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CIÊNCIAS SOCIAIS I HISTORIA GERAL, DO BRASIL E DE ALAGOAS 1 Primeiras civilizações. ........................................................................................................................................................................................01 2 Idade Média, Moderna e Contemporânea. .............................................................................................................................................. 08 3 Expansão do capitalismo. ................................................................................................................................................................................09 4 Brasil 500 anos. ....................................................................................................................................................................................................10 4.1 Estrutura econômica, política, social e cultural. .................................................................................................................................... 10 4.2 Sociedade colonial. .........................................................................................................................................................................................10 4.3 Família real no Brasil e os períodos regenciais. ................................................................................................................................... 14 4.4 Período republicano. ......................................................................................................................................................................................17 4.5 Tenentismo. .......................................................................................................................................................................................................18 4.6 Crise de 1929. ...................................................................................................................................................................................................18 4.7 Era Vargas. ..........................................................................................................................................................................................................19 4.8 A nova republica e a globalização mundial. ......................................................................................................................................... 25 4.9 Aspectos históricos do Estado de Alagoas: colonização, povoamento, sociedade e indústrias. ..................................... 27 II GEOGRAFIA GERAL, DO BRASIL E DE ALAGOAS 1 Geografia politica do mundo atual. ............................................................................................................................................................. 30 2 Globalização. ........................................................................................................................................................................................................31 3 Aspectos gerais da população brasileira. .................................................................................................................................................. 31 4 Degradação do meio ambiente. ................................................................................................................................................................... 34 5 O Brasil no contexto internacional. .............................................................................................................................................................. 34 6 Formação do Brasil. ...........................................................................................................................................................................................35 7 Território brasileiro atual. .................................................................................................................................................................................35 8 Problemas sociais urbanos no Brasil. .......................................................................................................................................................... 38 9 Estrutura fundiária brasileira. ......................................................................................................................................................................... 39 10 Qualidade de vida e alguns indicadores. ................................................................................................................................................ 39 11 Aspectos geográficos do estado de Alagoas. ........................................................................................................................................ 40 1 CIÊNCIAS SOCIAIS I HISTORIA GERAL, DO BRASIL E DE ALAGOAS. 1 PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES. As grandes civilizações e suas organizações As primeiras civilizações se formaram a partir de quando o homem descobriu a agricultura e passou a ter uma vida mais sedentária, por volta de 4.000 a.C. Essas primeiras civilizações se formaram em torno ou em função de grandes rios: A Mesopotâmia estava ligada aos Rios Tigre e Eufrates, o Egito ao Nilo, a Índia ao Indo, a China ao Amarelo. Foi no Oriente Médio que tiveram início as civilizações. Tempos depois foram se desenvolvendo no Oriente outras civi- lizações que, sem contar com o poder fertilizante dos grandes rios, ganharam características diversas. As pastoris, como a dos hebreus, ou as mercantis, como a dos fenícios. Cada um desses povos teve, além de uma rica história interna, longas e muitas vezes conflituosas relações com os demais. Mesopotâmia: o berço da civilização A estreita faixa de terra localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque, foi chamada na Antiguidade, de Mesopotâmia, que significa “entre rios” (do grego, meso = no meio; potamos = rio). Essa re- gião foi ocupada, entre 4.000 a.C. e 539 a.C, por uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e dominaram uns aos outros, formando o que denominamos povos mesopotâmicos. Sumérios, babilônios, hititas, assírios e caldeus são alguns desses povos. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história. Os sumérios (4000 a.C. – 1900 a.C.) Foi nos pântanos da antiga Suméria que surgiram as primeiras cidades conhecidas na região da Mesopotâmia, como Ur, Uruk e Nipur. Os povos da Suméria enfrentaram muitos obstáculos naturais. Um deles era as violentas e irregulares cheias dos rios Tigre e Eufrates. Para conter a força das águas e aproveita-las, construíram diques, barragens, reservatórios e também ca- nais de irrigação, que conduziam as águas para as regiões secas. Atribui-se aos Sumérios o desenvolvimento de um tipo de escrita, chamada cuneiforme, que inicialmente, foi criada para registrar transações comerciais. 2 CIÊNCIAS SOCIAIS A escrita cuneiforme – usada também pelos sírios, hebreus e persas – era uma escrita ideográfica, na qual o objeto re- presentado expressava uma idéia, dificultando a representação de sentimento, ações ou idéias abstratas, com o tempo, os sinais pictóricos converteram-se em um sistema de sílabas. Os registros eram feitos em uma placa de argila mole. Utilizava- se para isso um estilete, que tinha uma das pontas em forma de cunha, daí o nome de escrita cuneiforme. Quem decifrou esta escrita foi Henry C. Rawlinson, através das inscrições da Rocha de Behistun. Na mesma época, outro tipo de escrita, a hieroglífica desenvolvia-se no Egito. Caracteres cuneiformes gravados na Suméria, por volta de 3200 a.C. Na sociedade suméria havia escravidão, porém o número de escravos era pequeno. Grupos de nômades, vindos do deserto da Síria, conhecidoscomo Acadianos, dominaram as cidades-estados da Suméria por volta de 2300 a.C. Os povos da Suméria destacaram-se também nos trabalhos em metal, na lapidação de pedras preciosas e na escultura. A construção característica desse povo é a zigurate, depois copiada pelos povos que se sucederam na região. Era uma torre em forma de pirâmide, composta de sucessivos terraços e encimada por um pequeno templo. Os Sumérios eram politeístas e faziam do culto aos deuses uma das principais atividades a desempenhar na vida. Quan- do interrompiam as orações deixavam estatuetas de pedra diante dos altares para rezarem em seu nome. Dentro dos templos havia oficinas para artesãos, cujos produtos contribuíram para a prosperidade da Suméria. Os sumérios merecem destaque também por terem sido os primeiros a construir veículos com rodas. As cidades sumérias eram autônomas, ou seja, cada qual possuía um governo independente. Apenas por volta de 2330 a.C., essas cidades foram unificadas. O processo de unificação ocorreu sob comando do rei Sargão I, da cidade de Acad. Surgia assim o primeiro império da região. O império construído pelos acades não durou muito tempo. Pouco mais de cem anos depois, foi destruído por povos inimigos. Os babilônios (1900 a. C – 1600 a.C.) Os babilônios estabeleceram-se ao norte da região ocupada pelos sumérios e, aos poucos, foram conquistando di- versas cidades da região mesopotâmica. Nesse processo, destacou-se o rei Hamurabi, que, por volta de 1750 a.C., havia conquistado toda a Mesopotâmia, formando um império com capital na cidade de Babilônia. Hamurabi impôs a todos os povos dominados uma mesma administração. Ficou famosa a sua legislação, baseada no princípio de talião (olho por olho, dente por dente, braço por braço, etc.) O Código de Hamurabi, como ficou conhecido, é um dos mais antigos conjuntos de leis escritas da história. Hamurabi desenvolveu esse conjunto de leis para poder orga- nizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido. 3 CIÊNCIAS SOCIAIS Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol. Além de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor, respon- sável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia, que fez para satisfazer sua esposa, e a Torre de Babel. Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém. Jardins Suspensos da Babilônia Torre de Babel Após a morte de Hamurabi, o império Babilônico foi invadido e ocupado por povos vindos do norte e do leste. Os hititas (1600 a. C – 1200 a.C.) Os Hititas foram um povo indo-europeu, que no 2º milênio a.C. fundaram um poderoso império na Anatólia Central (atual Turquia), região próxima da Mesopotâmia. A partir daí, estenderam seus domínios até a Síria e chegaram a conquistar a Babilônia. Provavelmente, a localização de sua capital, Hatusa, no centro da Ásia Menor, contribuiu para o controle das fronteiras do Império Hitita. Essa sociedade legou-nos os mais antigos textos escritos em língua indo-européia. Essa língua deu origem à maior par- te dos idiomas falados na Europa. Os textos tratavam de história, política, legislação literatura e religião e foram gravados em sinais cuneiformes sobre tábuas de argila. Os Hititas utilizavam o ferro e o cavalo, o que era uma novidade na região. O cavalo deu maior velocidade aos carros de guerra, construídos não mais com rodas cheias, como as dos sumérios, mas rodas com raios, mais leves e de fácil manejo. O exército era comandado por um rei, que também tinha as funções de juiz supremo e sacerdote. Na sociedade hitita, as rainhas dispunham de relativo poder. No aspecto cultural podemos destacar a escrita hitita, baseada em representações pictográficas (desenhos). Além desta escrita hieroglífica, os hititas também possuíam um tipo de escrita cuneiforme. Pictograma mostrando um guerreiro hitita. 4 CIÊNCIAS SOCIAIS Assim como vários povos da antiguidade, os hititas se- guiam o politeísmo (acreditavam em várias divindades). Os deuses hititas estavam relacionados aos diversos aspectos da natureza (vento, água, chuva, terra, etc). Em torno de 1200 a.C., os hititas foram dominados pe- los assírios, que, contando com exércitos permanentes, ti- nham grande poderio militar. A queda deste império dá-se por volta do século 12 a.C. Os assírios (1200 a. C – 612 a.C.) Legenda: Painel de pedra que decorava o palácio do rei Assurbanipal, em Nínive, arqueiros assírios colocam em fuga um contingente de árabes montados em camelos. Os assírios habitavam a região ao norte da babilônia e por volta de 729 a.C. já haviam conquistado toda a Meso- potâmia. Sua capital, nos anos mais prósperos, foi Nínive, numa região que hoje pertence ao Iraque. Este povo destacou-se pela organização e desenvol- vimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desen- volver a sociedade. Eram extremamente cruéis com os po- vos inimigos que conquistavam, impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com estas atitu- des, tiveram que enfrentar uma série de revoltas populares nas regiões que conquistavam. Empreenderam a conquista da Babilônia, e a partir daí começaram a alargar as fronteiras do seu Império até atin- girem o Egito, no norte da África. O Império Assírio conhe- ceu seu período de maior glória e prosperidade durante o reinado de Assurbanipal. Assurbanipal foi o último grande rei dos assírios. Du- rante o seu reinado (668 - 627 a.C.), a Assíria se tornou a primeira potência mundial. Seu império incluía a Babilônia, a Pérsia, a Síria e o Egito. Ainda no reinado de Assurbanipal, os babilônios se li- bertaram (em 626 a.C.) e capturaram Ninive. Com a morte de Assurbanipal, a decadência do Império Assírio se acen- tuou, e o poderio da Assíria desmoronou. Uma década mais tarde o império caía em mãos de babilônios e persas. O estranho paradoxo da cultura assíria foi o crescimen- to da ciência e da matemática. Este fato pode em parte explicado pela obsessão assíria com a guerra e invasões. Entre as grandes invenções matemáticas dos assírios está a divisão do círculo em 360 graus, tendo sido eles dentre os primeiros a inventar latitude e longitude para navegação geográfica. Eles também desenvolveram uma sofisticada ciência médica, que muito influenciou outras regiões, tão distantes como a Grécia. Os caldeus (612 a. C – 539 a.C.) A Caldéia era uma região no sul da Mesopotâmia, prin- cipalmente na margem oriental do rio Eufrates, mas muitas vezes o termo é usado para se referir a toda a planície me- sopotâmica. A região da Caldéia é uma vasta planície for- mada por depósitos do Eufrates e do Tigre, estendendo-se a cerca de 250 quilômetros ao longo do curso de ambos os rios, e cerca de 60 quilômetros em largura. Os Caldeus foram uma tribo (acredita-se que tenham emigrado da Arábia) que viveu no litoral do Golfo Pérsico e se tornou parte do Império da Babilônia. Esse império ficou conhecido como Neobabilônico ou Segundo Império Babi- lôncio. Seu mais importante soberano foi Nabucodonosor. Em 587 a.C., Nabucodonosor conquistou Jerusalém. Além de estender seus domínios, foram feitos muitos es- cravos entre os habitantes de Jesuralém. Seguiu-se então um período de prosperidade material, quando foram cons- truídos grandes edifícios com tijolos coloridos. 5 CIÊNCIAS SOCIAIS Em 539 a.C., Ciro, rei dospersas, apoderou-se de Ba- bilônia e transformou-a em mais uma província de seu gi- gantesco império. A organização social dos mesopotâmios Sumérios, babilônios, hititas, assírios, caldeus. Entre os inúmeros povos que habitaram a Mesopotâmia existiam diferenças profundas. Os assírios, por exemplo, eram guer- reiros. Os sumérios dedicavam-se mais à agricultura. Apesar dessas diferenças, é possível estabelecer pon- tos comuns entre eles. No que se refere à organização so- cial, à religião e à economia. Vamos agora conhecê-las: A sociedade As classes sociais - A sociedade estava dividida em classes: nobres, sacerdotes versados em ciências e respei- tados, comerciantes, pequenos proprietários e escravos. A organização social variou muito pelos séculos, mas de modo geral podemos falar: • Dominantes: governantes, sacerdotes, militares e comerciantes. • Dominados: camponeses, pequenos artesãos e escravos (normalmente presos de guerra). • Dominantes detinham o poder de quatro formas básicas de manifestação desse poder: riqueza, política, mi- litar e saber. Posição mais elevada era do rei que detinha poderes políticos, religiosos e militares. Ele não era consi- derado um deus, mas sim representante dos deuses. • Os dominados consumiam diretamente o que produziam e eram obrigados a entregar excedentes para os dominantes A religião Os povos mesopotâmicos eram politeístas, isto é, ado- ravam diversas divindades, e acreditavam que elas eram capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, não acredita- vam em recompensas após a morte, acreditavam em cren- ça em gênios, demônios, heróis, adivinhações e magia. Seus deuses eram numerosos com qualidades e defeitos, sentimentos e paixões, imortais, despóticos e sanguiná- rios. Cada divindade era uma força da natureza como o vento, a água, a terra, o sol, etc, e do dono da sua cidade. Marduk, deus de Babilônia, o cabeça de to- dos, tornou-se deus do Império, durante o reinado de Hamurabi. Foi substituído por Assur, durante o domí- nio dos assírios. Voltou ao posto com Nabucodonosor. Acreditavam também em gênios bons que ajudavam os deuses a defender-se contra os demônios, contra as divin- dades perversas, contra as enfermidades, contra a morte. Os homens procuravam conhecer a vontade dos deuses manifestada em sonhos, eclipses, movimento dos astros. Essas observações feitas pelos sacerdotes deram origem à astrologia. A vida cotidiana na mesopotâmia Escravos e pessoas de condições mais humildes le- vavam o mesmo tipo de vida. A alimentação era muito simples: pão de cevada, um punhado de tâmaras e um pouco de cerveja leve. Isso era a base do cardápio diário. Às vezes comiam legumes, lentilha, feijão e pepino ou, ainda, algum peixe pescado nos rios ou canais. A carne era um alimento raro. Na habitação, a mesma simplicidade. Às vezes a casa era um simples cubo de tijolos crus, revestidos de barro. O telhado era plano e feito com troncos de palmeiras e argila comprimida. Esse tipo de telhado tinha a desvantagem de deixar passar a água nas chuvas mais torrenciais, mas em tempos normais era usado como terraço. As casas não tinham janelas e à noite eram iluminadas por lampiões de óleo de gergelim. Os insetos eram abun- dantes nas moradias. Os ricos se alimentavam melhor e moravam em casas mais confortáveis que os pobres. Mesmo