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Microeconomia resumo

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MICROECONOMIA
Aula 1
Ao analisarmos os vários mercados específicos de milhares de produtos, as alternativas de escolha são inúmeras. Neste sentido, dada a escassez existente de bens, serviços e de fatores de produção, a Curva de Possibilidades de Produção ( CPP ) mostra o máximo de combinações de produtos que uma dada organização social pode produzir utilizando todos os recursos existentes
O Conceito de Escassez na Economia
A ESCASSEZ é o princípio fundamental da ciência econômica. 
Quantidade finita de Recursos
Necessidades humanas ilimitadas 
Escolha racional de prioridades 
Plena utilização de fatores produtivos. 
Recursos Produtivos
Recursos produtivos ou fatores de produção, são elementos não proporcionais às necessidades humanas ilimitadas, que sempre se renovarão em função : 
do crescimento numérico da população 
do desenvolvimento - intrínseco desejo humano de ascender socialmente através do crescimento continuo de seu padrão de vida
Recursos Produtivos
Trabalho ( Mão de Obra )
Recursos naturais ( Terra / Natureza ) 
Capital físico ( Máquinas, Equipamentos, Edificações )
Capacidade empresarial ( Competência empreendedora )
Tecnologia ( Processos de Produção )
Questões Fundamentais
O que e quanto produzir ?
Como produzir e distribuir ?
Onde produzir ?
Para quem produzir ?
Para ajudar as unidades econômicas a fazer escolhas e para melhor ilustrar o problema da escassez de recursos, os economistas desenvolveram o modelo da Curva de Possibilidades de Produção.
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
( CPP ) 
Representa os valores máximos factíveis que uma economia pode produzir, ou seja, é a fronteira máxima de produção que uma economia está apta a produzir, de forma otimizada ( maximizada ) diante de recursos limitados distribuídos dentre alternativas possíveis e sempre supondo que os insumos de produção estejam empregados de forma plena.
A CPP ilustra como a questão da escassez dos insumos obriga a sociedade a optar entre as várias alternativas de produção.
Supondo que uma economia só produza dois tipos de produtos ( bens ), onde se utiliza de insumos de produção – Mão-deobra, Matérias-Primas, Capital, Tecnologia, Competência Gerencial ... - assim dispostos :
	
	Alternativas de Produção
	
	Computadores
	0
	1.000
	2.000
	2.200
	3.000
	Automóveis
	2.500
	2.200
	1.800
	300
	0
Cinco pontos hipotéticos sobre a fronteira de possibilidades de produção de Computadores e Automóveis
Produzidos
Custo de Oportunidade
O modelo da curva de possibilidade de produção demonstra claramente a principal lição de que a elevação na produção de um bem “ X “ somente pode ocorrer com a redução na produção de um bem “ Y “ e vice-versa, em virtude da limitação dos recursos produtivos e da tecnologia utilizada pela organização social.
Custo de Oportunidade
Em outras palavras, a redução na produção de uma determinada quantidade de um produto pode gerar oportunidade no aumento da produção de outro produto.
A este movimento, dá-se o nome de CUSTO DE OPORTUNIDADE. Explicando-se assim, o principio de que tudo tem um determinado custo.
O custo de oportunidade é, portanto, o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção de um bem, para a produção de outro bem. 
Deslocamento da CPP por incremento de recursos na economia
X
Y
Deslocamento da CPP por incremento de recursos num só Produto
X
Y
AULA 2 – DEMANDA, OFERTA E MERCADO: PRINCÍPIOS DA MICROECONOMIA
A microeconomia é o ramo da ciência econômica que se preocupa com a análise do comportamento das unidades econômicas, como os consumidores, as famílias e as empresas, por exemplo, na formação dos preços em mercados específicos. Na verdade, o aspecto microeconômico observa, seja no âmbito econômico, mas também da administração, a atuação das diversas unidades econômicas como se fossem unidades individuais nestes mercados.
TEORIA DE MERCADO
Um mercado específico caracteriza-se como sendo um lugar qualquer onde grupos de pessoas (físicas e jurídicas) se encontram para tentar comprar e vender alguma “coisa” (algum bem e/ou serviço). 
Com os modernos meios de comunicação, com a internet e com a diversificação do comércio, tais pessoas não precisam estar necessariamente em contato direto. Porém, desde que sejam “conhecedoras” dos preços e das possibilidades de entrega, procede-se o intercâmbio e, a partir daí, caracteriza-se o mercado de trocas.
A teoria de mercado (na microeconomia) nos demonstra, então, que um mercado é compreendido como um local (ou uma unidade econômica), ou mesmo uma convergência, onde são encontrados compradores e vendedores no qual se realizam as forças de oferta e demanda (ou procura) por bens e/ou serviços e onde são formados os preços, conforme veremos adequadamente na aula seguinte.
LEI DA DEMANDA
As trocas são realizadas nos mercados (interno e externo). Nestes atuam (conjuntamente) as forças da demanda e da oferta por mercadorias (ou produtos – bens e/ou serviços). Como os recursos são escassos, os compradores e os vendedores tendem a entrar em um acordo sobre os preços dos produtos, de tal forma que sejam feitas as transações das quantidades dessas mercadorias por uma determinada quantidade de dinheiro (ou moeda).
Nesse contexto, os preços dos produtos (ou das mercadorias) podem ser definidos, na verdade, como a quantidade de reais (R$) necessários para poder obter em troca uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando preços para todos os produtos (bens e serviços e mesmo para os fatores de produção), o mercado permite a coordenação dos compradores e dos vendedores, assegurando a viabilidade de um sistema capitalista por meio do chamado livre jogo da oferta e demanda, que é uma peça-chave no funcionamento de toda a economia (de mercado) e onde tende-se a se obter o que definimos como sendo o equilíbrio de mercado.
Pela visão microeconômica, o funcionamento de um mercado e a formação de preços ocorre devido às relações entre demanda e oferta. A demanda (ou procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um determinado produto X indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas desejam consumir, a dado preço desse produto, num determinado período de tempo.
LEI DA OFERTA
1-No que diz respeito à oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado), esta é a quantidade de um produto X (Qx) que um produtor ou conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um período de tempo. Pelo gráfico abaixo, podemos observar o comportamento da quantidade ofertada de um produto X (Qx). Com o nível de preço elevado (Px), os produtores tendem a ofertar uma quantidade maior do produto. Se o preço estiver em Px = R$10,00, a quantidade a ser colocada no mercado será de Qx = 15.000 Kg. Mas, se o nível de preço cair para Px = R$4,00, muitos produtores deixarão de ofertar a mercadoria, e a este preço teremos uma oferta de Qx = 8.000 Kg, ocasionando uma queda na quantidade ofertada.
2-Podemos perceber pela figura acima que há uma relação direta entre a quantidade ofertada do produto X e o seu respectivo preço. Mas, por que isso tende a acontecer? A resposta a esta questão, coeteris paribus, reflete em um procedimento no qual um aumento de Px no mercado irá instigar o aumento das produções das empresas. Devido a isso, novas empresas poderão ser atraídas para a produção deste produto, aumentando, portanto, a quantidade ofertada do produto X.
3-É claro que além do preço do produto X, outros fatores irão influenciar no nível da oferta deste produto no mercado. E entre eles, destacam-se: os custos com os fatores de produção, as alterações no nível de tecnologia, o aumento da quantidade de empresas no mercado etc. Qualquer modificação do Px gera o que chamamos de mudanças na quantidade ofertada, isto é, mudanças do nível da oferta ao longo da própria curva; e toda e qualquer variação nos custos dos fatores e no nível tecnológico, por exemplo, coeteris paribus, acaba acarretando um deslocamento da curva de oferta (ou modificações na oferta de mercado).EQUILÍBRIO DE MERCADO
Dadas as curvas de demanda e de oferta já estudadas anteriormente, se fizermos o cruzamento destas curvas irá se determinar o que se chama de equilíbrio de mercado, formando o preço e a quantidade de equilíbrio, como está demonstrado no diagrama a seguir.
Nesta situação, há uma "harmonia" entre oferta e demanda. Teoricamente, neste ponto, o nível de preço não está nem muito alto nem muito baixo, satisfazendo tanto a consumidores quanto a produtores. Mas:
*Se tiver algum preço abaixo do preço de equilíbrio, haverá aí um excesso de demanda (ou uma escassez de oferta).
*Por outro lado, ocorrendo um preço acima do preço de equilíbrio, surgirá um excesso de oferta (ou uma escassez de demanda).
Também não podemos nos esquecer que havendo uma modificação da renda dos consumidores e/ou aumento dos custos dos fatores de produção, por exemplo, acarretará alteração no ponto de equilíbrio de mercado.
AULA 3 – ESCASSEZ OU EXCEDENTE DE MERCADO: ESTABELECIMENTO DE PREÇOS MÁXIMOS E MÍNIMOS
Nesta aula, nos preocupamos com os principais aspectos da atuação do setor público ao nível microeconômico. Tal atuação diz respeito à fixação de preços máximos e mínimos que geram interferências na formação de preços de mercado. Ao mesmo tempo, apresenta os aspectos dos impostos que incidem sobre os preços dos bens (ou das mercadorias).
Introdução aos aspectos da atuação do setor público na esfera microeconômica
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que nesta aula iremos nos preocupar com os principais aspectos da atuação do setor público ao nível microeconômico, ou seja, com o controle de preços. Mas antes de entramos nessa discussão, é importante entendermos como a incidência de um imposto modifica o equilíbrio de mercado.
De uma maneira geral, o imposto pode ser de dois tipos:
De quota fixa, ou imposto específico.
