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Técnica de Energia Muscular 2

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ENERGIA MUSCULAR 
 
1) INIBIÇÃO AUTOGÊNICA 
 
 A inibição autogênica é definida como uma inibição mediada pelas fibras aferentes 
de um músculo alongado, que atua nos neurônios motores alfa, que suprem esse músculo, 
fazendo com que ele relaxe. Quando um músculo é alongado, os neurônios motores que 
suprem esse músculo recebem impulsos excitatórios e inibitórios, provenientes dos 
receptores. Caso o alongamento continue por um período ligeiramente longo, os sinais 
inibitórios dos órgãos tendinosos de Golgi acabarão superando os impulsos excitatórios, 
provocando, portanto, o relaxamento. Os neurônios motores inibitórios recebem impulsos 
dos órgãos tendinosos de Golgi, enquanto o fuso muscular cria uma excitação reflexa 
inicial que leva à contração. Esses órgãos tendinosos de Golgi enviam, aparentemente, 
impulsos inibitórios que puderam enquanto a tensão estiver aumentada (o que pode ser 
resultante do alongamento passivo ou da contração ativa) e, no final, acabam dominando os 
impulsos mais fracos provenientes do fuso muscular. Essa inibição parece proteger o 
músculo contra lesões que resultariam de contrações reflexas decorrentes do alongamento 
excessivo. 
 
2) INIBIÇÃO RECÍPROCA 
 
 A inibição recíproca, trata das relações entre os músculos agonista e antagonista. 
Os músculos que contraem para produzir o movimento articular são denominados 
agonistas, e o movimento resultante é denominado padrão agonista. Os músculos que se 
alongam para permitir que o padrão agonista ocorra são denominados antagonistas. O 
movimento oposto ao padrão agonista é denominado padrão antagonista. 
 Quando os neurônios motores do músculo agonista recebem impulsos excitatórios 
provenientes dos nervos aferentes, os neurônios motores que suprem os músculos 
antagonistas são inibidos pelos impulsos aferentes. 
 Desse modo, a contração ou alongamento prolongado do músculo agonista produz o 
relaxamento ou a inibição do antagonista. Do mesmo modo, um alongamento rápido do 
músculo antagonista facilita a contração do agonista. Para a facilitação e/ou inibição dos 
movimentos, a técnica de FNP depende largamente das ações dos grupos musculares 
agonistas e antagonistas. 
 O último ponto de esclarecimento deve ser relacionado à inibição autogênica e 
recíproca. Os neurônios motores da medula espinhal sempre recebem uma combinação de 
impulsos inibitórios e excitatórios, provenientes dos nervos aferentes. Se esses neurônios 
motores serão exercitados ou inibidos, dependerá da proporção desses impulsos. 
 
 
3) NEUROFISIOLOGIA 
 
 Todas as técnicas de alongamento são baseadas na premissa do alongamento 
reflexo, que envolve dois receptores musculares - o órgão tendinoso de Golgi (OTG) e o 
fuso muscular – que são sensíveis às mudanças no comprimento muscular. O OTG é 
afetado, também, pelas mudanças de tensão muscular. Esses receptores devem ser 
considerados no processo de seleção de qualquer técnica de alongamento. A musculatura 
intrafusal responde ao alongamento rápido desencadeando uma contração reflexa do 
músculo alongado. Se o alongamento é sustentado (por no mínimo seis segundos), esse 
mecanismo protetor pode ser interrompido pela ação do OTG, o qual sobrepõe os impulsos 
do fuso muscular. O relaxamento reflexo que resulta é chamado de inibição autogênica, e 
isso permite o alongamento efetivo do tecido muscular. Além disso, uma contração 
isotônica de um músculo agonista causa um relaxamento reflexo no músculo antagonista, 
permitindo que este se alongue. Esse fenômeno é referido como inibição recíproca. De 
modo inverso, um alongamento rápido do músculo antagonista causará a contração do 
músculo agonista. Por exemplo, quando o músculo quadríceps femoral se contrai, um 
relaxamento reflexo dos músculos isquiostibiais ocorre. Em outras palavras, uma vez que o 
músculo ou músculos tensionados são identificados, uma contração isotônica de seu 
antagonista resultará no relaxamento dos músculos tensionados e numa melhora na 
amplitude do movimento. Inibição autogênica e inibição recíproca são dois componentes 
sobre os quais o alongamento pela facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) é 
baseado). 
 
