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HISTÓRIA DO PARANÁ
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior
História
História
Paraná
Paraná
do
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Unidade 1
Os primeiros habitantes
Em qualquer estudo
sobre o novo mundo, devemos
partir do principio que estas
terras eram ocupadas pelos
povos nativos. E no Paraná
encontramos duas grandes
nações: os tapuias ou Jês e os
tupi-guaranis.
Os indígenas de uma região são
classificados por grupos culturais. Os antropólogos
se baseiam em fatos ecológicos, geográficos e
definem essa classificação.
O grupo em que classificamos os cativos
paranaenses são os: de floresta tropical, que já
utilizavam peças de cerâmica, redes, navegação
fluvial e praticas de agricultura como os tupi-
guaranis. Existem também tribos na classificação
marginal, que desconhecem a rede, tendo sua
sobrevivência através da caça e da pesca com
apenas uma cerâmica e uma agricultura muito
rudimentar já nesse exemplo se encaixa os
tapuias ou Jês.
Localização dos Indígenas no
Paraná
Os tupis-guaranis e suas tribos estão no
noroeste, como exemplo dos Caiuás, oeste e no
litoral do estado. Já os tapuias estão presentes no
norte e no centro do estado como exemplos da
tribo Caigangue.
Leitura Complementar
Os indígenas muito contribuíram para a
formação da nossa cultura, desde utilização de
plantas nativas como uso de técnicas, e costumes.
Um traço marcante e presente no dia-a-
dia de todas as pessoas que moram na região do
Paraná são os termos de origem tupi-guarani e
Je. Como exemplos temos o próprio nome Paraná
além de Paranapanema, Tibagi, Iguaçu, Curitiba
entre outros. A grande parte da contribuição
lingüística é nos nomes das vilas e cidades e de
acidentes geográficos.
Na alimentação temos o destaque da
mandioca e fabricação e utilização da sua farinha.
A erva mate também é um exemplo interessante,
pois seu uso pelo homem branco, tão comum na
região sul do país é herdado dos tupi-guaranis
assim como a canjica, mingau, Biscoito de Biju e
paçoca, são algumas das técnicas de produção de
alimentos herdados dos indígenas. Outros
alimentos que merecem destaque São o Milho,
amendoim, pipoca, pinhão entre outros.
No nosso cotidiano diário, temos o uso
da rede, ou eni para os nativos. O fumo tão
presente no mundo era utilizado em rituais sendo
fumado em cachimbos de barro. Outro costume
importante foi o banho diário
Os primeiros exploradores
Após o final do século XV, quando
Espanha e Portugal celebram o tratado de
Tordesilhas que dividia as terras descobertas de
norte a sul e por esse tratado, a maior parte das
terras brasileiras, inclusive o Paraná ficaria sob
jurisdição espanhola.
Portugal começaria a colonização por
volta de três décadas após o reconhecimento das
terras por Cabral em 1500. Já a coroa espanhola
começa organizar expedições por volta de 1515, a
procura de uma passagem interoceânica no
estuário da Prata. Numa dessas expedições que foi
encontrado o caminho do Peabiru.
O caminho do Peabiru foi descoberto pelo
naufrago Aleixo Garcia, batizando-o como caminho
de São Tomé. Viveu entre os indígenas
aprendendo sua língua e vivenciando sua cultura,
como o primeiro europeu a percorrer o caminho
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na sentido oeste chegou ao que hoje seria o
Paraguai onde foi morto pelos índios da região por
volta de 1524. Segundo os indígenas da época o
caminho era tão antigo que eles não sabiam quem
teria aberto. Sua extensão partia da capitania de
São Vicente, que hoje seria São Paulo, atravessava
o território paranaense, entrava na região do
Chaco no Paraguai e seguia pelos planaltos
peruanos.
Foram comuns expedições
espanholas adentrando o
território paranaense. Como
exemplo do famoso Álvar
Nuñes Cabeza de Vaca que
fora enviado pela coroa
espanhola por volta de 1540,
para reconhecimento da região. Álvar Nuñes
Cabeza de Vaca
Percorreu por via terrestre com sua expedição que
contava com cerca de quatrocentos homens e
quarenta cavalos, sendo guiados por índios
guaranis. Percorrendo basicamente o mesmo
caminho de Aleixo Garcia do planalto curitibano a
região de foz do Iguaçu.
Adelantados, os responsáveis pelo
início da colonização.
A coroa Espanhola delegava autoridade a
algumas pessoas providas de alguns bens, para
ocuparem as terras indígenas, esses
conquistadores eram conhecidos como
adelantados. De acordo com as ordens da coroa
de Castela (Entende-se por Espanha), Eles
deveriam ensinar os índios trabalhos e
garantirem um ofício, como era comum a
situação de mestre e aprendiz durante muito
tempo na Europa, Além disso, ficava a cargo
desses conquistadores a responsabilidade de
catequização dessa população indígena.
Entretanto os índios não receberiam isso somente
de bom grado, eles pagariam com taxas ou
serviços a esses conquistadores, esse trabalho
em troca da ―civilização‖ era conhecido como
Encomiendas. Na prática esse sistema coloca o
índio na condição de escravo, surgindo núcleos de
revolta de índios guerreiros na região Del Guairá.
Devidos aos repetidos casos de violência a Carta
Régia de 1605 estabelecia nas terras ao ocidente
do Paraná até o rio Tibagi Reduções Jesuíticas.
Objetivo das expedições
Após os reconhecimentos,
as primeiras expedições
espanholas buscavam encontrar
ouro e fundar vilas de
povoação, as missões e
reduções, surgiram então
povoações como Ciudad Real
(Guairá) e Vila Rica do Espírito
Santo por volta Já a costa
leste o interesse dos
de 1570,
portugueses
pelo território acontecerá por volta de 30 anos
após o reconhecimento, por ações de contrabando
efetuado nas costas brasileiras por piratas.
Leitura Complementar
A redução era o núcleo de povoamento
formado e organizado pelos jesuítas. As
características das reduções estão tanto na
organização social que deixavam as autoridades
administrativa, judicial e militar aos indígenas
sendo o chefe nativo da redução o pai-tuia.
Planta típica de uma missão jesuítica. No
centro, havia a igreja, ladeada pelo colégio, pelas
oficinas, pela enfermaria e pelo cemitério. O
restante do espaço era ocupado pelas habitações
dos índios, haviam também áreas destinadas ao
cultivo, uma parte ficava com as famílias e outra
eram a propriedade de Deus, ou em indígena
tupã-bé
A missa era uma celebração a todos, os
adultos dividiam seu tempo em trabalho,
catequese e defesa da redução. As mulheres e
crianças faziam trabalhos domésticos, artesanato,
participavam do coral da igreja e destinavam mais
tempo ao catequese que os homens.
O Fim das Missões e Reduções
Os bandeirantes paulistas a procura
de mão-de-obra mais fácil, devido às pressões
feitas pela coroa britânica ao trafico negreiro,
chegaram às missões e reduções para capturar
os nativos, e isso ocorria de forma bem
violenta, chegavam atrás de homens e jovens
acostumados com o trabalho de lavoura, e
mulheres que já conheciam a culinária. Os
primeiros ataques às reduções del Guairá
foram realizados pelas bandeiras chefiadas
por Manoel Preto. Em 1623, ele e seu
irmão, Sebastião Preto, prepararamuma
expedição que deixou São Paulo
praticamente despovoada de homens. O
ataque rendeu cerca de três mil cativos, que
foram levados para as fazendas do
planalto e para outras praças. No ano de
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1628, as reduções del Guairá foram
arrasadas e reduzidas a cinzas. Uma
bandeira formada por noventa mestiços e
mais de dois mil indígenas Tupi deixou a vila
de São Paulo, comandada por Antônio
Raposo Tavares.
Eles foram diretamente para Guairá
e no vale do rio Ivaí arrasaram as reduções
e prenderam mais de quatro mil Guaranis.
Queimaram as casas, a igreja,
destruíram os roçados e invadiram o
convento. Dois padres jesuítas foram
presos com os índios e também marcharam
até o planalto paulista. Os padres ficaram
chocados pela alegria com que essa
expedição foi recebida em São Paulo. Um
deles escreveu:
“(...) A vida toda desses bandidos é ir ao
sertão, trazendo presos [os índios] com
tanta crueldade e violência para vendê-los
como porcos! (...)”
Esperando escapar dos paulistas, os
jesuítas transferiram-se para o Tape, no
atual Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Os
bandeirantes igualmente arrasaram a nova
missão, aprisionaram 1.500 Guarani,
levando-os como prisioneiros para São
Paulo. Podemos entender as atividades dos
bandeirantes através de alguns pontos. Como o
não sucesso de uma primeira tentativa dos
espanhóis e jesuítas na colonização, Tensões e a
incorporação do território as posses
portuguesas pelos tratados de Madri e Santo
Ildefonso e o abandono de uma grande região
com uma estrutura e um desenvolvimento relativo.
Bandeirantes levando Índios Aprisionados (Debret)
A colonização e a divisão territorial
do Paraná
O atual litoral norte do estado pertencia
ao domínio português, e fazia parte da capitania
de São Vicente, que foi doada a Martin Afonso
de Souza. Já a capitania de Sant´ana ficou aos
cuidados de Perô Lopes de Souza. Uma disputa
sucessória viria a dividir em 1660 a capitania,
criando a Capitania de Paranaguá. Mas o coroa
a readquiriu dos herdeiros e incluindo-a na
capitania de São Paulo. Sendo que após a carta
régia de 17 de junho de 1723 a capitania de São
Paulo passou a contar com duas comarcas: a de
Paranaguá e a de São Paulo.
Essa nova comarca foi extensa, no litoral
as vilas Cananéia, Iguape, São Francisco e a Ilha
de Santa Catarina, Laguna indo até o rio da prata
formando seu território. Contudo essa formação só
duraria até 1738 quando a provisão régia
separaria o Rio Grande do sul e a ilha de santa
Catarina da parte paulista. Em 1741, Laguna
também foi retirada da jurisdição da capitania de
São Paulo, uma outra carta régia, criaria mais
tarde em 1749 a Ouvidoria de Santa Catarina.
Mesmo após separações, desmembramentos de
território a Capitania de Paranaguá ainda
pertenceria a São Paulo como sua 5ª Comarca.
O Ouro no Paraná, o primeiro do
Brasil.
À volta do interesse português em
colonizar o Brasil está em parte relacionado ao
interesse de encontrar reservas de ouro.
Entretanto serão localizadas minas no litoral
paranaense em Cananéias, Iguape e Paranaguá
em meados do século XVII.
Pela determinação da Coroa, a exploração
de ouro não seguia a mesma autoridade das
capitanias e seus donatários, ou seja, de cunho
particular. Era de interesse do estado português.
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Ilustração de uma casa de
fundição do século XVIII
Tratava-se de um
monopólio real com
governadores indicados
pelo rei, que Pela
determinação da Coroa,
a exploração de ouro,
mais tarde, por volta de
1650 se instalou uma
―Casa de Fundição‖
em Paranaguá, que
segundo regimento real
o ouro legal era aceito
somente em barras com
o selo da casa real de
Bragança devidamente
enumerado. A parte que
cabia a coroa e era
fiscalizada por governadores nomeados pelo rei
com o titulo: ―Capitão das Canoas de Guerra das
Costas dos Mares do Sul‖. Sendo Eleodoro Ébaro
Pereira o primeiro para administrar as minas.
Os Impostos da Capitação
Devido ao contrabando e a diminuição da
extração de ouro na colônia a quantidade que
chegava a metrópole do metal precioso estava
diminuindo cada vez mais. Neste cenário a corte
portuguesa institui o chamado “Imposto da
capitação” para os exploradores das minas como
também para os agricultores e comerciantes
paranaenses. Esse imposto consistia em 4 1/2
oitavas de ouro por trabalhador escravo nas
minas, essas oitavas equivaliam a cerca de 17g
por cabeça de escravo.
O Paraná contava com as minas de
Marumbi, Uvaparanouva, Limoeiro, tagaçaba e
Serra Negra. As mais produtivas eram a do
Pantanal e Panajóias. Devido à baixa produção em
Paranaguá, a exploração do ouro subia a serra do
mar pelos rios Nhundiaquara que mais tarde daria
origem a picadas pela mata surgindo assim a
Estrada da Graciosa, e pelo rio da Ribera que
chegava ao território Paulista.
A presença do ouro foi importante para o
desenvolvimento e povoação da Região. Para a
Leitura Complementar
As Casas de Fundição recolhiam o ouro
extraído pelos mineiros, purificavam-no e o
transformavam em barras, nas quais era aposto um
cunho que a identificava como "ouro quintado". isto
é, do qual já fora deduzido o tributo do "quinto".
Barras de ―Ouro quintado‖ de 1796
Era também expedido um certificado que deveria
acompanhá-la daí em diante. As Casas de Fundição
eram dirigidas por um Provedor, auxiliado por
Escrivães, fundidores, ensaiadores, cunhadores,
meirinhos, tesoureiros e fiscais. Estes últimos eram
nomeados por indicação das Câmaras Municipais. No
decorrer do século XVII, duas outras casas de
fundição foram instaladas na capitania de São
Vicente: uma em Iguape e outra em Paranaguá,
ambas por volta de 1650.
Com a deflagração do Ciclo do Ouro em Minas
Gerais, a partir de 1691.
Essas três casas, pela sua localização, não podiam
atender ao novo Eldorado.
Criou-se, então, em 1695, a Casa de
Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina
Real dos Quintos. A seguir, foi instalada outra
Oficina Real dos Quintos no Rio das Velhas, em
Minas Gerais (possivelmente em Sabará), por volta
de 1701.
No decorrer do século XVIII,
especialmente em razão da lei de 11 de fevereiro
de 1719, numerosas outras casas de fundição
foram criadas em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso
e Bahia. Em 1737, porém, foram todas extintas,
em virtude da adoção do sistema da capitação,
para tributar a atividade mineradora. Entretanto,
nova mudança na política fiscal portuguesa
determinou o seu restabelecimento em 1751 (por
força de alvará de 3 de dezembro de 1750), com a
volta do "quinto". Nessa ocasião, outras casas
foram criadas em lugares onde antes não existiam.
Curiosamente, foram mantidos os Intendentes do
Ouro, cargo criado para gerir o sistema da
capitação, os quais passaram a reger as Casas de
Fundição. No final do século XVIII e princípio do
século XIX, com a decadência das jazidas auríferas,
as casas de fundição passaram a ser abolidas. A
última delas, a de Goiás, foi extinta já no Primeiro
Império. Mas, a abolição formal das Casas de
Fundição só ocorreu em 1834.
FONTES: ARRUDA, A Circulação, as Finanças e as
Flutuações Econômicas, 192 - PEREIRA E SOUSA,
Dicionário Jurídico ("Casas") - SIMONSEN, História
Econômica do Brasil.
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história ela aparececomo o 1º ciclo econômico
do Estado.
Graças ao metal mais cobiçado pelos
homens deu origem a Cidade de Paranaguá e fez
surgirem inúmeros ―Arraias‖ dando origem a
muitas cidades como Bocaiúva do Sul, São José
dos Pinhais e a futura cidade de Curitiba que mais
tarde se tornaria a capital do estado.
O Tropeirismo no Paraná
Monumento ao Tropeiro na cidade da Lapa (PR)
O crescimento da Pecuária e a necessidade
do gado de corte para transporte adquirissem um
maior destaque, dessa forma o tropeirismo
tornou-se uma atividade lucrativa. O caminho
percorrido pelos tropeiros no transporte do gado e
muares era conhecido como a estrada da mata
até meados do século XVIII, passando a ser
conhecido como caminho do Viamão.
O seu nome está associado a cidade Viamão
no Rio Grande do Sul, passava por Curitiba,
Campos Gerais no Paraná e seguia para a cidade
de Sorocaba em São Paulo, Os Muares eram
comercializados e levados a Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso.
