente o texto original da CR/88, com uma diferença: o texto original previa que o pretendente à nacionalidade originária brasileirapelo critério da opção confirmativa deveria fixar residência no Brasil antes de completada a maioridade e, após atingida esta, poderia optar pela nacionalidade brasileira. O texto da EC 54/2007 não exige que a pessoa venha a residir no Brasil antes da maioridade. Assim, ainda que a pessoa venha morar no Brasil após a maioridade poderá optar pela nacionalidade brasileira, desde que, obviamente, cumpra os demais requisitos.
Com a alteração trazida pela EC 54/2007 buscou-se adequar o texto constitucional à jurisprudência do STF, a qual afirma que a opção pela nacionalidade brasileira só poderá ser manifestada após a maioridade, vez que teria caráter personalíssimo.
É importante também observar que a referida EC introduziu o art. 95 na ADCT, com o seguinte texto:
Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil.
2.4. DA NACIONALIDADE SECUNDÁRIA
A nacionalidade secundária possui as seguintes espécies: 
(1) tácita; 
(2) expressa:
(2.1) extraordinária;
(2.2) ordinária: 
(2.2.1) Art. 112 do Estatuto do Estrangeiro;
(2.2.2) Originários de países de língua portuguesa que não sejam de Portugal;
(2.2.3) Portugueses “quase nacionais”;
(2.2.4) “Legais”:
(2.2.4.1.) naturalização precoce;
(2.2.4.2.) colação de grau em curso de nível superior.
(1) NACIONALIDADE SECUNDÁRIA TÁCITA
A nacionalidade secundária tácita não se encontra na Constituição de 1988. Ocorreu em apenas dois períodos na nossa história. 
Na Constituição de 1824, havia a permissão para que todos os Portugueses que estivessem no território nacional por ocasião da independência (07 de setembro de 1822), a possibilidade de naturalização.
Em 1891, houve uma nova etapa de naturalização tácita, empreendida pela Constituição Republicana de 1891, que no seu art. 69, § 4º dizia que todo estrangeiro que estivesse no território nacional na data da proclamação da república (15 de novembro 1889), devia passar por uma repartição pública e firmar a sua nacionalidade, no prazo de 06 meses, a contar da promulgação da Constituição de 1891.
Caso assim não procedessem, passariam a ser tacitamente brasileiros naturalizados (não importando a nacionalidade). 
À época o Brasil queira incorporar à economia nacional, muitos estrangeiros que aqui estavam (é a chamada “grande naturalização de 1891”).
(2) NACIONALIDADE SECUNDÁRIA EXPRESSA
A nacionalidade secundária expressa pode ser de dois tipos: extraordinária e ordinária.
A nacionalidade expressa extraordinária cria direito público subjetivo para o naturalizando, pois o ato de concessão é vinculado. O estrangeiro naturalizando tem o direito líquido e certo à naturalização.
A nacionalidade secundária expressa ordinária não cria direito público subjetivo para o naturalizando. A sua concessão é um ato discricionário. O estrangeiro naturalizando não tem direito líquido e certo à naturalização.
(2.1) NACIONALIDADE SECUNDÁRIA EXPRESSA EXTRAORDINÁRIA
Cria direito público subjetivo. O ato de naturalização é vinculado, na forma do art. 12, II, “b” da CF (“desde que requeiram a nacionalidade brasileira”). Requisitos: (1) residir por 15 anos ininterruptos no país (até a EC nº 03/94 eram 30 anos) e (2) sem condenação criminal.
Art. 12. São brasileiros: 
 II - naturalizados: 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.
Prevista no art. 12, II, “b”, a naturalização extraordinária dar-se-á quando os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal requisitarem a nacionalidade brasileira.
Essa naturalização é “intransferível”, vale dizer, só a adquire aquele que preencher os requisitos constitucionais. Ela não importa a aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza estes a entrar ou radicar-se no Brasil, sem que satisfaçam as exigências legais.
As duas hipóteses seguintes de naturalização estavam expressamente previstas na CF/67 e na EC 1/69, e hoje só se encontram previstas na Lei 6.815/80, a qual encontra fundamento constitucional para prever novas hipóteses de naturalização no art. 12, II, a, CF, primeira parte (“os que, na forma da lei...”).
Pergunta Qual a razão de o estrangeiro requerer essa naturalização após 15 anos, se pode requerer com 04 anos (pelo estatuto do estrangeiro)? Há estrangeiros que não falam o idioma nacional (japoneses, alemães, italianos, etc.) que estão culturalmente isolados em suas comunidades e convicções.
