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Aplicação de Lajes Steel Deck em Edifícios

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Universidade Federal do Rio de Janeiro 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DE LAJES STEEL DECK 
EM EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS ANDARES 
 
 
 
 
 
 
Stela Regina Magaldi Guimarães 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2016 
i 
 
 
 
 
 
APLICAÇÃO DE LAJES STEEL DECK 
EM EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS ANDARES 
 
 
Stela Regina Magaldi Guimarães 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao Curso 
de Engenharia Civil da Escola Politécnica da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 
como parte dos requisitos necessários à 
obtenção do Título de Engenheira Civil. 
 
Orientadora: Profª. Elaine Garrido Vazquez 
 
 
 Rio de Janeiro 
Setembro de 2016
 
 
APLICAÇÃO DE LAJES STEEL DECK EM EDIFÍCIOS DE MÚLTIPLOS 
ANDARES 
 
 
Stela Regina Magaldi Guimarães 
 
 
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO 
DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS 
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA CIVIL. 
 
Examinada por: 
 
 
 
Profª. Elaine Garrido Vazquez, D.Sc. - Orientadora 
 
 
 
 
 
Prof. Eduardo Linhares Qualharini, D.Sc. 
 
 
 
 
 
Prof. Leandro Torres di Gregório, D.Sc. 
 
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL 
SETEMBRO de 2016
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Guimarães, Stela Regina Magaldi 
 
Aplicação de lajes steel deck em edifícios de 
múltiplos andares / Stela Regina Magaldi Guimarães. 
– Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2016. 
XV, 70 p.: il.; 29,7 cm. 
 
Orientadora: Elaine Garrido Vazquez 
 
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola 
Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2016. 
Referências Bibliográficas: p 67-70. 
 
1. Introdução. 2. Metodologia de execução de lajes 
em estruturas metálicas mistas. 3. Aplicação 
prática 4. Comparativo: lajes em concreto armado 
versus lajes steel deck. 5. Considerações Finais 
I. Elaine Garrido Vazquez II. Universidade Federal 
do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de 
Engenharia Civil. III. Engenheiro Civil 
iv 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, por tornar tudo isso possível. 
 
Aos meus pais, Ana Magaldi e Ramiro Guimarães, por investirem tudo que puderam, sem 
limites de esforço, na minha formação pessoal e profissional. 
 
À minha família que me apoia em todos os momentos, sempre com muito amor e bom 
humor, no ambiente mais feliz que se pode ter. 
 
À minha orientadora, Elaine Garrido Vazquez, por sempre ter dado todo suporte e apoio 
que solicitei durante a graduação, por todo seu esforço e dedicação investidos na 
formação dos futuros engenheiros da UFRJ. E aos professores que participaram da minha 
banca examinadora, Leandro Torres di Gregório e Eduardo Linhares Qualharini, por 
terem dedicado seu tempo a contribuir para este trabalho. 
 
Aos amigos da UFRJ, especialmente Bruno Polo, Dalvania Muniz, Daniel Chueke, 
Eduardo Netto, Izabela Nascimento, Raquel Lucero, Plinio Marques, Thiago Veloso, 
Victor Castanheira e Victor Lima, pela companhia, os estudos em grupo, os almoços que 
davam uma renovada nas energias, as madrugadas nas vésperas de provas, os momentos 
de desespero em conjunto, as risadas, pela parceria! 
 
Aos amigos da Odebrecht, especialmente Amanda Cunha, Daniel Ramos, Eduardo 
Cantarelli, Juliana Maximiana, Marcus Gazani, Rafael Carias e Tayane Crispim, pela boa 
companhia diária e a contribuição no meu amadurecimento profissional. 
 
A Jean Bettega pelo apoio para manter as forças no final do curso, pela companhia, 
mesmo que virtual, madrugadas a dentro e noites sem dormir, por ter me ajudado da 
maneira que podia. 
 
 
 
v 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica / UFRJ como parte dos 
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil 
 
Aplicação de lajes steel deck em edifícios de múltiplos andares 
 
Stela Regina Magaldi Guimarães 
 
Setembro/2016 
Orientadora: Elaine Garrido Vazquez 
 
Curso: Engenharia Civil 
 
O setor da construção civil é frequentemente criticado por atrasos, baixa produtividade e 
elevados desperdícios. As obras no âmbito nacional se tornaram, nos últimos anos, cada 
vez mais arrojadas e com prazos mais desafiadores. Este cenário favoreceu o 
investimento em tecnologias mais produtivas e inovadoras, se destacando a utilização de 
estruturas metálicas mistas. 
Este trabalho tem como objeto a análise da metodologia construtiva de lajes com forma 
colaborante em estruturas metálicas mistas, também denominadas steel deck, e sua 
comparação com lajes convencionais em concreto armado em edificações de múltiplos 
pavimentos. 
Para realizar esta análise foram realizadas pesquisas a livros técnicos, artigos científicos, 
teses de mestrado e doutorado, normas técnicas, e consultas a profissionais 
especializados na área. 
Foi concluído através deste trabalho, e da análise do exemplo de aplicação, um resultado 
positivo a favor da utilização desta metodologia em edifícios de pavimentos múltiplos 
no que tange a ganho de prazo, aliado a facilidade de execução da metodologia. 
 
 
Palavras-chave: lajes convencionais, lajes mistas, steel deck, edificações de 
múltiplos pavimentos.
vi 
 
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment 
of the requirements for the degree of Engineer 
 
Application of steel deck slabs in multistory buildings 
 
Stela Regina Magaldi Guimarães 
September/2016 
 
Advisor: Elaine Garrido Vazquez 
 
Course: Civil Engineering 
 
The construction industry is often criticized for delays, low productivity and high waste of 
materials and workmanship. The construction works at the national level have become, in 
recent years, increasingly bolder and with more challenging deadlines. This scenario 
favored the investments in more productive and innovative technologies, highlighting the 
use of composite structures. 
This paper consists of the analysis of constructive methodology of composite slabs with 
steel deck, and its comparison with conventional slabs of reinforced concrete. 
To perform this analysis it were made searches on technical books, master's and doctoral 
theses, technical manuals, and views of experts in the area. 
It was concluded through this work, and the analysis of the applied case, a positive result 
for the use of this methodology on multiple floors buildings in terms of meeting deadlines, 
combined with the ease of implementation of the methodology. 
 
Keywords: tradicional slabs, composite slabs, steel deck, multiple floor buildings 
 
 
vii 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1 
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 1 
1.2. OBJETIVO .................................................................................................................... 6 
1.3. JUSTIFICATIVA............................................................................................................. 7 
1.4. METODOLOGIA DA PESQUISA ...................................................................................... 8 
1.5. SÍNTESE DOS CAPÍTULOS ............................................................................................. 8 
2. METODOLOGIA DE EXECUÇÃO DE LAJES EM ESTRUTURAS 
METÁLICAS MISTAS ...........................................................................................................10 
2.1. LAJES EM CONCRETO ARMADO .................................................................................. 11 
2.1.1. Histórico ............................................................................................................... 11 
2.1.2. Normas técnicas ................................................................................................... 12 
2.1.3. Elementos do Sistema .......................................................................................... 13 
2.1.3.1. Forma ........................................................................................................... 13 
2.1.3.2. Armadura ...................................................................................................... 15 
2.1.3.3. Concreto ....................................................................................................... 16 
2.1.4. Metodologia Construtiva ...................................................................................... 18 
2.1.4.1. Forma ........................................................................................................... 18 
2.1.4.2. Armação ....................................................................................................... 20 
2.1.4.3. Concreto ....................................................................................................... 22 
2.1.5. Vantagens e desvantagens do sistema .................................................................. 25 
2.2. ESTRUTURA METÁLICA MISTA COM LAJES EM STEEL DECK ........................................ 27 
2.2.1. Histórico ............................................................................................................... 27 
2.2.2. Normas técnicas ................................................................................................... 28 
2.2.3. Elementos do sistema ........................................................................................... 29 
2.2.3.1. Forma - Steel Deck ....................................................................................... 31 
2.2.3.2. Armadura ...................................................................................................... 32 
2.2.3.3. Concreto ....................................................................................................... 34 
2.2.4. Metodologia construtiva ....................................................................................... 34 
2.2.4.1. Transporte ..................................................................................................... 35 
2.2.4.2. Alinhamento ................................................................................................. 35 
2.2.4.3. Forração da laje ............................................................................................ 36 
viii 
 