----------------------------------------
De um percentual sobre as vendas, definido como imposto ad valorem.
----------------------------------------
Esses dois tipos de impostos são chamados de impostos indiretos. Eles incidem sobre (os atos) de despesas feitas no mercado, afetando tanto os consumidores, quanto os produtores, e com isso, consequentemente, alteram o nível de preços.
No primeiro caso, tem-se um valor (em R$) fixo por unidade vendida, independente do preço do bem. Por exemplo, se no caso de um bem X, a quota é de R$ 10,00/kg, esse será o valor fixo cobrado, não importando se o preço original do bem seja de R$ 100,00/kg ou R$ 150,00/kg.
Com o estabelecimento de um imposto com essa 
característica, são apresentadas duas curvas de oferta, uma antes da existência do imposto (S0) e outra após a incidência do imposto (S1).
Como podemos perceber, a incidência de um imposto acaba funcionando como um custo adicional para os produtores (ou vendedores), o que tende deslocar a curva de oferta para a esquerda e para cima, igual, verticalmente, ao montante do imposto (I), conforme a figura a seguir. 
1-A curva de oferta representa as quantidades do bem X que serão ofertadas pelos produtores (ou vendedores) em relação aos preços praticados no mercado. Nesse sentido, para qualquer nível de preços P de mercado, os produtores diminuem o valor do imposto (I), ficando, então, com a diferença, ou seja, receberá o valor P2 sendo dado por P2 = P1 – I.
2-Com o estabelecimento do imposto de quota fixa, a curva de oferta de mercado faz o deslocamento de S0 para S1 e forma-se, por conseguinte, um novo ponto de equilíbrio dado através da interseção entre S1 e a curva de demanda de mercado (D).
3-O ponto de equilíbrio anteriormente apresentado revelava que P0 e Q0 eram, respectivamente, o preço e a quantidade de equilíbrio. Mas, com a nova interseção entre S1 e D, o equilíbrio se dá em P1 e Q1. Do preço P1, os produtores receberão apenas P2 (= P1 – I). Como P2 < P0, a oferta do mercado cai para Q1.
4-Com a instituição de um imposto específico, haverá, portanto:
Aumento do preço pago pelos consumidores em ΔP1 = P1 - P0
Diminuição do valor recebido pelos produtores em ΔP2 = P0 – P2
Redução da quantidade transacionada no mercado de Q0 para Q1.
No caso de um imposto ad valorem, como é o caso do ICMS, o valor do imposto varia com o preço do produto, pois ele incide sobre o valor das vendas. O percentual do imposto também aumenta o preço de mercado e reduz a quantidade de equilíbrio. Os produtores receberão i% menos, não importando o preço de vendas. Ao mesmo tempo, os consumidores pagarão mais pelo produto e receberão menor quantidade do produto X no mercado, conforme o gráfico a seguir.
O CONTROLE DE PREÇOS
Geralmente, o controle de preços é aplicado quando os formuladores de políticas acreditam que o preço de mercado de um bem ou serviço é injusto para o comprador, ou mesmo para o produtor (ou vendedor). Nesse contexto, tal controle é feito por uma fixação de preços realizada pelo governo de duas formas. A primeira delas se dá através da fixação de um teto (ou preço) máximo legal para o preço de venda de um bem. A segunda, pela formação de um piso (ou preço) mínimo legal para o preço de venda desse mesmo bem.
Política de preço (ou de teto) máximo
1-Esta política de preços tem como objetivo proteger o consumidor através do tabelamento de preços abaixo do preço de equilíbrio. O chamado preço-teto é o preço máximo legal, ou tabelado, que pode ser cobrado por um determinado bem. 
Conforme a figura, o preço-teto tende a criar escassez de oferta (ou um excesso de demanda). Nesse sentido, destaca-se que ao se ter um preço máximo obrigatório (P1), os consumidores estariam disponíveis para consumir maior quantidade (qd), mas os vendedores não irão colocar à venda tanta quantidade assim (qs).
2-As consequências desse tipo de política são as de que deixa-se de ter mercadoria disponível. Pode, ainda, haver uma certa degradação da qualidade do produto e surgir um mercado paralelo em que as as relações econômicas acontecem a um preço maior que o valor máximo imposto pelo governo, o chamado mercado negro.
3-Nas situações de imposição de uma política de preço (ou teto) máximo, o mercado vai ficar fora do “normal”. Se não houvesse o tabelamento, surgiriam pressões para os preços aumentarem até o equilíbrio (p0), fazendo desaparecer o excesso de demanda. Mas com essa imposição, os preços não podem subir, gerando desequilíbrios entre os níveis das quantidades de oferta e de demanda.
Política de preço (ou de um piso) mínimo
A política de preço mínimo objetiva proteger o produtor (ou vendedor), aumentando a sua lucratividade pela imposição de um preço acima do preço de equilíbrio. Ao adotar tal política, o governo estabelece que o preço cobrado por determinado produto não ficará abaixo de um determinado valor.
O estabelecimento de preços mínimos tem sido frequente nos mercados agrícolas, visando assegurar a renda dos agricultores. Antes do período do plantio, o governo divulga um preço mínimo. Com isso, garante a compra da safra após a colheita. Nesse contexto, vamos supor que o preço mínimo (Pm) seja maior do que o preço de mercado. Veja o gráfico a seguir.
AULA 4 – DEMANDA E COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Demandas individuais dos consumidores e demanda de mercado: uma análise explicativa
O resultado das decisões que os consumidores tendem a tomar sobre a alocação do seu dinheiro e tempo que são escassos é o que verdadeiramente está por trás das curvas de demanda. Nesta aula, iremos ampliar a análise a respeito da demanda e examinaremos os princípios básicos das condutas que o consumidor faz para comprar (uma cesta de) bens (mercadorias ou produtos). Destaca-se que a teoria da demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre os diversos bens que o seu orçamento permite adquirir. É claro que um determinado consumidor tende a escolher aqueles produtos que mais valorizam, que os deem maior nível de satisfação, isto é, que lhes tragam maior nível de utilidade . Em outras palavras, estamos supondo nesta aula que todo e qualquer consumidor maximize sua utilidade,escolha da melhor maneira possível, as suas cestas de mercadorias.
Mas, antes de continuarmos a falar a respeito do comportamento do consumidor, é importante explicar a diferença entre demanda individual e demanda de mercado. A demanda de mercado é a soma de todas as demandas individuais existentes por uma determinada mercadoria (ou produto). Na verdade, a demanda de mercado é explicada como sendo a quantidade demandada a cada preço por cada um dos compradores. Por isso, graficamente, podemos mostrar que a curva de demanda de um mercado é determinada somando-se horizontalmente (no eixo das abscissas) as curvas individuais de demanda, de acordo com a figura:
Supondo que o mercado de mexilhão seja formado unicamente por dois indivíduos, Bert e Ernie, a tabela a seguir, derivada dos gráficos acima, reúne as demandas por este tipo de alimento destes consumidores. Suas demandas indicam as quantidades (kg) de mexilhão que eles estariam dispostos a comprar mensalmente a cada nível de preço.
Portanto, a demanda de mercado é o somatório das duas demandas individuais de Bert e Ernie. Visualizando por uma análise mais generalizada empiricamente, em muitos mercados, independente de quais sejam os tipos de produtos existentes, há várias demandas individuais a quaisquer preços que conjuntamente formam demandas de mercado.
A curva de demanda individual e o excedente do consumidor
Observe bem a figura a seguir que comtempla uma curva de demanda individual (D) formada pela relação entre os preços (P) e as quantidades a serem consumidas (Q) por um consumidor chamado Márcio. Há uma determinada área verde hachurada neste gráfico, que chamamos de excedente do consumidor.
O excedente do consumidor mede, objetivamente, o benefício (ou ganho) que o Márcio tende a receber ao comprar uma mercadoria, de acordo com o seu ponto de vista, ou seja, com o seu bem-estar econômico. Toda essa área hachurada demonstra que Márcio está propenso (está disposto) a comprar o produto acima do preço de mercado (P*), desde que receba certa magnitude de benefício líquido por meio da diferença entre o que ele tem que pagar pelo produto (o preço de mercado – P*) e o que ele estaria disposto a pagar por aquele produto, refletido na curva de demanda individual.
Excedente do Consumidor = Disposição Para Pagar – Valor Efetivamente de Mercado
III) Comportamento do consumidor
A discussão que empregaremos aqui é de como um consumidor racional distribui os seus recursos entre os diferentes bens de forma que consiga maximizar o seu nível de utilidade (ou satisfação). Sob o ponto de vista histórico, o conceito de utilidade empregado era o de utilidade cardinal, ou seja, o de utilidade como uma magnitude que se podia medir. Neste caso, o argumento era o de que aumenta a satisfação (ou utilidade total) do consumidor conforme aumenta a quantidade a ser consumida de um determinado produto.
Atualmente, os economistas levam mais em consideração, na moderna teoria a respeito do comportamento do consumidor, o princípio da utilidade ordinal. Sob este enfoque, examina-se a ordem de preferências pelas diferentes cestas de mercadorias que o consumidor vai consumir. Neste princípio, examina-se se, por exemplo, se a cesta de bens A é preferida à cesta de bens B, se a B é preferida à cesta C, e assim sucessivamente. A partir desta ordem é possível estabelecer formalmente as prioridades gerais na formação de uma curva de indiferença.
