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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO II AULA 1 CRÉDITO TRIBUTÁRIO *Conceito de crédito tributário *Teorias sobre o nascimento *Lançamento tributário – conceito *Natureza jurídica do lançamento tributário *Princípios do lançamento tributário *Modalidades de lançamento tributário CONCEITO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO Análise do conceito *Direito que a Fazenda Pública tem de receber o pagamento da prestação objeto da obrigação tributária; *Obrigação tributária: revisão do conceito; *Crédito tributário x cobrança do crédito tributário. TEORIAS SOBRE O NASCIMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO TEORIA DUALISTA Fato Gerador *Obrigação Tributária *Nasce uma obrigação sem crédito Lançamento *Crédito tributário *Somente com a notificação do lançamento nasce o CT CDA *Inscrição na dívida ativa *Momento posterior, necessário à execução TEORIA MONISTA Fato Gerador *Obrigação Tributária *Nasce uma obrigação sem crédito Lançamento *Crédito tributário *Somente com a notificação do lançamento nasce o CT Vencimento *Crédito tributário exigível *A partir do vencimento o fisco pode cobrar o tributo CDA *Inscrição na dívida ativa *Dá executoriedade ao crédito tributário LANÇAMENTO Conceito *Compete privativamente à autoridade administrativa. *Constitui o crédito tributário. *Procedimento administrativo: verificar a ocorrência do fato gerador; determinar a matéria tributável; calcular o montante do tributo devido; identificar o sujeito passivo; impor a aplicação da penalidade. MODALIDADES *De ofício: a autoridade administrativa, de posse de todas as informações necessárias, realiza o lançamento sem qualquer participação do contribuinte. *Por declaração: o devedor informa à autoridade administrativa alguns elementos da obrigação tributária; a autoridade administrativa, com base nessas informações, realiza o lançamento e notifica o contribuinte para pagar. *Por homologação: o devedor informa à autoridade administrativa elementos da obrigação tributária, calcula o montante do tributo devido e antecipa o pagamento, o fisco apenas confere a legalidade da conduta. PRINCÍPIOS *Legalidade: a autoridade administrativa está vinculada à lei; *Inalterabilidade: estabelecidos os critérios para a realização do lançamento em face daquele contribuinte, não poderá a autoridade administrativa alterá-los naquele exercício; *Retrospectivo: o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador; *Irrevisibilidade: após a notificação do contribuinte, em regra, o lançamento não poderá ser revisto pela autoridade administrativa. Questões jurisprudenciais *Súmula 397 do STJ: O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. *Súmula 436 do STJ: A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. Súmula 446 do STJ: Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de de expedição de certidão negativa ou positiva com efeitos de negativa. SAIBA MAIS *Artigo: Implicações da Súmula 446 do Professor Kiyoshi Harada disponível em https://jus.com.br/artigos/16941/implicacoes-da-sumula-446-do-stj *Artigo: Erro de direito não permite a revisão de lançamento do IPTU do Professor Kiyoshi Harada disponível em http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12626. AULA 2 SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Temas/objetivos desta aula *Conceito de suspensão da exigibilidade do crédito tributário *Efeitos da suspensão da exigibilidade do crédito tributário *Causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário *A jurisprudência relativa às causas de suspensão do crédito tributário CONCEITO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO Análise do conceito *Suspensão do direito que a Fazenda Pública tem de exigir o pagamento do crédito tributário através de qualquer ato de cobrança; *É causa temporária; *Atinge a exigibilidade: produz efeitos a partir do vencimento; *Causas que ocorram antes do vencimento, em verdade, são causas de impedimento; *Atos de cobrança EFEITOS Atingem a exigência do crédito da seguinte maneira: Impede a prática de atos de cobrança, inclusive a execução