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ART.333 CP - RESUMO

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CORRUPÇÃO ATIVA – ART. 333 DO CÓDIGO PENAL
Núcleo do tipo: Os verbos que descrevem as ações típicas são oferecer (propor, sugerir alguma dádiva) e prometer (fazer promessa, declarar que dará recompensa). 
Exemplo: a pessoa surpreendida conduzindo veículo sem habilitação que oferece aos policiais vantagem indevida para não autuá-lo. 
A proposta pode ser expressa ou implícita, exemplo: no caso do empresário que deixa envelope com elevada quantia em dinheiro na gaveta do servidor público, como recompensa por ato praticado. 
Exige-se que a vantagem ofertada ou prometida seja indevida, isto é, ilícita (elemento normativo do tipo). Sendo devida, inexiste o crime. O mesmo ocorre quando, embora ilícita, acredita o agente de boa fé, que o valor é efetivamente devido; nesse caso, deve-se aplicar o art. 20, caput, do CP – reconhecendo-se o erro de tipo.
Obs: segundo André Estefam (2011, p. 309) a recompensa deve se destinar a determinar o intraneus a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. Podem configurar os seguintes exemplos: a) vantagem destinada a prática de ato de ofício: oferecer dinheiro a policial para encontrar veículo furtado; b) promessa de benefício dirigida a uma omissão funcional: oferecer propina a fiscal para deixar de autuar empresa por sonegação fiscal; c) recompensa voltada para retardamento de ato: prometer contratar em escritório de advocacia com bom salário um serventuário da Justiça, desde que este não dê andamento célere a processo-crime, visando a prescrição.
Bem jurídico protegido: O bem jurídico protegido é a Administração Pública, em seus valores de moralidade e probidade administrativa, os quais configuram pilares do regime constitucional. 
Sujeito ativo: Cuida-se de crime comum, portanto, pode ser qualquer pessoa. Pode o particular cometê-lo ou até mesmo o funcionário público, quando se dirigir a colega com a oferta ou promessa de vantagem indevida visando a algum benefício próprio ou alheio.
Sujeito passivo: É o Estado. 
Elemento subjetivo do tipo: A corrupção ativa consubstancia crime exclusivamente doloso. Há elemento subjetivo específico, já que a dádiva ofertada ou prometida deve destinar-se a determinar o servidor a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. 
Classificação doutrinária: crime de ação livre, crime comum (não se exige qualidade especial do sujeito ativo), crime monossubjetivo ou de concurso eventual, crime formal ou de consumação antecipada, crime instantâneo, crime unissubsistente ou plirissubsistente (a conduta típica não admite cisão, (salvo quando se cuidar de oferta ou promessa elaboradas por escrito).
Consumação: O momento consumativo dá-se quando a oferta ou promessa, expressa ou velada, chega ao conhecimento do funcionário. Trata-se de crime formal (ou de consumação antecipada), já que a consumação não está atrelada à aceitação da vantagem indevida por parte do funcionário (se isso ocorrer, este será incurso no art. 317 do CP). 
Caso o servidor aceite a vantagem ou a sua promessa e efetivamente omita, retarde ou pratique o ato de ofício esperado, dar-se-á exaurimento, incidindo a ambos o corruptor e o corrompido, causa de aumento de pena (em um terço) conforme dispõem os arts. 317, § 1º e 333, parágrafo único.
Tentativa: é possível quando a oferta ou promessa forem elaboradas por escrito e, por alguma circunstância alheia à vontade do agente, não chegarem ao conhecimento do servidor (carta ou bilhete extraviado). 
Ação Penal: a ação penal é pública incondicionada. 
Observações e exemplo: Segundo André Estefam (2011, p. 308) a corrupção sempre envolve, no mínimo duas pessoas: o corruptor e o corrupto, de modo que ambos concorrem para a vulneração do objeto jurídico tutelado. Nesse caso, contudo, embora colaborem para o mesmo resultado normativo, não respondem pelo mesmo crime. Entendeu por bem o nosso legislador desdobrar a corrupção em duas figuras típicas, uma inserida na classe de crimes cometidos por funcionários públicos contra a Administração Pública em geral (corrupção passiva, art. 317) e outra, de que agora se cuida, situada entre os delitos praticados por particular contra a Administração (corrupção ativa). Cuida-se, portanto, de exceção pluralística à teoria unitária ou monista prevista no art. 29, caput, do CP. 
O mesmo autor explica que a punição do funcionário corrupto pode prescindir da penalização do particular corruptor. Se por ventura ambos concorreram para a ofensa aos deveres de probidade e moralidade administrativas, tendo o corruptor ofertado e o corrupto aceito a propina, justifica-se sejam processados num só feito, até porque se tratará de infração conexas, as quais demandam o simultaneus processos. 
Tipos e espécies de corrupção ativa
Corrupção ativa nas transações comerciais internacionais – art 337- B do Código Penal. 
Corrupção ativa de testemunha, perito, tradutor ou intérprete judicial, art. 343 do Código Penal.
Corrupção ativa praticada por militar: Código Penal Militar, art. 309, descrita nos mesmos moldes do Código Penal.
Corrupção eleitoral: de acordo com o código eleitoral (Lei n. 4737/65). 
Corrupção desportiva: Estatuto do Torcedor (Lei n. 10.671/ 2003), exemplo: corrupção passiva e ativa: A propina destina-se a fraudar o resultado de competição esportiva (art. 41-C e 41-D).

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