2.2.5. Montagem do steel deck ....................................................................................... 36 
2.2.5.1. Forma ........................................................................................................... 37 
2.2.5.2. Armação ....................................................................................................... 41 
2.2.5.3. Concretagem ................................................................................................. 43 
2.2.6. Vantagens e desvantagens do sistema .................................................................. 44 
3. APLICAÇÃO PRÁTICA ................................................................................................. 46 
3.1. APRESENTAÇÃO DO OBJETO EM ESTUDO.................................................................... 46 
3.1.1. Características do empreendimento ..................................................................... 46 
3.1.2. Particularidades do projeto ................................................................................... 47 
3.2. MONTAGEM PREPARATÓRIA PARA O STEEL DECK ...................................................... 47 
3.3. MONTAGEM DO STEEL DECK ...................................................................................... 50 
3.4. ANCORAGEM DAS LAJES ............................................................................................ 55 
3.4.1. Ligação pelo esqueleto estrutural ......................................................................... 55 
3.4.2. Ligação pela laje ................................................................................................... 57 
4. COMPARATIVO: LAJES EM CONCRETO ARMADO VERSUS LAJES 
STEEL DECK ........................................................................................................................... 61 
4.1. CONSIDERAÇÕES SOBRE CUSTO, PRAZO E QUALIDADE ............................................... 62 
4.1.1. Custo ..................................................................................................................... 62 
4.1.2. Prazo ..................................................................................................................... 63 
4.1.3. Qualidade ............................................................................................................. 64 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 65 
5.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................................... 66 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 67 
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS ........................................................................................... 69 
1. Introdução 
1.1. Contextualização do tema 
A estrutura de uma edificação é a parte, ou conjunto das partes da construção, 
destinadas a resistir a cargas (DIAS, 1998). 
As peças estruturais devem resistir aos esforços incidentes e transmiti-los aos demais 
elementos portantes da construção, através dos vínculos formadores do sistema estrutural, e 
conduzi-los ao solo. 
Usualmente, no Brasil, as estruturas de edificações são executadas em concreto armado, 
um processo construtivo inventado na Europa em meados do século XIX. Ele consiste na 
combinação do concreto (uma pasta feita de agregados miúdos e graúdos, cimento, areia e 
água, conhecida desde a Antigüidade) com uma armadura de aço (SANTOS, 2006). 
De acordo com Goretti (2013), atribui-se a descoberta do concreto armado a Joseph-
Louis Lambot, um agricultor francês, que em 1849 realizou a construção da primeira estrutura 
de concreto armado: um barco. Observa-se, no entanto, que na verdade o barco foi construído 
utilizando argamassa armada. 
O projeto não teve grande repercussão, mas chamou a atenção de Joseph Monier, que 
vislumbrou a possibilidade de substituir os vasos de plantas ornamentais que até então 
produzia em madeira ou cerâmica, iniciou a produção de vários artefatos e estruturas de 
concreto armado, registrando várias patentes de cimento armados com ferro: de vasos de 
cimento para horticultura e jardinagem (1867), de tubos e tanques (1868), de painéis 
decorativos para fachadas de edifícios (1869), de reservatórios de água (1872), de construção 
de pontes e passarelas (1873 e 1875) e de vigas de concreto armado (1878). A primeira ponte 
de concreto armado, existente até a atualidade, foi construída por Monier em 1875, no castelo 
Chazelet (Goretti, 2013). 
Posteriormente, as patentes de Monier foram compradas por Gustav Adolf Wayss, um 
engenheiro alemão que começou a desenvolvê-las e conduzir pesquisas para utilizar o 
concreto armado como material de construção em sua empresa. 
2 
 
A grande contribuição de Monier foi, mesmo que de forma empírica e intuitiva, avaliar 
as característicasdos materiais para combiná-los de forma adequada. Monier percebeu que o 
concreto era facilmente obtido e moldado e tinha considerável resistência à compressão e ao 
esmagamento, porém apresentava deficiências em relação ao cisalhamento e à tração. Por 
outro lado o aço era extremamente resistente à tração e era facilmente encontrado em formas 
simples como barras longas. 
Em 1902 foi erguido, com 64 metros, o primeiro prédio comercial de grande altura, o 
Ingalls Building (figura 1), Ohio, Estados Unidos (Goretti, 2013). Inicialmente houve muita 
polêmica envolvendo comentários de que o edifício poderia não resistir às ações do vento e à 
retração do concreto, mas o material ganhou confiabilidade e hoje é o material construtivo 
mais utilizado no mundo (IBRACON, 2009). 
 
Figura 1: Ingalls Buidilng, Cincinnati, Ohio, Estados Unidos 
Fonte: concretecontractor.com, 2016 
Com o avanço tecnológico novas alternativas ao sistema de lajes maciças em concreto 
armado surgiram, tais como: lajes nervuradas, pré-moldadas, protendidas, metálicas e mistas. 
O uso da estrutura metálica é relativamente novo para os brasileiros, mas já tem sido 
amplamente utilizado na Europa e Estados Unidos. 
3 
 
A princípio, o emprego do ferro na Construção Civil esteve restrito a pontes, sendo a 
Ponte Ironbridge sobre o Rio Severn em Coalbrookdale na Inglaterra, a primeira obra 
importante. Projetada por Abraham Darby, em 1779, foi executada com arcos de ferro 
fundido, vencendo um vão de 30m (FREIRE, 2016). 
 
Figura 2: Ironbridge, Coalbrookdale, Inglaterra 
Fonte: educacional.com.br, 2016 
O ferro foi amplamente utilizado na construção de pontes até meados do século XIX, no 
entanto, os projetos de estruturas mais arrojadas e alguns acidentes ocorridos com pontes, 
evidenciaram a necessidade de utilizar um material estrutural com melhores características, 
voltando-se a atenção para o aço, este formado a partir de ferro e carbono. 
Inicialmente, as pontes metálicas eram construídas com ferro fundido, depois com aço 
forjado e posteriormente com aço laminado. A primeira ponte construída em aço foi a Ponte 
de Eads, em 1875, nos Estados Unidos, sobre o Rio Mississipi e contendo um vão central de 
158m (CEAM-UFMG, 2016). 
Ainda na segunda metade do século XIX começam a surgir os edifícios de múltiplos 
andares em estrutura metálica. Em 1885 é terminada a construção do edifício Home Insurance 
Building, em Chicago, primeiro edifício em estrutura de aço do mundo, com 10 pavimentos 
(FREIRE, 2016). 
4 
 
 
Figura 3: Home Insurance Building, Chicago, Estados Unidos 
Fonte: en.wikipedia.org, 2016 
Muitas construções verticais arrojadas mundialmente conhecidas foram concebidas 
através de estrutura metálica, como a Torre Eiffel (1889) em Paris com 312m de altura, o 
Empire State Building (1931) em Nova York com 381m de altura e Sears Towers (1974) em 
Chicago com 443m de altura (CEAM-UFMG, 2016). 
Vale ainda ressaltar que a ponte Presidente Costa e Silva, também conhecida como 
Ponte Rio-Niterói, concluída em 1974, que foi recorde como detentora do maior vão em viga 
reta de alma cheia do mundo, foi construída com tabuleiros de concreto de 50m, exceto nos 
vãos centrais de 200m e 300m, que são em estrutura metálica. 
 
Figura 4: Ponte Presidente Costa e Silva, Rio de Janeiro - Niterói, Brasil 
Fonte: pt.wikipedia.org, 2016 
5 
 
No Brasil, as construções em estruturas metálicas são mais recentes, o aço começou a 
ser utilizado no final do século XIX e início do século XX. 
A partir do início da operação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) - primeira 
siderúrgica integrada instalada no Brasil - que o aço importado passou a ser substituído pelo 
de fabricação nacional, tendo o setor industrial como destino prioritário e impulsionado pela 
política de crescimento do setor automotivo no país. Assim, a construção civil se desenvolveu 
privilegiando o uso do concreto e da alvenaria. Esta metodologia se manteve fixa até 2004, 
quando o setor da construção civil no Brasil ainda obtinha baixas taxas de crescimento com 
média anual de 0,5%, de acordo com dados do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em 
Aço). 
Inicialmente no Brasil as construções metálicas utilizaram peças importadas da Europa, 
em 1950 a recém criada Companhia Siderúrgica Nacional montou sua fábrica de estruturas 
metálicas, apostando no potencial do produto no mercado de construção civil brasileiro 
(FARIA, 2008). 
A figura 5 a seguir ilustra o edifício Garagem América, primeiro edifício de multiplos 
pavimentos construído em estruturas metálicas totalmente projetado, fabricado, montado e 
comercializado por brasileiros, em São Paulo (ANDRADE, 2016). 
 
Figura 5: Edifício Garagem América, São Paulo 
Fonte: Revista Téchne, Editora Pini, 2016 
6 
 
A preparação para receber grandes eventos como os Jogos Pan-Americanos de 2007, a 
Jornada Mundial da Juventude de 2013, a Copa do Mundo da FIFA de 2014 e os Jogos 
Olímpicos - Rio 2016, demandando obras maiores, a serem executadas com maior rapidez e 
melhor qualidade, levando a construção civil a tomar um novo ritmo de crescimento, 
acarretando em grandes alterações qualitativas. 
O bom desempenho da economia nacional na primeira década do século XXI e a busca 
por ganhos de produtividade para vencer os desafios dos grandes eventos, alinharam a 
necessidade de desenvolvimento do setor da construção civil à janela de oportunidade aberta 
pelo crescimento econômico, fazendo com que as construções em estrutura metálica se 
destacassem por seus ganhos em produtividade e se fortalecessem no cenário nacional. 
O desenvolvimento dos diversos sistemas estruturais e construtivos fez surgir, entre 
outros, os sistemas formados por elementos mistos aço-concreto, cuja combinação de perfis 
de aço e concreto visa aproveitar as vantagens de cada material, tanto em termos estruturais 
como construtivos. 
Segundo Vasconcellos (2006), nas construções mistas, o concreto foi inicialmente 
usado, no início do século, como material de revestimento, protegendo os perfis de aço contra 
o fogo e a corrosão e embora o concreto pudesse ter alguma participação em termos 
estruturais, sua contribuição na resistência era desprezada. Hoje, vigas, colunas e lajes mistas 
são intensamente usadas em edifícios multiandares no exterior e estão evoluindo no Brasil. 
 