A) Curva de Indiferença
Neste tópico, iremos descrever como o consumidor deve classificar as diferentes opções de consumo segundo as suas preferências, representadas por meio de diferentes cestas de mercadorias. Neste sentido, definimos como curva de indiferença o lugar geométrico de todos os pontos, representados por cestas de mercadorias, que geram o mesmo nível de utilidade ao consumidor. Melhor explicando, a curva de indiferença representa graficamente um conjunto de cestas de consumo que são igualmente desejáveis pelo consumidor, por isso que esta curva é chamada de curva de indiferença. Pois, para este consumidor tanto faz, ou seja, ele é indiferente ao escolher a cesta A, ou B, ou C, por exemplo, todas elas proporcionam o mesmo nível de satisfação, de acordo com o gráfico a seguir.
No espaço-mercadoria do diagrama (X e Y) tem-se duas curvas de indiferença U1 e U2 negativamente inclinadas, convexas em relação à origem dos dois eixos e que não se interceptam. As curvas são negativamente inclinadas porque demonstram que o nível de satisfação do consumidor permanece o mesmo. Por exemplo, tendo-se duas cestas A e B com diferentes quantidades de X e Y sobre a curva U1 se o consumidor substituir a cesta B pela cesta A, estará aumentando o consumo de X e diminuindo uma certa unidade de consumo de Y mantendo o mesmo nível de satisfação (ou de utilidade). A inclinação da curva de indiferença recebe o nome de taxa marginal de substituição (TMgS) e refere-se à taxa de troca da quantidade de um bem pela quantidade de outro, mantendo o mesmo nível de bem-estar ou de satisfação, calculada por meio da expressão TMgS = │(∆Y/∆X)│ .
A convexidade em relação à origem diz respeito à utilidade ser decrescente proporcionada por um bem. Melhor explicando, a inclinação de uma curva de indiferença aumenta à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. A taxa marginal de substituição vai diminuindo à medida que aumenta a quantidade de X a ser consumida e reduzimos a quantidade de Y, como podemos perceber pela tabela a seguir.
Cabe destacar que aqui são apresentadas apenas duas curvas de indiferença. Entretanto, entre elas existe um grande número de outras curvas de indiferença, onde cada uma representa determinado nível de utilidade, sendo que a este conjunto dessas curvas chamamos de mapa de indiferença. Quanto mais distante está uma curva de indiferença (ou seja, mais para a direita) da origem dos eixos X e Y, maior a satisfação expressa do consumidor, que contém cestas mais desejadas. E quanto mais perto dessa origem (isto é, mais para a esquerda) apresenta-se uma curva de indiferença com cestas menos desejadas.
B) Restrição Orçamentária
Com um orçamento (ou rendimento) limitado, o consumidor procura normalmente distribuí-lo entre as diversas mercadorias que deseja comprar. Desta forma, ele deseja alcançar a melhor combinação que tende a lhe gerar o maior nível de satisfação racional possível.
Assumindo que um dado consumidor gasta toda a sua renda para comprar diferentes quantidades de dois produtos denominados de bem a e bem b em um dado mercado, a restrição orçamentária pode ser apresentada pela equação:
R = Pa.Qa + Pb.Qb
Onde: 
R = Renda monetária do consumidor. 
Pa = Preço de uma unidade de a. 
Qa = Quantidade de a. 
Pb = Preço de uma unidade de b.
Qb = Quantidade de b.
Tendo-se a hipótese de que o consumidor não compra a prazo, assim, ele aloca a sua renda na compra das quantidades de a e b, tem que:
> Qb = (R/Pb) – [(Pa.Qa)/Pb] e Qa = (R/Pa) – [(Pb.Qb)/Pa]
> Se Qb = 0 → Qa = (R/Pa) 
> Se Qa = 0 → Qb = (R/Pb)
A tabela demonstra as diversas possibilidades de consumo pelas quantidades dos bens a e b. Nela estamos supondo que o consumidor possui uma renda semanal de $ 240,00 para gastar, sendo Pa = $ 2,00 e Pb = $ 1,00. Existem várias combinações (ou cestas) possíveis discriminadas sob as quais o consumidor poderá escolher, como estão expostas a seguir.
A partir destas informações, traçamos uma linha de restrição orçamentária do consumidor descrevendo as combinações possíveis das quantidades dos bens a e b que podem ser adquiridas com um dado nível constante de renda semanal para determinados níveis de preços.
Tendo-se no eixo vertical “a” = Qa e no eixo horizontal “b” = Qb, essa linha indica quais são as diversas combinações dos bens (a e b) que o consumidor poderá adquirir de acordo com a sua renda. Ao mesmo tempo, ela demonstra também graficamente qual é o máximo que o consumidor poderá gastar para obter dos dois bens. Cabe explicar que uma elevação da renda amplia a capacidade de consumo.Isto é representado graficamente por meio de um deslocamento paralelo para a direita da linha da restrição orçamentária (LRO). Já uma redução da renda promove o deslocamento para a esquerda da LRO. Paralelo a isso, a inclinação da LRO é dada pela relação dos preços dos bens. Assim, uma modificação em um destes preços irá promover uma alteração da inclinação desta linha.
C) Equilíbrio do Consumidor
Neste tópico juntamos as informações que aprendemos a respeito da curva de indiferença e da restrição orçamentária, permitindo-nos explicar o equilíbrio do consumidor. 
Do ponto de vista do consumidor, ele sempre prefere estar no nível maior de satisfação com a sua curva de indiferença mais para a direita, ou seja, mais afastada das origens dos eixos. No entanto, este nível não poderá ser alcançado em função do seu orçamento, pois este acaba delimitando o seu poder de compra. De acordo com o gráfico a seguir, esta delimitação é dada pela linha da restrição orçamentária que tangencia uma dada curva de indiferença gerando uma máxima satisfação, ou chamado (ponto de) equilíbrio do consumidor, em função da renda do consumidor e dos preços dos produtos. Neste ponto, o consumidor distribui a sua renda adequadamente na compra entre os bens de forma a alcançar a combinação que lhe dá a maior satisfação (ou utilidade) possível.
D) Efeito Preço, Efeito Renda e Efeito Substituição
Dado o tópico C anteriormente estudado, é importante destacar que há alterações da posição de equilíbrio do consumidor e tais alterações são conhecidas como análise dos efeitos (ou das causas) devidos (as) ao preço, à renda e à substituição dos produtos. Para uma análise mais simples, chamaremos q1 a quantidade do bem 1 e de q2 a quantidade do bem 2.
O gráfico a seguir apresenta o efeito renda. Este efeito retrata uma modificação na posição de equilíbrio do consumidor, em função de uma variação na renda nominal deste consumidor, onde os preços dos bens 1 e 2 são mantidos constantes. Se houver, por exemplo, um aumento de sua renda, o consumidor comprará maiores quantidades dos bens 1 e 2 deslocando o ponto de equilíbrio do consumidor para a direita, gerando novos e diferentes níveis de satisfação alcançáveis, por causa da variação da renda. Ao mesmo tempo, observa-se que ao unirmos todos os pontos de equilíbrio do consumidor, forma-se que denominamos de linha ou curva renda-consumo, mostrando a variação do consumo dos bens 1 e 2, mantidos constantes os preços destes bens.
No caso do efeito preço, este é caracterizado como sendo uma modificação da posição do ponto de equilíbrio do consumidor, em razão da alteração nos preços de um dos bens (supondo, do bem 2, mantida a sua renda nominal constante. Nesse caso, ocorre um deslocamento desse ponto em consequência de um giro das linhas centradas no intercepto do eixo do bem 1, cujo preço p1 não se modificou. Neste sentido, as sucessivas linhas de preços mantêm-se retas, porém, com inclinações diferentes, demonstrando que à medida que p2 diminui, eleva-se o consumo de q2.
A satisfação do consumidor aumenta, tão logo sejam atingidas as curvas que revelam utilidades cada vez maiores do ponto A para B e do B para o ponto C e que ao ligarmos esses pontos de equilíbrio, tem-se uma linha indicadora das modificações da posição de equilíbrio do consumidor, sendo que esta linha é definida como curva de preço-consumo. Cabe destacar que se determinarmos assim a quantidade a ser consumida do bem 2 para cada um de seus possíveis níveis de preços, podemos, portanto, derivar a curva de demanda do consumidor que demonstra uma relação inversa entre as quantidades e os preços.
Por último, o efeito substituição acaba sendo uma complementação do efeito preço. Este efeito demonstra como o consumidor realoca o seu consumo em função de quando se modificam os preços relativos dos bens 1 e 2, independentemente de haver uma modificação direta na sua renda nominal. Portanto, retrata como o consumidor tende a comprar mais do bem cujo preço relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o outro bem que ficou relativamente mais caro. O efeito substituição caracteriza-se, na verdade, por mera modificação na posição do ponto de equilíbrio ao longo da mesma curva de indiferença (E para E’), tendo esta curva sofrido uma alteração da sua inclinação de acordo com a figura a seguir.
AULA 5 – ELASTICIDADES
I) Princípios
De acordo com as leis da oferta e da demanda estudadas nas aulas anteriores, indica-se a direção, ou mesmo o sentido, pela mudança dos preços de um produto (seja ele um bem ou um serviço qualquer) em um determinado mercado.
Melhor dizendo, quando o preço deste produto sobe, a demanda tende a diminuir e a oferta (deste mesmo produto) tende a aumentar. Em sentido contrário, o preço caindo, a demanda tende a aumentar e a oferta a cair. Porém, essa lei não informa adequadamente o quantum a mais (ou a menos) os consumidores irão demandar ou os produtores poderão ofertar em função das modificações dos preços do produto em questão. 
Para isso, o conceito de elasticidade é usado com o objetivo de mensurar a sensibilidade que as pessoas possam ter frente a mudanças em variáveis econômicas. E é em função dessas explicações que ao longo desse capítulo iremos nos deter.