Leitura Complementar
(...) Quem vai concretizar plenamente a
iniciativa da estrada é o fidalgo português
Cristóvão Pereira de Abreu, nascido em Ponte de
Lima, em 1580 e que, no Brasil, se tornara
arrematador e principal exportador de couros da
Colônia do Sacramento. Em 1727, Francisco de
Souza Faria, português de nascimento e sargento-
mor em São Paulo, recebe ordem do governador
Caldeira Pimentel para iniciar uma estrada entre a
Colônia do Sacramento e Curitiba. Galgando a
serra na altura do Morro dos Conventos, ainda no
Rio Grande do Sul, chega com ela à atual capital
do Paraná em 1730. No ano seguinte, saiu
Cristóvão Pereira de Abreu com uma tropa de 800
cavalos e muares da Colônia do Sacramento e,
seguindo o roteiro de Souza Faria, chegou a
Curitiba, passou por Sorocaba em 1733 e foi
terminar sua jornada em São Paulo.
O caminho havia sido rasgado mas
Cristóvão Pereira de Abreu não estava satisfeito.
Por isso, em São Paulo, buscou e conseguiu o
apoio do capitão-general da Capitania, que era
então o Conde de Sarzedas, levantou os recursos
necessários junto a financiadores particulares e
retornou ao Rio Grande do Sul.
Leitura Complementar
A intendência do Ouro em Paranaguá
Estabelecida em 28 de janeiro de 1736, no
primeiro instante do sistema da capitação, em
substituição à velha casa de fundição local, abolida
nessa oportunidade. Em 175l, quando as fundições
foram restabelecidas, Paranaguá, pela sua
produção, já não justificava a volta dessa
instituição. Por isso, sua Intendência ficou limitada
a expedir guias para acompanhar o ouro até a Casa
de Fundição de São Paulo. Ainda foi referida em
1769, 1771, 1778 e 1790. (FONTES: SALLES
OLIVEIRA, Moedas do Brasil, I, 1:149 - SANTOS,
Memórias Históricas de Paranaguá, 1:147 -
RIHG/SP, 20:711 e 26:S/N - Documentos
Interessantes, 69:56)
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De lá partiu novamente em 1738, agora
com uma tropa 3.000 animais, conduzidos por 130
tropeiros. Para encurtar o caminho, em vez de ir
até o Morro dos Conventos, abriu, como conta
Barbosa Lessa, ―um novo roteiro, diretamente
entre os campos de Viamão e os campos de
Lajes‖, dando origem aos ―primeiros esboços de
povoações: Santo Antônio da Patrulha, São
Francisco de Paula e Nossa Senhora da Oliveira da
Vacaria. Na viagem, alargou e consolidou os
caminhos e construiu quase 300 pontilhões. Foi
uma empreitada enorme mas lucrativa. Segundo
Lessa, somente os quintos para a Fazenda Real
somaram 10.000 cruzados.
Fonte:http://site.cruzeironet.com.br/sorocaba/
As características dos tropeiros
Entender esse nosso personagem da
sociedade Paranaense típico da nossa sociedade
Foram comuns expedições espanholas adentrando
o território paranaense durante o sécuxo XVII e
XVIII os tropeiros faziam parte das zonas rurais e
das pequenas cidades aqui na região sul, na
maioria das vezes vestidos como os Gaúchos da
época, utilizando botas, chapéus e ponchos. Os
tropeiros encaminhavam rebanhos de gado para o
interior de São Paulo, principalmente Sorocaba, já
na província de São Paulo os animais juntamente
com as mercadorias iam para as províncias de
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. As mercadorias
para a região de Goiás deveriam ser transportadas
no lombo dos animais já que a região não
colaborava muito devido geografia íngreme. Na
região do Mato Grosso onde encontramos o
pantanal os produtos eram transportados seguindo
o sentido dos rios nas conhecidas monções.
Devemos ter em mente que não era uma
função muito agradável já que havia riscos nas
viagens, muitos desses homens de origem
portuguesa, mestiça e da capitania de são Vicente
se viram obrigados a procurar outras formas de
sobreviverem já que do desenvolvimento de São
Vicente era limitado, muito subiram as serras
chegando ao interior, era fundada a capitania de
São Paulo, uma pobre vila com uma economia de
substancia dependente do comercio de artesanato,
cereais e o bandeirantismo.
Assim temos o tropeirismo integrando
essas regiões já que era uma possibilidade de um
pequeno comércio, praticado no lombo de mulas.
Também havia os interesses dos
portugueses que envergavam a necessidade de
povoar a região sul, evitando fundações de vilas
espanholas, assim o governo real fez com que
facilitasse o acesso à terra garantindo um grau de
liberdade certa autonomia administrativa para a
região, mas ainda prevalecia uma continuidade do
processo de ocupação territorial nacional presente
no século XVII, com o predomínio do latifúndio
durante o século 17, o que beneficiou poucas
famílias e marginalizava grande parte do sociedade
que estava ali se formando.
O que chega até nós é uma imagem idealizada dos
tropeiros, muitas vezes vista como uma salvador da
colonização.
Leitura Complementar
(...) O tropeiro iniciava-se na profissão
por volta dos 10 anos, acompanhando o pai, que
era o negociante (compra e venda de animais) o
condutor da tropa. Usava chapelão de feltro
cinza ou marrom, de abas viradas, camisa de cor
similar ao chapéu de pano forte, manta ou beata
com uma abertura no centro, jogada sobre o
ombro, botas de couro flexível que chegavam
até o meio da coxa para proteger-se nos
terrenos alagados e matas.
No Rio Grande, a cidade de Viamão
tornou-se um dos principais centros de comércio
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e formação de tropas que tinham como destino
os mercados de São Paulo. (...) Nesses trajetos,
os tropeiros procuravam seguir o curso dos rios
ou atravessar as áreas mais abertas, os "campos
gerais" e mesmo conhecendo os caminhos mais
seguros, o trajeto envolvia várias semanas. Ao
final de cada dia era acesso o fogo, para depois
construir uma tenda com os couros que serviam
para cobrir a carga dos animais, reservando
alguns para colocar no chão, onde dormiam
envoltos em seu manto. Chamava-se "encosto" o
pouso em pasto aberto e "rancho" quando já
havia um abrigo construído. Ao longo do tempo
os principais pousos se transformaram em
povoações e vilas. (...) A alimentação dos
tropeiros era constituída por toucinho, feijão
preto, farinha, pimenta-do-reino, café, fubá e
coité (um molho de vinagre com fruto cáustico
espremido). Nos pousos comiam feijão quase
sem molho com pedaços de carne de sol e
toucinho (feijão tropeiro) que era servido com
farofa e couve picada. Bebidas alcoólicas só
eram permitidas em ocasiões especiais: quando
nos dias muitos frios tomavam um pouco de
cachaça para evitar constipaçãoe como remédio
para picada de insetos.
Fonte: http://www.historianet.com.br/conteudo/
default.aspx?codigo=496
O Povoamento do Paraná
O Paraná foi formado por muitos povos, das
mais variadas origens, para poder entender melhor
esse processo vamos dividir a formação das duas
principais vilas ainda no século XIX, a de Paranaguá
no litoral e a de Curitiba no interior.
Paranaguá, O litoral.
Por se tratar de uma região litorânea é
complicado determinarmos que não houvesse
ocupação antes do século XVII com a presença de
Martin Afonso de Souza, existem alguns relatos
isolados de tribos de indígenas de brancos na
região que poderiam ser aventureiros ou náufragos.
Segundo relatos do livro de Hans Staden
um naufrago alemão, a região do litoral do Paraná
já era conhecida e habitada pelo homem branco
por volta 1555, Foi-se efetivando uma povoação, e
em segundo alguns relatos já em 1578, havia uma
pequena capela denominada Nossa Senhora do
Rosário.
Em 1614, o tabelião de São Vicente Diogo
de Unhate, obtém o direito da primeira a primeira
sesmaria território paranaense. Em 1646 Gabriel
de Lara, ergueu o pelourinho que funcionava
como símbolo da justiça, da ordem e da
autoridade, tal atitude garante a Gabriel de Lara o
título de "capitão-povoador", de Paranaguá, sendo
que após seu estabelecimento, fez erguer o
Pelourinho em 1646, símbolo máximo da justiça e
do poder lusitano. Neste mesmo ano o capitão
povoador anuncia o descobrimento de ouro em
território paranaense.
Porto de Paranaguá no fim do século XIX, pintura de
Alfredo Andersen, com forte influência impressionista.
Em 1648, Paranaguá é elevada à
categoria de Vila e recebe o nome de Vila Nossa
Senhora do Rosário de Paranaguá, sendo Gabriel
de Lara seu primeiro administrador.
Curitiba, O interior.
O Povoamento de Curitiba esta
relacionado com dois fatores principais, um deles
era encontrar o caminho do Peabiru e dominar o
interior, outro fator é o crescente número de
pessoas que chegam à região devido às
informações da descoberta de ouro em Paranaguá,
chegam formando os ―arraias de mineradores‖
como o arraial Queimado, Borda do Campo e o
Arraial Grande.
Foi fundado o povoado de Nossa Senhora
da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, em 1654, ficando
num local onde havia o encontro entre os
mineradores e os criadores de gado. Logo em
seguida em 1668, a pequena vila foi incorporada a
Paranaguá. Em 1693, o povoado é elevado a vila.
Durante o início do século XIX, o povoado
já então chamado de Nossa Senhora dos Pinhais
de Curitiba. Possuía pouco mais que 200 casas.
Mas com o início da exploração e do comércio da
erva-mate com apoio da extração de madeiras
nobres temos um novo impulso de crescimento e
já em meados do Século XIX em 1842 Curitiba já
possuía 5.819 habitantes, era elevada a categoria
de cidade. Já em 1853, era criada a província do
Paraná. No ano seguinte, já com o nome de
Curitiba, foi escolhida para sua capital.
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Mapa do centro da vila Nossa Senhora do Rosário de
Curitiba 1830- 1850
Já como Província Curitiba promove uma
colonização através dos emigrantes europeus com
foco em italianos e poloneses. Por volta de 1870
foram fundados 35 núcleos coloniais de terras de
mata em torno dos campos de Curitiba. A cidade
conhecia um novo crescimento e progresso
desenvolvendo atividades agrícolas e a indus-
trialização.
E emancipação Política e a
definição territorial
Boa parte das definições territoriais das
províncias no Brasil aconteceram basicamente de
forma natural através de caminhos indígenas,
tropas e tropeiros. No Paraná temos um destaque
grande para os caminhos indígenas, podemos
destacar vários como o Peabiru, que era a ligação
do Peru cortando todo o Paraná, chegando ao sul
de São Paulo. Um caminho pronto para adentrar
em regiões e conquistá-las. O Caminho da graciosa
que ligava Antonina até Curitiba, essa caminho foi
aberto totalmente em 1807. Havia também
caminhos como Itupava e Cubatão, o primeiro era
conhecido como o menor percurso saindo de
Curitiba passando a serra chegando ao porto tendo
ramificação para a cidade de Antonina, o segundo
era conhecido como caminho da morte, já que
havia pontos perigosíssimos, ligava as cidades de
São José dos Pinhais, Morretes, Cubatão e
Paranaguá.
Com tamanhas redes de comunicação
Curitiba estava à frente de muitas cidades de
outras províncias do Brasil, algumas possuíam
apenas um caminho como comunicação com as
capitais e outras vilas. O processo de emancipação
política paranaense foi iniciado muito cedo na
nossa história, mas foi um processo lento levando
em conta as situações políticas que se encontrava
no Brasil do século XIX.
Com a criação em 1811 da comarca de
Paranaguá e Curitiba integrados ao território da
Capitania de São Paulo. A Câmara Municipal de
Paranaguá no mesmo ano apelou ao príncipe
regente, Dom João IV, presente no Brasil devido às
invasões napoleônicas, a câmara solicitou a
emancipação da comarca e a criação de uma
capitania do Paraná independente a de São Paulo.
As situações do Brasil naquele momento não
possibilitaram um cenário político adequado e
mesmo após a Independência do Brasil, os
paranaenses continuavam submetidos à comarca
de São Paulo.
Cartografia do Século XIX, mostra a província de São
Paulo fazendo fronteira com a província do Rio Grande do
Sul, Santa Catarina também estava confinada a uma
pequena porção territorial junto a costa atlântica.
Dentre os episódios políticos, temos
destaque para dois que Dois episódios tornaram
evidente a importância política e estratégica da
região: a Guerra dos Farrapos e as Revoltas
Liberais de 1842.
A Guerra dos Farrapos que aconteceu de
1835 a 1845 começou no Rio Grande do Sul e
chegou até a província de Santa Catarina, esse
movimento era contra a centralização política
imposta e pelas exigências do governo do Brasil e o
encarecimento da criação bovina devido aos altos
impostos. Já as conhecidas Revoltas Liberais de
1842, foram promovidas em Minas Gerais e São
Paulo pelo Partido Liberal, que era contrário ao ato
de Dom Pedro II que havia dissolvido a Assembléia
Geral.
Como já vimos no capítulo anterior em
1842, uma lei provincial de São Paulo, eleva
Curitiba à categoria de cidade.
Unidade 5
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
10
A economia paranaense estava se
expandindo com a uma grande produção de erva-
mate, O produto da erva possuía grandes mercados
como o argentino, uruguaio, paraguaio e chileno,
sem contar no número de negociações e ouro que
chegavam à província com o comércio de gado. O
mate era o principal produto de exportação e de
fonte de renda do Paraná, na época.
Erva Mate, produto nativo da região sul do Brasil com
grandes quantidades no Paraná. O mate era interessante
já que os caudilhos dos países vizinhos apreciavam o chá
preto da índia, mas que possuía um valor muito alto e
deveria ser comprada da Cia das índias ocidentais da
Inglaterra.
No dia 29 de agosto de 1853, o projeto de
criação da Província do Paraná é Aprovado com a
força da lei imperial nº 704, que foi assinada e
promulgada por Dom Pedro II. Embora a lei da
criação da província tivesse sido promulgada pelo
Imperador, a Emancipação política do Paraná
demorou ainda quatro meses para se tornar real de
fato. Então em 19 de dezembro de 1853, a
província do Paraná separe-se deixando de fazer
parte da 5ª Comarca de São Paulo.
Quadro da Primeira Sessão da Assembléia Legislativada
Província do Paraná. 1854
Curitiba foi escolhida como capital da
nova província e em seguida a emancipação política
da província, chega nesse momento à nova capital
Zacarias de Góis e Vasconcelos, o primeiro
presidente provincial do Paraná escolhido pelo
império, em seu primeiro discurso na província
paranaense disse que todos os seus problemas de
poderiam serem transformados num só: povoar um
território de cerca de 200.000 km², que contava
com pouco mais de 60 mil habitantes sendo que a
grande maioria (cerca de 90%) dessa população
distribuída nas cidades de Curitiba e Paranaguá.
Leitura Complementar
Considerações Sobre Zacarias de Góes e
Vasconcelos:
(...) Aproximadamente quatro meses após,
em 19 de dezembro, toma posse o primeiro
presidente, Zacarias de Góes e Vasconcellos,
então com 38 anos. Nascido em Valença, Bahia,
graduado em Direito pelo Curso Jurídico de
Olinda, em sua biografia podem ser notadas
qualidades de um estadista preparado para
ocupar essa árdua tarefa organizacional, já que
previamente passara pelo parlamento como
deputado provincial pela Bahia (1843), pelo
executivo como presidente do Piauí (1845/1847)
e de Sergipe (1848/1849), e pelo ministério
imperial ao ocupar, em 1852, a pasta de ministro
da Marinha.
O programa inicial do governo lhe foi
passado por Luiz Pereira do Couto, ministro do
Império, que encarregou o novo presidente de
instalar e organizar o governo provincial, o que
foi cumprido com rigoroso empenho e dedicada
atenção. Tendo sido nomeado para um governo
de conciliação, presidiu as eleições de senador,
deputado geral, e membros da Assembléia
Legislativa Provincial, criando as comarcas de
Curitiba, Paranaguá e Castro, nomeando
magistrados
Zacarias, desde os primeiros atos,
mostrou ser homem de visão invulgar. Assim,
escolheu Curitiba como capital provincial, por
possuir o maior número de casas (cerca de 200),
melhores condições climáticas, sanitárias e
privilegiada localização. Fundou uma Companhia
Policial e proibiu o uso de armas nas cidades,
visando a redução da criminalidade. Deu ordens
para a construção de cemitérios, opondo-se ao
antigo costume de se enterrarem os cadáveres
nos templos. Incentivou a organização de várias
escolas primárias e a criação das cadeiras de
francês e inglês no Liceu Paranaense, pagando
bons salários à docência. Preocupado com a
vastidão da nova província, incentivou o
povoamento e a imigração de estrangeiros.
