Prévia do material em texto
* * Parasitologia Humana Aula 06 - HELMINTOS Maria Gláucia Silva de Lima UniCel – Faculdade Literatus Disciplina de Parasitologia I * * 1. Helmintos Os helmintos constituem um grupo muito numeroso de animais, incluindo espécies de vida livre e de vida parasitária. Apresentam os parasitos distribuídos nos filos: Platyhelminthes Nematoda Acanthocephala. * * 1. Helmintos * * 1. Helmintos HELMINTOS INTESTINAIS Ascaris lumbricoides Trichuris trichiura Ancilostomídeos Enterobius vermicularis Strongyloides stercoralis Taenia saginata Taenia solium Hymenolepis nana Hymenolepis diminuta HELMINTOS EXTRA-INTESTINAIS Wuchereria bancrofti Mansonella ozzardi Onchocerca volvulus Toxocara canis Ancilostoma caninum Schistosoma mansoni Fasciola hepática * * 1. Helmintos Platelmintos (Filo Platyhelminthes) Platy – Chato São os representantes mais inferiores dos helmintos Simetria Bilateral Extremidade anterior com órgãos sensitivos e de fixação e uma extremidade posterior Ausência de exo ou endoesqueleto São achatados dorsoventralmente Com ou sem tubo digestivo, sem ânus, sem aparelho respiratório Sistema excretor com tecido conjuntivo enchendo os espaços entre os órgãos * * 1. Helmintos Platelmintos (Filo Platyhelminthes) Divididos em 3 Classes Turbellaria – Não parasita humanos Trematoda S. mansoni, F. hepatica Cestoda T. solium, T. saginata, H. nana, H. diminuta * * 1. Helmintos Platelmintos (Filo Platyhelminthes) Classe Trematoda São ecto ou endoparasitos; Corpo não-segmentado; Possui uma ou mais ventosas; Tubo digestivo; Ânus geralmente ausente; Evolução simples ou com hospedeiro intermediário. Forma típica é a de folha * * 1. Helmintos Platelmintos (Filo Platyhelminthes) Classe Cestoda São endoparasitos os órgãos de fixação estão localizados na extremidade anterior ao corpo Geralmente é alongado e construído por segmentos; hermafroditas. * * 1. Helmintos Platelmintos (Filo Platyhelminthes) * * 1. Helmintos Platelmintos (Filo Platyhelminthes) * * 1. Helmintos Nematelmintos (Filo Nematoda) Cilíndricos, alongados Simetria bilateral Tubo digestivo completo Sexos separados (dióicos), sendo o macho menor que a Fêmea; Bolsa copuladora Não há sistema circulatório, ou sistema vascular O sistema nervoso consta de um cérebro formado por gânglios nervosos interligados por fibras nervosas Aparelho excretor Pode existir hermafroditas e podem se reproduzir por partenogênese (Strongyloides) * * 1. Helmintos Nematelmintos (Filo Nematoda) São os primeiros animais a apresentar tubo digestivo completo. Boca, faringe, esôfago, intestino, ânus; digestão extracelular. * * 1. Helmintos Nematelmintos (Filo Nematoda) * * 1. Helmintos Nematelmintos (Filo Nematoda) * * 1. Helmintos Diagnóstico * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides Família Ascarididae Subfamília Ascaridinae Ascaris lumbricoides – Linnaeils, 1758 – HUMANOS A. suum – Goeze, 1882 – SUÍNOS Espécies semelhantes morfologicamente Infecção cruzada Ampla distribuição geográfica Popularmente conhecidos como lombriga Causa a ASCARIDÍASE, ASCARIDOSE OU ASCARIOSE * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides - EPIDEMIOLOGIA Encontrado em quase todos os países Prevalência Variada Condições climáticas (clima quente e úmido) Condições ambientais Grau de desenvolvimento socioeconômico da população Stoll (1947) – 644 milhões de indivíduos parasitados OMS (1984) – 1 bilhão de pessoas infectadas Chan e cols. (1994) - 1,4 bilhão de pessoas. Brasil – Prevalência de 60 – 71% (Pellon & Teixeira, 1950; Pessoa,1967; Vinha,1971) * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides - EPIDEMIOLOGIA Helminto mais frequente nos países pobres; Prevalência de aproximadamente 30% (1,5 bilhão de pessoas) Distribuído em mais de 150 países e territórios, atinge cerca de 70% a 90% das crianças entre 1 – 10 anos. Maiores Prevalências: Asia (73% de prevalência), África (12,0%) e América Latina (8%) Áreas desprovidas de saneamento e com alta densidade populacional. * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides - MORFOLOGIA Fases evolutivas do ciclo biológico VERMES (macho e fêmea) e o OVO Formas adultas Longas, robustas, cilíndricas e extremidades afiladas MACHO 20 – 30 cm Extremidade posterior encurvada FÊMEA 30 – 40 cm Extremidade posterior retilínea * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides - OVOS São brancos – Cor castanha devido ao contato com as fezes; São grandes - cerca de 50 µm de diâmetro; Ovais e com cápsula espessa; membrana externa mamilonada. 