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DOENÇAS OCUPACIONAIS 1 ........................................................... 2 Aula 2: Classificação das Doenças Ocupacionais ................................................................................................... 2 Introdução ..................................................................................................... 4 Conteúdo Apresentação dos sistemas de classificação das doenças ocupacionais ............... 4 Método de classificação por Bernardino Ramazzini ................................................... 4 Método de classificação por Ivar Oddone e colaboradores ...................................... 5 Método de classificação por Richard Schilling (1984) ................................................ 5 Método de classificação pela Classificação Legal Brasileira (Lei nº 8.213/91) ........ 6 A construção normativa das doenças relacionadas ao trabalho ............................. 7 Detalhes da consolidação normativa ............................................................................ 8 Lista de doenças relacionadas ao trabalho ................................................................ 10 Lista de doenças relacionadas ao trabalho ........................................................ 10 Como consultar e interpretar a Classificação Legal Brasileira das doenças relacionadas ao trabalho? .............................................................................................. 35 Impactos das doenças ocupacionais ........................................................................... 36 Dados do INSS .................................................................................................................. 38 Notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador ................................ 38 Definição do nexo causal ............................................................................................... 39 Repercussões que doenças e agravos podem causar na vida do indivíduo........ 40 Impactos na vida do trabalhador .................................................................................. 41 Atividade Proposta........................................................................................................... 42 ............................................................................................. 43 Aprenda Mais ................................................................................................ 44 Referências .................................................................................. 46 Exercícios de fixação Notas ........................................................................................................................................... 52 Chaves de resposta ..................................................................................................................... 55 DOENÇAS OCUPACIONAIS 2 Introdução Em nosso segundo encontro, teremos como foco principal o entendimento dos diferentes sistemas de classificação das doenças relacionadas ao trabalho considerando os critérios adotados para sua definição. Nessa direção, serão detalhadas suas características quanto aos agentes causadores das doenças, formas de reunião destas em grupos semelhantes e exemplos das doenças pertencentes a cada sistema criado. A importância desses sistemas de classificação será considerada a partir da reflexão das diferentes metodologias de agrupamento das doenças nos grupos distintos, dos elementos de semelhança entre os sistemas e, também, da relevância da adoção de algum dos sistemas ou vários deles combinados para a organização das ações e serviços de saúde do trabalhador em geral. Especificamente no caso do Brasil, diferenciaremos os tipos de doenças ocupacionais segundo a lista do Ministério da Saúde e da Previdência Social ajustada aos termos taxionômicos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) e o que essa escolha representa para a atuação dos profissionais de saúde e para o trabalhador em si. DOENÇAS OCUPACIONAIS 3 Objetivo: 1. Demonstrar os sistemas de classificação das doenças ocupacionais reconhecidos e utilizados em diferentes países e épocas, evidenciando suas principais características; 2. Descrever sobre o impacto das doenças ocupacionais na vida e na saúde dos trabalhadores segundo suas principais repercussões. DOENÇAS OCUPACIONAIS 4 Conteúdo Apresentação dos sistemas de classificação das doenças ocupacionais Estamos avançando juntos pelos conceitos e aspectos importantes da Saúde do Trabalhador, e agora iniciaremos nossa segunda aula conhecendo os sistemas de classificação das doenças ocupacionais, tentando entender os critérios de definição de cada um dos modelos e a importância da sua utilização. Pois bem, na aula passada vimos que os sistemas utilizados, sejam eles quais forem, partem de uma mesma necessidade, ou seja, reunir processos patológicos semelhantes e separar os distintos, entendendo os danos e agravos ocasionados ou afetados pela função laboral para melhor identificá-los e assistir os trabalhadores atingidos por esses processos. Método de classificação por Bernardino Ramazzini Vejamos: o início desse método de classificação foi proposto por Bernardino Ramazzini (1700), que utilizava o raciocínio empírico para sistematizar grupos de patologias relacionadas ao trabalho, considerando a natureza da função e o grau de relação com o trabalho em si. Assim, segundo Mendes (2003), o referido médico italiano que foi o primeiro a se preocupar com essa categorização funcional considerava dois grupos distintos de doenças ocupacionais, a saber: Classificação de Ramazzini (1700) GRUPO I – Doenças profissionais, diretamente causadas pela “nocividade da matéria manipulada” (tecnopatias). GRUPO II – Doenças causadas pelas condições de trabalho, “posições forcadas e inadequadas”; “operários que passam os dias de pé, sentados, inclinados etc.” (mesopatias). DOENÇAS OCUPACIONAIS 5 Método de classificação por Ivar Oddone e colaboradores A contribuição de vários estudiosos da matéria, após Ramazzini, inclusive a do professor Ivar Oddone, proporcionou a revisão da classificação inicialmente consagrada e, também, promoveu comparação entre os modelos apresentados posteriormente pela OIT estabelecendo uma nova forma de categorizar as patologias do trabalho, destacando-as em quatro grupos, segundo os efeitos que promovem sobre a saúde dos trabalhadores. Vejamos o que propuseram: GRUPO I – Acidentes e doenças inespecíficas causadas por agentes nocivos ambientais que existiam também fora do ambiente do trabalho (luz, condições de ventilação, umidade, temperatura, barulho etc.). GRUPO II – Doenças inespecíficas e doenças profissionais causadas por agentes nocivos exclusivos do ambiente de trabalho (gases, poeiras químicas, vapores etc.). GRUPO III – Acidentes de trabalho, doenças inespecíficas e profissionais que são relacionadas com agentes físicos. GRUPO IV – Acidentes e doenças inespecíficas causadas por condições de trabalho que promovam estresse (ritmos acelerados excessivos, repetitividade, ansiedade etc.). Método de classificação por Richard Schilling (1984) Na Inglaterra, anos mais tarde, surge outra contribuição à classificação das doenças do trabalho oriunda do estudo de Schilling, resumida abaixo, que resolve utilizar como critério de agrupamento das patologias,sua relação com o trabalho, apresentando-as em três grupos. Conheçamos: GRUPO I – Trabalho como causa necessária (ex.: intoxicação por chumbo; silicose; doenças profissionais prescritas; outras). DOENÇAS OCUPACIONAIS 6 GRUPO II – Trabalho como fator de risco contributivo ou adicional, mas não necessário (ex.: doença coronariana; doença do aparelho locomotor; câncer; varizes dos membros inferiores; outras). GRUPO III – Trabalho como provocador de um distúrbio latente ou agravador de doença já estabelecida (ex: bronquite crônica; dermatite de contato alérgica; asma; doenças mentais etc.). Atenção A classificação estabelecida por Schilling é uma das mais importantes na área, sendo considerada como base fundamental para diversos sistemas adotados em muitos países. Juntamente com as Convenções da OIT, serviu de modelo e foi sofrendo algumas reformulações ao longo do tempo para ajustar-se às necessidades legais de cada realidade local. Assim, no caso do Brasil, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o estabelecimento de uma listagem de doenças relacionadas ao trabalho esteve relacionado, sobretudo, à necessidade de entender o adoecimento dos trabalhadores e organizar simultaneamente a rede de saúde como um todo e os serviços especializados em particular às demandas assistenciais (BRASIL, 2008). Método de classificação pela Classificação Legal Brasileira (Lei nº 8.213/91) Veja o método de classificação criado pela Classificação Legal Brasileira (Lei nº 8.213/91 - alterado pelo Decreto nº 6.957/2009). GRUPO I Classificação Legal Brasileira DOENÇAS OCUPACIONAIS 7 GRUPO II Doença Profissional é aquela “produzida ou desencadeada pelo exercício peculiar a determinada atividade e constante da relação...” (tecnopatia). Doença do trabalho é aquela “adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada...”