Procurando melhorar a ligação com os portos de
embarque no litoral, deu início à construção da
imprescindível estrada da Graciosa. Essas obras,
entre outras tantas, verdadeiramente
alavancaram o desenvolvimento do Paraná.
Quando deixou o governo provincial, em
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
11
3 de maio de 1855, Zacarias saiu aclamado. Na
viagem de Curitiba a Paranaguá, onde embarcou
para o Rio de Janeiro, foi cercado em todos os
lugares por efusivas manifestações de gratidão e
respeito. (...)
Luiz Fernando Tomasi Keppen é juiz de
Direito, mestre em Direito pela UFPR,
diretor cultural da Amapar e professor
universitário.
Fonte: KEPPEN, Luiz Fernando Tomasi, in Jornal
Gazeta do Povo, Opinião do dia 2, página 22, 20
de dezembro de 2008
O Paraná como província
Os 35 anos que o Paraná passou como
província foi um período de grande instabilidade
política, Nesse período estiveram à frente da
administração 41 presidentes, cerca de 8 meses a
para cada administração. O primeiro presidente
como já vimos foi Zacarias de Góes e Vasconcelos,
como todos os outros presidentes que estiveram a
frente do governo até a guerra do Paraguai não
eram paranaenses, dentre os feitos de Zacarias
temos como destaque o início do calçamento da
Estrada da graciosa. Entre outros destacamos
alguns que tiveram feitos importantes a frente do
governo provincial.
João José Pedrosa foi responsável por
organizar e construir uma sede para a câmara
legislativa do Paraná, incentivou a imigração com
tratados firmados junto a Europa e cuidou do
abastecimento de água e luz para a recente capital.
Carlos Augusto de carvalho organizou um
plano econômico para melhorar as finanças
colocando o ―imposto do vintém‖, Criou escolas
noturnas em Curitiba e introduziu a disciplina de
educação física no colégio do Paraná.
Alfredo d´Esragnolle Taunay importante
figura do império naquele momento, de família
nobre seu avó era Nicolas-Antoine Taunay, pintor
que chegou junto com missão artística Francesa em
1810. Sua função era ―civilizar‖ a capital do estado
cuidando de um projeto de urbanização e
Saneamento de Curitiba, Reorganiza a Biblioteca
pública e inicia as construções do passeio público e
inicia as construções das primeiras estradas de
Ferro.
Joaquim de Almeida Faria entra para
terminar as obras de Alfredo Taunay que fora
requisitado na corte imperial no Rio de Janeiro,
inaugura o serviço de bondes de tração animal e
incentiva a instrução primária para a população da
província no colégio do Paraná.
O último presidente do período provincial foi
Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá era grande
figura política do império a frente do partido liberal,
fez os melhoramentos na estrada da graciosa, teve
de entregar o governo ao general Francisco
Cardoso Júnior que foi o comandante das tropas
republicanas no Paraná e primeiro governador foi
Dr. Generoso Marques dos Santos.
As estradas de ferro iniciadas no governo de
Alfredo Taunay foram fundamentais para um
desenvolvimento posterior do estado.
O Paraná república
Apesar de o Paraná possuir alguns clubes
de debates republicanos e a tiragem de dois
jornais republicanos, ―Livre Paraná‖, na cidade de
Paranaguá e a ―A República‖, em Curitiba, o
movimento republicano paranaense era muito
fraco. Para se ter ideia na Assembléia Legislativa
Provincial existia apenas um deputado, Vicente
Machado da Silva Lima com inspirações republicas,
ele se destacaria na política paranaense nos
primeiros anos após a proclamação da republica.
No Paraná encontramos a mesma situação
de indiferença da população em ralação a
republica como se viu no Rio de Janeiro após o
golpe derrubar o gabinete Ouro Preto. O nosso
estado herdou a crise pós-golpe que se viu no
Brasil. O Dr. Generoso Marques dos Santos, que
substituiu a junta que governara o estado desde o
golpe foi deposto, pois apoiava o golpe de
Deodoro da Fonseca, Floriano assume o poder em
novembro de 1891, e em fevereiro de 1892 o
governador eleito pelo voto direto é Francisco
Xavier da Silve e para Vice o Dr. Vicente Machado
que já se destacava como líder republicano.
No dia 9 de janeiro de 1892, o Paraná
aprova pela assembléia legislativa a primeira
bandeira, pelo do Decreto Estadual nº 8, da
mesma data em que foi promulgada.
Primeira bandeira do Paraná de 1892 a 1905.
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12
Conflitos no Paraná
A Revolução Federalista
Para entendermos bem a história política do
Brasil império, devemos sempre se lembrar das
disputas que aconteciam entre os conservadores e
liberais, mas após a proclamação da republica
esses dois partidos somem criando os partidos
Nacional Federalista surgido no Rio Grande do Sul
através da união de Liberais e Conservadores, e o
Partido Republicano que possuía como liderança o
jovem político Julio Prates de Castilhos que estava
a frente da administração do estado do Rio
Grande do Sul.
Com essa situação temos A Revolução
Federalista, um conflito interno que ocorreu logoem seguida a Proclamação da República, sua
origem estava na instabilidade política gerada
pelos chamados federalistas, que pretendiam
"libertar o Rio Grande do Sul da tirania de Júlio
Prates de Castilhos", então presidente do Estado.
Surgiu uma série de conflitos que
culminaram com uma série de disputas sangrentas
que por conseqüência geraram uma guerra civil,
que foi de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, e
que foi vencida pelos simpatizantes de Júlio Prates
de Castilhos, conhecidos como pica paus.
Julio Prates de Castilhos, Presidente do estado do Rio
Grande do Sul eleito em 1891, um dos personagens
mais importantes da revolução Federalista.
As divergências tiveram inicio com atritos
ocorridos os que procuravam a autonomia
estadual, acima do poder federal e seus
opositores. Houve conflitos com luta armada nas
regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e
Paraná.
Fundado em 1892 por Gaspar Silveira
Martins, o Partido Federalista do Rio Grande do
Sul defendia o sistema parlamentar de governo e
a revisão da Constituição promulgada por Julio
Prates de Castilhos. Desse modo a concepções
políticas e filosóficas chocava-se contra a
constituição do Rio Grande do Sul de 1891 que era
inspirada no positivismo de conte e no
presidencialismo, dando uma maior autonomia
estadual,
Formada as ideologias dos dois lados
convencionou denominar os grupos de seguinte
forma: os que se simpatizavam com Gaspar da
Silveira Martins eram chamados de Gasparistas ou
maragatos, eram totalmente opostos aos
seguidores de Júlio de Castilhos, conhecidos como
castilhistas ou Pica-paus.
As desavenças iniciaram-se com a
concentração de tropas maragato em campos da
Carpintaria, no Uruguai, localidade próxima a
Bagé. Em seguida o negociante (potreiro) de Ana
Correia, vindo do Uruguai em direção ao Rio
Grande do Sul, encontrava o coronel caudilho
federalista Gumercindo Saraiva, que seria uma das
principais figuras a frente do exercito rebelde dos
maragato.
Gumercindo Saraiva, caudilho defensor dos ideais
republicanos.
Com ataques relâmpagos e estratégicos,
os maragatos dominaram rapidamente a fronteira
e exigiam a deposição de Júlio Prates de Castilhos,
que fora eleito pelo voto direto. Havia a idéia de
promover um plebiscito para que o povo
escolhesse que governo.
As batalhas estavam se tornando tão
violentas e o numero de mortes crescia numa
proporção assustadora, sem perspectiva de fim a
rebelião adquiriu âmbito nacional e rapidamente,
ameaçou a estabilidade do regime republicano em
todo o país. Floriano Peixoto se posicionou em
―defesa dos ideais republicanos‖ enviando tropas
federais para socorrer Júlio Prates de Castilhos.
Unidade 6
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13
Gumercindo ao lado de Aparício, ambos ao centro, na
Revolução Federalista 1894.
Gumercindo Saraiva com sua tropa
fizeram vários ataques em Dom Pedrito. De lá
iniciaram uma série de ataques relâmpagos contra
vários pontos do estado Rio-grandense, dando
uma desestabilizada nas posições conquistadas
pelos legalistas.
Cruz dos Degolados, homenagem do município de São
Martinho da Serra no Rio Grande do Sul, a cruz lembra
os mortos degolados na revolução, a degola foi uma
prática comum entre ambos os lados como uma atitude
revanchista.
Você caro leitor deve estar se
perguntando nesse momento, o que um conflito
ocorrido no Rio Grande do Sul tem relação com o
Paraná? Essa pergunta é respondida com o rumo
que tomaram as tropas, indo ao norte para
ganharem mais força, avançaram em novembro
sobre Santa Catarina e chegando ao Paraná,
sendo detidos na cidade da Lapa, que fica cerca
de 60 Km a sudoeste de capital paraense.
As tropas legalistas da republica foram
cercadas na Lapa, em um dos mais célebres
episódios da vida militar brasileira, que ficou
conhecido como "O Cerco da Lapa". Num total de
24 dias de resistência, com uma tropa oito vezes
menor que a dos adversários maragato,
comandados pelo rio-grandense Gumercindo
Saraiva. Os legalistas são derretodos após a morte
do Coronel Carneiro que segundo as lendas deu
ordens até a morte, E apesar da derrota de
Carneiro, o período de combates definiu o lado
vencedor, pois atrasou o avanço de Gumercindo,
já que carneiro não havia revelado a posição das
outras tropas legalistas, assim foi possível uma
organização do lado republicano legalista que
derrotou posteriormente os federalistas.
Encenação de ―O Cerco‖ por um grupo de teatro da lapa
em 2009 relembrando 115 anos do cerco de 24 dias.
Com a morte do Coronel Carneiro, em
1894, as pretensões dos rebeldes federalistas de
chegarem à capital da República foi frustrada, e a
resistência da Lapa estancou o avanço da
revolução.
Sem opção Gumercindo, bate em retirada
em direção ao Rio Grande do Sul. Mas um tiro sem
autor o mata em 10 de agosto de 1894.
Panteão dos Heróis na Lapa, onde jazem os corpos dos
legalistas que combateram no Cerco da Lapa
A revolução federalista foi vencida em
junho de 1895 no combate de Campo Osório.
Saldanha da Gama, um dos últimos lideres
legalistas possuidor de um contingente de 400
homens, lutou até a morte contra os Pica-paus. A
paz finalmente foi assinada em na cidade Pelotas
em 23 de agosto de 1895. Nessa ocasião O
presidente da República era Prudente de Morais.
Este conflito propiciou pelo menos 10.000 mortos
e incontáveis feridos.
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14
Lima Barreto, na sua obra de ficção "O
Triste Fim de Policarpo Quaresma", faz uma
referência ao cerco da Lapa, colocando inclusive
sua opinião, Observe:
"só a Lapa resistia tenazmente, uma das poucas
páginas dignas e limpas de todo aquele enxurro
de paixões. A pequena cidade tinha dentro de
suas trincheiras o Coronel Gomes Carneiro, uma
energia, uma vontade, verdadeiramente isso,
porque era sereno, confiante e justo. Não se
desmanchou em violências de apavorado e soube
tornar verdade a gasta frase grandiloqüente:
resistir até a morte".
Lima Barreto, techo retirado do Capítulo III.
Conflitos no Paraná
O Contestado
O Conflito que ficou conhecido como
contestado foi um conflito ocorrido entre os
estados do Paraná e Santa Catarina, esse
movimento ganhou grande notoriedade na história
do Brasil dentre aqueles movimentos que
misturam interesses políticos, econômicos e
questões sociais ligados ao messianismo. O
movimento ocorre de 1912 até 1916 de um lado a
população cabocla dos dois estados e do outros os
governos estaduais com o apoio do então
presidente da república Hermes da Fonseca.
O chamado contestado é uma região
disputada entre os estados Catarinense e
Paranaense, de acordo com as divisões atuais dos
estados ocupava a região sul do Paraná e quase
70% do estado Catarinense. A disputa era travada
por se tratar de uma região rica em Erva mate e
Madeira sendo os pequenos proprietários
posseiros que viviam do comércio desses
produtos.
Lapa
Ponta Grossa
Curitiba
N
Paraná
Santa
Catarina
Rio Grande do Sul
Florianópolis
Porto Alegre
Região
do Contestado
O governo brasileiro no final do século
XIX possuía um ambicioso projeto para a época,
que seria interligar os estados de São Paulo e Rio
Grande do Sul através de uma estrada de ferro.
Com o projeto da construção pronto o
governo brasileiro autoriza a construção, mas para
isso desapropriaria uma faixa de terras de
aproximadamente 30 quilômetros de largura, que
Leitura Complementar
Observe umtrecho de uma carta do Dr.
Bagueira, observe como ocorre a
comunicação em momentos de guerra:
(...) Dizia-se em Paranaguá que os
federais do Rio Grande já tinham feito a invasão
e que muitos corpos do Exército já tinham se
juntado a eles. Em Santa Catarina dizia-se que
três cidades já tinham sido tomadas: Erval,
Santana e Bagé. Mesmo fazendo grande redução
nesses boatos, ainda ficava o bastante para
inquietar-me. Via que dificilmente eu poderia
escapar de servir com as tropas em operações e
que nesse caso eu teria de ausentar-me de minha
família.
(...) Além disso ser-me-ia bem
desagradável servir em um batalhão que se
passasse para os invasores. Formei então o plano
de deixar minha família no Rio Grande, lugar
sossegado, onde temos parentes; e ir eu só
apresentar-me em Porto Alegre e seguir para
onde me mandassem 13 e só levaria para junto
de mim se fosse designado para Pelotas ou Porto
Alegre.
PEZAT, Paulo Ricardo, A REVOLUÇÃO
FEDERALISTA NA PERSPECTIVA DE UM
MÉDICO POSITIVISTA: CARTAS DO DR.
BAGUEIRA LEAL A MIGUEL LEMOS E A
TEIXEIRA MENDES, In: História em revista,
UFPel, volume 09, Dezembro de 2003.
Unidade 7
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15
atravessaria os estados do Paraná , Santa
Catarina, até chegar no Rio Grande do sul, essa
área seria uma espécie de reserva para os
trabalhos da construção da linha férrea.
Curitiba
N
Paraná
Santa
Catarina
Porto Alegre
Vacara
Florianópolis
Palmares do Sul
Região do Contestado
Estrada de Ferro São Paulo-
Rio Grande do Sul
Divisão Política atual
São Paulo
Uruguaiana
São Paulo
Santa Maria
A construção foi realizada pela empresa
estadunidense Brazil Railway Company, presidida
por Percival Farquhar, que atuava também no
ramo de extração de madeira através da empresa
Southern Brazil Lumber and Colonization
Company, também de sua propriedade.
Com a construção da estrada em
andamento, vários trabalhadores foram atraídos
para a região, mas com a finalização das obras, os
trabalhadores migrantes ficaram sem emprego e
numa situação muito precária.
Apólice de seguro de viagens das ferrovias da Brazil
Railaway Company, 1914
Sem contar no grande numero de
posseiros que foram expulsos de suas terras já
que o governo brasileiro atribuiu à região como
devoluta, como se ninguém estivesse na região, o
que permitiu a Brazil Railway, tomar todas as
terras nas faixas dos 30 quilômetros. Com as
terras nas mãos, Farquhar, passa a explorar a
madeira através da Southern Brazil Lumber,
exportando-a para os Estados Unidos, Assim os
pequenos fazendeiros que se sustentavam da
extração da madeira foram arruinados pelo
domínio de Lumber sobre as florestas da região.
O empreendimento da construção da
estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande
do Sul formou o cenário de conflito através de
problemas políticos, econômicos e sociais. As
empresas de Farquhar na região com contrato
com o governo brasileiro gerou a expulsão dos
posseiros da região, junto a eles somam o
contingente de trabalhadores que ficaram sem
emprego após o termino das obras.
