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Plasmodium sp. Malária Malária ou Paludismo • Pensava-se que a doença provinha de terrenos pantanosos fétidos: 'mal aria’ (mau ar). • Citada desde a era pré-cristã - Hipócrates • 1880-Charles Louis Alphonse Laveran: organismos em movimento no sangue a fresco. • 1884- Gerhardt: reproduziu ao doença a partir de transfusão de sangue infectado. • 1885-Golgi e cols: ciclo assexuado do parasito. • 1898,1899- Grassi, Bastianelli e Bignami: desenvolvimento completo das espécies de plasmódio humano em anofelinos. HISTÓRICO PRINCIPAIS CAUSAS DE MORTE NO MUNDO EPIDEMIOLOGIA Figura 1. Distribuição geográfica da Malária pelo mundo • Atualmente: 300- 500 milhões de casos/ano • 90% concentram-se na África Tropical • 10% = Américas Central e do Sul, Sudeste Asiático e Ilhas da Oceania BRASIL • América Latina, maior número de casos: Amazônia Brasileira (500 mil/ano) • P. vivax é a espécie prevalente no Brasil (aproximadamente 80% dos casos) • A grande maioria dos casos ocorre na Amazônia (>99%) • Estados com maior número de casos de malária: Pará e Amazonas. EPIDEMIOLOGIA AGENTE ETIOLÓGICO Reino: Protista Filo: Apicomplexa Gênero: Plasmodium Espécies que parasitam o homem: Plasmodium vivax- Grassi et Faletti, 1890 Plamodium falciparum- Welch, 1897 Plasmodium malariae- Laveran, 1881 Plasmodium ovale- Stephens, 1922 Organelas citoplasmáticas características do filo apicomplexa 1- Anéis polares – são dois, permitem a passagem do conteúdo parasitário 2- Conóides – concavidade revestida por proteínas: adesão 3- Micronemas – organelas secretoras, auxiliam na adesão e invasão celular 4- Roptrias – organelas secretoras, auxiliam na invasão 5- Grânulos densos – organelas secretoras, necessárias para multiplicação 1 2 3 4 5 COMPLEXO APICAL MALÁRIA Plasmodium vivax - Mais prevalente, existindo nas áreas tropicais e algumas temperadas - Parasita preferencialmente reticulócitos - Período de incubação: 13 a 17 dias - Agente da febre terçã benigna com ciclo febril que retorna a cada 48 horas. Plasmodium falciparum - Todas regiões tropicais. - Parasita hemácias jovens e adultas. - Período de incubação: 8-12 dias - Agente da febre terçã maligna (acessos febris com intervalos de 36 a 48 horas). MALÁRIA Plasmodium malariae - Mais raro - Ocorre em todos os continentes. - Preferência por hemácias madura. - Período de incubação: 18-30 dias - Causa da febre quartã (acessos febris a cada 72 horas) Plasmodium ovale - Mais raro - Ocorre em todos os continentes. - Período de incubação: 14-15 dias - Preferência por hemácias jovens. - Causa a febre benigna quartã. CICLO BIOLÓGICO DOS PLASMÓDIOS HOSPEDEIRO VERTEBRADO: Humanos (reservatório) Espécies superiores de macacos: P.malarie Heteroxeno, Estenoxeno HOSPEDEIRO INVERTEBRADO: Insetos Ordem: dípteros, Família: Culicidae Gênero: Anopheles Espécies principais no Brasil: Anopheles darlingi, Anopheles aquasalis, Anopheles albitarsis, Anopheles cruzi e Anopheles bellator Anofelíneo (carapanã, muriçoca, mosquito prego) Morfologia pequenos dípteros, menos de 1 cm, longas pernas. Asas manchadas de cor clara. Hábitos crepusculares e noturnos. Anopheles darlingi maior incidência; Esporozoíto: alongado (11µm/1µm) Membrana externa formada por duas camadas Merozoíto: arredondado (1-5µm/2µm) Membrana externa formada por três camadas Esquizonte MORFOLOGIAS CICLO BIOLÓGICO NO HOSPEDEIRO VERTEBRADO 1- Repasto sanguíneo: esporozoítos são inoculados pelo inseto vetor (15-200 esporozoítos) 2- Invasão do hepatócito 1 2 3- Esporozoíto perde organelas do complexo apical Trofozoíto pré-eritrocítico Multiplicação assexuada Esquizontes teciduais (criptozoíto) 4- Merozoítos que invadem eritrócitos 3 4 1° fase do ciclo Exo-eritrocítica, pré-eritrocítica ou tissular 30-70µm Massa citoplasmática Vários núcleos filhos Aumento do tamanho do hepatócito multiplicação 2° fase do ciclo: eritrocítico Merozoítos invadem eritrócitos 5- Trofozoítos jovens e 6- maduros Multiplicação intra-eritrocítico (assexuada) 7, 8 - Formação de esquizontes 9- Origem dos merozoítos 10- Diferenciação em gametócitos Não se dividem Rompimento das hemácias Desenvolvem-se apenas no mosquito vetor Invasão novos eritrócitos Gerações de merozoítos sanguíneos 9 10 (repetição do ciclo eritrocítico: P.falciparum, vivax ovale – 48 