II) Tipos de Elasticidades
A) A Elasticidade-Preço da Demanda ou da Procura (Epd)
Define-se como elasticidade-preço da demanda (Epd) ao cálculo relacionado à maneira pela qual são medidas quantitativamente as reações que os consumidores possam ter às mudanças nos preços de determinadas mercadorias por meio da razão entre dois percentuais, isto é, a variação percentual na quantidade demandada (∆%Qd) dividida pela mudança (ou variação) percentual no preço do produto (∆%Pp):
Epd = (∆%Qd)/(∆%Pp) 
Cabe destacar que, conforme Pindyck & Rubinfeld, o resultado da Epd é sempre negativo em função da lei da demanda. Ao mesmo tempo, é importante fazer a classificação da demanda dos produtos em função da Epd. Neste sentido, ao que se refere à reação dos consumidores, o quadro a seguir discorre que a demanda por um determinado produto pode ser classificada como elástica, inelástica ou de elasticidade unitária.
B) Outros Tipos de Elasticidades
b.1) Elasticidade-Preço da Oferta (Epo)
A elasticidade-preço da oferta (Epo) mensura quantitativamente a reação dos vendedores às mudanças no preço do produto. Essa reação é também calculada pela razão entre dois percentuais: a variação percentual na quantidade ofertada (∆%Qo), dividida pela mudança (variação) percentual no preço do produto (∆%Pp), conforme a fórmula a seguir.
Epo = (∆%Qo)/(∆%Pp)
É importante salientar que dos determinantes que afetam a Epo, o tempo é significativamente importante, porque, em geral, a elasticidade de curto prazo será diferente da de longo prazo. Portanto, quanto maior tende a ser o tempo, as firmas têm a possibilidade de reagir mais intensamente às variações de preços, e a curva de oferta tenderá a se tornar cada vez mais elástica.
Podem-se ter as seguintes situações dos resultados da Epo:
Epo > 1: produto de oferta elástica.
Epo = 1: elasticidade-preço da oferta unitária.
Epo < 1: produto de oferta inelástica.
Epo = (∆%Qo)/(∆%Pp)
Segundo Vasconcellos, pelas páginas 77 e 85, como no caso da demanda, a elasticidade-preço da oferta também pode ser calculada no ponto ou no arco, ou seja, de acordo com o valor do intercepto da curva de oferta, prova-se que:
b.2) Elasticidade-Renda (da Demanda) (Erd)
É utilizada para medir a reação dos consumidores a mudanças na renda. Mais formalmente, mede a variação da demanda dos consumidores (∆%Qd) em função das mudanças da renda dos consumidores (∆%R).
Erd = (∆%Qd)/(∆%R)
Para bens normais, há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada, logo a elasticidade renda é positiva (ou seja, Erd > 0). Porém, para bens inferiores, há uma relação negativa entre a quantidade demandada e a renda do consumidor (isto é, Erd < 0). Quando o bem é considerado como sendo de consumo normal, isto que dizer quea demanda aumenta, quando a renda aumenta. Sendo de consumo inferior, ao aumentar a renda, faz com que a demanda pelo bem de consumo inferior tenha uma queda. 
Por outro lado, é importante destacar que se Erd >1, o bem é conceituado com um bem superior (ou um bem de luxo), pois dada uma variação da renda, o consumo acaba variando mais que proporcionalmente. E se a Erd = 0, o bem é chamado de bem de consumo saciado. Isto significa que variações na renda não alteram a demanda por esse bem.
b.3) Elasticidade-Cruzada (da Demanda) (Ecd)
Refere-se à medida da variação percentual na quantidade demandada de um produto X (∆%QX), de acordo com a mudança percentual no preço de outro produto qualquer Y (∆%PY).
Para bens substitutos (ou concorrentes) há uma relação positiva entre quantidade demandada do produto X e variação de preço do substituto Y, logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos substitutos tem um resultado positivo. Mas, para bens complementares há uma relação negativa entre quantidade demandada do produto X e a variação do preço do bem complementar Y, logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos complementares tem um resultado negativo.
Portanto:
i) Se Ecd > 0: os bens X e Y são substitutos ou concorrentes (havendo, por exemplo, aumento do preço do bem Y, aumenta a demanda pelo bem X, coeteris paribus).
ii) Se Ecd < 0: os bens X e Y são complementares (existindo, por exemplo, aumento do preço de Y, diminui a demanda do bem X, coeteris paribus).
III) Relações entre Elasticidades e as Políticas do Governo na Formação de Preços
Conforme podemos perceber, na medida em que há um aumento de imposto, a curva de oferta se desloca para cima e para a esquerda, de acordo com o gráfico acima. Mas a questão, portanto, que se deve verificar é a de quem irá arcar com a maior parte do imposto, ou seja, o consumidor ou o produtor. E, nesse caso, isso irá depender justamente da elasticidade, nesse caso, da demanda pelo bem. 
Observando-se os gráficos a seguir, há diferenças na inclinação da curva de demanda. Podemos reparar que a primeira curva de demanda tende mais para a horizontal, isso demonstra que ela pertence ao segmento mais elástico da demanda e, nesse sentido, com o aumento do imposto, a maior parcela deste irá ser paga pelos ofertantes ou produtores.
Por outro lado, a segunda curva de demanda tende mais para a vertical, demonstrando que o trecho relevante para análise apresenta demanda inelástica e, nesse sentindo, quem irá absorver a maior parcela a ser paga do aumento do imposto é justamente os consumidores.
Portanto, com uma demanda elástica, os consumidores acabam diminuindo significativamente o consumo pelo bem, dada a elevação dos preços em consequência do aumento do imposto. E com uma demanda inelástica, os consumidores acabam não tendo expressivamente, muitas possibilidades de fugir do aumento de preços provocado pela elevação do imposto.
AULA 6 – ANÁLISE DA TEORIA DA PRODUÇÃO
Função produção
Função que mostra a relação entre o volume – ou a quantidade – de recursos de produção utilizados no processo produtivo com o volume – ou a quantidade – final de produto que pode ser obtido.
Uma função de produção em sua forma mais simples, coeteris paribus, pode ser demonstrada da seguinte maneira:
Teoria da produção
Assim como a teoria dos cursos da produção e dos rendimentos de uma empresa, são itens que serão discutidos ao longo dessas nossas aulas, relacionados à teoria da firma em microeconomia.
Esta teoria explica o comportamento de uma empresa quando esta desenvolve a sua atividade produtiva em um mercado. Sabendo-se que a firma (ou empresa) é definida como sendo uma unidade de produção que atua de maneira racional no setor e no mercado em que participa, a mesma, por causa disso, procura maximizar os resultados relativos à sua produção, bem como ao seu lucro.
Toda e qualquer função de produção na análise microeconômica supõe uma dada eficiência técnica, ou seja, a empresa produz uma produção máxima possível, apresentados os seus níveis de trabalho e capital (bem como de tecnologia).
Processo produtivo
Refere-se à melhor técnica utilizada por meio do emprego dos fatores de produção, onde a empresa produz uma determinada quantidade do seu produto.
qx = f (K, N)/t
k= Refere-se às máquinas, equipamentos, instalações, edificações, por exemplo, utilizados por uma determinada firma para produzir o seu produto final.
N= Capital humano, diz respeito à capacidade de trabalho (bem como empresarial) utilizada pela empresa para gerar a sua produção.
É importante salientar que o conceito de função de produção é diferente do de função de oferta!
Função Oferta
A ideia se refere mais propriamente dito ao econômico, pois depende dos preços dos fatores de produção.
Função de produção
Esta vinculado ao físico, ou mesmo ao tecnológico. Melhor dizendo, está ligado, e isso não podemos nos esquecer, à relação entre às quantidades (físicas) do produto da firma  com a dos fatores de produção que serão utilizados (no processo de produção).
Função Cobb-Douglas
Há um tipo específico de função de produção que cabe estudar e que se chama função Cobb-Douglas. Esta pode ser empregada pela seguinte expressão:
W = valor do parâmetro que mede o grau de desenvolvimento tecnológico
a e b = constantes que informam sobre a importância relativa dos fatores capital e trabalho, respectivamente, no processo produtivo.
Ao entendermos o que é função Cobb-Douglas, vamos partir para as análises de longo e de curto prazos no estudo da teoria da empresa. Neste sentido, define-se como sendo:
Longo Prazo
Ao período de tempo que demonstra quando todos os fatores de produção são variáveis, em função do aumento do tamanho da empresa.
Curto Prazo
Ao período de tempo onde pelo menos um dos recursos de produção está fixo, ou seja, não varia de função do nível de produção.
Nos livros de fundamentos de economia, geralmente, o capital (K) é considerado o fator fixo e o trabalho (N) o fator variável a curto prazo.
Análise da produção a Longo Prazo
Conforme está colocado no quadro anterior, tem-se o longo prazo de uma firma quando todos os fatores de produção são variáveis, isto é, não existem fatores fixos de produção.
Desta maneira, há uma questão central que deve ser respondida qual seja: quando variam ao mesmo tempo as dotações de capital (K) e de trabalho (N), qual impacto que pode ocorrer sobre o volume (ou quantidade) de produção da empresa?
A resposta a esta questão depende das formas assumidas pela função de produção, e, neste sentido, devemos nos deter na apreciação do comportamento relacionado aos parâmetros a e b n da função Cobb-Douglas, cujos resultados são significativos para a análise de longo prazo.