1.2. Objetivo 
Neste trabalho será explorado o sistema construtivo de lajes em estrutura metálica mista 
com forma colaborante, abordando conceitos básicos, elementos estruturais e a metodologia 
de execução. Será dada ênfase na metodologia de execução de pavimentos em lajes mistas 
com steel deck. 
O objetivo deste trabalho é apurar o uso da forma colaborante em estruturas metálicas 
mistas e colaborar com o avanço desta metodologia construtiva no Brasil, através da difusão 
do conhecimento. 
7 
 
1.3. Justificativa 
A estrutura metálica é altamente vantajosa para a indústria da construção civil, 
destacando-se principalmente pela significativa redução no prazo de execução da obra, a 
racionalização da mão de obra direta e a facilidade de execução. No entanto, alguns fatores 
como o alto custo inicial e a baixa familiaridade com a prática ainda trazem insegurança no 
momento da opção estrutural do empreendimento. A análise da metodologia construtiva busca 
evidenciar as vantagens da utilização deste método e difundir o conhecimento sobre este. 
Além dos fatores citados, é importante destacar que por oferecer maior liberdade ao 
projeto arquitetônico, devido à elementos estruturais mais esbeltos, a estrutura metálica mista 
favorece o aumento da área útil chegando a um melhor aproveitamento do espaço interno,este tão solicitado nas construções contemporâneas. 
A concepção da edificação em estrutura metálica ocorre em duas fases principais: a 
fabricação e a montagem no canteiro de obras. Geralmente, a fabricação das peças da 
superestrutura ocorre simultânea à execução das fundações do empreendimento. As peças 
estruturais chegam ao canteiro de obras apenas para a montagem, adicionalmente esta 
metodologia construtiva permite atuação em múltiplas frentes de serviço simultaneamente. 
Estes fatores são responsáveis pela rápida execução da estrutura da obra, além da grande 
facilidade na montagem desta. 
Além disso, certos elementos da estrutura metálica possuem intrinsecamente 
características que dispensam fases da construção de elementos em concreto armado, 
especialmente formas em steel deck. Estas funcionam tanto como formas, como armadura 
positiva para as lajes, além de não necessitarem de escoramentos para vãos até 4 metros, desta 
forma, permite um ciclo de execução de pavimentos significativamente menor que o da 
estrutura convencional. Adicionalmente, a redução do uso de formas acarreta a redução do 
uso de materiais e da geração de resíduos, um dos grandes problemas da construção civil. 
 
 
 
8 
 
1.4. Metodologia da pesquisa 
O desenvolvimento deste trabalho consiste em análise comparativa, abordando a 
metodologia construtiva estrutural com enfoque no subsistema de lajes em duas técnicas: 
concreto armado e laje mista. O estudo foi alicerçado em pesquisas a livros técnicos, artigos 
científicos, teses de mestrado e doutorado, normas técnicas, revistas eletrônicas, fóruns online 
da indústria, manuais técnicos de empresas especializadas na área e em consultas a 
profissionais com experiência na aplicação da técnica abordada. 
Este trabalho foi desenvolvido sob a supervisão da orientadora acadêmica, baseado nas 
pesquisas à bibliografia e através do acompanhamento da execução da estrutura metálica 
mista do empreendimento analisado no estudo de caso. 
A metodologia será ilustrada através da obra do hotel Holiday Inn Porto Maravilha, na 
região portuária do Rio de Janeiro. A obra é de incorporação e construção da construtora 
Odebrecht Realizações Imobiliárias, e será detalhada no capítulo 3 deste trabalho, como 
exemplo de aplicação do método construtivo. A obra do Holiday Inn foi acompanhada 
diariamente durante 14 meses pela autora deste trabalho, com observação participante, tendo 
feito parte da equipe de produção do empreendimento, acompanhando toda a execução da 
estrutura em campo. Para a compilação dos dados foram utilizadas imagens do arquivo 
pessoal da autora e projetos da obra, bem como informações fornecidas por outros 
profissionais da área que atuaram neste empreendimento. 
 
1.5. Síntese dos capítulos 
No primeiro capítulo foi apresentado o conceito de estruturas, um breve histórico da 
evolução das construções em concreto armado e estrutura metálica, no Brasil e no mundo. 
Neste capítulo também foi comentada a evolução do cenário da construção civil no país, que 
acarretou no investimento em novas tecnologias, como a analisada neste trabalho. Foi feita 
ainda a exposição do objetivo deste trabalho e de uma breve justificativa acerca das vantagens 
em investir em construções em estrutura metálica. 
9 
 
No segundo capítulo, serão exploradas duas alternativas de metodologia construtiva de 
lajes: estrutura convencional em concreto armado e lajes com forma colaborante steel deck. 
Para realizar esta comparação serão analisadas as partes constituintes do sistema, suas funções 
dentro deste, e interação entre estas. Além destas serão analisadas as sequencias de montagem 
dos sistemas estruturais, com os cuidados que devem ser tomados em suas etapas individuais, 
além de uma apresentação das vantagens e desvantagens de cada metodologia. 
No terceiro capítulo será apresentado o exemplo de aplicação, a obra de um hotel feito 
em estrutura metálica mista com lajes steel deck. O hotel instalado no centro do Rio de 
Janeiro possui 33 pavimentos, perfazendo a área total construída de 35.585m², tendo sua 
estrutura concluída em cerca de 8 meses. Na sequência, as metodologias construtivas serão 
comparadas com a finalidade de fornecer ao leitor insumos que facilitem a tomada de decisão 
em empreendimentos de múltiplos andares. 
No quarto capítulo, será apresentada uma comparação entre as metodologias em vista 
dos aspectos construtivos visando a execução e operações em campo, e dos principais 
aspectos para tomada de decisão na construção civil: custo, prazo e qualidade. 
No quinto capítulo serão feitas as considerações finais da autora sobre a análise prática 
do empreendimento estudado e sugestões para trabalhos futuros nesta área. 
Por fim são apresentadas as referências bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
2. Metodologias de execução de lajes em estruturas metálicas mistas 
Nos edifícios usuais, os elementos estruturais que compõem o sistema estrutural global 
podem ser divididos didaticamente em lajes, vigas e pilares ou a união destes elementos que 
devem ter resistência mecânica, estabilidade, rigidez, resistência à fissuração e a 
deslocamentos excessivos para poderem contribuir de modo efetivo na resistência global do 
edifício. Se forem necessários, para melhorar a resistência às ações do vento, podem ser 
dispostos painéis verticais constituídos por pilares paredes ou elementos de contraventamento 
vertical como as diagonais (Vasconcellos, 2006). 
A superestrutura de uma edificação é o elemento de uma estrutura que se projeta acima 
da linha do terreno. No caso de um edifício, representa geralmente a parte do edifício situado 
acima do solo, em contraste, com a infraestrutura do subsolo. Este conjunto “laje-viga-pilar” é 
considerado a superestrutura de uma edificação, enquanto as fundações são denominadas de 
infraestrutura. 
Estruturas de edifícios de múltiplos pavimentos são formadas através de uma sucessão 
de lajes, uma sobre as outras, afastadas por uma distância denominada pé direito, segundo 
Pinho (2005). As lajes são responsáveis por suportar as cargas provenientes da ocupação da 
edificação (pessoas, móveis, equipamentos) além de seu peso próprio e outros materiais da 
própria construção. As lajes são elementos de geometria plana, submetidos à flexão e 
projetados para suportar cargas dentro de um limite, delimitado por uma distância 
denominada vão livre. O vão livre de lajes é delimitado de acordo com o distanciamento entre 
as vigas. 
As vigas são elementos responsáveis por suportar os esforços oriundos das cargas 
aplicadas nas lajes, submetidos predominantemente à flexão. Estas são classificadas de duas 
formas em geral: vigas secundárias, que transmitem os esforços a outras vigas, e vigas 
principais, que transmitem os esforços aos pilares. 
Os pilares são os elementos submetidos principalmente à flexo-compressão, 
responsáveis por transmitir os esforços atuantes sobre a estrutura às fundações, que então 
transmitem para o solo. 
11 
 
Entretanto, no caso de edifícios de múltiplos pavimentos, os esforços não se limitam aos 
supracitados. É importante considerar a ação de solicitações laterais, advindas principalmente 
dos ventos, que geram deformações que podem implicar em tombamento da edificação. Os 
elementos citados anteriormente ficam então submetidos a uma combinação dos 
carregamentos que geram esforços solicitantes, levanto a necessidade do contraventamento da 
estrutura. 
Há diferentes metodologias para o projeto, fabricação e montagem das estruturas. A 
escolha da metodologia adotada deve ser baseada principalmente em dois aspectos: a 
adaptabilidade à arquitetura e otripé fundamental da construção civil, formado por preço, 
prazo e qualidade. É comum que uma edificação possa ser atendida por mais de uma 
metodologia estrutural, onde a escolha do método deve ser relativo às necessidades 
específicas do empreendimento, relativo também ao item de maior peso entre preço e prazo, 
buscando sempre a qualidade. 
Este trabalho discorre por dois dos métodos estruturais utilizados no cenário atual, com 
enfoque na metodologia de execução das lajes: estrutura convencional em concreto armado 
moldado in loco e estrutura metálica mista com laje colaborante em steel deck, realçando os 
aspectos principais e distinguindo-os através de suas vantagens e desvantagens. 
 
