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Resumo de Direito Civil - 2º Período - Obrigações

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Direito Civil
Resumo da Matéria de N2
Do objeto do pagamento e sua prova: Artigos 313 a 326 do código civil
Pagamento em dinheiro – Artigos 315 a 318
Os pagamentos em obrigações não significam ser, necessariamente, em dinheiro, mas a regra é que seja em dinheiro, em moeda corrente, valor nominal, exceto nos casos em que assim não der para ser. 
É nulo o pagamento definido em ouro ou moeda estrangeira, ou ainda compensar a diferença entre o valor da moeda estrangeira e o da moeda nacional, exceto nos casos previstos em legislação especial.
O pagamento em dinheiro, prestação pecuniária, se caracteriza-se por ser uma obrigação de dar coisa fungível, no caso a meda corrente. O dinheiro em si não é objeto da prestação, mas apenas o meio de prestá-la
O princípio da identidade da coisa devida também se aplica aos valores de pagamento, conforme disposto no Artigo 313: “ o credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.” O princípio da identidade pode ser relativizado nas hipóteses de onerosidade excessiva ou de abuso do direito por parte do credor.
Se houver divergências entre o valor numérico e o valor escrito por extenso, prevalece o valor escrito por extenso.
O Artigo 316 apresenta o que a doutrina chama de cláusula de escala móvel, que refere-se ao aumento progressivo das prestações sucessivas nas obrigações duradouras e em contratos paritários. Cláusula móvel não se confunde com correção monetária. Seu objetivo é repor o valor real da moeda em contratos de duração com espaço de tempo entre a sua celebração execução, mediante limites impostos pelo Estado. 
O Artigo 317 é uma proteção à cobrança abusiva, bem como à redução abusiva de valores devidos, com o objetivo de preservar o valor real da dívida, desde que havendo a manifestação de vontade da parte prejudicada. Quando por motivos imprevistos, sobrevier desproporção manifesta, poderá o juiz corrigir a pedido da parte, para manter o real valor da prestação devida quando do momento de sua execução - Consagração do princípio da igualdade substancial.
Prova do pagamento – Artigos 319 e 320
A prova do pagamento se dá através da quitação com o recibo de quitação. Requisitos para o recibo de quitação, em regra, são:
Indicar o valor, parcial ou total.
Indicar a espécie da dívida
Nome do devedor ou de quem por este pagou
Tempo e lugar do pagamento
Assinatura do credor ou de seu representante
Para o recibo de quitação, em regra, qualquer forma serve, inclusive por instrumento particular, desde que atendido os requisitos básicos. Entretanto, ainda que a quitação esteja deficiente quanto a alguns dos requisitos, poderá mesmo assim ser eficaz, induzindo presunção de pagamento caso dê para inferir em seu conteúdo que houve o pagamento, com o intuito de facilitar a liberação do devedor de sua obrigação. 
Na posse do recibo de quitação, presume-se a veracidade das informações e a boa-fé de quem o apresenta e de quem o concedeu.
O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento enquanto não lhe seja data a quitação.
O recibo de quitação pode ser revogado pelo credor, caso conste que ainda existam débitos em aberto. Porém, caberá ao credor o ônibus da prova para impugnar a quitação anteriormente emitida por ele.
Outras formas de comprovação – Artigo 321
Em casos de pagamento com título, caso o credor venha a perder o título, ou situação análoga a esta, o devedor poderá exigir declaração do credor inutilizando o documento desaparecido, até mesmo retendo o pagamento ao credor. O credor poderá se negar a dar a declaração em caso de justificada resistência.
Pagamentos em quotas periódicas – Artigo 322
Pagando-se a última prestação, presume-se que as anteriores estão quitadas, até que se prove o contrário. Nestes casos, é imprescindível a boa fé do devedor e a atenção do credor nos pagamentos em quotas periódicas. Pode haver no contrato disposição confirmando que, o pagamento não sequencial das quotas periódicas não configura presunção de quitação das prestações anteriores.
Pagamentos envolvendo capital e juros – Artigo 323
Se o credor exonerou o devedor do principal, sem menção ao acessório, isso importa reconhecer o completo adimplemento da obrigação, pois só se quita o capital quando os juros já estiverem pagos. 
