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. Protozoários: Toxoplasma e Plasmodium . Leticia Lourenço ➵ Toxoplasma Nome da doença: Toxoplasmose Nome do agente etiológico: Toxoplasma gondii Morfologias: - Taquizoíto (alongado) - Cisto tecidual contendo bradizoítos (casca + morfologia alongada) - Oocisto contendo esporozoítos (resistência- sai nas fezes dos gato) Reprodução intercelular: Taquizoíto é rápido e Bradizoíto é lenta; Taquizoíto é agudo; Cisto tecidual com bradioite é crônico; Tropismo celular: Várias células → SNC, musculares, retina (bradizoíto) e líquidos corporais (taquizoíto). Transmissão Ciclo Biológico O ciclo natural é o dos felinos, aves e roedores; O ser humano ingere o parasito (todas formas são infectantes) e produz infecção aguda e crônica; oocisto → esporozoíto → taquizoíto cisto → bradizoíto → taquizoíto taquizoíto Fatores de Virulência . Protozoários: Toxoplasma e Plasmodium . Leticia Lourenço Complexo apical: adesão, invasão e formação do vacúolo parasitóforo (VP) na célula humana. Expressa Proteína BCL2: inativa caspase/apoptose VARIAÇÃO ANTIGÊNICA (evasina). Diferenciação de TAQUIZOÍTOS em BRADIZOÍTO presente no cisto tecidual Imunidade Resposta Imune adaptativa celular com perfil Th1 predominante. Taquizoíto no meio extracelular → LTCD4, citocinas inflamatórias → controle da infecção Taquizoíto no meio intracelular → LTCD8 → apoptose e microprose Resposta Imune adaptativa humoral IgM (presente após infecção e dura alguns meses) IgG (presente 12 dias após infecção e podem durar por toda a vida). IgA (presente em infecção por via oral) Aspectos Clínicos Toxoplasmose adquirida aguda Imunocompetentes: Assintomáticos ou Sintomas inconclusivos (linfadenopatia 81%, febre 40%, adinamia 26%, mialgia 23%, cefaleia 22%, hepatomegalia 18%, esplenomegalia 15%, artralgia 6%, diarreia 5% e exantema 3%) Imunodeprimidos (PVHIV) e fetos: complicações neurológicas e oculares, podendo levar a óbito Toxoplasmose adquirida crônica Assintomática (conversão de taquizoítos em bradizoítos protegido pelo cisto tecidual Se reproduz de forma lenta e “não chama a atenção do sistema imune”. Pode manter a infecção por toda a vida. Toxoplasmose congênita 1 TRIM. GESTAÇÃO Elevado risco de aborto 2 TRIM. GESTAÇÃO Elevado risco de aborto ou nascimento prematuro. Pode apresentar Síndrome de Sabin - Síndrome de Sabin: coriorretinite (90% dos casos), calcificações cerebrais (69%), retardamento psicomotor (60%), microcefalia (50%) 3 TRIM. GESTAÇÃO Pode nascer normal e apresentar anomalias mais tarde. Lesões comuns no SNC (retardo mental) e renal (microftalmia, perda parcial ou total da visão). Outras manifestações clínicas podem ocorrer. Exames complementares Sorologia ➮ Gestante IgM e IgG negativo: orientar medida profiláticas e repetir sorologia; . Protozoários: Toxoplasma e Plasmodium . Leticia Lourenço ➮ Gestante IgG (+) e IgM (-): Preocupação com imunossupressão; Imunocompetente não precisa repetir o exame; ➮ Gestante IgG (-) e IgM (+): Suspeita de caso agudo, inicia a medicação (Espiramicina), que inibe a passagem do taquizoíto pela placenta; Pede uma nova sorologia IgG (+) infecção confirmada ou IgG (-) falso-positivo; IgG (+) realiza a amniocentese e submete ao PCR. PCR (+) atravessou a placenta ou PCR (-) não passou; PCR (+) Diagnóstico de toxoplasmose congênita, inicia tratamento com esquema tríplice. PCR (-) continua com espiramicina ➮ Gestante IgG e IgM positivos: Suspeita inicia a espiramicina; Faz o Teste de Avidez (força de ligação do IgG com antígeno, produzido entre 3-4 meses ); (+) IgG avido → antes da gravidez (-)IgG avido → contraiu na gravidez ➮ Bebe Nasceu: IgM (+) e IgG (-) → infecção aguda IgG (+) e IgM (-) → infecção passada (permanece) ou o IgG materno atravessou a placenta (com mêses some) Profilaxia ➵ Plasmodium Nome da doença: Malária, Paludismo. Nome popular: Maleita, febre terçã, tremedeira Nome agente etiológico da Malária (protozoário unicelular eucarionte): Plasmodium spp. P. vivax (mais prevalente) e P. falciparum (mais virulento) Nome do mosquito Anopheles (mosquito prego) Morfologias principais: Hipnozoíto, Merozoíto e Gametócito. Patógeno intracelular !! Tropismo celular: Hemácias (eritrócitos); Merozoítos: P. vivax: invade reticulócitos; P. falciparum: invadem hemácias de diferentes graus de maturação. Causa doença aguda. . Protozoários: Toxoplasma e Plasmodium . Leticia Lourenço