(2.2) NACIONALIDADE SECUNDÁRIA EXPRESSA ORDINÁRIA
(2.2.1) Todos os estrangeiros, menos os originários de países de língua portuguesa => Na forma do art. 12, II, “a” (primeira parte) da CF, desde que observada a “forma da lei” (art. 112 da Lei nº 6.815/80 – Estatuto do Estrangeiro).
Art. 12. São brasileiros: 
 II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
Art. 112. São condições para a concessão da naturalização:
I - capacidade civil, segundo a lei brasileira;
II - ser registrado como permanente no Brasil;
III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos, imediatamente anteriores ao pedido de naturalização;
IV - ler e escrever a língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando;
V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família;
VI - bom procedimento;
VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crime doloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1 (um) ano; e
VIII - boa saúde.
§ 1º não se exigirá a prova de boa saúde a nenhum estrangeiro que residir no País há mais de dois anos. 
§ 2º verificada, a qualquer tempo, a falsidade ideológica ou material de qualquer dos requisitos exigidos neste artigo ou nos arts. 113 e 114 desta Lei, será declarado nulo o ato de naturalização sem prejuízo da ação penal cabível pela infração cometida. 
§ 3º A declaração de nulidade a que se refere o parágrafo anterior processar-se-á administrativamente, no Ministério da Justiça, de ofício ou mediante representação fundamentada, concedido ao naturalizado, para defesa, o prazo de quinze dias, contados da notificação.
Exemplo: um americano que venha residir no Brasil e queira se naturalizar brasileiro. Os incisos do art. 112 do Estatuto do Estrangeiro trazem os requisitos para a concessão da naturalização, que se aplicam a todos os estrangeiros (menos aos originários dos países de língua portuguesa).
 
O estrangeiro vai até a Superintendência da Polícia Federal munido de todos os documentos comprobatórios destes requisitos. Abre-se um procedimento investigativo e a documentação vai para Brasília, e o Ministro da Justiça após conferir estes documentos expede o certificado de naturalização.
Pergunta 01 A expedição do certificado de naturalização é um ato discricionário ou vinculado? Em sendo nacionalidade secundária expressa ordinária, o ato de concessão não cria direito público subjetivo, assim é um ato discricionário a concessão da naturalização nesta espécie.
Pergunta 02 Se o estrangeiro naturalizando não gozar de boa saúde, a falta deste requisito impede a naturalização? Hoje se entende que não, sob pena de ofensa ao Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (lembrando que o art. 112, VIII do Estatuto do Estrangeiro é de 1980, não sendo tal dispositivo recepcionado pela Constituição de 1988).
Pergunta A expedição do certificado de naturalização é tão somente a condição necessáriapara naturalização efetiva? Não. Expedido o certificado de naturalização, o documento vai à justiça federal do Estado em que o estrangeiro reside (e onde foi feito o pedido de naturalização, na forma do art. 109, X da CF). 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
O juiz federal marca uma audiência em que o Ministério Público Federal deve comparecer, obrigatoriamente, na forma determinada pelos arts. 81 e 82 do CPC (participação do MP nas questões de Estado). O juiz pergunta se ele abre mão da nacionalidade originária, afere os demais requisitos e afere a concordância do MPF. 
Art. 81. O Ministério Público exercerá o direito de ação nos casos previstos em lei, cabendo-lhe, no processo, os mesmos poderes e ônus que às partes.
Art. 82. Compete ao Ministério Público intervir:
I - nas causas em que há interesses de incapazes;
II - nas causas concernentes ao estado da pessoa, pátrio poder, tutela, curatela, interdição, casamento, declaração de ausência e disposições de última vontade;
III - nas ações que envolvam litígios coletivos pela posse da terra rural e nas demais causas em que há interesse público evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte.
OBS: É o juiz federal quem entrega o certificado de naturalização e não o Ministro da Justiça. De posse do documento, o estrangeiro vai ao Cartório de Títulos e Documentos e tira os documentos de brasileiro naturalizado.
(2.2.2) Todos os originários de países de língua portuguesa (“países lusofônicos”), menos os portugueses => Art. 12, II, “a” (segunda parte) => Exigida apenas: (1) residência ininterrupta por um ano e (2) idoneidade moral.
