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19/08/2018 1 Bioquímica Aminoácidos, peptídeos e proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Por que estudar aminoácidos e proteínas? Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As proteínas constituem o componente celular mais abundante. Possuem diversas funções, como por exemplo: Hemoglobina – responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. Imunoglobinas – responsável pela defesa do organismo. Insulina – regula o metabolismo da glicose. Actina e miosina – atuam na contração muscular. 19/08/2018 2 Aminoácidos Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Os aminoácidos são compostos que apresentam em sua molécula um grupo amino (-NH2) e um grupo carboxila (-COOH). Todos os aminoácidos presentes nos seres vivos são L-aminoácidos. O que difere um aminoácido de outro é sua cadeia lateral (R). Aminoácidos Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica A importância Biológica da Quiralidade 19/08/2018 3 Aminoácidos Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As propriedades das cadeias laterais dos aminoácidos são importantes para a conformação das proteínas e, portanto, para sua função. Existem 20 aminoácidos diferentes, sendo que 8 deles são considerados essenciais e 12 não essenciais. 8 aminoácidos essenciais: VALINA, LEUCINA, ISOLEUCINA, LISINA, TREONINA, METIONINA, FENILALANINA E TRIPTOFANO *Histidina* considerada semi-essencial. 12 aminoácidos não essenciais (que podem ser sintetizados pelo organismo). Aminoácidos apolares (hidrofóbicos) Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica 19/08/2018 4 Aminoácidos polares (sem carga) Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Aminoácidos com carga negativa (ácidos) Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica 19/08/2018 5 Aminoácidos com carga positiva (básicos) Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica 19/08/2018 6 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Ligação peptídica Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Quais grupos de aminoácidos reagem para formar uma ligação peptídica? A ligação é formada entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amino do outro aminoácido. Água é eliminada no processo, e os resíduos do aminoácido ligado permanecem após esta eliminação. Uma ligação formada deste modo é chamada de ligação peptídica. 19/08/2018 7 Ligação peptídica Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Ligação peptídica Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Peptídeos são compostos formados pela união de dois ou mais aminoácidos por intermédio de ligações peptídicas. Os peptídeos diferem-se uns dos outros pelo número de aminoácidos e pela sequência dessas moléculas. 19/08/2018 8 Ligação peptídica Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Oligopeptídeo Tripeptídeo: 3 aminoácidos, 2 ligações peptídicas Tetrapeptídeo: 4 aminoácidos, 3 ligações peptídicas. Pentapeptídeo: 5 aminoácidos, 4 ligações peptídicas. Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica 19/08/2018 9 Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As proteínas são polímeros de aminoácidos. As proteínas são compostas por centenas de aminoácidos, cada um deles podendo estar presente mais de uma vez. O carbono dos aminoácidos que compõe as proteínas é assimétrico (exceto na glicina); sendo assim se apresentam na forma L e D. Todas as proteínas encontradas nos seres vivos são formadas por L aminoácidos. Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As macromoléculas possuem pesos moleculares variados, desde alguns milhares, até vários milhões. A maior importância das proteínas está nas diversas funções que elas exercem no organismo. Por exemplo: Hormonal – Insulina Contrátil e motora – actina Catalítica – Amilase Transporte - hemoglobina Proteção – Imunoglobinas Estrutural - Colágeno 19/08/2018 10 Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura primária É a sequência de aminoácidos de uma proteína. Essa estrutura determinará sua estrutura tridimensional, que por sua vez determina suas propriedades. Em cada proteína, a estrutura tridimensional correta é necessária para seu funcionamento perfeito. Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura primária AMOR ≠ ROMA A ordem dos aminoácidos na estrutura primária influenciará no dobramento da proteína e consequentemente em sua função. 