fiscal; Suspende a prescrição; Não impede o lançamento; Não suspende a decadência; Impede a inscrição na dívida ativa; Certidões de regularidade fiscal; Não afasta o cumprimento das obrigações acessórias. MODALIDADES Moratória *Geral (concedida a todos os contribuinte) e individual (concedida a um contribuinte específico). *Heterônoma (concedida pela União aos tributos dos outros entes). *Direito adquirido e revogação. Prazo: Art. 54, Lei 9784/99 . O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. Depósito do montante integral *Conceito: entrega do montante devido sem que importe em pagamento; *Direito subjetivo: é um direito, não um dever do contribuinte SV 21 e 28; *Condições: integral e em dinheiro – Súmula 112 do STJ. Reclamação e recurso administrativo *Processo administrativo tributário; *Depósito recursal: é inconstitucional se previsto como condição; *Prescrição intercorretne: predomina que não há, pois não há prazo para duração do processo administrativo. *Remédio Constitucional; *Cabimento do preventivo: não impede o lançamento; *Efeitos da cassação da liminar: 1a. corrente – é como se jamais existisse; 2a. corrente – não se pode negar que ela existiu. Art. 63 §2º da Lei 9430/96: § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. *Não cabe para compensação. Liminar em outras ações *Inovação da LC 104/01 x poder geral de cautela; *Liminar, cautelar e antecipação de tutela: como ficou no atual Código de Processo Civil; *Momento para concessão: antes ou depois do lançamento. *Liminar que proíbe a autoridade de lançar: efeitos. Parcelamento *Diferença para moratória: alargamento fracionado do prazo para pagamento; *Juros e multa; *Recuperação judicial e parcelamento; *Extinção da punibilidade: somente depois que ocorre o pagamento da última parcela; *Direito ao parcelamento. SAIBA MAIS *Acórdão da ADI1976-7 que inspirou a SV 21 disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=456058; *Artigo: Tutela de evidência em mandado de segurança afeta Direito Tributário do Prof. Paulo Cesar Conrado disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-mai-25/paulo-conrado-tutela-evidencia-ms-afeta-direito-tributário. AULA 3 EXTINÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO Temas/objetivos desta aula CONCEITO DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CAUSAS DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ENFOQUE ESPECIAL SOBRE: COMPENSAÇÃO E RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS CONCEITO DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ANÁLISE DO CONCEITO *Qualquer ato ou fato que libere o sujeito passivo ou devedor da relação jurídico-tributária, da sujeição em que se encontra o poder jurídico do sujeito ativo ou credor da relação jurídico-tributária. *Natureza do rol do art. 156 do CTN *É exaustivo quanto às causas que exigem manifestação de vontade do titular e exemplificativo quanto às causas que independem desta vontade (morte do devedor insolvente e confusão). *Morte do infrator e a questão das multas (pessoalidade da pena). CAUSAS PAGAMENTO *Conceito: adimplemento, da forma como ela foi estabelecida originariamente; *Imposição de penalidades: podem ser exigidos cumulativamentepois são sancionatórios; *Prova: não há presunção relativa de pagamento; *Lugar: dívida portable: -Quase todas as leis dispõem em contrário: rede bancária (delegação da função de arrecadação). *Prazo: estabelecido na legislação, ou de 30 dias. *Pode ser fixado por decreto; *Pode ser antecipado com ou sem substituição tributária; *Desconto condicionado ao pagamento imediato é inconstitucional por forçar renúncia à defesa. *Juros de mora: compensatórios (a consulta como causa de suspensão dos juros): *Súmula 209 do TFR: “Nas execuções fiscais da Fazenda Nacional, é legítima a cobrança cumulativa de juros de mora e multa moratória”. *Forma: moeda corrente. *Imputação: não há escolha pelo devedor: Súmula 464 do STJ – "A regra de imputação de pagamentos estabelecida no art. 354 do Código Civil não se aplica às hipóteses de compensação tributária." OBS.: A RESTITUIÇÃO DO RECOLHIMENTO INDEVIDO OU A MAIOR *Conceito de indébito: enriquecimento