assim, quando as epidemias se abatiam sobre as cidades, a mortalidade era a mesma em todas as camadas sociais. Política e economia A organização política da Mesopotâmia tinha um so- berano divinizado, assessorado por burocratas- sacerdotes, que administravam a distribuição de terras, o sistema de irrigação e as obras hidráulicas. O sistema financeiro ficava a cargo de um templo, que funcionava como um verdadeiro banco, emprestando sementes, distribuído um documento semelhante ao cheque bancário moderno e cobrando juros sobre as sementes emprestadas. Em linhas gerais pode-se dizer que a forma de produ- ção predominante na Mesopotâmia baseou-se na proprie- dade coletiva das terras administrada pelos templos e pa- lácios. Os indivíduos só usufruíam da terra enquanto mem- bros dessas comunidades. Acredita-se que quase todos os meios de produção estavam sobre o controle do déspota, personificações do Estado, e dos templos. O templo era o centro que recebia toda a produção, distribuindo-a de acor- do com as necessidades, alem de proprietário de boa parte das terras: é o que se denomina cidade-templo. Administradas por uma corporação de sacerdotes, as terras, que teoricamente eram dos deuses, eram entregues aos camponeses. Cada família recebia um lote de terra e de- via entregar ao templo uma parte da colheita como paga- mento pelo uso útil da terra. Já as propriedades particulares eram cultivadas por assalariados ou arrendatários. Entre os sumérios havia a escravidão, porém o número de escravos era relativamente pequeno. A agricultura A agricultura era base da economia neste período. A economia da Baixa Mesopotâmia, em meados do terceiro milênio a.C. baseava-se na agricultura de irrigação. Culti- vavam trigo, cevada, linho, gergelim (sésamo, de onde 6 CIÊNCIAS SOCIAIS extraiam o azeite para alimentação e iluminação), arvores frutíferas, raízes e legumes. Os instrumentos de trabalho eram rudimentares, em geral de pedra, madeira e barro. O bronze foi introduzido na segunda metade do terceiro milênio a.C., porem, a verdadeira revolução ocorreu com a sua utilização, isto já no final do segundo milênio antes da Era Cristã. Usavam o arado semeador, a grade e carros de roda; A criação de animais A criação de carneiros, burros, bois, gansos e patos era bastante desenvolvida. O comércio Os comerciantes eram funcionários a serviço dos tem- plos e do palácio. Apesar disso, podiam fazer negócios por conta própria. A situação geográfica e a pobreza de ma- térias primas favoreceram os empreendimentos mercantis. As caravanas de mercadores iam vender seus produtos e buscar o marfim da Índia, a madeira do Líbano, o cobre de Chipre e o estanho de Cáucaso. Exportavam tecidos de linho, lã e tapetes, além de pedras preciosas e perfumes. As transações comerciais eram feitas na base de troca, criando um padrão de troca inicialmente representado pela cevada e depois pelos metais que circulavam sobre as mais diversas formas, sem jamais atingir, no entanto, a forma de moeda. A existência de um comércio muito intenso deu origem a uma organização economia sólida, que realizava operações como empréstimos a juros, corretagem e socie- dades em negócios. Usavam recibos, escrituras e cartas de crédito. O comércio foi uma figura importante na sociedade mesopotâmica, e o fortalecimento do grupo mercantil pro- vocou mudanças significativas, que acabaram por influen- ciar na desagregação da forma de produção templário-pa- laciana dominante na Mesopotâmia. As ciências a astronomia Entre os babilônicos, foi a principal ciência. Notáveis eram os conhecimentos dos sacerdotes no campo da as- tronomia, muito ligada e mesmo subordinada a astrologia. As torres dos templos serviam de observatórios astronômi- cos. Conheciam as diferenças entre os planetas e as estre- las e sabiam prever eclipses lunares e solares. Dividiram o ano em meses, os meses em semanas, as semanas em sete dias, os dias em doze horas, as horas em sessenta minu- tos e os minutos em sessenta segundos. Os elementos da astronomia elaborada pelos mesopotâmicos serviram de base à astronomia dos gregos, dos árabes e deram origem à astronomia dos europeus. A matemática Entre os caldeus, alcançou grande progresso. As neces- sidades do dia a dia levaram a um certo desenvolvimento da matemática. Os mesopotâmicos usavam um sistema matemático sexagesimal (baseado no número 60). Eles co- nheciam os resultados das |multiplicaçõese divisões, raízes quadradas e raiz cúbica e equações do segundo grau. Os matemáticos indicavam os passos a serem seguidos nessas operações, através da multiplicação dos exemplos. Jamais divulgaram as formulas dessas operações, o que tornaria as repetições dos exemplos desnecessárias. Também divi- diram o círculo em 360 graus, elaboraram tábuas corres- pondentes às tábuas dos logaritmos atuais e inventaram medidas de comprimento, superfície e capacidade de peso; A medicina Os progressos da medicina foram grandes (cataloga- ção das plantas medicinais, por exemplo). Assim como o direito e a matemática, a medicina estava ligada a adivi- nhação. Contudo, a medicina não era confundida com a simples magia. Os médicos da Mesopotâmia, cuja profissão era bastante considerada, não acreditavam que todos os males tinham origem sobrenatural, já que utilizavam medi- camentos à base de plantas e faziam tratamentos cirúrgi- cos. Geralmente, o medico trabalhava junto com um exor- cista, para expulsar os demônios, e recorria aos adivinhos, para diagnosticar os males. As letras Escrita cuneiforme gravada numa escultura do século XXII a.C. (Museu do Louvre, Paris). A linguagem escrita é resultado da necessidade hu- mana de garantir a comunicação e o desenvolvimento da técnica. A escrita A escrita cuneiforme, grande realização sumeriana, usada pelos sírios, hebreus e persas, surgiu ligada às ne- cessidades de contabilização dos templos. Era uma escri- ta ideográfica, na qual o objeto representado expressava uma idéia. Os sumérios - e, mais tarde os babilônicos e os assírios, que falavam acadiano - fizeram uso extensivo da escrita cuneiforme. Mais tarde, os sacerdotes e escribas co- meçaram a utilizar uma escrita convencional, que não tinha nenhuma relação com o objeto representado. 7 CIÊNCIAS SOCIAIS As convenções eram conhecidas por eles, os encar- regados da linguagem culta, e procuravam representar os sons da fala humana, isto é, cada sinal representava um som. Surgia assim a escrita fonética, que pelo menos no segundo milênio a.C., já era utilizado nos registros de contabilidade, rituais mágicos e textos religiosos. Quem decifrou a escrita cuneiforme foi Henry C. Rawlinson. A chave dessa façanha ele obteve nas inscrições da Rocha de Behistun, na qual estava gravada uma gigantesca men- sagem de 20 metros de comprimento por 7 de Altura. A mensagem fora talhada na pedra pelo rei Dario, e Rawlinson identificou três tipos diferentes de escrita (an- tigo persa, elamita e acádio - também chamado de assírio ou babilônico). O alemão Georg Friederich Grotefend e o francês Jules Oppent também se destacaram nos estudos da escrita sumeriana. A Literatura era pobre Destacam-se apenas o Mito da Criação e a Epopeia de Guilgamesh - aventura de amor e coragem desse herói semideus, cujo objetivo era conhecer o segredo da imor- talidade. O Direito O Código de Hamurabi, até pouco tempo o primeiro código de leis que se tinha notícia, não é original. É uma compilação de leis sumerianas mescladas com tradições semitas. Ele apresenta uma diversidade de procedimentos jurídicos e determinação de penas para uma vasta gama de crimes. Contém 282 leis, abrangendo praticamente todos os aspectos da vida babilônica, passando pelo comércio, propriedade, herança, direitos da mulher, família, adul- tério, falsas acusações e escravidão. Suas principais ca- racterísticas são: Pena ou Lei de Talião, isto é, “olho por olho, dente por dente” (o castigo do criminoso deveria ser exatamente proporcional ao crime por ele cometido), de- sigualdade perante a lei (as punições variavam de acordo com a posição social da vitima e do infrator), divisão da sociedade em classes (os homens livres, os escravos e um grupo intermediário pouco conhecido - os mushkhinum) e igualdade de filiação na distribuição da herança. O Código de Hamurabi reflete a preocupação em dis- ciplinar a vida econômica (controle dos preços, organiza- ção dos artesãos, etc.) e garantir o regime de propriedade privada da terra. Os textos jurídicos mesopotâmicos invo- cavam os deuses da justiça, os mesmos da adivinhação, que decretavam as leis e presidiam os julgamentos. Legenda: inscrição do Código de Hamurabi. As artes A mais desenvolvida das artes, porém não era tão no- tável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram con- siderados cópias dos existentes nos céus, de tijolos, por ser escassa a pedra na região. O zigurate, torre de vários an- dares, foi a construção característica das cidades-estados sumerianas. Nas construções, empregavam argila, ladrilhos e tijolos. Escultura e a pintura Tanto a escultura quanto a pintura eram fundamen- talmente decorativas. A escultura era pobre, representada pelo baixo relevo. Destacava-se a estatuária assíria, gigan- tesca e original. Os relevos do palácio de Assurbanipal são obras de artistas excepcionais. A pintura mural existia em função da arquitetura. A música e a dança A música na Mesopotâmia, principalmente entre os ba- bilônicos, estava ligada à religião. Quando os fiéis estavam reunidos, cantavam hinos em louvor dos deuses, com acompanhamento de música. Esses hinos começavam muitas vezes, pelas expressões: “ Glória, louvor tal deus; quero cantar os louvores de tal deus”, se- guindo a enumeração de suas qualidades, de socorro que dele pode esperar o fiel. Nas cerimônias de penitência, os hinos eram de lamen- tação: “aí de nós”, exclamavam eles, relembrando os sofri- mentos de tal ou qual deus ou apiedando-se das desditas que desabam sobre a cidade. Instrumentos sem dúvida de sons surdos, acompanhavam essa recitação e no corpo des- ses salmos, vê-se o texto interromper-se e as onomatopéias “ua”, “ui”, “ua”, sucederem-se em toda uma linha. A massa dos fiéis devia interromper a recitação e não retomá-la se- não quando todos, em coro tivessem gemido bastante. 