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Twitter: @edemnapoli / Fan Page: facebook.com/edemnapoli 
 
1 
 
 
NOÇÕES PRELIMINARES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
Das várias teorias, a que prevalece no Brasil é a teoria do CRITÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA (Hely Lopes Meirelles). 
Segundo esse critério o Direito Administrativo se preocupa com a atividade de administrar. 
PARA Hely DIREITO ADMINISTRATIVO É O CONJUNTO HARMÔNICO DE REGRAS E PRINCÍPIOS 
QUE REGEM OS ÓRGÃOS PÚBLICOS, AGENTES PÚBLICOS E A ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. 
E ESSA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA SIGNIFICA REALIZAR DE FORMA DIRETA, CONCRETA E 
IMEDIATA OS FINS DESEJADOS PELO ESTADO. 
O que é que a gente tem que entender dentro desse conceito? 
1º - o que precisa uma disciplina autônoma? - tem que ter um conjunto próprio de regras e 
princípios = regime jurídico administrativo. Logo, é disciplina autônoma. 
OBS: ASSIM, REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO É O CONJUNTO DE REGRAS E PRINCÍPIOS 
QUE REGEM OS ÓRGÃOS, OS AGENTES E A ATIVIDADE ADMINISTRATIVA, E QUE GUARDAM 
ENTRE SI UMA CORRELAÇÃO LÓGICA. 
É regime presente em todos os Poderes, e não só no Executivo. Está administrando, é Direito 
Administrativo, independente do Poder. 
2º - PERGUNTA: e quem é que dita quais são os fins do Estado? – o Direito Constitucional. 
O DIREITO CONSTITUCIONAL DEFINE OS FINS DO ESTADO, E O DIREITO ADMINISTRATIVO 
REALIZA ESSES FINS. POR ISSO QUE CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO ANDAM SEMPRE 
ABRAÇADOS. 
3º - Como visto, a realização da atividade administrativa possui três características distintas: é 
direta, concreta e imediata. 
 Direta = aquela que não depende de provocação. Difere da função indireta (judicante 
- o que demonstra uma faceta do critério residual ou negativo). Ex. desapropriação. 
 Concreta = significa ter destinatário determinado, produzir efeitos concretos. Difere 
da função abstrata do Estado (legiferante). Ex. nomeação de servidor. 
 Imediata = é a atividade jurídica. Difere da atividade mediata, que é a atividade social 
do Estado. 
Nós nos preocupamos com a atividade jurídica do Estado, que é a atividade imediata. 
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2 
 
Agora vamos a um teste. Vai aparecer na sua prova uma pergunta assim: 
A RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL ESTÁ SUJEITA À TEORIA 
DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA. Verdadeiro ou falso essa afirmação? Já caiu que está 
errado, pois o correto seria a responsabilidade civil do Estado. 
O CESPE ADORA ESSA DISTINÇÃO! 
ESTADO ≠ GOVERNO ≠ ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 ESTADO = ESTADO É A PESSOA JURÍDICA. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. 
Pessoa jurídica de direito público - aquela que tem personalidade jurídica. Ter personalidade 
jurídica é ter aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. 
GOVERNO = GOVERNO É O COMANDO DO ESTADO, A DIREÇÃO. 
Para que exista um Estado independente o governo precisa ser soberano. 
 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Na doutrina há dois conceitos: 
1. CRITÉRIO FORMAL, ORGÂNICO OU SUBJETIVO 
A administração pública nada mais é do que a máquina administrativa: órgãos, agentes e 
bens que compõem essa estrutura. 
 
2. CRITÉRIO MATERIAL OU OBJETIVO 
A Administração Pública nada mais é do que a atividade administrativa. 
E aí o aluno pergunta: mas isso cai em concurso? 
Veja: 
- Sergipe, prova do CESPE: A ADMINISTRAÇÃO É O INSTRUMENTAL DE QUE DISPÕE O 
ESTADO PARA POR EM PRÁTICA AS OPÇÕES POLÍTICAS DO GOVERNO, CERTO OU ERRADO? 
CERTO. A ADMINISTRAÇÃO TAMBÉM É INSTRUMENTAL. É A MÁQUINA, A ESTRUTURA, O 
INSTRUMENTO QUE TEM O ESTADO PARA POR EM PRÁTICA AS DECISÕES POLÍTICAS DO 
GOVERNO. 
A administração é o instrumental (estrutura) de que dispõe o estado para por em prática as 
opções políticas do governo (critério subjetivo). 
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3 
 
- Juiz Federal, 4ª região: ENQUANTO O GOVERNO CONSTITUI ATIVIDADE POLÍTICA DE 
ÍNDOLE DISCRICIONÁRIA, A ADMINISTRAÇÃO IMPLICA ATIVIDADE EXERCIDA NOS LIMITES 
DA LEI OU DA NORMA TÉCNICA. CERTO OU ERRADO? 
CERTO. A administração, enquanto governo, constitui atividade política de índole 
discricionária. Administração pública é uma atividade exercida nos limites da lei ou da norma 
técnica. (utilizou-se o critério objetivo) 
- MAGISTRATURA DO AMAPÁ – QUESTÃO DISCURSIVA: GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO SÃO 
TERMOS QUE ANDAM JUNTOS E MUITAS VEZES SÃO CONFUNDIDOS. FAÇA A DISTINÇÃO 
ENTRE GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO. 
É só copiar o ensinado. Como visto, essa matéria cai em prova, pode confiar. Com isso 
fechamos a introdução e passamos para o próximo tema que é bem mais tranquilo: Regime 
jurídico administrativo. 
 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO - PRINCÍPIOS 
ATENÇÃO! SÓ ESTÁ NA LISTA O PRINCÍPO QUEM TEM CORRELAÇÃO COM OS DEMAIS. 
Mas, antes de começar, o que é regime jurídico administrativo? Você já viu. 
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO É O CONJUNTO DE REGRAS E PRINCÍPIOS QUE REGEM 
OS ÓRGÃOS, OS AGENTES E A ATIVIDADE ADMINISTRATIVA, E QUE GUARDAM ENTRE SI 
UMA CORRELAÇÃO LÓGICA. 
Ex. Empregar parente sem concurso viola legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência. 
OBS: PEDRAS DE TOQUE DO DIREITO ADMINISTRATIVO, SEGUNDO CELSO ANTONIO, SÃO OS 
SEGUINTES PRINCÍPIOS: 
- PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO e INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO. 
1. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
Significa superioridade do interesse público em face do interesse individual. 
O que significa interesse público? 
INTERESSE PÚBLICO É A SOMA DOS INTERESSES INDIVIDUAIS DE CADA MEMBRO DA 
SOCIEDADE, DESDE QUE ISSO REPRESENTE A MAIORIA DENTRO DESSA SOCIEDADE (interesse 
público primário). 
A doutrina italiana (RENATO ALEX) faz uma distinção entre o interesse público primário e o 
secundário. 
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4 
 
 INTERESSE PÚBLICO PRIMÁRIO - Representa a vontade do povo efetivamente, vontade 
social, da coletividade, os interesses da maioria. É aquele somatório dos interesses 
individuais de cada membro da sociedade, desde que isso represente a maioria dentro 
dessa sociedade. 
 INTERESSE PÚBLICO SECUNDÁRIO - Representa a vontade do Estado enquanto pessoa 
jurídica. 
Em regra deveriam (o interesse primário e o secundário) ser convergentes, porém, caso haja 
divergência entre esses interesses, deverá prevalecer o interesse primário. 
Vale lembrar que este princípio é indispensável para a vida em sociedade. É pressuposto para 
o convívio social. 
Mas onde aparece o princípio da supremacia no nosso ordenamento? 
Este princípio está implícito na CF, mas é de fácil identificação. Exemplo: desapropriação, 
requisição (galpão para os desabrigados da chuva), fechamento de local por inobservância das 
normas sanitárias. 
Ampliar a exemplificação com os atributos do ato administrativo (fechamento de padaria por 
baratas), e poder de polícia (fechamento de boate por desrespeito aos limites sonoros em 
bairros residenciais). 
OBS: HÁ UMA CORRENTE MINORITÁRIA (MARÇAL JUSTEN) QUE ENTENDE O PRINCÍPIO DA 
SUPREMACIA COMO UMA DESCULPA PARA O ADMINISTRADOR PRATICAR ABUSOS E 
ILEGALIDADES. PARA ESSES AUTORES, ESSE PRINCÍPIO DEVE DESAPARECER DO SISTEMA. NÃO 
É A POSIÇÃO DA MAIORIA, PARA QUEM A SUPREMACIA DEVE SER APLICADA DE VERDADE, 
SEM ABUSOS, SEM ENGANOS. PARA A MAIORIA, SÓ APAGAR O PRINCÍPIO NÃO RESOLVE O 
PROLEMA. 
2. INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
Assim, em nome da supremacia, a administração pode quase tudo. Mas porque não pode 
tudo? 
Não pode tudo porque não podedispor desse interesse. 
A primeira base desse princípio é que o administrador exerce função pública. Exercer função é 
exercer atividade em nome e no interesse de outrem. 
O interesse público é do povo, e não do administrador. Ele exerce função pública em nome dos 
administrados. Por isso, já que o interesse público não é seu, ele não pode dispor desse 
interesse. 
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Além disso, há outro princípio geral do Direito Administrativo segundo o qual o administrador 
de hoje não pode criar entraves, não pode criar obstáculos para a futura administração. A lei 
de responsabilidade fiscal traz vários mecanismos para coibir essa conduta. 
Exemplificar com situações de fraude nas licitações e nos concursos públicos. 
OBS: SEMPRE QUE O ADMINISTRADOR COLOCA EM CHEQUE O INTERESSE PÚBLICO 
(contratação sem concurso ou sem licitação, por exemplo) ELE VAI COLOCAR EM CHEQUE O 
PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO E, POR CONSEQUÊNCIA, VIOLARÁ 
PRECEITO CONSTITUCIONAL (implícito!) 
- PRINCÍPIOS EXPRESSOS DO ART.37 
Está previsto expressamente no artigo 37 da CF/88, que abrange a administração direta e 
indireta, os três poderes e todos os entes da Federação. 
LIMPE (exemplificativamente). 
3. LEGALIDADE 
A repetição desnecessária mostra a preocupação do constituinte com esse princípio. 
Art. 5º, II, 37 e 150. Veja que não havia necessidade disso. O art. 5º, II já era suficiente. 
Para o direito público a legalidade estabelece o CRITÉRIO DE SUBORDINAÇÃO À LEI, assim o 
administrador público só pode fazer aquilo que a lei permite. Ex. sanção, gratificação, etc. 
Para o direito privado a legalidade estabelece o CRITÉRIO DE NÃO CONTRADIÇÃO À LEI, ou 
seja, o particular pode tudo, desde que não esteja proibido por lei (PRAÇA e JARDIM). 
OBS: HOJE O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE É INTERPRETADO EM SENTIDO AMPLO, OU SEJA, 
EM OBEDIÊNCIA À LEI E À NORMA CONSTITUCIONAL. SEMPRE QUE EU VIOLO UM PRINCÍPIO 
CONSTITUCIONAL, AINDA QUE IMPLÍCITO, EU VIOLO O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. 
PROVA: princípio da legalidade é sinônimo de princípio da reserva de lei. CERTO OU ERRADO? 
ERRADO! 
Legalidade = é fazer o que a lei determina. 
Reserva de lei = situação onde o constituinte estabelece que determinada matéria será 
regulada por uma determinada espécie normativa (exemplo: matéria tributária será regulada 
por LC). 
4. IMPESSOALIDADE 
A ideia é que o administrador não poderá buscar interesses pessoais, dos parentes ou amigos = 
ausência de subjetividade. 
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6 
 