2.1. Lajes em concreto armado 
2.1.1. Histórico 
Como dito no item 1.1 deste trabalho, a utilização de estruturas em concreto armado é 
predominante no Brasil. A combinação de aço e o concreto é bastante eficiente pois possuem 
valor de coeficiente de dilatação térmica próximos, possibilitando que estes materiais 
trabalhem juntos, além de se completarem um ao outro em suas propriedades de resistência 
mecânica. A união da elevada resistência à compressão do concreto e a elevada resistência à 
tração do aço, constitui uma forte vantagem construtiva, permitindo vencer grandes vãos e 
atingir elevadas alturas com este modelo estrutural. 
12 
 
No país, o uso do concreto armado se desenvolveu no início do século XX, com 
destaque para o edifício "A Noite", inaugurado em 1929, no Rio de Janeiro, ele se manteve 
com o título de prédio em concreto armado mais alto do mundo por muitos anos, com 22 
andares, correspondendo a 102 metros de altura. 
 
Figura 6: Edifício A Noite 
Fonte: diariodorio.com, 2016 
Segundo Santos (2006), o concreto armado é o material estrutural absolutamente 
hegemônico na construção das cidades brasileiras, sejam elas formais ou informais. 
 
2.1.2. Normas técnicas 
A principal norma técnica para estruturas de concreto armado é a NBR 6118:2014 - 
Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Esta norma estabelece os requisitos básicos 
exigíveis para o projeto de estruturas de concreto simples, armado e protendido, excluídas 
aquelas em que se empregam concreto leve, pesado ou outros especiais. 
13 
 
A ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas, estabelece para estruturas em 
concreto armado também as seguintes normas técnicas: 
Quadro 1: Normas para execução de estruturas de concreto armado (fonte: ABNT) 
Normas Técnicas - Execução de Concreto Armado 
NBR 5738:2015 Concreto - Procedimentos de moldagem e cura de corpos de prova 
NBR 6120:1980 Cargas para o cálculo de estruturas de edificações - Procedimento 
NBR 8953:2015 Concreto para fins estruturais - Classificação por grupos de resistência 
– Classificação 
NBR 12655:2015 Concreto de cimento Portland - Preparo, Controle e Recebimento 
NBR 14931:2004 Execução de estruturas de concreto - Procedimento 
 
2.1.3. Elementos do Sistema 
Lajes maciças são formadas a partir de barras de aço, que constituem a armadura, e 
concreto. Este sistema consiste basicamente de formas e escoras que sustentam a estrutura de 
concreto armado durante o processo de cura. Para montagem deste sistema dispõe-se dos 
elementos a seguir: 
2.1.3.1. Forma 
As formas são estruturas provisórias responsáveis por dar forma e sustentação aos 
elementos de concreto até que estes estejam curados. 
Normalmente retiradas ao final da cura do concreto, são usualmente montadas em lajes 
com elementos de madeira, metálicos ou uma combinação destes materiais. 
É importante destacar elementos intrínsecos ao sistema de formas responsáveis pela 
estabilidade e sustentação do sistema perante os esforços provenientes da concretagem. 
Dentre estes elementos, alinhado ao objetivo deste trabalho, vale destacar o escoramento. Os 
escoramentos podem ser de madeira ou metálicos. 
14 
 
Formas de madeira ainda são as mais utilizadas no Brasil, sendo feitas de uma matéria 
prima de fácil acesso e baixo custo, e utilizando mão de obra geralmente encontrada e 
treinada com facilidade. Os equipamentos para produção destas formas possuem baixo custo 
de aquisição e são facilmente encontrados no mercado brasileiro. 
Escoras de madeira são estruturados por peças do tipo pontalete, que são colocados na 
vertical para sustentar os painéis de laje. As peças são vendidas em medidas comerciais e 
cortadas e adaptadas no canteiro de obras. 
 
Figura 7: Esquema de escoramento e formas de madeira 
Fonte: Madeirit, 2016 
Formas metálicas possuem custo de aquisição mais elevado, exigindo maior 
investimento, porém possuem maior durabilidade, podendo ser reaproveitadas mais vezes que 
as formas de madeira. Este tipo de forma oferece facilidades na hora da montagem como 
encaixes entre as peças facilitando o travamento para a concretagem. Também podem possuir 
vibradores acoplados facilitando o momento da concretagem. 
Escoras metálicas são recebidas no canteiro de obra prontas para uso, nas medidas 
solicitadas ao fornecedor, que, além do material, fornece um projeto de formas especiais 
adaptado às restrições da obra. Este sistema reduz o desperdício de materiais, se comparado 
ao sistema de madeira, e o tempo de instalação (montagem e desmontagem). 
Fonte: Madeirit
longarina
cunha
escora
tirante
cunha
Mão-francesa
prumo
tensor
gastalho
Sarrafo
nivelamento
Painel da
laje
garfo
guia
gravata
15 
 
 
Figura 8: Esquema de escoramento e formas metálicas 
Fonte: Madeirit, 2016 
Formas mistas são geralmente compostas de painéis de madeira, com travamentos e 
escoramentos metálicos. Possuem boa durabilidade, principalemente dos travamentos e 
contenções, que geralmente são a fração metálica deste sistema, trocando apenas os painéis de 
madeira constituintes. 
 
2.1.3.2. Armadura 
Na fase de endurecimento, o concreto passa por uma transformação em que parte da 
água reage com o cimento, formando inicialmente uma pasta e posteriormente uma matriz 
onde as pedras e a areia ficam envolvidas e que, depois de endurecida, retém esses materiais 
em seu interior, o que constitui a particular estrutura do material concreto. 
No caso do concreto armado, esta mistura plástica envolve as armaduras que ficam, 
após o endurecimento, aderidas e protegidas pelo concreto tendo em vista o seu 
“funcionamento” dentro do conjunto da estrutura mas também em relação ao ar e agentes 
agressivos da atmosfera, especialmente contra a corrosão (NETO, 2007). 
16 
 
A armadura é a parcela da laje responsável por resistir aos esforços de tração. Esta deve 
ser posicionada no interior da forma e ponteadas (amarração) com arame recozido de acordo 
com o projeto de armação. 
 
Figura 9: Laje com armadura inferior e superior 
Fonte: Eddy HG 2012 
 
2.1.3.3. Concreto 
O concreto é o elemento responsável pela formação da peça estrutural, desta forma, uma 
série de controles é necessário, tais como: controle do traço do concreto, recobrimento da 
armadura, trabalhabilidade e resistência. 
A formação deste elemento se dá basicamente pelo resultado da mistura de cimento, 
água, pedra e areia, sendo que o cimento ao ser hidratado pela água, forma uma pasta 
resistente e aderente aos fragmentos de agregados (pedra e areia), formando um bloco 
monolítico (VASCONCELLOS, 2012). 
O ponto de atenção no preparo do concreto é a qualidade e a quantidade de água 
utilizada, pois ela é responsável por ativar a reação química que transforma o cimento no 
meio contínuo aglomerante. 
17 
 
A proporção entre todos os materiais que fazem parte do concreto é também conhecida 
como dosagemou traço. A NBR 12655:2015 fixa as condições exigíveis para o preparo, 
controle e recebimento do concreto destinado à execução de estruturas de concreto simples, 
armado ou protendido. 
A Figura 10, a seguir, mostra a esquematização da laje com o software Sketch Up. Nela 
é possível verificar a armadura das vigas de bordo e a sobreposição das armaduras inferior e 
superior separadas por espaçador tipo "carangueijo", estes elementos são unidos pelo concreto 
lançado e adensado formando sistema único. 
 
Figura 10: Laje convencional em concreto armado 
Fonte: Vasconcellos, 2012 
 
 
 
18 
 
2.1.4. Metodologia Construtiva 
A metodologia de construção da estrutura de edifícios em concreto armado começa pela 
concretagem dos pilares, passando para as vigas e, por fim, as lajes. O procedimento para 
execução destas peças pode ser dividido em cinco etapas simples: montagem de formas, 
armação, concretagem, desforma e cura. 
 