. Atenção Sobre esse contexto, é importante ressaltar que o processo de sistematização das doenças relacionadas ao trabalho e de reconhecimento pela legislação no caso brasileiro (e em qualquer país inclusive) devem andar lado a lado, determinando um movimento multidirecional de influência entre a área da saúde (Ministério da Saúde - MS), do trabalho (Ministério do Trabalho e Emprego - MTE), da PREVIDÊNCIA SOCIAL (Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS) e do meio ambiente (Ministério do Meio Ambiente - MMA) que venha subsidiar a adequada atuação dos profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento e vigilância à saúde do trabalhador e ao mesmo tempo permitir a correta ação dos sistemas de proteção ao trabalhador nos âmbitos do direito previdenciário, trabalhista e ambiental. A construção normativa das doenças relacionadas ao trabalho No entanto, nem sempre esse processo de sistematização das doenças relacionadas ao trabalho é devidamente planejado ou coordenado desde o seu princípio. Vejamos como ocorreu aqui no nosso país essa construção normativa: Processo de sistematização das doenças relacionadas ao trabalho Lei Federal nº 8.213/1991 DOENÇAS OCUPACIONAIS 8 Tratou de regulamentar os planos de benefícios da Previdência Social e definiu em seu Artigo 19 que: “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. Lista – Anexo II Elaborou-se uma lista com identificação dos agentes patogênicos, Anexo II do Decreto nº 2.172/97 (alterada pelo Decreto nº 3.048/99) do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS). Lista de doença Posteriormentea, a Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho foi publicada na Portaria/MS nº 1.339/1999 do Ministério da Saúde (MS). Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho A Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho (MS) foi adotada pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), regulamentando o conceito de doença profissional e de doença relacionada ao trabalho, segundo Lei nº 8.213/1991, constituindo o Anexo II do Decreto nº 3.048/1999, com assinaturas dos dois Ministérios. Detalhes da consolidação normativa Contextualizando essa consolidação normativa comentaremos adiante detalhes importantes, vejamos: A ausência de unicidade nas aplicações da lista entre as áreas da assistência social e da saúde causava divergências sobre diagnósticos, nexos de causalidade e critérios de definição de incapacidade para o trabalho, pois a mesma incluía os agentes patogênicos, mas não mencionava a correlação com as doenças ocasionadas ou influenciadas pela exposição a eles. DOENÇAS OCUPACIONAIS 9 O MS decide então liderar em 1998 a constituição de uma comissão técnica especializada que tinha a missão de revisar a LISTA em aplicação, comparar com as demais listas existentes em outros países, propor uma complementação de informação que permitisse identificar tanto o agente/fator de risco causador quanto a doença causada ou agravada, adotando ainda a taxonomia padronizada pela OMS. A “nova lista” passaria então a ser conhecida como Lista de “dupla entrada” (agente e doença), segundo Mendes (2003). A lista em vigor nessa ocasião a partir do Decreto nº 3.048/1999 tinha a finalidade de servir de referência técnica aos profissionais do INSS (MPAS) responsáveis pela verificação do nexo causal entre doença/agravo e o trabalho dos segurados pela entidade. E ao mesmo tempo, para o MS tinha a principal finalidade de orientar as ações epidemiológicas e atuação profissional na esfera clínica assistencial. A lista elaborada e adotada pelas duas instituições governamentais passa a se apresentar como anexos ao Decreto, da seguinte forma: • Lista A – Agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças relacionadas ao trabalho. • Lista B - Doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional (CID-10). Esta nova lista não somente reúne os patógenos causadores das doenças profissionais ou do trabalho (27 agentes patogênicos) classificados por nocividade, mas aponta o tempo de exposição e relaciona as doenças a eles relacionadas chegando a um quantitativo de 200 entidades nosológicas específicas, permitindo a identificação (Anexos I – Lista A e Anexo B - II da legislação em referência) seja pelo agente nocivo/fatores de risco ou pela doença associada. As doenças estão identificadas segundo nomenclatura da Classificação Internacional de Doenças na sua edição de número 10 (CID-10). DOENÇAS OCUPACIONAIS 10 Lista de doenças relacionadas ao trabalho Como vimos, seguem abaixo as principais características da lista de doenças relacionadas ao trabalho, utilizada no nosso país: Conceito de “doença relacionada ao trabalho” Assume um conceito de “doença relacionada ao trabalho” mais ampliado reconhecendo tanto os profissionais quanto as doenças do trabalho. Ação coletiva de análise técnica Resultou de uma ação coletiva de análise técnica (colaboradores de entidades governamentais, acadêmicos, especialistas), melhores práticas de outros países, comparação entre outras listas, padronização de taxonomia (CID-10). Três grupos de doenças Incluios três grupos de doenças listadas por Schilling (1984). Agentes causais/fatores de risco Permite identificar tanto os agentes causais/fatores de risco quanto as doenças ou agravos, facilitando e padronizando a sua utilização. Sistema do tipo “misto” É um sistema do tipo “misto” que segue uma lista de doenças e admite que sejam incluídas doenças que não estavam então relacionadas. Lista de doenças relacionadas ao trabalho Vejamos em detalhes a LISTA A do Anexo II do Decreto n. 3.048/99: DOENÇAS OCUPACIONAIS 11 Lista A Agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças relacionadas com o trabalho AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL DOENÇAS CAUSALMENTE RELACIONADAS COM OS RESPECTIVOS AGENTES OU FATORES DE RISCO (DENOMINADAS E CODIFICADAS SEGUNDO A CID-10) I - Arsênio e seus compostos asrsenicais 1. Angiossarcoma do fígado (C22.3) 2. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 3. Outras neoplasias malignas da pele (C44.-) 4. Polineuropatia devida a outras agentes tóxicos (G52.2) 5. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1) 6. Blefarite (H01.0) 7. Conjuntivite (H10) 8. Queratite e Queratoconjuntivite (H16) 9. Arritmias cardíacas (I49.-) 10. Rinite Crônica (J31.0) 11. Ulceração ou Necrose do Septo Nasal (J34.0) 12. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 13. Estomatite Ulcerativa Crônica (K12.1) 14. Gastroenterite e Colites tóxicas (K52.-) 15. Hipertensão Portal (K76.6) 16. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 17. Outras formas de hiperpigmentação pela melanina: "Melanodermia" (L81.4) DOENÇAS OCUPACIONAIS 12 18. Leucodermia, não classificada em outra parte (Inclui "Vitiligo Ocupacional") (L81.5) 19. Ceratose Palmar e Plantar Adquirida (L85.1) 20. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.0) II - Asbesto ou Amianto 1. Neoplasia maligna do estômago (C16.-) 2. Neoplasia maligna da laringe (C32.-) 3. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 4. Mesotelioma da pleura (C45.0) 5. Mesotelioma do peritônio (C45.1) 6. Mesotelioma do pericárdio (C45.2) 7. Placas epicárdicas ou pericárdicas (I34.8) 8. Asbestose (J60.-) 9. Derrame Pleural (J90.-) 10. Placas Pleurais (J92.-) III - Benzeno e seus homólogos tóxicos 1. Leucemias (C91-C95.-) 2. Síndromes Mielodisplásicas (D46.-) 3. Anemia Aplástica devida a outros agentes externos (D61.2) 4. Hipoplasia Medular (D61.9) 5. Púrpura e outras manifestações hemorrágicas (D69.-) 6. Agranulocitose (Neutropenia tóxica) (D70) 7. Outros transtornos especificados dos glóbulos brancos: Leucocitose, Reação Leucemóide (D72.8) 8. Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos) 9. Transtornos de personalidade e de DOENÇAS OCUPACIONAIS 13 comportamento decorrentes de doença, lesão e de disfunção de personalidade (F07.-) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos) 10. Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não especificado (F09.-) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos) 11. Episódios depressivos (F32.-) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos) 12. Neurastenia (Inclui "Síndrome de Fadiga") (F48.0) (Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos) 13. Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2) 14. Hipoacusia Ototóxica (H91.0) (Tolueno e Xileno) 15. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 16. Efeitos Tóxicos Agudos (T52.1 e T52.2) IV - Berílio e seus compostos tóxicos 1. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 2. Conjuntivite (H10) 3. Beriliose (J63.2) 4. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (J68.0) 5. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) 6. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 7. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) DOENÇAS OCUPACIONAIS 14 8. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.7) V -Bromo 1. Faringite Aguda ("Angina Aguda", "Dor de Garganta") (J02.9) 2. Laringotraqueíte Aguda (J04.2) 3. Faringite Crônica (J31.2) 4. Sinusite Crônica (J32.-) 5. Laringotraqueíte Crônica (J37.1) 6. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (J68.0) 7. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) 8. Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) 9. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 10. Estomatite Ulcerativa Crônica (K12.1) 11. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 12. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.8.) VI - Cádmio ou seus compostos 1. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 2. Transtornos do nervo olfatório (Inclui "Anosmia") (G52.0) 3. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (J68.0) 4. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) DOENÇAS OCUPACIONAIS 15 5. Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) 6. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 7. Enfisema intersticial (J98.2) 8. Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes (K03.7) 9. Gastroenterite e Colites tóxicas (K52.-) 10. Osteomalácia do Adulto Induzida por Drogas (M83.5) 11. Nefropatia Túbulo-Intersticial induzida por metais pesados (N14.3) 12. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.3) VII - Carbonetos metálicos de Tungstênio sinterizados 1. Outras Rinites Alérgicas (J30.3) 2. Asma (J45.-) 3. Pneumoconiose devida a outras poeiras inorgânicas especificadas (J63.8) VIII - Chumbo ou seus compostos tóxicos 1. Outras anemias devidas a transtornos enzimáticos (D55.8) 2. Anemia Sideroblástica secundária a toxinas (D64.2) 3. Hipotireoidismo devido a substâncias exógenas (E03.-) 4. Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-) 5. Polineuropatia devida a outras agentes tóxicos (G52.2) 6. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1) 7. Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2) DOENÇAS OCUPACIONAIS 16 8. Hipertensão Arterial (I10.-) 9. Arritmias Cardíacas (I49.-) 10. "Cólica da Chumbo" (K59.8) 11. Gota Induzida pelo Chumbo (M10.1) 12. Nefropatia Túbulo-Intersticial induzida por metais pesados (N14.3) 13. Insuficiência Renal Crônica (N17) 14. Infertilidade Masculina (N46) 15. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.0) IX - Cloro 1. Rinite Crônica (J31.0) 2. Outras Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (Inclui "Asma Obstrutiva", "Bronquite Crônica", "Bronquite Obstrutiva Crônica") (J44.-) 3. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (J68.0) 4. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) 5. Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) 6. Bronquiolite Obliterante Crônica, EnfisemaCrônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 7. Efeitos Tóxicos Agudos (T59.4) X - Cromo ou seus compostos tóxicos 1. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 2. Outras Rinites Alérgicas (J30.3) 3. Rinite Crônica (J31.0) 4. Ulceração ou Necrose do Septo Nasal (J34.0) DOENÇAS OCUPACIONAIS 17 5. Asma (J45.-) 6. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicações infecciosas" (L08.9) 7. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-) 8. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 9. Úlcera Crônica da Pele, não classificada em outra parte (L98.4) 10. Efeitos Tóxicos Agudos (T56.2) XI - Flúor ou seus compostos tóxicos 1. Conjuntivite (H10) 2. Rinite Crônica (J31.0) 3. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (J68.0) 4. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) 5. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 6. Erosão Dentária (K03.2) 7. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 8. Fluorose do Esqueleto (M85.1) 9. Intoxicação Aguda (T59.5) XII - Fósforo ou seus compostos tóxicos 1. Polineuropatia devida a outras agentes tóxicos (G52.2) 2. Arritmias cardíacas (I49.-) (Agrotóxicos organofosforados e carbamatos) 3. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-) 4. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 5. Osteomalácia do Adulto Induzida por Drogas (M83.5) DOENÇAS OCUPACIONAIS 18 6. Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose Devida a Drogas (M87.1); Outras Osteonecroses Secundárias (M87.3) 7. Intoxicação Aguda (T57.1) (Intoxicação Aguda por Agrotóxicos Organofosforados: T60.0) XIII - Hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos (seus derivados halogenados tóxicos) 1. Angiossarcoma do fígado (C22.3) 2. Neoplasia maligna do pâncreas (C25.-) 3. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 4. Púrpura e outras manifestações hemorrágicas (D69.-) 5. Hipotireoidismo devido a substâncias exógenas (E03.-) 6. Outras porfirias (E80.2) 7. Delirium, não sobreposto à demência, como descrita (F05.0) (Brometo de Metila) 8. Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-) 9. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doença, lesão e de disfunção de personalidade (F07.-) 10. Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não especificado (F09.-) 11. Episódios Depressivos (F32.-) 12. Neurastenia (Inclui "Síndrome de Fadiga") (F48.0) 13. Outras formas especificadas de tremor (G25.2) 14. Transtorno extrapiramidal do movimento não DOENÇAS OCUPACIONAIS 19 especificado (G25.9) 15. Transtornos do nervo trigêmio (G50.-) 16. Polineuropatia devida a outros agentes tóxicos (G52.2) (n-Hexano) 17. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1) 18. Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2) 19. Conjuntivite (H10) 20. Neurite Óptica (H46) 21. Distúrbios visuais subjetivos (H53.-) 22. Outras vertigens periféricas (H81.3) 23. Labirintite (H83.0) 24. Hipoacusia ototóxica (H91.0) 25. Parada Cardíaca (I46.-) 26. Arritmias cardíacas (I49.-) 27. Síndrome de Raynaud (I73.0) (Cloreto de Vinila) 28. Acrocianose e Acroparestesia (I73.8) (Cloreto de Vinila) 29. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (J68.0) 30. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) 31. Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) 32. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 33. Doença Tóxica do Fígado (K71.-): Doença Tóxica do Fígado, com Necrose Hepática (K71.1); Doença Tóxica do Fígado, com DOENÇAS OCUPACIONAIS 20 Hepatite Aguda (K71.2); Doença Tóxica do Fígado com Hepatite Crônica Persistente (K71.3); Doença Tóxica do Fígado com Outros Transtornos Hepáticos (K71.8) 34. Hipertensão Portal (K76.6) (Cloreto de Vinila) 35. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicações infecciosas" (L08.9) 36. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 37. "Cloracne" (L70.8) 38. Outras formas de hiperpigmentação pela melanina: "Melanodermia" (L81.4) 39. Outros transtornos especificados de pigmentação: "Profiria Cutânea Tardia" (L81.8) 40. Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (T33) (Anestésicos clorados locais) 41. Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) (Anestésicos clorados locais) 42. Osteólise (M89.5) (de falanges distais de quirodáctilos) (Cloreto de Vinila) 43. Síndrome Nefrítica Aguda (N00.-) 44. Insuficiência Renal Aguda (N17) 45. Efeitos Tóxicos Agudos (T53.-) XIV - Iodo 1. Conjuntivite (H10) 2. Faringite Aguda ("Angina Aguda", "Dor de Garganta") (J02.9) 3. Laringotraqueíte Aguda (J04.2) 4. Sinusite Crônica (J32.-) 5. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") DOENÇAS OCUPACIONAIS 21 6. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) 7. Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) 8. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 9. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-) 10. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.8) XV - Manganês e seus compostos tóxicos 1. Demência em outras doenças específicas classificadas em outros locais (F02.8) 2. Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-) 3. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doença, lesão e de disfunção de personalidade (F07.-) 4. Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não especificado (F09.-) 5. Episódios Depressivos (F32.-) 6. Neurastenia (Inclui "Síndrome de Fadiga") (F48.0) 7. Parkisonismo Secundário (G21.2) 8. Inflamação Coriorretiniana (H30) 9. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (J68.0) 10. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) DOENÇAS OCUPACIONAIS 22 11. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.2) XVI - Mercúrio e seus compostos tóxicos 1. Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-) 2. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doença, lesão e de disfunção de personalidade (F07.