Os atos administrativos são impessoais, porque são da pessoa jurídica a que pertence o 
agente, e não do próprio agente. Tanto é impessoal, que a responsabilidade pelo ato do 
agente é da pessoa jurídica. 
PROVA: QUAIS SÃO OS DOIS INSTITUTOS DO TEXTO CONSTITUCIONAL QUE REPRESENTAM O 
EXERCÍCIO DA IMPESSOALIDADE? 
Concurso público e a licitação (concurso público ≠ concurso modalidade de licitação). 
PROVA: o princípio da impessoalidade traduz a idéia de que a administração tem que tratar a 
todos os administrados sem discriminações benéficas ou detrimentosas, nem favoritismos, nem 
perseguições são toleráveis; simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não 
podem interferir na atuação administrativa. CERTO OU ERRADO? CERTO (conceito de CELSO 
ANTÔNIO). 
Isso reflete o princípio da impessoalidade, muito embora também esteja ligado à isonomia. 
MP/MG - O princípio da impessoalidade está ligado ao princípio da igualdade ou isonomia 
constitucional, enquanto que o princípio da moralidade relaciona-se com os princípios da 
lealdade e boa-fé. CERTO OU ERRADO? CERTÍSSIMO. 
MP/PE – DISSERTE SOBRE A DIVERGÊNCIA NO PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE. A 
DIVERGÊNCIA É ENTRE IMPESSOALIDADE e FINALIDADE. 
 DOUTRINA TRADICIONAL (Hely Lopes) - o princípio da finalidade (ou imparcialidade) 
foi substituído pelo princípio da impessoalidade – a partir da CF/88. 
 DOUTRINA MODERNA (Celso) - não há substituição, não são expressões sinônimas. 
IMPESSOALIDADE = ausência de subjetividade - o administrador não pode buscar interesses 
pessoais. 
FINALIDADE = significa buscar o espírito da lei, a vontade maior da lei. 
OBS-NÃO É POSSÍVEL CUMPRIR O ESPÍRITO E A VONTADE DA LEI SEM CUMPRIR A PRÓPRIA LEI. 
ESSA DOUTRINA MODERNA É A MAJORITÁRIA E ESTÁ RESPALDADA PELO ART. 2º DA LEI 
9.784/99 (Lei de processo administrativo no âmbito federal). 
Segundo o STF, a vedação ao nepotismo representa a aplicação dos princípios da 
IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, EFICIÊNCIA E ISONOMIA. Com a súmula vinculante nº 13, o 
STF estendeu o nepotismo a todos os poderes. (CONCURSO PARA ADVOGADO DA CAIXA). 
5. MORALIDADE 
Era implícito até o advento da CF/88, quando passou a ser expresso. 
Possui difícil definição. Dificuldade essa reconhecida até pelo Judiciário. 
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Para a prova, relacionar com outros princípios. Até porque, normalmente, o que é imoral é 
impessoal, ineficiente, ilegal, etc. 
Reforçando essa ideia, o próprio Judiciário não julga com base apenas na moralidade, e sim em 
conjunto com outros princípios. 
Conceituando: é a obediência aos princípios éticos da HONESTIDADE, LEALDADE e BOA-FÉ. 
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR A MORALIDADE COMUM COM A MORALIDADE 
ADMINISTRATIVA. 
A moralidade administrativa é mais rigorosa do que a moralidade comum e vai além desse 
simples certo e errado. 
AQUI SE EXIGE DO ADMINISTRADOR A BOA ADMINISTRAÇÃO = EFICIÊNCIA (co-relação). 
6. PUBLICIDADE 
Significa conhecimento, dar ciência. É dar ao titular do direito (povo) o conhecimento do que 
está acontecendo com o seu direito. 
Os nossos atos só começam a PRODUZIR EFEITOS a partir do momento que se publica, que se 
dá ciência. 
Assim, publicidade também significa início de produção de efeitos, CONDIÇÃO DE EFICÁCIA. 
Então, como visto, nossa lei é expressa em atribuir eficácia aos contratos administrativos a 
partir da publicidade. Ex: artigo 61, parágrafo único, da lei 8.666/93. 
A publicidade também é o marco inicial para a CONTAGEM DOS PRAZOS (defesa de multa – 
não é da expedição) e também para o CONTROLE DOS ATOS administrativos. É a partir da 
publicidade que os atos passam a ser exigíveis. 
OBS: PUBLICAÇÃO NÃO SE CONFUNDE COM PUBLICIDADE. PUBLICAÇÃO É UMA DAS ESPÉCIES, 
É UMA DAS MODALIDADES DE PUBLICIDADE. Ex. modalidade licitatória do convite. 
Exceções constitucionais à publicidade: art. 5º, X (comprometimento da privacidade, a 
intimidade, imagem e a honra da pessoa humana), XXXIII (necessidade de segurança da 
sociedade e do Estado), LX (atos processuais serão sigilosos na forma da lei). 
O artigo 37, em seu parágrafo 1º, está caindo muito em prova de concurso e estabelece: 
§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos 
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar 
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos. 
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Visa proibir a promoção pessoal, que também é reconhecida como improbidade administrativa 
e está na lei 8.429/92. 
DEFENSORIA DO ES - Considere que determinado governador de estado promoveu a 
veiculação de propaganda publicitária de realização de obra pública vinculada ao seu nome 
pessoal. Nessa situação, essa conduta fere, precipuamente, o princípio da publicidade da 
administraçãopública. CERTO OU ERRADO? 
ERRADO, POIS PRECIPUAMENTE NÃO FOI A PUBLICIDADE, MAS SIM A IMPESSOALIDADE. 
STJ - O simples fato de constar o nome nem sempre significa que vai constar violação a 
princípio. Deve-se analisar o caso concreto para ver se houve intuito de promoção pessoal. Às 
vezes pode constar o nome, mas ter caráter informativo. Ex. a obra foi construída no ano tal, 
administração José da Silva. 
PROVA ORAL MAGISTRATURA DE SP: A DIVULGAÇÃO POR RÁDIO E TV, SOMENTE, É 
SUFICIENTE PARA CUMPRIR O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE? 
Não. Por vezes a lei estabelece requisitos especiais como a notificação pessoal, publicação no 
diário oficial, etc. 
Em algumas situações até estaria cumprida a exigência, mas não em todas. 
7. EFICIÊNCIA 
Era princípio implícito na Constituição até o advento da EC 19/98, quando passou a ser 
expresso. 
Antes disso vinha explícito na lei 8.987/95 (concessão e permissão de serviço público). 
Falar em eficiência é lembrar 4 elementos fundamentais que a caracterizam: 1º - ausência de 
desperdícios. 2º - economia (economicidade). 3º - produtividade. 4º - agilidade (presteza). 
Será que é eficiente gastar tudo que arrecada com folha de pagamento? E o resto? Infra-
estrutura, obras novas, etc. 
Assim, nosso reformador também se preocupou com isso. Preocupou-se com a racionalização 
da máquina administrativa, art. 169 da CF. 
Este artigo diz que só se pode gastar com folha de pagamento, o limite previsto na Lei 
Complementar. 
Essa lei é a LC 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal. 
Essa lei traz no art. 19 esses limites afirmando que só se pode gastar com folha de pagamento: 
 UNIÃO – 50% 
 ESTADOS E MUNICÍPIOS – 60% 
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Se o ente político gasta 100% de folha de pagamento tem que cortar. Mas como vai cortar? 
O constituinte também se preocupou com isso e disse que o corte se dá por meio da 
exoneração (que não se confunde com demissão, que pressupões o PAD). 
1. CARGO EM COMISSÃO - baseado na confiança, de livre nomeação e livre exoneração. 
2. FUNÇÃO DE CONFIANÇA – só ocupada por efetivo. É um plus na remuneração. 
3. NÃO ESTÁVEIS 
4. SERVIDORES ESTÉVEIS – somente esses fazem jus à indenização. 
- DEMIAS PRINCÍPIOS 
8. ISONOMIA 
É a isonomia substancial (ARISTÓTELES). 
Conceituar o princípio da isonomia é fácil. Difícil é preencher o seu conteúdo. 
Quem são os iguais, quem são os desiguais e quais são as medidas das suas desigualdades? 
Se aparecer um caso envolvendo princípio da isonomia, tem-se que: 
Primeiramente é necessário analisar o fator de discriminação ou exclusão, e se este está 
compatível com o objetivo da norma. 
Se o fator de exclusão estiver compatível com o objetivo da norma, não há violação à 
isonomia. Do contrário haverá. 
Ex. concurso de salva-vidas X anões. Ex. polícia feminina onde se veda a presença masculina. 
Concurso de gari em 2007. X dentes na arcada superior e Y na arcada inferior. Aí viola, 
frontalmente, o princípio da isonomia. NÃO ESTÁ DE ACORDO COM O OBJETIVO DA NORMA. 
Assim, peso, altura e idade em concurso público: 
1. Tem que está compatível com a natureza do cargo a ser exercido. 
2. Nossa jurisprudência diz que tem que ter lei autorizando (até exame psicotécnico). A 
lei da carreira tem que disciplinar, mesmo a exigência par limite de idade, não basta 
constar do edital. 
Nesse sentido, Súmula 683 do STF. 
Para finalizar, duas observações mais. 
9. AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO 
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10 
 