2.1.4.1. Forma 
Parte-se da marcação das formas, que são responsáveis pelo formato das peças 
estruturais e elaboradas de acordo com o projeto fornecido pelo projetista de estruturas. As 
formas devem ser dimensionadas para resistir aos esforços incidentes provenientes da 
concretagem das peças, e para serem estanques, não permitindo a passagem da nata do 
concreto. Para a concretagem, as formas devem estar perfeitamente aprumadas, niveladas e 
travadas. 
Para execução das formas de cada parte da estrutura, devemos respeitar algumas etapas 
a fim de garantir a estabilidade dimensional destes elementos. As formas de lajes são 
executadas de acordo as etapas descritas a seguir (adaptado de Correa, 2011): 
O posicionamento do escoramento tem por função transmitir a carga ao solo sem 
deformar a estrutura. Basicamente são utilizados três tipos de escoras: pontaletes de madeira 
de secção quadrada, escoras de eucalipto com diâmetros médios de 10cm, e escoras metálicas, 
sendo estas,em geral, locadas. Quando as escoras forem posicionadas diretamente no solo, 
devem apoiar-se em bases de madeira, cuja dimensão deve ser inversamente proporcional à 
resistência do solo. O espaçamento entre as escoras são usualmente de 50 cm para as de 
madeira e 100 cm para as metálicas. 
Em seguida deve-se realizar o posicionamento das longarinas: elemento linear e 
longitudinal que apóia o painel do assoalho. Estes procedimentos são ilustrados pelas figuras 
a seguir: 
19 
 
 
(a) (b) 
 Figura 11: (a) Posicionamento do escoramento para forma de lajes; 
 Distribuição das longarinas 
Fonte: Correa, 2011 
Para formação do assoalho, os painéis são colocados lado a lado e pregados nas 
longarinas. Deve haver o cuidado para não se deixar espaço entre os painéis a fim de não 
haver perda de material durante a concretagem. Deve-se realizar aplicação de desmoldante às 
formas para ampliar a vida útil dos painéis. 
 
(a) (b) 
Figura 12: (a) fixação dos painéis de assoalho nas longarinas; (b) painéis de assoalho 
já fixados nas longarinas vistas do pavimento inferior 
Fonte: Correa, 2011 
Devem ser posicionadas as intalações, bem como fazer a fixação de caixas de passagem 
e dutos, que ficarão embutidos na laje e por onde passará a fiação elétrica. 
20 
 
Também deve-se atentar à previsão de passagem de tubulação hidrossanitária e 
posicionamento de shafts e caixas de inspeção. No caso ilustrado pela figura a seguir foram 
utilizados blocos de EPS, removidos posteriormente para instalação de ralos sifonados e 
caixas de gordura. 
 
Figura 13: Colocação de tubulação após a instalação do assoalho 
Fonte: Correa, 2011 
2.1.4.2. Armação 
A armação é definida por Freire (2001) como conjunto de atividades relativas à 
preparação e posicionamento do aço dentro da estrutura, e a armadura como associação de 
diversas peças de aço, formando um conjunto para um determinado componente estrutural. 
Para a colocação das armaduras positivas e negativas: primeiro ocorre o posicionamento 
das armaduras positivas com seus espaçadores, que evitam o contato entre elas e o fundo da 
forma, garantindo o recobrimento do aço. Depois são montadas as armaduras negativas, que 
se apóiam sobre “caranguejos” (pequenos cavaletes confeccionados com aço e que dão apoio 
à armadura garantindo seu posicionamento em relação à altura da laje). 
21 
 
 
Figura 14: Instalações hidráulicas e elétricas, e armaduras já posicionadas 
Fonte: Correa, 2011 
Quando do nivelamento das formas de laje, este é feito com teodolito à laser quando 
todos os painéis da forma da laje estiverem concluídos. Este nivelamento deve ser realizado a 
fim de garantir que todo o pé direito do pavimento inferior estipulado em projeto seja 
garantido e também que a contra-flecha da laje seja a prevista no cálculo estrutural. 
Ao final, devem ser feitas as verificações de todas as formas e armaduras, em 
conformidade com os respectivos projetos, além da limpeza, retirando todos os restos de 
armadura e instalações hidráulicas provenientes da colocação a fim de que as formas fiquem 
prontas para serem concretadas. As figuras a seguir ilustram o momento da molhagem das 
formas, figura 15(a), e a forma pronta para concretagem, figura 15(b). 
 
(a) (b) 
Figura 15: (a) Molhagem de formas em substituição ao uso de desmoldante; (b) Forma 
pronta para a concretagem 
Fonte: Correa, 2011 
 
22 
 
2.1.4.3. Concreto 
O concreto para peças estruturais pode ser misturado na obra ou usinado, tomando-se o 
devido cuidado para que não haja desagregação dos componentes ou perda sensível de água 
ou nata. 
O controle tecnológico do concreto para estruturas é realizado de acordo com a 
determinação das normas da ABNT, a NBR 5737:1992 (Concreto - Procedimentos de 
moldagem e cura de corpos de prova) e a NBR 5738:2015 (Concreto - Ensaios de compressão 
de corpos de prova cilíndricos), através de moldagem, cura e rompimento dos corpos de 
prova. 
Antes do lançamento do concreto deve se tomar o cuidado de molhar previamente 
formas de materiais absorventes, até que estas fiquem saturadas, impedindo assim, a perda da 
água de hidratação do concreto para as formas. 
É importante conforme estabelecido pela NBR 7212 (1984) - Execução de concreto 
dosado em central, para concretos usinados transportados em veículo dotado de equipamento 
de agitação, que o tempo decorrido entre o início da mistura (a partir da primeira adição de 
água) e o final da descarga seja de, no máximo, 150 minutos. Para alguns traços de concreto, 
que utilizem aditivos, este prazo pode ser diferente, cabendo ao projetista estrutural a 
validação do tempo de utilização do concreto. 
Não é raro observar em obras, ocasiões em que caminhões betoneira inteiros são 
descartados por não haver o lançamento do concreto no tempo adequado, as vezes ocasionado 
pelo tráfego da usina até a obra, ou, às vezes por falhas da construtora durante o processo de 
concretagem. 
A operação de lançamento do concreto é regulamentada pela NBR 14931:2004 - 
Execução de estruturas de concreto - procedimento, a seguir nos Quadros 2 e 3 constam 
recomendações que a norma estabelece em suas generalidades. 
 
 
23 
 
Quadro 2: Recomendações da ABNT NBR 14931:2004 para lançamento de concreto em 
estruturas 
ABNT NBR 14931:2004 - Recomendações 
Antes da aplicação do concreto, deve ser feita a remoção cuidadosa de detritos. 
O concreto deve ser lançado e adensado de modo que toda a armadura, além dos 
componentes embutidos previstos no projeto, sejam adequadamente envolvidos namassa 
de concreto. 
Em nenhuma hipótese deve ser realizado o lançamento do concreto após o início da pega. 
Concreto contaminado com solo ou outros materiais não deve ser lançado na estrutura. 
O concreto deve ser lançado o mais próximo possível de sua posição definitiva, evitando-se 
incrustação de argamassa nas paredes das formas e nas armaduras. 
Devem ser tomadas precauções para manter a homogeneidade do concreto. No lançamento 
convencional, os caminhos não devem ter inclinação excessiva, de modo a evitar a 
segregação decorrente do transporte. O molde da forma deve ser preenchido de maneira 
uniforme, evitando o lançamento em pontos concentrados, que possam provocar 
deformações do sistema de formas. 
O concreto deve ser lançado com uma técnica que elimine ou reduza significativamente a 
segregação entre seus componentes, observando que quanto maior for a altura de 
lançamento e maior a densidade de armadura, maior deve ser o cuidado tomado. Estes 
cuidados devem ser majorados no caso de peças estreitas e altas, quando a altura de queda 
livre do concreto ultrapassar 2 m, de modo a evitar a segregação e falta de argamassa (como 
nos pés de pilares e nas juntas de concretagem de paredes). 
Quadro 3: Cuidados tomados na concretagem (ABNT NBR 14931:2004) 
ABNT NBR14931:2004 - Cuidados 
Emprego de concreto com adequados teor de argamassa e consistência, a exemplo de 
concreto com características para bombeamento; 
Lançamento inicial de argamassa com composição igual à da argamassa do concreto 
estrutural; 
Uso de dispositivos que conduzam o concreto, minimizando a segregação (funis, calhas e 
trombas, por exemplo). 
24 
 
Após o lançamento deve ser feito o adensamento do concreto, retirando o ar 
incorporado à mistura durante as fases de transporte e lançamento. O adensamento é 
promovido por meio de equipamentos de vibração como vibradores de ponta (imersão em 
concreto, utilizado em geral) e régua vibratória (passagem sobre a superfície, geralmente 
utilizada em lajes), conforme mostrado na figura 16 a seguir. 
 
Figura 16: Laje sendo vibrada e nivelada com régua vibratória 
Fonte: Equipa Obra 
Finalizada a concretagem, deve-se fazer a cura do concreto. Bauer (2001) define a cura 
do concreto como o conjunto de medidas que têm por objetivo evitar a evaporação da água 
utilizada na mistura do concreto, que deverá reagir com a mistura através da hidratação. 
O início de pega do concreto significa que o cimento começou a reagir com a água em 
uma reação exotérmica, que libera calor, com aumento de temperatura. Se estiver com pouca 
água a reação vai liberar muito calor e terá retração rápida, surgindo fissuras ou trincas. Por 
isso, que as superfícies concretadas devem ser mantidas imersas em água, úmidas, molhadas. 
A cura do concreto em lajes é feita, principalmente, molhando a laje e cobrindo com 
lona ou manta geotêxtil. Este procedimento deve ser iniciado após a "pega" do concreto, 
repetindo-se a operação de molhagem pelo menos 3 vezes ao dia, especialmente nos primeiros 
7 dias. Caso a cura seja mal feita, será facilmente identificado pelo surgimento de fissuras, até 
pequenas trincas, na superfície do concreto. A figura 17 a seguir ilustra este procedimento. 
25 
 