Outro elemento de extrema importância
para entender a gravidade desse conflito foi à
questão do messianismo. Nesse momento da
nossa história haviam monges que freqüentavam
os ambiente promovendo trabalhos sociais e
espirituais, é claro que em muito momentos havia
uma envolvimento político muito forte, dando um
destaque grande desses beatos na região.
Suposta foto de José Maria de Santo Agostinho, sem
data
No ano de 1912, José Maria de Santo
Agostinho (mais tarde a polícia descobre que seu
nome era falso), aparece na região dizendo que
era a ressurreição de outro beato que pregava no
local até 1908, seu discurso era baseado na idéia
de um grande líder que estava voltando.
Ganha fama muito rapidamente como um
homem com poder de cura, em meio a todos os
acontecimentos começa em suas pregações a se
envolver a outras questões que não são religiosas,
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
16
inicia uma série de críticas sobre os problemas
políticos e econômicos provocados pelas atividades
das empresas de Percival Farquhar.
A guerra
José Maria consegue através de seu
discurso unir os pequenos fazendeiros expulsos
de suas terras junto com os antigos trabalhadores
da Brazil Railway. Formam uma organização
organizaram que visava solucionar os problemas
ocasionados pelo desemprego e roubo das terras.
Esse movimento se organiza baseado no discurso
messiânico do monge José Maria, que numa de
suas pregações teria dito que essa comunidade
que liderava era como um governo independente.
O poder de persuasão do Monge passou
a incomodar e muito o governo federal, não pelo
fato de crescer rapidamente, Mas um dos motivos
principais seriam as críticas as atitudes da
república, o movimento se declara monarquista e
defende a volta de Dom Sebastião ao trono (O
Sebastianismo foi um movimento místico-secular
que ocorreu em Portugal na segunda metade do
século XVI como consequência da morte do rei
Dom Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, em
1578.).
Bandeira da "Monarquia Celestial". Branca com uma cruz
verde evoca os estandartes das antigas ordens
monásticos militares como as dos templários, por
exemplo.
Nesse mesmo momento tempos a figura
dos coronéis locais que estavam incomodados com
o surgimento dessas lideranças paralelas. Até a
Igreja não enxergavam o messianismo com bons
olhos e defendia a intervenção do exército na
região.
Os ataques dos governos de Santa
Catarina e Paraná, juntamente com o presidente
Hermas da Fonseca foram acontecendo de forma
autoritária e repressiva, era válido tudo para
combater os rebeldes. Com grandes dificuldades
nos primeiros anos do conflito as forças oficiais a
partir de 1914 obtiveram sucessivas vitórias, isso
graças aos investimentos que o governo possuía
para colocar nos equipamentos bélicos e ao
efetivo formado por homens do Exército brasileiro
e das polícias dos dois estados.
O contestado foi um conflito longo,
chegou a 46 meses, superando até Canudos em
duração de meses, como também em número de
mortes. Sem suprimento de comida, e com baixas
freqüentes dos soldados revoltosos, o exercito
brasileiro atuava a cada momento mais cruel, uma
epidemia de tifo atacou os dois lados, mas os
revoltos acabaram caminhando para a derrota
final, acontecida em agosto de 1916 com a prisão
de Deodato Manuel Ramos, o último líder do
Contestado.
Movimento Tenentista, a Campanha
do Paraná
Os Anos 20 são conhecidos na história do
Brasil como um período de uma série de levantes
militares, gerados pela baixa oficialidade vão
manter um clima de tensão até próxima a
revolução de 1930 que colocou fim a política do
café com leite da republica velha. Contudo o inicio
dessa crise se encontra no governo de Epitácio
Pessoa iniciado em 1922, Pessoa teria intervindo
em questões militares quando havia nomeado
alguns civis para altos cargos militares.
O movimento tenentista teria se formado
a partir do episódio das ―Cartas Falsas‖ em que
estava envolvido o ex-presidente da republica
Hermes da Fonseca, juntamente com o então
candidato a presidência Dr. Artur Bernardes. O
levante do Dezoito do Forte é o inicio do
tenentismo e a Coluna Miguel Costa-Luis Carlos
Prestes é o símbolo da persistência e resistência.
A Revolta dos 18 do Forte de Copacabana ocorreu em 5
de julho de 1922, na cidade do Rio de Janeiro, então
Distrito Federal.―Os Tenentes‖ ocupam a capital paulista
nos dias 05 e 29 de junho de 1924, entretanto se
viram cercados mudando sua marcha para o Mato
Grosso, sendo barrados em seguida pelas forças
Unidade 8
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governistas, decide então marchar em direção a
região oeste do Paraná uma região com uma
densidade populacional baixa o que facilitaria o
deslocamento rápido das forças rebeldes, estava
iniciado a Campanha do Paraná.
Já no Paraná por volta de setembro
conquistam Guairá e Foz do Iguaçu local que
servirá como quartel-general em seguida é
conquistada Catanduvas. Permanecendo nessa
região até meados 1925 enfrentando as forças
federais comandadas pelo então general Cândido
Rondon numa série de combates.
Ainda no início da campanha paranaense,
alguns líderes como Juarez Távora e João Alberto
partiram para o Rio Grande do Sul, a fim de
colaborar com oficiais que lá serviam na
preparação da revolta militar que abriria nesse
estado uma nova frente de combate ao governo.
Em outubro de 1924, a insurreição foi finalmente
deflagrada no Rio Grande, com o levante,
comandado pelo capitão Luís Carlos Prestes, do 1º
Batalhão Ferroviário, sediado em Santo Ângelo.
Ao mesmo tempo, sublevaram-se tropas
nas cidades gaúchas de São Luís, São Borja e
Uruguaiana, chefiadas respectivamente por Pedro
Gay, Rui Zubaran e Juarez Távora. Em São Borja,
o capitão Zubaran contou com a colaboração de
Siqueira Campos, que retornara clandestinamente
do exílio em Buenos Aires. O movimento atingiu
ainda várias outras cidades. Em Alegrete, o
levante foi chefiado por João Alberto e, em
Guaçuboi, as forças comandadas pelo caudilho
libertador Honório Lemes foram derrotadas pelas
tropas legalistas de Flores da Cunha.
Obedecendo às instruções do general
Isidoro Dias Lopes, as forças rebeladas no Rio
Grande do Sul marcharam em seguida para o
norte do estado, visando a alcançar Foz do Iguaçu
e unir-se aos revoltosos paulistas. Em abril de
1925, após atravessarem Santa Catarina e parte
do Paraná, travando com as tropas legalistas
seguidos combates em que perderam quase
metade de seu contingente, as forças gaúchas
chegaram a seu destino.
No dia 12 de abril, em reunião que
contou com a presença de Isidoro Dias Lopes,
Miguel Costa, Luís Carlos Prestes e do general
Bernardo Padilha, foi tomada a decisão de
prosseguir a marcha e invadir Mato Grosso,
contrariando a opinião do general Isidoro,
favorável à cessação da luta. Formada a 1ª
Divisão Revolucionária, assumiu seu comando o
general comissionado Miguel Costa, tendo como
chefe de estado-maior o coronel comissionado Luís
Carlos Prestes. Estava formada aquela que ficaria
conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes ou
simplesmente Coluna Prestes.
A coluna era composta de quatro
destacamentos, comandados por Cordeiro de
Farias, João Alberto, Siqueira Campos e Djalma
Dutra, que foi promovido a coronel pelo comando
revolucionário. Decidiu-se também na reunião que
o general Isidoro partiria para a Argentina, onde
deveria coordenar a ação dos revolucionários
exilados ou inativos no sul do país.
Combatentes da Coluna Prestes
Iniciando a marcha, a coluna concluiu a
travessia do rio Paraná em fins de abril de 1925 e
penetrou no Paraguai rumo a Mato Grosso. Em
seguida, percorreu Goiás, entrou em Minas Gerais
e retornou a Goiás. Seguiu em direção ao
Nordeste e em novembro atingiu o Maranhão,
onde o tenente-coronel Paulo Krüger foi preso e
enviado a São Luís. Em dezembro, penetrou no
Piauí e travou em Teresina sério combate com as
forças do governo. Rumando então para o Ceará,
a coluna teve outra baixa importante: na serra de
Ibiapina, Juarez Távora foi capturado.
Em janeiro de 1926, a coluna atravessou
o Ceará, chegou ao Rio Grande do Norte e, em
fevereiro, invadiu a Paraíba, enfrentando na vila
de Piancó séria resistência comandada pelo padre
Aristides Ferreira da Cruz, líder político local. Após
ferrenhos combates, a vila acabou ocupada pelos
revolucionários.
Fotographia de um grupo do Bte. de P. Bahianos ao
chegar em Barreiras, após 11 meses de campanha
contra os rebeldes (coluna prestes) através dos Estados
de Bahia, Pernambuco, Piauhy e Maranhão. Em 10 de
setembro de 1926 -O primeiro à direita é o prof.
Coquelin Ayres Leal.
Prosseguindo a marcha rumo ao sul, a
coluna atravessou Pernambuco e Bahia e dirigiu-se
para o norte de Minas Gerais. Encontrando
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
18
vigorosa reação legalista e precisando remuniciar-
se, o comando da coluna decidiu interromper a
marcha para o sul e, em manobra conhecida como
"laço húngaro", retornar ao Nordeste através da
Bahia. Cruzou o Piauí, alcançou Goiás e finalmente
chegou de volta a Mato Grosso em outubro de
1926. Àquela altura, o estado-maior revolucionário
decidiu enviar Lourenço Moreira Lima e Djalma
Dutra à Argentina, para consultar o
general Isidoro Dias Lopes quanto ao futuro da
coluna: continuar a luta ou rumar para o exílio.
Entre fevereiro e março de 1927, afinal, após uma
penosa travessia do Pantanal, parte da coluna,
comandada por Siqueira Campos, chegou ao
Paraguai, enquanto o restante ingressou na
Bolívia, onde encontrou Lourenço Moreira Lima,
que retornava da Argentina. Tendo em vista as
condições precárias da coluna e as instruções de
Isidoro, os revolucionários decidiram exilar-se.
Durante sua marcha de quase dois anos,
haviam percorrido cerca de 25.000 quilômetros.
Miguel Costa seguiu para Libres, na Argentina,
enquanto Prestes e mais duzentos homens
rumaram para Gaiba, na Bolívia, onde trabalharam
por algum tempo para uma companhia inglesa, a
Bolívia Concessions Limited. Em 5 de
julho de 1927, os exilados inauguraram em Gaiba
um monumento em homenagem aos mortos da
campanha da coluna. Instadas pelos protestos do
governo brasileiro, autoridades bolivianas
tentaram destruir o monumento, mas foram
impedidas de fazê-lo ante a atitude enérgica de
Luís Carlos Prestes.
Revolução 1930
Os partidários da Revolução de 1930, que
levou Getúlio Vargas à presidência da República,
dominaram com facilidade o Paraná. O estado
ficou até 1935 sob intervenção federal. Neste ano,
realizaram-se eleições. Mas em 1937, Vargas deu
um golpe de Estado, iniciando um período de oito
anos de ditadura. Durante toda essa época,
destacou-se no Paraná a figura de Manuel Ribas,
que dirigiu o estado de 1932 até 1935, como
interventor, de 1935 até 1937, como governador
eleito, e de 1937 até 1945, novamente como
interventor. Durante sua administração foram
construídas estradas, o Hospital das Crianças,
escolas rurais e de pescadores e foi ampliado o
cais do porto de Paranaguá.
Somente no século XX o território
paranaense foi efetivamente ocupado. Na década
de 1920, toda a região centralizada pelas cidades
de Tomazina, Siqueira Campos e Jacarezinho já
estava povoada.
Pintura de Manuel Ribas na galeria dos governadores do
Paraná.
Em 1927, uma companhia inglesa iniciou
a colonização do norte paranaense. Fundaram-se
cidades, entre as quais, Londrina (1931) e Maringá
(1948). Descendentes de imigrantes italianos e
alemães do Rio Grande do Sul, a partir da década
de 1940, subindo de sul para norte, ultrapassavam
o rio Iguaçu, avançando pelo oeste paranaense,
ao longo do rio Paraná, até encontrar os
plantadores de café, a outra fonte de migração
interna que descia do norte para o sul.
A Guerra de Porecatu
A guerra de Porecatu foi um conflito
entre posseiros e policiais do Estado que se deu
nacidade de Porecatu — Paraná nos anos 1940.
Apesar de não ter sido efetivamente uma guerra,
segundo convenções internacionais, este conflito
foi difundido na mídia com a alcunha de guerra
devido a intensidade do confronto.
Na época vários posseiros ocupavam as
terras do município, então o governo resolveu
fazer uma distribuição de terras se utilizando de
meios lícitos e ilícitos, os posseiros não aceitaram
perder as terras ocupadas e resistiram aos
mandatos de reintegração de posse expedidos
pelo governo federal, forças policiais foram
convocadas para expulsar os invasores, houve
resistência e conflitos que deixaram vários mortos,
a situação piorou muito e regimentos maiores da
polícia foram mandados para combater e expulsar
os posseiros, do lado destes ficaram os comunistas
que contribuiram materialmente na luta.
Entretanto os invasores foram derrotados
deixando um saldo enorme de destruição e
mortes.No início da década de 40, o então
interventor do Paraná, Manoel Ribas, mandou
lotear 120 mil hectares de terras devolutas,
pertencentes, na época, a Porecatu, hoje
Unidade 9
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19
espalhadas pelos municípios de Centenário do Sul,
Miraselva, Florestópolis, Jaguapitã e Guaraci. O
objetivo era o desenvolvimento mais acelerado da
região. Para tanto, fez publicar em órgãos de
divulgação nacional anúncio de terras gratuitas, de
primeira qualidade, para quem derrubasse a mata,
plantasse, produzisse, pagasse impostos e nelas
vivesse, no mínimo, por seis anos; após o que, o
outorgado receberia o título definitivo da
propriedade. Diante do anúncio, não foram poucos
os pequenos lavradores que acreditaram e vieram
para a área, como não faltaram especuladores de
todos os níveis.
Ocupantes das terras devolutas da região de Porecatu,
1949
Sabedores da existência das terras de
ninguém, grandes proprietários avançaram sobre
elas de forma desordenada, o mesmo
acontecendo com inúmeros pequenos lavradores.
Nem tudo, porém, eram terras devolutas. Havia
muitas propriedades particulares, devidamente,
escrituradas. Na extensão da mata virgem que
cobria a região, tornava-se impossível distinguir
estas terras das terras devolutas de que o governo
falava. Como conseqüência, o local transformou-se
num caos.
Com o fim da interventoria de Manoel
Ribas e a entrada do governo seguinte, a confusão
cresceu, com as autoridades fazendo doações de
forma indiscriminada daquelas áreas a
apaziguados políticos e a amigos, desrespeitando
os compromissos do governo anterior de titulação
das terras a quem nelas estivesse trabalhando e
produzindo, por mais de seis anos. Na terra sem
leis – o sertão – tornaram-se constantes os
assassinatos, as brigas, as escaramuças e as
ameaças. Este ambiente de confusão é que foi
escolhido pelos próceres do Partido Comunista
para testar suas teorias de guerrilha rural, através
das chamadas ligas camponesas, objetivando
assumir por aí o poder da Nação. Teorias estas
sintetizadas, a posteriori, no Manifesto Comunista
de 1º de agosto de 1950, assinado pelo Secretário
Geral do Partido, Luiz Carlos Prestes.
Dentre os inúmeros e lamentáveis fatos
ocorridos no local, quando dos possíveis acertos
na disputa de quem era o dono de que. O conflito
só se encerrou em 1951, com a intervenção
policial do Estado.
A disputa que se arrastou, durante quase
dois lustros, travou-se entre posseiros que
defendiam direitos legítimos; grileiros, grandes e
pequenos, que não passavam de invasores de
terras dos posseiros, ainda não tituladas, ou de
particulares; e fazendeiros que defendiam as
próprias terras e, com freqüência, alargavam suas
divisas por terras alheias protegidas pela força dos
jagunços, durante a noite, ou pela conivência de
autoridades desinteressadas, imponentes ou
corruptas, à luz do dia.