Art. 12. São brasileiros: 
 II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
Países lusofônicos são ex-colônias portuguesas. Privilégio em razão dos laços históricos e culturais com o Brasil. 
(2.2.3) Portugueses => Art. 12, § 1º da CF. Os portugueses têm uma situação privilegiada no Brasil (a doutrina os considera “quase nacionais”). Art. 12, § 1º da CF traz benefícios, desde que haja “reciprocidade em favor de brasileiros”.
Art. 12. § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
OBS: O português, sem deixar de ser português (estrangeiro), pode exercer os direitos inerentes aos brasileiros naturalizados. Ele não precisa se naturalizar brasileiro para exercer estes direitos. Há apenas um requisito, que é a residência permanente no país.
No dia 22 de abril de 2000 (em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil), foi assinado o Estatuto da Igualdade entre brasileiros e portugueses, dando reciprocidade entre portugueses e brasileiros em determinadas situações.
Pelo Estatuto da Igualdade, o português pode se valer até dos direitos políticos (pode votar e ser votado), desde que esteja no território nacional há mais de 03 anos (isso sem deixar a qualidade de estrangeiro).
Ao português abre-se uma segunda possibilidade, de se naturalizar brasileiro (deixa de ser português (estrangeiro), e passar a ser brasileiro). Um ano de residência + a idoneidade moral.
(2.2.4) Legais => Hipóteses previstas no art. 115 do Estatuto do Estrangeiro. Há duas espécies de naturalização legal (de difícil ocorrência).
Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à língua portuguesa.
§ 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e instruída com os documentos a serem especificados em regulamento.
§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro, atestado policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de:
I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no território nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade; 
II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja feito curso superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano depois da formatura. 
§ 3º. Qualquer mudança de nome ou de prenome, posteriormente à naturalização, só por exceção e motivadamente será permitida, mediante autorização do Ministro da Justiça.
Inciso I => É a chamada “Naturalização Precoce”. Estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 05 anos, que requeira a nacionalidade brasileira após 02 anos de atingir a maioridade (desde que residindo permanentemente no país).
Inciso II => Colação de Grau em Curso Superior. Estrangeiro que venha residir antes da maioridade e se gradue em curso de ensino superior e requeira até um ano após a sua formatura. art. 115, § 2º, II, Lei 6.815/80.
ATENÇAO: A expressão “nascidos na República Federativa do Brasil” => A expressão deve ser compreendida como os nascidos “no território da República Federativa do Brasil”.
Espécies de território: 
(1) Território real, propriamente dito ou “em sentido restrito” 
(1.1) solo;
(1.2) subsolo;
(1.3) espaço aéreo nacional;
(1.4) mar territorial;
(1.5) plataforma continental.
(2) Território ficto, por extensão ou por ficção => Previsto no art. 5º do CP.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. 
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Portanto são considerados territórios por extensão ou por ficção legal: 
(2.1) embarcação pública nacional (onde quer que esteja);
(2.2) aeronave pública nacional (onde quer que esteja);
(2.3) embarcação particular nacional (no mar territorial nacional e no mar internacional);
(2.4) aeronave particular nacional (no espaço aéreo nacional e o espaço aéreo internacional).
CUIDADO Representação diplomática (embaixada e consulado) não é território por extensão, embora sejam dotadas de imunidade em razão de tratados e convenções internacionais. 
Pergunta O que é mar territorial? O art. 1º da Lei nº 8.617/93 define o que é mar territorial (ou às “águas nacionais”). São 12 milhas náuticas (lembrando que uma milha marítima possui 1.852 metros). Essa era a distância de um tiro de canhão no início do Século XX.
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no Brasil.
Parágrafo único. Nos locais em que a costa apresente recorte profundos e reentrânciasou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade imediata, será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos apropriados, para o traçado da linha de base, a partir da qual será medida a extensão do mar territorial.
Além do mar territorial, a lei define dois outros institutos. Além das 12 milhas, o segundo instituto é a chamada “zona contígua”. A partir da zona contígua, há o terceiro instituto, que é a zona economicamente exclusiva, que possui 138 milhas.
Exemplo: Se o Presidente de Honduras que esteve na embaixada brasileira naquele país, tiver ali um filho, ele não será brasileiro nato em razão de a embaixada não ser considerada território por extensão. 
O Ex-presidente Itamar Franco nasceu em uma embarcação particular que estava no mar territorial brasileiro, por isso, ele pôde ser Presidente do Brasil.