 
4)TÉCNICA DE ENERGIA MUSCULAR 
 
 Ninguém merece crédito individual pela TEM, mas seu começo no trabalho 
osteopático deve ser atribuído a Fred Mitchell Sr., em 1958. Desde então, seu filho 
(Mitchell et al., 1979) e muitos outros, desenvolveram um sistema de métodos 
manipulativos altamente sofisticado (F. Mitchel Jr.,professor de procedimentos 
biomecânicos, American Academy of Osteopathy, 1976) no qual o paciente “usa seus 
músculos ,sob solicitação, a partir de uma posição precisamente controlada em uma direção 
específica, em oposição a uma contraforça distintamente executada”. 
O professor de biomecânica Philip Greenman afirma (Greenman, 1989): 
A função de qualquer articulação do corpo que pode ser movida por ação muscular 
voluntária,direta ou indiretamante, pode ser influenciada pelos procedimentos de energia 
muscular... As técnicas de energia muscular podem ser usadas para alongar um músculo 
encurtado,contraturado ou espástico; para fortalecer um músculo ou grupo de músculos 
fisiologicamente enfraquecido; e para reduzir edema localizado, atenuar congestão passiva 
e mobilizar uma articulação com mobilidade restrita. 
 
 
• As técnicas de energia muscular estão estreitamente relacionadas às técnicas usadas 
para liberação dos Pgs e, por isso, são de considerável interesse. São procedimentos 
osteopáticos que, por definição, são usados para mobilizar articulações em que o 
movimento é restrito, alongar músculos e fáscias rígidos, melhorar a circulação 
local e equilibrar os relacionamentos neuromusculares para alterar o tônus 
muscular. 
• A contração isométrica do músculo estirado provocará um estiramento dos fusos 
neuro-musculares e dos receptores de Golgi, assim à medida que estiramos, os 
relaxamos e utilizamos progressivamente, a tensão do músculo para encontrar uma 
longitude normal. 
• Após as contrações os fusos musculares se inibem devido aos OTGs. 
- Durante a técnica se mobiliza de forma passiva a articulação conservando a barreira 
que construída no máximo da amplitude articular. 
 O terapeuta irá receber a informação sobre os tecidos e aumenta ou diminui a 
intensidade da ação em função de suas sensações. 
 
A) Tipos de contração muscular 
 
 Greenman, 2001, relata que existem quatro tipos de contração muscular na técnica 
de energia muscular: isométrica, concêntrica isotônica, excêntrica isotônica e “isolítica”. 
Usando o cotovelo como exemplo, iremos ver como funciona cada uma dessas contrações. 
O paciente mantém o cotovelo flexionado e o terapeuta segura o antebraço e o ombro 
distais. O paciente é instruído a trazer o punho até o ombro enquanto o terapeuta mantém o 
punho e o ombro na mesma posição relativa. A força imposta quando o paciente contrai o 
bíceps possui uma contraforça igual aplicada pelo operador. O resultado é uma contração 
isométrica do bíceps braquial. O tônus muscular aumenta, mas a origem e a inserção não se 
aproximam. 
 A contração isotônica concêntrica ocorre durante o processo de segurar um peso na 
mão e trazê- lo ao ombro aumentando a flexão no cotovelo. A contração isotônica 
concêntrica do bíceps braquial aumenta o tônus muscular, e a origem e a inserção são 
aproximadas. 
 A contração isotônica excêntrica ocorre quando o peso que havia sido trazido até o 
ombro volta à posição inicial por aumento da quantidade de extensão do cotovelo. Há tônus 
dentro do bíceps do braço, permitindo que a origem e a inserção se separem de maneira 
suave e fácil quando o cotovelo se estende e o peso é retirado do ombro. 
 A contração “isolítica” ocorre quando o cotovelo é flexionado a 90º e o paciente 
tenta aumentar a flexão docotovelo trazendo a mão para o ombro, enquanto o terapeuta 
segura o ombro e o punho, estendendo energeticamente o cotovelo contra o esforço do 
paciente de contrair concentricamente o bíceps braquial. Procedimentos “isolíticos” devem 
ser usados com cautela no alongamento de músculo com contratura ou hipertonia grave, 
porque há risco de ruptura da junção musculotendinosa, da inserção do tendão no osso ou 
das próprias fibras musculares. 
 