São princípios que andam sempre juntos. Esses princípios estão no artigo 5º, LV da CF/88. 
Na via judicial, no estudo do Direito Processual, esses princípios já estão sedimentados há 
muito tempo. O que não acontece na via administrativa. 
Antes de 88, os processos administrativos aconteciam sem contraditório e ampla defesa. 
Na via administrativa ainda acontece muito de servidores serem processados, demitidos, e 
nunca terem sido citados ou chamados ao processo. 
ASSIM, SE APARECER ALGO DE PROCESSO NA PROVA, PODE TER CERTEZA, TEM QUE TER 
CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. 
- CONTRADITÓRIO 
O princípio do contraditório é aquele que permite que a parte tenha ciência do processo, 
formando a bilateralidade da relação jurídica. 
- AMPLA DEFESA 
Ampla defesa significa que a parte deve ter oportunidade de se defender, possibilidade de se 
manifestar. 
Nós sabemos que o princípio da ampla defesa vai muito além do que uma simples 
oportunidade. Basta dar o prazo para a pessoa se defender? Basta dar a oportunidade de se 
defender? Não. 
Temos que lembrar alguns desdobramentos (ODETE MEDAUAR), algumas exigências que 
representam o exercício da ampla defesa: produção de provas; acesso a informações; defesa 
técnica; recursos. 
Exigências: 
a) Defesa prévia (com procedimento prévio e com penas pré-determinadas). 
b) Informações do processo (direito de cópia). 
c) Produção de provas (não é só o direito de produzir, mas também o direito à avaliação 
da prova participando do convencimento do julgador). São possíveis todas as provas 
admitidas em direito (dês que provas lícitas). 
d) Defesa técnica (Advogado). Hoje facultativa, segundo o STF. 
OBS: COMO O STF EDITOU UMA SÚMULA VINCULANTE Nº 5, A SÚMULA 343 DO STJ PERDE 
SEU SENTIDO E A DEFESA TÉCNICA COM A PRESENÇA DO ADVOGADO É FACULTATIVA. 
Isso não significa que a administração possa boicotar o advogado, mas, ao contrário, caso ele 
exista, deve a administração viabilizar a sua atuação. Afinal, a presença dele, sendo facultativa 
(e não vedada), é uma decisão da parte. 
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11 
 