do fisco + empobrecimento do sujeito passivo + ausência de causa legal; *Dispensa de prévio protesto e a falta de interesse de agir; *A restituição em tributos indireto e substituição tributária: *Súmula 546 do STF: “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão que o contribuinte de jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo”; *Contribuinte de fato X Contribuinte econômico; *A questão da concessionária (art. 9º §3º Lei 8987/95). *Prazo para repetição de indébito: *5 anos: termo inicial – a regra dos 5+5 e a LC 118/05; *2 anos: termo inicial – decisão administrativa que denegar o pedido de repetição de indébito. *Súmula 461 do STJ - "O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.” *Confissão de dívida não impede o pedido judicial de repetição de indébito. *Valor a ser ressarcido: simples, acrescido de atualização monetária e juros de mora. CAUSAS COMPENSAÇÃO *Conceito: encontro de contas entre credor e devedor, relação de reciprocidade; modalidade indireta de extinção do crédito tributário. *Requisitos: identidade subjetiva, créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos. *Retenção indevida ou a maior. *Exigência de autorização legal: não é autoaplicável. *Compensações constitucionais: *Art. 78 §2º ADCT *Art. 97 §10 II ADCT *Art. 100 §9º CR (inconstitucionalidade) COMPENSAÇÃO *Vedações: terceiros, controversos. *Compensação extintiva do crédito X Compensação própria da não cumulatividade de tributos. *Mandado de Segurança: *Súmula 213 do STJ: “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária.” *Súmula 460 do STJ: “É incabível mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada pelo contribuinte.” *Súmula 394 do STJ: É admissível, em embargos à execução fiscal, compensar valores de imposto de renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração anual. COMPENSAÇÃO *Mandado de Segurança *Súmula 212 do STJ: “A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória.” TRANSAÇÃO *Conceito: concessões mútuas; *Exige autorização legal; *Não se confunde com simples parcelamento de dívida, pois este não extingue o crédito. REMISSÃO *Conceito: perdão do tributo e de seus acréscimos legais, dispensa do pagamento do tributo; *Exigência de lei específica que autorize (art. 150 §6º CR/88); *Diferente de anistia: perdão da infração somente. CONVERSÃO DO DEPÓSITO EM RENDA *Conceito: resultado da decisão judicial ou administrativa favorável à Fazenda Pública que foi precedida de prévio depósito; *Prazo: se o depósito foi realizado no processo administrativo, a conversão dar-se-á em trinta dias após a notificação do devedor, desde que ele não recorra ao Poder Judiciário; se o depósito foi feito em processo judicial, só será convertido em renda após o trânsito em julgado da decisão favorável ao fisco. PAGAMENTO ANTECIPADO E A HOMOLOGAÇÃO DO LANÇAMENTO *Hipótese: lançamentos por homologação; *Pagamento antecipado equiparado à extinção para fins de contagem do prazo para repetição e compensação – LC 118/05; *Súmula 436 do STJ: "A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco”; *Súmula 463 do STJ – "Incide o imposto de renda sobre os valores percebíveis a título de indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo. CONSIGNAÇÃO DE PAGAMENTO *Conceito: consiste no depósito judicial ou administrativo do objeto da obrigação por parte do devedor. *Hipóteses: mora accipiendi ou conflito de competências tributárias. *Correção monetária: controvérsia sobre a natureza de obrigação acessória que legitima a consignação exclusiva do principal desacompanhado dela (Resp 261.995/PE); *Controvérsia sobre o cabimento de discussão sobre o montante devido; *Durante a tramitação: suspensão da exigibilidade do crédito tributário; *Procedência: extinção pela conversão do depósito; *Improcedência e extinção sem mérito: depende do conteúdo da decisão. DECISÃO ADMINISTRATIVA IRREFORMÁVEL *Conceito: refere-se à decisão favorável ao contribuinte, decisão que reconhece a inexistência de crédito, em processo absolutamente regular. *Ajuizamento de ação anulatória pelo Fisco: ofensa ao princípio da moralidade administrativa, falta de interesse