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DIREITO TRIBUTÁRIO

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DIREITO TRIBUTÁRIO
INTRODUÇÃO: o tributo pode ser pago diretamente (através de guia constando o nome e CPF/CNPJ do contribuinte) ou indiretamente (embutido no preço de produtos e/ou serviços).
TRIBUTOS: é a receita destinada ao Estado ou a ente que desempenha função pública. Trata-se de um gênero.
→ Existem 13 tipos de impostos, que é uma espécie de tributo. Há Impostos da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios e do Distrito Federal (o DF tributa tanto no âmbito estadual quanto no municipal).
→ Todo tributo é pago porque existe lei, e só existe a lei porque o tributo encontra-se previsto no texto constitucional. Em suma, com a previsão constitucional, o ente que tiver a competência de arrecadar os tributos, criará uma lei regulamentando-o; enquanto não surgir esta lei, também não surgiu propriamente o tributo.
IMPOSTOS DA UNIÃO
→ Imposto de Renda (IR)                                            
→ Imposto sobre Prod. Industrializado (IPI)                 	 
→ Imposto Territorial Rural (ITR)                                 
→ Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
→ Imposto de Importação (II)	
→ Imposto de Exportação (IE)
→ Imposto sobre Grandes Fortunas (ISGF) – só há previsão constitucional, na prática
ainda não existe.
IMPOSTOS DO ESTADO E DF
→ Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS)
Serviço de transporte interestadual
Serviço de telecomunicação	
→ Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA)
→ Imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos
IMPOSTOS DO MUNÍCIPIO
→ Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
→ Imposto sobre Serviços (ISS) – salvo as modalidades que se encaixam no ICMS.
→ Imposto sobre Transmissão de bens imóveis por ato inter vivos a título oneroso.
RECEITAS PÚBLICAS: em suma, todo o dinheiro que, de alguma maneira, entra para os cofres do Estado é receita pública. 
→ Quando o dinheiro entra definitivamente nos cofres públicos é denominado de receita pública. De outro lado, o dinheiro que o Estado obtém, mas num momento posterior deve devolver (empréstimos estatais) vão gerar a chamada dívida pública. 
CLASSIFICAÇÃO
→ Receitas Originárias;
→ Receitas Derivadas;
→ Receitas Transferidas e
→ Compensação Financeira.
→ Divisão clássica dos tributos: são espécies clássicas de tributos (art. 5º, do Código Tributário Nacional): divisão bipartida ou tripartida.
IMPOSTO (ART. 16, CTN): tem como fato gerador uma situação da vida do particular, tendo como base indicativos da capacidade de contribuir. 
→ são três situações que dão origem aos impostos: patrimônio (IPTU; IPVA, etc); renda (IR); produção de circulação de bens ou riquezas; 
→ é pago sem que haja uma contraprestação: se paga imposto simplesmente porque o Estado precisa de dinheiro. [1: Exemplo: quem paga 150 mil reais de imposto de renda não pode exigir vaga para o filho numa faculdade pública de medicina; porém, pode exigir atendimento em hospital público, não porque paga imposto, e sim porque é um serviço geral.    ]
TAXA (ART. 77, CTN): tem como fato gerador uma atividade da vida do Estado (uma prestação de serviços público ou poder de polícia no Estado) e exige uma contraprestação. [2: Exemplo: pago uma taxa de coleta de lixo, portanto, posso exigir que o Município tenha uma atividade diária de coleta de lixo.]
→ só se paga taxa porque se obtém um produto X. A taxa remunera o custo do serviço. 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA (ART. 81, CTN): tem como fato gerador a atuação do Estado (realização de uma obra pública).
→ Os tributos acima se distinguem juridicamente pelas particularidades do fato gerador de cada um deles.