-) 3. Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não especificado (F09.-) 4. Episódios Depressivos (F32.-) 5. Neurastenia (Inclui "Síndrome de Fadiga") (F48.0) 6. Ataxia Cerebelosa (G11.1) 7. Outras formas especificadas de tremor (G25.2) 8. Transtorno extrapiramidal do movimento não especificado (G25.9) 9. Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1) 10. Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2) 11. Arritmias cardíacas) (I49.-) 12. Gengivite Crônica (K05.1) 13. Estomatite Ulcerativa Crônica (K12.1) 14. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-) 15. Doença Glomerular Crônica (N03.-) 16. Nefropatia Túbulo-Intersticial induzida por metais pesados (N14.3) 17. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.1) XVII - Substâncias asfixiantes: Monóxido de Carbono, Cianeto de Hidrogênio ou seus derivados tóxicos, Sulfeto de Hidrogênio 1. Demênciaem outras doenças específicas classificadas em outros locais (F02.8) 2. Transtornos do nervo olfatório (Inclui "Anosmia") (G52.0) (H2S) DOENÇAS OCUPACIONAIS 23 (Ácido Sulfídrico) 3. Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2) (Seqüela) 4. Conjuntivite (H10) (H2S) 5. Queratite e Queratoconjuntivite (H16) 6. Angina Pectoris (I20.-) (CO) 7. Infarto Agudo do Miocárdio (I21.-) (CO) 8. Parada Cardíaca (I46.-) (CO) 9. Arritmias cardíacas (I49.-) (CO) 10. Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Bronquite Química Aguda") (HCN) 11. Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores ("Edema Pulmonar Químico") (J68.1) (HCN) 12. Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) (HCN) 13. Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso ou Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) (HCN; H2S) 14. Efeitos Tóxicos Agudos (T57.3; T58; T59.6) XVIII - Sílica Livre 1. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 2. Cor Pulmonale (I27.9) 3. Outras Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (Inclui "Asma Obstrutiva", "Bronquite Crônica", "Bronquite Obstrutiva Crônica") (J44.-) 4. Silicose (J62.8) 5. Pneumoconiose associada com Tuberculose ("Sílico-Tuberculose") (J63.8) 6. Síndrome de Caplan (J99.1; M05.3) DOENÇAS OCUPACIONAIS 24 XIX - Sulfeto de Carbono ou Dissulfeto de Carbono 1. Demência em outras doenças específicas classificadas em outros locais (F02.8) 2. Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-) 3. Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doença, lesão e de disfunção de personalidade (F07.-) 4. Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não especificado (F09.-) 5. Episódios Depressivos (F32.-) 6. Neurastenia (Inclui "Síndrome de Fadiga") (F48.0) 7. Polineuropatia devida a outros agentes tóxicos (G52.2) 8. Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2) 9. Neurite Óptica (H46) 10. Angina Pectoris (I20.-) 11. Infarto Agudo do Miocárdio (I21.-) 12. Ateroesclerose (I70.-) e Doença Ateroesclerótica do Coração (I25.1) 13. Efeitos Tóxicos Agudos (T52.8) XX - Alcatrão, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina e produtos ou resíduos dessas substâncias, causadores de epiteliomas primitivos da pele 1. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 2. Outras neoplasias malignas da pele (C44.-) 3. Neoplasia maligna da bexiga (C67.-) 4. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-) 5. Outras formas de hiperpigmentação pela melanina: "Melanodermia" (L81.4) XXI - Ruído e afecção auditiva 1. Perda da Audição Provocada pelo Ruído (H83.3) DOENÇAS OCUPACIONAIS 25 2. Outras percepções auditivas anormais: Alteração Temporária do Limiar Auditivo, Comprometimento da Discriminação Auditiva e Hiperacusia (H93.2) 3. Hipertensão Arterial (I10.-) 4. Ruptura Traumática do Tímpano (pelo ruído) (S09.2) XXII - Vibrações (afecções dos músculos, tendões, ossos, articulações, vasos sangüíneos periféricos ou dos nervos periféricos) 1. Síndrome de Raynaud (I73.0) 2. Acrocianose e Acroparestesia (I73.8) 3. Outros transtornos articulares não classificados em outra parte: Dor Articular (M25.5) 4. Síndrome Cervicobraquial (M53.1) 5. Fibromatose da Fascia Palmar: "Contratura ou Moléstia de Dupuytren" (M72.0) 6. Lesões do Ombro (M75.-): Capsulite Adesiva do Ombro (Ombro Congelado, Periartrite do Ombro) (M75.0); Síndrome do Manguito Rotatório ou Síndrome do Supraespinhoso (M75.1); Tendinite Bicipital (M75.2); Tendinite Calcificante do Ombro (M75.3); Bursite do Ombro (M75.5); Outras Lesões do Ombro (M75.8); Lesões do Ombro, não especificadas (M75.9) 7. Outras entesopatias (M77.-): Epicondilite Medial (M77.0); Epicondilite lateral ("Cotovelo de Tenista"); Mialgia (M79.1) 8. Outros transtornos especificados dos tecidos moles (M79.8) 9. Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose Devida a Drogas (M87.1); Outras Osteonecroses DOENÇAS OCUPACIONAIS 26 Secundárias (M87.3) 10. Doença de Kienböck do Adulto (Osteo- condrose do Adulto do Semilunar do Carpo) (M93.1) e outras Osteocondro-patias especificadas (M93.8) XXIII - Ar Comprimido 1. Otite Média não supurativa (H65.9) 2. Perfuração da Membrama do Tímpano (H72 ou S09.2) 3. Labirintite (H83.0) 4. Otalgia e Secreção Auditiva (H92.-) 5. Outros transtornos especificados do ouvido (H93.8) 6. Osteonecrose no "Mal dos Caixões" (M90.3) 7. Otite Barotraumática (T70.0) 8. Sinusite Barotraumática (T70.1) 9. "Mal dos Caixões" (Doença da Descompressão) (T70.4) 10. Síndrome devida ao deslocamento de ar de uma explosão (T70.8) XXIV - Radiações Ionizantes 1. Neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais (C30-C31.-) 2. Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 3. Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (Inclui "Sarcoma Ósseo") 4. Outras neoplasias malignas da pele (C44.-) 5. Leucemias (C91-C95.-) 6. Síndromes Mielodisplásicas (D46.-) 7. Anemia Aplástica devida a outros agentes externos (D61.2) DOENÇAS OCUPACIONAIS 27 8. Hipoplasia Medular (D61.9) 9. Púrpura e outras manifestações hemorrágicas (D69.-) 10. Agranulocitose (Neutropenia tóxica) (D70) 11. Outros transtornos especificados dos glóbulos brancos: Leucocitose, Reação Leucemóide (D72.8) 12. Polineuropatia induzida pela radiação (G62.8) 13. Blefarite (H01.0) 14. Conjuntivite (H10) 15. Queratite e Queratoconjuntivite (H16) 16. Catarata (H28) 17. Pneumonite por radiação (J70.0 e J70.1) 18. Gastroenterite e Colites tóxicas (K52.-) 19. Radiodermatite (L58.-): Radiodermatite Aguda (L58.0); Radiodermatite Crônica (L58.1); Radiodermatite, não especificada (L58.9); Afecções da pele e do tecido conjuntivo relacionadas com a radiação, não especificadas (L59.9) 20. Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose Devida a Drogas (M87.1); Outras Osteonecroses Secundárias (M87.3) 21. Infertilidade Masculina (N46) 22. Efeitos Agudos (não especificados) da Radiação (T66) XXV - Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos tóxicos (Exposição ocupacional ao agente e/ou transmissor da 1. Tuberculose (A15-A19.-) 2. Carbúnculo (A22.-) 3. Brucelose (A23.-) 4. Leptospirose (A27.-) 5. Tétano (A35.-) DOENÇAS OCUPACIONAIS 28 doença, em profissões e/ou condições de trabalho especificadas) 6. Psitacose, Ornitose, Doença dos Tratadores de Aves (A70.-) 7. Dengue (A90.-) 8. Febre Amarela (A95.-) 9. Hepatites Virais (B15-B19.-) 10. Doença pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) (B20-B24.-) 11. Dermatofitose (B35.-) e Outras Micoses Superficiais (B36.-) 12. Paracoccidiomicose (Blastomicose Sul Americana, Blastomicose Brasileira, Doença de Lutz) (B41.-) 13. Malária (B50-B54.-) 14. Leishmaniose Cutânea (B55.1) ou Leishmaniose Cutâneo-Mucosa (B55.2) 15. Pneumonite por Hipersensibilidade a Poeira Orgânica (J67.-): Pulmão do Granjeiro (ou Pulmão do Fazendeiro) (J67.0); Bagaçose (J67.1); Pulmão dos Criadores de Pássaros (J67.2); Suberose (J67.3); Pulmão dos Trabalhadores de Malte (J67.4); Pulmão dos que Trabalham com Cogumelos (J67.5); Doença Pulmonar Devida a Sistemas de Ar Condicionado e de Umidificação do Ar (J67.7); Pneumonites de Hipersensibilidade Devidas a Outras Poeiras Orgânicas (J67.8); Pneumonite de Hipersensibilidade Devida a Poeira Orgânicanão especificada (Alveolite Alérgica Extrínseca SOE; Pneumonite de Hipersensibilidade SOE (J67.0) 16. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicações infecciosas" (L08.9) DOENÇAS OCUPACIONAIS 29 XXVI - Algodão, Linho, Cânhamo, Sisal 1. Outras Rinites Alérgicas (J30.3) 2. Outras Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (Inclui "Asma Obstrutiva", "Bronquite Crônica", "Bronquite Obstrutiva Crônica") (J44.-) 3. Asma (J45.-) 4. Bissinose (J66.0) XXVII - Agentes físicos, químicos ou biológicos, que afetam a pele, não considerados em outras rubricas 1. "Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicações infecciosas" (L08.9) 2. Dermatite Alérgica de Contato (L23.-) 3. Dermatite de Contato por Irritantes (L24.