Ciclo biológico A fêmea do mosquito prego contaminada com plasmodium, ao se alimentar do sangue injeta os esporozoítos, que atinge o fígado e contamina as células se diferenciam em trofozoíto pré-eritrocitários, se reproduzem de forma assexuada e posteriormente se diferenciam em merozoíto , saem dos hepatócitos e vão para a circulação invadir hemácias. Em que podem se reproduzir ou ficar em estado de latência na forma hipnozoítas responsáveis pela recaída após 6 meses. Nos eritrocitos se reproduzem assuadamente e assim começam os sintomas da malária. Alguns merozoítos se diferenciam em gametófitos, Sendo que, a fêmea ao se alimentar se contamina com os gametófitos e continua o ciclo de transmissão. Fatores de Virulência Adesão e invasão de eritrócitos: complexo apical e proteínas de superfície do merozoíto (MSP); Proteases (digestão da hemoglobina); Mudança na superfície de eritrócitos: Antígeno PfEMP1 (P. falciparum Erythrocyte Membrane Protein-1) com propriedade de CITOADERÊNCIA (P. falciparum); Variação antigênica (evasão imune e persistência da doença e parasitemia); Liberação de hemozoína (pigmento malárico produto de detoxificação do Heme livre da hemoglobina, quando o parasito se alimenta) Plasmodium falciparum ROSETAS: conjunto de eritrócitos infectados e eritrócitos não infectados (sequestro de eritrócitos). . Protozoários: Toxoplasma e Plasmodium . Leticia Lourenço Rosetas tornam-se rígidas e prejudicam o fluxo sanguíneo (interferência na microcirculação); Eritrócitos parasitados ou rosetas se aderem às células endoteliais de vasos sanguíneos de vários órgãos. Imunidade Resistência inata Fatores genéticos do hospedeiro (ex.: paciente com traço falciforme) Imunidade não permanente Atuação de macrófagos Liberação de citocinas pró-inflamatórias Anticorpos não permanentes Aspectos Clínicos Incubação: 8-30 dias (depende da espécie de Plasmodium) Assintomática Sintomática - Malária não complicada - Malária complicada (grave) Malária não complicada Febre, calafrio e sudorese Cefaleia, mialgia, náuseas e vômitos Padrão característico da febre (nem sempre ocorre): intermitente / cíclica (febre terçã ou quartã) Pico de febre coincide com a lista de eritrócitos. Febre terçã (48H) e febre quartã (72H) – liberação de citocinas. Malária complicada (grave) Fisiopatologia: obstrução do fluxo sanguíneo (citoaderência do P. falciparum) / isquemia / hipóxia em órgãos + processo inflamatório Complicações Coração (aumento da frequência cardíaca) Rins (insuficiência renal) Pulmões (Síndrome da Angústia Respiratória Aguda) Cérebro (coma, convulsão, desorientação) Anemia grave: destruição e sequestro de eritrócitos . Protozoários: Toxoplasma e Plasmodium . Leticia Lourenço Diagnóstico Clínico (suspeita) Complementar (confirmação) - GOTA ESPESSA (padrão ouro!): detecção do Plasmodium no sangue (patógeno específico / parasitemia) - TESTE RÁPIDO (TDR): detecção de antígenos do Plasmodium por anticorpos. Ex.: proteína Pf-HRP2 do P. falciparum (não verifica parasitemia) - PCR Tratamento Objetivo: combater o patógeno e prevenir formas graves da Malária Alvos dos medicamentos - Interromper a esquizogonia sanguínea - Destruição de hipnozoítos no fígado - Impedir o desenvolvimento dos gametócitos (forma transmitida ao vetor) Medicamentos Artemisinina Cloroquina (ação nos merozoítos) Primaquina e Tafenoquina/dose única (ação hipnozoítos). Implementação da Tafenoquina em 2019 Entre outros anti-maláricos Tratamento de suporte (Malária Grave) Prevenção da Malária Diagnóstico e tratamento precoce de indivíduos infectados; Profilaxia Individual (impedir a picada do mosquito transmissor) - Repelentes- Uso de mosquiteiros - Roupas claras e que protejam pernas e braços - Telas em portas e janelas - Informação sobre o horário de maior atividade do vetor (pôr do sol ao amanhecer). Evitar área alagadas - Saber se está em área endêmica de Malária Profilaxia coletiva (controle do mosquito transmissor) - Borrifação intradomiciliar (combate ao vetor) - Saneamento básico - Educação em saúde QUIMIOPROFILAXIA (drogas anti-maláricas subterapêuticas para reduzir formas graves e óbitos por P. falciparum). Não combate . Protozoários: Toxoplasma e Plasmodium . Leticia Lourenço esporozoítos e hipnozoítos. Indicação: viajantes por longos períodos em áreas endêmicas; Não existe vacina contra a Malária (há estudos)
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