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FARMACODINÂMICA Mecanismo de Ação dos Fármacos Profa. Dra. Herbenya Peixoto Mecanismo de Ação dos Fármacos Interações moleculares entre o fármaco e o componente especializado celular promovem alterações bioquímicas e fisiológicas que caracterizam a resposta ao fármaco. RECEPTORES Lei da Ação das Massas (Gutemberg & Waage ) K1 D + R DR K2 K1 = Constante de Instalação K2 = Constante de Dissipação Forças de Interação • Interações Fracas • Van de Waals • Pontes de Hidrogênio • Eletrostáticas • Interações Fortes • Covalentes Complexo DR REVERSIVEL Complexo DR IRREVERSIVEL Receptores • Tipos: • Receptores ionotrópicos • Receptores metabotrópicos Qualquer macromolécula celular a qual um fármaco se liga e promove efeitos mensuráveis • Enzimas • Transportadores Tipos de Receptor Canais Iônicos Transmembrana • Neurotransmissão • Condução cardíaca • Contração muscular • Secreção Canais Iônicos Transmembrana Receptores Transmembrana Acoplados a Proteínas G • A classe mais abundante de receptores no corpo humano • Estão expostos na superfície extracelular da membrana celular, atravessam a membrana e possuem regiões intracelulares que ativam uma classe singular de moléculas de sinalização, denominadas proteínas G Receptores Transmembrana Acoplados a Proteínas G Receptores Transmembrana Acoplados a Proteínas G Receptores Transmembrana Acoplados a Proteínas G Receptores Transmembrana com Domínio Intracelular de Ação Catalítica • Receptores com tirosinoquinase • O maior grupo de receptores transmembrana com domínios citosólicos enzimáticos • Transduzem sinais de numerosos hormônios e fatores de crescimento através da fosforilação de resíduos de tirosina na cauda citoplasmática do receptor levando ao recrutamento e à fosforilação subsequente da tirosina de diversas moléculas sinalizadoras citosólicas. Receptores Intracelulares (enzimas, reguladores da transcrição e proteínas estruturais) • São encontrados no citosol ou mesmo no núcleo da células. • Seus ligantes podem penetrar a membrana celular. • Desencadeiam uma cascata de reações envolvidas na transcrição genica. • Receptores com Tirosinofosfatases • Receptores com Serina/Treoninocinases • Receptores com Guanilil Ciclases • Receptores com tirosina Qinase Alvo de hormônios e neurotransmissores Convergência de Sinalização • Uma célula recebe diversos estímulos simultâneos • Inibitórios • Estimulantes • Estimulação excessiva pode levar à lesão celular ou afetar adversamente o organismo como um todo Convergência de Sinalização Convergência de Sinalização Ligação Droga-Receptor • Todos os receptores são acessíveis ao fármaco. • Somente pequena fração do fármaco participa da formação de complexos. • A resposta biológica é proporcional ao grau de ocupação. Ligação Droga-Receptor AGONISTA A droga se liga ao receptor e promove sua ativação Ligação Droga-Receptor • Afinidade • Capacidade de ligar-se ao receptor • Seletividade • Capacidade de ligar-se com determinado receptor • Atividade intrínseca • Capacidade de ativar o receptor e promover efeito AGONISTA Ligação Droga-Receptor Log dose 0 25 50 75 100 1 2 3 1 e 2 = Atividade Intrínseca igual, Afinidade ao Receptor diferente 2 e 3 = Atividade Intrínseca e Afinidade ao Receptor diferentes R e sp o st a (% ) Ligação Droga-Receptor Uma droga pode ligar-se a um receptor e não promover a sua ativação ANTAGONISTA Log dose 0 50 100 Ligação Droga-Receptor Agonista Antagonista Afinidade X X Seletividade X X Atividade Intrínseca X - Teoria da ocupação de Clarck (1926) • Trata da relação dose-efeito • Baseia-se