-) 4. Urticária Alérgica (L50.0) 5. "Urticária Física" (devida ao calor e ao frio) (L50.2) 6. Urticária de Contato (L50.6) 7. Queimadura Solar (L55) 8. Outras Alterações Agudas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta (L56.-): Dermatite por Fotocontato (Dermatite de Berloque) (L56.2); Urticária Solar (L56.3); Outras Alterações Agudas Especificadas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta (L56.8); Outras Alterações Agudas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta, sem outra especificação (L56.9) 9. Alterações da Pele devidas a Exposição Crônica a Radiação Não Ionizante (L57.-): Ceratose Actínica (L57.0); Outras Alterações: Dermatite Solar, "Pele de Fazendeiro", "Pele de Marinheiro" (L57.8) 10. "Cloracne" (L70.8) DOENÇAS OCUPACIONAIS 30 11. "Elaioconiose" ou "Dermatite Folicular" (L72.8) 12. Outras formas de hiperpigmentação pela melanina: "Melanodermia" (L81.4) 13. Leucodermia, não classificada em outra parte (Inclui "Vitiligo Ocupacional") (L81.5) 14. Úlcera Crônica da Pele, não classificada em outra parte (L98.4) 15. Geladura (Frostbite) Superficial: Eritema Pérnio (T33) (Frio) 16. Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) (Frio) Fonte: Ministério da Fazenda. Decreto no. 3.048/99. A LISTA B, que trata das doencas vinculadas aos agentes1 e riscos ocupacionais apresenta exemplos de exposicao laboral. Vejamos como exemplo o GRUPO I da CID-10: Lista B (Redação dada pelo Decreto nº 6.957, de 9 de setembro de 2009) Doenças infecciosas e parasitárias relacionadas com o trabalho (Grupo I da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Tuberculose (A15-A19.-) Exposição ocupacional ao Mycobacterium 1 As doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional listados são exemplificativos e complementares. DOENÇAS OCUPACIONAIS 31 tuberculosis (Bacilo de Koch) ou Mycobacterium bovis, em atividades em laboratórios de biologia, e atividades realizadas por pessoal de saúde, que propiciam contato direto com produtos contaminados ou com doentes cujos exames bacteriológicos são positivos (Z57.8) (Quadro XXV) Hipersuscetibilidade do trabalhador exposto a poeiras de sílica (Sílico- tuberculose) (J65.-) II - Carbúnculo (A22.-) Zoonose causada pela exposição ocupacional ao Bacillus anthracis, em atividades suscetíveis de colocar os trabalhadores em contato direto com animais infectados ou com cadáveres desses animais; trabalhos artesanais ou industriais com pêlos, pele, couro ou lã. (Z57.8) (Quadro XXV) III - Brucelose (A23.-) Zoonose causada pela exposição ocupacional a Brucella melitensis, B. abortus, B. suis, B. canis, etc., em atividades em abatedouros, frigoríficos, manipulação de produtos de carne; ordenha e fabricação de laticínios e atividades assemelhadas. (Z57.8) (Quadro XXV) IV - Leptospirose (A27.-) Exposição ocupacional a Leptospira icterohaemorrhagiae (e outras espécies), em trabalhos expondo ao contato direto com águas sujas, ou efetuado em locais DOENÇAS OCUPACIONAIS 32 suscetíveis de serem sujos por dejetos de animais portadores de germes; trabalhos efetuados dentro de minas, túneis, galerias, esgotos em locais subterrâneos; trabalhos em cursos d’água; trabalhos de drenagem; contato com roedores; trabalhos com animais domésticos, e com gado; preparação de alimentos de origem animal, de peixes, de laticínios, etc.. (Z57.8) (Quadro XXV) V - Tétano (A35.-) Exposição ao Clostridium tetani, em circunstâncias de acidentes do trabalho na agricultura, na construção civil, na indústria, ou em acidentes de trajeto (Z57.8) (Quadro XXV) VI - Psitacose, Ornitose, Doença dos Tratadores de Aves (A70.-) Zoonoses causadas pela exposição ocupacional a Chlamydia psittaci ou Chlamydia pneumoniae, em trabalhos em criadouros de aves ou pássaros, atividades de Veterinária, em zoológicos, e em laboratórios biológicos, etc.(Z57.8) (Quadro XXV) VII - Dengue [Dengue Clássico] (A90.-) Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da Dengue, principalmente em atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública, e em trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV) VIII - Febre Amarela (A95.-) Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da DOENÇAS OCUPACIONAIS 33 Febre Amarela, principalmente em atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública, e em trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV) IX - Hepatites Virais (B15-B19.-) Exposição ocupacional ao Vírus da Hepatite A (HAV); Vírus da Hepatite B (HBV); Vírus da Hepatite C (HCV); Vírus da Hepatite D (HDV); Vírus da Hepatite E (HEV), em trabalhos envolvendo manipulação, acondicionamento ou emprego de sangue humano ou de seus derivados; trabalho com "águas usadas" e esgotos; trabalhos em contato com materiais provenientes de doentes ou objetos contaminados por eles. (Z57.8) (Quadro XXV) X - Doença pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) (B20-B24.-) Exposição ocupacional ao Vírus da Imuno- deficiência Humana (HIV), principalmente em trabalhadores da saúde, em decorrência de acidentes pérfuro-cortantes com agulhas ou material cirúrgico contaminado, e na manipulação, acondicionamento ou emprego de sangue ou de seus derivados, e contato com materiais provenientes de pacientes infectados. (Z57.8) (Quadro XXV) XI - Dermatofitose (B35.-) e Outras Micoses Superficiais (B36.-) Exposição ocupacional a fungos do gênero Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton, em trabalhos em condições de temperatura elevada e umidade (cozinhas, ginásios, piscinas) e outras DOENÇAS OCUPACIONAIS 34 situações específicas de exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro XXV) XII - Candidíase (B37.-) Exposição ocupacional a Candida albicans, Candida glabrata, etc., em trabalhos que requerem longas imersões das mãos em água e irritação mecânica das mãos, tais como trabalhadores de limpeza, lavadeiras, cozinheiras, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV) XIII - Paracoccidioidomicose (Blastomicose Sul Americana, Blastomicose Brasileira, Doença de Lutz) (B41.-) Exposição ocupacional ao Paracoccidioides brasiliensis, principalmente em trabalhos agrícolas ou florestais e em zonas endêmicas. (Z57.8) (Quadro XXV) XIV - Malária (B50 - B54.-) Exposição ocupacional ao Plasmodium malariae; Plasmodium vivax; Plasmodium falciparum ou outros protozoários, principalmente em atividades demineração, construção de barragens ou rodovias, em extração de petróleo e outras atividades que obrigam a entrada dos trabalhadores em zonas endêmicas (Z57.8) (Quadro XXV) XV - Leishmaniose Cutânea (B55.1) ou Leishmaniose Cutâneo- Mucosa (B55.2) Exposição ocupacional à Leishmania braziliensis, principalmente em trabalhos agrícolas ou florestais e em zonas endêmicas, e outras situações específicas de exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro XXV) Fonte: Ministério da Fazenda. Decreto no. 3.048/99, alterado pelo Decreto no. 6.96 DOENÇAS OCUPACIONAIS 35 Como consultar e interpretar a Classificação Legal Brasileira das doenças relacionadas ao trabalho? Se tomarmos como exemplo a Tuberculose (doença infectocontagiosa), veremos como identificar tanto o agente causador quanto a entidade nosológica: Agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional XXV - Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos tóxicos (Exposição ocupacional ao agente e/ou transmissor da doença, em profissões e/ou condições de trabalho especificadas). Doenças causalmente relacionadas com os respectivos agentes ou fatores de risco (denominadas e codificadas segundo a CID-10) 1.Tuberculose (A15-A19.-) 2.Carbúnculo (A22.-) 3.Brucelose (A23.-) 4.Leptospirose (A27.-) 5.Tétano (A35.-) 6.Psitacose, Ornitose, Doença dos Tratadores de Aves 7.(A70.-) 8.Dengue (A90.-). Na Lista A podemos identificar no Quadro XXV os agentes etiológicos dentre os quais está o relacionado causalmente à Tuberculose (A15-A19), ou seja, “Microrganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos tóxicos (Exposição ocupacional ao agente e/ou transmissor da doença, em profissões e/ou condições de trabalho especificadas)”. Doenças I - Tuberculose (A15-A19.-). Agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional DOENÇAS OCUPACIONAIS 36 Exposição ocupacional ao Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch) ou Mycobacterium bovis, em atividades em laboratórios de biologia, e atividades realizadas por pessoal de saúde, que propiciam contato direto com produtos contaminados ou com doentes cujos exames bacteriológicos são positivos (Z57.8) (Quadro XXV) Hipersuscetibilidade do trabalhador exposto a poeiras de sílica (Sílico-tuberculose) (J65.