Ocupação e Colonização dos
Ingleses no Paraná
A partir de então, um programa oficial de
imigração européia contribuiu para a expansão do
povoamento e o aparecimento de novas atividades
econômicas. As maiores levas de imigrantes que
chegaram foram os poloneses, ucranianos, alemães
e italianos e, os menores contingentes, suíços,
franceses e ingleses. Para receber os novos
habitantes para a região, foram fundados núcleos
coloniais, principalmente no Planalto de Curitiba.
Iniciou-se a exploração da madeira.
Cartilha do Programa de Tipografia, organizado pela
faculdade de engenharia do Paraná.
O novo impulso de desenvolvimento
ocorreu com a implantação de ferrovias na
Província. Em 1880, iniciavam-se as obras de
Unidade 10
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20
construção da Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá,
atravessando um dos trechos mais íngremes da
Serra do Mar. Entre picos abruptos e abismos,
engenheiros brasileiros construíram uma das obras-
primas da engenharia mundial. Em 1885, os trens
passaram a correr pela primeira vez entre
Paranaguá e Curitiba.
A indústria madeireira desenvolveu-se com
o aparecimento de outras ferrovias, ligando as
regiões das Mata de Araucárias aos portos,
principalmente de Paranaguá, e à São Paulo.
Grande número de serrarias ia acompanhando as
ferrovias em direção ao interior do Estado. Com o
avanço das estradas de ferro que acompanhavam a
expansão do café de São Paulo, o transporte com
mulas foi desaparecendo. O declínio do comércio
de muares acarretou uma crise na sociedade
pastoril paranaense.
A partir de 1922, o governo estadual
começa a conceder terras a empresas privadas de
colonização, preferindo usar seus recursos na
construção de escolas e estradas.
Naquele ano, atendendo a um convite do
governo brasileiro - que sabia do interesse dos
ingleses em abrir áreas para o cultivo de algodão
no exterior - chega a Missão Montagu, chefiada
por Lord Lovat, técnico em agricultura e
reflorestamento. Lord Lovat ficou impressionado
com o solo norte-paranaense e acabou adquirindo
duas glebas para instalar fazendas e máquinas de
beneficiamento de algodão, com o apoio de "Brazil
Plantations Syndicate", de Londres.
O empreendimento fracassou, devido aos
preços baixos e à falta de sementes sadias no
mercado, obrigando a uma mudança nos planos.
Foi criada, assim, em Londres, a Paraná
Plantations e sua subsidiária brasileira, a
Companhia de Terras Norte do Paraná, que
transformaria as propriedades do empreendimento
frustrado em projetoimobiliários. Na verdade, era
uma tentativa de ressarcir o grupo inglês do
prejuízo do projeto anterior.
Sede Parana Plantation Ltd em Londrina, denominado
Companhia de terras Norte do Paraná.
Já de início, a Companhia concedeu todos
os títulos de propriedade da terra, medida
inusitada para as condições da região e mesmo do
Brasil. Por isso, os conflitos entre colonos antigos
e os recém-chegados praticamente não existiram
na zona colonizada pelos ingleses.
Porém, a grande novidade introduzida
pela Companhia e que lhe valeria o "slogan" de "a
mais notável obra da colonização que o Brasil já
viu" foi a repartição dos terrenos em lotes
relativamente pequenos. Os ingleses promoveram,
desta forma, uma verdadeira reforma agrária, sem
intervenção do Estado, no Norte do Paraná,
oferecendo aos trabalhadores sem posses a
oportunidade de adquirirem os pequenos lotes, já
que as modalidades de pagamento eram
adequadas às condições de cada comprador.
Produção familiar muito presente nas propriedades do
norte do Paraná.
A Companhia explicitaria a sua política:
"Favorecer e dar apoio aos pequenos
fazendeiros,sem por isso deixar de levar em
consideração aqueles que dispunham de maiores
recursos".
Este sistema estimulou muito a
concentração da produção - principalmente
cafeeira -, a explosão demográfica, a expansão de
núcleos urbanos e o aparecimento de classes
médias rurais.
O projeto de colonização, além disto,
trouxe outras inovações, como a propaganda em
larga escala, transporte gratuito para os colonos,
posse das terras em quatro anos, alguma
assistência técnica e financeira, levantamento de
toda a área e até o mapeamento do solo em
algumas zonas.
Londrina surgiu em 1929 como primeiro
posto avançado deste projeto inglês. Na tarde do
dia 21 de agosto de 1929, chega a primeira
expedição da Companhia de Terras Norte do
Paraná ao local denominado Patrimônio Três
Bocas, onde o engenheiro Dr. Alexandre
Razgulaeff fincou o primeiro marco nas terras
onde surgiria Londrina.
A Companhia possuía ainda um braço que
era um empreendimento Ferroviário, denominado
Cia ferroviaária São Paulo-Paraná, começa a
espalhar a colonização do norte do estado. A partir
da compra da linha férrea que ligava Ourinhos ao
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21
centro da Parana Plantations, com posto em
Londrina, a ferrovia fez com que os
assentamentos urbanos surgissem alinhados ao
longo dos trilhos. Pioneiros e imigrantes ocuparam
as terras em torno do trilho.
Logo da Rede Viação Paraná e Santa Catarina, Presente
na antiga estação de Londrina, hoje o atual Museu
Histórico Pe. Carlos Weiss em Londrina-PR.
A linha férrea foi a norteadora de
praticamente todo o empreendimento da Parana
Plantation. Na época, a ferrovia ligava municípios
próximos de Londrina até Mandaguari, as cidades
não foram ―plantadas‖ aleatoriamente, mas
seguiam uma configuração. Em toda cidade existia
uma estação ferroviária onde a cidade crescia em
volta do terminal. E em torno de cada município
existiam as áreas verdes com as plantações
agrícolas, principalmente as de café.
Foto da década de 1930 da Estação ferroviário de
Jataizinho.
Foto de 2001 do prédio desativado e abandonado da
antiga estação ferroviária.
As novas cidades seguiram o padrão
urbano britânico: uma estação ferroviária como
ponto de origem da cidade; igreja, escola e
prefeitura na área central; e cemitério afastado do
Centro. Todas as cidades ‗plantadas‘ pela
companhia tinham a mesma identidade. Além da
estrutura padronizada, os municípios eram
rodeados pelas plantações, como uma espécie de
―cinturão verde‖, Além de Londrina, temos as
cidades Apucarana, Cambé, Rolândia, Arapongas
como exemplo da padronização.
Fundada por Lovat, a companhia britânica
Parana Plantation Ltd., com sede em Londres, foi
responsável pelas grandes transformações
territoriais empreendidas na porção superiror do
estado. A empresa atuou no Paraná entre os anos
de 1924 e 1944, quando foi liquidada e vendida a
Companhia Melhoramentos Norte do Paraná.
O Paraná dos últimos tempos
Ney Braga: Em 1961
elege-se governador do
Estado do Paraná e
governará entre 1961 a
1965, agora já como uma
das maiores lideranças
políticas nacionais, do
Partido Democrata Cristão.
Em 1963 atinge o posto
de general do Exército. De
1961 a 1964 Ney Braga
transforma o Estado do Paraná numa economia
moderna.
O estado viverá seu momento de maior
prosperidade e de criação da infra-estrutura
econômica que o caracterizará nos trinta anos
seguintes. Ney Braga foi o responsável pela
criação do Plano de Desenvolvimento Econômico
do Paraná, projeto ousado de industrialização
baseando em financiamento com recursos próprios
do Estado.Criou empresas como Sanepar, Celepar
que funcionariam como instrumentos de apoio ao
gigantesco projeto de modernização, fortaleceu a
Companhia a Copel; reestruturou o Banestado.
No de 1967 foi eleito senador do Paraná
pela ARENA. Esse é um período crítico na vida
política brasileira. Em 1968, Ney faz parte de um
grupo de senadores da ARENA que se manifesta
publicamente contra o Ato Institucional n. 5
mesmo sendo militar, Ney era convicto democrata,
e, por sua oposição ao AI-5, foi inclusive
ameaçado de cassação, permanecendo no
ostracismo político durante o governo de Emílio
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22
Médici. Será senador até 1974, quando assumirá o
Ministério da Educação do Governo Ernesto Geisel,
voltou ao governo do Paraná em 1979 para um
novo período de operosa administração voltada
para o aumento da renda per capita do
paranaense e para o desenvolvimento social do
Estado. Sua segunda gestão dedicou particular
atenção à interiorização do apoio à produção, a
melhorias do setor de transportes. Ainda no
segundo governo Ney Braga, a Copel idealizou um
programa de eletrificação rural com custos
razoavelmente baixos para os proprietários rurais.
Batizado de Clic Rural, o programa foi financiado
pelo Banco Mundial e implantado pelos governos
que o sucederam.
Paulo Pimentel, foi
secretário da agricultura
no governo de Ney
Braga. Candidato a
governador pelo Partido
Trabalhista Nacional foi
eleito em outubro de
1965. Na administração
continuou com
programas de expansão
econômica, estendeu
para o interior o serviço de luz e energia. Diversas
usinas elétricas entre elas Capivari-Cachoeira, Júlio
Mesquita e Salto Grande do Iguaçu. Promoveu
financiamentos de empresas da indústria e outras
companhias, ampliou a rede do Banestado. A
saúde pública foi um dos setores que teve uma
boa atenção. Fez assentamentos rurais em termos
pacíficos. Estimulou o desfavelamento e bons
projetos de assistência social, obras públicas,
agricultura, rodovias novas e pavimentação de
muitas outras. Implantou a Telepar.Foi eleito
deputado federal, tendo participado da Assembleia
Nacional Constituinte, de 1987.
José Richa: Em 1962,
elegeu-se deputado federal e,
após o golpe militar de 1964,
filiou-se ao MDB, tendo sido
um de seus fundadores. Foi
reeleito em 1966. Dois anos
depois, foi eleito prefeito de
Londrina, ficando no cargo
entre 1973 e 1977. Em 1978,
elegeu-se senador. Nas
eleições de 1982, Richa foi
eleito governador do Paraná.
No mandato, desenvolveu uma série projetos
sociais como o leite das crianças, e o uso da soja
comprada pelo estado para beneficiamento em
Carne Vegetal distribuída as famílias de baixa
renda, engajando-se também na campanha das
eleições Diretas Já para a Presidência da República.
Fui um dos principais críticos a ações da ditadura e
dos projetos da ARENA defendia a abertura
democrática nas andanças e comícios pelo estado,
foi um dos responsáveis em popularizar o adesivo
e broche no peito no Paraná como sinal de amor.
Em 1986, afastou-se do governo
paranaense para candidatar-se a uma vaga no
Senado Federal. Em 1990, concorreu ao governo
do Paraná, ficando em 3º lugar. Richa cumpriu
mandato no Senado até 1995.
Álvaro Dias: foi Eleito
governador do estado do
Paraná em 1986, disputou
também em 1989 a
indicação do candidato do
PMDB à presidência da
República com Ulysses
Guimarães, Waldyr Pires e
Íris Rezende. Logo depois
deixou o partido e filiou-se
ao PST. Em 1998, já pelo
PSDB, é novamente eleito para o Senado.
Em seu governo inicia uma série de reformas e
atualizações das vias do Paraná, é um dos
primeiros governadores do estado que segue uma
tendência surgida no Brasil no fim da década de
1980 de estampar uma marca ao seu governo.
Placa de cimento de propaganda com a logo marca do
governo de Álvaro Dias que mistura a letraA com uma
seta para cima.
Cria uma programa de incentivo a
produção agrícola investindo recursos nessa área
o que liberou uma série de financiamentos ao
produtor rural, entretanto esse programa deixou
muitos agricultores endividadas devido aos juros
de atraso já que não havia um lastro maior, isso
mostra a fragilidade da estrutura do plano e da
economia brasileira na época. Um dos episódios
mais conhecidos e que ficou na memória do
Paranaense foi a ataque das tropas de cavalaria
da policia contra os professores das escolas
públicas na greve de 1988.
Filiou-se ao PDT, após ter sido expulso do
PSDB devido as incompatibilidades políticas no
processo das CPI´s. Candidata-se ao governo
paranaense em 2002, mas perdeu no segundo
turno para Roberto Requião. Retornando ao PSDB
em 2003 onde permanece atualmente. Reelege-se
para o seu terceiro mandato de senador da
República em 2006.
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23
Jaime Lerner, a ua
Carreira Política se inicia
quando se Filiou à Arena
em 1971, após fazer parte
Instituto de Planejamento
Urbano de Curitiba
(IPPUC), responsável pelo
Plano Diretor da cidade.
Ainda em 1971 foi
nomeado prefeito biônico
da capital paranaense
sendo nomeado novamente em 1979. Em 1988
foi eleito prefeito de Curitiba mas desta vez por
voto direto pelo PDT. Em 1994, foi eleito
governador do Paraná e em 1998, troca o PDT
pelo então Partido da Frente Liberal (PFL) (atual
Democratas) e é reeleito governador com
mandato até 2002. Durante sua gestão à frente do
Governo do Paraná, foram privatizado o
Banestado, a Telepar e abertura de 48% do
capital da Sanepar, além da concessão à iniciativa
privada da Ferroeste e de rodovias federais que
cortam o Estado formando o Anel de Integração
com rodovias pedagiadas. Em 2001, o Governo
teve a tentativa de privatizar a Copel, mas a
tentativa é frustrada pelos deputados estaduais e
as ações populares.
Roberto Requião é
membro de uma das
famílias políticas mais
tradicionais do estado do
Paraná. Após ter sido
vereador, deputado
estadual e prefeito de
Curitiba. Foi eleito para o
primeiro mandato em
1990 Substituindo Álvaro
Dias, nessa ocasião Álvaro
apóia a candidatura de Requião. Entre seus feitos é
importante destacar a Construção da Ferroeste,
que era a ferrovia que ligou a cidade de Cascavel
no oeste do estado ao Porto de Paranaguá no
litoral, essa construção foi feita em parceria com o
Exército Brasileiro. Concluiu da Usina Hidrelétrica
de Segredo, que conquistou nesta ocasião a auto-
suficiência energética para o estado. Faz a
duplicação da rodovia Curitiba-Garuva (trecho
paranaense da BR-376, que leva à Santa Catarina),
conhecida, na época, pelo alto número de
acidentes fatais. A obra foi realizada com recursos
do estado, inicia a construção da Ponte Ayrton
Senna, entre Guaíra (Paraná) e Mundo Novo (Mato
Grosso do Sul), que é a maior ponte fluvial do
Brasil, Inicia também as obras da Usina de Salto
Caxias. 2º Na sucessão de Jaime Lerner, em 2002,
houve um dos maiores embates políticos da história
do Paraná. Antes aliados, agora adversários
políticos, Roberto Requião e Álvaro Dias disputaram
as eleições para o governo do Estado. Álvaro Dias
foi o primeiro colocado no primeiro turno com 1,62
milhão de votos (31,40%) contra 1,35 milhão de
Requião (26,18%). No segundo turno, Requião
venceu com 2,68 milhões de votos (55,15%) contra
2,18 milhões de Álvaro. Em seu segundo mandato
destacamos a grande melhoria das estradas do
Paraná, na qual 40% de toda a malha rodoviária do
Paraná estavam em condições ruins ou péssimas.
No final de 2006 esse índice foi reduzido para 5%.
Constrói a Escola Antônio dos Três Reis,
em Apucarana, que será a escola mais moderna do
estado do Paraná.
Dá inicio uma campanha que os setores do estado
passaram a utilizar o software livre, assim o
estado economizou aproximadamente 127 milhões
de reais em licenças e contratos de softwares. O
valor poderia ser maior se empresas como a Copel
e a Sanepar tivessem adotado o software livre.
Hoje a Celepar desenvolve sistemas baseados nos
Software Livre, como administradores de sítio,
gerenciadores de documentos, e assistência aos
meios de comunicação. Projeto que embasou o
governo estadual da Bahia e o Governo Federal
para o desenvolvimento software livre.