de agir. DECISÃO JUDICIAL PASSADA EM JULGADO *Conceito: novamente cuida-se de decisão favorável ao contribuinte, extingue o crédito tributário a sentença de eficácia desconstitutiva. DAÇÃO EM PAGAMENTO EM BENS IMÓVEIS *Conceito: entrega de bem diverso daquele originariamente estabelecido entre as partes (dinheiro); *Exigência de lei autorizando; *Bens móveis: impedimento decorrente da exigência constitucional de licitação para aquisição de mercadorias pela Administração Pública; *Títulos da dívida pública: compensação e não dação em pagamento. SAIBA MAIS *Leia o julgado que trata do prazo para a repetição de indébito tributário de tributo sujeito a lançamento por homologação https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1154069&num_registro=200900107806&data=20120626&formato=PDF *Verifique as Orientações gerais da Receita Federal do Brasil sobre a compensação http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/restituicao-ressarcimento-reembolso-e-compensacao/compensacao/informacoes-gerais AULA 4 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO *Distinção entre decadência e prescrição *Características e peculiaridades *Modalidades de prescrição tributária *Principais questões controvertidas RAZÃO DE DIREITO *Segurança jurídica, paz social, estabilidade das relações jurídicas; *Distinção entre decadência, prescrição e imprescritibilidade: *Direito subjetivo X Direito potestativo X Ações de Estado DECADÊNCIA CONCEITO *Perda do direito de lançar *Lançamento como poder-dever X direito potestativo; *Antes do lançamento somente ocorre da decadência. *Súmula 153 do TFR: “Constituído, no quinquênio, através do auto de infração ou notificação de lançamento, o crédito tributário, não há que se falar em decadência fluindo, a partir daí, em princípio, o prazo prescricionalque, todavia, fica em suspenso, até que sejam decididos os recursos administrativos”. EXIGÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR *Súmula Vinculante 8: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 50 do Decreto-Lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei n. 8212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. REGRAS ESPECÍFICAS *Termo inicial: *art. 173, I, do CTN: devemos identificar quando o lançamento já poderia ser realizado, e começar a contagem a partir do primeiro dia do exercício seguinte (e não desde a ocorrência do fato gerador). *Pela contagem a partir do fato gerador, juntamos trecho de julgado do STJ. “PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO (ART. 174 DO CTN). 1. Em Direito Tributário, o prazo decadencial, que não se sujeita a suspensões ou interrupções, tem início na data do fato gerador, devendo o Fisco efetuar o lançamento no prazo de cinco anos a partir desta data. (Resp 332.366/MG, 2ª T., rel. Min. Eliana Calmon, j. 19/02/2002). *Veremos, a seguir, vários exemplos com a contagem pelo texto do CTN! CONTAGEM NO LANÇAMENTO DE OFÍCIO – EX. IPTU *Análise de caso concreto: *Exemplo: último Fato Gerador ocorrido (01/01 deste ano). *Termo inicial: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento pode ser efetuado. Como ele já pode ser efetuado no primeiro dia útil seguinte, o exercício seguinte é o ano seguinte ao do fato gerador = (01/01 do ano que vem). *Termo final: após cinco anos desta última data. *Resultado: extinção pela decadência – art. 156 V 2ª parte CTN. CONTAGEM NO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: EX. IRPF *Se o contribuinte declara e paga. *Análise de caso concreto: *Exemplo: último ano civil (01/01 a 31/12 do ano passado). *Termo inicial: Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento pode ser efetuado. Neste caso, o fisco deve esperar para que o contribuinte faça a sua declaração e pague (ou inicie o pagamento parcelado) até o último dia útil de abril, e somente a partir do primeiro dia útil de maio, do corrente ano, poderá lançar. *Entretanto, uma vez que ele declara e paga, o prazo será de cinco anos para homologação do lançamento, que se conta, nos termos do art. 150 §4º do CTN da ocorrência do fato gerador. *Resultado: extinção pelo art. 156 VII do CTN (crédito