Em um primeiro caso, diz-se que há economias (ou rendimentos) de escala crescentes quando a variação dos fatores de produção causa uma variação mais que proporcional na quantidade de produção, tem-se aí o resultado de que: (a+b) > 1
Na segunda forma, há economias (ou rendimentos) de escala constantes se a variação dos fatores de produção gera uma variação na mesma proporção da quantidade de produção (ou produto), ou seja, resulta-se de que (a+b) = 1
E em terceiro e último caso, diz que há economias (ou rendimentos) de escala descentes (também chamadas de deseconomias de escala) quando a mudança dos fatores de produção causa uma variação menos que proporcional no
 produto da empresa, e aí temos que (a+b) < 1
Em função do que foi explicado, percebe-se que há o que podemos conceituar como sendo rendimentos de escala.
Tal conceito exprime a maneira pela qual a quantidade de produção – ou a quantidade do produto – da empresa aumenta de acordo com a agregação dos fatores de produção quando a empresa aumenta o seu tamanho (ou estrutura) no longo prazo.
Desta forma, é possível representar graficamente os três tipos de rendimentos de escala. 
Para isso, há necessidade de que possamos admitir que a distância entre as isoquantas represente a escala de produção paraidentificar o comportamento dos rendimentos (marginais) de escala.
Nessas condições, respeitada a escala, as isoquantas deslocam-se para a direita revelando o aumento do nível de produção de uma empresa, conforme está sendo apresentado pelo gráfico a seguir, por meio das curvas de de q1, q2 e q3. A partir daí, tem-se a visualização gráfica de que quando a distância entre essas isoquantas:
Diminui: está ocorrendo os rendimentos crescentes da escala.
Aumenta: o caso é de rendimentos decrescentes de escala.
Constante: Têm-se rendimentos constantes de escala.
Exemplos de algumas das razões que contribuem para que haja a existência de rendimentos decrescentes de escala, são eles:
Excesso de divisão de trabalho fazendo com que haja certa perda da visão global da empresa, bem como dos seus objetivos; 
Dificuldade de gestão e bem como de supervisão; 
Limitação da produção dos produtos; 
E impossibilidade física de aumentar determinado fator de produção.
É importante explicar nesse contexto que uma isoquanta pode ser definida como sendo uma linha (ou uma curva) onde várias combinações possíveis dos fatores (K e N) permitem obter a mesma quantidade de produção (q).
No gráfico em questão, por exemplo, todas as combinações dos fatores K e N sobre a curva q1 permitem obter a mesma quantidade de 1.000 unidades do produto.
O mesmo acontece com as curvas de q2 cuja quantidade é de 2.000 unidades.
E de q3 que é de 3.000 unidades do produto.
Cabe destacar que:
(a) Para uma mesma quantidade de produção (seja em q1, q2, ou q3) se aumentar a quantidade de um fator de produção, a quantidade do outro fator é reduzida, daí o porquê de a declividade ser negativa nas isoquantas. 
(b) A taxa marginal de substituição técnica (TMST) traduz (ou calcula) o aumento da utilização de um fator para compensar a diminuição da utilização do outro fator para compensar a diminuição da utilização do outro fator de produção, de forma a manter o mesmo nível de produção.
(c) Como estas linhas estão organizadas em conjunto, este é definido como sendo um mapa de isoquantas.
Destaca-se que as isoquantas: 
(a) Não se cruzam, pois uma combinação de fatores de produção não poderia proporcionar dois níveis de produção distintos
(b) Têm sempre inclinação negativa, sendo convexas. 
(TMST = (ΔK/ΔN)
Análise da produção a Curto Prazo
O curto prazo é o período no qual pelo menos um dos fatores de produção é considerado fixo. A partir daí precisamos analisar o que acontece com a produção de uma firma caso se varia a quantidade de um dos fatores de produção enquanto o outro fator permanece fixo. O diagrama a seguir se refere a esta discussão, e o ponto central da mesma é a definição conceitual da lei dos rendimentos (marginais) decrescentes. Esta lei pode ser enunciada imaginando uma empresa produtora, por exemplo, de produtos agrícolas e que serão mais tarde enlatados para a comercialização.
A área de produção (K) é uma área de terra ampla e muito grande para ser cultivada, não existindo, inicialmente, trabalhadores (N) para trabalhar nesta área de terra.
Entretanto, num primeiro estágio de produção (estágio I), contrata-se um trabalhador para cultivá-la, rendendo certa quantidade de produto para esta empresa.
Como a área é ampla, a contratação de outro trabalhador aumentará ainda mais a produção e podemos considerar que este processo tenha uma continuidade. Neste sentido, a produção neste primeiro estágio cresce em proporções cada vez maiores.
Fator de produção fixo é aquele que a quantidade não é alterada em função do nível de produção, enquanto o fator variável é aquele cuja quantidade utilizada varia de acordo com o nível de produção.
A lei dos rendimentos decrescentes não pode ser confundida com o conceito de rendimento decrescente (ou deseconomia de escala). 
Este conceito está relacionado com a análise da produção a longo prazo, onde todos os fatores são variáveis, enquanto a lei dos rendimentos decrescentes diz respeito à discussão sobre a produção de uma firma no curto prazo, supondo sempre que, pelo menos um dos fatores permanece fixo no processo de produção.
Para um segundo estágio de produção (estágio II), chega-se até certo ponto (momento) em que, dado o limite do fator de produção fixo (a terra), os acréscimos da contratação de novos trabalhadores irão aumentar o nível de produção, mas tal aumento se fará em proporções cada vez menores.
Em um terceiro estágio de produção (estágio III) chega-se a um ponto (máximo) de trabalhadores pela área da terra, fazendo com que, pós este ponto, a contratação de mais um trabalhador acabará reduzindo (ou diminuindo) a produção da firma (da empresa).
A curva de produção total (q) do desenho a seguir reflete esses três estágios de produção. 
Paralelo a isso, as curvas de produtividade marginal (PMq) e de produtividade média (Pme) são construídas de acordo com a curva da produção total (q). Assim, o formato dessas curvas se deve a lei dos rendimentos (marginais) decrescentes. Cabe destacar que:
a) A produtividade média do trabalho (Pme) é a relação entre a produção total (q) e o número de trabalhadores (N) utilizados na produção da empresa. Matematicamente, temos: 
PMe = (q)/N
b) A produtividade marginal do trabalho (PMq) é a variação da produção (Δq) derivada da variação no emprego do fator trabalho (ΔN).
 Matematicamente, temos:
PMg = (Δq / ΔN)
Como pode ser percebido no diagrama a seguir, a PMg é inicialmente crescente, atinge um máximo no emprego dos trabalhadores (antes, portanto, que a produtivdade média) e depois passa a ser decrescente.
Formato típico das curvas da função de produção, de produtividade média e de produtividade marginal.
De acordo com o gráfico, podemos fazer algumas considerações importantes.
A primeira delas é que notamos que a curva da produtividade média começa a ter uma inclinação para baixo depois de ter sido cortada no seu ponto de máximo pela curva de produtividade marginal.
Se a PMg começa a cair no momento em que esta passa a ser menor que a Pme, estará puxando, portanto, esta última para baixo.
Na verdade, a produtividade marginal é o acréscimo no total produzido pelo último trabalhador absorvido. Se a produtividade deste for menor que a média de todos os trabalhadores absorvidos anteriormente, se somente se, estará puxando esta média total para baixo.  
A segunda consideração diz respeito ao momento em que no gráfico visualizamos que quando a produtividade marginal começa a cair, a curva da produção total (q) passa a ser convexa (era côncava até então).
Esta inflexão existente refere-se à passagem da fase, da PMg crescente para a decrescente. Paralelo a isso, observa-se que quando q é máxima, a PMg é igual a zero e quando esta produtividade se torna negativa, q começa a cair.
AULA 7 – OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA
Nesta seção iremos ver o comportamento dos custos (de produção) da empresa (ou da firma) associado à produção de determinada quantidade de um dado produto (bem ou serviço). Neste caso, novamente, é utilizada a distinção entre o curto e o longo prazo.
Custos de produção a curto prazo
No caso do período de tempo de curto prazo, pelo menos um dos fatores de produção está fixo e, neste sentido, o custo total (CT) da firma é formado pela soma do custo associado à utilização do fator de produção fixo (CF) mais o custo pela utilização do fator de produção variável (CV). Melhor dizendo, esquematicamente, tem-se:
CT = CF + CV
Como se pode observar pela figura, o custo total (assim como o custo variável, com exceção do custo fixo) tende a aumentar em função do aumento da quantidade produzida. Uma vez que o tamanho da firma é constante a curto prazo, a curva de custo total terá a mesma forma do custo variável.
Por outro lado, se pegarmos a fórmula do custo total a curto prazo e dividirmos pela quantidade produzida (q), teremos os custos médios, isto é: CTMe = CVMe + CFMe  Ao mesmo tempo se trabalharmos com a relação entre a variação do custo total (ΔCT) com a variação da quantidade de produção (Δq),tem-se o que é definido como custo marginal, sendo este o custo de se produzir uma unidade a mais (extra) do produto da firma, ou seja: CMg = (ΔCT / Δq).
Os formatos destas curvas estão inclusos ao que nós estudamos na teoria da produção a curto prazo, ou seja, à lei dos rendimentos decrescentes (ou dos custos crescentes). Mas cabe destacar que a primeira figura acima mostra que o custo fixo médio (CFMe) é decrescente ao longo do processo produtivo. Por que? A explicação é simples, ou seja, o custo fixo (CF) permanece inalterado (invariável) e na medida em que se aumenta o volume de produção, o CFMe irá diminuindo (tendendo a ter um valor igual a zero). Como o custo total médio é o resultado da soma entre o custo fixo médio e o custo variável médio, sendo o CFMe maior do que zero, o CTMe será maior do que o CVMe, mas as duas curvas de CTMe e de CVMe tendem a se aproximar em função do aumento de q.