→ Existem outras formas de tributos não elencadas no art. 5º:
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO (ART. 148, CF): é originário do modelo português. O empréstimo forçado consistia na devolução posterior daquilo que foi pago. A União defendia que não era um tributo (na época na inflação). Essa discussão foi longa até que a Constituição atual a resolveu, entendendo que, tanto o empréstimo compulsório quanto as contribuições especiais são tributos. 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (ART. 149, CF), que se subdividem em:
I - contribuições sociais (seguida de previdência social); 
II - contribuições profissionais (contribuição para a OAB, CREA, CRM, etc.).
III - contribuições de intervenção do domínio econômico (CIDE) e 
IV - compensação financeira: 
RECEITAS TRANSFERIDAS (arts. 157 a 159, CF): transferência da arrecadação de tributos. A Constituição Federal dita competências para a instituição (cobrança) de tributos. [3: Exemplo: imposto que é do Município, somente este o cobrará; exceção: em situação de guerra a Constituição Federal pode cobrar qualquer imposto.]
COMPENSAÇÃO FINANCEIRA: em razão da exploração de recursos minerais, ou de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica. Seu fundamento constitucional é o art. 20, §1º, CF. Em que pese haver discussões, trata-se de uma receita. É sempre um percentual.
FORMAS CONSTITUCIONAIS DE UM ENTE OBTER RECEITA DE TRIBUTO: existem duas formas de um ente (União, Estado, DF e Municípios) obter receita de tributos:
INSTITUIÇÃO E COBRANÇA DE TRIBUTOS PRÓPRIOS: a Constituição Federal partilha o poder de tributar do Estado entre os entes federativos, definindo competências tributárias próprias destes entes.
→ A Constituição Federal não cria tributos, somente atribui competência para que os entes o façam. A lei criada por estes entes é que instituirá os tributos. Ex: A CF atribui competência para arrecadação de IPTU ao município; mas é este que deve instituir e criar o IPTU. 
TRANSFERÊNCIAS DO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS PRÓPRIOS DE OUTROS ENTES: trata-se da partilha de competência e arrecadação. Frise-se que, a União só obtém receita através da instituição de tributos próprios.
→ Acima, temos o modelo do sistema tributário previsto na nossa Constituição que recebe o título – por alguns autores – de DISCRIMINAÇÃO CONSTITUCIONAL DE RENDAS TRIBUTÁRIAS. 	
	 
PARTICIPAÇÃO NO PRODUTO (NO RESULTADO) DA ARRECADAÇÃO DE UM TRIBUTO PRÓPRIO DE UM OUTRO ENTE: situação típica de repasse. O destinatário tem direito ao repasse, mas por primeiro o dinheiro vai para o cofre para depois aquele ser beneficiado. Neste modelo há o chamado direito de ação, isto é, havendo resistência do ente devedor em transferir a receita ao ente credor, surge para este último o direito de ação.
→ O tributo é efetivamente arrecadado e está no cofre do ente que o tem por direito e esse ente repassará para outro. 
→ OBS: A União e os Estados têm o dever de publicar o quanto arrecadou com cada imposto para que o ente que tenha direito de repasse saiba o valor que terá direito.
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
NOÇÕES: a Constituição não atribui ao Estado propriamente o poder de instituir tributos. Este poder é próprio, inerente ao Estado, sem necessidade de Constituição para que se institua tal poder. Até antes de existir o direito, o Estado sempre teve poder de tributar. Portanto, o Poder de tributar é inerente à manifestação do poder estatal (que se caracteriza pela soberania do Estado). Disso decorre a exigência de tributos por parte do Estado. 
COMPETÊNCIA: é o poder tributário partilhado e limitado pela CF. Trata-se da aptidão para instituir tributos, a qual está prevista na CF, tendo como destinatários os entes federativos (União, Estados e Município).
→ Na prática, a causa do tributo é legal (todo tributo deriva de lei). 
→ Competência tributária é sinônima de competência legislativa, na medida que a CF atribui competência para os entes instituírem os tributos (a CF não cria tributos, apenas atribui competência tributária aos entes, para que estes o instituam, por meio de lei).  A CF estabelece que, determinado ente CRIARÁ o tributo e não meramente AUTORIZARÁ sua criação por outro. Ex.: A CF estabelece que cabe ao Município a competência de instituir o IPTU, o que não pode ser feito por nenhum outroente federativo. 