 
Figura 17: Procedimento de cura da laje 
Fonte: pedreirao.com.br 
 
2.1.5. Vantagens e desvantagens do sistema 
Como vantagens da construção em concreto armado, podemos destacar alguns aspectos, 
por ser a metodologia construtiva mais difundida no Brasil, a aquisição de materiais é 
bastante facilitada, além da mão de obra da construção civil em geral ser familiarizada com as 
técnicas. Além disso, o custo da estrutura é baixo quando comparado à outra metodologia 
construtiva discutida neste trabalho. 
O concreto é um material plástico, moldável, ao qual é possível impor os mais variados 
formatos, segundo Santos (2006), oferecendo facilidade na adaptação às formas construtivas. 
Também é um ponto forte a favor do concreto armado a elevada resistência a diversas 
ações como choques, vibrações, efeitos térmicos, desgastes mecânicos, além de oferecer boa 
durabilidade. Adicionalmente, o projeto contando com muitas vigas formam muitos pórticos 
que conferem boa rigidez à estrutura de contraventamento. 
Como desvantagem, esta metodologia construtiva oferece algumas limitações, 
estruturas em concreto armado moldadas in loco, além de todo o processo descrito 
previamente, devem permanecer escoradas até o concreto atingir a resistência de projeto, 
aumentando o ciclo de laje do método. 
26 
 
O conceito de ciclo em obras verticais provém da repetitividade das atividades em cada 
pavimento, que cria bom potencial para a prática de um planejamento sistematizado, 
analisando cada pavimento como um projeto separado com atividades de início e fim bem 
definidos. Desta forma, o ciclo de laje fica definido como o período compreendido entre a 
primeira atividade para montar a laje até a última atividade para finalizá-la. 
Conforme exposto anteriormente, lajes maciças necessitam de formas, que por não 
serem incorporadas nesta metodologia geram uma etapa extra pós concretagem (desforma), e 
escoramentos, que ainda devem permanecer até que o concreto atinja a resistência de projeto, 
aumentando o tempo necessário para concluir o ciclo de laje. A necessidade de manter o 
escoramento da laje pós concretagem não intefere apenas no pavimento concretado, visto que 
o escoramento permanece no pavimento imediatamente abaixo, impedindo a execução de 
serviços posteriores neste, por exemplo contrapiso e alvenaria. 
A necessidade de montar formas leva a um alto consumo de madeira, que após ser 
reutilizada relativamente poucas vezes - se comparadas a formas metálicas - devem ser 
descartadas, gerando resíduos. Este serviço é bastante significativo no orçamento da obra, 
variando de 30% a 60% do custo das estruturas de concreto armado, FREIRE (2001). Além 
do peso no orçamento, deve-se considerar o apelo sustentável necessário à construção civil, 
tão mal vista por seus elevados índices de desperdício e geração de resíduos. 
A mão de obra para este sistema estrutural, apesar de facilmente encontrada, deve ser 
empregada em elevada quantidade e em variadas funções, sendo necessários, carpinteiros, 
armadores, pedreiros e seus ajudantes para os serviços descritos. Esta metodologia demanda 
uma complexa estrutura para o canteiro de obras, incluindo centrais de madeira e aço, além de 
uma grande área para estocagem destes materiais. 
Um ponto a se destacar quando falamos em concreto moldado in loco, são as perdas 
devido a diversos fatores, dentre eles, podemos destacar as sobras de concreto ao final da 
concretagem, ocasionadas quando os edifícios estão à elevada altura e a sobra de concreto 
bombeado na tubulação estacionária é considerável, além de perdas durante a concretagem 
devido a imprevistos em campo. 
27 
 
Segundo Lima (2009), as lajes maciças não são viáveis economicamente para vãos 
acima de 6 metros onde a espessura da mesma se torna elevada, aumentando-se muito o 
volume de concreto, sendo a estrutura metálica mais econômica para vãos a partir desta 
medida. 
Considerando estes vãos médios econômicos, o projeto pode contar com uma 
quantidade grande de vigas, deixando a forma do pavimento muito recortada e diminuindo a 
produtividade da construção. 
 
2.2. Estrutura metálica mista com lajes em steel deck 
2.2.1. Histórico 
Conforme apontado por Lima (2009), com o desenvolvimento de diversos sistemas 
estruturais e construtivos na busca por usufruir das vantagens de cada material, surgiu o 
sistema formado por elementos mistos de aço e concreto. Nas construções mistas,o concreto 
foi inicialmente utilizado, no início do século, como material de revestimento, protegendo os 
perfis de aço contra fogo e a corrosão e, embora o concreto pudesse ter alguma participação 
em termos estruturais, sua contribuição na resistência era desprezada. 
No entanto, o concreto é conhecido por sua boa resistência a compressão e a utilização 
associada ao aço, resistente a tração, se mostra bastante vantajosa à medida em que os 
elementos se complementam na resistência a esforços solicitantes. 
A laje mista é resultado do trabalho conjunto entre uma forma de aço perfilada e o 
concreto armado sobre a mesma, a solidariedade entre os dois materiais pode ser mecânica, a 
partir da utilização de conectores de cisalhamento, mossas, saliências, ou por atrito gerado 
pelo confinamento do concreto em formas reentrantes. 
O conceito de laje mista ou de laje com forma colaborante, surgiu na década de 1950 
nos Estados Unidos e passou a ser largamente empregado desde então, notadamente em 
edificações metálicas de múltiplos andares, BARROS (2014). 
 
28 
 
2.2.2. Normas técnicas 
De acordo com o CBCA, o steel deck ainda não possui normas técnicas nacionais. Mas 
há vários textos normativos que servem de referência aos projetistas. Entre eles, a NBR 6118 
(Projeto de Estrutura de Concreto - Procedimento), a NBR 8800 (Projeto de Estruturas de Aço 
e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios), a NBR 10735 (Chapas de Aço de Alta 
Resistência Mecânica Zincadas) e a NBR 14323 (Dimensionamento de Estruturas de Aço de 
Edifícios em Situação de Incêndio - Procedimentos). Outras normas internacionais, como as 
da ASTM (American Society for Testing and Materials), também podem servir de referência 
aos profissionais. 
A ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica), justamente com o CBCA 
(Centro Brasileiro da Construção em Aço) e a ABECE (Associação Brasileira de Engenharia 
e Consultoria Estrutural, decidiram pela elaboração de um texto base para uma futura norma 
brasileira referente à execução de Estruturas de Aço.Este pode ser encontrado no site das 
mesmas, e se entitula "Execução de Estruturas de Aço - Práticas Recomendadas". 
A ABCEM também indica a seguinte relação de normas técnicas brasileiras para a 
construção em aço: 
Quadro 4: Normas recomendadas pela ABCEM para construção em aço (adaptado) 
Principais normas técnicas nacionais aplicáveis a lajes em steel deck 
NBR 6657:1981 
 Perfis de estruturas de aço 
NBR 8681:2003 
 Ações e segurança nas estruturas - Procedimento 
NBR 8800:2008 
 Projeto e execução de estruturas de aço em edifícios 
NBR 
14323:1999 
 Dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio - 
Procedimento 
NBR 
14432:2000 
 Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos - 
Procedimento 
NBR 
14762:2010 
 Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados 
a frio 
 
 
29 
 
Vale ressaltar que para a complementação das normas brasileiras, também são 
utilizados os Eurocodes, padrões europeus especificando como devem ser conduzidos os 
projetos estruturais. Na língua portuguesa, em Portugal, estes são tratados como Eurocódigos. 
O Eurocódigo regulamentador de estruturas metálicas mistas é o Eurocódigo 4 (EN 1994) - 
Projecto de Estruturas mistas aço-betão. 
 
2.2.3. Elementos do sistema 
De acordo com o artigo "Lajes e Pisos para Estrutura Metálica" do Portal Metálica 
Construção Civil, estruturas metálicas podem ser utilizadas em associação com diversos tipos 
de laje, estas são expostas no quadro 5 a seguir: 
Quadro 5: tipos de laje que podem ser utilizados em construções em aço (adaptado de Portal 
Metálica Construção Civil) 
Sistemas de laje compatíveis com estrutura metálica 
Laje convencional em concreto armado ou protendido; 
Laje mista com vigas pré-moldadas, metálicas ou não, e tijolos furados; 
Laje de concreto com vigas metálicas, trabalhando com viga mista aço-concreto; 
Lajes em elementos pré-fabricados de concreto, servindo de forma e trabalhando como laje 
mista aço-concreto; 
Laje com forma metálica trabalhando como laje mista aço-concreto. 
 
