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crimes contra a honra

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Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 1 
 
CAPÍTULO V 
DOS CRIMES CONTRA A HONRA 
 Calúnia 
 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga. 
 § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
 Exceção da verdade 
 § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
 I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por 
sentença irrecorrível; 
 II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141; 
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença 
irrecorrível. 
 Difamação 
 Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 Exceção da verdade 
 Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a 
ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
 Injúria 
 Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
 I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; 
 II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. 
 § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio 
empregado, se considerem aviltantes: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. 
 § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou 
a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. 
 Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
 
 Disposições comuns 
 Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é 
cometido: 
 I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; 
 II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 2 
 
 III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou 
da injúria. 
 IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de 
injúria. 
 Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a 
pena em dobro. 
 Exclusão do crime 
 Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
 I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador; 
 II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a 
intenção de injuriar ou difamar; 
 III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que 
preste no cumprimento de dever do ofício. 
 Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá 
publicidade. 
 Retratação 
 Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica 
isento de pena. 
 Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga 
ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá 
satisfatórias, responde pela ofensa. 
 Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, 
no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. 
 Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do 
caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo 
artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código. 
 
INTRODUÇÃO 
Valor protegido: Honra. 
 CF, Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a 
honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 Pacto de San Jose da Costa Rica – art. 11, §1º - Proteção da 
honra e da dignidade 
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao 
reconhecimento de sua dignidade. 
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou 
abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 3 
 
domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas 
ilegais à sua honra ou reputação. 
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais 
ingerências ou tais ofensas. 
Nota: questiono a constitucionalidade dos delitos contra a 
honra por violação ao caráter subsidiário do direito penal e porque a CF 
deixa claro qual o meio de reparação às ofensas cometidas à honra 
(indenização) 
1) Conceito de Honra: 
Conjunto de qualidades de ornamentam a pessoa, conferindo-
lhe respeitabilidade social e estima própria. 
Subdivide-se em reputação (honra objetiva - conceito do 
indivíduo em sociedade) e autoimagem (honra subjetiva - opinião que a 
pessoa tem de seus atributos pessoais). 
A honra subjetiva subdivide-se em honra-dignidade, relativa ao 
sentimento da pessoa a respeito de seus atributos morais, e honra-
decoro, referente ao sentimento tangente às qualidades individuais 
físicas, intelectuais e sociais. 
 Honra da pessoa jurídica – peossoa jurídica pode ser vítima de 
crime contra a honra? 
Depende. As pessoas jurídicas gozam apenas de honra 
objetiva, de modo que podem ser vítimas apenas dos crimes de calúnia e 
difamação. Nunca de injúria. 
A doutrina majoritária entende que as pessoas jurídicas apenas 
podem cometer crimes contra o meio ambiente (art. 3º, Lei 9.065/98), de 
modo que só haveria calunia no caso de imputação falsa de crime 
ambiental. 
No que tange à difamação, não existe tal restrição. 
 Inimputáveis podem ser vítima de crimes contra a honra? 
Sim. Existe questionamento no que se refere à calúnia, pois a 
imputabilidade é pressuposto da culpabilidade que, por sua vez, é 
elemento essencial à configuração de crime. 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 4 
 
Contudo, o art. 138, conforme se verá, pune a imputação de 
“fato previsto como crime”. 
No que tange à injúria, por se tratar de ofensa à honra 
subjetiva, o sujeito passivo deve ser capaz de compreender o caráter 
negativo da ofensa. 
2) Imunidades 
Quem detém imunidade nas suas palavras e opiniões não pode 
ser sujeito ativo dos crimes contra a honra. 
Exemplos: senadores, deputados federais, deputados 
estaduais ou distritais, vereadores (nos limites do município que exerce a 
vereança). 
Advogado tem imunidade profissional, mas só para difamação 
e injúria (Art. 7.º, § 2º, Estatuto da OAB) 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 5 
 
Calúnia 
 Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato 
definido como crime: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a 
imputação, a propala ou divulga. 
 § 2º - É punível a calúnia contra os mortos. 
 