satisfeito). CONTAGEM NO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: EX. IRPF *Se o contribuinte não declarar nem pagar. *Análise de caso concreto: *Exemplo: último ano civil (01/01 a 31/12 do ano passado). *Termo inicial: Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento pode ser efetuado. Neste caso, o fisco deve esperar para que o contribuinte faça a sua declaração e pague (ou inicie o pagamento parcelado) até o último dia útil de abril, e somente a partir do primeiro dia útil de maio, do corrente ano, poderá ele lançar. Assim, o termo inicial será o dia 01/01 do ano que vem. *Termo final: após cinco anos desta última data. *Resultado: extinção pela decadência – art. 156 V 2ª parte CTN. CONTAGEM NO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: EX. IRPF *Se o contribuinte não declarar nem pagar – Posição curiosa do STJ 5+5 *Análise de caso concreto: *Exemplo: último ano civil (01/01 a 31/12 do ano passado). *Cumulação os prazos dos arts. 150 §4º e 173 I do CTN: o termo inicial do prazo decadencial é o termo final do prazo que a Fazenda teria para homologar se o contribuinte houvesse declarado. O raciocínio decorre do fato de que se não houve declaração e pagamento, não haveria homologação tácita. *Termo final: após cinco anos desta última data. *Resultado: extinção pela decadência – art. 156 V 2ª parte CTN. REGRAS ESPECÍFICAS *Interrupção: *Art. 173, II do CTN é uma verdadeira causa de interrupção, pois faz começar-se a contar de novo o prazo de decadência. *Decisão pode ser administrativa ou judicial. *Vício formal: inerente ao procedimento do lançamento. PRESCRIÇÃO REGRAS ESPECÍFICAS *CONCEITO: é a perda do direito de fiscalizar e cobrar o crédito tributário, ou seja, promover a execução fiscal. *Prescrição e solidariedade. *Extingue o próprio crédito. Dá ensejo à repetição o pagamento de débito prescrito. *Termo inicial: a partir da data da constituição definitiva do crédito. *1ª corrente: lançamento; *2ª corrente: lançamento que não pode mais ser reformado na via administrativa; *3ª corrente: lançamento que não pode mais ser reformado, nem na via judicial; *4ª corrente: inscrição na dívida ativa. REGRAS ESPECÍFICAS *Impedimento: não se pode começar a contar o prazo de prescrição (são as mesmas causas de suspensão que ocorrem antes do início do prazo de contagem). *Suspensão: as causas de suspensão da exigibilidade suspendem a prescrição. *Art. 2, §3º, da LEF: como se trata de lei ordinária, não pode tratar de matéria reservada à Lei Complementar. Logo não se aplica ao crédito tributário. *Art. 40 da LEF: trata, na realidade, de regulamentar o art. 174, parágrafo único, I, do CTN. *Súmula 436 do STJ: “A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco”. *O termo inicial será o vencimento para o pagamento do tributo declarado. INTERRUPÇÃO – ART. 174, PARÁGRAFO ÚNICO DO CTN *Despacho do juiz que ordenar a citação: *Súmula 106 do STJ: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.” *Protesto judicial. *Qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor. *Ato inequívoco que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. *Súmula 248 do STJ: “O prazo da prescrição interrompido pela confissão e parcelamento da dívida fiscal recomeça a fluir no dia que o devedor deixa de cumprir o acordo celebrado”. INTERCORRENTE: ART. 40 LEF *Suspensão da execução diante da hipótese em que não se encontra nem o devedor nem seus bens. *Abre-se vista à Fazenda Pública por um ano. *Após este prazo, deve o juiz ordenar o arquivamento. *Súmula 314 do STJ: “Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, finco o qual inicia-se o prazo de prescrição quinquenal intercorrente.” *Encontrados o devedor ou os bens, a execução seguirá. *Caso contrário, após cinco anos, ocorrerá a prescrição, que o juiz poderá reconhecer de ofício após ouvida a Fazenda, nos casos em que não há dispensa de executar. SAIBA MAIS - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO *Leia a monografia “Decadência e Prescrição do Crédito Tributário” de autoria de Nelson Mallmann. Disponível em: http://www.esaf.fazenda.gov.br/assuntos/biblioteca/arquivos_monografias/arquivo.2013-04-17.2067487320 *Leia o artigo clássico “Critério científico para distinguir a prescrição da decadência e para identificar as ações imprescritíveis”de Agnelo Amorim Filho. Disponível em: http://www.direitocontemporaneo.com/wp-content/uploads/2014/02/prescricao-agnelo1.pdf *Assista ao vídeo sobre decadência e prescrição do Saber Direito. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LI1hf1OtaGI AULA 5 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONCEITO E CRÍTICAS *São normas desonerativas de deveres patrimoniais do sujeito passivo. *Não há conceito uniforme, já que as hipóteses não possuem nenhuma identidade. *Podemos estar diante de algo cuja previsão antecede ou não a situação sobre a qual deverá incidir; *Podemos estar diante de algo que atinge o tributo ou a infração; *Podemos estar diante de algo que dispensa o pagamento ou que não permite o nascimento do crédito tributário. REGRAS COMUNS *Reserva legal: art. 150 §6º CR/88 e art. 97 VI do CTN; *Interpretam-se literalmente: art. 111 I do CTN; *Não dispensam as obrigações acessórias: art 175 parágrafo único do CTN; *A lei que as institui pode ser anulada: art.s 179 §2º e 182 parágrafo únco do CTN. ISENÇÃO CONCEITO *Doutrina:hipótese de não incidência legalmente qualificada; *Jurisprudência: dispensa legal do pagamento do tributo. INSTITUTOS AFINS *Não incidência pura e simples: hipótese em que o tributo não incide, já que não há lei tipificando aquele fato como gerador do tributo; *Imunidade: hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada; *Alíquota-zero: o tributo incide, mas o elemento quantitativo é reduzido a zero; *Remissão: perdão do tributo já devido. CLASSIFICAÇÕES *Por prazo certo (a lei estabelece o prazo de duração do benefício) ou indeterminado (a isenção dura até que lei posterior a revogue); *Gratuita (o contribuinte não precisa realizar nada para ter direito a ela) ou onerosa (o contribuinte precisa praticar determinada conduta para ter direito a ela); *Subjetiva (concedida em virtude de características do contribuinte) ou objetiva (concedida em virtude de características do fato gerador); *Automática (o seu exercício não exige procedimento administrativo) ou condicionada a despacho da autoridade administrativa (depende de prévio reconhecimento da autoridade administrativa. REVOGAÇÃO *A isenção pode ser revogada a qualquer momento, contudo, se se tratar de isenção condicionada e por prazo certo, a revogação não poderá alcançar aqueles contribuintes que já adquiriram o direito a elas, cumprindo com as condições; *Princípio da anterioridade na revogação da isenção: instituição ou majoração de tributo? *Súmula 615 do STF: “O princípio constitucional da anualidade não se aplica 1ª revogação de isenção do ICM”. ANISTIA CONCEITO *Perdão da infração já cometida; *Posição doutrinária quanto ao momento (Luciano Amaro): após a prática da infração mas antes do lançamento, pois a partir deste seria o caso de remissão. INSTITUTOS AFINS *Remissão: perdão do tributo devido; *Revogação de sanção: ato normativo que deixa de considerar a conduta como infração à legislação tributária (visa situações futuras, mas alcança situações pretéritas, pela aplicação retroativa da lei penal mais benéfica). CLASSIFICAÇÃO *Geral: concedida em relação a todos os tributos e contribuintes; *Limitada: somente em relação a alguns tributos, ou região do território do ente tributante; *Condicionada: somente terá direito a ela aquele contribuinte que cumprir com condição expressamente determinada (normalmente envolve o pagamento do tributo). SAIBA MAIS Subtítulo Assistir ao vídeo do Canal Saber Direito no YouTube sobre o tema da aula, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Jgu7lb0Jcfw; Ler o artigo do autor Daniel Ferreira Lima sobre “Isenção tributária: a interpretação das isenções subjetivas e o princípio da dignidade da pessoa humana”, disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11524; Ler o artigo do autor Elcio Reis sobre “Anistia e Remissão no Processo Falimentar”, disponível em: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista5/5rev10.htm.
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