Lajes em steel deck se enquadram no último item descrito acima. O sistema dá suporte 
ao concreto, dispensando parcial ou totalmente a necessidade de escoramentos para a laje, 
gerando maior agilidade na execução das mesmas, além de reduzir custos com o aluguel de 
escoramentos e mão de obra, não necessitando do intenso emprego deste recurso como em 
estruturas convencionais de concreto armado. A figura 18 a seguir esquematiza os 
componentes deste elemento estrutural. 
30 
 
 
Figura 18: Laje em steel deck 
Fonte: detallesconstrutivos.net, 2016 
 
O sistema consiste basicamente na utilização de uma forma metálica colaborante, com 
armadura de reforço sobre a junção das folhas de steel deck e ao redor dos pilares, tela de aço 
galvanizado com o objetivo de evitar fissuração, preenchida com concreto, conforme a figura 
a seguir: 
 
Figura 19: Projeto de laje em steel deck 
Fonte: adaptado de detallesconstrutivos.net 
 
 
31 
 
2.2.3.1. Forma - Steel Deck 
Os conectores de cisalhamento, conhecidos como stud bolts, devem ser utilizados em 
projetos que consideram o sistema de viga mista em seu dimensionamento, com a finalidade 
de garantir a solidarização da laje com a estrutura metálica. 
O steel deck consiste em um elemento de aço galvanizado, perfilado e formado a frio, é 
considerado forma colaborante, pois, durante a concretagem atua como forma para o concreto 
e posteriormente como armadura positiva para as cargas de serviço. 
De acordo com o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), no mercado 
brasileiro o steel deck é disponibilizado com três espessuras de chapa: 0,80mm, 0,95mm e 
1,25mm e comprimento personalizado de acordo com o projeto, podendo chegar a 12m, limite 
máximo de transporte por carreta. Vale lembrar que quando aplicado em vãos de 2 até 4 
metros dispensa a utilização de escoramentos, tornando o sistema mais competitivo. 
O ideal é que o uso do steel deck seja previsto ainda no projeto, já que nessa fase é 
possível dimensionar os vãos, espessuras das chapas e o concreto a ser utilizado de acordo 
com as sobrecargas exigidas. O projeto executivo deve indicar claramente o posicionamento 
das chapas, armaduras complementares e reforços, escoramentos (quando necessário) e 
quaisquer condições especiais a serem observadas durante a execução da laje, obedecendo ao 
descrito na NBR 14323/2013 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e 
concreto. 
É importante observar que para as lajes em steel deck, de maneira especial, o 
alinhamento do pórtico estrutural tem que ser perfeito, não havendo a mesma facilidade de 
ajustes oferecido por lajes em concreto armado. Portanto, vigas e pilares, partes constituintes 
do pórtico estrutural conforme exposto no Item 2 deste trabalho, devem ser cuidadosamente 
instalados. 
Conforme já exposto mais detalhadamente no item 2 deste trabalho, as vigas suportam 
as cargas aplicadas nas lajes, resistindo aos esforços de flexão. Os pilares recebem as cargas 
das vigas, resistindo a esforços principalmente de compressão. Estes elementos unidos através 
de ligação parafusada (ilustrada na figura 20) formam os pórticos estruturais. O steel deck é 
instalado sobre o vigamento do pórtico. 
32 
 
 
Figura 20:Ligação Viga-Pilar 
Fonte: Detallesconstrutivos.com, 2016 
 
2.2.3.2. Armadura 
Pórticos estruturais sustentados por mais de dois pilares possuem em suas vigas, além 
do momento positivo gerado pelas cargas permanentes e variáveis da edificação, momentosnegativos sobre os apoios, conforme a figura 21 a seguir: 
 
Figura 21: Diagrama genérico de momentos em viga contínua 
Fonte: Autora, 2016 
Conforme mencionado anteriormente, as formas colaborantes, steel deck, atuam como 
armadura positiva para a laje, e a armadura negativa deve ser posicionada na região dos 
apoios para resistir a estas solicitações, a figura 22 a seguir apresenta um detalhe de armadura 
de reforço para momentos concentrados em pilares. 
33 
 
 
Figura 22: Detalhe do projeto de armação para laje steel deck 
Fonte: Projeto elaborado por Codeme Construções em Aço e Bedê Engenharia de 
Estruturas para Odebrecht Realizações Imobiliárias, 2014 
Além das armaduras positiva e negativa e do reforço no interior da nervura, é aplicada a 
malha de retração, consistindo de tela soldada com bitola reduzida, a ser aplicada em toda a 
laje para evitar a fissuração, conforme apontado na figura 23: 
 
Figura 23: Ilustração do posicionamento da tela soldada 
Fonte: engenhariaeetc.wordpress.com, 2016 
A armadura de reforço no interior da nervura mostrada na figura 30 tem o objetivo de 
aumentar a resistência estrutural contra fogo. As lajes steel deck, apresentam bom 
comportamento em situação de incêndio, com estanqueidade garantida pelas formas metálicas 
e isolamento térmico garantido pela espessura de concreto adequada sobre as nervuras, 
possuindo resistência estrutural ao fogo por 30 minutos. A armadura positiva adicional pode 
aumentar a resistência do sistema estrutural para até 120 minutos (CICHINELLI, 2009). 
34 
 
2.2.3.3. Concreto 
O concreto empregado deve ter resistência igual ou superior a 25 MPa. Não é 
recomendável o uso de aditivos à base de cloretos, que podem agredir a galvanização da 
chapa, de acordo com o manual do CBCA. 
O lançamento e adensamento ocorrem de acordo com a metodologia estabelecida 
anteriormente para estruturas de concreto armado moldadas in loco. É necessário ter atenção 
no momento do lançamento de concreto nesta metodologia de laje para que não haja acúmulo 
de material no meio dos vãos, evitando sobrecargas indesejadas, especialmente por esta laje 
ser executada, em grande parte, sem escoramento. 
Segundo Vasconcellos (2006), o comportamento misto é alcançado após a cura do 
concreto da laje, quando a forma de aço transmite as tensões cisalhantes horizontais na 
interface com o concreto através de ligações mecânicas fornecidas por saliências e 
reentrâncias (mossas) existentes na forma. 
 
2.2.4. Metodologia construtiva 
De acordo com Cichinelli (2014), embora não haja limitação de uso, o steel deck é 
frequentemente associado a obras executadas em estrutura metálica, sistema que proporciona 
boa interface e permite reduzir prazos de execução. 
De acordo com o manual de Execução de Estruturas em Aço - Práticas recomendadas 
(ABCEM, CBCA e ABECE, 2010), os riscos devem ser minimizados ao extremo, adotando-
se procedimentos técnicos e métodos adequados que garantam a segurança durante as 
operações de campo. 
Para as operações de montagem menos complexas será elaborado um plano de 
montagem simplificado, e para as operações de montagem de estruturas mais complexas e 
com maiores dimensões será elaborado um plano de montagem detalhado com Plano de 
Rigging dos içamentos críticos. 
 
35 
 
2.2.4.1. Transporte 
O Plano de Rigging apresenta içamentos críticos, com a especificação, 
dimensionamento e detalhamento dos acessórios a serem usados no içamento, bem como o 
peso das peças e seu centro de gravidade. O Plano de Rigging deve apresentar os diagramas 
horizontal e vertical do equipamento e o plano de instalação e retirada dos acessórios de 
içamento, segundo PINHO (2005). 
O transporte vertical das folhas de steel deck é feito em "amarrados" por meio de gruas 
ou guindastes e depositadas no pavimento de aplicação. Já o transporte horizontal é feito folha 
a folha manualmente, a unidade de steel deck em média possui 60 kg sendo facilmente 
transportado por dois ou três homens. Cichinelli (2014) destaca que em algumas situações em 
que há necessidade de apoio no meio forma, pode ser necessário até seis homens para 
manuseá-las. 
 
Figura 24: Posicionamento e alinhamento de folhas steel deck 
Fonte: Revista Téchne, 2009 
 
2.2.4.2. Alinhamento 
Segundo Cichinelli (2014), o nivelamento da mesa superior da viga de aço deve ser 
verificado antes do início da montagem, garantindo um perfeito contato entre a forma e a 
viga. Ferrugens, rebarbas, respingos de solda, de óleos em geral e de pintura, além da 
umidade nas proximidades da região de soldagem, devem ser completamente removidos. 
36 
 
Vasconcellos (2006) ressalta que após a conclusão da montagem das vigas de aço da 
estrutura, pode-se prosseguir com a instalação dos painéis das formas de aço e de seus 
acessórios atendendo as seguintes recomendações: 
Quadro 6: Recomendações de Vasconcellos (2006) para início da montagem do steel deck 
Nivelamento correto da mesa superior da viga de aço, de modo a obter um perfeito 
contato entre a forma e a viga; 
Remoção de ferrugem, rebarbas, respingos de solda e de oleosidades em geral; 
Remoção da pintura e umidade nas proximidades da região de soldagem 
 
2.2.4.3. Forração da laje 
Uma vez montado o esqueleto da estrutura (pilares e vigas) posiciona-se o steel deck 
sobre o pavimento. As folhas de steel deck são içadas empilhadas e amarradas, depositadas no 
pavimento por meio da utilização de gruas ou guindastes, e espalhadas manualmente por 
montadores com facilidade devido à sua leveza estrutural. 
O espalhamento das folhas de steel deck deve ser feito de acordo com o projeto de 
paginação fornecido pelo projetista, que inclui o correto posicionamento das formas e todos 
os detalhes construtivos da montagem das peças e arremates, bem como a indicação da 
necessidade, ou não, de escoramentos. 
 
2.2.5. Montagem do steel deck 
De acordo com Saúde et al. (2006), para que a seção possa funcionar como uma 
estrutura mista, o conjunto aço-concreto tem de apresentar uma boa conexão entre si. Para tal, 
é necessário que as chapas apresentem um perfil particular, quanto à forma das nervuras e das 
reentrâncias na sua superfície, de modo a existir uma certa adesão entre o concreto e as 
chapas, acompanhado por mecanismos de conexão, aplicados na laje, de modo a garantir que 
a seção tenha capacidade resistente à tensão longitudinal de cisalhamento solicitada na 
interface entre a chapa e o concreto. 
 