e) Direito de recurso 
Proibir recurso no concurso é inconstitucional. 
Para que o recurso seja viabilizado, é necessário motivação para o ato. Para recorrer de uma 
correção, é preciso o espelho da prova. 
Além disso, temos a questão do depósito prévio. 
Inicialmente havia o entendimento de que o recurso na seara tributária exigia o depósito 
prévio. 
Súmula vinculante nº 21: é inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo. Isso para qualquer recurso, 
não só para a seara tributária. 
OBS: NA SEARA ADMINISTRATIVA É POSSÍVEL QUE O RECURSO DESÁGUE NA REFORMATIO 
IN PEJUS? 
SIM. Inclusive em concurso público. Pode ocorrer de abaixar a nota. 
CUIDADO! A revisão no processo administrativo (quando surgir um fato novo – como se fosse 
uma ação rescisória ou revisão criminal) não admite reformatio in pejus. Só no recurso. 
Para fechar vamos analisar importante discussão sobre a SÚMULA VINCULANTE Nº 3: 
Esta súmula está despencando em provas de concurso. Vamos dividi-la em duas partes para 
facilitar o entendimento. 
1ª parte: é obrigatório, nos processo perante o TCU, o contraditório e a ampla defesa, quando 
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato que beneficie o interessado. 
CASO DO CONCURSO. Se o ato vai lhe atingir, você tem que ser chamado para o processo. 
2ª parte: o que acontece na parte final? Vejam. 
A parte final diz: excetuada a análise de legalidade do ato de concessão inicial de 
aposentadoria, reforma ou pensão. 
Neste caso, a atuação do TC não é como fiscal, mas como parte na elaboração do ato, que, por 
ser complexo, depende de conduta administrador e do TC. Como o ato ainda está sendo 
formado, nesse momento, não há ao contraditório e à ampla defesa, mas há direito a recurso 
no âmbito da administração, e não do Tribunal de Contas. 
OBS:O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA, PELA SÚMULA VINCULANTE Nº 3, NÃO VÃO 
ACONTECER NO TC, MAS DA DECISÃO CABERÁ RECURSO PARA A PRÓPRIA ADMINISTRAÇÃO. 
ASSIM, EM SEDE DE RECURSO, NA ADMINISTRAÇÃO, PODERÁ HAVER CONTRADITÓRIO E 
AMPLA DEFEDESA. 
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10. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE 
Significa agir de forma razoável. Mas idéia é substituir por um sinônimo: agir de forma 
coerente, lógica, congruente. 
RAZOABILIDADE É LÓGICA, COERÊNCIA, CONGRUÊNCIA. 
A DOUTRINA BRASILEIRA DIZ QUE DENTRO DO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE ENCONTRA-SE O 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. 
PROPORCIONALIDADE SIGNIFICA EQUILÍBRIO. 
PERGUNTA: Se o administrador age de forma equilibrada, ele está agindo também de forma 
coerente, lógica e razoável? COM CERTEZA. 
É por isso que a doutrina diz que o princípio da proporcionalidade está embutido no princípio 
da razoabilidade. 
AGIR DE MODO PROPORCIONAL TAMBÉM SIGNIFICA AGIR DE MODO RAZOÁVEL. Vice-versa. 
Deve haver um equilíbrio entre ato praticado e a medida conseqüente a ele. 
Ex. da passeata tumultuosa e do servidor que pratica infração leve e é punido com demissão. 
PROPORCIONALIDADE É O EQUILÍBRIO ENTRE O ATO PRATICADO vs. A MEDIDA. 
PROVA: RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE SÃO PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS NA CF E 
EXPLÍCITOS NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. CERTO OU ERRADO? 
CERTO! Estão implícitos na CF/88 e expressos no art. 2º da Lei 9.784/99 (Lei de processo). 
OBS: O SIMPLES FATO DE ESTAR ESCRITO NO ARTIGO 5º, LXXVIII, A EXPRESSÃO “PRAZO 
RAZOÁVEL”, NÃO SIGNIFICA RAZOABILIDADE E SIM CELERIDADE. 
Nós sabemos, ainda, que no Direito Administrativo existem dois conceitos que são 
fundamentais, são eles: decisão discricionária e vinculada. 
Discricionária é a decisão em que o julgador pode dispor de conveniência e oportunidade, e 
isso é que é chamado de mérito administrativo. 
Quando se fala em decisão vinculada, dizemos que o administrador não tem liberdade; ele não 
tem juízo de valor, ele não tem conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais 
ele é obrigado a praticar o ato. 
MÉRITO É CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE. 
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Assim, quando nós falamos em uma decisão vinculada, essa decisão não tem mérito, pois ela 
não tem juízo de valor, não tem conveniência e oportunidade. Verificados os requisitos, ele 
não tem liberdade; ele concede. 
Essa decisão vinculada pode ser revista pelo poder judiciário? Claro que pode. Se essa decisão 
vinculada só tem legalidade, o judiciário vai fazer controle de legalidade dessa medida. Na 
decisão vinculada, tem legalidade, mas não tem mérito. 
Na decisão discricionária, tem legalidade e também tem mérito, porque eu tenho os limites da 
lei, e também tenho conveniência e oportunidade. 
Se eu falo de uma decisão discricionária, o Poder Judiciário pode rever essa decisão? Sim. 
Mas o judiciário pode rever o que dessa decisão? O que ele pode controlar? 
QUESTÃO DISCURSIVA DA MAGISTRATURA DE SERGIPE 
É legalidade ou é mérito? 
VOCÊS JÁ ESTUDARAM QUE O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE DEVE SER ENTENDIDO NO SEU 
SENTIDO AMPLO. Seja ele controle de lei, seja ele controle de Constituição. 
SE EU CONTROLO A RAZOABILIDADE E CONTROLO A PROPORCIONALIDADE EU ESTOU 
CONTROLANDO UM PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL (ainda que implícito), LOGO, FAÇO 
CONTROLE DE LEGALIDADE. 
Assim, do quanto exposto, podemos concluir que O JUDICIÁRIO FAZ CONTROLE DE 
LEGALIDADE! 
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE SÃO MUITO IMPORTANTES PORQUE PERMITEM O 
CONTROLE DE LEGALIDADE PELO JUDICIÁRIO, APESAR DE TAMBÉM LIMITAREM A LIBERDADE 
DO ADMINISTRADOR. NÃO SE TRATA DE CONTROLE DE MÉRITO, MAS SIM DE LEGALIDADE 
(sentido amplo), APESAR DE ATINGIR O MÉRITO. 
CONCURSO DE ADVOGADO DA CAIXA: A regra segundo a qual o poder judiciário não pode 
imiscuir-se no mérito do ato administrativo tem sido cada vez mais flexibilizada para assegurar, 
de modo mais efetivo, a legalidade dos atos administrativos, ainda que se trate de ato 
discricionário. CERTO OU ERRADO? CERTÍSSIMO. É UMA LEGALIDADE QUE ATINGE O MÉRITO. 
11. CONTINUIDADE 
Segundo CELSO ANTÔNIO o princípio da continuidade é desdobramento do exercício 
obrigatório da prestação de serviço público. 
O FATO DO PODER PÚBLICO TER A OBRIGAÇÃO DE PRESTAR O SERVIÇO TRAZ COMO 
CONSEQÜÊNCIA O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE (CELSO). 
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Então a posição de CELSO ANTONIO, que parte da doutrina reconhece, diz que o princípio da 
continuidade decorre do dever do Estado de presta o serviço, só que não de qualquer jeito, e 
sim de forma contínua. Os serviços públicos não podem ser interrompidos. 
Portanto, sendo serviço de prestação do Estado, e sendo prestação obrigatória, essa prestação 
terá de ser feita de forma ininterrupta. 
12. AUTOTUTELA 
Esse princípio tem duas aplicações diferentes. A primeira delas é a mais utilizada pela doutrina. 
PRIMEIRO TEMOS QUE ESSE PRINCÍPIO PERMITE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA REVISAR SEUS 
PRÓPRIOS ATOS. 
Mas como a administração pode rever esses atos? 
Se eles são ilegais, ela pode rever pelo instituto da anulação. Mas se os atos são 
inconvenientes ela pode rever pelo instituto da revogação. 
Nesse sentido temos as seguintes súmulas do STF: SÚMULA 346 E SÚMULA 473. 
A segunda aplicação desse princípio é definida por MARIA SYLVIA ZANELA DI PIETRO e diz que 
autotutela é o dever de zelo e cuidado que a administração possui com ela mesma. 
13. ESPECIALIDADE 
Como se sabe, a administração direta é composta pelos entes políticos, que são os entes 
federativos (União, Estados, Municípios e DF). 
Porém, para uma melhor eficiência, a administração direta decide criar a administração 
indireta, que é composta pelas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedade 
de economia mista. 
Para que a administração direta crie a administração indireta, é sempre necessária a existência 
de uma lei. Essa lei tem como dever definir a finalidade dessas pessoas jurídicas e essas 
pessoas ficam vinculadas a essa finalidade que a lei estabeleceu. 
O PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE PRENDE A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA À SUA FINALIDADE 
ESPECÍFICA PARA A QUAL FOI CRIADA. 
Se eu crio uma autarquia para prestar o serviço X, ela está presa ao serviço X. 
TUDO O QUE A LEI FAZ O ADMINISTRADOR NÃO PODE DERRUBRA E SÓ PODERÁ SER 
ALTERADO PELA LEI. 
Isso é o que estabelece esse princípio da especialidade: que a administração indireta está 
vinculada a finalidade para a qual ela foi criada, e sua finalidade só pode ser alterada se a lei 
assim estabelecer (se a lei for modificada). 
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OBS: OS ÓRGÃOS PÚBLICOS ESTÃO PRESOS A ESSA FINALIDADE? 
Sim, esse princípio também abrange esses órgãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA 
Muitas atividades administrativas são prestadas pelo núcleo (centro) da administração. 
Sempre que um serviço público é prestado pelo núcleo ou pelo centro da administração 
(administração direita), nós chamamos essa prestação de prestação centralizada. Assim, a 
prestação centralizada é aquela que está no núcleo, na administração direta (U, E, DF, M). 
Ocorre que nossa estrutura estatal passou por um estudo de eficiência dos serviços e o Estado 
decidiu que, para melhor aperfeiçoá-los, esses serviços deveriam ser transferidos para outras 
pessoas jurídicas.Pessoas especializadas prestariam os serviços de modo mais eficiente. 
Então o Estado retira do centro (prestação centralizada), passando para outras pessoas 
jurídicas (descentralização). 
Essa descentralização pode acontecer para os entes da administração indireta bem como para 
particulares. 
Não se deve confundir, contudo, deslocamento para outra pessoa jurídica (descentralização), 
com deslocamento dentro do próprio centro (desconcentração). 
DESCONCENTRAÇÃO – mesma pessoa jurídica / hierarquia e subordinação. Ex. ministério. 
DESCENTRALIZAÇÃO – nova pessoa jurídica / controle e fiscalização. Ex. empresa de telefonia. 
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A descentralização administrativa (que é o nosso objeto de estudo), por sua vez, pode se dá: 
1. POR OUTORGA 
Transfere a titularidade e execução. É como se transferisse a propriedade do serviço, 
portanto, é modalidade drástica de transferência. 
Se a titularidade do serviço não pode sair das mãos do poder público, quem pode receber por 
outorga? Só a administração indireta. O particular ente privado não. 
Só que a doutrina majoritária vai além e diz que só quem pode receber é a administração 
indireta de direito público (autarquias e fundações públicas), pois não se pode dar titularidade 
ao particular. Essa é a posição que prevalece. 
O instrumento utilizado para essa transferência (drástica) é a lei. 
Dica: é drástico, é por lei. 
2. POR DELEGAÇÃO 
O Poder Público detém a titularidade e transfere apenas a execução. 
Pode ser feita por lei (quem pode o mais – execução e titularidade -, pode o menos – só 
execução), por contrato, ou por ato administrativo. 
LEI – ADMINISTRAÇÃO INDIRETA (privada - empresa pública e sociedade de economia mista). 
CONTRATO – PARTICULARES (concessionárias e permissionárias. Ex. empresa ônibus, telefonia) 
ATO ADMINISTRATIVO – PARTICULARES (autorizadas. Ex. táxi e despachante). 
CESPE - A regra é a descentralização para a pessoa jurídica, mas, excepcionalmente, é possível 
para a pessoa física. Ex. a pessoa física pode ter permissão de serviço público (por contrato), e 
também através da autorização de serviço (serviço de táxi). 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
As pessoas que compõem a administração direta são estudadas na seara do Direito 
Constitucional. O Direito Administrativo estuda apenas a prestação da atividade 
administrativa – órgãos públicos. 
Só que antes de entrar no estudo de órgão vamos analisar uma situação: 
Um servidor público preenche um cargo público, passa a exercer uma função pública e age 
como se fosse o Estado, como o próprio ente federativo. 
Daí se pergunta: como se constitui essa relação entre o Estado e os seus agentes? Como se 
constitui o poder que tem o agente de representar o Estado? 
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OBS: Na relação Estado x agente o direito brasileiro adotou a TEORIA DO ÓRGÃO OU 
IMPUTAÇÃO, pois a relação decorre de previsão legal e a vontade do Estado se mistura com a 
vontade do agente. 
ÓRGÃOS PÚBLICOS 
O próprio nome órgão público deriva da idéia de divisão do corpo humano, onde se divide em 
pedacinhos a administração pública para que cada órgão cuide de uma especialidade. 
Órgão público, portanto, é definido como um centro (núcleo) especializado de competência. 
PROVA: Os órgãos públicos estão presentes tanto na administração direta como indireta. E 
essa ideia tem precisão expressa no art. 1º da lei de processo. Ok. 
As características dos órgãos públicos são: 
- Não tem personalidade jurídica = não tem aptidão para ser sujeito de direito e obrigações. 
- Não responde por seus atos = e sim a pessoa jurídica a qual ele pertence. 
- Não pode assinar contrato = ele licita, mas quem assina o contrato é a pessoa jurídica. 
PARA PROVA: Contrato entre órgãos é possível? A única possibilidade é a do art. 37, § 8º. Está 
autorizada pela constituição. Mas a doutrina diz que é hipótese absurda e não tem como ser 
aplicada. 
- Pode ir a juízo = não tem personalidade jurídica, mas tem personalidade judiciária. Para 
doutrina, em regra vai como sujeito ativo e em busca de prerrogativas funcionais (ex. câmara 
de vereadores em busca do repasse do duodécimo). 
- Tem CNPJ = a receita reconhece a ausência de personalidade jurídica, mas atribui CNPJ para 
facilitar a fiscalização do fluxo de recursos. Antes a previsão era do Art. 11 da instrução 
normativa 748/07 da RF. Hoje o número mudou, mas esse conteúdo continua o mesmo. Agora 
é instrução normativa é a 1005/2010. 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
São entes da administração pública indireta: 
 AUTARQUIAS 
 FUNDAÇÕES 
 EMPRESAS PÚBLICAS 
 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Não são entes da administração pública indireta: OS, OSCIP, entidade de apoio, serviço social 
autônomo, concessionárias e permissionárias de serviços públicos. 
CARACTERÍSTICAS COMUNS AOS ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
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1. Personalidade jurídica própria = responde pelos seus atos. Essa característica traz: 
- Patrimônio próprio = é com este patrimônio que ela vai arcar com as responsabilidades. 
- Autonomia administrativa, técnica e financeira = liberdade na sua gestão. 
- Não têm capacidade política = não têm aptidão para legislar. Agências reguladoras apenas 
complementam a previsão legal regulamentando com normas técnicas. 
2. Criação através de lei = ora a lei cria, ora autoriza a criação. 
Art. 37, XIX – somente por lei específica (Lei ordinária. Cada autarquia - também a fundação 
pública de direito público, que é uma espécie de autarquia - terá a sua própria lei. Uma lei vai 
criar apenas um ente específico) poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de 
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação (pública de regime privado), 
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). 
Lei (ordinária) cria = basta a lei existir que a autarquia já vai estar criada. 
Lei (ordinária) autoriza a criação = além da lei, será necessário um registro no órgão 
competente – junta comercial (empresa pública, natureza empresarial) ou cartório (fundação, 
natureza civil), a depender da natureza da pessoa jurídica. 
No final o dispositivo diz: lei complementar definirá as finalidades desta última. Esta última é a 
fundação. 
CUIDADO. LEI ORDINÁRIA AUTORIZA A CRIAÇÃO DA FUNDAÇÃO, MAS É A LEI COMPLEMENTAR 
QUE VAI DEFINIR AS SUAS POSSÍVEIS FINALIDADES. 
Mas é fundação pública ou privada. Se pública, é de direito público ou privado? Prevalece o 
entendimento de que a LC se refere à fundação pública de direito privado. 
Já vimos que quando a administração direta cria a indireta ela precisa definir a sua finalidade. 
3. Finalidade específica = definida por lei consagrando o princípio da especialidade. Se a lei 
define, só a lei muda. 
4. Não podem ter fins lucrativos = ser criada para o lucro, buscando o lucro. 
CUIDADO! O lucro pode acontecer, mas o ente não pode ser criado visando o fim lucrativo. São 
situações diferentes. 
O Estado quando vai criar uma pessoa jurídica tem que olhar aquela que irá satisfazer o 
interesse público, e não a que dá mais lucro (muito embora o lucro possa acontecer). 
5. Não sofrem hierarquia = mas sofrem controle e fiscalização da administração direta. 
Ex. de controle e fiscalização: 
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-de legalidade, feito pelo judiciário em relaçãoaos atos praticados pela administração indireta. 
-pelo legislativo: TC (longa manus do Legislativo, controlando as contas do administrador), CPI 
(dos correios). 
-pelo executivo: via supervisão ministerial realizada pelo ministério correspondente à 
finalidade (autarquia na saúde, ministério da saúde, na educação, ministério da educação). 
Essa supervisão ministerial envolve controle finalístico, de recursos e nomeação de dirigentes. 
OBS: a nomeação dos dirigentes é livremente feita pelo chefe do Executivo. Contudo, a 
nomeação de dirigente do Banco Central e de agência reguladora depende de aprovação do 
Senado Federal. 
ENTES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA 
 