19/08/2018 11 Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura primária Diferença na sequência de aminoácidos entre as insulinas humana, bovina, suína e ovina: Apenas a mudança na sequência de aminoácidos podem fazer uma pequena ou nenhuma diferença no funcionamento de peptídios e proteínas, mas, na maioria das vezes, a sequência é extremamente importante. Cadeia 𝜶 Posições 8-9-10 Cadeia 𝜷 Posição 30 Humana -Thr-Ser-Ile- -Thr Bovina -Ala-Ser-Val- -Ala Suína -Thr-Ser-Val- -Ala Ovina -Ala-Gly-Val- -Ala Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Porque é importante conhecer a estrutura primária de uma proteína? Anemia falciforme – É uma doença genética onde os glóbulos vermelhos não conseguem se ligar ao oxigênio de forma eficiente, e assumem um formato característico de foice, vindo daí o nome da doença. Ás células falciformes tendem a se prender em pequenos vasos sanguíneos, cortando a circulação, e , assim, danificando órgãos. Essas consequências drásticas derivam da troca de um resíduo de aminoácido na sequência da estrutura primária. Estrutura das Proteínas 19/08/2018 12 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Porque é importante conhecer a estrutura primária de uma proteína? Anemia falciforme A hemoglobina humana adulta é formada por duas cadeias 𝛼 e duas cadeias 𝛽. A anemia falciforme ocorre quando um resíduo de aminoácido é trocado nas cadeias beta. Hb normal: - Thr – Pro – Glu – Glu – Lys – Ala – Hb Falsiforme: - Thr – Pro – Val – Glu – Lys – Ala – Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Porque é importante conhecer a estrutura primária de uma proteína? Anemia falciforme Essa mudança afeta apenas duas posições em uma molécula que contém 574 aminoácidos, e mesmo assim é suficiente para produzir uma doença muito séria. Não existe absolutamente nenhuma cura para a anemia falciforme, mas várias abordagens têm sido examinadas para melhorar as chances de uma vida normal. Estrutura das Proteínas 19/08/2018 13 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura secundária Esta estrutura é obtida pelo arranjo das ligações de hidrogênio do esqueleto proteico da cadeia polipeptídica. Hélice-𝛼 folha 𝛽 pregueada Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura secundária – alfa-hélice Nessa conformação uma cadeia única de proteína se torce de tal maneira que sua forma se assemelha à de uma mola – ou seja, assuma uma estrutura helicoidal. Essas estruturas são estabilizadas através de ligações de hidrogênio intramoleculares. Ex: A queratina é uma proteína fibrosa constituída quase que totalmente de alfa-hélices. A hemoglobina é uma proteína globular flexível cuja estrutura é aprox. 80% de alfa hélices. Estrutura das Proteínas 19/08/2018 14 Professor Me. Manoel AguiarBioquímica Estrutura secundária – beta-folhas Ao contrário das alfa-hélices as folhas-beta são compostas de duas ou mais cadeias polipeptídicas ou segmentos de cadeias polipeptídicas que estão quase totalmente estendidas. Note que nas folhas beta as ligações de hidrogênio ocorrem de forma intra e intermolecular. Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária A estrutura terciária de uma proteína é o arranjo tridimensional de todos os átomos na molécula. Estrutura das Proteínas 19/08/2018 15 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária A estrutura tridimensional única de cada polipeptídio é determinada por sua sequência de aminoácidos (estrutura primária). Interações das cadeias laterais dos aminoácidos orientam o dobramento da cadeia polipeptídica, para formar uma estrutura compacta. Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária Quatro tipos de interação cooperam para estabilizar a estrutura terciária das proteínas: 1. Pontes dissulfeto 2. Interações hidrofóbicas 3. Ligações de hidrogênio 4. Interações iônicas 5. Coordenação a um íon metálico Estrutura das Proteínas 19/08/2018 16 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária 1. Pontes dissulfeto É uma ligação covalente formada pelo grupo sulfidrila (-SH) de cada um de dois resíduos cisteína, para produzir um resíduo cistina. As duas cisteínas podem ser separadas por muitos aminoácidos na sequência primária, podem até mesmo estar localizadas em duas cadeias diferentes; o dobramento das cadeias podem aproximar os resíduos e permitir a ligação covalente de suas cadeias laterais. Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária 2. Interações hidrofóbicas Aminoácidos com cadeias laterais apolares tendem a se localizar no interior da molécula polipeptídica, onde se associam a outros aminoácidos hidrofóbicos. Em contraste, aminoácidos com cadeias laterais carregadas ou polares tendem a estar localizados na superfície de moléculas em contato com solvente polar. Estrutura das Proteínas 19/08/2018 17 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária Observação: Proteínas localizadas em ambientes apolares (hidrofóbicos, como lipídicos) exibem um arranjo inverso. Isto é, cadeias laterais hidrofílicas estão localizadas no interior do polipeptídio e cadeias laterais hidrofóbicas estão localizadas na superfície da molécula. Exemplo: Proteínas de membrana. Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária 3. Ligações de hidrogênio As cadeias laterais dos aminoácidos contendo hidrogênio ligado ao oxigênio e ao nitrogênio, podem formar pontes de hidrogênio com átomos que possuem elétrons livres. A formação de pontes de hidrogênio na superfície da proteína aumenta sua solubilidade em água. Serina Treonina Estrutura das Proteínas 19/08/2018 18 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária 4. Interações iônicas Grupos carregados negativamente, como o grupo carboxíla (-COO-) na cadeia lateral do aspartato ou glutamato podem interagir com grupos carregados positivamente, como grupo amino (-NH3 +) na cadeia lateral da lisina. Aspartato Glutamato Lisina Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura terciária 5. Coordenação a um íon metálico Duas cadeias laterais com a mesma carga normalmente se repelem, mas elas podem também estar ligadas através de um íon metálico. Por exemplo, duas cadeias de ácido glutâmico poderiam estar unidas através de um íon magnésio (Mg2+), formando uma ponte. Essa é a razão pela qual o corpo humano precisa de certos minerais traços – eles são componentes necessários das proteínas. Estrutura das Proteínas 19/08/2018 19 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura quaternária É o nível de organização mais alto da proteína. Muitas proteínas consistem em uma única cadeia polipeptídica, estas são proteínas monoméricas. Muitas outras, porém, consistem em duas ou mais cadeias polipeptídicas que podem ser estruturalmente idênticas ou totalmente diferentes. O arranjo destas subunidades polipeptídicas é denominado estrutura quaternária da proteína. Estrutura das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura quaternária Cada cadeia é chamada de subunidade. As cadeias polipeptídicas interagem entre si de forma não covalente: via atrações eletrostáticas, ligações de hidrogênio e interações hidrofóbicas. Estrutura das Proteínas 19/08/2018 20 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Estrutura das Proteínas Proteínas simples e conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Proteínas simples: são aquelas que por hidrólise fornecem apenas aminoácidos. Proteínas conjugadas: contém outras substâncias além de aminoácidos. A porção proteica das proteínas conjugadas é chamada de apoproteína, enquanto a porção não proteica é chamada de grupo prostético 19/08/2018 21 Proteínas conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Lipoproteínas São partículas grandes, em que o grupo prostético é constituído de lipídios. Sua estrutura é complexa. Ela consiste em um cerne de lipídios apolares circundados de lipídios polares e de apoproteínas. As apoproteínas encontradas nas lipoproteínas contêm sítios de ligação para receptores de lipoproteínas. . Proteínas conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Lipoproteínas Estas apoproteínas integram com o meio aquoso na superfície da lipoproteína e com o meio hidrofóbico de seu interior. Portanto, é de se esperar que ela contenha aminoácidos hidrofílicos na sua superfície voltada para o meio aquoso e aminoácidos apolares na região voltada para o cerne hidrofóbico da partícula . 19/08/2018 22 Proteínas conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Proteínas conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Glicoproteínas São proteínas que contêm açúcares como grupos prostéticos. Proteínas glicosiladas são encontradas na face externa da membrana celular. Ex: Imunoglobulinas, proteínas do sistema de coagulação. . 19/08/2018 23 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Grupo Heme: É um grupo prostético (não proteico). Somente a hemoglobina com Fe2+ pode se ligar ao oxigênio. Proteínas conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Grupo Heme: É um grupo prostético (não proteico). A oxidação do Fe2+ a Fe3+ produz a metamioglobina e metemoglobina. Nenhuma destas proteínas é capaz de se ligar ao oxigênio. A oxidação pode ocorrer pela ação de uma série de radicais livres ou ainda por um defeito hereditário. Proteínas conjugadas 19/08/2018 24 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica O papel da metemoglobina no envenenamento por cianeto A metemoglobina, ao contrário da hemoglobina, pode ligar-se avidamente ao íon cianeto (CN-). Esta propriedade é explorada no tratamento do envenenamento por cianeto, onde o ferro em uma fração da hemoglobina é deliberadamente oxidado pela administração de um agente como o nitrito de amila ou azul de metileno. A metemoglobina que é produzida pode sequestrar o cianeto circulante, impedindo assim que ele iniba o transporte deelétrons. Proteínas conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Mioglobina ≠ Hemoglobina A mioglobina tem a função de armazenar e transportar oxigênio no músculo. Ela se liga fortemente ao oxigênio. A hemoglobina tem a função de transportar oxigênio dos pulmões aos capilares dos tecidos e ela deve tanto ligar-se fortemente ao oxigênio quanto liberá-lo facilmente. Proteínas conjugadas 19/08/2018 25 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Porque o oxigênio tem ligação imperfeita com o grupo heme? A função da mioglobina e da hemoglobina é se ligar ao oxigênio. Porém, mais de uma molécula