Graficamente, as curvas de custo total médio, de custo variável médio e de custo marginal são curvas com formatos em U. Isto quer dizer que, inicialmente, estes custos são decrescentes, pois ha pouca quantidade de trabalho para uma grande quantidade de capital, o custo total cresce em proporções cada vez menores e, neste sentido, há uma queda dos custos médios (total e variável) e do custo marginal. Atinge-se um ponto de mínimo, isto significa que satura-se a utilização do capital (que é fixo). Pós este ponto, os custos são crescentes, pois a contratação de mais trabalho tende a não trazer aumentos proporcionais de produção, melhor dizendo, o custo total cresce em proporções cada vez maiores e os custos médios e marginal são crescentes. A todo esse processo tem-se o que os economistas definem como sendo a lei dos custos crescentes (em curto prazo).
Custos de produção a longo prazo
A longo prazo, conforme já estudado por nós, todos os fatores de produção são variáveis, incluindo o tamanho ou a dimensão da empresa. Neste sentido, o custo total é igual ao custo variável: como CF = 0 >>> CT = CV; da mesma forma, temos que: CTMe = CVMe , que chamaremos de CMeLp.
Sabendo-se que o comportamento dos custos de longo prazo está relacionado ao tamanho ou dimensão (da planta de produção) para poder operar neste espaço de tempo, a curva de custo médio total a longo prazo terá também um formato em U. Este formato refere-se ao que os economistas e administradores chamam de economias de escala, onde todos os fatores de produção (inclusive a dimensão da empresa) estão variando.
Logo, em cada ponto da curva abaixo, de longo prazo, demonstra-se então que a empresa tem um elenco de possibilidades de produção de curto prazo, com diferentes escalas de produção (tamanho), que ela pode escolher no seu planejamento de longo prazo.
Pelo gráfico, ao nível do ponto q, temos o ponto de mínimo desta curva de custo médio de longo prazo (CMeLp), onde encontramos o tamanho ótimo (ou a dimensão, ou a escala ótima) de produção da empresa, com ganhos de produtividades. Porém, pós este ponto de mínimo, o CMeLp começa a crescer, ou seja, apresenta-se depois deste ponto a existência de economias de escala decrescentes (ou deseconomias de escala).
Isocusto
Segundo Vasconcellos, “(...) Da mesma forma que o consumidor, coeteris paribus, deve obedecer a uma restrição orçamentária, a empresa também costuma ter um orçamento definido, que será utilizado na aquisição dos fatores produtivos.” (p. 131). Por esta colocação, podemos dizer que toda a empresa tem o seu orçamento e este é transmitido pelo custo total de que a empresa apresenta em função dos preços (r e w) dos seus fatores de produção. A partir daí podemos, então explicar o que é isocusto.
A curva de isocusto (ou linha de isocusto) representa um conjunto de todas as combinações possíveis dos fatores (K e N) de produção que mantém constante o orçamento (ou o custo total) da empresa. Sendo que essa curva é apresentada a partir da expressão:
CT = wK + RN
Para concluir, é interessante notar que, dados os preços dos fatores (w e r), se, conforme são apresentadas as setas azuis, a empresa aumenta a contratação de um fator, deverá reduzir a aquisição de outro fator, se deseja manter constante o orçamento gasto, por isso a inclinação da isocusto ser negativamente inclinada.
AULA 8 – REDIMENTOS DA FIRMA E O MERCADO DE CONCORRÊNCIA PERFEITA
Na aula 8, discute-se a respeito da chamada teoria neoclássica ou marginalista. Esta teoria tem como princípio básico o de que toda e qualquer empresa está condicionada a maximizar o seu lucro total, em um mercado perfeitamente competitivo. Este tipo de mercado apresenta-se como sendo livre, sem barreiras e totalmente transparente.
Análise da maximização do lucro total: uma abordagem inicial
Pela chamada teoria marginalista (ou neoclássica), toda e qualquer empresa tem como objetivo (privado) principal obter o maior lucro possível, sabendo-se que este lucro (LT) é obtido em função da maior diferença entre a receita total (RT) com o custo total (CT), isto é: LT = RT – CT.
Nesse contexto, temos o esquema a seguir.
Conforme veremos melhor no item seguinte desta aula, o empreendedor deverá escolher o nível de produção para o qual a diferença entre a receita total e custo total seja máxima. 
Por este contexto, vamos supor hipoteticamente a tabela I abaixo onde na coluna 1 nos dá a quantidade de produção (Q) que multiplicada pelo preço unitário (P) na coluna 2 gera como resultado o valor da receita total (RT) na coluna 3. A diferença entre RT e o custo total (CT), este com valores apresentados na coluna 4, origina o resultado do lucro (ou do prejuízo) total localizado na coluna 5. O lucro é máximo (R$ 280,00) quando a empresa tende a produzir (e a vender) 60 unidades do seu produto por período de tempo.
Como veremos melhor no próximo item desta aula, e tendo-se como base um mercado competitivo, na verdade analisa-se o equilíbrio (ou a maximização do lucro) da empresa na medida em que a receita marginal (RMg) é igual ao custo marginal (CMg) , ou seja:
 ∆RT = ∆CT
 ∆Q     ∆Q
A receita marginal é definida como o acréscimo da receita total pela produção (e venda) de uma unidade a mais do produto. E o custo marginal, conforme já estudado por nós, é definido como sendo o acréscimo do custo total pela produção de uma unidade a mais do produto da empresa. Além disso, destaca-se que, pelos valores encontrados da receita total, se quisermos calcular os resultados da receita marginal, iremos constatar que para a empresa em concorrência perfeita, a RMg = P, e é com referência a este princípio que passaremos a discutir nas próximas linhas. Mas, antes disso, vamos entender melhor o que é o mercado (ou a estrutura) de concorrência perfeita.
Estrutura de concorrência perfeita e pressupostos iniciais: características da base da competição
Conforme já estudamos nas aulas 1 e 2, os conceitos de oferta e demanda se referem ao comportamento das pessoas quando interagem nos mercados. Um mercado é um grande grupo de compradores e vendedores de um dado bem ou serviço. Os compradores, em conjunto, determinam a demanda pelo produto, e os vendedores ou produtores em conjunto, determinam a oferta do produto. Neste sentido, chamamos de mercados competitivos aqueles mercados em que há muitos compradores e muitos vendedores, de modo que cada um deles exerce impactos “negligenciáveis” sobre os preços desses mercados.
Nos mercados competitivos, de concorrência perfeita, o funcionamento deles é completamente livre, sem barreiras e totalmente transparente, de modo que uma única empresa, isoladamente, não tem condições de afetar o preço de mercado. O preço de mercado é absorvido pelas empresas participantes dessa estrutura, bem como pelos consumidores individualmente.
As firmas (ou empresas) ofertam produtos semelhantes ou homogêneos, sendo que há completa mobilidade desses produtos em várias regiões, em vários lugares. Nesse mercado, há livres entradas e saídas de firmas e de consumidores, onde os empresários tendem a maximizar o lucro total e os consumidores amaximizar a sua satisfação ou utilidade. 
 Cabe destacar que os agentes econômicos (produtores e compradores) têm acesso a toda e qualquer informação importante, dentre elas os custos e as receitas dos concorrentes. Entretanto, supõe-se que nenhuma empresa influi no custo das demais, bem como nenhum consumidor afeta o consumo dos demais.
Curvas de demanda da firma individual e de mercado
Vamos imaginar o mercado de concorrência perfeita sendo uma molécula e cada firma que compõe este mercado sendo átomos. Pode-se informar que uma firma isoladamente não consegue alterar o preço de mercado do produto. Qualquer saída ou entrada de firmas neste mercado não iria alterar a estrutura desta molécula, pois suas participações isoladamente são “infinitesimais” no que diz respeito à formação da (curva de) oferta de mercado.
Como o preço do produto para uma determinada firma qualquer é o preço (de venda) que vem do mercado - se somente se - a curva de demanda para firma é horizontal, pois a firma (ou empresa) só pode vender a esse preço (Pm) , conforme podemos verificar pelo gráfico 1, Curva de demanda da firma individual em mercados competitivos, abaixo:
A inclinação é negativa da curva de demanda de mercado (D), com a qual se defrontam todas as firmas, supondo que todas elas são do setor indústria para a nossa análise. Entretanto, conforme estamos discutindo, a curva de demanda individual da firma é horizontal, é infinitamente elástica . Se ocorrer modificações do preço pelo mercado, a firma deve, automaticamente, ajustar a quantidade, pois é tomadora de preços.
Equilíbrio Competitivo da Firma em Curto Prazo
Apresentar o equilíbrio de curto prazo de uma empresa em um mercado competitivo requer uma maior discussão e complementação do que foi apresentado anteriormente. Para isso, nas linhas seguintes, iremos detalhar mais sobre receitas e custos para depois, então, nos dedicarmos a visualizar e entender esse equilíbrio.
É preciso não esquecer que tal equilíbrio advém da determinação da maximização do lucro total, obtido através da ótica da receita marginal e do custo marginal. Sabe-se que toda e qualquer firma ou empresa deseja uma dada receita total (RT). Esta é conseguida através do resultado: RT = P.Q; sendo P o preço unitário de venda, e Q a quantidade a ser vendida (e demandada). A partir da receita total, podemos obter dois outros tipos de receita: a média e a marginal.
1-
Receita Média (RMe) >>> RMe = (RT/Q)
Porém, como RT = P.Q, substituímos e temos que: RMe = [(P.Q)/Q] = P = Pm Conforme o gráfico 1, Pm é a própria demanda da firma individual, que também é a RMe. Como Pm é dado (pelo mercado), a RMe é fixa.