Entrega de título como presunção de pagamento
A entrega do título ao devedor firma a presunção relativa do pagamento. Não se refere a uma presunção absoluta, pois o credor pode contestar a posse de um título que envolva má fé. Neste sentido, ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em até 60 dias, a falta do pagamento. 
Despesas com o pagamento – Artigo 325
As despesas com o pagamento e a quitação presumem-se do devedor. Mas, se houver atraso com aumento das despesas, causado pelo credor, nestes casos é ele quem deverá arcar com os custos.
Dos pagamentos com pesos e medidas
Nos casos relativos a pagamentos utilizando a referência de pesos e medidas, entende-se, havendo silêncio das partes em definir algo diferente, que aceitaram os valores equivalentes dos locais de execução da dívida.
Do lugar do Pagamento: Artigos 327 a 330.
- Dividas quesíveis – quérables: são aquelas que têm que ser cumpridas ou pagas no domicílio do devedor, conforme Artigo 327. Esta é a regra geral das dívidas, então, em regra as dívidas se pagam no local de domicílio do devedor. Sendo assim, o devedor é a parte hipossuficiente da relação jurídica, por isso o processo é facilitado para ele. Assim, o credor é quem irá até o devedor para cobrar. Esta regra não será seguida em casos de haver convenção entre as partes que determine algo em contrário, ou ainda, por definição legal, pela natureza da obrigação ou por circunstâncias relativas ao negócio que venham a determinar o contrário. Na dívida quesível, o devedor irá aguardar a provocação do credor via cobrança.
	Exceções à regra geral dívida quesível:
Convenção contrária entre as partes
Circunstâncias assim não permitirem
Natureza da obrigação
Disposição Legal.
- Dividas portáveis – Portables: são as dívidas que podem ser pagas no domicílio do credor. Nestes casos é o devedor quem irá até o credor. É a exceção à regra da dívida quesível. 
Algumas considerações sobre o local de pagamento
Quando houver a designação de dois ou mais lugares para se pagar a dívida, cabe ao credor escolher entre eles. O credor deverá comunicar ao devedor a sua escolha, tal como acontece nas obrigações alternativas, sob risco de o pagamento se efetuar em qualquer dos lugares.
Pagamentos referentes à tradição de imóveis, ou prestações relativas à imóveis, deverão ser pagas no local do bem
O devedor poderá pagar sua dívida em local diverso do determinado em caso de comprovado motivo grave, sem prejuízo ao credor.
Havendo reiterados pagamentos em local diferente do determinado e sendo este aceito pelo credor, entende-se que o credor está renunciando o que foi estabelecido em contrato quanto ao local de pagamento. Assim, caso haja qualquer atraso por conta desta alteração de local, não poderá o credor reclamar penalidades, pois entende-se que deste modo ele aceitou. 
O local do pagamento tem o objetivo de aferir quem tem a iniciativa do pagamento. 
Do Tempo do Pagamento: Artigos 331 a 333.
É o instante, o momento adequado da exigibilidade da prestação.
Regra Gera: Artigo 331
O vencimento do pagamento (termo contratual ou obrigação de prazo) se dá na data, no tempo, convencionado entre as partes. Passada esta data, este tempo, o devedor incorre em mora, mas ainda não se confunde com inadimplência. Caso não seja ajustado um tempo convencional para o pagamento (obrigação pura), pode o credor exigi-lo imediatamente e a vista. Pagamentos sem tempo definido = pagamento a vista. Neste sentido, basta o credor notificar ao devedor da cobrança para que este entre em mora, com exceções suportadas pela lei.
Condições para pagamento – Artigo 332
Pode haver convenção quanto a condições (elemento acidentaldo NJ), para a ocorrência do pagamento que se cumpre na data de implemento da condição. Nestes casos, cabe ao credor provar que o devedor teve ciência.
Hipóteses de pagamento antecipado: Artigo 233
Em alguns casos, o credor poderá cobrar antecipadamente, mesmo havendo tempo definido para o adimplemento da obrigação, ainda que não vencido. São os seguintes os casos:
Em caso de falência do devedor
Em caso de concurso de credores
Bens hipotecados, penhorados, foram penhorados em execução por outro credor
Cessarem ou insuficiência de garantias do débito
Negação do devedor em reforçar as garantias de débito
Obs. Havendo solidariedade passiva entre concurso de devedores, não se reputará vencido o débito quanto aos outros solventes. 