pode se ligar ao grupo heme. Além do oxigênio, o monóxido de carbono (CO) também liga-se ao grupo heme. O CO possui afinidade cerca de 25.000 vezes maior com o grupo heme que o oxigênio. Proteínas conjugadas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Porque o oxigênio tem ligação imperfeita com o grupo heme? O CO é um veneno poderoso em grandes quantidades devido a essa afinidade em se ligar ao grupo heme. Embora nosso organismo exija que a hemoglobina e a mioglobina se liguem ao oxigênio, seria igualmente desastroso se a afinidade do grupo heme com o oxigênio fosse tamanha que este grupo nunca o soltasse. Afinal, a função dessas proteínas é transportar o oxigênio. Na ausência da proteína, o ferro II do grupo heme é oxidado a ferro III; o heme oxidado não se liga ao oxigênio; sendo assim é fundamental a combinação heme + proteína para o transporte de oxigênio. Proteínas conjugadas 19/08/2018 26 Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Tanto o H+ quanto o CO2 podem se ligar a hemoglobina, afetando sua afinidade pelo oxigênio: Tecido metabolicamente ativo (como músculo) 𝐻𝑏𝑂2 + 𝐻 + + 𝐶𝑂2 𝑂2 +𝐻𝑏𝐶𝑂2𝐻 + Alvéolos pulmonares O aumento de H+ causa protonação dos principais aminoácidos, favorecendo a formação da hemoglobina desoxigenada. Proteínas conjugadas Dinâmica do dobramento proteico Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Alfisen escreveu em 1964: “Me ocorreu recentemente que alguém deveria considerar a SEQUÊNCIA de uma molécula PROTEICA, enovelada em uma forma GEOMÉTRICA precisa, como uma linha de uma MELODIA escrita de uma forma CANÔNICA e então desenhada pela natureza para enovelar SOZINHA, criando acordes HARMÔNICOS de interação consistente com a FUNÇÃO BIOLÓGICA...” 19/08/2018 27 Dinâmica do dobramento proteico Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica A estrutura primária transporta todas as informações necessárias para a produção da estrutura terciária correta. Porém o dobramento in vivo é um pouco mais complicado. As proteínas podem começar a se dobrar incorretamente ou associar-se a outras proteínas antes de iniciar seu dobramento. Quando as proteínas não se dobram corretamente, podem interagir com outras proteínas e formar agregados. Dinâmica do dobramento proteico Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Isso ocorre porque regiões hidrofóbicas que deveriam estar mergulhadas dentro da proteína permanecem expostas e interagem com outras regiões hidrofóbicas em outras moléculas. Várias doenças neurodegenerativas são provocadas pelo acúmulo de depósitos de proteínas de tais agregados. Ex: Mal de Alzheimer Mal de Parkinson 19/08/2018 28 Algumas Funções das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Proteínas estruturais - são as que contribuem para a formação do organismo; são as principais constituintes da pele, dos osos, do cabelo e das unhas. Ex: o colágeno, abundante nos ossos, tendões e cartilagens e a queratina, formadora das unhas e cabelos. Proteínas de transporte – São proteínas que transportam substâncias pelo organismo. hemoglobina que transporta o oxigênio no sangue; LDL (low density lipoprotein) e HDL (high density lipoprotein) que transportam o colesterol. Proteínas reguladoras – enzimas, como as proteases que controlam o metabolismo; insulina que regula a atividade das células e o glucagon. Algumas Funções das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Proteínas protetoras – quando uma proteína de uma fonte externa ou alguma outra substância estranha (chamada antígeno) entra em nosso corpo, o organismo produz sua própria proteína (denominada anticorpo) para combater a proteína estranha. Essa produção de anticorpos é um dos maiores mecanismos que o corpo utiliza para combater as doenças. A coagulação do sangue é outra forma de proteção realizada por uma proteína, chamada fibrogênio. Sem a coagulação do sangue, sangraríamos até a morte mesmo a partir de um pequeno ferimento. Proteínas de movimento – Toda vez que estalamos os dedos, subimos escadas ou piscamos um olho, usamos nossos músculos. A expansão e contração musculares estão envolvidas em cada movimento nosso. Os músculos são feitos de proteínas chamadas miosina e actina. 19/08/2018 29 Algumas Funções das Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Proteínas de armazenamento – algumas proteínas armazenam materiais. Por exemplo, a caseína do leite e a ovoalbumina nos ovos armazenam nutrientes para os mamíferos recém-nascidos e para os pássaros. A ferritina, uma proteína encontrada no fígado, armazena ferro. Proteínas catalíticas – todas as reações que ocorrem nos organismos vivos são catalisadas por proteínas chamadas enzimas. Sem as enzimas, as reações ocorreriam tão vagarosamente que seriam inúteis. Proteínas Hormonais – Vários hormônios são proteínas. Insulina (regula a entrada de glicose na célula); eritropoietina – EPO (regula a produção de células vermelhas) e horônio do crescimento humano – GH. Classificação quanto a forma Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Proteínas fibrosas São formadas geralmente por longas moléculas mais ou menos retilíneas e paralelas ao eixo da fibra. Geralmente insolúveis. - Cadeias longas e folhas beta. - Tipos simples de estrutura secundária. - Proporcional resistência e/ou flexibilidade às estruturas onde ocorrem. - São insolúveis em água. Exemplo: Colágeno e elastina que são encontradas na pele. Queratina que é encontrada na pele e cabelos. 