Receita Marginal (RMg) >>> RMg = (ΔRT/ΔQ) = [Δ(P.Q)/ ΔQ] >>> como P = Pm = constante >>> então temos que RMg = [(P. ΔQ)/ ΔQ] = P = Pm, neste sentido, a RMg também é fixada.
2-
A curva de demanda de uma firma industrial em concorrência perfeita é dada horizontalmente, sendo Pm = RMe = RMg
3-
No caso dos custos, a curto prazo tem-se que CT = CVT + CFT , onde:
CT = custo total;
CVT = custo variável total (custo associado à utilização do fator de produção variável);
CFT = custo fixo total (custo associado à utilização do fator fixo de produção).
Se dividirmos o custo total (CT) pela quantidade (Q), temos o custo total médio (CMe), isto é: CMe = (CT/Q) >>> neste sentido, tem-se que: CT = CMe.Q
Por outro lado, se trabalharmos com a variação do custo total de produção, derivada da variação na quantidade produzida de um bem ou serviço, iremos conseguir o chamado custo marginal (CMg), apresentado através da seguinte expressão:
CMg = (ΔCT/ΔQ)
De acordo com as fórmulas desenvolvidas anteriormente, é apresentado o gráfico 2: Equilíbrio competitivo de curto prazo, a seguir.
A tomada de decisão de uma empresa em concorrência perfeita diz respeito à quantidade que ela tende a produzir. Esta decisão é inerente ao seu desejo em obter lucros. Sendo que a fórmula do lucro total (LT) é definida como LT = RT – CT, se trabalharmos com a variação do lucro total resultante da variação na quantidade produzida de um bem ou serviço, iremos conseguir o chamado lucro marginal (LMg), apresentado pela expressão:
LMg = (ΔLT/ ΔQ) = (ΔRT/ ΔQ) – (ΔCT/ ΔQ)
Como estamos supondo que a firma é racional na sua maneira de produzir e tenha como objetivo último a maximização do seu lucro total, iremos ver, ao longo destas linhas, que a quantidade ótima de produção da firma, que forma o seu equilíbrio competitivo, ocorre ao nível da quantidade q*, pois é com esta quantidade onde se tende a gerar essa maximização.
A ideia de se obter um maior lucro possível está em conseguir a maior diferença (positiva) entre a RT com o CT. Para isso acontecer, a regra é justamente a firma maximizar o lucro total obtendo a igualdade RMg = CMg, sendo o custo marginal crescente, como está indicando o ponto E. A empresa racional sempre aumentará a sua produção, quando isso efetivamente gerar maior lucro total. Neste sentido:
1- Qualquer nível de produção abaixo do ponto E, o acréscimo de receita derivado da produção de uma unidade adicional do produto (RMg) é superior ao acréscimo de custo, derivada da produção de uma unidade adicional de produto (CMg). Neste caso é interessante a firma aumentar sua produção até chegar ao ponto E, pois: LMg > 0 e o LT está aumentando.
2- Qualquer nível de produção acima do ponto E, o acréscimo de custo derivado do incremento de uma unidade de produção (CMg) é superior ao acréscimo de receita derivado deste aumento no produto (RMg), ou seja, LMg < 0 e o LT estará diminuindo. Neste caso, , então, é atraente para a empresa reduzir sua produção dirigindo-se para o ponto E.
3- Em qualquer ponto acima ou abaixo de E, a empresa não estará maximizando seu lucro total, portanto a quantidade q* é definida como a quantidade ótima de produção, pois é com esta quantidade que faz ocorrer a igualdade RMg = CMg , gerando o equilíbrio da firma a curto prazo, que, conforme o gráfico 2, ocorre no momento em que o CMg é crescente.
4- Pelo mesmo gráfico, discorre-se que a análise torna-se mais interessante ao agregarmos a curva de custo total médio (CMe). Note que a curva de CMg intercepta a curva de CMe no ponto de mínimo desta última e que, a partir daí, podemos visualizar determinadas áreas que serão agora objetos de estudo dentro desta nossa atual discussão.
5- Observe que a área do quadrado 0q*PE corresponde à multiplicação 0q* (quantidade vendida) por 0P (nível de preço determinado pelo mercado), ou seja, a receita total (RT) da firma. Por outro lado, a área do retângulo 0q*CMeA corresponde à multiplicação de 0q* (quantidade vendida) por CMeA (custo total médio), isto é, ao custo total (CT).
6- A subtração de 0q*PE em relação a 0q*CMeA equivale à área do retângulo EPACMe, que corresponde ao lucro total da firma (LT), ou seja, a diferença entre receita total (RT) e custo total (CT), sendo este lucro total chamado de lucro econômico (ou lucro extra ou extraordinário). Cabe destacar que este tipo de lucro é obtido por uma firma de concorrência perfeita apenas no curto prazo.
Vamos ver, a partir do próximo tópico, o que acontece a longo prazo, ou seja, quando outras empresas são introduzidas onde esteja vigorando o lucro extraordinário. Em outras palavras, vejamos o que ocorre quando há livre entrada e saída de firmas nesse mercado de concorrência perfeita.
Maximização do lucro de uma firma no longo prazo
Em longo prazo, o lucro extra irá atrair novas empresas no mercado. A maior quantidade de empresas aumentará a oferta de produtos no setor industrial, o que dada uma demanda constante, provocará uma redução dos preços de mercado, reduzindo o lucro extraordinário com o passar do tempo.
Este processo com entrada de novas firmas, aumento de oferta e redução de preço - e, portanto, de diminuição do lucro econômico total - somente irá cessar na medida em que seja eliminado totalmente este lucro econômico, só ficando o chamado lucro normal.
Isso é demonstrado no momento em que a receita marginalde longo prazo (RMgLP) igualar o custo marginal de longo prazo (CMgLP) e o custo médio de longo prazo (CMeLP), o que significa que a firma está atuando no ponto mínimo de CMeLP. Graficamente, esta situação é expressa pelo gráfico 3: Equilíbrio competitivo de longo prazo, a seguir:
Pela figura anterior, a entrada de mais firmas desloca a curva de oferta gradativamente para a direita, de S0 para S2, provocando uma queda no preço de mercado (po para p 2).
Quando o preço chega a P2, cessam os lucros extraordinários, pois, no ponto (p2, q2), RT = CT (ou RMe = CTMe) e LT = 0. Esse ponto corresponde ao mínimo da curva de custo médio de longo prazo (escala ou tamanho ótimo da empresa). Não há mais lucro extra (ou extraordinário), a firma somente obtém o lucro normal (ou extraordinário).
AULA 9 – MONOPÓLIO: HIPÓTESES E FUNCIONAMENTO DE MERCADO E OS RESULTADOS DA FIRMA MONOPOLISTA
Nesta aula 9, iremos ver que monopólio é uma situação em que uma empresa detém o mercado de um determinado produto. Ao mesmo tempo, verifica-se que esta estrutura é devido a certas características particulares da econômica em que a curva de demanda do produo fica negativamente inclinada, na medida em que a demanda do mercado e da firma são as mesmas.
Hipóteses do modelo
Monopólio, ou mais propriamente dito, o monopólio puro é o mercado no qual existe apenas uma única empresa produzindo um dado produto sem substitutos próximos. Em função disso, destaca-se que existem barreiras à entrada de novas empresas concorrentes por meio, por exemplo, da proteção às suas patentes (às marcas do seu produto final); controla o fornecimento de matérias primas, que são importantes para a produção do seu produto; e tem certa tradição e histórico no mercado em que atua.
Segundo Pindyck & Rubinfeld, a hipótese de que o produto da empresa monopolista não apresenta substitutos próximos, está relacionada com a “crença” da firma de que ela não acredita que os lucros elevados (ou chamados lucros extras (ou extraordinários) que consegue obter no curto prazo, possam atrair concorrentes a médio e longo prazo, ou mesmo que os preços elevados possam espantar os seus consumidores.
Funcionamento do monopólio: a curva de demanda do monopolista
O que torna diferente o monopolista da firma de concorrência perfeita é que sua curva de demanda é negativamente inclinada, segundo o gráfico.
A razão para isto é a de que como no monopólio há apenas um produtor (ou vendedor), a curva de demanda da firma é também a curva de demanda do mercado, que seguindo a lei da demanda relaciona de maneira inversa as quantidades a serem demandadas com os preços do seu dado produto. Por esta ótica, a empresa monopolista tem o controle do preço de mercado, que depende de quanto ela resolve produzir,
Receita total, média e marginal para o monopolista
Podemos observar que à medida que a quantidade aumenta, a receita marginal (RMg) cai, mas enquanto esta é positiva, a receita total (RT) aumenta; porém, quando a RMg é negativa, a RT diminui. Ao mesmo tempo destaca-se que a receita média (RMe) é igual ao preço (P) e a demanda é diferente da receita marginal, isso porque a quantidade adicional é vendida a um preço mais baixo que as quantidades anteriores, como podemos perceber na tabela.
A curva de demanda é uma linha reta, conforme retratada pela função Qx = 10 – Px, neste caso, de acordo com os dados da tabela, a receita marginal tem inclinação duas vezes maior do que a curva da demanda, isto é, a receita marginal acaba cortando o eixo das abscissas na metade do corte da receita média, cujo gráfico abaixo ilustra a explicação dada aqui sobre essas receitas.