Outras inciativas que merecem destaque
é as ações na segurança pública, um programa de
mapeamento georeferenciado da ocorrência de
crimes. Inicia o projeto Educação: Paraná Digital,
projeto de inclusão digital que acabou com a
entrega das Tevês pen-drive nas escolas estaduais
no terceiro mandato.No seu terceiro mandato foi
reeleito no segundo turno por uma apertadíssima
diferença de 10.479 votos, equivalentes a apenas
0,2% dos votos válidos (recebeu 2.668.611 votos,
contra 2.658.132 de Osmar Dias). É o primeiro
governador do Paraná a conquistar três mandatos
por eleição direta.
No início do terceiro mandato O governo do
estado proibiu o embarque de transgênicos no
Porto de Paranaguá. Opositores da medida alegam
que a restrição favoreceu a movimentação dos
portos nos estados vizinhos de Santa Catarina e
São Paulo. Um dos outros pontos. Requião
recebeu uma série de críticas por não conseguir
acabar com os contratos do Pedágio feitos por
Jaime Lerner. Uma outras crítica sobre seu
governo são suas atitudes de nepotismo, no seu
quadro de governo possui diversos familiares
ocupando cargos públicos ou assemelhados, uma
das polêmicas mais famosas foi em julho de 2008
com a nomeação de seu irmão Maurício Requião
para o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas
do Estado do Paraná, cuja vaga deveria ser
escolhida pela Assembléia Legislativa do Estado.
Adversários políticos acusaram o governador de
ter usado sua influência política para convencer os
parlamentares a votar no irmão.
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
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Testes de
Concursos e Vestibulares:
Questões Somatórias
Paraná: Povos Indígenas:
1 - (UEM – Inverno de 2009) Os índios
que habitavam as terras hoje
pertencentes ao estado do Paraná eram
divididos em dois grandes grupos: os
tupi-guaranis, que predominavam no
litoral, e os tapuias ou jês. Sobre esses
habitantes, assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) Os tupi-guaranis praticavam a
agricultura, plantando milho, mandioca,
algodão e fumo.
02) A erva-mate, cujo consumo é bastante
disseminado na região Sul do Brasil, já era
utilizada pelos índios.
04) A agricultura praticada pelos tapuias era
bastante desenvolvida, com a utilização de
um arado de madeira que os tupis
desconheciam.
08) Os tupi-guaranis produziam objetos em
cerâmica, teciam redes a partir do algodão
que cultivavam e produziam farinha de
mandioca.
16) Para estudar as populações indígenas
que viveram no Paraná, os pesquisadores
recorrem a procedimentos e a técnicas
próprias da Arqueologia.
Paraná: Formação Territorial:
2- (UEM 2008 – Inverno)
“Naturalmente, uma tão nova formação
estadual não pode ter história própria.
(...) a província do Paraná... muito se
assemelha com as províncias do Sul, de
Santa Catarina e de São Pedro; sem
dúvida alguma, compartilhará também
com estas, no futuro, do
desenvolvimento político e social. Com
razão, pode o Paraná... ser
recomendado como muito apropriado
para acolher a colonização de
lavradores europeus, alemães, e, como
aqui o que não falta são terrenos do
Estado para vender, depende do
governo provincial procurar, por meio
de convenientes regulamentos,em
breve atrair franca e seriamente o
afluxo de campônios livres.” (Heinrich
Handelmann, historiador alemão,
comentando as condições do Paraná em
meados do século XIX).
Assinale o que for correto sobre a
história do Paraná.
01) A afirmação de Handelmann de que o
Paraná ―não pode ter história própria‖ está
baseada no fato de que, no período colonial e
em parte do período imperial, a história do
Paraná confundisse com a história de São
Paulo.
02) O Paraná separou-se politicamente de
São Paulo, tornando-se uma província, em 19
de dezembro de 1853.
04) A maior parte do território paranaense foi
efetivamente colonizada somente a partir da
segunda metade do século XIX, o que lhe
deu a oportunidade histórica de ter um
desenvolvimento econômico e social diferente
das zonas de colonização mais antigas do
Brasil, como o nordeste açucareiro.
08) No século XIX, o Paraná foi visto como
uma região cujo clima poderia favorecer a
imigração européia.
16) Graças a um grande afluxo de imigrantes
europeus, que trouxeram para o Brasil a
mentalidade empresarial e novas técnicas
produtivas, o Paraná tornou-se um estado
industrializado já na República Velha
3 - (UEM 2008 – Inverno) Assinale o
que for correto a respeito da história
colonial do território que hoje
corresponde ao estado do Paraná.
01) A fundação de Curitiba está ligada à
exploração dos vastos pinheirais nativos que
cobriam o planalto paranaense. O pinho era
vendido para Pernambuco e Bahia, onde era
usado como embalagem para exportação de
açúcar.
02) Na fase inicial da colonização, o território
paranaense sob domínio português ficou
dividido entre duas Capitanias Hereditárias:
as pertencentes a Martin Afonso de Souza e a
Pero Lopes de Souza.
04) No século XVII, as vilas de Antonina e
Morretes tornaram-se importantes centros
exportadores de açúcar para o mercado
europeu.
08) Paranaguá foi o primeiro centro
políticoadministrativo estabelecido pelos
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
25
portugueses em território paranaense, sendo
elevado à condição de vila entre 1646
(ereção do Pelourinho) e 1648 (eleição para
escolha das autoridades da Vila).
16) Parte do território paranaense foi
marcada pela ação missionária de jesuítas
espanhóis que, entre o final do século XVI e
início do século XVII, fundaram importantes
reduções indígenas nas margens do rio
Paranapanema.
4 - (UEM 2008 – Inverno) Assinale o
que for correto sobre o processo de
colonização da região Norte do estado
do Paraná.
01) Após a destruição das reduções jesuíticas
ali existentes no século XVII, a região Norte
do Paraná ficou praticamente abandonada
durante séculos.
02) A fundação da colônia militar de Jataí, às
margens do rio Tibagi, em meados do século
XIX, é considerada um dos marcos iniciais da
ocupação efetiva do Norte paranaense.
04) O primeiro ciclo econômico do chamado
norte novo paranaense baseou-se na
extração do pinho e da erva-mate, plantas
nativas da região.
08) A cidade paulista de Registro funcionou
como a principal porta de entrada para a
colonização do Norte do Paraná.
16) A construção da ferrovia ligando São
Paulo ao Paraná e a ação de uma empresa
privada inglesa, a ―Paraná Plantation‖, foram
de fundamental importância para a
colonização do Norte paranaense.
Paraná: Povoamento e Ocupação:
5 - (UEM 2008 – Inverno) Leia o texto a
seguir e assinale o que for correto a
respeito da história do Paraná. “Tem ela
a forma mais ou menos circular, e
compõe-se de duzentas e vinte casas de
pequenas dimensões e cobertas de
telhas, quase todas de um só
pavimento, sendo muitas, porém,
construídas de pedra. Cada casa possuía
o seu quintal, onde não se vêem
bananeiras nem mamoeiros e cafeeiros;
são macieiras, pessegueiros e outras
árvores frutíferas européias, que ali
costumam plantar.” (Descrição de
Curitiba pelo naturalista francês August
de Saint- Hilaire, em 1820).
01) No início do século XIX, a densidade
populacional era baixa e a vida urbana tinha
pouca expressão no Paraná.
02) A pequenez de Curitiba, a simplicidade
das casas particulares e a ausência de
grandes edificações públicas podem ser
tomadas como uma expressão da modesta
posição ocupada pelo território paranaense
na economia da América Portuguesa.
04) A descrição dos quintais das casas
curitibanas constitui um indício de que as
condições geográficas de Curitiba não eram
propícias ao desenvolvimento de uma
economia baseada na exportação de gêneros
tropicais para o mercado europeu.
08) No período colonial, a fruticultura de
exportação foi a principal atividade
econômica do planalto paranaense.
16) O gosto pelo cultivo de pomares e a
preferência pelas frutas européias expressam
o preconceito cultural e o racismo da classe
dominante paranaense.
6 - (UEM 2005 – 1º vestibular) Assinale
o que for correto a respeito da história
da população e do povoamento do
Paraná.
01) Antes da chegada de portugueses e de
espanhóis, as terras do Paraná já eram
povoadas por índios que se encontravam em
um estágio de desenvolvimento material
inferior ao dos Astecas, povo este que vivia
no território que hoje corresponde ao México.
02) O que dificultou a vinda de imigrantes
negros, eslavos e orientais para o Paraná,
nos séculos XIX e XX, foi a intolerância
racista dos milhares de norte-americanos que
haviam emigrado e se fixado no território
paranaense após o fim da Guerra de
Secessão nos Estados Unidos (1861-1865).
04) Maringá e Londrina são exemplos de
cidades do Norte paranaense que foram
povoadas, em
grande parte, por paulistas e mineiros.
08) No Paraná, o deslocamento da população
rural para Curitiba e cidades de médio porte
como Londrina e Maringá foi causado pelo
processo de mecanização agrícola e pelo fim
do Colonato,
na segunda metade do século XX.
16) Na região dos Campos Gerais, o Ciclo do
Gado estimulou a ocupação e o povoamento
das terras devolutas, contribuindo para o
surgimento de vários núcleos urbanos como
Castro, Lapa e Guarapuava.
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
26
7- (UEM 2005 – 2º Vestibular) "Possuía
uma companhia inglesa, a Paraná
Plantation, vastos cafezais na região de
Cambará. Para transportar sua
produção, vai ser construída a estrada
de ferro São Paulo-Paraná, ligando
Ourinhos a Cambará. Com essa estrada
de ferro, estava definitivamente ligado
o Norte do Paraná aos centros
consumidores, como São Paulo, e
exportadores, como Santos. Mas ainda
não estava colonizado, nem conhecido.
Resolveram então os ingleses da Paraná
Plantation colonizar a região. Nunca
poderiam ter adivinhado, nem sequer
sonhado, o esplêndido futuro da região
que se propunham a colonizar. A Paraná
Plantation desdobrou-se em duas
companhias: a Companhia de Terras
Norte do Paraná e a Companhia
Ferroviária São Paulo-Paraná".
(WACHOWICZ, R. C. História do Paraná.
Curitiba: Editora dos Professores,
1968).
A respeito da colonização e do
desenvolvimento do Norte do Paraná,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A colonização do Norte do Paraná, com o
cultivo do café, foi rápida e dinâmica por
contar com a mão-de-obra abundante dos
índios que habitam a região.
02) A colonização do Norte do Paraná, devido
à propaganda realizada pela companhia
loteadora e pela extraordinária fertilidade do
solo, atraiu imigrantes de muitas regiões do
Brasil e de outras nacionalidadescomo
japoneses, alemães e italianos.
04) A companhia Paraná Plantation adquiriu
do governo do estado do Paraná uma área de
terra devoluta superior a 12.000 km2, que
possuía pouco valor por estar localizada à
grande distância de Curitiba e sem nenhuma
via de transporte.
08) A Companhia de Terras Norte do Paraná
priorizou a venda de suas terras a grandes
grupos econômicos que adquiriram vastas
áreas de terra, formando grandes latifúndios
com baixa produtividade.
16) A colonização da cidade de Maringá foi
realizada ainda no século XIX, sendo que a
Companhia de Terras Norte do Paraná
apenas se apoderou de toda a estrutura
existente na região para elevar, ainda mais, o
preço de suas
terras, uma vez que o comprador não
necessitava enfrentar as adversidades de
uma região de floresta.
8 - (UEM 2008 – Inverno) “Em
contraste com a região Norte, salvo por
alguns terrenos em que se desprezou o
perigo das geadas e se tentou a cultura
do café, o Oeste não recebeu o influxo
dos capitais e da ação dos cafeicultores
paulistas, sendo porém alvo de um
planejamento de ocupação por parte do
governo paranaense.” (TRINDADE,
Etelvina M. de Castro e ANDREAZZA,
Maria Luiza. Cultura e Educação no
Paraná. Curitiba, Seed, 2001, p. 97).
Assinale o que for correto sobre a
história do Paraná.
01) Gaúchos e catarinenses constituíram a
principal corrente de imigração no processo
de colonização do Oeste paranaense.
02) A colonização moderna do Noroeste
paranaense está associada ao tropeirismo.
04) O cultivo do chá nas terras roxas foi a
principal atividade econômica no processo de
ocupação do Norte paranaense.
08) Embora planejada pelo governo, a
colonização do Oeste e do Sudoeste
paranaenses foi marcada por tensões e por
conflitos de terras, uma vez que parte dos
lotes vendidos às empresas colonizadoras e
aos novos povoadores já estava ocupada há
longa data por posseiros.
16) A grande geada de 1975 é um marco
importante no processo de substituição da
cafeicultura por culturas mecanizadas, como
soja e trigo, no Norte paranaense.
9 - (UEM – Verão de 2008) Leia o texto
e assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
“Em 1628, apareceu, na região, Antônio
Raposo Tavares, com 3.000 homens,
dos quais 2.000 eram índios. Durante
meses, permaneceu nas margens do
Tibagi, capturando os índios que
encontrasse e esperando algum
pretexto para atacar as reduções,
ataque esse que era o real objetivo de
sua presença ali.” (WACHOWICZ, R.C.
História do Paraná. Curitiba: Ed. dos
Professores, 1968, p.19).
01) As ―reduções às margens do Tibagi‖ a
que se refere o texto foram fundadas pelos
jesuítas espanhóis em áreas que, em nossos
dias, fazem parte do território paranaense.
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
27
02) Com a destruição das reduções, os
bandeirantes ocuparam o território às
margens do Rio Tibagi com o cultivo do café.
04) Os ataques dos bandeirantes às reduções
do Guairá obrigaram os jesuítas e os índios
sobreviventes a transladarem-se para o Sul, à
margem esquerda do Rio Uruguai, no atual
território do Rio Grande do Sul.
08) Após destruir as reduções, os paulistas
fundaram as primeiras cidades da região: Vila
Rica do Espírito Santo e Guaíra.
16) Os territórios que compreenderam as
missões jesuítas do Guairá pertenciam à
Espanha e foram incorporados ao Brasil pelos
tratados de Madrid e de Santo Ildefonso,
assinados entre Portugal e Espanha.
10 - (UEM – Inverno de 2009) Sobre a
ocupação europeia do território que
hoje pertence ao estado do Paraná,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Paranaguá, primeira vila fundada do
Paraná, tinha como principal atividade o
escoamento de produtos agrícolas para a
metrópole.
02) A atividade econômica praticada pelo
tropeirismo foi responsável pela criação de
vilas que mais tarde se tornariam importantes
cidades paranaenses.
04) Com a expulsão dos jesuítas espanhóis,
deu-se a imediata ocupação do interior do
Estado e o abandono das atividades da
extração do ouro no litoral.
08) Diferentemente de outros Estados
brasileiros, o território paranaense jamais
sofreu a interferência das Expedições
Bandeirantes.
16) Entre os séculos XVI e XVII, parte do
atual estado do Paraná esteve sob domínio
do governo espanhol.
11 - (UEM – Verão 2009) Leia o trecho a
seguir e assinale o que for correto.
“A partir da década de 1960, o Paraná
pode ser considerado um Estado
territorialmente ocupado. Cessaram
então de existir frentes pioneiras, não
restando mais terras a serem ocupadas
e colonizadas. Completavase
historicamente o período de ocupação
territorial” (WACHOWICZ, Ruy
Christovam. História do Paraná, 1995,
7ª. edição, p. 267).
01) A ocupação dos Campos Gerais, a partir
do século XVIII, deveu-se à introdução da
cultura do café na região.
02) Diferentemente do que ocorreu no Rio
Grande do Sul e em Santa Catarina, a
imigração de poloneses e de alemães não
influenciaram a cultura paranaense.
04) A partir do final do século XIX, com a
fixação de imigrantes japoneses, foram
introduzidas novas culturas agrícolas no
Norte do Estado.
08) A partir da década de 1930, migrantes,
sobretudo paulistas e mineiros, passaram a
ocupar a região Norte do Paraná.
16) A partir da década de 1950, os
imigrantes vindos do Rio Grande do Sul e de
Santa Catarina foram responsáveis pela
ocupação da maior parte do Sudoeste e de
parte do Oeste do Estado.