na lei da ação das massas “A velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações molares dos reagentes” • Pode ser gradativa ou quantal • Relação droga x receptor → 1:1 • O efeito máximo é alcançado quando se ocupa todos os receptores Teoria da ocupação de Clarck (1926) K1 → DR K2 → [D] x [R]K1 = K2 equilíbrio Teoria da ocupação de Clarck (1926) • Quanto menor a kD • Maior a afinidade entre droga e receptor • Mais forte é a ligação entre fármaco e o receptor • Mais lenta é a dissociação do complexo droga-receptor Paramentos da Curva Dose-Resposta E fe it o ( % ) Log dose 0 25 50 75 100 E fi c á c ia Potencia DE50 Paramentos da Curva Dose-Resposta • Potencia • Medida comparativa (EC50), refere-se às diferentes doses de dois fármacos para produzir o mesmo efeito. E fe it o ( % ) Log dose 0 25 50 75 100 Paramentos da Curva Dose-Resposta • Eficácia • Relaciona-se com a altura da curva • Descreve a “força” de um único complexo droga-receptor para provocar uma resposta do tecido • Não depende da potencia • Pode relacionar-se também com efeitos colaterais E fe it o ( % ) Log dose 0 25 50 75 100 Paramentos da Curva Dose-Resposta Inclinação Quando acentuada indica que pequenos incrementos na dose podem causar grandes efeitos. Estreita margem de segurança Dose terapêutica próxima da dose tóxica E fe it o ( % ) Log dose 0 25 50 75 100 Ligação Droga-Receptor Alguns fármacos não produzem efeito máximo por mais que se aumente a dose % E f e i t o Log dose 0 25 50 75 100 Teoria de Ariens (1954) Teoria Atividade Intrínseca • Para produzir efeito não é necessária somente a formação do complexo fármaco- receptor (F-R) • O efeito farmacológico é proporcional à: • Afinidade do fármaco pelo receptor para formar o complexo D-R • Atividade intrínseca () é a capacidade de ativação do receptor, podendo variar de 0 a 1 Teoria de Ariens (1954) ▪ Fármaco Agonista Total ▪ Fármaco Agonista Parcial 0 25 50 75 100 Teoria de Ariens (1954) ▪ Fármaco Agonista Total ▪ Droga que apresenta afinidade pelo receptor e atividade intrínseca na célula ▪ Produz efeito máximo (α = 1) Teoria de Ariens (1954) ▪ Fármaco Agonista Parcial ▪ É a droga que possui afinidade e atividade intrínseca reduzida ▪ NÃO produz efeito máximo (0> α <1) ▪ Os agonistas parciais também são denominados antagonistas parciais, porque impedem que um agonista total se ligue ao receptor desencadeando seu efeito máximo Teoria de Ariens (1954) • Fármaco Agonista Inverso • É a droga que apresenta afinidade e atividade intrínseca contrária à ação original da mesma. • Possui atividade intrínseca negativa (α= - 1) Teoria de Ariens (1954) • Fármaco Antagonista • Possui afinidade mas não apresenta atividade intrínseca • NÃO produzem efeito algum (α =0) • Impedem a ligação do agonista total ao receptor Teoria de Stephenson (1956) • Introduziu os conceitos de eficácia e de receptores de reserva • Atividade do Agonista = Afinidade X Eficácia • Agonistas Totais (α=1) podem produzir efeito máximo ocupando pequeno número de receptores. • Mesmo em pequenas doses podem produzir resposta máxima (de acordo com sua eficácia) Teoria de Stephenson (1956) • Receptores não ocupados = Receptores de Reserva • Fármacos com pequena eficácia nunca produzem efeito máximo, mesmo se todos os receptores estiverem ocupados Teoria Alostérica (del Castillo & Katz, 1957) • O receptor apresenta-se no estado ativo (Ra) ou em repouso (Ri) • Os fármacos podem ligar-se a ambas as formas do receptor, mas eles apresentamuma afinidade para cada estado do receptor. • O complexo DRa* é instável • A magnitude do efeito do agonista