FUNDAÇÃO 
O conceito é o mesmo do Direito Civil: é o patrimônio personalizado, destacado por um 
fundador, para uma finalidade específica. 
O importante é saber quem é o fundador, quem destacou esse patrimônio. 
Se for particular (Ayrton Senna, Xuxa Meneghel), ela uma fundação privada. Se for o poder 
público, será uma fundação pública. 
A privada é estudada pelo Direito Civil e não compõe a Administração Pública. Não interessa. 
Ficamos com a fundação pública. Mas esta possui que regime jurídico: público ou privado? 
CELSO - toda fundação pública tem que ter regime público. 
HELY - toda fundação pública tem que ter regime privado. 
STF e doutrina majoritária (DIÓGENES GASPARINI, DI PIETRO e RAQUEL CARVALHO) – pode 
tanto regime público quanto privado. 
 Fundação Pública de DIREITO PÚBLICO 
Doutrina e jurisprudência dizem não passar de espécie de autarquia: autarquias fundacionais. 
Em sendo modalidade de autarquia, será criada pela lei e regida pelo regime das autarquias. 
 Fundação Pública de DIRIETO PRIVADO 
Foi chamada no nosso sistema de fundação governamental e, mesmo não sendo uma espécie 
de EP e SEM, segue o mesmo regime aplicado a esses entes. 
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É pessoa jurídica de direito privado, mas como compõe a administração, não pode ter um 
regime inteiramente privado, por isso seu regime é híbrido (mesmo das EP e SEM). 
Esta fundação a lei não cria, apenas autoriza a sua criação. 
O constituinte não falou da fundação pública de direito público porque ela é espécie de 
autarquia, mas falou da fundação pública de direito privado porque ela não é uma espécie 
de empresa pública e de sociedade de economia mista (segue o mesmo regime – híbrido – 
mas não é espécie). 
 
AUTARQUIA DICA: para prova, dominar conceito e regime jurídico é mais de meio caminho. 
CONCEITO 
É pessoa jurídica de direito público que tem como finalidade prestar serviços públicos 
desenvolvendo atividades típicas de Estado, vale dizer, as atividades mais importantes, que 
não posso dar a qualquer pessoa (ex. atividade de previdência social que é dada ao INSS). 
Além disso, possuem personalidade jurídica própria, são criadas por lei, possuem finalidade 
específica, não tem fim lucrativo, não sofrem hierarquia da direta. 
REGIME JURÍDICO 
Sendo pessoa jurídica de direito público, o seu regime é de fazenda pública, é praticamente o 
mesmo aplicável à administração direta – regime de direito público interno, muito próximo do 
regime da administração direta (não é igual por falta da capacidade política). 
Sistematizando o regime jurídico temos: 
1. ATOS E CONTRATOS 
Seguem as regras dos atos e contratos administrativos com todos os atributos e prerrogativas 
inerentes. 
Conseqüentemente têm o dever de licitar e seguem as regras da lei 8.666/93 (o art. 37, XXI, da 
CF, é expresso quanto a essa sujeição). 
2. RESPONSABILIDADE CIVIL 
Segue a regra da responsabilidade objetiva do Estado prevista no art. 37, § 6º da CF 
enquadradas na categoria de pessoas jurídicas de direito público. 
Se motorista da autarquia atropela, a autarquia responde. Se não tiver dinheiro, 
subsidiariamente o Estado responde. Mas a responsabilidade é objetiva. 
3. REGIME DE BENS 
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Bem autárquico é bem público. Como tal, são relativamente inalienáveis (satisfeitas as 
condições podem ser alienados: autorização legislativa, desafetação, interesse público, 
licitação, etc.) 
4. REGIME DE PRECATÓRIOS 
Cada autarquia tem sua fila própria de precatórios. 
A fila da autarquia até é menor, mas o dinheiro também é menor 
5. PRIVILÉGIOS TRIBUTÁRIOS 
O art. 150, VI, “a”, CF consagra a imunidade recíproca entre a U, E, DF e M. Esta imunidade é 
estendida às autarquias em face do art. 150, § 2º. 
Atenção! Essa imunidade é só para os impostos. Tais entes estão sujeitos ao pagamento de 
taxas e contribuições. 
Além disso, esta imunidade para as autarquias diz respeito apenas à sua finalidade específica. 
Assim, autarquia paga taxa, contribuições e ainda poderá pagar imposto (ex. IPTU de casa que 
recebeu em doação e que não é utilizada em suas finalidades). 
6. PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS 
Art. 188 do CPC = prazo em quádruplo para contestar e dobro para recorrer. Cuidado. 
Além disso, goza de reexame necessário, salvo valor pequeno (até 60 salários mínimos) ou se a 
matéria já foi apreciada pelo pleno do tribunal. 
Se o processo não for levado ao tribunal a decisão não transita em julgado. 
7. PROCEDIMENTOS FINANCEIROS 
Sendo pessoa jurídica de direito público, seus procedimentos financeiros são públicos e, por 
isso, a autarquia está sujeita à LRF (LC 101/00) e à lei de Contabilidade Pública (4.320/64). 
8. REGIME DE PESSOAL 
Servidor público é o que trabalha em pessoa pública, pessoa jurídica de direito público 
(empresa pública e sociedade de economia mista estão fora). 
O sujeito que trabalha em uma autarquia é servidor público, pois a autarquia é pessoa jurídica 
de direito público. 
Agora; é servidor público regulado pelo regime celetista ou estatutário? 
PERGUNTA: QUAL É O REGIME JURÍDICO QUE DEVE SER APLICADO AOS SERVIDORES DAS 
AUTARQUIAS HOJE? 
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O REGIME QUE DEVE SER APLICADO AOS SERVIDORES DAS AUTARQUIAS HOJE É O REGIME 
JURÍDICO ÚNICO (COMBINANDO COM A ADMINISTRAÇÃO DIRETA). VERIFICAR ADIN. 
Lembrando que, preferencialmente, na administração direta, foi escolhido o regime 
estatutário. 
Mas se a direta tiver celetista, a autarquia também vai ter que ter celetista (ex. autarquia 
municipal cujo regime dos servidores do município é o celetista). 
Essa é a posição tranqüila hoje. 
EXEMPLOS DE AUTARQUIAS: universidades federais; INSS; IBAMA; INCRA; Agências 
Reguladoras, Conselhos de Classe. 
Sobre o CONSELHO DE CLASSE é preciso lembrar: 
Inicialmente, nascem com natureza de autarquia. Em seguida, a Lei 9.649/98 confere a eles a 
natureza jurídica de pessoa privada. Mais adiante, em sede de ADI (1717), o STF devolve a 
natureza autárquica aos conselhos, afirmado que o poder de polícia não pode estar nas mãos 
do particular. É que quando o conselho cassa a carteira de um profissional, por exemplo, isso é 
exercício do poder de polícia, e não pode estar nas mãos do particular. 
Sendo autarquia, tem-se que tais conselhos sujeitam-se à lei de contabilidade pública 
(4.320/64), sofrem controle do tribunal de contas da união, sua cobrança tem natureza 
tributária (contribuição), logo, cabe execução fiscal, e o ingresso deve se dá mediante concurso 
público. 
A OAB não pode seguir o mesmo raciocínio dos outros conselhos. A execução é comum, a 
anuidade não tem natureza tributária (STJ, STF), a contabilidade é privada, a rigor não sofre 
controle pelo tribunal de contas, além disso, diz o Supremo, não se exige o concurso público 
para os seuscontratados (lembrando que o regime é trabalhista). 
Ainda, temos que a OAB não é autarquia, mas tem privilégios de autarquia: continua com a 
competência na justiça federal, imunidade tributária, privilégios processuais, etc. 
OBS: Não se pode, portanto, dizer que a OAB é autarquia sui generis. Para o STF, tem natureza 
jurídica ímpar. 
OBS: território não é ente político, mas, sim, uma autarquia territorial (doutrina critica muito). 
 