8 CIÊNCIAS SOCIAIS A procissão, finalmente, muitas vezes acompanhava as cerimônias religiosas e mesmo as cerimônias civis. Sobre um baixo-relevo assírio do British Museum que representa a tomada da cidade de Madaktu em Elam, a população sai da cidade e se apresenta diante do vencedor, precedida de música, enquanto as mulheres do cortejo batem palmas à oriental para compassar a marcha. O canto também tinha ligações com a magia. Há cantos a favor ou contra um nascimento feliz, cantos de amor, de ódio, de guerra, cantos de caça, de evocação dos mortos, cantos para favorecer, entre os viajantes, o estado de transe. A dança, que é o gesto, o ato reforçado, se apóia em magia sobre leis da semelhança. Ela é mímica, aplica-se a todas as coisas:- há danças para fazer chover, para guerra, de caça, de amor etc. Danças rituais têm sido representadas em monumentos da Ásia Ocidental, Suméria. Em Thecheme-Ali, perto de Tee- rã; em Tepe-Sialk, perto de Kashan; em Tepe-Mussian, região de Susa, cacos arcaicos reproduzem filas de mulheres nuas, dando-se as mãos, cabelos ao vento, executando uma dança. Em cilindros-sinetes vêem-se danças no curso dos festins sagrados (tumbas reais de Ur). O legado dos povos mesopotâmicos Herdamos dos povos mesopotâmicos vários elementos de nossa cultura. Vejamos alguns: • o ano de 12 meses e a semana de 7 dias; • a divisão do dia em 24 horas; • a crença nos horóscopos e os doze signos do zodíaco; • a previsão dos eclipses. • o hábito de fazer o plantio de acordo com as fases da lua; • a circunferência de 360 graus; o processo aritmético das operações matemáticas; multiplicação, divisão, soma e subtração além de raiz quadrada e cúbica. 2 IDADE MEDIA, MODERNA E CONTEMPORÂNEA. De acordo com a visão clássica e tradicional, a divisão da história da humanidade é feita em quatro grandes períodos, também chamados de Idades. São eles:• Idade Antiga • Idade Média • Idade Moderna • Idade Contemporânea 9 CIÊNCIAS SOCIAIS Divisões da História Pré-História Todo o período que existiu antes da invenção da escrita é denominado Pré-história. Assim, a Pré-história corres- ponderia a um período da humanidade, que abrange mi- lhões de anos, onde o homem aprendeu a viver em comu- nidade, a utilizar o fogo, a domesticar animais e a produzir alimento, dando a origem à agricultura. Na pré-história o homem criou a linguagem como meio de comunicação e inventou a escrita. Além disso, criou a pintura, a cerâmica e as primeiras organizações so- ciais e políticas. A Pré-história está dividida em três períodos: 1. Paleolítico: também chamado de “Idade da Pedra Lascada”, que se inicia há aproximadamente 4,4 milhões de anos e se estende até 8000 a.C. 2. Neolítico: também chamado de “Idade da Pedra Polida”, que vai de aproximadamente 8000 a.C. a 5000 a.C. 3. Idade dos Metais: período que se estende de 5000 a.C. até o surgimento da escrita pelos sumérios, em 4000 a.C.. Tudo o que sabemos sobre a Pré-história devemos aos fósseis e objetos encontrados nas escavações paleontoló- gicas, que ocorreram principalmente a partir do final do sé- culo XIX, estendendo-se até os dias atuais, frequentemente apresentando novas descobertas. Idade Antiga Idade Antiga ou Antiguidade é o período da história que é contado a partir do desenvolvimento da escrita, pe- los sumérios, mais ou menos 4000 anos a.C., até a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 da era cristã. Dentre os fatos históricos desse período da história se destacam: • Antiguidade Oriental, que compreende a civiliza- ção egípcia, a civilização mesopotâmica, as civilizações he- braica, fenícia e persa • Grécia Antiga, das origens ao período arcaico • Roma Antiga e o Império Romano, até a sua que- da, em 476 Idade Média A Idade Média é o período da história que tem início em 476 e vai até a tomada de Constantinopla, pelos turcos otomanos, em 1453. Nesse período da história se destacam: • Alta Idade Média • Feudalismo • Baixa Idade Média • Cultura Medieval • Formação das Monarquias Nacionais Idade Moderna A Idade Moderna é o período da história que tem iní- cio em 1453 e vai até o ano de 1789, data da Revolução Francesa. Dentro desse período da história se destacam: • Expansão Marítima Europeia • Revolução Comercial e o Mercantilismo • Colonialismo Europeu na América • Renascimento Cultural • Reforma Protestante e Contrarreforma • Absolutismo • Iluminismo Idade Contemporânea A Idade Contemporânea é estudada de 1789, épo- ca da Revolução Francesa, até os dias atuais. Dentro desse período, vários acontecimentos políticos, econômicos e so- ciais, receberam influência da Revolução Francesa, como: • Independência do Brasil • Revolução Industrial Fonte: https://www.todamateria.com.br/divisao-da -historia/ 3 EXPANSÃO DO CAPITALISMO. Origens Encontramos a origem do sistema capitalista na passa- gem da Idade Média para a Idade Moderna. Com o renasci- mento urbano e comercial dos séculos XIII e XIV, surgiu na Europa uma nova classe social: a burguesia. Esta nova clas- se social buscava o lucro através de atividades comerciais. Neste contexto, surgem também os banqueiros e cam- bistas, cujos ganhos estavam relacionados ao dinheiro em circulação, numa economia que estava em pleno desen- volvimento. Historiadores e economistas identificam nesta burguesia, e também nos cambistas e banqueiros, ideais embrionários do sistema capitalista: lucro, acúmulo de ri- quezas, controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios. Primeira Fase: Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo Este período estende-se do século XVI ao XVIII. Inicia- se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Europeias, fase em que a burguesia mercante começa a buscar riquezas em outras terras fora da Europa. Os co- merciantes e a nobreza estavam a procura de ouro, prata, especiarias e matérias-primas não encontradas em solo eu- ropeu. Estes comerciantes, financiados por reis e nobres, ao chegarem à América, por exemplo, vão começar um ciclo de exploração, cujo objetivo principal era o enriquecimento e o acúmulo de capital. Neste contexto, podemos identi- ficar as seguintes características capitalistas: busca do lu- cros, uso de mão-de-obra assalariada, moeda substituindo o sistema de trocas, relações bancárias, fortalecimento do poder da burguesia e desigualdades sociais. Segunda Fase: Capitalismo Industrial No século XVIII, a Europa passa por uma mudança sig- nificativa no que se refere ao sistema de produção. A Revo- lução Industrial, iniciada na Inglaterra, fortalece o sistema capitalista e solidifica suas raízes na Europa e em outras regiões do mundo. A Revolução Industrial modificou o sis- tema de produção, pois colocou a máquina para fazer o 10 CIÊNCIAS SOCIAIS trabalho que antes era realizado pelos artesãos. O dono da fábrica conseguiu, desta forma, aumentar sua margem de lucro, pois a produção acontecia com mais rapidez. Se por um lado esta mudança trouxe benefícios (queda no preço das mercadorias), por outro a população perdeu muito. O desemprego, baixos salários, péssimas condições de traba- lho, poluição do ar e rios e acidentes nas máquinas foram problemas enfrentados pelos trabalhadores deste período. O lucro ficava com o empresário que pagava um sa- lário baixo pela mão-de-obra dos operários. As indústrias, utilizando máquinas à vapor, espalharam-se rapidamente pelos quatro cantos da Europa. O capitalismo ganhava um novo formato. Muitos países europeus, no século XIX, começaram a incluir a Ásia e a África dentro deste sistema. Estes dois continentes foram explorados pelos europeus, dentro de um contexto conhecido como neocolonialismo. As popu- lações destes continentes, foram dominadas a força e tive- ram suas matérias-primas e riquezas exploradas pelos eu- ropeus. Eram também forçados a trabalharem em jazidas de minérios e a consumirem os produtos industrializados das fábricas europeias. Terceira Fase: Capitalismo Monopolista-Financeiro Iniciada no século XX, esta fase vai ter no sistema ban- cário, nas grandes corporações financeiras e no mercado globalizado as molas mestras de desenvolvimento. Pode- mos dizer que este período está em pleno funcionamento até os dias de hoje. Grande parte dos lucros e do capital em circulação no mundo passa pelo sistema financeiro. A globalização permitiu as grandes corporações produzirem seus produ- tos em diversas partes do mundo, buscando a redução de custos. Estas empresas, dentro de uma economia de mer- cado, vendem estes produtos para vários países, manten- do um comércio ativo de grandes proporções. Os sistemas informatizados possibilitam a circulação e transferência de valores em tempo quase real. Apesar das indústrias e do comercio continuarem a lucrar muito dentro deste sistema, podemos dizer que os sistemas bancário e financeiro são aqueles que mais lucram e acumulam capitais dentro deste contexto econômico atual. Fonte: http://www.suapesquisa.com/capitalismo/ 4 BRASIL 500 ANOS 4.1 ESTRUTURA ECONÔMICA, POLITICA, SOCIAL E CULTURAL. 