→ ELEMENTOS ESSENCIAIS: 
1) sujeito ativo 
2) sujeito passivo   
3) Elemento material – A lei descreve um fato do ponto de vista abstrato (genericamente). Fala-se em hipótese de incidência. Ex.: lei do IPTU – é fato gerador do IPTU o fato de ser proprietário de imóvel no período urbano de cada município. 
4) Base de cálculo 
5) Alíquota: são elementos de quantificação. A medida, a definição do valor da obrigação deverá ser fundamento em uma disciplina legal. A alíquota é o percentual que se aplica à base de cálculo para dar a definição do valor da obrigação de cada devedor de um determinado tributo. É a fração do patrimônio do devedor que é entregue ao credor.[4: Exemplos: se o imóvel vale R$ 10.000,00 – a obrigação tributária é de R$ 200,00 – alíquota de 2%. ]
Não poderá haver delegação de qualquer desses elementos. Caso contrário será a lei inconstitucional.
EXERCÍCIO: o exercício da competência se realizar por meio da edição de lei pelo ente que a recebeu. 
TITULARES: são os 4 entes que recebem competência tributária: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Só terão a competência tributária que a Constituição atribuiu a esses entes. 
→ Se eventualmente for criado um Território, este terá competência tributária? R: Não, pois a CF atribui competência apenas aos entes federativos acima, sendo que não se encontra incluído o Território; desta forma, é a União que legislará sobre tributos dos Territórios.
COMPETÊNCIA X CAPACIDADE TRIBUTÁRIA: vem antes da capacidade tributária ativa (primeiro deve surgir a lei que institui o tributo, depois se verifica a ocorrência do fato gerador, para só então poder ser exercida a capacidade tributária, isto é, a cobrança deste tributo). 
→ A competência tributária é indelegável e imprescritível (o seu não exercício não leva a sua perda). Só a lei do ente que recebe a competência poderá instituir tributos. De outro lado, a capacidade tributária ativa é delegável, em razão de ser administrativa (basta a lei prever que o ente que tem capacidade tributária ativa não é o mesmo ente que competência tributária) e prescritível, caso não exercitada em determinado prazo.
  
CARACTERÍSTICAS
 PRIVATIVIDADE OU EXCLUSIVIDADE: a atribuição de competência tem um sentido positivo para aquele ente que obtém a competência de permitir a atuação legislativa.
 
 INDELEGABILIDADE: os entes são destinatários da competência e não senhores da competência, por isso não tem o direito de delegá-la.
→ Já a capacidade ativa, como já visto, é delegável.   
 IRRENUNCIABILIDADE: por serem competências privativas, são indelegáveis e irrenunciáveis (sentido: renuncio a competência para estabelecer certo imposto – só à Constituição cabe dizer a quem cabe a instituição de determinado tributo). 
 INALTERABILIDADE: delimita o âmbito da competência para a instituição de um determinado imposto, o qual não pode ser alterado pelo ente que a recebe. 
 INCADUCABILIDADE: a competência tributária é imprescritível. O não exercício por longo período desta competência não leva a perda desta possibilidade de instituir tributos. De outro lado, a capacidade tributária ativa é prescritível, se não cobrada no prazo pode prescrever. 
 FACULTATIVIDADE DO EXERCÍCIO: o exercício da competência é facultativa. O ente analisará a necessidade de instituição do tributo, não se podendo obrigar o legislador a legislar.
→ Isenção x imunidade: A isenção se explica em razão dessa característica. Pressupõe competência. A Constituição dá um limite máximo de competência, logo, o ente poderá reduzir a incidência do tributo que tem competência para instituir. 
→ De outro lado, a imunidade é a impossibilidade tributação de determinadas pessoas ou bens, mas prevista desde logo na Constituição, em razão da relevância de determinada situação, podendo haver relação com a economia, interesse em facilitar acesso à informações; valores que devem ser preservados. 