1) OBJETIVIDADE JURÍDICAHonra objetiva. Bom nome da 
pessoa. 
 
2) TIPO OBJETIVO  
 
a. Verbo núcleo – Caluniar – atribuir fato criminoso 
falsamente, imputar fato criminoso falsamente. 
 
Meio Executório: forma livre. 
 
o Conduta equiparada: Propalar – divulgar a imputação que 
SABE ser falsa. 
 
b. Elementares: 
 
i. Falsidade da acusação 
A falsidade pode ser relativa à ocorrência material do fato ou 
sobre sua autoria. 
O sujeito ativo deve ter consciência da falsidade ou ao menos 
da possibilidade de que esta seja falsa. 
 
o Na figura de “propalar”, o sujeito deve, obrigatoriamente, ter 
conhecimento da falsidade. 
 
ii. Alteridade 
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Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 6 
 
O fato deve ser imputado a terceira pessoa. A autoacusação 
falsa de crime é considerada crime contra a administração da justiça (CP, 
art. 341). 
Possibilidade de Calúnia reflexa – p.ex: eu, funcionário público, 
afirmo falsamente que recebi quantia em dinheiro de Paulo para deixar 
de praticar ato de ofício. Por via reflexa, imputei a prática do crime de 
corrupção ativa a Paulo. 
A terceira pessoa deve ser determinada ou determinável. 
 
iii. Fato previsto como crime 
A imputação deve ser de fato concreto, ainda que de forma 
genérica. A imputação abstrata poderá configurar injúria. P.ex: dizer que 
fulano é ladrão x dizer que fulano praticou um assalto a banco. 
O fato deve ser verossímil, p.ex: Pedro subtraiu a estátua do 
Cristo Redentor 
O fato deve ser previsto como crime, a imputação de 
contravenção penal ou mera violação moral configura injúria. P.ex: dizer 
que a tia da cantina se recusou a receber moeda de curso legal como 
forma de pagamento do pão de queijo. 
 
3) TIPO SUBJETIVO  Dolo. Consciência e vontade de imputar 
falsamente a prática de fato previsto como crime a terceira pessoa. 
 
 Elemento Subjetivo específico – vontade de causar dano à honra 
objetiva da pessoa. 
Não haverá crime se o sujeito age com animus jocandi, com 
intenção de aconselhar ou narrar fato (testemunha). 
 
4) SUJEITOS: 
a. Ativo – qualquer pessoa, menos os imunes 
 A imunidade do art. 142 não se aplica à calúnia. O EAOAB tentou 
expandir o alcance da imunidade, mas o STF julgou 
inconstitucional. 
 
b. Passivo – qualquer pessoa. 
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Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 7 
 
 É punível a calúnia contra os mortos (§2º). Nesse caso, o sujeito 
passivo serão os familiares. 
 Calúnia reflexa – ofende-se uma pessoa, mas atinge, de forma 
reflexa a honra de outra. P.ex: chamar alguém de “corno”, até 2005 
poderia configurar calúnia em relação ao cônjuge do ofendido. 
 Inimputáveis ou pessoas jurídicas. 
 
5) CONSUMAÇÃO  Crime formal. 
Consuma-se com o conhecimento da imputação por terceira 
pessoa. Se apenas o ofendido tomar conhecimento da ofensa, 
configurará o crime de injúria. 
A ofensa à honra objetiva, a mácula à imagem da pessoa 
caluniada configura mero exaurimento. 
 
6) TENTATIVA  Possível, na forma escrita. 
 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 8 
 
 
 Difamação 
 Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à 
sua reputação: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
 
 
1) OBJETIVIDADE JURÍDICA Honra objetiva. Bom nome da 
pessoa. 
 
2) TIPO OBJETIVO 
 
a. Verbo núcleo – Difamar – atribuir fato ofensivo à reputação 
da vítima. 
 
Meio Executório: forma livre. 
 
b. Elementares: 
 
i. Fato ofensivo à reputação 
 
3) TIPO SUBJETIVO  Dolo. Consciência e vontade de imputar 
falsamente a prática de fato ofensivo à reputação. 
 Elemento Subjetivo específico – vontade de causar dano à honra 
objetiva da pessoa. 
Não haverá crime se o sujeito age com animus jocandi, com 
intenção de aconselhar ou narrar fato (testemunha). 
 