4.2 SOCIEDADE COLONIAL. O período colonial brasileiro pode ser dividido em pe- ríodo pré-colonial e período colonial. 1.PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500/1530) Fase caracterizada por uma certa marginalização de Portugal em relação ao Brasil. O interesse português neste momento era o comércio com as Índias. Ademais, os portu- gueses não encontraram na área colonial -de imediato -pro- dutos lucrativos. À exceção do pau-brasil, que seria extraído pelos indígenas. Neste período a Metrópole realizou algumas expedições no litoral brasileiro, sem fins lucrativos ou colonizadores. Em 1501, sob ocomando de Gaspar de Lemos, chegou uma expedição com o objetivo de reconhecimento geográfico. Em 1503, uma nova expedição, sob o comando de Gon- çalo Coelho; prosseguiu o reconhecimento da nova terra. O navegador italiano Américo Vespúcio acompanhava as duas expedições. Além destas expedições de reconhecimento da nova terra, Portugal enviou outras duas expedições -em 1516 e 1526 -com objetivos militares. Foram as chamadas ex- pedições guarda-costas, comandadas por Cristovão Jac- ques, com a missão de aprisionar navios franceses e espa- nhóis, que praticavam o contrabando no litoral brasileiro. Estas expedições contribuíram para a fixação - em solo bra- sileiro dos primeiros povoadores brancos: degredados, em sua maioria. 2. PERÍODO COLONIAL (1530/1822) O início da colonização brasileira é marcada pela ex- pedição de Martim Afonso de Souza, que possuía três fi- nalidades: iniciar o povoamento da área colonial, realizar a exploração econômica e proteger o litoral contra a presença de estrangeiros. Para efetivar o povoamento, Martim Afonso de Souza fundou a vila de São Vicente, em 1532 e o primeiro engenho: Engenho do Governador. Também iniciou a distribuição de sesmarias, isto é, grandes lotes de terra para pessoas que se dispusessem a explorá-los. Com este expedição, o sistema de capitanias hereditárias começou a ser adotado, iniciando efetivamente o processo de colonização do Brasil. ADMINISTRAÇÃO COLONIAL A administração colonial portuguesa no Brasil girou en- tre dois eixos: o centralismo político - caracterizado por uma grande intervenção da Metrópole, para um melhor controle da área colonial; e o localismo político -marcado pela des- centralização e atendia os interesses dos colonos, em virtu- de da autonomia dos poderes locais para com a Metrópole. 11 CIÊNCIAS SOCIAIS 1. AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS Implantadas em 1534, por D. João III, objetivavam ga- rantir a posse colonial e compensar as sucessivas perdas mercantis do comércio com as Índias. Pelo sistema, o ônus da ocupação, exploração e proteção da colônia era trans- ferido para a iniciativa privada. Semelhante processo de colonização já fora adotado pelos lusitanos nas ilhas do Atlântico. O Brasil foi dividido em 14 capitanias que foram en- tregues as 12 donatários. O sistema de donatárias possuía sua base jurídica em dois documentos: -Carta de Doação: documento que estabelecia os direitos e deveres do donatário e outorgava a posse das terras ao capitão donatário. É importante notar que o do- natário não possuía a propriedade da terra, mas sim a pos- se, o usufruto; cabendo ao rei o poder ou não de tomar a capitania de volta. -Foral: documento que estabelecia os direitos e obri- gações dos colonos. Pelo regime das donatárias, os capi- tães donatários possuíam amplos poderes administrativos, jurídicos e militares, sendo por isto caracterizado como um sistema de administração descentralizado. FRACASSO DO SISTEMA O sistema de capitanias hereditárias, de um modo ge- ral, fracassou. Na maioria dos casos, a falta de recursos fi- nanceiros para a exploração lucrativa justifica o insucesso. Duas capitanias prosperaram: São Vicente e Pernambuco, ambas graças ao sucesso da agricultura canavieira. Além do cultivo da cana, a capitania de São Vicente mantinha contatos com a região do Prata e iniciaram uma nova atividade comercial: a escravidão do índio. Um outro fator para justificar o fracasso do sistema era a ausência de um órgão político metropolitano para um maior controle sobre os donatários. Este órgão será o Governo-Geral, criado com o intuito de coordenar a explo- ração econômica da colônia. 2. O GOVERNO-GERAL Com a criação do Governo-Geral em 1548, pelo cha- mado Regimento -documento que reafirmava a autori- dade e soberania da Coroa sobre a colônia, e definia os encargos e direitos dos governadores-gerais -o Estado português assumia a tarefa de colonização, sem extinguir o sistema de capitanias hereditárias. O Governador-Geral era nomeado pelo rei por um perío- do de quatro anos e contava com três auxiliares: o provedor- mor, encarregado das finanças e responsável pela arrecadação de tributos; o capitão-mor, responsável pela defesa e vigilância do litoral e o ouvidor-mor, encarregado de aplicar a justiça. A seguir, os governadores-gerais e suas principais rea- lizações: Tomé de Souza (1549/1553) -fundação de Salvador, em 1549, primeira cidade e ca- pital do Brasil; -criação do primeiro bispado do Brasil (1551); -vinda dos primeiros jesuítas, chefiados por Manuel da Nóbrega, e início da catequese dos índios; -ampliação da distribuição de sesmarias; -política de incentivos aos engenhos de açúcar; -introdução das primeiras cabeças de gado; -proibição da escravidão indígena e início da adoção da mão-de-obra escrava africana. Duarte da Costa (1553/1558) -conflitos entre colonos e jesuítas envolvendo a escra- vidão indígena; -invasão francesa no Rio de Janeiro, em 1555 pelo hu- guenotes (protestantes), e fundação da França Antártica; -fundação do Colégio de São Paulo, no planalto de Pi- ratininga pelos jesuítas José de Anchieta e Manuel de Paiva; -conflito do governador com o bispo Pero Fernandes Sardinha, em virtude da vida desregrada de D. Álvaro da Costa, filho do governador; Mem de Sá (1558/1572) -aceleração da política de catequese, como forma de efetivar o domínio sobre os indígenas; -início dos aldeamentos indígenas de jesuítas, as cha- madas missões; -restabelecimento das boas relações com o bispado; -expulsão dos franceses e fundação da Segunda cida- de do Brasil, São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565. Com a morte de Mem de Sá, a Metrópole dividiu a ad- ministração da colônia entre dois governos: D. Luís de Bri- to, que se instalou em Salvador, a capital do Norte,e; ao sul, D. Antônio Salema, instalado no Rio de Janeiro. UNIÃO IBÉRICA ( 1580/1640) D. Sebastião, rei de Portugal, morreu em 1578 durante a batalha de Alcácer-Quibir contra os mouros sem deixar herdeiros diretos. Entre 1578 e 1580 o reino de Portugal foi governado por D. Henrique, tio-avó de D. Sebastião - que também morreu sem deixar herdeiros. Foi neste contexto que o rei da Espanha, Filipe II, neto de D. Manuel invadiu Portugal com suas tropas e assumiu o trono, iniciando o período da União Ibérica, onde Portugal ficou sob domínio da Espanha até 1640. Com o domínio espanhol sob Portugal, as colônias portuguesas ficaram sob a autoridade da Espanha. Este do- mínio implicou mudanças na administração colonial: houve um aumento da autoridade do provedor-mor para reprimir as corrupções administrativas; houve uma divisão da co- lônia em dois Estados: o Estado do Maranhão ( norte ) e o Estado do Brasil ( sul ), com o objetivo de exercer um maior controle sobre a região. Outras consequências da União Ibérica: suspensão temporária dos limites impostos pelo Tratado de Torde- silhas, contribuindo para a chamada expansão territorial; invasão holandesa no Brasil. 