37 
 
2.2.5.1. Forma 
A montagem das chapas realiza-se a partir de um dos cantos dos edifícios, criando os 
montadores a sua própria plataforma de trabalho com as primeiras chapas montadas. Uma vez 
colocadas na posição definitiva, devem ser fixadas antes de continuar a colocação das 
seguintes, a fim de evitar, por motivos de segurança, a existência de chapas soltas (Saúde et 
al, 2006). A figura 25(a) a seguir ilustra o momento em que o steel deck é posicionado no 
pavimento de aplicação, após o içamento, e a figura 25(b) ilustra o posicionamento das 
primeiras folhas de steel deck. 
 
(a) (b) 
Figura 25: (a) Posicionamento do steel deck após o içamento no pavimento de 
instalação; (b) Espalhamento das folhas de steel deck 
Fonte: Globalfloor, 2006 
No momento da execução, alguns recortes e ajustes nos cantos e no contorno dos pilares 
podem ser exigidos a fim de adaptar a laje à geometria da edificação. A figura 26 (b) a seguir 
ilustra esta situação. 
Uma vez que estes ajustes são finalizados, os painéis devem ser fixados sobre o 
vigamento. As folhas de steel deck são fixadas às vigas por meio de pontos de solda bujãoou 
solda tampão, podendo ainda ser utilizados pinos metálicos fixados por pistola a gás para 
estruturas de concreto, este ilustrado na figura 26 (a) em duas possíveis situações, ficando a 
ligação entre estes elementos conforme ilustrado na figura 26 (c) em duas situações. 
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(a) (b) 
 
(c) 
Figura 26: (a) Fixação das folhas de steel deck; 
 (b) Recortes ao redor dos pilares; 
 (c) Detalhes de fixação do steel deck à viga por pinos 
Fonte: (a) e (b) Globalfloor, 2006; (c) Detallesconstrutivos.com, 2016 
Nesta fase também são montados e soldados os arremates de laje, estruturas 
complementares normalmente fixados à borda da laje para dar acabamento e o formato da 
laje. 
As situações mais comuns destes arremates são: na periferia da laje (complementação 
do steel deck) - situação 1, na periferia com corte do steel deck - situação 2, encontro de topo 
entre folhas de steel deck - situação 3, e mudança de direção na paginação do steel deck - 
situação 4. Estas situações são ilustradas na figura 27 a seguir, em detalhes e no respectivo 
posicionamento em planta baixa. 
Estes arremates são fundamentais para a aparência estética da laje (situações 1 e 2) e 
para garantir a estanqueidade nas juntas das folhas de steel deck para a concretagem, evitando 
assim a perda de nata de cimento no processo de concretagem. 
39 
 
 
Figura 27: Arremates de laje 
Fonte: Revista Téchne 
Em seguida, são fixados por eletrofusão no flange superior da viga, através do steel 
deck, os stud bolts, conectores de cisalhamento mencionados anteriormente neste trabalho. 
Estes elementos são responsáveis pelo comportamento de viga mista, solidarizado da laje com 
a estrutura metálica. 
No evento I Conference on Uses of Steel (2002), que analisou o edifício La Nación na 
zona do Puerto Madero em Buenos Aires, uma obra com mais de 25.000m² de steel deck e 
50.000 conectores de cisalhamento (stud bolts), foi gerado um documento compilando 
informações da montagem do edifício e afirma que a fixação dos stud bolts foi feita através de 
equipamento especial, que gera por cada disparo uma corrente contínua de 2.300 amperes. 
De acordo o mesmo relatório, para toda a obra se utilizou um equipamento e um 
operador apenas, e por ser uma tarefa de grande rendimento, nunca esteve no caminho crítico 
do cronograma da obra. 
A figura 28 a seguir retrata o momento da fixação dos stud bolts por eletrofusão. 
40 
 
 
Figura 28: Instalação de stud bolts 
Fonte: divulgação Shopping Frei Caneca 
Esses elementos fazem a ligação entre as vigas metálicas e a laje de concreto, 
absorvendo os esforços de cisalhamento longitudinais, além de impedir o afastamento entre a 
laje e a viga. Devem ser fixados após a montagem da forma de aço, sempre atentando para 
evitar a presença de umidade nas soldagens do conector, destaca Cichinelli (2014). 
Este conector realiza a ligação entre a viga metálica e a laje de concreto, resultando em 
uma viga mista. Vasconcellos (2006) aponta que uma das vantagens da utilização de vigas 
mistas em sistemas de pisos é o acréscimo de resistência e de rigidez propiciados pela 
associação dos elementos de aço e de concreto, o que possibilita a redução da altura dos 
elementos estruturais, resultando em economia de material. Além da economia de material, 
que gera uma redução no custo, as peças mais esbeltas deste sistema estrutural conferem 
maior liberdade arquitetônica ao projeto, liberando mais espaço interno, este segundo tão 
demandado na atualidade, especialmente em edificações de pavimentos múltiplos. 
Aberturas na laje podem ser feitas após a concretagem, porém o sistema mais 
aconselhado é a instalação de formas de madeira na parte interior da abertura ou então utilizar 
blocos de poliestireno com a forma da chapa perfilada. A chapa perfilada só deve ser cortada 
após a laje mista ter adquirido a resistência suficiente. Este sistema tem a vantagem da chapa 
suportar cargas durante a concretagem sem que seja usado escoramento vertical até 
determinado vão. Os cortes da chapa devem ser reparados e protegidos com pintura de zinco 
de modo que não ocorra corrosão da chapa (Saúde et al, 2006). Vale ressaltar que a 
necessidade de execução de aberturas na laje demandam armadura adicional na periferia 
destas. 
41 
 
A união das chapas de steel deck deve ser estanque, para que não passe nata de 
concreto, esta pode ser feita através de fita adesiva, conforme mostra a figura 29 a seguir: 
 
Figura 29: Vedação das juntas de steel deck 
Fonte: Haironville, 2001 
Segundo Cichinelli (2014), a produção dos funcionários envolvidos nesta tarefa pode 
chegar a 700m² de steel deck por dia, e em função desta produtividade a redução no custo da 
mão de obra pode chegar a 40% para este tipo de laje. 
 
2.2.5.2. Armação 
Com a laje em steel deck pronta, posicionam-se as armaduras suplementares expostas 
no item 2.2.3.2. Inicialmente, são posicionados os reforços no interior das nervuras com 
espaçadores em formato de disco, conforme na figura 30 a seguir: 
 
Figura 30: Lajes steel deck com armadura de reforço 
Fonte: Autora, 2016 
Em seguida, são posicionadas as armaduras de reforço ao redor dos pilares, e espalhadas 
as telas soldadas. Os reforços são fixados por baixo das telas, e amarrados com arame 
recozido a fim de respeitar os cobrimentos de concreto estabelecidos pela norma, e as telas 
utilizam espaçadores tipo "DL" sobre as nervuras da laje steel deck. A laje ilustrada na figura 
31 a serguir não é em steel deck, sendo utilizada apenas para ilustrar o espaçador utilizado. 
42 
 
 
Figura 31: Espaçador DL 
Fonte: Fameth Sistemas Metálicos para Concreto, 2016 
Nesta etapa de armação da laje, deve ser preparada também a ancoragem da laje à 
estrutura de concreto. Delatorre et al (2016) ressaltou que o sistema estrutural com núcleo de 
concreto é muito utilizado em edifícios que necessitem de escadas e/ou elevadores protegidos 
contra incêndio, por normas de segurança. Este núcleo de concreto aumenta a rigidez do 
edifício e auxilia na estabilidade das ações de cargas horizontais (exemplo ação do vento). A 
figura 32 a seguir ilustra este sistema estrutural: 
 
Figura 32: Núcleo de concreto armado associado a estrutura metálica 
Fonte: Delatorre et al, 2016 
43 
 
A ancoragem da laje mista à estrutura de concreto armado é feita através de barras de 
aço, respeitando os comprimentos mínimos de ancoragem estabelecidos pela NBR 6118:2014, 
em ambos elementos estruturais. Usualmente a barra ancorada à laje permanece reta, sendo 
concretada junto com a laje, e a barra ancorada ao núcleo de concreto é dobrada dentro da 
parede do núcleo de concreto armado, para cumprir o comprimento de ancoragem 
determinado pela norma supracitada. 
 
2.2.5.3. Concretagem 
Saúde et al (2006) ressalta que os trabalhadores enquanto fazem a concretagem da laje 
devem situar-se junto aos apoios, para evitar flechas excessivas da laje. Se isto acontecer 
evitam-se cargas desiguais sobre vãos adjacentes. 
A figura 33 a seguir ilustra a concretagem de uma laje steel deck utilizando caçamba 
para concreto, içada por grua. No entanto a concretagem de lajes usualmente é feita através de 
bomba estacionária com auxílio de mangote, este constitui a saída de concreto. 
 
Figura 33: Concretagem de laje steel deck 
Fonte: Globalfloor, 2006 
Durante a operação de concretagem, a saída do concreto deve ser movimentada 
freqüentemente e cuidadosamente para que se minimize os problemas de acumulação em 
zonas criticas da laje, como por exemplo, no meio do vão. Dependendo da fluidez do concreto 
poderá ser importante

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