19/08/2018 30 Classificação quanto a forma Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Proteínas globulares - Cadeias esféricas ou globulares. - Diversos tipos de estruturas secundárias. - A cadeia polipeptídica se dobra formando uma estrutura compacta. - Grupos hidrofóbicos no interior. - Grupos hidrofílicos no exterior. - Utilizadas principalmente para funções não estruturais. Ex: hemoglobina, enzimas geralmente são proteínas globulares. Desnaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As interações não covalentes que mantêm a estrutura tridimensional de uma proteína são fracas; portanto podem ser rompidas facilmente. A desnaturação proteica resulta no desdobramento e desorganização da estrutura da proteína, que não é acompanhada de hidrólise das ligações peptídicas. A desnaturação ocasiona a perca da função biológica da proteína. 19/08/2018 31 Desnaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As proteínas podem ser desnaturadas de diversas formas: Calor – um aumento na temperatura favorece vibrações no interior da molécula, e a energia das vibrações podem se tornar grandes o suficiente para desfazer a estrutura terciária. O aumento das vibrações rompe as ligações não covalentes, desestabilizando sua conformação e causando também o desenrolamento da cadeia. Temperaturas entre 50 e 100 ºC costumam provocar desnaturação irreversível na estruturada proteína. Desnaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As proteínas podem ser desnaturadas de diversas formas: A água facilita a desnaturação térmica das proteínas. Quando secas as proteínas apresentam estruturas estáticas, isto é, os seguimentos polipeptídicos possuem movimento restrito. A medida que o conteúdo de água aumenta, a penetração parcial da água nas cavidades e superfície da proteína causam a expansão da proteína, aumentando a sua mobilidade e flexibilidade. A água consegue maior acesso as ligações de hidrogênio e as interações entre as cadeiras. 19/08/2018 32 Desnaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica pH – em extremos de pH, tanto altos como baixos, pelo menos algumas cargas da proteína ficam faltando, e, assim, as interações eletrostáticas que normalmente estabilizariam a forma funcional nativa da proteína são drasticamente reduzidas. Detergentes como o dodecil sulfato de sódio (SDS) também desnaturam a proteína. Eles tendem a desfazer as interações hidrofóbicas. Desnaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Agitação mecânica Provoca formação de bolhas de ar no interior da molécula, causando a desestabilização da estrutura da proteína. Solventes orgânicos apolares Penetram nas regiões hidrofóbicas das proteínas, rompendo suas interações e desnaturando as mesmas. Ácidos e bases fortes 19/08/2018 33 Desnaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Efeitos da desnaturação Redução da solubilidade da proteína pela exposição dos resíduos hidrofóbicos. Mudança na capacidade de se ligar com a água. Perda da atividade biológica. Facilita o ataque de proteases (aumenta a exposição das ligações peptídicas). Desnaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica As ligações peptídicas não são rompidas pelos fatores que desnaturam as proteínas. É necessário uma exposição prolongada a um ácido ou base fortes em temperaturas elevadas para hidrolisar estas ligações de modo não-enzimático. No nosso organismo as ligações peptídicas são rompidas com o auxílio de enzimas. 19/08/2018 34 Renaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Sob condições adequadas a estrutura desfeita pode ser completamente recuperada. Esse processo de recuperação é chamado de renaturação e é uma demonstração drástica da relação entre a estrutura primária da proteína e as forças que determinam a estrutura terciária. Renaturação de Proteínas Professor Me. Manoel Aguiar Bioquímica Porém, a maioria das proteínas, quando desnaturadas, não retorna a sua configuração nativa. Uma resposta a este problema é que as proteínas iniciam a se enovelar durante a síntese proteica. 3 Isso limita a competição entre configurações de dobramento. Um grupo especializado de proteínas, denominado “chaperonas”, é requerido para o enovelamento adequado de muitas espécies de proteínas. Aparentemente muitas proteínas incluem em suas sequências de aminoácidos um conjunto de sinais de enovelamento que são interpretados pelas chaperonas.
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