12 CIÊNCIAS SOCIAIS RESTAURAÇÃO ( 1640) Movimento lusitano pela restauração da autonomia do reino de Portugal, liderado pelo duque de Bragança. Após a luta contra o domínio espanhol, inicia-se uma nova dinastia em Portugal -a dinastia de Bragança. O domínio espanhol arruinou os cofres portugueses e levou Portugal a perder importantes áreas coloniais, co- locando Portugal em séria crise econômico-financeira. D. João IV intensifica a exploração colonial criando um órgão chamado Conselho Ultramarino. Através do Conselho Ultramarino, o controle sobre a colônia não era apenas econômico, mas também político: as Câmaras Municipais tiveram seus poderes diminuídos e passaram a obedecer ordens do rei e dos governadores. D. João IV também oficializou a formação da Compa- nhia Geral do Brasil, que teriao monopólio de todo o co- mércio do litoral brasileiro e o direito de cobrar impostos de todas as transações comerciais. Após pressões coloniais, a Companhia foi extinta em 1720. AS CÂMARAS MUNICIPAIS Os administradores das vilas, povoados e cidades re- uniam-se na Câmaras Municipais, que garantiam a partici- pação política dos senhores de terra. As Câmaras Munici- pais eram compostas por vereadores, chamados “homens bons” ( grandes proprietários de terra e de escravos). A presidência da Câmara ficava a cargo de um juíz. As Câmaras Municipais representavam o localismo po- lítico na luta contra o centralismo administrativo português. A IGREJA E A COLONIZAÇÃO A igreja Católica teve um papel de destaque na coloni- zação americana. Várias ordens religiosas atuaram no Brasil -carmelitas, dominicanos, beneditinos entre outras -com destaque para a Companhia de Jesus, os jesuítas. A Companhia de Jesus, criada em 1534, por Inácio de Loyola, surgiu no contexto da Contra-Reforma e com o ob- jetivo de consolidar e ampliar a fé católica pela catequese e pela educação. A ação catequista dos jesuítas na colônia gerou um in- tenso conflito com os colonos, que queriam escravizar os índios. A existência de um grande número de índios nos aldeamentos de índios - as Missões, atraía a cobiça dos co- lonos, que destruíam as Missões e vendiam os índios como escravos. A Companhia de Jesus, pela catequese, não tinha exa- tamente intensões humanitárias, pois dominavam cultural- mente os índios, facilitando sua submissão à colonização e impondo um novo modo de vida. O excedente de produ- ção - realizado pelo trabalho indígena - era comercializado pelos jesuítas. A catequização do índio fortaleceu e incenti- vou a escravidão negra, pelo tráfico negreiro. ECONOMIA COLONIAL A primeira atividade econômica na colônia foi a extra- ção do pau-brasil ( período pré-colonial ). A extração era efetuada pelos indígenas e em troca do trabalho, os euro- peus davam produtos manufaturados de baixa qualidade. Esse comércio é chamado de escambo. A atividade econômica que efetivou a colonização bra- sileira foi o cultivo da cana-de-açúcar. EMPRESA AGRÍCOLA COMERCIAL -A CANA-DE -AÇÚCAR No contexto do antigo Sistema Colonial, o Brasil foi uma colônia de exploração. Sendo assim, a economia co- lonial brasileira será de caráter complementar e especia- lizada, visando atender às necessidades mercantilistas. A exploração colonial será uma importante fonte de riquezas para os Estados Nacionais da Europa. Portugal não encontrou, imediatamente, os metais preciosos na área colonial. Para efetivar a posse colonial e exploração da área, a Metrópole instala no Brasil a coloni- zação baseada na lavoura da cana-de-açúcar com trabalho escravo. Por que açúcar? O açúcar era um produto muito procurado na Europa e, além disto, Portugal já tinha uma experiência anterior nas ilhas do Atlântico. Contribuiu também o clima e solo favoráveis na colônia. Estrutura de produção Para atender as necessidades do mercado consumi- dor europeu a produção teria de ser em larga escala, daí a existência do latifúndio (grande propriedade) e do trabalho escravo. Latifúndio monocultor, escravista e exportador formam a base da economia colonial, também denominado PLAN- TATION. As unidades açucareiras agro-exportadoras eram co- nhecidas por engenhos e estavam assim constituídas: -terras para o plantio da cana; -a casa-grande, que era a moradia do proprietário; -a senzala, que abrigava os escravos; -uma capela; -a casa de engenho, onde se concentrava a principal tarefa produtiva de transformação da cana-de-açúcar. A casa de engenho, por sua vez, era formada pela moenda, onde a cana era esmagada, extraindo-se o caldo; a casa das caldeiras, onde o caldo era engrossado ao fogo e, finalmente, a casa de purgar em que o melaço era cola- do em formas para secar. O açúcar, em forma de “pães de açúcar” era colocado em caixas de até 750 Kg e enviado para Portugal. Havia dois tipos de engenhos. Engenhos reais eram aqueles movimentados por força hidráullica; e Engenhos Trapiches -mais comuns -movidos por tração animal. A produção de aguardente, utilizada no escambo de escra- vos, era realizada pelos “molinetes” ou “engenhocas”. 13 CIÊNCIAS SOCIAIS Muitos fazendeiros não possuíam engenhos, sendo obrigados a moer a cana em outro engenho e pagando por isto, eram os chamados senhores obrigados. Deve-se destacar a intensa participação dos holan- deses na atividade açucareira no Brasil. Eram os respon- sáveis pelo financiamento na montagem do engenho do açúcar, transporte do açúcar para a Europa, refino e sua distribuição. TRÁFICO NEGREIRO A implantação da escravidão na área colonial serviu de elemento essencial no processo de acumulação de ca- pitais. Os negros eram capturados na África e conduzidos para o Brasil em navios ( navios negreiros ), chamados de tumbeiros. Quando chegavam ao Brasil era exibidos como mercadorias nos principais portos. A mão-de-obra africana contribui para a acumula- ção de capitais no tráfico -como mercadoria; em seguida, como força de trabalho na produção do açúcar. ATIVIDADES SUBSIDIÁRIAS O mundo do açúcar será possível graças a existência de outras atividades econômicas que contribuem para a viabilidade da produção açucareira: a pecuária, o tabaco e a agricultura de subsistência. Pecuária-atividade econômica essencial para a vida colonial. O gado era utilizado como força motriz, trans- porte e alimentação. Atividade econômica voltada para atender as necessi- dades do mercado interno, a pecuária contribuiu para a in- teriorização colonial e usava o trabalho livre ( o boiadeiro ). Tabaco-atividade econômica destinada ao escambo com as regiões africanas, onde era trocado por escravos. A principal área de cultivo era a Bahia. A produção do tabaco era realizada com mão-de-obra escrava. Lavoura de subsistência-responsável pela produção da alimentação colonial: mandioca e hortaliças. A força de trabalho era livre ( mestiços ). A economia açucareira entra em crise a partir do sécu- lo XVIII, dada a concorrência das Antilhas e da produção de açúcar na Europa, a partir da beterraba. No entanto, o açúcar sempre foi importante para a economia portugue- sa, obedecendo ciclos de alta e baixa procura no mercado consumidor. A ECONOMIA MINERADORA A descoberta de ouro vai provocar uma profunda mu- dança na estrutura do Brasil colonial e auxilia Portugal a solucionar alguns de seus problemas financeiros. A descoberta dos metais preciosos está relacionada com a expansão bandeirante entre os séculos XVII e XVIII. As primeiras descobertas datam do final do século XVII na região de Minas Gerais. ADMINISTRAÇÃO DAS MINAS Para administrar a região mineradora foi criada, em 1702, a Intendência das Minas, diretamente subordinada a Lisboa. Era responsável pela fiscalização e exploração das minas. Realizava a distribuição de datas -lotes a serem ex- plorados, e pela cobrança do quinto ( 20% do ouro encon- trado). Apesar do controle metropolitano, a prática do con- trabando era muito comum e, para coibi-la, a Coroa criou no ano de 1720, as Casas de Fundição- transformavam o ouro bruto ( pó ou pepita ) em barras já quintadas, ou seja, extraído o quinto pertencente à Coroa. A criação das Casas de Fundição gerou violentos pro- testos, culminando com a Revolta de Filipe dos Santos. Quando ocorre o esgotamento da exploração aurífe- ra, o governo português fixa uma nova forma de arrecadar o quinto: 100 arrobas anuais de ouro por município. Para garantir a arrecadação é instituída a derrama -a popula- ção completaria as 100 arrobas com seus bens pessoais. Este imposto trará um profundo sentimento de insatisfação para com a Metrópole. FORMAS DE EXPLORAÇÃO DAS MINAS. Haviadois tipos de exploração do ouro: -as lavras: a grande empresa mineradora, com utiliza- ção de trabalho escravo, ferramentas e aparelhos; -a faiscação: a pequena empresa, que explorava o tra- balho livre ou escravos alforriados OS DIAMANTES As primeiras descobertas de diamantes no Brasil ocor- reram em 1729, no Arraial do Tijuco, atual Diamantina. A dificuldade em se quintar o diamante levou a Metrópole a criar o Distrito Diamantino expulsão dos mineiros da região e a exploração passou a ser privilégio de algumas pessoas - os contratadores - que pagavam uma quantia fixa para extrair o diamante. Em 1771, o próprio governo português assumiu a exploração do diamante, estabelecendo a real extração. CONSEQÊNCIAS DA MINERAÇÃO A atividade mineradora no Brasil, como já dissemos, provocou uma alteração na estrutura colonial, ou seja, pro- vocou mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais. As mudanças econômicas Para começar, a mineração mudou o eixo econômico da vida colonial -do litoral nordestino para a região Cen- tro-Sul; incentivou a intensificação do comércio interno, uma vez que fazia-se necessário o abastecimento da re- gião das minas - aumento da produção de alimentos e da criação de gado; surgimento de rotas coloniais garantindo a interligação da região das minas com outras regiões do Brasil. 