As cinco hipóteses de cobrança antecipada mencionadas refletem a perda de confiança do credor na condição do devedor de cumprir com sua obrigação, podendo o credor exercer o direito de ação para garantir a satisfação de seu crédito. 
Atentar que esta cobrança antecipada não se confunde com cumprimento antecipado do pagamento (adimplemento antes do termo), por vontade própria do devedor em renunciar ao prazo disposto em contrato. 
Modalidades Especiais de Pagamento – Artigos 334 a 388 –Temas de trabalho
Tipos de modalidades especiais de pagamento:
Pagamento em consignação
Pagamento com sub-rogação
Dação em pagamento
Novação
Compensação
Confusão
Remissão das dívidas
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
O inadimplemento refere-se não apenas a quebra de um dever contratual capaz de gerar uma imperfeição no cumprimento da obrigação ou o desfazimento do vínculo contratual. Mas refere-se a algo mais amplo, relativo a uma crise na situação obrigacional oriunda de qualquer situação anômala na qual não será possível alcançar a finalidade habitualmente desejada pelo ordenamento jurídico para uma determinada relação jurídica em um cenário de relações obrigacionais complexas.
Espécies de Inadimplemento das obrigações
Inadimplemento Absoluto
É quando a obrigação não foi cumprida e nem poderá ser. Trata-se da completa impossibilidade de cumprimento da obrigação, que podem se dar por fatores imputáveis ou não a pessoa do devedor. O inadimplemento se dá quando o devedor ofende culposamente a relação obrigacional e falta com a prestação ajustada, sendo a culpa em sentido amplo, quando há intenção em inadimplir e quando não há a intenção, mas recai sobre a responsabilidade e diligência do devedor. 
A intensidade da culpa será relevante quando para análise do inadimplemento em contratos benéficos e onerosos, conforme Artigo 392 do código civil.
O inadimplemento absoluto pode se dar total ou parcial. No total, descumpre-se a obrigação em toda a sua extensão. No absoluto parcial, a prestação é entregue em partes. Porém, conforme Artigo 313 e 314 o credor não é obrigado a receber prestação diversa ou fora daquilo que se ajustou e, assim, poderá o credor responsabilizar o devedor pelo irremediável descumprimento da parcela descumprida. 
As causas do inadimplemento absoluto, total ou parcial, podem se dar por situações relativas ao objeto da prestação ou ainda por fatos relativos ao interesse do credor.
O inadimplemento absoluto é um TERMO ESSENCIAL, em que a data convencionada para o cumprimento da obrigação é FATAL, não admitindo prorrogação, sob pena de perda do interesse sobe a prestação e sua conversão em indenização. 
As obrigações de não fazer e obrigações instantâneas, a violação destas obrigações será sempre um inadimplemento absoluto, pois, praticadas tais condutas, torna-se impossível retornar-se ao estado anterior. 
Em regra, as obrigações pecuniárias não são passíveis de inadimplemento absoluto, com algumas exceções, como nos casos de alugueis. 
Por fato relativo ao objeto da prestação: impossibilidade do objeto da prestação, total ou parcial (Perda ou deterioração do objeto). Nestes casos o credor poderá pleitear a indenização sem receber o objeto, ou, no caso de deterioração, receber o objeto tal como está mais a indenização complementar cabível. Em casos de obrigação de dar coisa incerta, não há que se falar em perda e deterioração de bem antes da escolha, pois bens genéricos não perecem. 
Por fato relativo ao interesse do credor: ausência de interesse do credor em receber a prestação por ter-se esta se tornado inviável por conta da mora do devedor. O descumprimento da prestação no tempo acordado tornou-a inútil, sem necessidade. O interesse econômico do credor sobre a obrigação devida foi afetado. 
Por caso fortuito ou de força maior: Em regra, o devedor não se responsabiliza pelos casos fortuitos ou de força maior, exceto se houver convenção em contrário entre as partes. 
