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Artigo Gravides na adolescencia: fatores de risco e implicações

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FATORES DE RISCO E IMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
 
Débora Cristina Ezequiel da Silva¹
Ianca Pereira da Silva Dantas²
Resumo: Adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta e caracteriza-se por alterações em diversos níveis - físicos, mentais, sociais e biológicos e com o aparecimento de uma gestação possivelmente ocorrerão implicações nesta fase da vida. É alarmante que com toda informação passada via internet, escola e televisão ainda exista tanta falta de informação para algumas pessoas quando o assunto é educação sexual. Mas, se analisarmos bem a sociedade e o assunto gravidez na adolescência vemos que na maioria dos casos são pessoas que não tem uma boa posição social e um acompanhamento dos pais ou responsáveis, alguns sem estudo e muitas vezes pessoas que sofre violência e acabam usando o sexo para “esquecer”. 
Devido ao medo de não aceitação dos pais e por falta de um companheiro que as apoiem acabam escondendo por tempo prolongado e assim demora a começar o pré-natal que é de fundamental importância para qualquer gravidez, principalmente quando se é enquadrada em gravidez de risco e isso poderá ocasionar diversos problemas para a mãe e também para o feto. 
Conclui-se que o tema gravidez na adolescência, embora já bem retratado ainda precisa ser debatido e carece de atenção dos órgãos púbicos e autoridades dos serviços de saúde brasileiros. 
Palavras-chave: Gravidez na adolescência, Fatores de risco, Implicações, Saúde pública.
Adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta e caracteriza-se por alterações em diversos níveis - físicos, mentais, 
¹ Estudante de enfermagem – FAEN/UERN. E-mail: debora-ezequiel2011@hotmail.com 
² Estudante de enfermagem – FAEN/UERN. Email: Iankapdantas@hotmail.com 
sociais e biológicos e com o aparecimento de uma gestação possivelmente ocorrerão implicações nesta fase da vida. 
Quando se tem um caso de gravidez nessa fase, com certeza vai ser difícil tanto para a mãe como para a sociedade aceitar e isso ocasiona primeiramente o medo de falar, a gestante guarda para si essa situação e isso implica no seu estado mental e social não só momentaneamente como também no futuro.
A gravidez na adolescência vem ocupando lugar significativo na saúde pública e despertando interesse em acadêmicos, profissionais, gestores de saúde e no que se refere à saúde sexual e reprodutiva, assim como ligada a violência. (MONTEIRO et. at., 2007). Tudo isso devido a sexualidade ocorrer precocemente e, além disso, ser desprotegida e fazerem uso de contraceptivos inadequados.
Apresenta-se tanto em televisões e internet como nas escolas sobre a sexualidade, sendo que nas escolas isso é passado ainda com uma certa dificuldade, os professores ainda receiam repassar essa informação para os seus alunos muitas vezes por que as crianças e adolescentes são bem influenciáveis e curiosos, e os professores ficam com medo de que caiam para si uma responsabilidade tão grande de ser o percussor dessa informação, porém mesmo que indiretamente eles tentam trabalhar essa temática.
Mesmo que as coisas tenham evoluído bastante, ainda assim tem pessoas que não tem conhecimento suficiente e muitas vezes nenhum.
Quando acontece a gravidez as adolescentes ficam com medo de enfrentar essa situação frente à família/companheiro, pois temem a reação dos mesmos, aí entra o medo da rejeição. Em alguns casos as adolescentes grávidas são vítimas de atos violentos por parte dos pais após a descoberta da gravidez, a falta de diálogo sobre a sexualidade e contracepção entre pais e filhos também é uma causa.