B) Fisiologia muscular 
 
 A técnica de energia muscular utiliza os princípios altamente complexos da 
fisiologia muscular e do controle motor. Está além do escopo deste volume descrever todos 
os elementos envolvidos, devendo o leitor consultar um texto de fisiologia para 
aprofundar-se nos detalhes. 
 Os músculos são compostos de fibras extrafusais e intrafusais. As extrafusais são 
inervadas por neurônios motores α. No tônus em repouso normal, algumas fibras 
contraem-se enquanto outras permanecem em estado, de modo que as fibras não se 
contraem simultaneamente. As fibras intrafusais, ou fusos, são dispostas em série com as 
extrafusais e sua função é monitorar o tamanho e o tônus do músculo. O fuso é inervado 
por fibras γ que determinam o comprimento e o tônus do músculo. Quando o fuso é 
estimulado por alongamento ou contração muscular, fibras nervosas tipo II aferentes 
projetam informações para a medula espinal. O fuso é sensível tanto à alteração de 
comprimento quanto à velocidade dessa alteração. Por intermédio de sistemas de controle 
centrais complexos, o fuso é pré-definido para a ação prevista do músculo. Se a ação do 
músculo e a definição do fuso não forem congruentes, poderá haver anormalidade no tônus 
muscular. É essa uma das formulações hipotéticas da disfunção somática, ou seja, o 
desequilíbrio do tônus muscular hipertônico. O aparelho tendinoso de Golgi fica disposto 
em série em relação à fibras extrafusais, sendo sensível a tensão muscular. Quando o 
músculo se contrai ou é submetido ao alongamento passivo, ocorre acúmulo de tensão no 
aparelho tendinoso de golgi, que fornece informações por meio de fibras IB, resultando em 
inibição do estímulo proveniente do neurônio motor α. 
 
 
C) Realização da técnica 
 
 A experiência clínica demonstrou que três a cinco repetições de esforço muscular, 
de 3 a 7 segundos cada, são eficazes terapêuticamente. A experiência indicará ao terapeuta 
a necessidade de contração mais longa ou de mais repetições. A contração isométrica 
necessária não precisa ser muito forte. É importante que ela seja continuada e que o 
comprimento do músculo seja mantido o mais isométrico possível. Depois da contração 
continuada, porém leve, deve ocorrer uma pausa momentânea antes do terapeuta alongar o 
músculo encurtado e contraído até um novo comprimento de repouso. Os procedimentos 
isotônicos requerem contração enérgica por parte do paciente, já que a intenção do 
terapeuta é restabelecer o disparo das fibras musculares e fazer com que elas trabalhem o 
mais intensamente possível, resultando em relaxamento do antagonista. O músculo deve 
contrair-se em toda a sua amplitude. Depois de qualquer procedimento de energia muscular, 
o paciente deve relaxar antes de reposicionar-se contra uma nova barreira de resistência. 
 
D) Outra forma de realizar a Energia Muscular 
 
 Teste 100% da força muscular, sendo utilizado apenas 50% da força; 
 Passar a noção de apnéia inspiratória; 
 Teste da barreira tecidual (Tp busca a barreira tecidual); 
 Paciente inspira, faz 50% de força muscular e no final da inspiração entra em apnéia 
inspiratória; 
 Paciente mantém 7 a 15” (apnéia e contração isométrica pois o Tp oferece 
resistência ao movimento) ou até quando conseguir agüentar; 
 Após esse período o paciente expira e relaxa a musculatura; 
 Paciente realiza 3 ciclos respiratórios, na terceira expiração o Tp busca uma nova 
barreira tecidual; 
 Inicia todo o processo da TEM novamente. 
 
Observação: Essa manobra pode ser repetida quantas vezes for necessária, até atingir a 
amplitude muscular normal. 
 
Erros do paciente durante a TEM (Geralmente baseados na instrução inadequada do 
operador!) 
 
• A contração é muito difícil. 
• A contração está na direção errada 
• A contração não é mantida por tempo suficiente 
• O paciente não relaxa completamente após a contração. 
 
Erros do terapeuta durante a TEM 
 
• Contraforça inadequada à contração 
• Mover para uma nova posição muito precipitadamente após a contração (há em 
torno de 25 segundos de liberação de tônus muscular refratário, durante o qual uma 
nova posição pode facilmente ser adotada)

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