→ Há uma exceção constitucional a essa característica facultatividade do exercício que interfere no poder de instituir tributos (essa exceção só existe por disposição constitucional expressa). Ex.: art. 155, §2º, XII, g, CF – é uma exceção (restrição) à facultatividade do exercício – cada Estado não é livre (como deveria ser) para instituir isenções (ou qualquer espécie de benefício fiscal) de ICMS – sob pena de ocorrer disputa, guerra fiscal entre os Estados – o Estado que tem interesse em instituir as isenções deverá propor o exame da proposta – se os demais Estados concordarem poderá surgir a lei instituindo a isenção.        
PRINCÍPIOS
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE/ESTRITA LEGALIDADE OU TIPICIDADE CERRADA (ART. 150, I, CF)
→ Instituir o tributo significa que caberá a lei somente descrever todos os elementos essenciais do tributo, que são: a) sujeito ativo; b) sujeito passivo; c) hipótese de incidência ou fator gerador; d) base de cálculo e e) alíquota. 
→ Surgindo a lei descrevendo todos esses elementos estará instituído o tributo. 
→ A manifestação do princípio da legalidade está no art. 97, CTN. Tudo que gira em torna da obrigação tributária deverá estar definitiva em lei.
→ Já que se exige lei qual é a espécie ou tipo de lei que deve cuidar da instituição do tributo? Em regra, é a lei ordinária do ente que tem competência. No entanto, em matérias de tributos federais há exceções (a regra é a lei ordinária da União): lei complementar ou medida provisória.
→ A medida provisória não atenderia ao ideal do princípio da legalidade, mas na prática o Supremo Tribunal admite a possibilidade. 
→ Exceções ao princípio da legalidade (art. 153, CF): exceção seria admitir que alguns daqueles elementos essenciais não fossem disciplinados por lei. Em princípios todos os elementos devem estar presentes. Uma pequena exceção é apenas quanto a possibilidade de mudança (não é instituição, já que esta cabe à lei) de alíquota por decreto. Situações (tributos federais):
I – II;
II – IE;
III – IPI;
IV – IOF.
→ Estes impostos poderão ter a alíquota aumentada ou diminuída por ato do presidente da república. 
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE (ART. 150, III, A, CF): a lei que institui ou aumenta tributo não pode retroagir. É condição de segurança. Previsibilidade e estabilidade. Assim, somente após a vigência da lei que institui ou aumenta tributo é que este poderá incidir. 
→ Lei que aumenta ou diminui tributo: não poderá retroagir, sendo aplicável somente as hipóteses verificadas após o início de vigência da lei. 
→ Lei que reduz ou excluir penalidades – retroação: retroage somente no tocante a diminuição da penalidade (art. 106, CTN) – retroatividade quando ainda não houver discussão da causa.  
→ Lei que institui isenção: a lei não retroagirá – a isenção é voltada para o futuro – a lei que traz isenção impedirá futuras dívidas tributárias, mas não impedirá a cobrança das anteriores.	
→ Lei que institui remissão (perdão ou anistia): remissão é o perdão da dívida em sua totalidade. A lei que meramente institui isenção de tributo não retroagirá. Contudo, se além de instituir a isenção, a lei também prevê o cancelamento de débitos passados (remissão), ela retroagirá, porque toda lei que institui remissão deve retroagir. 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE OU DO NÃO INOPINO (ART. 150, III, B, CF): analisado ao lado do princípio da irretroatividade e aplicável a lei que institui ou aumento tributo. 
→ Destarte, além de não poder retroagir, a lei que institui ou que aumenta tributo apenas será aplicável no exercício financeiro (ano civil) seguinte àquele em que foi publicada. Ex.: lei publicada e vigente na data de sua publicação em 06.03.2010 que institui ou aumento de tributo só começa a ser aplicada em 01.01.2011.