REGRA Independentemente da nacionalidade dos pais (“ainda que de pais estrangeiros”), se uma criança nasce no território brasileiro, em sentido restrito ou por extensão, será brasileiro nato.
EXCEÇÃO Se um dos pais estiver a serviço de seu país de origem, não será brasileiro nato (art. 12, I, “a” da CF). 
Correção
“(...) desde que não estejam a serviço do seu país (...)” - pai e mãe devem ser estrangeiros e ambos devem estar a serviço do seu país (se um deles não estiver a serviço o filho será brasileiro).
Ambos os pais não podem estar a serviço de seu país.
Para não ser considerado brasileiro nato pai e mãe devem estar a serviço de seu país ou apenas acompanhando o cônjuge. 
Ex: embaixador sueco vem para o Brasil, conhece uma mulher e tem um filho aqui. A esposa não está a serviço de seu país, nem veio acompanhando o então marido. O filho terá dupla nacionalidade- sueca e brasileira.
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
Exemplo 01: um boliviano com sua esposa boliviana grávida vêm passar férias no Brasil. A criança nasce no Brasil. Qual é o critério utilizado? Território restrito. A criança será brasileira nata.
Exemplo 02: um boliviano a serviço da Argentina com sua esposa, na mesma situação acima, a criança será brasileira nata, eis que o pai está a serviço de outro país (Argentina).
Exemplo 03: no caso acima, estando em serviço de seu país, a criança não será brasileira.
Exemplo 04: um boliviano a serviço da ONU ou de outro organismo internacional, aplica-se a regra que ele indiretamente está a serviço de seu país de origem.
O critério da alínea “a” é do solo, cuja única exceção é se um dos pais estiver a serviço de seu país de origem.
O art. 12, I, “b” da CF fala dos “nascidos no estrangeiro” de pai brasileiro ou mãe brasileira (aqui se adotou o direito de sangue). 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos:
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
Mas neste caso adota-se, também, o critério funcional => “desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil”. 
OBS: Na ordem internacional, não interessa o tipo de Estado que é o Brasil. Só existe um único sujeito de Direito Internacional Público, que é a República Federativa do Brasil, não importando se os pais estão a serviço de qualquer uma das pessoas jurídicas com capacidade política (União, Estados, Municípios ou Distrito Federal). Inclui-se ai a Administração Pública direta e a indireta.
Exemplo 01: Delegado de Polícia Federal fazendo um curso nos EUA. Caso sua esposa brasileira tenha um filho, este será brasileiro nato (critério 01 => direito de sangue + critério 02 => funcional). 
Exemplo 02: Prefeito do Rio vai a Londres assinar um convênio para as Olimpíadas de 2016.
OBS: A CBF não está na estrutura da União, Estados membros e Municípios. Assim, se um jogador tem um filho enquanto está jogando a Copa da África do Sul, ele não estará “a serviço da República Federativa do Brasil” (o mesmo raciocínio se aplica aos atletas do COB). 
Exemplo 04: Organismos Internacionais (ONU, OEA, UNESCO, FAU e FMI) se um brasileiro está a serviço diretamente deles, está indiretamente a serviço da República Federativa do Brasil.
Pergunta Um brasileiro e uma brasileira vão a serviço da República Federativa do Brasil para a Itália, e lá adotam uma criança italiana, qual será a nacionalidade desta criança? Sobre o tema há duas posições: 
(1) Art. 227, § 6º da CF (neste primeiro momento, essa criança italiana adotada será um brasileiro nato). Por esse posicionamento, seria possível um “italiano” ser Presidente da República Federativa do Brasil.
Art. 227. § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
(2) Para o Professor Marcelo Novelino, essa criança italiana, mesmo depois da adoção, não será um brasileiro nato. Há um conflito entre princípios constitucionais (entre o art. 227, § 6º da CF e o art. 12, § 3º da CF), devendo o primeiro ser afastado em razão da segurança nacional e da soberania, que prevalecem em razão do direito individual (direito fundamental à nacionalidade). 
Art. 12. § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa 
O Professor do LFG Pedro Taques discorda desta posição. Para ele o caso seria de nacionalidade originária. Contudo, entende que essa criança não poderia exercer os cargos do art. 12, § 3º da CF.
Exemplo: Ronaldo jogava na Itália quando teve seu filho Ronald. A Itália adota o critério de sangue. E o Ronaldo não se encontrava a serviço da República Federativa do Brasil. Assim, quando a criança nasceu não tinha nacionalidade. O menino Ronald no momento de seu nascimento era um apátrida ou “heimatlos” (na Alemanha). 