Sendo entendido o caso fortuito e força maior como sinônimos amplos, pois representam situações em que um evento externo à conduta do agente devedor, de natureza inevitável e superação impraticável, natural ou de terceiros, necessariamente impeça o cumprimento da obrigação, ou ainda, mesmo que seja fisicamente possível cumpri-la, exigirá do devedor sacrifício intolerável e extraordinário. 
As exceções a estas regras serão:
Existência de convenção em contrário entre as partes mediante cláusula contratual.
Ocorrência do fortuito já na constância da mora, com algumas exceções.
Em sede de responsabilidade civil, ligado a riscos da atividade profissional que, mesmo fortuito, foram assumidos pelo agente, sendo o evento evitável, e o acontecimento com possibilidade de ocorrência conhecida por ser conexo à atividade desenvolvida.
Da Mora
A mora caracteriza-se como o imperfeito cumprimento de uma obrigação, mas ela ainda poderá ser cumprida de maneira proveitosa. A mora não se refere apenas a demora, pagamento extemporâneo, mas refere-se a qualquer situação em que a prestação não é cumprida de forma exata. Assim, a mora pode ser causada por:
Pagamento extemporâneo
Recusa injustificada do credor em receber
Falha quanto ao lugar do pagamento
Falha quanto à forma do pagamento
Apesar dos transtornos, a mora tem o pressuposto básico de ainda viabilizar o cumprimento da obrigação que é ainda possível e útil. A mora é apenas uma impossibilidade transitória de satisfazer a obrigação por uma imperfeição culposa no pagamento que decorre no inadimplemento relativo em solver a obrigação. 
A mora é um termo acidental convencionado entre as partes, em regra.
A fonte imediata da mora é o atraso no cumprimento da obrigação. Só haverá sanção àquele que se furtar a cumprir, no local e na forma ajustados, se a falta importar em atraso no cumprimento da obrigação. A mora só se aplica a obrigações positivas, de fazer. Obrigações de não fazer não incorrem em mora, situação deduzida do Artigo 390. 
A Mora pode ser do devedor – Mora solvendi – ou do credor – Mora Accipiendi.
Mora do devedor – Mora Solvendi
É o descumprimento da obrigação imputado ao devedor, mas cuja obrigação ainda é proveitosa pelocredor. Para ocorrer necessita-se de dois requisitos:
Imperfeição no cumprimento da obrigação – Elemento objetivo da mora. Seja quanto ao tempo, lugar ou forma. 
Culpa do devedor – Imputabilidade. Elemento subjetivo da mora. Compreendendo a culpa em sentido amplo, sendo ela dolosa ou proveniente do descuido do devedor que gere sua responsabilidade na inobservância do dever objetivo de cuidado e atender ao débito contratual.
Quando incide a mora sobre o devedor, cabe a ele provar que o motivo da mora não veio de uma imperfeição no cumprimento da obrigação por ação a ele imputável. 
A mora poderá ser descaracterizada em casos de onerosidade excessiva sobre o devedor quando o pacto entre credor e devedor estabelecer exigências superiores ao valor do crédito real, juros legais ou cobrança de encargos e parcelas ilegais, indevidas e abusivas.
Efeitos da mora solvendi: 
A responsabilização do devedor: 
A sanção ao devedor oneroso não acarreta perdas e danos como no caso do inadimplemento absoluto. A mora acarreta a obrigação de ainda se cumprir a obrigação celebrada,acrescida dos consectários legais. Pois o devedor responderá pelos prejuízos que a mora der causa, mais os juros, com atualização monetária pelos índices oficiais e honorários de advogado, se houver. 
As perdas e danos na mora, só se referem aos prejuízos causados decorrentes do atraso. Poderão as partes acordar cláusula prévia que venha reger a questão dos prejuízos em caso de mora.
Dever de responder pela impossibilidade da prestação:
O devedor que estiver em mora e venha a perder o objeto da prestação ou venha a prestação de algum modo tornar-se impossível, responderá impossibilidade, mesmo sendo resultante de caso fortuito ou força maior, pois ocorreram já durante a mora, sendo assim, há um nexo causal entre o atraso e a impossibilidade. Pois, caso tivesse cumprido com sua obrigação dentro das condições determinadas, teria satisfeito ao credor. Exceto se o devedor conseguir provar isenção de culpa ou se mesmo se tivesse cumprido a obrigação nas condições determinadas o dano que impossibilita persistiria. 