12 -(UEM – Verão 2009) Sobre a
colonização europeia da região do atual
Estado do Paraná, compreendida entre
os rios Paranapanema, Paraná e Piquiri,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Na segunda metade do século XVI, os
colonizadores espanhóis fundaram na região
as vilas Ciudad Real de Guairá e Vila Rica do
Espírito Santo.
02) Os jesuítas espanhóis organizaram na
região as missões ou reduções, com o
objetivo de catequizar índios.
04) Os jesuítas foram expulsos da região
pelos ataques dos bandeirantes paulistas.
08) No século XVIII, esse território foi
incorporado ao Brasil pelos tratados de
limites de Madrid e de Santo Ildelfonso.
16) O Paraguai foi o ponto de partida dos
colonizadores espanhóis que ocuparam a
região descrita no enunciado.
Paraná Império: história Política
13 - (UEM 2005 – 2º Vestibular) Sobre a
história política do Paraná, assinale o
que for correto.
01) A Revolução Farroupilha ou Guerra dos
Farrapos (1835-1845) foi um movimento
político liderado pelo político paranaense
Bento Gonçalves e que teve por objetivo
separar o Paraná do Império brasileiro e
transformá-lo em uma república
independente, a República de Piratini.
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
28
02) O Paraná foi o primeiro estado brasileiro
a abolir a escravidão e a conceder direitos
políticos aos ex escravos, o que ocorreu em
1860.
04) Um dos objetivos da Revolução de 1930,
liderada por Getúlio Vargas e pelo movimento
tenentista, era acabar com o predomínio das
elites agrárias do Paraná e de Minas Gerais,
que se alternavam no governo federal desde
a proclamação da República a partir do
esquema político que ficou conhecido como a
política do café com leite.
08) A Revolução Federalista, desencadeada
em 1893 por políticos do Rio Grande do Sul
descontentes com o autoritarismo político do
Presidente Floriano Peixoto, encontrou
adeptos e também se alastrou pelo estado do
Paraná. Os principais palcos da luta noParaná foram as cidades de Curitiba, Lapa e
Castro.
16) A Revolução Constitucionalista de 1932,
um dos mais importantes movimentos de
contestação enfrentados pela Ditadura de
Getúlio Vargas, foi uma revolta organizada
em Curitiba por políticos da elite cafeeira
paranaense descontentes com o
esvaziamento do poder político do Estado
após a Revolução de 1930.
Paraná Império:Ciclo Econômico da
Erva Mate:
14 - (UEM – Verão 2009) Leia a citação
a seguir e assinale o que for correto.
“Durante o segundo decênio do século
XIX, a exportação do mate já era
considerada como o principal elemento
do comércio exterior paranaense. O
movimento do Porto Paranaguá
assumiu maiores proporções, sendo que
até mesmo navios estrangeiros ali
atracavam para fazer comércio e
transportar o mate para os mercados
platinos. Ainda nessa época o mate
alcançara 44% do total da exportação
do Paraná" (ANTUNES DOS SANTOS,
Carlos Roberto. Vida Material e
econômica. Curitiba, SEED, 2001, p. 42).
01) A adaptação e cultivo do mate em todo o
território paranaense foi um dos fatores que
contribuíram para que o Estado fosse o maior
exportador brasileiro desse produto naquela
época.
02) Naquele contexto, a metalurgia e a
indústria madeireira desenvolveram-se como
suporte à indústria do mate.
04) Desde o início, a indústria do mate
paranaense empregou unicamente a mão de
obra do imigrante, principalmente do italiano.
08) O termo platino, na citação, refere-se à
moeda argentina (plata), utilizada nas
transações comerciais do mate.
16) A decadência da economia do mate no
Paraná, a partir do final da década de 1850,
deve ser atribuída, entre outros fatores, à
concorrência do mate produzido no Paraguai
e no Rio Grande do Sul.
Paraná Império: Escravidão:
15 - “Fugiu no dia 17 de novembro do
anno pp., da cidade de Ponta Grossa, o
escravo de nome Marcelino, natural de
Minas, idade de 14 annos mais ou
menos, côr fula, cara cheia, nariz chato,
e tem um pé mais grosso do que o
outro, como destroncado; quem o levar
à dita cidade acima e entregar a seu
senhor [...] receberá a quantia […] de
100$000, de alvissaras.” (Anúncio no
jornal “O Dezenove de Dezembro”, em
1866. Citado por WACHOWICZ, Ruy
Christovam. História do Paraná.
Curitiba: Editora dos Professores, 1968.
p.108.) Assinale a(s) alternativa(s)
correta(s).
01) Ao mostrar o grande número de escravos
que fugia em Ponta Grossa, o texto explica o
porquê de não ter existido escravidão na
região dos Campos Gerais.
02) O texto mostra que a mão de obra
escrava predominou na colonização da região
Norte do estado do Paraná.
04) O texto mostra que, na década de 1860,
época do anúncio acima, o movimento
abolicionista tinha grande apoio popular no
Paraná.
08) Embora na época do anúncio a
escravidão ainda persistisse no Brasil, o
desembarque de escravos africanos nos
portos brasileiros era considerado ilegal.
16) A palavra ―alvíssaras‖ significa, no
contexto do anúncio, recompensa.
Paraná: Emancipação Política
16 - (UEM – Verão de 2008) “A história
política do Paraná, pode-se dizer, tem
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29
seu início com a emancipação dessa
porção territorial da província de São
Paulo, conquistada em 1853.”
(MAGALHÃES, Marion B. de. Paraná:
política e governo, 2001, p. 23). Sobre a
emancipação do estado do Paraná,
assinale o que for correto.
01) Uma das primeiras tentativas de
emancipação política da Província ocorreu
nas Ciudad Real del Guayrá e Villa Rica del
Espiritu Santu.
02) A quantidade de impostos pagos, a falta
de justiça e o abandono da comarca pela
administração de São Paulo são considerados
alguns dos principais motivos que
influenciaram o movimento emancipacionista
da província.
04) A emancipação do território paranaense
foi realizada por enfrentamentos bélicos que
contaram com a participação de agricultores,
políticos e parte do exército provincial
descontente.
08) Com a emancipação, o território da
comarca de Curitiba, da província de São
Paulo, foi elevado à categoria de província e
passou a ser denominado Paraná.
16) A lei que criou a província do Paraná
decorreu, em certa medida, dos interesses
dos cafeicultores estabelecidos na região
denominada norte novo.
Paraná: Economia Café
17 - (UEM – Inverno de 2009) Maringá,
situada em uma região do estado do
Paraná conhecida como Norte Novo,
tem uma história profundamente ligada
à cafeicultura. A esse respeito, assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
01) Empresas particulares, principalmente
dos setores imobiliários, tiveram grande
participação na exploração e na colonização
dessa região.
02) Além do trabalho assalariado, a mão de
obra escrava também foi empregada em
grande escala pelos grandes plantadores de
café do Norte do Paraná.
04) O desenvolvimento da cafeicultura não
contribuiu para o desenvolvimento de
indústrias nessa região, que permanece como
uma região exclusivamente agrícola até os
dias de hoje.
08) A ―corrida do café‖ é um termo usado
para denominar o avanço da cafeicultura
paulista sobre o Norte paranaense na década
de 1930.
16) A falta de investimento em ferrovias para
o escoamento da produção cafeeira foi um
fator decisivo para o declínio do produto na
região.
18 -Com o esgotamento do ciclo
cafeeiro, a partir da década de 1960, a
economia paranaense passou por
importantes transformações. Sobre tais
transformações, é correto afirmar:
01) A falta de incentivo do governo federal a
uma alternativa para a cultura cafeeira
reduziu e empobreceu a agricultura
paranaense, nos finais da década de 1960.
02) A cultura da soja teve um impacto direto
sobre a urbanização e a industrialização de
diversas cidades paranaenses.
04) Dentre as grandes transformações
ocorridas na economia, a partir dos anos 60,
a principal foi a adoção de uma agricultura de
subsistência.
08) Ainda que tenha progredido nos últimos
anos, a falta de tecnologia no campo não
permite que a produção agrícola paranaense
concorra no mercado internacional.
16) A metropolizacão das cidades do Norte
paranaense contribuiu para aumentar os
problemas de meio ambiente, de educação e
de segurança pública.
Paraná República: Conflitos
19 - (UEM – Verão de 2008) Entre 1912
e 1916, a região conhecida como
Contestado, na fronteira entre os
estados do Paraná e de Santa Catarina,
viveu uma revolta de grandes
proporções. A esse respeito, assinale
a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A Revolta do Contestado originou-se da
insatisfação das oligarquias locais com
relação à política centralizadora do ―café com
leite‖.
02) Fatores ligados à construção da ferrovia
São Paulo – Rio Grande do Sul contribuíram
para aumentar a insatisfação e a revolta da
população local.
04) A Guerra do Contestado foi uma
manifestação do ―banditismo social‖,
bastante comum no início do
século XX e que, no Brasil, recebeu a
denominação de ―Cangaço‖.
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
30
08) A Guerra do Contestado somente chegou
ao fim com o cancelamento da construção da
ferrovia
São Paulo – Rio Grande do Sul.
16) A revolta do Contestado resultou, entre
outros, da manipulação pelo Monge José
João Maria das massas operárias em torno de
seus ideais de implantação de um regime
comunista naquela região.
20 - (UEM 2005 – 1º vestibular) Na
década de 1940, ocorreu, no Paraná,um
sangrento conflito que ficou conhecido
como a Guerra de Porecatu. A respeito
desse conflito, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01) Foi uma guerra entre grupos de posseiros
que, desiludidos com o fracasso da cultura
cafeeira,
tentavam expandir suas terras à custa da
ocupação das terras de seus vizinhos,
visando à produção de gado de corte.
02) Foi um movimento de luta armada,
liderada pelos militantes do Movimento
Nacional dos Trabalhadores Sem-Terra
(MST).
04) Foi uma luta de resistência dos posseiros
que ocupavam a terra frente à ação de
jagunços a serviço dos grileiros e das forças
policiais do Estado.
08) A Guerra de Porecatu foi um conflito
urbano entre os soldados do Exército
Brasileiro e os militantes comunistas que
pretendiam transformar Porecatu na primeira
cidade socialista do Brasil.
16) A resistência dos posseiros frente à
investida do Estado no processo de
transferência de terras contou com a
participação de militantes comunistas na
organização da resistência armada.
Paraná República: Industrialização:
21 - (UEM 2005 – 2º Vestibular) A
respeito da história da industrialização
do Paraná, assinale o que for correto.
01) A indústria pesada paranaense deu seu
primeiro salto de desenvolvimento em 1935,
quando Getúlio Vargas inaugurou a
Companhia Siderúrgica Nacional de Volta
Redonda, na região de Curitiba.
02) Foi durante o Ciclo da Borracha, na
primeira metade do século XX, que o Paraná
se transformou no principal pólo nacional da
indústria de pneus e de artefatos de
borracha, posição que ocupa até hoje.
04) Nas regiões Norte e Noroeste do Paraná,
presenciamos um grande desenvolvimento da
indústria transformadora de produtos da
agricultura e da pecuária, tais como soja,
seda, carnes, cana-de-açúcar, café etc.
08) O Paraná, entre os estados brasileiros, foi
o principal beneficiário da reserva de
mercado instituída pela Lei da Informática
durante o regime militar. Sem a ameaça da
concorrência estrangeira, vedada por essa
Lei, a região industrial de Curitiba se
transformou, desde a década de 1970, no
principal pólo nacional produtor e exportador
de computadores e de demais produtos
eletro-eletrônicos.
16) Na década de 1990, o Paraná se
transformou em um dos principais estados
produtores de automóveis e de caminhões.
Isso foi possível com a política de incentivos
fiscais implementada pelo Governador Jaime
Lerner, que atraiu várias montadoras de
veículos estrangeiras para a região de
Curitiba.
22 - (UEM – Verão de 2008) Entre o
final da década de quarenta e o início da
década de setenta do século passado, o
estado do Paraná viveu um crescimento
econômico, demográfico e um processo
de urbanização, com o surgimento de
novos núcleos urbanos. A esse respeito,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) O crescimento da economia paranaense
nas décadas de cinqüenta e sessenta foi um
caso único no Brasil, pois o restante do país
viveu um período de retração econômica em
razão da crise internacional do período da
guerra fria.
02) Na região Sudoeste do estado do Paraná,
o crescimento populacional da década de
cinqüenta deriva da expansão do cultivo da
soja que promoveu um aumento da
população de agricultores no meio rural.
04) Além do café, uma das atividades
econômicas que impulsionou o
desenvolvimento econômico da região de
Curitiba foi a exportação de erva-mate.
08) A aplicação da Lei de Terras de 1850
possibilitou que o estado do Paraná
distribuísse títulos de propriedade territoriais
a colonos como uma forma de incentivar a
ocupação de áreas até então desabitadas do
Estado.
Prof. Arnaldo Martin Szlachta Junior Curso de História do Paraná
31
16) Na região Norte do estado do Paraná, o
crescimento populacional verificado naquele
período vincula-se à expansão da
cafeicultura.
Paraná Atual
23 – (UEM 2005 – 1º vestibular) Nas
décadas de 1960-1970, o Paraná
também vivenciou sua fase
desenvolvimentista, durante as
administrações dos governadores Ney
Braga e Paulo Pimentel. A respeito
desse assunto, assinale a(s)
alternativa(s) correta(s).
01) O combate ao analfabetismo e a criação
e a consolidação de um sistema estadual de
ensino foram algumas das principais
realizações do Governador Ney Braga.
02) Ney Braga e Paulo Pimentel rejeitaram a
ideia de um Paraná com vocação unicamente
agrícola e tomaram várias medidas para a
industrialização do Estado.
04) Entre os órgãos oficiais criados nessa
época para fomentar o desenvolvimento
econômico e social do Paraná, podemos citar
a Codepar – Companhia de Desenvolvimento
Econômico do Paraná.
08) Ney Braga e Paulo Pimentel não
conseguiram terminar seus mandatos e dar
prosseguimento ao projeto
desenvolvimentista do Paraná, porque ambos
se incompatibilizaram com o regime militar
(1964-1985) e foram removidos do governo
estadual, à força, pelo Presidente Castelo
Branco.
16) A Rodovia do Café é uma das grandes
obras de infra-estrutura construídas durante
essa fase desenvolvimentista do Paraná.
Gabarito:
01 - (01, 02, 08, 16)
02 - (01, 02, 04, 08)
03 - (02,08, 16)
04 - (01, 02, 16)
05 - (01, 02, 04)
06 - (01, 04, 08, 16)
07 - ( 02, 04)
08 - ( 01, 08, 16)
09 - (01, 04, 16)
10 - (02, 16)
11 - (08, 16)
12 - (01, 02, 04, 08, 16)
13 - (08, 16)
14 - (02, 16)
15 - (08, 16)
16 - (02, 08, 16)
17 - (01, 08)
18 - (02, 16)
19 - (02, 16)
20 - (04, 16)
21 - (04, 16)
22 - (16)
23 - (01, 02, 04, 16)
Questões de Múltipla escolha
01) A respeito da História do Paraná assinale o
que for correto.
a) Nos últimos anos, o estado do Paraná
incrementou e diversificou suas atividades
econômicas, passando, inclusive, a contar com um
parque industrial automobilístico.
b) O estado do Paraná teve sua emancipação
política formalmente reconhecida no século XIX,
mas continua, até hoje, dependente da Província
de São Paulo em vários aspectos administrativos.
c) O estado do Paraná sedia o Porto de
Paranaguá, o maior porto do Brasil em volume de
exportações e importações.
d) Durante o governo de Jaime Lerner, foi criado o
Anel de Integração, com várias praças de pedágios
estatais, com o objetivo de arrecadar fundos para
construir novas rodovias pavimentadas.
e) Em função dos problemas gerados pela
globalização, a região metropolitana de Curitiba
sofreu um grande êxodo populacional nas duas
últimas décadas do século XX.