Justamente por essa falta de liberdade para diálogo e o medo da repreensão e do abandono tanto dos pais como dos companheiros as adolescentes angustiadas com a situação procuram o aborto e na maioria dos casos fazem isso sem o auxilio de alguém, buscam remédios e pessoas leigas para fazerem o procedimento. Isso acarreta diversos problemas para a saúde das gestantes e muitas vezes o aborto não é bem sucedido e a criança nasce com problemas de saúde, como por exemplo, má formação ou ausência do cérebro ou até mesmo de outros órgãos e membros, sem falar nos riscos de morte para as próprias gestantes.
Quando a gestação é indesejada e sem apoio, muita adolescentes recorrem à prática do aborto em condições impróprias e caracterizadas como ilegal na Constituição Brasileira. Só em 1998, mais de 50 mil adolescentes foram atendidas em hospitais públicos para curetagem pós- aborto, sendo cerca de três mil realizados entre jovens com idade entre 10 e 14 anos (MOREIRA, 2008, p. 5).
 Por não terem estudo, os pais não sabem como devem educar suas filhas quando o assunto é sexualidade, não falam sobre, não levam as mesmas ao ginecologista e devido a isso as meninas não conhecem a anatomia do sistema genital, apenas os órgãos externos eram melhores identificados. 
Os fatores que levam a maioria das adolescentes grávidas a não frequentar os serviços de saúde antes da gestação são associadas a barreiras psicológicas por questões de gêneros e falta de informações para prevenção da gravidez precoce.
Estudos mostram que os fatores de risco associados à gravidez na adolescência vão desde o convívio familiar, pessoal até as condições dos serviços de saúde prestados na região.
Os principais fatores apontados com base em evidências científicas são a baixa escolaridade, baixo nível socioeconômico, ausência de informações sobre sexualidade e métodos contraceptivos, conhecimentos insatisfatórios dos órgãos, ausência de consultas ginecológicas, falta de acesso aos serviços de saúde e uso de drogas ilícitas por familiares.
No presente estudo, baixa escolaridade paterna, ausência de informação sobre sexualidade e fertilização e o uso frequente de drogas ilícitas por familiar residente no domicílio estiveram associados à gravidez na adolescência (CAPUTO, BORDIM 2007, p. 5).
Já existem programas tecnológicos em escolas e unidades de saúde que fornecem informações para pessoas de qualquer nível socioeconômico, cabe as autoridades investir mais nas escolas públicas e no incentivo aos adolescentes com relação ao estudo, onde muitos matriculados mais poucos interessados e que assistem as aulas, se isso for incrementado todos teriam o acesso as informações passadas na unidade sobre a temática da sexualidade. O conhecimento sobre a anatomia, fisiologia e a reprodução dos órgãos femininos podem ser adquiridos em palestras nas escolas, na comunidade e unidades de saúde e também nas consultas de planejamento familiar e ginecológicas as quais quase não se encontra adolescentes.
O uso de drogas pelos familiares influenciam as mesmas a praticarem atos sem prevenção por vergonha da situação estabelecida e sexo acaba sendo um refúgio para elas, sentir-se segura e independente, porém o sexo deve ser praticado de forma segura e protegida. Esses fatores podem ser minimizados quando se programam programas desenvolvidos para adolescentes nos meios que os mesmos se fazem presentes colocando em prática.
Em conclusão, o uso de drogas ilícitas por familiar residente no domicílio constitui fator associado à gravidez na adolescência, independentemente da influência de outros fatores relevantes, como idade da mãe na primeira gravidez, uso inadequado de métodos contraceptivos e baixa escolaridade dos pais (CAPUTO, BORDIN 2007, p.8).
As implicações da gravidez na adolescência relacionam-se à adolescente grávida, ao filho que está sendo gerada, a sua família e a saúde pública brasileira. Essas implicações são: gravidez indesejada, medo de enfrentar familiares/companheiro, baixo número de consultas ao pré-natal e início tardio, baixo peso no nascimento e um déficit no crescimento de filhos e de mães adolescentes, atos violentos, ausência de companheiro, maior prevalência de depressão gestacional e ansiedade, uso de tabaco, acesso ao parto insatisfatório, menor incidência de desproporção céfalo-pélvica e pré-eclâmpsia.