horas; P.malariae – 72 horas); Trofozoítos jovens Trofozoítos maduros Morfologia das formas sanguíneas de P. falciparum Morfologia das formas sanguíneas de P. falciparum Esquizontes Plasmodium falciparum Trofozoíto jovem Trofozoíto e Esquizonte (raro) Plasmodium falciparum Esquizonte com merozoítos Gametócitos Plasmodium vivax Gametócito Esquizonte com merozoítos Formas sanguíneas CICLO BIOLÓGICO NO HOSPEDEIRO INVERTEBRADO 1- Fêmea do anofelino ingere formas sanguíneas Somente gametócitos evoluem Gametogênese no intestino médio (ciclo sexuado) 2- Gametócito feminino= macrogameta Gametócito masculino = 8 microgametas 3- Microgameta + macrogameta = Zigoto 4- Em 24h, zigoto movimenta-se = oocineto 5- Encistamento no epitélio intestinal = oocisto 6- Multiplicação assexuada (9-14dias duração) 7- Ruptura do oocisto = liberação dos esporozoítos 1 2 3 4 5 6 7 Esporozoítos alcançam ducto salivar; Injetados no hospedeiro durante repasto sanguíneo TRANSMISSÃO • Vetorial - Picada pelo mosquitos fêmeas do gênero Anopheles, parasitadas com esporozoítos em suas glândulas salivares • Congênita = raro! • Transfusional • Transplante de órgãos PATOGENIA • Ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clínicas e patologia da malária; • Ciclo exo-eritrocítico não determina sintomas FENÔMENOS PATOGÊNICOS 1)Destruição dos eritrócitos parasitados - Em todos os tipos de málaria - Desenvolvimento de anemia (sistema imune/ eritrofagia esplênica - Citocinas: disfunção da medula óssea diseritropoiese PATOGENIA FENÔMENOS PATOGÊNICOS • Ativação celular = liberação de citocinas Parasito Monócitos Macrófagos (TNF, IL- I, IL-6 e IL-8) Hospedeiro FEBRE LESÃO ENDOTELIAL Líquido ao interstício Manifestações pulmonares GLICONEOGÊNESE Hipoglicemia 2) Toxicidade: liberação de citocinas PATOGENIA FENÔMENOS PATOGÊNICOS 3) Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar Somente para P.falciparum • Proteínas do parasito expressas na superfície dos eritrócitos parasitados PfEMP1 Protuberâncias “Knobs” Citoaderência Vênulas de órgãos vitais: substância branca do cérebro, coração, fígado, rins e intestino OBSTRUÇÃO DA MICROCIRCULAÇÃO PATOGENIA FENÔMENOS PATOGÊNICOS 4) Lesão capilar: deposição de imunocomplexos Somente para P.malarie Glomerulonefrite transitória Síndrome nefrótica Deposição de imunocomplexos e componentes do complemento nos glomérulos Permeabilidade glomerular Perda protéicaNecrose tubular aguda Insuficiência renal Complicação frequente, pode levar a morte QUADRO CLÍNICO • Mal-estar, cefaléia, cansaço e mialgia: precede febre clássica Ataque paroxístico agudo (acesso malárico) Ruptura das hemácias, calafrio e sudorese 15 – 60 minutos Fase febril (intermitente) – até 41°C PERIODICIDADE DOS SINTOMAS Ciclos eritrocíticos 48 horas: P.falciparum, vivax e ovale; 72 h: P.malarie ANEMIA • Frequente, graus variáveis, mais intensa por P.falciparum; • Proteinúria, hipoalbuminemia e edema = P.malarie. QUADRO CLÍNICO MALÁRIA GRAVE E COMPLICADA Pode ser fatal quando por P.falciparum Malária cerebral - cefaléia intensa, hipertermia, vômitos, sonolência, convulsões, coma, alteração dos reflexos. Insuficiência renal aguda - redução do volume urinário, aumento de uréia e creatinina plasmática Edema pulmonar agudo, Hipoglicemia Icterícia: aumento da bilirrubina sérica- hemólise excessiva e comprometimento da função hepática. Hemoglobinúria: hemólise intravascular, hiper-hemoglobinemia, urina colúria acentuada, icterícia intensa DIAGNÓSTICO CLÍNICO LABORATORIAL 1. Esfregaço sanguíneoa;Gota espessa b a b P. vivax DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 2- Rapid Diagnostic test (RDT): • Utiliza anticorpos monoclonais e policlonais contra a proteína 2 rica em histidina do P.falciparum (PfHRP-2) e contra a enzima desidrogenase do lactato (pDHL) das quatro espécies de Plasmódio. • Desvantagem: não permite diagnóstico de uma infecção mista DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 3- PCR • Ainda restrito aos laboratórios de pesquisa • Alto custo CONTROLE DA DOENÇA TRATAMENTO P.vivax, ovale e malarie = cloroquina RESISTENTE P.falciparum Ativa contra formas sanguíneas e gametócitos Não possui ação contra formas teciduais Associação com primaquina P.falciparum Quinina + doxiciclina OBRIGADA!
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