-). Na Lista B, a Tuberculose (A15-A19), doença pertencente ao Grupo I da CID-10, observemos que há citação dos agentes etiológicos responsáveis pela patologia, risco ocupacional e faz citação da posição relacionada na Lista A (Quadro XXV). Atenção Mas e o que todas essas classificações significam? Será que são essenciais em si mesmas? Como entendermos a coexistência de sistemas de classificação e/ou de sistemas adaptados? Bem, existem muitas classificações adotadas, que se caracterizam por serem fixas a uma lista predefinida e por isso são denominadas “fechadas” (exemplo do que ocorre na França); outros sistemas, como caso do Brasil, que são mistos, por aceitarem revisões sistemáticas e novas inclusões de doenças e, ainda, aqueles de países como os Estados Unidos que adotaram uma definição mais ampliada e genérica (“aberto”) que admite uma relação entre doença e trabalho baseada em critérios menos restritos. Impactos das doenças ocupacionais Reflexões finais sobre os sistemas de classificação das doenças apresentados. Veja quais são elas: DOENÇAS OCUPACIONAIS 37 1ª reflexão Apesar de já termos comentado anteriormente sobre a extrema importância da categorização da natureza dos agravos e doenças, acidentes de trabalho, seus agentes nocivos e condições de risco associadas, é interessante refletirmos que a adoção de sistemas de classificação se justifica, sobretudo, por facilitar e estruturar as ações de controle e prevenção para tentarmos minimizar os riscos ocupacionais e a incidência de eventos nocivos e perdas humanas atreladas à atividade laboral. 2ª reflexão Na medida em que os processos produtivos, laborais, estão em constante mudança, sendo a expressão das novas atividades profissionais, ambientes e condições de trabalho, as próprias listas precisam acompanhar esse processo permanente se adaptando às novas realidades (novos riscos, agentes nocivos e doenças ou agravos). Para começarmos a tratar dos impactos das doenças ocupacionais de forma global, vamos refletir sobre a relevância pública das doenças que afetam os trabalhadores em todo o mundo. Segundo dados da OIT (2013), são aproximadamente 2,34 milhões de pessoas que morrem anualmente no mundo, seja por acidente ou por doenças relacionadas à atividade laboral e, ainda, outras 160 milhões de outros casos levam a danos ou agravos à saúde (não mortais). Essa verdadeira epidemia que se revela em grande perda humana também representa um grande valor de investimento econômico em assistência à saúde, proteção e indenizações previdenciárias, que denotam em uma perda de 4% do PIB mundial, cerca de 2.8 bilhões de dólares. DOENÇAS OCUPACIONAIS 38 No Brasil, as estatísticas oficiais reunidas através do SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação (2007 a 2013) do Ministério da Saúde mostram que a problemática aqui também é expressiva, com um número crescente de agravos e doenças relacionadas ao trabalho, sendo os acidentes com exposição a material biológico e os grave e fatais os mais incidentes, segundo os gráficos a seguir. Dados do INSS Dados do INSS do ano de 2007 também evidenciam a magnitude do problema de saúde e social. Foram registrados como acidentes de trabalho naquele ano, aproximadamente 653, 1 mil, sendo 49,3% ocasionados no setor de indústrias, 45,6% no setor de serviços e o restante em atividades não conhecidas ou definidas. O mesmo instituto governamental informa que em 2007, considerando os 50 códigos de CID, tiveram maior incidência: Ferimento do punho e da mão (S61), dorsalgia (M54) e fratura ao nível do punho ou da mão (S62) com, respectivamente, 11,5%, 7,8% e 6,4% do total. Já com relação às chamadas doenças do trabalho os campos da estatística oficial foram a sinovite e tenossinovite (M65), lesões no ombro (M75) e dorsalgia (M54), com 20,3%, 17% e 7,6% do total, respectivamente. Notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador A notificação compulsória de agravos à saúde do trabalhador no nosso país foi determinada, ainda que tarde, pela Portaria nº 777/ GM de 28 de abril de 2004. A partir de 2014, as Portarias nº 1.271, de 06 de junho e nº 1.984, de 12 de setembro do mesmo ano incluíram os agravos, acidentes e doenças relacionadas ao trabalho na lista de notificação compulsória nacional em unidades de saúde denominadas integrantes da rede sentinela (basicamente os Centros de Referencia de Saúde do Trabalhador, no caso do Estado de São DOENÇAS OCUPACIONAIS 39 Paulo, segundo CVS - Centro de Vigilância a Saúde do Estado de São Paulo), o que certamente contribuiu para o incremento quantitativo e qualitativo das estatísticas. Por ano no Brasil, segundo as informações de notificação, ocorrem quase 160.000 casos de agravos e doenças relacionadas ao trabalho. Nesse momento, em que mostramos o impacto das doenças ocupacionais, é relevante fazermos um apartado para tratar o tema da determinacao do nexo de causalidade em caso de acidente, agravo e doenças relacionadas ao trabalho, por esta ser uma etapa vital do enfrentamento da problemática do impacto desses eventos na vida do trabalhador. Definição do nexo causalPois bem, como e quando ocorre a definição do nexo causal frente a um evento como o acidente, agravo ou doença relacionada ao trabalho? O que a legislação determina? Quem tem essa responsabilidade? INSS Lei Federal nº 8.213/91 – no caso de acidente de trabaho era atestada pelo médico perito do INSS após a emissão pela CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) pela empresa ou pela comprovação do nexo causal por parte do trabalhador. As doenças também eram atestadas pelo INSS, para finalidade de concessão de benefícios previdenciários. NTP Decreto nº 3.048/99 (Previdência Social) – antes da alteração (Decreto nº 6.042/07) o médico do INSS atestava o nexo causal pela avaliação individual do caso em si (CID x ocupação do trabalhador), chamado de Nexo Técnico Previdenciário (NTP). DOENÇAS OCUPACIONAIS 40 CNAE Lei nº 11.430/06 – alterou o NTP e o médico do INSS realizava a avaliação do nexo causal considerando a atividde da empresa (CNAE), relacionando-a ao CID e aos agentes etiológicos correlacionados. Essa abordagem mais ampliada, de cunho coletivo, passou a configurar uma análise mais epidemiológica e não unicamente individualizada. Estava consolidado então o Nexo Técnico- Epidemiológico- NTEP (INSS, 2007). NTEP A constatação do NTEP, no entanto, não confere de forma irrestrita e automática o direito ao beneficio ou declaração de incapacidade laboral. Ainda assim, o médico períto do INSS (profisisonal capacitado e autorizado à elaborar o diagnóstico e atestar nexo causal), tem como responsabilidade avaliar se cabe o reconhecimento da condição de incapacidade para o trabalho e, consequente direito a benefício previdenciário (NETO, 2007). Atenção Por todo esse cenário, é compreensivel que os impactos das doenças ou agravos provocados pelo trabalho sejam inúmeros, complexos, objetivos, mas ao mesmo tempo manejem certa subjetividade, uma vez que impactam na vida como um todo do indivíduo trabalhador (que sofre cada qual de uma maneira particular) e podem ser avaliadas no campo do individual (vida do prórprio trabalhador afetado) quanto do coletivo (empresa, previdencia social, unidade familiar, entre outros). Repercussões que doenças e agravos podem causar na vida do indivíduo Segundo Mendes (2003), são muitas as repercussões que doenças e agravos podem determinar na vida do indivíduo, sendo elas relacionadas ou não ao DOENÇAS OCUPACIONAIS 41 trabalho. Mas aqui tentaremos correlacioná-las ao contexto das doenças ocupacionais, então observe as definições da Organização Mundial de Saúde: Repercussões que doenças e agravos podem causar na vida do indivíduo Disfunção ou Deficiência: “anormalidade ou perda da estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica”; Incapacidade: “qualquer redução ou falta da capacidade de realizar uma atividade de maneira que seja considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro considerado normal”. Esta seria uma repercussão resultante de uma disfunção ou incapacidade ocorrida anteriormente. Impactos na vida do trabalhador E os impactos na vida do trabalhador são muitos... Perda da mão de obra, perda econômica, morte, incapacidade parcial, incapacidade total, mudança de posto de trabalho, sofrimento, desemprego, transtornos psicológicos, queda de rendimento familiar, perda de status social, aposentadoria antecipada. Todos esses exemplos podem ser situações de múltiplos impactos na vida dos trabalhadores. Não podemos nos esquecer de que tratar da saúde das pessoas requer uma visão biopsicossocial do processo saúde-doença e entendimento do ser humano inserido em suas múltiplas dimensões da vida em toda a sua complexidade! DOENÇAS OCUPACIONAIS 42 Atividade Proposta Assista ao vídeo Entre o pó e o fôlego da vida, produzido pela Fundacentro, que trata de agentes ambientais na moagem de pedras de mármore no Município de Cachoeiro de Itapemirim e Região e seus impactos na saúde dos trabalhadores, onde foi possível qualificar os ambientes de trabalho por meio de um checklist aplicado a 36 empresas do setor. A partir do resultado da pesquisa apresentado no vídeo, você deverá ser capaz de problematizar as questões a seguir e correlacionar