4) SUJEITOS: 
a. Ativo – qualquer pessoa, menos os imunes 
b. Passivo – qualquer pessoa. 
 
5) CONSUMAÇÃO  Crime formal. 
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Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 9 
 
Consuma-se com o conhecimento da imputação por terceira 
pessoa. Se apenas o ofendido tomar conhecimento da ofensa, 
configurará o crime de injúria. 
A ofensa à honra objetiva, a mácula à imagem da pessoa 
configura mero exaurimento. 
 
6) TENTATIVA  Possível, na forma escrita. 
 
EXCEÇÃO DA VERDADE 
A calúnia e a Difamação admitem a “Exceção da Verdade”. 
Trata-se de incidente processual que permite ao querelado (ou seja, 
apenas é possível após a propositura da queixa) provar que a imputação 
é verdadeira. É questão prejudicial homogênea que suspende o curso do 
processo. 
 
 
 Art. 138. §3º - Admite-se a prova da verdade, salvo: 
 I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, 
o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; 
 II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas 
no nº I do art. 141; 
 III - se do crime imputado, embora de ação pública, o 
ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível. 
 
 Art. 139. Parágrafo único - A exceção da verdade somente 
se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é 
relativa ao exercício de suas funções. 
 
 CPP, art. 85 - Se o ofendido for pessoa com foro privilegiado por 
prerrogativa de função, a exceção da verdade será julgada pelo 
órgão competente para a análise de eventual ação penal contra 
ele. O STF entendeu que o recebimento e processamento do 
incidente se dará no juízo singular, enquanto o julgamento caberá 
ao foro específico (Inq. 1.436/PR, DJU 06.03.2001) 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 10 
 
EXCEÇÃO DA NOTORIEDADE 
Permite-se ao querelado comprovar que a imputação, ainda 
que inverídica, é notória. 
 
Art. 523 - Quando for oferecida a exceção da verdade ou da 
notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a 
exceção no prazo de 2 (dois) dias, podendo ser inquiridas as 
testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele 
prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o 
máximo legal.(CPP) 
 
Ex: Dizer que houve um esquema de corrupção dentro do 
Congresso Nacional, onde membros de um determinado partido 
ofereciam dinheiro para que os parlamentares votassem a favor de 
determinados projetos. 
Se o fato é público e notório, haverá absolvição por crime 
impossível, pois a reputação do sujeito passivo já estava mais por baixo 
do que cu de foca. 
 
Quadro Esquemático 
 
Exceção da Verdade e Exceção da Notoriedade 
 Calúnia Difamação 
Regra Admite Não Admite 
Exceção Crime de Ação Privada; Presidente da 
República e Chefe de Governo 
estrangeiro; Absolvição transitada em 
julgado. 
Ofendido for funcionário público e a ofensa 
for em razão de sua função 
Conseqüência 
(Exceção da 
Verdade) 
Atipicidade da conduta (Falsidade é 
Elementar do tipo); Nucci entende que é 
causa de extinção da punibilidade 
Exclusão da Antijuridicidade – Exercício 
regular de Direito (Falsidade não é Elementar 
do tipo) 
Conseqüência 
(Exceção da 
Notoriedade) 
Absolvição por Crime Impossível – 
Impropriedade absoluta do objeto 
Absolvição por Crime Impossível – 
Impropriedade absoluta do objeto 
 
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Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 11 
 
 Injúria 
 Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o 
decoro:Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 
 
 
1) OBJETIVIDADE JURÍDICA Honra subjetiva. Avaliação que 
cada um tem de si mesmo. 
 