→ Exceção ao princípio da anterioridade (art. 150, §1º, CF): a lei não retroage, e como regra se aplica somente no exercício do ano seguinte. Contudo, é possível que a lei que institui ao aumenta algum tipo de tributo seja aplicada no mesmo exercício de sua publicação, configurandoassim, exceção ao princípio da anterioridade, sem possibilidade de retroagir para alcançar fatos anteriores ao seu início de vigência. 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE (ART. 150, II, CF): segundo o princípio da igualdade, a tributação, sobretudo de imposto, tem que ter um peso, um impacto adequado à capacidade cada um de contribuir devendo-se dar um tratamento igual a contribuintes de um mesmo tributo que se encontrem em mesma situação e um tratamento que seja diferente.
→ Regra da uniformidade dos tributos federais: art. 151, I, CF – É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo território nacional, ou que implique distinção ou diferença em relação a Estado, Distrito Federal ou a Municípios.
	   
PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (ART. 145, §1º, CF): relaciona-se a capacidade de contribuição de cada um. Em um universo de pessoas sujeitas ao Estado que exige tributos, uns são mais ricos, outros têm menos condição, este é o fundamento maior ou menor para a tributação. 
→ Esse princípio aplica-se, por força de previsão legal, apenas aos impostos.
→ A tributação por meio de imposto deverá ser adequada às condições pessoais de cada devedor. Soluções: 	
a) imposto fixo: é aquele que a lei já indica desde logo o valor da obrigação em moeda ou em quantidade de um indexador.
b) imposto proporcional: é aquele que tem o valor da obrigação definido a partir da aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, sendo esta última variável e aquela fixa. 
c) imposto progressivo: é aquele em que a alíquota aumenta na medida em que há aumento na base de cálculo.    
VEDAÇÃO DO CONFISCO (ART. 150, IV, CF): veda-se a imposição de tributo que produz empobrecimento, isto é, que retira do contribuinte sua capacidade econômica de continuar contribuindo. 
PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO (ART. 150, V, CF): os tributos não podem restringir a liberdade de tráfego, ou seja, o direito de ir e vir, o direito de locomoção. 
→ Pedágio: na base está o direito de locomoção. É algo que interfere na liberdade de locomoção, mas há previsão expressa da cobrança de pedágio. Essa exceção prevista está no art. 150, V, CF. 
PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA DOS IMPOSTOS (ART. 150, §5º, CF): é uma regra que garante o direito de informação ao consumidor do valor do imposto que compõe o preço de mercadorias, produtos ou serviços (impostos indiretos).
TRIBUTO: é uma prestação pecuniária. Esse pagamento, que é não voluntário (já que há exigência), não é sanção. Paga-se tributo porque o Estado precisa de dinheiro. 
→ A previsão de um conceito legal está no art. 3º, do Código Tributário Nacional. Assim, tributo é toda: 1) Prestação pecuniária; 2) Compulsória; 3) Não sancionatória de ilícito (não é pena); 4) Instituída em lei; 5) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
IMPOSTO: o fato gerador do imposto é uma situação da vida do particular indicativa da sua possibilidade de contribuir: a) patrimônio (imobiliário e mobiliário); b) renda (trabalho) e c) produção, circulação de bens ou riquezas (prestar serviços, importar, exportar mercadorias, etc). 
→ Simplesmente por estar ligada a tais situações, a pessoa é obrigada a pagar imposto, sem vinculação com uma atividade estatal específica. Destarte, o imposto não tem propriamente uma causa jurídica (tributo não-causal). 
→ Ademais, paga-se imposto porque o Estado precisa. A causa é somente a lei. Em razão disso não há contraprestação no imposto. 
→ Conceito: a definição foi elaborada a partir do fato gerado. Destarte, segundo o artigo 16, do CTB, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.   
TAXAS (art. 145, II, CF, art. 77, CTN): trata-se de tributo vinculado, cujo fato gerador que traduz uma atuação do Poder Público diretamente relacionado ao devedor. Ex.: licença para dirigir. Necessariamente na taxa há uma contraprestação, ou seja, pode-se exigir algo do Poder Público em razão do seu pagamento. 