os conteúdos apreendidos na nossa segunda aula. Qual o valor da segurança e saúde do trabalho dessas pessoas que produzem essa riqueza para o país? Quais os riscos da atividade? Como é possível evitar os riscos à saúde das pessoas envolvidas nessa atividade? Chave de resposta: O vídeo explica os riscos ocupacionais existentes na ocupação referida, citando os principais problemas de saúde relacionados a esses agentes nocivos e apresenta o resultado das avaliações médicas realizadas em 246 trabalhadores de diferentes empresas, mostrando os principais achados clínicos e laboratoriais, indicando a incidência de patologias diagnosticadas em trabalhadores que atuam em diferentes etapas do processo da moagem das pedras. Também analisa as condições de trabalho, relaciona aos riscos laborais e salienta as possíveis causas de acidentes e outros agravos à saúde. Indica quais seriam as formas de proteção ao trabalhador que atua nessa atividade produtiva. DOENÇAS OCUPACIONAIS 43 Aprenda Mais Material complementar Para saber mais sobre a classificação e impacto das doenças ocupacionais, leia os materiais: A prevenção das doenças profissionais, disponível em nossa biblioteca virtual. Para saber mais sobre Doenças relacionadas ao trabalho, leia o Manual de Doenças Relacionadas ao Trabalho, disponível em nossa biblioteca virtual. • Previdência Social: Lei Federal nº 8.213/91 e Decreto nº 3.048, de 06.05.1999 e nº 6.042, de 12.02.07; • No âmbito da Saúde: Portaria nº 1.339, de 18.11.1999, do Ministro da Saúde, que institui a “Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho”; DOENÇAS OCUPACIONAIS 44 Referências BRASIL. Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Instrução Normativa INSS/PRES Nº 16, 27 mar. de 2007 – DOU, 30 mar. 2007. Disponível em: http://www010.dataprev.gov.br/sislex/paginas/38/INSS- PRES/2007/16_1.htm BRASIL. Lei 8213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os planos de benefícios de previdência social e dá outras providencias. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm - Acesso em: 19 jan. 2015. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho: Portaria nº 1.339/GM, de 18 de novembro de 1999. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_t rabalho_2ed_p1.pdf http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port99/GM/GM- 1339.html. Acesso em: 20 jan. 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Geral de Saúde do Trabalhador – CGSAT/DSAST/SVS/MS. Informe de Saúde do Trabalhador. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.984, de 12 de setembro de 2014. Dispõe sobre a lista nacional de doenças e agravos de notificação compulsória. Disponível em: file:///C:/Users/Cmoura/Documents/Estacio%20de%20S%C3%A1/ Portaria%20GM_MS%20N%C2%BA%201984%2012_09_2014%20- %20LNC_VS%20(1).pdf . Acesso em: 20 jan. 2015. DOENÇAS OCUPACIONAIS 45 CHAGAS, Ana Maria de Resende; SALIM, Celso Amorim; SERVO,Luciana Mendes Santos (Org.). Saúde e segurança no trabalho no Brasil: aspectos institucionais, sistemas de informação e indicadores. 2. ed. São Paulo: IPEA: Fundacentro, 2012. 391 p. D. NETO, J. A. Rev. Trib. Reg. Trab. 3ª Reg., Belo Horizonte, v. 46, n. 76, p. 143-153, jul./dez. 2007. MENDES, René (Org.). <b<name />Patologia do trabalho (atual. e ampl.). Rio de Janeiro: Atheneu, 2003. v. 1 e 2. OIT. A prevenção das doenças profissionais. Edição: Abril 2013 ISBN: 978- 989-8076-84-7. Disponível em: http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/gender/doc/saf eday2013%20final_1012.pdf. Acesso em: 20 jan. 2015 . PASTORE, J. Gastos do Brasil com acidentes de trabalho superam conta de 100 bilhões. Correio Brasiliense, Brasília. 07 nov. 2011. Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2011/ 11/07/internas_economia,277289/gastos-do-brasil-com-acidentes- de-trabalho-superam-conta-de-r-100-bilhoes.shtml . Acesso em: 20 jan. 2015. DOENÇAS OCUPACIONAIS 46 Exercícios de fixação Questão 1 Assinale abaixo a alternativa que não apresenta ao menos um critério utilizado por algum dos sistemas de classificação (os quais discutimos em aula) para categorizar as doenças relacionadas ao trabalho. Marque somente uma alternativa. a) Natureza da função laboral. b) Grau de exposição ao agente nocivo causador da patologia relacionada ao trabalho. c) Relação com o trabalho e seus efeitos sobre a saúde do trabalhador. d) Tempo de exposição ao agente ou fator de risco relacionado com a presença de comorbidades. e) Grau de participação do trabalho na promoção da doença. Questão 2 De que forma a classificação de Schilling contribuiu para o entendimento do adoecimento do trabalhadores? a) Esta classificação trouxe como critério central a relação da doença o trabalho, listando as doenças de acordo com o papel do trabalho em sua gênese e definindo assim a diferença entre as doenças causadas por ele e aquelas influenciadas por ele. b) Contribuiu muito pouco, pois apresentou critério de classificação que já estava em uso pelo sistema proposto por Ramazzini. c) Sua maior contribuição foi a novidade relacionada àquelas doenças que eram anteriormente consideradas como acidentes de trabalho, as intoxicações agudas. d) Este sistema foi inovador apenas por reclassificar as doenças em três grupos ao invés de dois, propostos por Ramazzini. e) Não contribuiu para entendimento do adoecimento mas sim do grau de exposição como fator de risco para a ocorrência das doenças ocupacionais. DOENÇAS OCUPACIONAIS 47 Questão 3 O que mudou no contexto brasileiro das doenças ocupacionais a partir do Decreto nº 3.048/99? Marque as alternativas corretas. a) Definiu para cada agente as doenças correspondentes, bem como para cada doença os agentes causadores. b) Adotou pela primeira vez o CID como codificação das doenças citadas, sendo o primeiro país a considerar esse sistema de codificação internacional da OMS. c) Provocou alteração da Lei Federal que estava em vigor mudando completamente os critérios de estabelecimento do nexo causal. d) Nada mudou na aplicação prática da lei para fins de diagnóstico, tratamento e de benefícios previdenciários. e) Provocou a revogação do Decreto nº 2.172/97 e o seu novo anexo II manteve a lista original com os agentes patogênicos relacionando-os com a etiologia das doenças ocupacionais e de outras apenas relacionadas ao trabalho. Questão 4 Quais as principais finalidades dos sistemas de classificação adotados em muitos países do mundo? a) Finalidade legal, na medida em que listam as doenças que exclusivamente estão associadas a processos de trabalho nocivos. b) O principal objetivo é codificar as diversas doenças existentes e evidenciar a qual agente está relacionada de forma específica. c) Regulamentar em todos os países as ações de proteção legal ao trabalhador. d) Minimizar os custos dos benefícios concedidos aos trabalhadores segurados e que adoecem por doenças que são classificadas como ocupacionais sem ter nexo causal estabelecido. e) Entender os danos e agravos ocasionados ou afetados pela função laboral para melhor identificá-los e orientar a assistência aos trabalhadores atingidos por esses processos, auxiliando ações de promoção e prevenção. DOENÇAS OCUPACIONAIS 48 Questão 5 Marque a alternativa correta sobre a instituição governamental e o seu papel principal no âmbito da Saúde do Trabalhador. a) Ministério do Trabalho e Emprego – fiscalizar as empresas privadas no cumprimento da legislação trabalhista. b) Ministério da Saúde (SUS) – assistência à saúde do trabalhador. c) Previdência Social (INSS) – perícia médica, reabilitação profissional e pagamento de benefícios aos segurados. d) Ministério do Meio Ambiente – não desempenha nenhum papel relevante. e) Ministério da Educação – formação profissional na área educativa em parceria com o MTE. Questão 6 Os impactos das doenças ocupacionais na vida do trabalhador podem ser considerados multidimensionais. Por quê? a) Porque causam prejuízos orgânicos que impossibilitam a normal execução das atividades laborativas envolvidas na ocupação do trabalhador. b) Porque influenciam na vida integral do indivíduo, seja de forma parcial ou permanente, com maior ou menor incapacidade funcional (laboral), atingindo suas dimensões social, econômica, familiar, laborativa, biológica, psicológica etc. c) Porque levam invariavelmente à perda econômica, a qual consequentemente causará prejuízos na capacidade do trabalhador em prover sua subsistência, obrigando-o a sobreviver com os benefícios concedidos pelo INSS. d) Porque a vida do indivíduo fica abalada principalmente no valor social que o trabalho possui no senso comum e no entendimento coletivo. e) Porque afetam sua relação com o empregador, pode levar ao desemprego, mudança de função, aposentadoria antecipada, entre outras consequências. Questão 7 A partir da compreensão de que as doenças ocupacionais e, também, demais agravos/acidentes ocasionados pelo trabalho tomaram proporções de uma DOENÇAS OCUPACIONAIS 