2) TIPO OBJETIVO  
 
a. Verbo núcleo – injuriar – atribuir qualidade negativa 
 
Meio Executório: forma livre. Possível inclusive de ser 
cometido de forma omissiva. 
 
b. Elementares: 
 
i. Fato ofensivo à dignidade (sentimento da pessoa a 
respeito de seus atributos morais) ou decoro 
(sentimento tangente às qualidades individuais físicas, 
intelectuais e sociais) 
 Injúria absoluta x Injúria relativa (Manzini) 
o Injúria absoluta – expressão que é injuriosa em qualquer 
lugar, em qualquer momento e contra qualquer pessoa. A 
expressão tem significado ofensivo constante e unívoco. 
o Injúria relativa –expressão que será injuriosa dependendo 
do momento, do local ou da pessoa. 
 
3) TIPO SUBJETIVO  Dolo. Consciência e vontade de ofender. 
 
 Elemento Subjetivo específico – vontade de causar dano à honra 
subjetiva da pessoa. 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 12 
 
Não haverá crime se o sujeito age com animus jocandi, com 
intenção de aconselhar ou narrar fato (testemunha). 
 
4) SUJEITOS: 
a. Ativo – qualquer pessoa, menos os imunes. 
b. Passivo – qualquer pessoa. 
 
 Por se tratar de honra subjetiva, a pessoa jurídica não pode ser 
vítima. 
 Os inimputáveis, para serem vítimas de injúria, devem ter 
capacidade de compreender a ofensa. 
 
5) CONSUMAÇÃO  Crime formal. 
Consuma-se com o conhecimento da ofensa pela vítima. A 
ofensa à honra subjetiva configura mero exaurimento. 
 
6) TENTATIVA  Possível, na forma escrita. 
 
PERDÃO JUDICIAL 
 
 § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: 
 I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou 
diretamente a injúria; 
 II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra 
injúria. 
 
 
 Primeira hipótese: A também provoca B e B devolve 
a provocação com a injúria. 
 
 Segunda hipótese: A provoca B. B retruca e, com 
isso, realiza uma retorsão com injúria. 
 
 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 13 
 
INJURIA REAL 
 
 § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, 
que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem 
aviltantes: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além 
da pena correspondente à violência. 
 
A violência ou a vias de fato são meio para a prática do crime 
contra a honra.O sujeito ativo usa a violência para ofender, humilhar. 
A intenção dele não é ferir, causar lesões, mas sim de ofender. 
Ex: puxões de orelha, de cabelo, cuspir em alguém, tapa no rosto ... 
 
 Injuria real + vias de fato  pune-se apenas a injúria real 
 Injúria real + lesões corporais  pune-se pelo crime 
contra a honra e pelo crime contra a integridade 
 
Crítica: evidente bis in idem. Como pode a violência gerar uma 
qualificadora e, ao mesmo tempo, soma das penas? 
 
 
INJÚRIA RACIAL 
 
 § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos 
referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de 
pessoa idosa ou portadora de deficiência. 
 Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
 
 Na injúria preconceito o agente atribui qualidade negativa à 
vítima usando elementos referentes à raça, cor, etinia ... No crime de 
racismo, o agente segrega a vítima em razão de sua raça, cor, etc. 
No primeiro caso, ele usa a cor para atribuir à vítima qualidade 
negativa. No segundo caso, ele usa a cor para separar a vítima do 
convívio social (appartaid social). 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 14 
 
 Injúria preconceito – Art.140, §3 Racismo - Lei 7.716/89 
Conduta Atribuição de qualidade negativa 
referindo-se a elemento racial ou 
condição de pessoa idosa 
Ato de segregação com motivação racial 
Prescrição Prescritível Imprescritível 
Ação Penal Pública condicionada Pública incondicionada 
 
 Perdão Judicial x injuria racial  A doutrina majoritária entende 
que o perdão judicial não alcança a injúria preconceito, em razão 
da posição topográfica do perdão judicial e por ser incompatível, 
uma vez que a injúria preconceito consiste em violação séria à 
honra da vítima, ferindo uma das metas fundamentais do Estado 
democrático de direito. 
 
 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 15 
 
DISPOSIÇÕES COMUNS 
 
 
 Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-
se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: 
 I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de 
governo estrangeiro; 
 II - contra funcionário público, em razão de suas funções; 
 III - na presença de várias pessoas, ou por meio que 
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. 
 IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou 
portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. 
 Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga 
ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro. 
 