14 CIÊNCIAS SOCIAIS Por estas rotas, as chamadas tropas de mulas, levavam e traziam mercadorias. Entre estas mercadorias, destaque para o negro africano, transportado da decadente lavoura açucareira para a região das minas. Houve também um enorme estímulo a importação de artigos manufaturados, em decorrência do aumento popu- lacional e da concentração de riquezas. As mudanças sociais Como dito acima, houve um enorme aumento popula- cional nas regiões das minas. Tal crescimento demográfico altera a composição e estrutura da sociedade. A sociedade passa a ter um caráter urbano e multiplica-se o número de comerciantes, intelectuais, pequenos proprietários, funcio- nários públicos, artesãos. A sociedade mineradora passa a apresentar uma certa flexibilidade e mobilidade - algo que não existia na sociedade açucareira. Inicia-se o processo de uma relativa distribuição de riquezas. A sociedade torna-se mais politizada, graças a vinda de imigrantes e, com eles, a entrada das ideias iluministas- liberdade, igualdade e fraternidade. As mudanças políticas A Europa do século XVIII foi marcada pelo movimen- to filosófico denominado Iluminismo. As ideias iluministas chegavam ao Brasil pelos imigrantes sedentos pelo ouro ou trazidas pelos filhos dos grandes proprietários que fo- ram estudar na Europa. Alguns nomes merecem destaque, como Tomás Antô- nio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Inácio Alvarenga Peixoto, entre outros. Estes nomes estão relacionados ao primeiro movimento de caráter emancipacionista da histó- ria do Brasil: a Inconfidência Mineira. As mudanças culturais Toda esta dinâmica econômica, política e social favore- ceu uma intensa atividade intelectual na região das minas. A intensa riqueza extraída das minas também incentiva a produção cultural, tais como a música (Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, padre José Maurício Nunes Garcia); a literatura (o Arcadismo); a arquitetura e a escultura. Nesta área destaque para Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e para mestre Valentim. AS CONTRADIÇÕES DA ECONOMIA MINERADORA A descoberta do ouro, como dissemos, auxilia Portugal a solucionar alguns de seus problemas financeiros, princi- palmente seu saldo devedor para com a Inglaterra. Em 1703 Portugal assinou com a Inglaterra um acordo denominado Tratado de Methuen. Através dele, Portugal conseguia benefícios alfandegários para a venda de vinhos na Inglaterra e ficavam obrigados a comprar manufatura- dos ingleses sem qualquer taxa aduaneira. Assim, o Tratado de Methuen vai inibir o desenvolvimento da manufaturas em Portugal e torná-lo dependente da Inglaterra. Sendo assim, para pagar os produtos manufaturados que vinham da Inglaterra, Portugal vai utilizar o ouro en- contrado no Brasil. O afluxo de ouro brasileiro para a In- glaterra contribui para o processo da Revolução Industrial, daí o ditado de que “a mineração serviu para fazer buracos no Brasil, construir igrejas em Portugal e enriquecer a In- glaterra”. O RENASCIMENTO AGRÍCOLA No final do século XVIII, o Brasil conhece um período denominado Renascimento Agrícola, marcado pela deca- dência da atividade mineradora e pelo retorno das ativida- des agrícolas para o processo de acumulação de capitais. A seguir os fatores deste renascimento agrícola: -esgotamento da exploração aurífera e decadência da região da minas; -processo de independência dos EUA ( 1776 ); -processo da Revolução Industrial na Inglaterra; -política de fomento agrícola patrocinada pelo mar- quês de Pombal. A partir da Revolução industrial, a Inglaterra aumenta suas necessidades de algodão -matéria prima para a in- dústria têxtil; sua principal área fornecedora declara inde- pendência ( as treze colônias inglesas ), iniciando a guerra de independência. Foi neste contexto que o Brasil passou a produzir algodão para atender as necessidades inglesas. O cultivo do algodão será no Maranhão, utilizando a mão de obra escrava. Além do algodão, outros produtos merecem desta- ques neste período: o açúcar, o cacau e o café. Para encerrar, uma atividade econômica serviu para a ocupação do interior do Brasil- assim como a pecuária- trata-se da extração das “drogas do sertão”, guaraná, aniz e pimenta. Fonte: http://www.mundovestibular.com.br/arti- cles/4433/1/BRASIL-COLONIA/Paacutegina1.html 4.3 FAMÍLIA REAL NO BRASIL E OS PERÍODOS REGENCIAIS. A Família Real no Brasil No início do século XIX, a Europa estava agitada pe- las guerras. Inglaterra e França disputavam a liderança no continente europeu. Em 1806, Napoleão Bonaparte, im- perador da França, decretou o Bloqueio Continental, proi- bindo que qualquer país aliado ou ocupado pelas forças francesas comercializasse com a Inglaterra. O objetivo do bloqueio era arruinar a economia inglesa. Quem não obe- decesse, seria invadido pelo exército francês. 15 CIÊNCIAS SOCIAIS Portugal viu-se numa situação delicada. Nessa épo- ca, Portugal era governado pelo príncipe regente D. João, pois sua mãe, a rainha D. Maria I, enlouquecera. D. João não podia cumprir as ordens de Napoleão e aderir ao Blo- queio Continental, pois tinha longa relação comercial com a Inglaterra, por outro lado o governo português temia o exército francês. Sem outra alternativa, Portugal aceitou o Bloqueio, mas, continuou comercializando com a Inglaterra. Ao des- cobrir a trama, Napoleão determinou a invasão de Portu- gal em novembro de 1807. Sem condições de resistir à in- vasão francesa, D. João e toda a corte portuguesa fugiram para o Brasil, sob a proteção naval da marinha inglesa. A Inglaterra ofereceu escolta na travessia do Atlântico, mas em troca exigiu a abertura dos portos brasileiros aos na- vios ingleses. A corte portuguesa partiu às pressas de Lisboa sob as vaias do povo, em 29 de novembro de 1807. Na comitiva vinha D. João, sua mãe D. Maria I, a princesa Carlota Joa- quina; as crianças D. Miguel, D. Maria Teresa, D. Maria Isa- bel, D. Maria Assunção, D. Ana de Jesus Maria e D. Pedro, o futuro imperador do Brasil e mais cerca de 15 mil pessoas entre nobres, militares, religiosos e funcionários da Coroa. Trazendo tudo o que era possível carregar; móveis, objetos de arte, jóias, louças, livros, arquivos e todo o tesouro real imperial. Após 54 dias de viagem a esquadra portuguesa che- gou ao porto de Salvador na Bahia, em 22 de janeiro de 1808. Lá foram recebidos com festas, onde permaneceram por mais de um mês. Seis dias após a chegada D. João cumpriuo seu acor- do com os ingleses, abrindo os portos brasileiros às na- ções amigas, isto é, a Inglaterra. Eliminando em parte o monopólio comercial português, que obrigava o Brasil a fazer comércio apenas com Portugal. Mas o destino da Coroa portuguesa, era a capital da colônia, o Rio de Janeiro, onde D. João e sua comitiva de- sembarcaram em 8 de março de 1808 e onde foi instalada a sede do governo. Na chegada ao Rio de Janeiro, a Corte portuguesa foi recebida com uma grande festa: o povo aglomerou-se no porto e nas principais ruas para acompanhar a Família Real em procissão até a Catedral, onde, após uma missa em ação de graças, o rei concedeu o primeiro «beija-mão». A transferência da corte portuguesa para o Rio de Ja- neiro provocou uma grande transformação na cidade. D. João teve que organizar a estrutura administrativa do go- verno. Nomeou ministros de Estado, colocou em funciona- mento diversas secretarias públicas, instalou tribunais de justiça e criou o Banco do Brasil (1808). Era preciso acomodar os novos habitantes e tornar a cidade digna de ser a nova sede do Império português. O vice-rei do Brasil, D. Marcos de Noronha e Brito cedeu sua residência, O Palácio dos Governadores, no Lago do Paço, que passou a ser chamado Paço Real, para o rei e sua família e exigiu que os moradores das melhores casas da cidade fizessem o mesmo. Duas mil residências foram re- quisitadas, pregando-se nas portas o “P.R.”, que significava “Príncipe Regente”, mas que o povo logo traduziu como “Ponha-se na Rua”. Prédios públicos, quartéis, igrejas e conventos também foram ocupados. A cidade passou por uma reforma geral: limpeza de ruas, pinturas nas fachadas dos prédios e apreensão de animais. As mudanças provocaram o aumento da população na cidade do Rio de Janeiro, que por volta de 1820, somava mais de 100 mil habitantes, entre os quais muitos eram estrangeiros – portugueses, comerciantes ingleses, corpos diplomáticos – ou mesmo resultado do deslocamento da população interna que procurava novas oportunidades na capital. As construções passaram a seguir os padrões euro- peus. Novos elementos foram incorporados ao mobiliário; espelhos, bibelôs, biombos, papéis de parede, quadros, instrumentos musicais, relógios de parede. Com a Abertura dos Portos (1808) e os Tratados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade (1810) es- tabelecendo tarifas preferenciais aos produtos ingleses, o comércio cresceu. O porto do Rio de Janeiro aumentou seu movimento que passou de 500 para 1200 embarca- ções anuais. A oferta de mercadorias e serviços diversificou-se. A Rua do Ouvidor, no centro do Rio, recebeu o cabeleireiro da Corte, costureiras francesas, lojas elegantes, joalherias e tabacarias. A novidade mais requintada era os chapéus, luvas, leques, flores artificiais, perfumes e sabonetes. Para a elite, a presença da Corte e o número crescen- te de comerciantes estrangeiros trouxeram familiaridade com novos produtos e padrões de comportamento em moldes europeus. As mulheres seguindo o estilo francês; usavam vestidos leves e sem armações, com decotes aber- tos, cintura alta, deixando aparecer os sapatos de saltos baixos. Enquanto os homens usavam casacas com golas altas enfeitadas por lenços coloridos e gravatas de renda, calções até o joelho e meias. Embora apenas uma pequena parte da população usufruísse desses luxos. Sem dúvida, a vinda de D. João deu um grande impulso à cultura no Brasil. Em abril de 1808, foi criado o Arquivo Central, que re- unia mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de obras públicas. Em maio, D. João criou a Imprensa Régia e, em setembro, surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Logo vieram livros didáticos, técnicos e de poesia. Em janeiro de 1810, foi aberta a Biblioteca Real, com 60 mil volumes trazidos de Lisboa. Criaram-se as Escolas de Cirurgia e Academia de Marinha (1808), a Aula de Comércio e Academia Militar (1810) e a Academia Médico-cirúrgica (1813). A ciência também ganhou com a criação do Observatório Astronô- mico (1808), do Jardim Botânico (1810) e do Laboratório de Química (1818). Em 1813, foi inaugurado o Teatro São João (atual João Caetano). Em 1816, a Missão Francesa, composta de pin- tores, escultores, arquitetos e artesãos, chegaram ao Rio de Janeiro para criar a Imperial Academia e Escola de Belas -Artes. Em 1820, foi a vez da Real Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura-civil. 