Maximização do lucro total no monopólio
Um monopolista não se diferencia do produtor em concorrência perfeita, quando se trata de maximização do lucro total, pois é válida também a regra de que a empresa monopolista consegue tal maximização quando a receita marginal é igual ao custo marginal, entretanto, não necessariamente no ramo crescente deste custo marginal. Segundo Pindyck e Rubinfeld, a RMg pode cortar duas vezes a curva de CMg em seu ramo descendente que, mesmo assim, o monopolista irá conseguir obter lucros máximos.
Observe pelo gráfico a seguir a determinação do nível de quantidade (q0) de produção onde há a maximização do lucro total. q0 é encontrado pelo ponto projetado e encontrado com a receita marginal (RMg) sendo igual ao custo marginal (CMg).
Podemos ver também qual é o custo total e qual a receita total quando se vende a produção em função de q0 por meio das curvas de custo médio (CMe0) e da receita média (RMe0), respectivamente. Portanto, o lucro total (ou lucro extraordinário) é igual ao desenho do retângulo CMe0 . RMe0 . A . B, melhor dizendo, é a diferença entre a receita total (RM0 . A . q0) menos o custo total (CMe0 . B . q0).
A conclusão fundamental que aqui chegamos é a de que uma firma monopolista, no curto prazo, obtém lucro extraordinário, como uma firma que atue num mercado de concorrência perfeita. Mas, no longo prazo, o que elimina o lucro extra da firma competitiva é a entrada de novas firmas no mercado, o aumento da oferta do produto e a sua conseqüente redução de preços e lucros. Essa possibilidade não existe numa estrutura de mercado de monopólio.
Uma firma monopolista é capaz de obter lucro extraordinário tanto no curto, quanto no longo prazo, diferente da firma em concorrência perfeita, em que o lucro extra apenas ocorre no curto prazo, cessando a longo prazo.
Cabe destacar que, segundo Pindyck e Rubinfeld, a curva de oferta em um mercado sob monopólio não existe. Esta condição está relacionada à decisão de produção do monopolista que depende não apenas de seu custo marginal, mas também da sua curva de demanda. Os deslocamentos desta curva acabam não definindo uma série de preços e quantidades que possam ser identificados como a curva de oferta da firma monopolista. Isso demonstra que não se é possível estabelecer uma relação bem definida entre preços e quantidades ofertadas pelo monopolista como acontece em concorrência perfeita onde a demanda da firma é constante. Assim, a oferta acaba sendo um ponto único sobre a curva de demanda de um monopolista.
AULA 10 – CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA, OLIGOPÓLIO E A CONEXÃO COM A TEORIA DOS JOGOS
No mundo atual são encontradas formas de mercado onde, em função das condições dos preços e das formas de produção, fazem com que as empresas fiquem cientes das reações que as concorrentes podem tomar. 
Diversificar os produtos por meio da propaganda e da publicidade, por exemplo, acabam tornando os produtos mais diferentes e concorrentes, como poderemos ver pela estrutura de concorrência monopolista. Por outro lado, no caso das empresas de oligopólio, em função das suas estratégias, os vendedores acabam adotando determinadas formas de rivalidades pelas quais podem agir e reagir como discutiremos ao analisar a teoria dos jogos com os modelos de oligopólio.
Concorrência monopolista
1-A estrutura de concorrência monopolista é caracterizada contendo muitas empresas, produzindo um dado produto, ou seja, um dado bem ou serviço. Cada firma que compõe essa estrutura produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos. Diferenciados são seus produtos e não homogêneos como supõe os produtos das firmas de concorrência perfeita. 
De uma maneira geral, a diferenciação do produto se dá através das características físicas, embalagens e das promoções de vendas (tais como propaganda, atendimento etc.).
2-As firmas possuem certos poderes sobre os preços, pois seus produtos têm distinções. Por isso, a firma que pratica a concorrência monopolística consegue ter uma demanda que, embora menor que a demanda de mercado, tem uma inclinação negativa, e uma curva da receita marginal também negativa, sendo que esta sua curva de demanda é bem elástica porque há substitutos próximos.
3-Uma empresa em concorrência monopolista escolhe a quantidade que vai produzir igualando a receita marginal com o custo marginal e que demonstra também qual o seulucro total máximo. O preço, à semelhança do monopólio, é determinado pela interseção com a curva da demanda. Neste sentido, no curto prazo, o preço cobrado em concorrência monopolista é superior ao custo médio, e as empresas têm lucro extraordinário.
4-O lucro extra de cada empresa acaba atraindo outras firmas a entrar no mercado. Mas com o passar do tempo, à medida que as firmas entram, a parcela da demanda de mercado de cada firma se reduz, e a curva de demanda, com que se defronta cada empresa, se desloca para a esquerda. A entrada continua até que, a longo prazo, a curva de demanda irá tocar (e tangenciar) a curva de custo médio. Isso quer dizer que a receita da firma cobre os custos, o lucro é zero e não há incentivo para a entrada ou saída de empresas.
Portanto, a longo prazo, os lucros das empresas em concorrência monopolista são normais, pois a receita total é igual ao custo total, como acontece com as firmas em concorrência perfeita.
Oligopólio: conceito e características
Oligopólio é a forma de mercado em que há um pequeno número de firmas em um dado setor ou um pequeno número de firmas que dominam um setor com muitas empresas. Nesse sentido, as ações de cada empresa afetarão as outras concorrentes. Um exemplo clássico são as guerras de preços, nas quais a decisão de uma empresa de abaixar o preço, com o objetivo de obter uma maior fatia do mercado, acaba neutralizada pela resposta das empresas concorrentes, que também abaixam os preços.
No oligopólio, como há empresas ditas dominantes, estas têm o poder de fixar os preços de venda nos seus termos, isso faz com que as suas demandas sejam normalmente inelásticas. As firmas nesse mercado podem produzir e vender tanto um produto homogêneo quanto um produto diferenciado por marcas. 
Assim como no monopólio de acordo com o que nós aprendemos na aula nove, no oligopólio, barreiras existem também à entrada de novas firmas no setor (ou mesmo no mercado) da oferta de bens e/ou serviços.
Nestas condições, permanecem os lucros extras no longo prazo, especialmente no oligopólio natural, propiciados por uma economia de escala alta de produções a custos relativamente baixos. 
Tais barreiras referem-se, por exemplo, às condições de tradição; proteção aos seus produtos, às suas patentes; controle de matérias-primas importantes na utilização da produção dos seus produtos etc. Cabe destacar que por razões de tecnologia, alguns produtos só podem ser feitos por empresas de grande porte, e neste sentido, é normal que haja apenas um número pequeno de grandes empresas produzindo tais produtos.
Formas de Atuação das Firmas em Oligopólio
Segundo Pyndick e Rubinfeld, são encontradas basicamente duas formas de desempenho das empresas que constituem a estrutura de oligopólio. 
A primeira delas expressa que as empresas têm concorrência entre elas por meio, principalmente, da guerra de preços e mesmo de promoções (e de publicidades). 
A segunda, e a mais utilizada, refere-se à formação de cartéis (conluios, trustes) feitos formal ou informalmente pelos produtores/vendedores de um determinado setor, determinando as políticas de atuação para todas as empresas constituídas nesses cartéis. As ações dos cartéis se condicionam na fixação de preços e repartem os mercados entre as empresas participantes.
As repartições (ou cotas) entre as firmas que formam os cartéis são caracterizadas de duas maneiras: perfeitas e imperfeitas. 
A relação entre as empresas líderes e as subordinadas apresenta um modo de comportamento conceituado como modelo de liderança de preços. Nesse sentido, através das leis antitrustes, o governo não permite que as empresas líderes possam fixar preços muito baixos que tendem a banir as empresas satélites do setor, bem como do mercado.
Modelos Explicativos de Oligopólio e a Relação com a Teoria dos Jogos
Análise setorial e oligopólio: uma análise complementar
As características, as formas de atuação e os principais modelos de oligopólio, são pontos fundamentais, dentro de uma visão da microeconomia, para serem utilizados como variáveis inerentes a uma análise setorial que comporta o estudo da estrutura oligopolista. Destaca-se que a análise setorial permite que se tenha um conhecimento a respeito do contexto (econômico) que uma firma está operando, prevendo com isso as tendências que possam ter impacto nos negócios dela.
Analisar o setor é tentar obter informações que permitem identificar fatores de risco e oportunidades de investimentos, além da fazer avaliações do seu desempenho (e nesse mesmo sentido, da empresa dentro desse setor). Essas informações acabam fornecendo projeções e até traçam cenários para os segmentos da economia.
Utilizando exemplos contidos e retratados na Análise Setorial do Jornal Valor Econômico de 2010 sobre a “Indústria de Shopping Centers” e a Indústria Farmacêutica no Brasil, tem-se como variáveis importantes de obtenção de informações nesses setores:
INDÚSTRIA DE SHOPPING CENTERS
O estágio atual e as perspectivas desse setor; a expansão dos negócios e a consolidação das unidades construídas na década de 90; analisa indicadores do desempenho recente – como faturamento e tráfego de consumidores -; as principais fontes de receitas; o mix de lojas, serviços e lazer; destaca os investimentos em ampliação e revitalização dos shoppings atuais e na construção de novos empreendimentos; e traz os perfis dos principais shoppings e administradores do país.
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO BRASIL
Analisa o desempenho do setor no Brasil e no mundo e as principais transformações pelas quais o setor vem passando; apresenta o avanço global dos genéricos (destacado pela análise por ser dinâmico e registrando taxas bem acima das alcançadas pelos medicamentos em geral); a aposta na biotecnologia e o crescente aumento dos mercados emergentes; mostra os impactos da crise de 2008/2009 sobre os negócios dos laboratórios; avalia os perfis das principais empresas farmacêuticas que estão instaladas no Brasil.

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