AUTARQUIAS EM REGIME ESPECIAL 
Essa expressão surgiu no nosso ordenamento, inicialmente, para falar de universidade pública. 
Isso em decorrência de duas especialidades: eleição para escolha de dirigentes e autonomia no 
gerenciamento da grade curricular. 
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Daí em diante a terminologia passou a ser utilizada em outras situações, e, dentre elas, a mais 
importante é: agência reguladora (mas também veremos a situação das agências executivas). 
AGÊNICAS REGULADORAS 
De saída é preciso lembrar que autarquia em regime especial é uma autarquia, com todas as 
regras normais, só que com algumas peculiaridades inerentes. 
As peculiaridades que dão à agência reguladora esse regime especial são basicamente três: 
1. FUNÇÃO 
Serve para regular, normatizar e fiscalizar os diversos serviços públicos. 
Essa necessidade surge no contexto da política nacional da desestatização, que tinha como 
base transferir o serviço para a iniciativa privada, o que, muitas vezes, foi feito via concessão e 
permissão. Daí surgiu a necessidade de controle e de regulação desse serviço. 
O nome agência veio do Direito norte americano e veio para o Brasil para tentar dar mais 
credibilidade a essas pessoas jurídicas. 
Essa função de fiscalizar é antiga, mas ele decide criar uma nova pessoa jurídica com a 
desculpa de que a fiscalização será mais eficiente. 
Tem mais autonomia, mas continua não tendo capacidade política = capacidade de legislar. 
Sua normatização é sempre para normas técnicas, e é sempre complementar à previsão legal. 
2. NOMEAÇÃO DE DIRIGENTES 
Feita pelo Presidente da República, com prévia aprovação do Senado Federal. 
3. DIRIGENTES COM MANDATOS FIXOS (PRAZO DETERMINADO) 
Mas qual é o prazo? Depende da lei de cada agência reguladora. Há um projeto de lei que 
tenta unificar em 4 anos não coincidentes com o do Presidente. Mas ainda é só projeto. 
O que nós temos hoje é mandato para todo gosto, de acordo com a lei da agência. 
Pergunta: o dirigente pode sair antes de encerrar esse prazo? A lei 9.986/00 (norma geral das 
agências reguladoras) estabelece que o dirigente pode sair antes de encerrar o mandato em 
caso de: renúncia (ANAC), decisão judicial transitada em julgado e processo administrativo 
disciplinar. 
Quando o cara sai (normalmente pelo término do mandato) o dirigente fica impedido de 
trabalhar na iniciativa privada naquele ramo de atividade. É o prazo de quarentena. 
Esse prazo de quarentena, normalmente, é de 4 meses. Excepcionalmente, há duas ou três 
agências que estão com prazo de 12 meses. 
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Pronto. Tudo o mais segue as regras da autarquia. Só há duas especialidades a mais. 
- a modalidade própria de licitação das agências reguladoras é a consulta, lembrando que 
ainda não há lei definindo esse procedimento. 
- segundo o STF, o regime de pessoal da agência reguladora deve ser estatutário com cargo e 
concurso (cautelar na ADIN 2310). Todavia, o que temos na prática é um quadro de 
contratação temporária, o que é um absurdo. 
Exemplos de agências reguladoras: ANATEL, ANEEL, ANCINE, ANTAQ, ANTT, ANA, ANVISA, 
ANS, ANP. 
Cuidado! Nem tudo que tem nome de agência é verdadeiramente agência reguladora: 
Ex. ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia), ADENE (Agência de Desenvolvimento do 
Nordeste). Antigas SUDAN e SUDENE. Têm natureza de agência executiva, e não de agência 
reguladora. A AEB (Agência Espacial Brasileira) é autarquia. A ABIN (Agência Brasileira de 
Inteligência), é apenas um órgão, não tem personalidade jurídica. 
CUIDADO! A CVM (comissão de valores mobiliários) tem natureza de agência reguladora, 
apesar de não ter nome de agência reguladora. Foi alterada em 2002, mas a lei não mudou o 
nome. 
AGÊNCIAS EXECUTIVAS 
A agência executiva tem respaldo na Lei 9.649/98. 
Dentro da administração havia algumas pessoas jurídicas (autarquias, fundações), que estavam 
velhas e sucateadas, e que precisavam de uma modernização. 
Para modernizar essas pessoas o Estado dá a elas a possibilidade de modernização via 
contrato de gestão. Com o contrato o Estado dá a elas mais recursos (dinheiro) e mais 
liberdade (autonomia). Em contrapartida ela vai cumprir a tão desejada eficiência. 
Dentro desse contexto nós encontramos agências executivas como a ADA (velha SUDAN) e a 
ADENE (velha SUDENE). 
O nome agência era para ver se conseguiam dar mais credibilidade as pessoas. 
Só que para a pessoa ser declarada efetivamente uma agência executiva, é necessário um 
decreto do Presidente da República. É como se fosse um ato declaratório da natureza dessa 
pessoa. 
Então, ela celebra o contrato de gestão, mas o que dá a ela o status de agência executiva é o 
decreto do Presidente da República. 
Esse status é temporário, pois a agência será executiva enquanto estiver em andamento o 
contrato de gestão. Ex. de agência executiva, hoje, o IMETRO. 
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Só que é necessário lembrar que para que a autarquia ou fundação celebre esse contrato de 
gestão ela precisa ter um plano estratégico de reestruturação e de modernização. 
Assim, a finalidade do contrato de gestão é por em prática o plano estratégico de 
reestruturação e modernização. 
Sintetizando, os passos são: autarquias e fundações (públicas de direito público), possuindo 
plano estratégico de reestruturação e modernização, celebrarão contrato de gestão com o 
ministério supervisor, e, por Decreto Federal do Presidente, adquirirão o status de agência 
executiva. 
Como a doutrina critica muito, deixou de aparecer em provas. 
 
CONSÓRCIOS PÚBLICOS – ASSOCIAÇÕES 
Foram introduzidos a partir da Lei 11.107/05. Essa lei introduziu os novos consórcios públicos. 
Não se confundem com os velhos convênios e consórcios enquanto reunião para finalidade 
comum. Estes não criam nova pessoa jurídica e estão lá na lei 8.666. 
Os velhos consórcios traduziam a reunião de esforços de entes da mesma natureza: dois 
municípios, dois estados. 
Não deveriam ter usado o mesmo nome, todavia, infelizmente usaram, mas são institutos com 
natureza diferente. 
A única coincidência é que o consórcio público também tem por finalidade a gestão associada. 
Ele também busca reunião de esforços. Ele também busca interesses comuns. 
Mas como funciona? 
1º. Só se admite o consórcio público da lei 11.107/05, com a reunião de entes políticos. 
Para a constituição de um consórcio público, os entes políticos da administração direta 
celebram um contrato. Esses consórcios têm natureza de contrato administrativo. 
União, estados, municípios e DF podem se reunir em uma gestão associada, e buscando essa 
gestão associada eles celebram um contrato de consórcio público. 
Atenção! Deste contrato de consórcio público vai ser criada uma nova pessoa jurídica. Daí 
surge uma nova pessoa jurídica que é chamada de associação. 
A associação não se confunde com o ente político. É uma nova pessoa jurídica. 
Essa associação poderá ser de direito público ou de direito privado. 
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Sendo entes políticos, logo, pessoas públicas se reunindo, o ideal é que essa nova pessoa 
também seja uma pessoa pública, pessoa jurídica de direito público. Só que a Lei 11.107 disse 
que a associação também pode ter natureza de direito privado. 
Se ela é uma associação de direito público, o entendimento é que a natureza é de autarquia. 
Inclusive, alteraram o art. 41 do CC para incluir a associação pública do lado da autarquia. É 
espécie, modalidade de autarquia (autarquia intergorvenamental, nas palavras de CELSO 
ANTÔNIO). 
(SE É MODALIDADE DE AUTARQUIA, ESPÉCIE DE AUTARQUIA, AUTARQUIA 
INTERGOVERNAMENTAL, NAS PALVRAS DE CELSO, NÃO HÁ QUE SE FALAR EM ENTE DA 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DOTADO DE AUTONOMIA) 
Mas se ela é uma associação de direito privado, o seu regime é o mesmo da empresa pública e 
da sociedade de economia mista. É o tal regime híbrido que nós vamos explicar daqui em 
diante. A própria lei traz uma natureza híbrida para essa situação. 
Esses novos consórcios públicos estão sendo bastante utilizados para a preservação ambiental. 
Também já se idealizou consórcio público para montar indústria de reciclagem de lixo. Os 
municípios estão se reunindo e montando, em conjunto, uma indústria de reciclagem de lixo. 
Só que quem vai gerir e administrar essa indústria de reciclagem é a associação. 
 
EMPRESAS ESTATAIS – EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Atenção! Eu não utilizei a expressão empresas parestatais. Cuidado, porque tem autor ainda 
falando de paraestatal. 
Lembrando que, na expressão paraestatal, esse prefixo PARA significa AQUILO QUE ESTÁ AO 
LADO DE. E essas pessoas não estão ao lado da administração, mas sim dentro. 
Cuidado, nem toda empresa de que o Estado faça parte é uma EP ou SEM. Para ser uma EP ou 
SEM ela tem que ter natureza de, tem que ser criada para isto, com essa finalidade. 
Feito isso, nós vamos conceituar, marcar as diferenças, e depois analisaremos o regime jurídico 
das duas ao mesmo tempo (afinal, hoje é o mesmo). 
 