depende da proporção entre Ra e Ri Teoria Alostérica (del Castillo & Katz, 1957) Teoria Alostérica (del Castillo & Katz, 1957) • Um ligante ao interagir com o sítio ativo provoca uma alteração conformacional no receptor levando à: • Ativação do receptor com graus variáveis de atividade intrínseca positiva (total ou parcial) • Impedimento da atividade de um agonista - antagonista com zero atividade intrínseca. • Mudança no receptor do estado ativo (ativação constitutiva) para o estado inativo – agonista inverso. Teoria Alostérica • Diferentes estados alostéricos do receptor os permite interagir com: • Agonista total • Agonista parcial • Antagonista • Agonista inverso Teoria Alostérica • Agonista Total • Forte preferencia pelo receptor no seu estado ativado • Capaz de promover 100 % de resposta. • Possui atividade intrínseca é = 1. Teoria Alostérica • Agonista Parcial • Fraca preferencia pelo receptor no estado ativado • Não é capaz de produzir 100 % de efeito. Resposta submáxima • Possui atividade intrínseca >0 e <1 Teoria Alostérica • Agonista Inverso • Ligam-se a receptores constitutivamente ativados, estabilizando-os e deslocando o equilíbrio do receptor para o estado inativo, reduzindo assim o nível de atividade basal. • Atividade intrínseca: α = - 1. Teoria Alostérica • Antagonista • Indiferente ao estado do receptor (Ra ou Ri). • Não é capaz de produzir efeito biológico. • Possui atividade intrínseca = 0 Teoria Alostérica Ativação Constitutiva • Considerável ativação de determinados receptores na ausencia de um ligante. • Ex.: receptores benzodiazepinicos, canabinoides e dopaminergicos. • Esta ativacão consitutiva é passivel de redução ou inibição por ligantes chamados agonistas inversos. 1 Antagonismo entre Drogas • Antagonismo fisiológico ou funcional • Quando 2 agentes exibem efeitos opostos por mecanismos independentes, ou seja, se ligam em receptores diferentes. • Exemplo • Vasodilatador (histamina) + vasoconstritor (noradrenalina) Antagonismo entre Drogas • Antagonismo competitivo • O antagonista combina-se com o mesmo sítio do receptor que o agonista • Não induz nenhuma resposta, pois bloqueia a ação do agonista • Podem ser de 2 tipos: • Competitivo de equilíbrio ou reversível • Competitivo irreversível Antagonismo entre Drogas • Reversível • Envolve ligações fracas • Este antagonista liga-se reversivelmente ao receptor e pode ser deslocado com o aumento da [agonista] • Atropina (antagonista) e Acetilcolina (agonista) • Irreversível • Envolve ligações covalentes • Se a [antagonista] for adequada, nenhuma quantidade de agonista será capaz de deslocar o antagonista de seu sítio de ligação no receptor. Antagonismo Competitivo Antagonismo entre Drogas • Antagonismo não competitivo • O antagonista atua num sítio fora do receptor do agonista • Não compete pelo mesmo sítio receptor, mas pode antagonizar a ação de um agonista, por boqueio de sua ação através de uma cascata de eventos • Anti-hipertensivo diazóxido Antagonismo entre Drogas • Antagonismo químico • Envolve uma interação química direta entre o agonista e o antagonista • Torma o agonista farmacologicamente inativo • Fármaco interage quimicamente com outro, diminuindo sua concentração e seu efeito. • Muito utilizado em intoxicações. • Versenato de sódio nas intoxicações por chumbo • Permanganato de potássio nas intoxicações por alcalóides Antagonismo entre Drogas • Antagonismo físico • Quando as substâncias interagem sem reagir. • Ex: Carvão ativado • Adsorve a estricnina no trato intestinal, anulando seu efeito.
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