 
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo 
estrangeiro  Ofender o Presidente da república é ofender todos os 
cidadãos; Ofender chefe de governo estrangeiro estremece as relações 
internacionais da qual o Brasil participa. 
 
 Se houver motivação política contra o Presidente da República, 
aplica-se a Lei de Segurança Nacional. 
 
II - contra funcionário público, em razão de suas funções  A ofensa tem 
que ser propter oficium. A ofensa à honra de funcionário público 
prejudica o andamento da vida funcional dele. 
 conceito de funcionário público: 
o Típico  Art. 327 - Considera-se funcionário público, para 
os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem 
remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
o Por equiparação  Art. 327, § 1º - Equipara-se a 
funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função 
em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa 
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Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 16 
 
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a 
execução de atividade típica da Administração Pública. 
Divergência doutrinária relevante: 
 Só incide a majorante em relação ao funcionário público típico. 
Trata-se de causa de aumento de pena, cuja interpretação deve 
ser restritiva (Cunha); 
 Incide a majorante em qualquer caso pois o CP não faz essa 
ressalva (Mirabete) 
 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a 
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. 
No mínimo 3 pessoas, sem computar coautores, partícipes e pessoas 
que não conseguem entender o que está sendo dito. 
A vítima, em regra, não é computada. 
Noronha  quando a vítima for, a um só tempo, sujeito passivo e 
testemunha, será computada. 
Ex: A ofende B, C, D e E. Na ofensa de A contra B, eu não computo B, 
vítima. Mas comuto C, D e E, que, nesse caso, são testemunhas. Na 
ofensa de A contra C, é claro que não computo C, mas vou computar B, 
D e E, que são testemunhas. E por aí vai. Vejam que essa questão já 
caiu em concurso: quando há pluralidades de vítimas e as vítimas são 
testemunhas das outras vítimas, aí serão computadas como 
testemunhas. Vejam que aqui ele vai responder por 4 crimes contra a 
honra majorados. 
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a 
divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. 
 
 Com a Declaraçãoda não recepção da lei de imprensa, nos crimes 
contra a honra cometidos pela imprensa será aplicável esta causa 
de aumento. 
 
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de 
deficiência, exceto no caso de injúria. 
 Exceto na injúria racial (art. 140, §3º), pois será elemento do tipo. 
 
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Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 17 
 
EXCLUSÃO DO CRIME 
 
 Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível: 
 I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, 
pela parte ou por seu procurador; 
 II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou 
científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou 
difamar; 
 III - o conceito desfavorável emitido por funcionário 
público, em apreciação ou informação que preste no 
cumprimento de dever do ofício. 
 Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela 
injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 
 
 
 
Divergência doutrinária relevante quanto à natureza jurídica do art. 142: 
 1ª Corrente: Causa especial de exclusão da ilicitude 
(DAMÁSIO). 
 
 2ª Corrente: Causa de extinção da punibilidade (NUCCI, 
NORONHA). 
 
 3ª Corrente: Trata-se de causa de exclusão do elemento 
subjetivo do tipo, isto é, da especial intenção de ofender. 
 
 4ª Corrente: Para os adeptos da tipicidade conglobante, 
estamos diante de causa de atipicidade. 
 
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por 
seu procurador; 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 18 
 
 “Imunidade judiciária”  abrange a parte e seu procurador. O 
advogado será imune, não graças ao art. 142, mas graças ao art. 
7.º, § 2º, do Estatuto da OAB. 
 Ministério Público  art. 41, V, Lei 8.625/93. 
 Juiz  Juiz não é imune, mas age em estrito cumprimento do 
dever legal (CUNHA) 
 
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo 
quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar; 
 
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em 
apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício. 
 Chamada “Imunidade funcional” 
 
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela 
difamação quem lhe dá publicidade. 
 Terceiros que dão publicidade para a injúria e para a difamação 
respondem pelo crime que as pessoas com imunidade judiciária ou 
funcional não responderão. 
 Na crítica literária a publicidade é inerente ... 
 