EMPRESA PÚBLICA 
Inicia-se o conceito com o regime jurídico, logo, trata-se de pessoa jurídica de direito privado. 
Cuidado. O nome empresa pública é em razão do capital, que, neste caso, é exclusivamente 
público. Mas é pessoa privada. 
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Regime de direito privado que sofre derrogação (parcial) por normas de direito público; por 
isso se diz que seu regime jurídico é híbrido. 
Outro cuidado. O fato de ter capital exclusivamente público não significa de um só ente, não 
significa que ela pertença a uma mesma pessoa. Então eu posso ter a União com o estado, um 
estado com município, dois estados, um estado com uma autarquia, etc. 
Uma EP pode ter duas finalidades: prestação de serviço público ou exploração de atividade 
econômica. 
Deve-se lembrar, ainda, que essa empresa pode ser constituída de qualquer modalidade 
empresarial. 
Exemplos de EP: Correios, Caixa, BNDES, Casa da Moeda. 
 
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
Também é pessoa jurídica de direito privado, só que o seu capital é misto (parte pública e 
parte privada), sendo que a parte pública tem que representar a maioria votante desse capital. 
A administração dessa empresa, o poder de decisão, tem que estar nas mãos do poder público, 
por isso que a maioria do capital votante tem que estar nas mãos do poder público. 
Vale lembrar que as finalidades são as mesmas, pois a SEM também tem como papel, 
prestação de serviço público e exploração de atividade econômica. 
E por último, a sociedade de economia mista só pode ser constituída na forma de S/A. 
Exemplos de SEM: Petrobras, Banco do Brasil. 
PONTOS DISTINTIVOS ENTRE EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
1. CAPITAL – EP exclusivamente público / SEM misto. 
2. CONSTITUIÇÃO – EP qualquer modalidade empresarial / SEM só S/A. 
3. COMPETÊNCIA – EP federal = justiça federal / SEM federal = justiça estadual. 
Em sendo EP ou SEM estadual, naturalmente a competência será da justiça estadual. 
FINALIDADE 
É muito comum escutarmos que a EP e a SEM seguem o regime híbrido, ora público, ora 
privado. Mas na hora da prova, como você vai saber se naquele ponto específico o regime é 
mais público ou mais privado? 
A ideia é: ora eu tenho serviço público, e, em decorrência disso, eu tenho um regime mais 
público que privado. Ora eu tenho atividade econômica, e esse regime vai ser mais privado do 
que público. 
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Com isso percebemos que a finalidade diz muito sobre a empresa. Se a finalidade é prestar 
serviço público, o regime quase se iguala ao das autarquias. Já se a finalidade é explorar 
atividade econômica, o regime vai se aproximar mais do da iniciativa privada. 
REGIME JURÍDICO 
Vamos seguir com as duas pessoas ao mesmo tempo, e nós vamos marcando algumas 
diferenças se acontecer no caminho, ok? 
1. PROCESSO FALIMENTAR 
A lei 11.101/05, no art. 2º, afirma categoricamente que EP e SEM não se sujeitam à falência, 
nem se prestam serviços públicos, e nem se exploram atividade econômica. 
Para CELSO, se explora atividade econômica cabe falência. NÃO ADOTAR EM PROVA. 
2. RESPONSABILIDADE CIVIL 
EP/SEM – PREST. SERVIÇO PÚBLICO – R. OBJETIVA – ESTADO RESPONDE SUBSIDIRIAMENTE. 
EP/SEM – EXPL. ATIVIDADE ECONÔMICA – R. SUBJETIVA (D. CIVIL) – ESTADO NÃO RESPONDE. 
Essa é a regra, salvo alguns contratos de consumo em bancos SEM que atraem a 
responsabilidade objetiva. 
3. LICITAÇÃO 
EP e SEM prestadora de serviço público, se submete à Lei 8.666 sem nenhuma dúvida. 
EP e SEM exploradora de atividade econômica, poderiam ter estatuto próprio (art. 173, § 1º, 
III), com a lei não veio, aplica-se a norma geral da lei 8.666. 
É que, à luz do art. 173, § 1º, III, CF, EP e SEM exploradora de atividade econômica poderão ter 
estatuto próprio, por lei específica, para licitações e contratos. Como a lei ainda não veio, não 
só as prestadoras de serviço público, mas também as exploradoras de atividades econômicas 
se sujeitam à 8.666. 
AGU – EP e SEM, na atividade fim, não precisa licitar. CERTO ou ERRADO? CERTO. 
O art. 25 da lei diz que a licitação será inexigível quando inviável, e elenca um rol 
exemplificativo. 
A licitação, como se sabe, visa proteger o interesse público, mas quando a mesma prejudicar 
esse interesse, ela não deverá acontecer, logo, será inviável. 
É pressuposto jurídico da licitação o interesse público, e se licitar prejudicar esse interesse, 
faltará pressuposto de viabilidade para licitação. 
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Em decorrência disso, se diz que se a EP e SEM forem licitar na atividade fim haverá prejuízo 
ao interesse público, afinal, a licitação se tornará inviável. Como conseqüência, se diz que, 
neste caso, a licitação é inexigível. 
Ex. empresa gráfica para rodar panfleto de determinada empresa (atividade fim = atividade 
gráfica) não precisa licitar, pois se o fizesse para comprar papel e tinta demoraria tanto que a 
empresa iria desistir. Logo, a licitação na atividade fim é inexigível por ser inviável. Se fosse 
construção de nova sede tinha que licitar, pois construção não é sua atividade fim. 
OBS: A Petrobras, e só ela, tem procedimento simplificado conferido pela lei 9.478/97 (Lei que 
instituiu a ANP). Essa lei foi objeto de ADI, mas estranhamente o STF declarou a 
constitucionalidade de procedimento simplificado. 
4. TRIBUTÁRIO 
Se EP e SEM prestadora de serviço público, aplica-se o art. 150, § 3º. Diz o dispositivo:se ela 
for prestadora de serviço público e o preço do tributo não for embutido no preço do serviço, 
ela goza de imunidade recíproca. Se o valor for repassado no preço do serviço, ela não tem o 
privilégio da imunidade recíproca. 
Na prática há imunidade hoje em relação aos serviços exclusivos do Estado, como o serviço 
postal pelos Correios e a administração dos aeroportos pela Infraero. 
Se EP e SEM exploradora de atividade econômica, aplica-se o art. 173, § 2º. Diz o dispositivo: 
tais pessoas não têm privilégios não extensíveis à iniciativa privada. Logo, tem de pagar. 
5. REGIME DE PESSOAL 
Como servidor é só quem trabalha em pessoa pública, os que trabalham em EP e SEM não são 
servidores públicos. Até é agente público (como mesário tb. é), mas não é servidor público. 
Para a doutrina, quem trabalha nessas empresas é chamado de servidor de ente 
governamental de direito privado. 
O regime é de emprego. Esse sujeito é um empregado, e segue o regime contratual, o regime 
celetista. 
Cuidado. Não são servidores públicos, mas se equiparam em alguns aspectos. 
Ex. tem que prestar concurso; não-acumulação de cargo ou emprego; estão sujeitos ao teto 
(salvo quando essas pessoas jurídicas não receberem dinheiro para custeio - art. 37, § 9º), lei 
de improbidade, autoridade para fins de remédios constitucionais, funcionários públicos para 
fins penais, etc. 
Na dispensa não há equiparação, pois sua dispensa é imotivada – salvo no caso dos Correios (S 
390 + OJ 247 do TST). Assim, na dispensa o empregado é diferente do servidor. 
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Ademais, uem julga o empregado é a justiça do trabalho, quem julga servidor (estatutário) é a 
comum. 
6. REGIME DE BENS 
Como o regime é privado, os bens dessas pessoas são penhoráveis (prestadoras de serviço ou 
exploradoras de atividade). 
Entretanto, os bens seguirão o regime de bens públicos se eles estiverem diretamente ligados 
à prestação dos serviços públicos. O fundamento é o princípio da continuidade. Doutrina 
majoritária. 
OBS: Os bens dos correios são impenhoráveis. Isso porque, pelo fato de ele prestar serviço 
exclusivo do Estado, a ele foi atribuído tratamento de fazenda pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
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São instrumentos e prerrogativas que tem o Estado para a busca de seus interesses. 
O poder enquanto prerrogativa é algo abstrato, mas esse poder é materializado através de 
atos administrativos (demissão, aplicação de multas de trânsito...). 
Não se deve confundir poderes da administração (prerrogativas, instrumentos, objeto do 
nosso estudo), como poderes do Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário - elementos 
estruturais, orgânicos ou organizacionais do Estado, objeto de Estudo do Direito 
Constitucional). 
Só mais um alerta. Quando nós estudamos poderes da administração, alguns autores chegam 
a fazer referência aos chamados poderes do administrador. Poderes do administrador são as 
prerrogativas do agente enquanto pessoa física, na qualidade de agente. 
Em aula seguinte, nós vamos estudar o abuso desse poder, nas figuras do excesso de poder e 
desvio de finalidade. Esses defeitos serão estudados dentro de atos administrativos. 
 