2.5. CONFLITO NEGATIVO DE NACIONALIDADE
Trata-se do art. 12, I, “c” da CF, que já teve 03 redações: (1ª) 1998 a 1994 (EC nº 03/94 que excluiu a possibilidade de registro em repartição brasileira competente), (2ª) 1994 a 2007 (EC nº 54/07) e (3ª) 2007 em diante. 
Aqui o Brasil adota o direito de sangue. Assim, no caso do Ronald (filho do jogador de futebol Ronaldo) temos dois caminhos para registro da criança: 
(1) “desde que sejam registrados em repartição brasileira competente” (registro em repartição diplomática brasileira competente). 
(2) “venha a residir na República Federativa do Brasil e opte a qualquer tempo pela nacionalidade brasileira”. 
Há dois requisitos para essa segunda possibilidade => (2.1) “venha a residir na República Federativa do Brasil” e (2.2) “opte a qualquer tempo pela nacionalidade brasileira”.
Esta é a denominada “nacionalidade potestativa”. Ela depende da opção (não é automática). Até que exista essa opção temos um brasileiro nato, ou seja, até os 18 anos, quando esse brasileiro faz a opção, ele tem todos os direitos de um brasileiro nato.
4.3.2. Negativo (apátrida). Intolerável, especialmente diante do art. XV da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que assegura a toda pessoa o direito a uma nacionalidade, proibindo que seja arbitrariamente dela privado, ou impedida de mudá-la.
Nesse sentido é que se diz que as formas de aquisição da nacionalidade secundária dar-se-ão de acordo com a vontade, seja do próprio indivíduo, quando a requisitar, nos termos previstos (ex. art. 12, I, “e”), ou em decorrência da vontade do Estado, por meio de outorga ao nacional (seja espontaneamente, ou a pedido), como percebemos no art. 12, II, “b”.
OBS: HEIMATLOS é sinônimo de apátrida.
Ver convenção de xXXXXX
OBS I: O julgamento dessa opção pela nacionalidade é da competência da justiça federal, na forma do Art. 109, Xda CF, sendo um ato personalíssimo (só pode ser praticado por seu titular).
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
OBS II: A EC nº 54/07, inseriu o art. 95 no ADCT, que resolve a situação dos que nasceram no estrangeiro no período da promulgação da EC nº 03/94 até a EC nº 54/07 (regra de transição), que vedava o registro nas repartições brasileiras competentes.
Art. 95. Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil.
2.6. PERDA DA NACIONALIDADE
REGRA Todo brasileiro que adquire outra nacionalidade perderá a nacionalidade originária brasileira, na forma do art. 12, § 4º, II da CF.
Art. 12. § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
EXCEÇÃO 01 Polipátria ou Dupla Nacionalidade => Hipótese prevista no art. 12, § 4º, II, “a” da CF (“de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira”).
É o caso dos descendentes de italianos que recebem a nacionalidade italiana mesmo sendo brasileiros (aqui há um conflito positivo de nacionalidade). A pessoa adquire dupla nacionalidade (“polipátria” = mais de uma nacionalidade). 
Exemplo do jogador Roberto Carlos que recebeu a nacionalidade espanhola por trabalhar por 15 anos da Espanha (ele é espanhol nato - originário). Outra nacionalidade originária não perde a nacionalidade brasileira
EXCEÇÃO 02 Por imposição de naturalização por Estado estrangeiro => Hipótese prevista no art. 12, § 4º, II, “b” da CF. Aqui há um conflito positivo de nacionalidade, entre o cidadão ser brasileiro nato e estrangeiro naturalizado.
Pergunta Um brasileiro nato que perde a sua nacionalidade, passa a ser paraguaio naturalizado, pode voltar a ser brasileiro? Sobre o tema há duas posições: 
(1ª) Alexandre de Morais entende que essa pessoa só pode ser brasileiro naturalizado. 
(2ª) José Afonso da Silva entende que se era brasileiro nato, poderá voltar a ser brasileiro nato. Esta é a posição majoritária.
OBS: Estas situações de perda de nacionalidade estão estabelecidas na Lei nº 818/49.