Obs. De acordo com o Artigo 396, se não houver fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. Ou seja, se não há culpa do devedor, sequer se cogita mora a este. 
Obs. Se o credor der tolerância quanto ao prazo de pagamento ao devedor, não incidirá mora sobre este.
A constituição da Mora do devedor
Mora ex re: mora automática, opera de pleno direito. É quando o inadimplemento da obrigação é positiva e líquida, no seu termo. O próprio fato do descumprimento da obrigação impõe a mora automaticamente.
Mora ex persona: é quando não há prazo estipulado para a contagem automática da mora. É necessário que o credor venha a cobrar, convocar o devedor ao pagamento, podendo cobrar de imediato ou dar um prazo ao devedor. Dando um prazo, a mora passa a contar vencido este.
Obs. Poderá existir um devedor com efeitos extracontratuais, nos casos de atos ilícitos em que há mora presumida. Nestes casos, é dispensada a notificação do devedor, causador do dano, pois ele assume os riscos em que perpetra o delito e os juros moratórios fluem a partir do evento danoso nos casos de responsabilidade extracontratual. Nas obrigações provenientes de atos ilícitos, considere-se o devedor em mora, desde que o praticou.
Mora do Credor – Mora accipiendi
Refere-se ao comportamento do credor, despido de razões objetivas e que não colabora no cumprimento da obrigação. Imotivadamente ele se recusa a receber a prestação do devedor, devidamente ofertada no tempo, no lugar e nas condições acertadas entre eles no negócio jurídico. Ou ainda, quando a conduta do credor exija sacrifícios excessivos do devedor, exigindo pagamento em modo superior ou diverso do ajustado. 
Requisitos para a configuração da mora do credor:
Existência de oferta real do devedor, no tempo, lugar e condições previamente ajustadas.
Recusa injustificada do credor em receber.
Não se exige a prova de culpa pelo credor para caracterizar a sua mora, basta apenas a existência de seu comportamento injustificado que inviabilize o cumprimento da obrigação por parte do devedor. A mora se configura como uma lesão ao direito subjetivo de pagamento do devedor.
A mora do credor não libera o devedor de cumprir com a obrigação em si, apenas o libera dos efeitos da mora sobre ele, caso contrário seria enriquecimento sem causa.
Obs. Não havendo prazo concreto para o cumprimento da obrigação, esta poderá ser ofertada pelo devedor a qualquer tempo, bem como também poderá ser cobrada pelo credor a qualquer tempo.
Obs. Não existe possibilidade de incidir mora do credor e do devedor ao mesmo tempo. A existência de uma necessariamente exclui a possibilidade de existência da outra. Porém, existe a possibilidade de mora alternativa, quando inicialmente o devedor deixa de cumprir sua obrigação culposamente e, posteriormente, decide por oferecer o seu cumprimento, mas o credor, injustificadamente, se recusa a receber. Neste caso, cada um terá imputada responsabilidade por seu período de mora.
Obs. Nas obrigações de natureza quesível não é necessária a configuração da oferta pelo devedor, pois nesta obrigação é o credor quem tem que buscar o pagamento. Então a mora do credor se configuraria com o ato de o credor não ir buscar o pagamento da prestação.
Efeitos da mora do Credor
Isenção de responsabilidade do devedor pela conservação da coisa. Refere-se aos efeitos nefastos do dano que sobrevenha à coisa que seria transferida ao credor. Havendo recusa do credor em receber, o devedor não tem mais responsabilidade caso a coisa venha a se perder, exceto se comprovada a má fé do devedor no exercício dos deveres e cuidados mínimos para a conservação da coisa. A coisa não pode ser simplesmente abandonada pelo devedor.
Obrigação do credor ressarcir o devedor pelas despesas efetuadas pelo devedor com a conservação da coisa. Apenas valores referentes às benfeitorias necessárias, ou seja, aos deveres e cuidados mínimos para a conservação da coisa. Não serão ressarcidos gastos com benfeitorias úteis e voluptuárias.