CARACTERÍSTICAS 
a) PODER-DEVER 
Os poderes da administração são de exercício obrigatório. 
Em decorrência dessa obrigatoriedade, para CELSO melhor seria falar em DEVER-PODER. 
CELSO diz: olha, para evitar os abusos, o dever é mais importante, então ele deveria aparecer 
em primeiro lugar. E aí CELSO vem falando de não mais poder-dever, mas sim dever-poder. 
É a mesma coisa. Apenas para você saber do posicionamento. 
b) IRRENUNCIABILIDADE 
O administrador não pode abrir mão do instrumento, da prerrogativa. 
A irrenunciabilidade decorre: 
- da indisponibilidade do interesse público. 
- do princípio geral do direito que diz: o administrador de hoje não pode criar entraves para o 
administrador de amanhã; a renúncia de hoje significa prejudicar o futuro administrador. 
c) LIMITABILIDADE 
O exercício dessas prerrogativas, apesar de obrigatório, possui limites estabelecidos pela lei, 
que devem ser observados. 
Ex. de limite são as regras de competência. O agente para exercer o poder tem que ser a 
autoridade competente. Outro exemplo é a dissolução de uma passeata tumultuosa, que em 
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respeito à proporcionalidade não pode ceifar a vida dos manifestantes só porque estão 
fazendo tumulto. 
Assim, como limite aos poderes, e, principalmente, ao poder de polícia, eu tenho o limite da 
necessidade, adequação e proporcionalidade. 
E se o nosso administrador extrapola esses limites, cabe responsabilização. Em caso de 
exagero e em caso de abuso do administrador, ele vai ser responsabilizado. É a próxima 
característica. 
d) PODE ENSEJAR RESPONSABILIZAÇÃO 
Em caso de exagero e abuso por parte do administrador, ele vai ser responsabilizado. A 
responsabilização pode decorrer de uma ação bem como de uma omissão. 
E aqui vai uma dica. Na hora da prova (pra você que pensa em fazer procuradoria), sempre 
aponte as responsabilidades do administrador. 
Se cair para você dar um parecer: “é possível contratar diretamente com dispensa e 
inexigibilidade de licitação? É possível aplicar a pena de demissão ao servidor?”. Você até vai 
aconselhar, mas não deixe de colocar no seu parecer um parágrafo sobre a responsabilidade. 
Você diz: “em caso de desrespeito a essa regra, o administrador poderá ser responsabilizado 
por isso e por isso”. Os examinadores estão bem de olho nisso, e está contando bastante 
ponto na correção. 
 
ESPÉCIES DE PODER 
Atenção. Para doutrina tradicional (HELY), há que se falar em poder vinculado e discricionário. 
Para a moderna (CELSO), o que pode ser vinculado ou discricionário não é o poder, mas sim o 
ato. Por exemplo, eu posso exercer o poder de polícia concedendo uma licença, que é um ato 
vinculado. E eu posso exercer poder de polícia concedendo uma autorização que é um ato 
discricionário. 
1. PODER VINCULADO e DISCRICIONÁRIO 
Aqui se analisa o grau de liberdade. 
Conduta vinculada é aquela em que o administrador não tem liberdade de escolha, juízo de 
valor, conveniência e oportunidade. Preenchidos os requisitos legais o administrador está 
obrigado a praticar o ato. Ex. concessão de aposentadoria, licença para dirigir, construir, etc. 
Discricionário é o ato em que o administrador tem liberdade de escolha, juízo de valor, 
conveniência e oportunidade. Aqui há alternativas e o administrador pode escolher entre elas. 
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Mas atenção! O administrador tem liberdade nos limites da lei. O que extrapolar é ato 
arbitrário e ilegal que tem que ser retirado do ordenamento. 
Ex. permissão de uso da calçada, que é uma permissão de uso de bem público (o administrador 
analisa o caso concreto e diz: essa rua é tranquila, pode colocar as mesas na calçada. Ou diz, 
essa rua é perigosa, por isso não concedo a permissão); circulação de veículos acima do peso e 
medida. 
2. PODER REGULAMENTAR 
DI PIETRO prefere chamar de poder normativo, pois não se limita ao regulamento. 
Nós já aprendemos em várias oportunidades que o administrador não pode fazer leis, não tem 
capacidade política ou legislativa. 
Nesse passo, o poder regulamentar tem por objetivo normatizar, regulamentar,definindo 
normas complementares à previsão legal. E além de complementar a lei, com este ato este 
poder viabilizar a sua fiel execução. 
Ex. A Lei do pregão (10.520/02), deve ser utilizada para bens e serviços comuns. O que é isso? 
Lei penal que veda a comercialização de substâncias entorpecentes. Mas quais são elas? 
A partir daí o poder regulamentar vai complementar a lei buscando a sua fiel execução. 
Exemplos de atos no poder regulamentar: regulamento, portarias, instruções, deliberações, 
regimentos... O principal é o regulamento. 
Mas o que é decreto? O que é regulamento? E qual a diferença entre os dois? 
Sempre que um ato vai normatizar, disciplinar uma situação, nós vamos chamá-lo de 
regulamento. O nome, portanto, decorre do conteúdo do ato. 
Todavia, quando esse regulamento é elaborado, para que ele seja publicado no diário oficial 
ele ganha algo parecido com uma moldura. E esse formato ou moldura é o que nós chamamos 
de decreto. 
Assim, regulamento é o nome que nasce do conteúdo. O decreto nada mais á do que a forma, 
a moldura desse ato. 
Atenção! Nem todo decreto é regulamentar. Ex. decreto de nomeação de José para o cargo X. 
Mas se o decreto tiver no recheio (conteúdo) um regulamento, ele será um decerto 
regulamentar. 
Quem elabora o decreto regulamentar, ordinariamente é o chefe do executivo. 
Dentro desse contexto precisamos lembrar que, apesar de possuir duas modalidades, o 
regulamento nasceu com a finalidade principal que é ser executivo. 
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Como o próprio nome diz, o regulamento executivo visa dar execução a lei (complementa a lei 
permitindo a sua fiel execução). 
Ex. de regulamento executivo: art. 84, IV da CF = competência do Presidente. Essa é a regra. 
Só que no direito comparado, e hoje no Brasil, você vai encontrar a modalidade de 
regulamento autônomo, que é exceção e não pode ser tido como regra. 
E não pode porque, ao invés de complementar a lei, ele faz o papel da própria lei. Ele substitui 
a lei podendo criar obrigações que não estejam previstas em lei. 
O regulamento autônomo tem o seu fundamento de validade na própria Constituição. Ele pula 
a etapa da lei porque ele age no próprio papel da lei. 
Ex. cargo se cria por lei, e, por simetria, deve ser extinto por lei. Só que a Constituição diz que é 
possível a extinção de cargo por decreto, logo, estou falando de um decreto que está 
substituindo uma lei. 
O art. que caracteriza esse regulamento autônomo na CF é o 84, VI, introduzido pela EC 32. 
Hoje se admite. Mas lembre: esse não é o texto original da Constituição. Essa matéria veio via 
emenda constitucional nº 32. 
O art. 84, IV, é o executivo. O art. 84, VI, é o autônomo e diz: o Presidente da República poderá 
por decreto: 
- organizar a estrutura da administração. 
- extinguir cargo vago. 
Essa é a posição tranquila de reconhecimento de autônomo, a despeito da posição de HELY 
(autônomo é possível em qualquer caso), e de CELSO (autônomo não é possível nunca). 
STF – é possível regulamento autônomo no Brasil apenas quando autorizado pela CF. 
3. PODER HIERÁRQUICO 
CELSO ANTÔNIO prefere chamar de PODER DO HIERARCA. 
Falar em poder hierárquico é lembrar o exercício de hierarquia. E este exercício começa com o 
ato de estruturar, escalonar e hierarquizar os quadros da administração. Essas são as 
palavras-chaves. 
Estabelecida a hierarquia, dentro do poder hierárquico, posteriormente o administrador pode: 
dar ordens; delegar e avocar funções; fiscalizar e controlar a atuação dos seus subordinados; 
rever os atos desses subordinados, inclusive, julgando recursos administrativos. 
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Agora imagine que nessa fiscalização da atuação dos subordinados o administrador identifica 
uma infração funcional. Comprovada essa infração poderá o administrador punir e aplicar a 
sanção. 
Aplicar sanção por infração funcional é exercício do poder hierárquico, mas é exercício do 
poder hierárquico exercitando, também, poder disciplinar. 
Para a doutrina, o poder disciplinar é consequência do poder hierárquico. Porque quando o 
nosso chefe fiscaliza e controla, ele tem a possibilidade de aplicar sanção. 
E aplicar sanção por infração funcional significa exercício de poder disciplinar. 
Por isso a doutrina diz que o poder disciplinar é resultado da hierarquia. 
Para prova, sanção é poder disciplinar e também hierárquico. Se só puder um, é disciplinar. 
Dada a alta incidência em provas e concurso, pedimos licença para colacionar trecho da Lei de 
Processo Administrativo no âmbito federal (9.784/99) que será extremamente útil para a 
resolução de questões referentes à temática da DELEGAÇÃO e da AVOCAÇÃO de 
competências. 
CAPÍTULO VI 
DA COMPETÊNCIA 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como 
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte 
da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente 
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, 
jurídica ou territorial. 
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos 
colegiados aos respectivos presidentes. 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
§ 1
o
 O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do 
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de 
exercício da atribuição delegada. 
§ 2
o
 O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
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§ 3
o
 As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegado. 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, 
quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. 
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a 
autoridade de menor grau hierárquico para decidir. 
4. PODER DISCIPLINAR 
Quando nós falamos em poder disciplinar, nós temos, basicamente, a idéia de aplicar sanção 
por infração funcional. 
Porém, em verdade, numa perspectiva mais ampla, poder disciplinar significa aplicação e 
sanção em relação a todos aqueles que possuem algum tipo de vínculo jurídico específico com 
a Administração. 
O vínculo funcional é um deles, mas não é o único. Como exemplo de outros vínculos é 
possível citar o contrato (vínculo que liga um particular concessionário de serviço com a 
Administração Pública) e a matrícula (vínculo que liga um particular aluno com o Estado 
prestador do serviço público de educação). 
Neste caso, como há vínculo, a aplicação da sanção decorre de uma SUPREMACIA ESPECIAL. 
Ou seja, é aplicação de sanção em relação àqueles que, de algum modo, estão na intimidade