PERDA DA NACIONALIDADE
As hipóteses de perda da nacionalidade estão taxativamente previstas na CF, nos incisos I e II do § 4.º do art. 12. Assim, os pressupostos para declaração da perda da nacionalidade são:
a) Cancelamento da naturalização (art. 12, § 4.º, I): o pressuposto para o cancelamento da naturalização está previsto na CF (atividade nociva ao interesse nacional). O instrumento também (sentença judicial transitada em julgado) e o procedimento nos arts. 24 a 34 da Lei 818/49 (instaurado o inquérito para apurar se houve prática de atividade nociva ao interesse nacional, após tomar vistas, o órgão do MPF poderá oferecer denúncia, instaurando o processo judicial de cancelamento). A decisão que concluir pelo cancelamento da naturalização terá efeitos ex nunc.
O processo de cancelamento da naturalização atingirá somente o brasileiro naturalizado, e não o nato.
b) Aquisição de outra nacionalidade (art. 12, § 4.º, II): aqui, o brasileiro nato ou naturalizado que, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade perderá a brasileira.
Ao contrário do procedimento anterior (que era judicial), a perda da nacionalidade por aquisição de outra se dará após procedimento administrativo no qual seja assegurada a ampla defesa, por decreto do Presidente da República (art. 23, Lei 818/49).
A ECR 3/94, estabeleceu duas hipóteses em que a aquisição de outra nacionalidade não implicará a perda da brasileira. São elas:
o reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: trata-se do reconhecimento da nacionalidade originária, ou seja, adquirida pelo nascimento;
imposição de naturalização pela norma estrangeira: o brasileiro residente em Estado estrangeiro e, como condição para sua permanência naquele país (por motivo de trabalho, exercício profissional), ou para o exercício de direitos civis (herança, por ex.), tiver, por imposição da norma estrangeira, que se naturalizar, não perderá a nacionalidade brasileira. 
2.7. REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA PERDIDA
Após o cancelamento da naturalização o interessado não poderá readquiri-la novamente, a não ser por meio de ação rescisória. Não será possível, assim, novo processo de naturalização, sob pena de contrariedade ao texto constitucional. 
Aquisição de outra nacionalidade: o art. 36, da Lei 818/49, prevê a possibilidade de reaquisição por decreto presidencial, se o ex-brasileiro estiver domiciliado no Brasil. Entendemos, contudo, que tal dispositivo só terá validade se a reaquisição não contrariar os dispositivos constitucionais e, ainda, se existirem elementos que atribuam nacionalidade ao interessado.
2.8. DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS NATOS E BRASILEIROS NATURALIZADOS
Aqui não se fala de estrangeiros (que são estudados no âmbito do Direito Internacional).
REGRA A Constituição Federal veda que a lei (norma infraconstitucional) traga diferenças entre brasileiros natos e brasileiros naturalizados (art. 12, § 2º da CF). A LOMAN não poderia vedar que brasileiros naturalizados façam concurso para a Magistratura.
Art. 12. § 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Apesar desta regra, a própria Constituição traz 5 exceções possíveis (estão na própria Constituição). 
EXCEÇÃO 01 Exercício de cargos (art. 12, § 3º da CF) => São cargos privativos de brasileiros natos, assim definidos em razão da segurança nacional e da defesa da soberania, eis que estão na linha sucessória do Presidente da República.
Art. 12. § 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa Art. 12
OBS: Brasileiro naturalizado pode ser senador ou deputado federal, só não pode ser presidente da Casa Legislativa (tal cargo encontra-se na linha sucessória do Presidente da República). 
No Supremo só podem brasileiros natos (pois todos os Ministros exercem a Presidência do Supremo). No STJ, podem brasileiros naturalizados (Ministro Félix Fischer que nasceu na Alemanha e se naturalizou brasileiro). 
Membros das carreiras diplomáticas podem ser naturalizados. 
Oficial das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) é de tenente “pra cima” (linha de comando). Polícia Militar pode ser comandada por brasileiro naturalizado (major, comandante, etc.). 
O Ministro de Estado e da Defesa é o único cargo de Ministro que a Constituição exige que seja de brasileiro nato (pois ele é quem detém o comando das forças armadas). 
EXCEÇÃO 02 Exercício de função (art. 89, VII da CF) => Conselho da República é um órgão de assessoramento do Presidente da República, e será composto por brasileiros natos (I a III). Os demais cargos podem ser compostos por brasileiros naturalizados (IV a VI). Além destes, por mais 06 cidadãos brasileiros natos (na forma do inciso VII).
Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, e dele participam: 
I - o

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