Vemos a partirdisso a necessidade de acompanhamento da adolescente as consultas de planejamento familiar e ginecologista para obtenção de informações que sejam necessárias afim de evitar que a gravidez indesejada associada ao medo, a depressão, a ansiedade, que pode provocar serias consequências durante e depois da gestação. Assim é bastante importante também que se planeje uma gravidez e faça o pré-natal.
O pré-natal é de imensa importância para que haja um acompanhamento da gestação e que evite que as condições da gravidez seja de risco tanto para a mãe como para o bebê. O ministério da saúde sempre preconiza a quantidade de consultas pré-natal ideal para uma gestação e deve iniciar assim que a gravidez seja confirmada. Para a adolescente o impacto que a gravidez provoca nas suas vidas é um problema e tem como consequência o início tardio das consultas pré-natal e dessa maneira um número reduzido das mesmas. 
Em meio à generalizada proporção de limitada frequência aos serviços de pré-natal, o estudo revelou maior presença de inadequação entre as adolescentes, particularmente expressiva na faixa de 10 a 14 anos de idade, descortinando a relevância da consideração das implicações da gravidez na adolescência em relação às condições de nascimento de seus filhos ( GOLDENBERG, TOLENTINDO, SOUZA, 2005).
Isso está amplamente relacionado com a falta de informação e também com a não aceitação da gravidez assim como o medo de não aceitação da família.
Porém o pré-natal é indispensável para que sejam abordados os efeitos nocivos que o tabaco causa na vida durante a gestação e também notificar os atos violentos que as adolescentes sofrem já que são ilegais tanto para os adolescentes que estão protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente como pelas mulheres que estão protegidas pela Lei Maria da Penha além do mais podemos notificar que esses atos podem acarretar efeitos danosos para a gravidez.
No pré-natal também é feito o acompanhamento do desenvolvimento do feto para evitar que nasçam a baixo do peso ideal por indicações como alimentação, vitaminas e suplementos que deverão promover o desenvolvimento fetal de seus filhos e em consequência o crescimento e desenvolvimento das crianças pelas informações que deverão ser passadas para as adolescentes para que seja feito um acompanhamento do crescimento e desenvolvimentos dos seus filhos desde que nasce na rede de atenção básica da família.
Também se observa o acesso ao parto de forma insatisfatória que ainda é uma realidade brasileira, onde várias adolescentes passam por várias maternidades e hospitais para parir, sendo que isso poderia ser mudado já que a gravidez na adolescência é considerada um fator de risco e essas gestantes merecem um maior cuidado e atenção já que se constitui um problema de saúde pública. Um benefício do parto de adolescentes é a menor incidência de desproporção céfalo-pélvica e a pré-eclâmpsia, permitindo deste modo o parto normal e livre de complicações ocasionadas por cirurgias.
Assim, percebe-se que as informações adequadas sobre o pré-natal e a frequência do mesmo pelas adolescentes grávidas vão sim contribuir para que não existam implicações não só durante como também após a gestação.
REFERÊNCIAS 
AMORIM, M. M. R. et al. Fatores de risco para a gravidez na adolescência em uma maternidade escola de Paraíba: estudo de caso-controle. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrício, Rio de Janeiro, n° 8, 2009. P. 404-410. Disponível em: <http://www.scielo.com.br> Acesso em: 11 jan. 2015.
BARBASTEFANO, P. S.; GIRIANELLE, V. R.; VARGENS, O. M. C. 
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CARVACHO, I. E.; SILVA, J. L. P.; MELLO, M. B. 
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Goldenberg, P.; Tolentino, M. C. F.; Souza. R. S; Gravidez na adolescência, pré-natal e resultados perinatais em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública, v. 21 nº.4, Rio de Janeiro July/Aug. 2005. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2005000400010>. Acesso em: 11 jan. 2015

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