02) Na época do Descobrimento do Brasil, as
terraços que atualmente pertencem ao Estado do
Paraná eram habitadas por índios dos grupos Tupi
e Jê, respectivamente, os:
a) tupinambás e os aimorés.
b) tupiniquins e os botocudos.
c) caetés e os coroados.
d) carijós e os caingangues.
e) guaranis e os xavantes.
03) O processo de ocupação do Paraná teve início
com a chegada de Hans Staden à baía de
Superagiii, hoje Baía de Paranaguá. A partir dela a
colonização espalhou-se para toda a região que
hoje compreende o Estado. Dentre as razões que
motivaram esse processo, destacaram-se:
a) O bandeirismo de contrato e prospecção de
diamantes.
b) a procura do ouro e do bandeirismo de
apresamento.
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32
c) a luta contra a penetração espanhola e a
expansão da pecuária paulista.
d) a descoberta de grandes jazidas de ouro e o
bandeirismo de contrato.
e) a luta contra os potiguares e a descoberta de
esmeralda.
04) Os conquistadores espanhóis recebiam da
Coroa terras comdireito aos tributos e ao trabalho
obrigatório e gratuito dos aborígines que nelas
residiam. Essa concessão dada pela Coroa
Espanhola aos conquistadores chamava-se:
a) cuatequil.
b) mita.
c) encomienda.
d) obrajes.
e) haciendas.
05) Quanto às regiões que posteriormente
formariam o Estado do Paraná, pode-se afirmar
que:
a) no século XVIII teve seu litoral frequentemente
visitado por europeus à procura de metais
preciosos.
b) a possível existência de minas de prata na
região de
Paranaguá atraiu, no século XVII, grande numero
de indivíduos impulsionados pelo espírito
aventureiro.
c) foi o único dos Estados meridionais que não se
envolveu na Revolução Federalista.
d) sua capital – Curitiba – foi fundada por Gabriel
de Lara, no final do século XVIII, com o nome de
povoado de Nossa Senhora da Luz.
e) imigrantes poloneses, nos meados do século
XIX, foram os responsáveis pelo povoamento de
uma de suas regiões a de Londrina.
06) A região de Paranaguá, no fim da primeira
metade do século XVII, sofreu um grande
aumento populacional, o que justificou a sua
elevação à categoria de vila (1649), sendo este
crescimento demográfico decorrente, entre outros
fatores,
a) da expansão da criação de gado na área.
b) do descobrimento de ouro na região.
c) do aumento vertiginoso de imigrantes para o
litoral. d) da afluência de nordestinos atraídos pela
pecuária.
e) da intensificação do comércio de exportação de
seu porto.
07) O ciclo das tropas (gado vacum v muares), na
história paranaense, durante o século XVIIl, deve
ser associado, especialmente:
a) à intensificação dos transportes no Sul.
b) ao aumento do comércio com o Paraguai.
c) ao desenvolvimento da Guerra Guaranítica nas
fronteiras.
d) às descobertas do ouro em Minas Gerais.
e) aó crescimento da indústria de carnes c
lacticínios.
08) As cidades de Londrina e Maringá tem suas
origens ligadas:
a) à organização das Missões ou Reduções por
padres espanhóis na região do atual Paraná.
b) às Revoluções Liberais de 1842 e è Guerra dos
Farrapos.
c) ao início das obras de construções da Estrada
de Ferro Curitiba – Paranaguá.
d) à Companhia Inglesa que iniciou a colonização
do Norte paranaense.
e) à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
09) A respeito da colonização do Paraná e da
participação dos imigrantes no desenvolvimento
da região, assinale o que for correto.
a) Já no século XIX, foram fundados núcleos de
colonização com a participação de imigrantes
europeus.
b) A forte presença de imigrantes asiáticos e
europeus, no Norte do Paraná, foi responsável por
tornar a região um pólo produtor exclusivo de
frutas e de legumes.
c) Além dos migrantes de outras regiões do país e
dos escravos africanos, o Paraná recebeu apenas
imigrantes alemães, no século XIX, e japoneses,
no século XX.
d) Como o Norte do Paraná foi colonizado pela
Companhia de Terras Norte do Paraná,
pertencente à empresa inglesa Paraná Plantation,
foi dada preferência na compra dos lotes aos
imigrantes ingleses, levando os imigrantes de
outros países a procurarem outros Estados da
Federação para fundarem suas colônias.
e) O Norte do Paraná contou também com a
participação de quase cem mil curdos oriundos do
Iraque, que para cá vieram em um acordo
realizado entre os empresários ingleses, o governo
da Inglaterra e o governo de Vargas.
10) A respeito da produção cafeeira no Estado do
Paraná, assinale a alternativa incorreta.
a) A cultura do café se constituía em uma
importante fonte geradora de empregos, uma vez
que a produção cafeeira exigia uso intensivo de
mão-de-obra.
b) No final da década de 1950, o Estado do
Paraná ocupava o posto de maior produtor
nacional de café.
c) O processo de erradicação do café no Estado do
Paraná, ocorrido na década de 1960, contribuiu
para a redução da produção nacional do produto.
d) O maior golpe sofrido pela cafeicultura
paranaense foi a política de concessão de
subsídios, por parte do governo federal, àqueles
agricultores que se interessassem em produzir
soja.
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33
e) O Norte foi a região do Estado do Paraná com
maior área dedicada à plantação do café, uma vez
que estava menos sujeita à ocorrência de geadas.
11) A respeito da História do Paraná, assinale a
alternativa correta.
a) Devido à opção de seus governantes pela
produção de bens primários, o estado do Paraná
ainda não possui um setor industrial capaz de
produzir bens que possam ganhar mercado em
outros estados ou no exterior.
b) A prosperidade econômica do município de
Curitiba se deve ao fato de a região ter sido
colonizada pela companhia inglesa Paraná
Plantation, que projetou a Cidade Industrial de
Curitiba.
c) Durante o primeiro governo de Vargas, o Estado
do Paraná foi governado pelo interventor Manoel
Ribas por um período de 13 anos.
d) Desde o início da colonização, o café foi o
principal produto da economia paranaense.
e) Devido às extensas áreas de preservação
ambiental e às reservas indígenas, o Noroeste do
Paraná possui pouquíssimas áreas agricultáveis.
12) No início do século XX, ocorreu, no Paraná,
um sangrento conflito armado que ficou conhecido
como A Guerra do Contestado. A respeito da
Guerra do Contestado, assinale a alternativa
incorreta.
a) Foi uma guerrilha camponesa inspirada no
movimento maoísta chinês que visava implantar
no Paraná um modelo camponês de revolução.
b) As raízes da revolta estavam na situação de
descontentamento da população pobre da região,
somada à ação da empresa Brazil Railway, que
demitiu 8 mil trabalhadores após a conclusão da
ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul.
c) A Guerra do Contestado ocorreu na divisa do
Paraná com Santa Catarina entre os anos de 1912
e 1916 e resultou na morte de 20 mil combatentes
camponeses que participaram do levante.
d) O Movimento teve como grande líder o místico
José Maria, que falava na formação de uma
"monarquia celeste" e prometia o retorno do rei
dom Sebastião para fazer justiça aos pobres e
oprimidos.
e) A chamada Guerra do Contestado terminou com
a vitória das tropas oficiais, lideradas pelo general
Setembrino, sobre os guerrilheiros.
13) A respeito da História do Paraná, assinale a
alternativa correta.
a) O processo de imigração para o Paraná, que
teve início no século XIX, formou uma população
heterogênea, composta por descendentes de
muitas nacionalidades.
b) O estado do Paraná conquistou sua
emancipação política no início do século XIX, antes
mesmo do processo de independência do Brasil.
c) A produção cafeeira do estado do Paraná foi
impulsionada pela utilização de mão-deobra
escrava barata e abundante para ser utilizada no
cultivo do produto.
d) Devido à política econômica desenvolvimentista
implementada por sucessivos governos
paranaenses durante o regime militar (1964-
1985), o Estado se consolidou como o principal
produtor de aço do país.
e) As indústrias automobilísticas que se instalaram
no Norte, com o apoio do governo Jayme Lerner,
constituem um importante item da produção
industrial do Paraná.
14) Nos séculos XVIII e XIX, o tropeirismo foi
uma das atividades importantes das economias
brasileira e paranaense. A respeito dessa atividade
e do seu impacto no desenvolvimento da
sociedade paranaense, assinale a alternativa
incorreta.
a) As tropas de muares mostraram-se adequadas
e economicamente viáveis para o transporte
terrestre de mercadorias, tendo em vista as
condições reinantes na época.
b) A principal rota do tropeirismo utilizava-se da
chamada "estrada da mata", que ligava Viamão
(no atual Rio Grande do Sul) a Sorocaba
(Capitania de São Paulo), atravessandoextenso
território do atual estado do Paraná.
c) O tropeirismo contribuiu para a ocupação luso-
brasileira de parte do território que hoje
corresponde ao estado do Paraná, dando origem a
inúmeras cidades como Rio Negro, Lapa, Ponta
Grossa, Castro, Piraí do Sul, Jaguariaíva etc.
d) Embora os principais pólos de produção que
alimentavam o movimento de tropas no sentido
Sul Sudeste fossem o Rio Grande do Sul e a região
das Minas Gerais, o tropeirismo estimulou várias
atividades econômicas no território paranaense.
e) Por sua localização marginal em relação às
principais rotas do comércio entre o Rio Grande do
Sul, São Paulo e Minas Gerais, Curitiba nada
ganhou com o tropeirismo, permanecendo uma
vila estagnada até ser declarada Capital da
Província do Paraná (1853).
15) A respeito da História do Paraná e de seus
conflitos bélicos, assinale a alternativa correta.
a) O chamado período provincial do Paraná foi de
1853, data da emancipação, até 1889, quando o
Brasil se tornou republicano.
b) A Guerra de Porecatu foi um conflito organizado
pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) visando ao
estabelecimento de uma sociedade socialista no
Paraná.
c) A Revolução Farroupilha foi uma guerra civil
liderada pelos paranaenses visando conquistar a
independência política da província do Paraná em
relação ao Império.
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34
d) A utilização do trabalho escravo em grande
escala foi responsável pelo surto de
desenvolvimento vivido pelo Paraná no século XIX.
e) A chamada Guerra do Contestado foi um
conflito bélico ocorrido na segunda década do
Século XX na divisa entre Paraná e São Paulo.
16) A respeito da história do Paraná, assinale a
alternativa correta.
a) O Paraná tem hoje grande parte de suas
rodovias terceirizadas. As companhias
concessionárias cobram pedágios dos usuários e,
em contrapartida, fazem a conservação da malha
asfáltica.
b) Durante a gestão do governador Jayme Lerner,
a onda de privatizações atingiu o Paraná e o
Estado vendeu à iniciativa privada a Companhia
Paranaense de Energia Elétrica (Copel).
c) A primeira eleição direta para o governo do
Paraná depois do golpe militar de 1964 elegeu
Álvaro Dias governador do Estado no pleito de
1982.
d) A emancipação política do estado do Paraná
ocorreu em 1912, no mesmo ano em que foi
criada a Universidade Federal do Paraná.
e) Durante a gestão de Getúlio Vargas na
Presidência da República, o Paraná foi o único
Estado a manter o sistema de eleição direta para
governador, impedindo, assim, a nomeação de
interventores para administrar o Estado.
17)A respeito da colonização do Norte do Paraná,
assinale a alternativa incorreta.
a) A colonização do município de Maringá teve
como característica fundiária o predomínio de
pequenos lotes de terras.
b) A Companhia de Terras Norte do Paraná,
subsidiária da companhia inglesa Paraná
Plantation, foi a empresa responsável pelo início
da colonização do Norte do Paraná.
c) A cidade sede do processo de colonização do
Norte do Paraná recebeu o nome de Londrina em
homenagem à cidade inglesa Londres.
d) A colonização do Norte do Paraná pelos
ingleses foi motivada pela perspectiva de que a
região tinha um subsolo rico em petróleo.
e) As cidades do Norte do Paraná que foram
fundadas pela Companhia de Terras Norte do
Paraná são bem traçadas e possuem aspectos de
cidades modernas.
18) “Os primeiros povoados que surgiram, na
área que hoje é o estado do Paraná, foram
fundados por espanhóis, Ciudad Real del Guayra
em 1557 e Villa Rica Del Espiritu Santu em 1576‖
(BONINI, A. et al. História: ensino médio. Curitiba:
Seed, 2006).
Sobre a colonização espanhola da área onde hoje
está localizada parte do estado do Paraná, assinale
a alternativa correta.
a) A presença dos espanhóis na região limitou-se a
Ciudad Real del Guayra e Villa Rica Del Espiritu
Santu. Em razão disso, já na última década do
século XVI, os portugueses ocupavam o território
paranaense.
b) Os espanhóis avançaram sobre o território
paranaense em razão da União Ibérica, que
unificou as Coroas de Portugal e de Espanha entre
1580 e 1640.
c) A presença espanhola nessa região foi resultado
do Tratado de Santo Idelfonso (1777), assinado
entre Portugal e Espanha, que estabeleceu as
fronteiras entre os dois países na América.
d) Ao atacar as missões dos jesuítas, os
bandeirantes provocaram uma reação da Coroa da
Espanha, que decidiu fundar Ciudad Real del
Guayra e Villa Rica Del Espiritu Santu.
e) Com a destruição da maioria dos povoados
espanhóis e das reduções jesuítas pelos
bandeirantes, os principais focos de povoamento
espanhol foram abandonados tanto pelos
portugueses quanto pelos espanhóis no decorrer
do século XVII.
19) O estado do Paraná foi diretamente afetado
pela Revolução Federalista, deflagrada logo no
início do regime republicano (1893-1895). Assinale
a alternativa incorreta sobre esse acontecimento
e sobre seu desenrolar no estado do Paraná.
a) A Revolução Federalista, iniciada como um
conflito entre facções políticas do Rio Grande do
Sul pelo controle do governo estadual, acabou-se
transformando em um conflito nacional quando o
Presidente da República, Floriano Peixoto, apoiou
uma das facções em luta.
b) Um dos fatores que também contribuiu para
dar caráter nacional ao conflito foi a tentativa dos
líderes federalistas gaúchos de se juntarem à nova
Revolta da Armada, iniciada em 1893, no Rio de
Janeiro, pelos Almirantes Custódio de Mello e
Saldanha da Gama.
c) O conflito foi um dos mais sangrentos da
história republicana, sendo marcado, inclusive, no
território paranaense, por combates de grande
ferocidade e por atos de atrocidade cometidos por
ambas as partes em conflito.
d) As tropas federalistas, que pretendiam alcançar
São Paulo e Rio de Janeiro, enfrentaram grande
resistência das tropas legalistas na cidade da
Lapa, no Paraná. Esse episódio militar da
Revolução Federalista ficou conhecido como o
―Cerco da Lapa‖.
e) Curitiba, a capital do estado do Paraná, não
chegou a ser afetada pelo conflito.
20) No início do século XIX, o território que hoje
pertence ao estado do Paraná era escassamente
povoado. Uma das formas de ocupação do
território paranaense foi o estabelecimento de
colônias de imigrantes europeus. Sobre a
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35
experiência paranaense com a imigração européia
no século XIX, assinale a alternativa correta.
a) A cidade de Curitiba desenvolveu-se a partir de
um núcleo inicial formado por uma colônia de
imigrantes alemães e imigrantes poloneses.
b) A colônia de Superagüi, formada por imigrantes
suíços com auxílio do Governo Provincial, deu
origem à cidade de Paranaguá.
c) O estabelecimento de colônias em regiões
afastadas dos maiores centros urbanos foi um dos
principais motivos do relativo fracasso das
primeiras experiências de ocupação do território
paranaense com imigrantes europeus na primeira
metade do século XIX.
d) A cidade de Londrina originou-se de uma
colônia de imigrantes ingleses, fundada logo após
a Guerra da Criméia.
e) A imigração japonesa foi subsidiada pelo
governo imperial para desenvolver a policultura no
Norte do Paraná.
Gabarito:
01 - A
02 - E
03 - C
04 - E
05 - B
06 - B
07 -D
08 -D
09 -A
10 -D
11 -C
12- A
13 - A
14- E
15- A
16 - E
17 -D
18 - E
19 -E
20 -C
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