Não é qualquer serviço colocado à disponibilidade do contribuinte que permite a cobrança de taxa. Ex.: serviço público funerário – cobrança de taxa pela disponibilidade do serviço – impossibilidade. Portanto, só admitem essa cobrança o serviço de utilização compulsória, sobretudo por previsão legal.   
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: empréstimo compulsório é o tributo restituível, causal e finalístico, que se destina ao financiamento de despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública ou guerra, ou ao financiado de investimento público de caráter urgente de relevante interesse constitucional.  
DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (art. 113 a 218, CTN): obrigação tributária é o vínculo jurídico em virtude do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir de um particular (sujeito passivo) uma prestação pecuniária (objeto), nas condições previstas em lei (causa, no sentido de origem). Elementos: são o sujeito ativo, passivo e o objeto. 
DO FATO GERADOR (art. 114 a 118, CTN): assim, o fato gerador significa tanto a descrição (previsão) legal abstrata (primeiro momento) ou a acontecimentos concretos de um evento (segundo momento). 
→ Esses dois momentos são distintos e indicados pelo mesmo nome: fato gerador. Todavia, o primeiro é denominado pela doutrina de hipótese de incidência (fato gerador “in abstrato” – previsto na lei)¸ ao passo que o segundo é designado como sendo fato tributável ou fato jurígeno tributário (fato gerador “in concreto” – nascimento da obrigação tributária). 
→ Conceito: fato gerador da obrigação tributária é o evento de conteúdo econômico, que tenha reflexo desta natureza, previamente descrito e tipificado na lei tributária, cuja concreta realização. 
→ Em outras palavras, fato gerador é o fato, ou o conjunto de fatos, ou o estado de fato a que o legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. Ex.: imposto de renda – conjunto de fatos; ganhos de capital obtidos na alienação de bens – fato único (tributação exclusiva e instantânea); propriedade – estado de fato, não é ação (situação jurídica que é fato gerador de imposto, o que demanda que a lei indique necessariamente uma data em que se considera ocorrido o fato gerador). 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO: trata-se de institutos importados do Direito Civil, mas o CTN trouxe alguns incrementos.
Tem em comum o fato de serem causas de extinção de direitos em razão do não exercício dentro de determinado prazo. Em virtude disso fala-se em causas de caducidade de direitos; 
O regime jurídico distingue os institutos: a decadência faz extinguir o próprio direito (direitos que somente são exercitáveis por intermédio de ação); 
O prazo decadencial tem início no mesmo momento em que surge o direito, independentemente de violação deste. Trata-se de prazo para exercitar o direito;  
O prazo prescricional tem início no momento em que ocorre violação do direito (pois a partir disso cogita-se em ação, a qual poderá extinguir-se pela prescrição); 
Poderá ocorrer prescrição de uma espécie de ação, mas será possível valer-se de outro meio judicial para fazer valor o direito;
A prescrição está sujeita à interrupção, suspensão e prorrogação, não pode ser decretada de ofício (atualmente é possível) e não corre contra incapazes, entre outras pessoas; 
O prazo decadencial não se sujeita à interrupção ou suspensão, corre com contra todos e admite declaração de ofício.  
→ A razão da distinção de regime jurídico entre decadência e prescrição dá-se em função da classe de direitos. Vale dizer, no modelo do direito civil nunca um mesmo direito estará sujeito a ambos os institutos. 
→ Todavia, no direito tributário convencionou-se a aplicação conjunta dos dois institutos como causas de extinção da obrigação tributária, rompendo assim, com o modelo do direito civil. Sendo assim, para viabilizar essa aplicação conjunta, o CTN definiu o lançamento como o marco distintivo entre a prescrição e a decadência. 