49 verdadeira epidemia, como no contexto brasileiro, o NTEP influenciou a questão do diagnóstico médico pericial e posterior proteção aos direitos do trabalhador? a) O NTEP ajudou, assim como o NTP, pois permitiu o aumento da emissão dos CATs por parte dos empregadores quando da ocorrência de acidente ou doença ocupacional. b) A determinação do nexo causal não influenciou nesses aspectos mencionados de forma direta. c) O INSS determinou a adoção do NTEP para dificultar a concessão dos benefícios previdenciários a partir de 2007. d) Influenciou parcialmente, pois modificou o sistema de aplicação da lista de doenças ocupacionais para determinação do diagnóstico. e) Resultou na mudança na constatação do nexo causal, combinando a análise individual de cada caso com a visão epidemiológica das doenças e agravos relacionados aos agentes nocivos e ocupações, e consequente ampliação das condições que podem ser diagnosticadas como associadas ao trabalho. Questão 8 O NTEP confirma o relacionamento entre o trabalho e a doença, acidente ou agravo diagnosticado. De que forma o INSS o considera para finalidades de concessão de benefícios ao trabalhador? a) O médico do trabalho da empresa onde ocorreu o evento determina o NTEP, comunica ao INSS, onde o médico perito atesta a incapacidade laboral ou não e estabelece a concessão dos benefíciosem até 180 dias. b) A avaliação médica pericial do INSS do trabalhador resulta na determinação do NTEP, análise da ocorrência de disfunção ou incapacidade para o trabalho, a gravidade e impacto deste (parcial ou total, permanente ou temporário), estabelecendo o benefício a ser concedido a partir do diagnóstico final feito exclusivamente pelo médico perito responsável. c) A emissão do NTEP ocorre por solicitação do trabalhador após procurar serviço de saúde do trabalhador de referência e o INSS avalia o documento juntamente com a ocupação do trabalhador para conceder ou não benefícios. DOENÇAS OCUPACIONAIS 50 d) O auxílio-doença e auxílio-acidente não estão atrelados a estabelecimento da NTEP, o INSS somente o utiliza com parâmetro diagnóstico para finalidade de determinação de incapacidade permanente e concessão de aposentadoria. e) A Previdência Social considera tanto o NTEP quanto o NTP conforme a legislação federal prevê, em condições de incapacidade para o trabalho. Questão 9 Na sua opinião, após conhecer os sistemas de classificação de doenças relacionadas ao trabalho, bem como, observar o impacto destas sobre a vida dos trabalhadores, o trabalho poderia ser “saudável” em lugar de “nocivo” ao trabalhador? a) Não, a história da humanidade, das doenças e da evolução dos processos produtivos e ocupações demonstrou que o trabalho, seja qual for, tem potencial nocivo intrínseco causando doenças e/ou acidentes por expor o indivíduo a agentes ou fatores de risco à saúde. b) Não, pois as medidas de proteção são notadamente insuficientes ou inacessíveis à maioria dos trabalhadores. c) Sim, o trabalho pode ser promotor de saúde quando permite a realização das atividades relativas à função laboral sem causar dano ou prejuízo à saúde física, psíquica, biológica do trabalhador, através de adoção de medidas preventivas, protetoras e educativas permanentes. d) Sim, trabalhos com menor exposição a riscos ou que permitam jornadas menores podem não ocasionar agravos e/ou doenças. e) Dificilmente um ambiente de trabalho ou as condições de execução das atividades laborais podem ser totalmente saudáveis, assim como nenhum deles é plenamente nocivo. Questão 10 Considerando os impactos na vida dos trabalhadores afetados por algum adoecimento causado pelo trabalho, qual o(s) principal(is) desafio(s) do profissional da área da saúde do trabalhador de uma empresa diante de um caso de doença ou acidente ocupacional atestado? DOENÇAS OCUPACIONAIS 51 a) A determinação da gravidade da doença diagnosticada. b) A concessão de benefícios que auxiliem de fato o trabalhador incapacitado de exercer suas funções habituais em caso de doenças graves. c) Auxiliar o trabalhador a reinserção funcional, se for o caso, oferecer condições de reabilitação funcional, desenvolver ações de promoção, prevenção e segurança no ambiente de trabalho nocivo, reduzindo riscos e exposição a eles. d) Nenhum, pois após o NTEP o problema do trabalhador doente passa a ser responsabilidade do INSS. e) Analisar o impacto não somente na vida do trabalhador, mas também na empresa que será afetada pela perda da força de trabalho. DOENÇAS OCUPACIONAIS 52 Incapacidade: No âmbito do INSS existe a definição da incapacidade para o trabalho que conceitua incapacidade como sendo a “impossibilidade de desempenho das funções específicas de uma atividade (ou ocupação)”, a qual MENDES (2003) ressalta não abranger todas as modalidades técnicas de incapacidade (total, parcial, uniprofisisonal, multiprofissional etc.). Reconhece e prevê no contexto médico-pericial a incapacidade laboral temporária ou permanente e qual o tipo adequado de benefício que deverá ser concedido (auxílio-doenca, aposentadoria, auxílio-acidente, entre outros). Essa interpretação limitada ou restrita mostra que a finalidade está totalmente vinculada à comprovacao de incapacidade para o exercício da função laboral mediante a determinação do nexo causal para efeito de seguro social. INSS: Quando olhamos os valores gastos pelo INSS na concessão de benefícios aos segurados em razão desses acidentes de trabalho notificados (envolvendo trabalhadores de empresas), dos quais 46% resultam em afastamento laboral acima de 15 dias, incapacidade permanente ou morte (eventos graves), vemos que representam aos cofres previdenciários aproximadamente R$ 70 bilhões de reais, como afirmou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP (2011). Segundo a Previdência Social: a) Incapacidade Temporária – “compreende os segurados que ficaram temporariamente incapacitados para o exercício de sua atividade laborativa. Durante os primeiros 15 dias consecutivos ao do afastamento da atividade, caberá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. Após este período, o segurado deverá ser encaminhado à perícia médica da Previdência Social para requerimento do auxílio-doença acidentário – espécie 91. No caso de trabalhador avulso e segurado especial, o auxílio-doença acidentário é pago a partir da data do acidente”. b) Incapacidade Permanente – “refere-se aos segurados que ficaram permanentemente incapacitados para o exercício laboral. A incapacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total. Entende-se por incapacidade permanente parcial o DOENÇAS OCUPACIONAIS 53 fato do acidentado em exercício laboral, após o devido tratamento psicofísico- social, apresentar sequela definitiva que implique em redução da capacidade. Esta informação é captada a partir da concessão do benefício auxílio-acidente por acidente do trabalho, espécie 94. O outro tipo ocorre quando o acidentado em exercício laboral apresentar incapacidade permanente e total para o exercício de qualquer atividade laborativa. Esta informação é captada a partir da concessão do benefício aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho, espécie 92”. Múltiplos impactos na vida dos trabalhadores: Entendendo o conceito mais ampliado de saúde e considerando o impacto do trabalho na vida da pessoa podemos problematizar a questão da determinação da “incapacidade” de forma mais abrangente e não unicamente focada ao trabalho, pois sabemos que na dimensão psíquica existem impactos das doenças relacionadas ao trabalho e dos acidentes de trabalho que podem ser muito danosos para o ser humano em outros aspectos de sua vida, como por exemplo: familliar, social, privada, tendo também desdobramentos distintos em cada indivíduo, dependendo de múltiplos fatores intrínsecos à pessoa (culturais, econômicos, sociais, vivências, idade, sexo, grau de instrução dentre outros). OIT: Os sistemas de classificação mais recentes se baseavam nas listas elaboradas pela OIT, conforme mencionamos na nossa primeira aula (Convenção nº 18/1925; Convenção nº 42/1934 e Convenção nº 121/1964; revisões posteriores). SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação: Importante comentar que como em muitos sistemas de informação baseados em notificação de eventos, ou seja, dados informados que “entram” nas estatísticas oficiais, pode ocorrer com frequência a subnotificacao de casos (significa que o número de cassos notificados é menor do que a quantidade de casos existentes), seja por erro, omissao ou até mesmo equívocos de diagnóstico. Portanto, aqui vale ressaltarmos o importante papel da formação DOENÇAS OCUPACIONAIS 54 e atuação especiallizada dos profissionais de saúde e da previdência social que atuam no âmbito da assistência, perícia e concessao de benefícios para que os dados de incidência e morbimortalidade relacionados ao trabalho sejam
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