16 CIÊNCIAS SOCIAIS A presença de artistas estrangeiros, botânicos, zoólo- gos, médicos, etnólogos, geógrafos e muitos outros que fizeram viagens e expedições regulares ao Brasil, trouxe informações sobre o que acontecia pelo mundo e também tornou este país conhecido, por meio dos livros e artigos em jornais e revistas que aqueles profissionais publicavam. Foi uma mudança profunda, mas que não alterou os costu- mes da grande maioria da população carioca, composta de escravos e trabalhadores assalariados. Com a vitória das nações europeias contra Napoleão em 1815, ficou decidido que os reis de países invadidos, pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos. D. João e sua corte não queriam retornar ao empo- brecido Portugal. Então o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves (uma região ao sul de Portugal). O Brasil deixava de ser Colônia de Portugal, ad- quiria autonomia administrativa. Em 1820, houve em Portugal a Revolução Liberal do Porto, terminando com o Absolutismo e iniciando a Mo- narquia Constitucional. D. João deixava de ser monarca ab- soluto e passava a seguir a Constituição do Reino. Dessa forma, a Assembleia Portuguesa exigia o retorno do mo- narca. O novo governo português desejava recolonizar o Brasil, retirando sua autonomia econômica. Em 26 de abril de 1821, D. João VI cedendo às pres- sões, volta a Portugal, deixando seu filho D.Pedro como príncipe regente do Brasil. Se o que define a condição de colônia é o monopó- lio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se as- sim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal. Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao “sete de setembro”. Há muito Portugal dependia economicamente da In- glaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da Améri- ca Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores. Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definiti- vamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês. Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Por- to. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu fi- lho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de inde- pendência na América Espanhola, responsáveis pela divi- são da região em repúblicas. Introdução O Período Regencial é uma época da História do Bra- sil entre os anos de 1831 e 1840. Quando o imperador D. Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeirodo trono D. Pedro de Alcântara tinha apenas 5 anos de idade. A Constituição brasileira do período determinava, neste caso, que o país deveria ser governado por regentes, até o her- deiro atingir a maioridade (18 anos). Regentes que governaram o Brasil no período: - Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro e Marquês de Caravelas. - Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como regentes José da Costa Carvalho, João Bráulio Moniz e Fran- cisco de Lima e Silva. - Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como re- gente Diogo Antônio Feijó. - Regência Interina de Araújo Lima (1837): teve como regente Pedro de Araújo Lima. - Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve como regente Pedro de Araújo Lima. Um período tumultuado O Brasil passou por uma grave crise política e diversas revoltas durante o período regencial. Crise politica A crise política deveu-se, principalmente, a disputa pelo controle do governo entre diversos grupos políticos: Restauradores (defendiam a volta de D. Pedro I ao poder); Moderados (voto só para os ricos e continuação da Monar- quia) e Exaltados (queriam reformas para melhorar a vida dos mais necessitados e voto para todas as pessoas). Revoltas As revoltas ocorrem basicamente por dois motivos: más condições de vida de grande parte da população (mais po- bres) e vontade das elites locais em aumentar seu poder e serem atendidas pelo governo. Principais revoltas do período: - Cabanagem (1835 a 1840) – motivada pelas péssimas condições de vida em que vivia a grande maioria dos mora- dores da província do Grão-Pará. - Balaiada (1838 – 1841) – ocorreu na província do Ma- ranhão. A causa principal foi a exploração da população mais pobre por parte dos grandes produtores rurais. - Sabinada (1837-1838) – ocorreu na província da Bahia. Motivada pela insatisfação de militares e camadas médias e ricas da população com o governo regencial. Golpe da Maioridade e fim do Período Regencial Os políticos brasileiros e grande parte da população acreditavam que a grave crise que o país enfrentava era fru- to, principalmente, da falta de um imperador forte e com poderes para enfrentar a situação. Em 23 de julho de 1840, com apoio do Partido Liberal, foi antecipada pelo Senado Federal a maioridade de D. Pedro II (antes de completar 14 anos) e declarado o fim das regências. Esse episódio ficou conhecido como o Golpe da Maioridade. 17 CIÊNCIAS SOCIAIS Foi uma forma encontrada pelos políticos brasileiros de dar poder e autoridade ao jovem imperador para que as revoltas pudessem ser debeladas e a ordem restaurada no Brasil. Fonte: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/ periodo_regencial.htm 4.4 PERÍODO REPUBLICANO. Introdução O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marca- do pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulis- tas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro. A República da Espada (1889 a 1894) Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca tornou-se Chefe do Governo Provisó- rio. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presi- dente Floriano Peixoto. O militar Floriano, em seu governo, intensificou a re- pressão aos que ainda davam apoio à monarquia. A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Repu- blicana) Após o início da República havia a necessidade da ela- boração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda se- guia os ideais da monarquia. A constituição de 1891 garan- tiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrá- rias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos (mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora). A constituição instituiu o presi- dencialismo e o voto aberto. República das Oligarquias O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no po- der de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país. Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principal- mente, os fazendeiros de café do oeste paulista. Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movi- mento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a mo- ralidade política e mudanças no sistema eleitoral (implanta- ção do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Co- pacabana foram dois exemplos do movimento tenentista. Política do Café-com-Leite A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário polí- tico da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A po- lítica do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período. Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abando- no das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados. Política dos Governadores Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governa- dores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte à candidatura presidencial e também duran- te a época do governo. O coronelismo A figura do “coronel” era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candida- tos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violên- cia para que os eleitores de seu “curral eleitoral” votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros “recursos” para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência. O Convênio de Taubaté Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo repu- blicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Espera- va-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café. A crise da República Velha e o Golpe de 1930 Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de as- sumir um político mineiro do PRM.
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