→ Em outras palavras,do nascimento da obrigação até o lançamento flui prazo de decadência (5 anos, conforme o art. 173, CTN). Uma vez realizado o lançamento dentro daquele prazo, abre-se outro lapso, também de 5 anos, para ser promovida a cobrança judicial do débito (execução fiscal), sob pena de a obrigação ser extinta pela prescrição. 
→ Decadência do direito de realizar o lançamento e prescrição da ação de cobrança.
DECADÊNCIA (ART. 173, CTN): em matéria tributária, há duas formas de contagem do prazo decadencial. A primeira é a regra e a segunda a exceção.
ART. 173, I, CTN (REGRA): o prazo decadencial é contado do primeiro dia do exercício seguinte (ano civil) àquele em que o lançamento de ofício poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN. Sendo assim, é preciso saber o ano que surgiu o direito de fazer o lançamento, independentemente do mês.[5: Ex.1: IPTU – 31/01/2010 ocorreu o fato gerador – surge o direito de realizar o lançamento em 01/02/2010 - O termo inicial da decadência será 01/01/2011 e o termo final será 31/12/2015. ]
ART. 173, PARÁGRAFO ÚNICO, CTN: o prazo decadencial é contado a partir da notificação do sujeito passivo com relação à medida preparatória do lançamento. 
→ EXEMPLO: ICMS – 02/2009 (ocorrência da omissão de pagamento) – direito de lançamento de ofício 03/2009 – a decadência, segundo a regra do art. 173, I, começaria a contar em 01/01/2010 – no mês 03/2011 o fisco dá início à auditoria e é constada a omissão de pagamento do mês de fevereiro de 2009 – entretanto conforme a regra do art. 173, parágrafo único, exceção em estudo, haverá um deslocamento do termo inicial da contagem do prazo decadencial para o momento da notificação, qual seja, em 03/2011 – haveria aqui uma hipótese de interrupção do prazo decadencial. Contudo, a doutrina e a jurisprudência, não admitem a aplicação dessa hipótese como causa de interrupção, ou seja, quando já iniciada a contagem do prazo nos termos do art. 173, I, CTN. Destarte, o parágrafo único do art. 173, CTN só pode ser aplicado como causa que acarretará a antecipação do início do prazo decadencial. 
PRESCRIÇÃO: o prazo prescricional conta-se do lançamento até o ajuizamento de execução fiscal. Vale dizer, o lançamento torna exigível a obrigação, o que gera o direito de ação, que deverá ser exercitado dentro do prazo prescricional. 
CONTAGEM DO PRAZO (ART. 174, CTN): o início do prazo prescricional é a data da constituição definitiva do crédito, ou seja, a partir da data em que se torna definitivo o lançamento.
→ EXEMPLO: ICMS – 08/1995 (fraude) – lançamento em 12/11/2000 (logo, não houve decadência) – Recurso administrativo rejeitado definitivamente em 07/10/2004 – ajuizamento da execução fiscal em 01/10/2009 (como nessa data ainda não decorreram 5 anos desde o julgamento definitivo do Recurso Administrativo, não há que se falar em prescrição).      	
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE (NO CURSO DO PROCESSO) DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: a dívida tributária está sujeita à prescrição no curso do processo, isto é, pode-se extinguir por prescrição mesmo o fisco tendo promovido a execução fiscal.
→ Destarte, é necessário saber qual o termo inicial da prescrição intercorrente. 
→ A demora poderá gerar prescrição intercorrente no caso de execução frustrada, a qual se caracteriza pela não localização do devedor ou de bens para a penhora. 
→ O art. 40, caput, da Lei de Execução Fiscal (Lei n. 11.051/04) estabelece que, nessa hipótese, o juiz decretará a suspensão da execução (ainda não teve início a prescrição). Decorrido um ano desde a suspensão, o juiz determina o arquivamento da execução (arquivamento provisório). Com essa decisão de arquivamento provisório, abre-se o prazo de prescrição intercorrente, que ocorrerá se nos próximos 5 anos não for localizado o devedor ou bens para penhora.

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