 RETRATAÇÃO 
 
 Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata 
cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena. 
 
Retratar é desdizer, retirar o que disse, trazer a verdade à tona. 
Trata-se de causa extintiva da punibilidade unilateral. Dispensa 
concordância da parte contrária. A análise da retratação será realizada 
pelo juiz. Se entender foi sincera, não precisa ouvir a parte contrária. 
 A retratação isenta o querelado de pena, mas não isenta de 
responsabilidade civil. 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 19 
 
 Não existe retratação extintiva em ação penal pública, pois a lei diz 
“querelado” 
 
Nota Pessoal: se a análise da retratação é normativa e 
independe da concordância do querelante, não faz sentido restringir aos 
casos de ação penal privada. 
 
 Limite temporal: até a sentença de primeiro grau 
 A retratação é circunstancia pessoal, incomunicável aos 
colaboradores. 
 
 PEDIDO DE EXPLICAÇÕES 
 
 Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere 
calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode 
pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, 
a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. 
 
 É medida preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa 
quando, em virtude dos termos empregados, não se mostra evidente a 
intenção de ofender a honra, gerando dúvidas. 
 
 Não interrompe ou suspende o prazo decadencial. 
 As explicações não são obrigatórias. Pede quem vê necessidade. 
Explica quem quer. Pelo silêncio, não se conclui a ocorrência da 
infração penal. 
 A Lei de Imprensa é que trazia o rito do pedido de explicações, 
mas com a sua inaplicabilidade seguirá o rito das notificações 
judiciais. 
 
 
 
 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 20 
 
AÇÃO PENAL 
 
 
 Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se 
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do Art. 140, § 
2º, da violência resulta lesão corporal. 
 Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do 
Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 
deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso 
do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 
140 deste Código. 
 
 
Ação Penal Privada Regra Geral 
Ação Penal Pública 
Condicionada 
Requisição do Min. da 
Justiça 
Vítima: Presidente da 
Rep. ou Chefe de Gov. 
estrangeiro (art. 141, I) 
Representação da 
Vítima 
Ofensa resultar lesão 
leve (art. 140, §2º) 
Ofensa dirigida contra 
funcionário público 
(Súmula 714, STF) 
Injúria racial (alterado 
pela Lei 12.0330/2009) 
 
 Crime contra a honra de funcionário público depende de 
representação, desde que a ofensa for relativa ao exercício do 
cargo, emprego ou função. Contudo, o STF entendeu que por se 
tratar de crime contra a Honra, o ofendido também é titular da 
Ação Penal: 
Súmula nº 714 - DJ de 13/10/2003 –É concorrente a 
legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério 
Público, condicionada à representação do ofendido, para a 
ação penal por crime contra a honra de servidor público em 
razão do exercício de suas funções. 
Prof. Fernando Antunes Soubhia 
 
Direito Penal III – Crimes Contra a Honra Página 21 
 
 a opção pela representação torna preclusa a queixa-crime 
Exemplo dado pelo Rogério Sanches: 
O juiz e o promotor se desentenderam. E eles começaram a não 
se dar por causa disso. O juiz soltou um estuprador de uma 
criança de 8 anos, com fundamento na primariedade e bons 
antecedentes. Uma semana depois, o estuprador foi preso 
novamente, em flagrante, estuprando outra criança. O promotor fez 
uma cota nos autos assim: “flagrante formalmente em ordem, 
senhor Juiz, aguardo a vinda dos autos principais, que o senhor 
durma com essa.” O juiz se sentiu ofendido e representou o 
promotor criminalmente para o Procurador-Geral para que este 
fosse processado pelo crime contra a honra (Promotor tem foro 
privilegiado, por isso a representação perante o PGJ). O 
Procurador-Geral entendeu que o Promotor agiu em estrito 
cumprimento de dever legal e arquivou a representação. O juiz 
recorreu para o Colégio de Procuradores que manteve o 
arquivamento. Diante disso, o Juiz ajuizou Queixa-Crime, que foi 
rejeitada em razão da preclusão.

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