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UNIDADE VII - LINEARIZAÇÃO DE CURVAS : escalas monologarítmica 1. OBJETIVOS Construir gráficos em papel mono-logarítmico. Linearizar curvas do tipo exponencial. Obter através do gráfico logarítmico os valores das constantes da função exponencial que rege um fenômeno físico. 2. MATERIAL Régua e papel milimetrado e mono-logarítmico, Proveta graduada 1000 mL, Mangueira tipo a de soro, Cronômetro. 3. INTRODUÇÃO Uma das crenças mais profundas da Física é que a natureza apresenta regularidades e estas, por sua vez, podem ser descritas através da linguagem matemática. A origem deste tipo de pensamento remonta à Renascença, especificamente a Galileu Galilei. Segundo Galileu, o livro da natureza é escrito na linguagem matemática. Esta crença foi cada vez mais reforçada nos séculos XVII, XVIII e XIX em decorrência dos trabalhos de eminentes físicos matemáticos, como Laplace, Poisson, Euler, Lagrange, Hamilton, etc.., sem falar em Newton. O programa de trabalho da física seria a busca de regularidades na natureza e sua representação através da linguagem matemática. Agora, como fazer isto? Ao observar determinado fenômeno o que se obtém é uma coleção de dados que, aparentemente, não diz coisa alguma. Uma saída é esboçar um gráfico, relacionando a variável dependente com a variável independente. Mas, a não ser que este gráfico seja uma simples reta (o que denota uma relação de simples proporcionalidade), na maior parte das vezes é difícil determinar com precisão que função matemática melhor descreve a relação de dependência entre a variável dependente e a variável independente. Existem métodos bastante sofisticados para resolver este problema (você estudará mais profundamente na disciplina de Cálculo Numérico). No entanto, a solução é particularmente simples quando desconfiamos de uma dependência do tipo exponencial entre a variável dependente e a variável independente. Veja, se a dependência é do tipo exponencial, então poderemos dizer que a lei que governa o fenômeno é do tipo: (1) onde, y é a variável dependente e x é a variável independente, A e B são constantes a serem determinadas. Na fig. 1 você tem dois exemplos de relação exponencial com diferentes valores de A e B. Fig. 1.a - Gráfico tipo exponencial A = 2 e B = -1 Fig. 1.b - Gráfico exponencial A = -2 e B = 1 Para determinar as constantes A e B aplicamos o logaritmo natural ou neperiano (ln de base e = 2,718281829) de ambos lados da equação (1), (2) Usando agora a propriedade dos logaritmos: , reescrevemos a equação (2) da seguinte forma: (3) Mas, as funções exponencial e logarítmica são inversas, logo a segunda parcela do lado direito da equação (3) pode ser escrita como: (4) Obtemos então, para a equação (5), após substituir (4): (5) Chamemos agora: ln(y) ( Y e ln(A) ( C Com esta mudança de variável a equação (5) pode ser escrita da seguinte maneira: Y = C + Bx (6) onde, Y = ln(y) , C = ln(A) , sendo B e C constantes. Mas a eq. (6) é justamente a equação da reta, com coeficiente angular B e coeficiente linear C. Deste modo, se a relação funcional entre duas grandezas x e y é do tipo exponencial então ao traçarmos o gráfico ln(y) versus x obteremos uma reta. A partir daí poderemos obter os coeficientes A e B da eq. (1) por: A = eC e B = B onde, Uma forma, mais precisa, de encontrar os valores das constantes A e B sem determinar o logaritmo dos valores da grandeza Y, não incorrendo assim, na propagação de erros, é traçar o gráfico de Y versus x em papel monologarítmico. Como você pode ver (Fig.2) o papel mono-logarítmico possui duas escalas. Uma delas (escala horizontal) é comum, isto é, milimetrada e é numerada de 1 a 120. A outra escala (vertical) no entanto é uma escala logarítmica. Nesta última as marcações são feitas com base em potências de 10 e ela está numerada de 1 a 103 (embora haja outros formatos com marcações diferentes). Para fazer um gráfico neste tipo de papel é muito simples. Marque no eixo horizontal (escala comum) a escala a ser utilizada pela variável independente. Assim marque diretamente os valores da variável dependente na escala logarítmica (a escala vertical). Agora é só marcar os pontos e traçar o gráfico. Exemplo para exercício: Usando papel mono-logarítmico, trace o gráfico da variável y em função da variável x, de acordo com os pontos dados pela tabela 1. Tabela 1 - Valores de Y em função de x x (unid. arb.) Y (unid. arb.) 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 2,72 7,39 20,09 54,60 148,41 403,43 1. Escolha a escala adequada para a variável x e marque os valores de x na escala horizontal 2. Marque os valores de Y na escala vertical (logarítmica) 3. Marque os pontos relativos aos pares ordenados 4. Trace a curva passando pela maioria possível dos pontos Você pode observar que a curva aqui é uma reta do tipo: Y = C + Bx (eq. 6). Logo a dependência entre as variáveis é do tipo: y = A eBx Encontre os valores das constantes C , A e B (No nosso caso C = 0 , A = 1 e B = 1) Portanto a equação que governa os dados da tabela 1 é: y = ex 4. ATIVIDADE Para esta atividade será necessário o seguinte material: proveta graduada de 1000 ml, um cronômetro e uma mangueira tipo a de soro. Monte o material conforme a figura e encha a proveta até o nível 1000 mL. Faça a sinfonação da água e com auxilio do cronômetro meça o tempo de escoamento da água, à medida que o nível da água na proveta atinja a marcação 1000, 900, 800, 700, 600, 500, 400, 300, 200, ....... Construa um gráfico, em papel milimetrado, do volume escoado (V) em função do tempo (t). Analise a curva e indique a possível relação matemática entre V e t. Construa um gráfico, em papel monolog, do volume escoado (V) em função do tempo (t). Analise a curva e indique a possível relação matemática entre V e t. Se possível determine os parâmetros da relação matemática entre as grandezas V e t. 4. EXERCÍCIOS A Tabela 2 representa os valores da diferença de potencial (V) em um capacitor a medida que este se descarrega através de um resistor R em função do tempo. TABELA 2. Representa os valores da diferença de potência (V) em um capacitor em função do tempo (t) a medida que ele descarrega-se através de um resistor. V (Volt) ((0,1V) 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 t (s) ((0,02s) 0,12 0,21 0,31 0,41 0,53 0,73 0,95 1. Construa o gráfico de V em função do tempo em papel milimetrado. 2. Construa o gráfico de V x t em papel mono-logarítmico. 3. Responda às seguintes questões: a) O que você pode concluir sobre o comportamento de V em função de t a partir do gráfico em papel milimetrado? b) No gráfico de V x t no papel milimetrado qual o valor de V para o tempo inicial (t=0)? c) Que tipo de curva você encontrou ao fazer o gráfico de V x t em papel mono-logarítmico? Qual a função matemática que descreve esta curva? d) Determine os valores dos coeficientes A, B e C. Especificamente para os dados da tabela 2, qual a equação que governa o fenômeno? �PAGE � �PAGE �56� _1146051328.doc 1 2 3 4 5 -1 0 1 2 3 y (unid. arb.) x (unid. arb.) -2 0 _1146051327.doc -40 -30 -20 -10 0 -1 0 1 2 3 y (unid. arb.) x(unid. arb.) -2
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