Obrigação do credor de receber a prestação pela estimação mais favorável ao devedor, em caso de oscilação de valores entre o dia efetivo que seria o do pagamento e a data do efetivo aceite do credor. Se a oscilação for negativa, desvalorizando-se a mercadoria, o credor não lucrará com este fato e deverá ressarcir o devedor pela diferença, quando houver valores já pagos.
Obs. Havendo cláusulas penais e juros moratórios, estes cessam seus efeitos quando da mora do credor.
Purgação da Mora – Artigo 401
A purgação da mora é o procedimento espontâneo do contratante moroso, pelo qual se prontifica a remediar a situação que deu causa, sujeitando-se aos efeitos dela decorrente. – Este é o conceito de Silvio Rodriguez.
A purgação da mora só se aplica quando não houver inadimplemento absoluto.
A purgação da mora pode ocorrer por parte do devedor ou do credor. A purgação se dá quando o inadimplente deseja cumprir com sua obrigação já em mora.
OBS¹: O judiciário não é órgão de consulta. Isso quer dizer que a pessoa que promove a ação deve saber de seu interesse de agir. O único órgão do judiciário que é órgão de consulta é o TSE. 
OBS²: Autor e réu devem ter interesse em agir. Isso está no CPC.
OBS³: Súmula nº 452 do STJ – diz que existem leis que dispensam a administração de executar, ou seja, é a administração que vai dizer se quer ou não executar e não o juiz.
O depósito judicial por parte do devedor pode ser considerada uma condição de purgação da mora do devedor, mostrando a boa fé do devedor e a intenção em cumprir com sua obrigação.
A purgação da mora do credor se dá quando este se oferece para receber o pagamento devido, sujeitando-se aos efeitos da mora até tal data, além de reembolsar eventuais despesas da outra parte na conservação da coisa. Em regra, não há pagamento de indenização pelo credor, não respondendo este por perdas e danos pelos prejuízos que provocou com a mora.
A purgação da mora é um direito potestativo do devedor em submeter o credor ao término do inadimplemento.
A purgação da mora não desconstitui os seus efeitos pretéritos. A purgação da mora tem efeito ex-nunc.
Das Perdas e Danos 
As perdas e danos envolvem o dano emergente e os lucros cessantes. 
Em regra, a título de perdas e danos, mesmo quando houver dano, não se contabilizam prejuízos remotos, a depender da análise do caso concreto, para que não se configure enriquecimento sem causa. O dano refere-se ao dano direto e imediato, havendo nexo causal dele com a conduta do agente.
No direito civil a inexistência do dano é óbice à pretensão de qualquer espécie de reparação. Assim, a configuração do ato ilícito independe do dano, mas, o ilícito sem dano não é objeto de reparação, seja contratual ou extracontratual. Nem todo ilícito civil gera dever de indenizar.
A partir do momento que o indivíduo viola o dever genérico de cuidado e causa danos a terceiros, ou pratica ato contrário à uma relação obrigacional particularizada, preexistente entre as partes, surgeo dever de indenizar. A obrigação de ressarcir surge da inexecução total – inadimplemento absoluto – ou parcial – mora.
O dano: lesão em qualquer bem jurídico, patrimonial ou extrapatrimonial, sendo este injusto, protegido pelo ordenamento jurídico. Para haver reparação é necessário que haja o dano de fato, ou seja, o prejuízo e também o direito violado. Pode ser que haja algum dano a terceiro que não gere indenização. Por tanto, é fundamental a existência da relação jurídica do direito violado. 
Na mensuração da indenização é irrelevante o grau de culpa do agente, sendo relevante apenas a extensão do prejuízo causado. 
Nos contratos, a distinção de culpa e dolo é importante em relação aos contratos onerosos e gratuitos:
A purgação da mora pode ocorrer por parte do devedor ou do credor. A purgação se dá quando o inadimplente deseja cumprir com sua obrigação já em mora.
ambos os contratantes respondem por culpa por caracterizar sacrifícios e vantagens recíprocas.
A purgação da mora pode ocorrer por parte do devedor ou do credor. A purgação se dá quando o inadimplente deseja cumprir com sua obrigação já em mora.
a pessoa a quem se beneficie só responderá por culpa enquanto aquele que não se beneficia do negócio jurídico somente responderá se houver agido com dolo.

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