3 tipos: Normais: Apresentam uma massa de células germinativas. Inférteis: Mais alongados, membrana mamilonada mais delgada e o citoplasma granuloso. Decorticados: Ovos férteis e sem a membrana mamilonada. * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – CICLO BIOLÓGICO Monoxênico Único hospedeiro Cada Fêmea fecundada – 200.000 ovos não-embrionados Ovos férteis Temperatura (25°C e 30°C), umidade mínima de 70% e oxigênio em abundância tomam-se embrionados em 15 d. * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – CICLO BIOLÓGICO 1 – Ovo com Larva L3 (Rabditóide) 2 – Ingestão do ovo com L3 3 – Liberação da larva no intestino 4 – Penetração das larvas no intestino 5 – Larvas migram para os pulmões, passando pelo fígado e coração; 6 – Larvas mudam para L4 e em seguida para L5; 7 – Migram para faringe (Expulsão); 8 – Voltam para o duodeno (Adultos) e as fêmeas após a cópula começam a ovoposição; 9 – Eliminação dos ovos 10 – 12 – Evolução dos ovos férteis até se tornarem larvados com L3 * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – CICLO BIOLÓGICO Larva L1 – Rabditóide Esôfago com duas dilatações, uma em cada extremidade e uma constrição no meio. Larva L2 - Transição Larva L3 Esôfago retilíneo Forma infectante: Ovo com larva L3 Os vermes adultos têm uma longevidade de um a dois anos * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – Transmissão Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos contendo L3 Contaminação das águas de córregos usadas para irrigação de hortas Poeira, aves e insetos (moscas e baratas) Ovos com grande capacidade de aderência a superfícies * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – PATOGENIA Larvas Baixa intensidade - não se observa nenhuma alteração. Alta intensidade - lesões hepáticas e pulmonares. Pequenos focos hemorrágicos e de necrose (Fígado, Pulmão) Quadro pneumônico (febre, tosse, dispnéia e eosinofilia). Manifestações alérgicas, febre, bronquite e pneumonia Catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas do helminto. Vermes Adultos Baixa intensidade – Sem manifestação clinica. Alta intensidade – Ação espoliadora Ação tóxica Ação mecânica Localização ectópica APÊNDICE CECAL CANAL DE WIRSUNG BOCA E NARINAS. OUVIDO MÉDIO, NARINAS E TROMPA DE EUSTÁQUIO. * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – PATOGENIA * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – Diagnóstico Clínico Pouco eficiente Número de vermes que infectam a pessoa Parasito não se multiplica dentro do hospedeiro Exposição contínua a ovos infectantes Laboratorial Pesquisa de ovos nas fezes Sem necessidade de metodologia específica Kato-Katz – OMS Infecções só com vermes fêmeas - Ovos inférteis Infecções só com vermes machos – EPF NEGATIVO * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – Tratamento Benzimidazóis Muito eficiente contra a infecção por A. lumbricoides Albendazol - Comprimidos de 200 e 400mg, e de suspensão oral de 100mg/5ml. Dose única de 400mg; Mebendazol - comprimidos de 100 e 500mg e também em suspensão oral de 100mg/5ml. Dose única 500mg Levamisol - comprimidos de 40mg e administrado em doseúnica de 2,5 mg/kg. Pamoato de pirantel - comprimidos de 250mg, sendo administrada em dose única oral de 10mg/kg. * * 2. Nematelmintos Ascaris lumbricoides – Controle Tratamentos em massa dos habitantes de áreas endêmicas com drogas ovicidas; Tratamento das fezes humanas utilizadas como fertilizantes; Saneamento básico; Educação para a saúde. Descentralização do sistema de saúde Programa de Saúde da Família – PSF Envolvimento total das populações interessadas RESULTADOS EFICAZES E DURADOUROS