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ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS DO SISTEMA LOCOMOTOR DOS EQUINOS O exame radiográfico do sistema locomotor dos eqüinos apresenta algumas dificuldades: Tamanho do animal Dificuldade na contenção Aparelhagem adequada Presença de sensibilidade dolorosa exacerbada em algumas afecções dificultando o exame radiográfico Devemos considerar ainda a necessidade de preparação prévia do animal antes da realização do exame radiográfico: Limpeza da região a ser examinada; Retirada de ferraduras; Contenção química ou física adequada; Colocar algodão nos ouvidos e tapar os olhos do animal Classificação das Afecções do Sistema Locomotor dos Equinos Anomalias do Desenvolvimento Alterações traumáticas Alterações degenerativas DEFORMIDADE DE ANGULAÇÃO DOS MEMBROS Desenho esquemático de um potro com deformidade na região carpal do tipo valgus (A) e na região metacarpofalangeana esquerda do tipo varus (B) Deformidade de angulação da região metafisária do tipo “valgus” antes e 4 meses após o tratamento cirúrgico EPIFISITE Alteração inflamatória que ocorre por desorganização estrutural da matriz óssea e da cartilagem de conjugação da linha de crescimento nos potros; Mais comum na porção distal do rádio; Caracteriza-se pela presença de espessamento das epífises, problemas de aprumo e desequilíbrio Ca:P Projeção dorsopalmar da epífise distal do rádio - espessamento e irregularidade da linha epifisária, mais evidente em região medial; aumento de tecidos moles PERIOSTITE Exostoses ou osteoperiostite Processo reacional do periósteo caracterizado por proliferação óssea Etiologia: traumas, microfraturas Projeção dorsopalmar proliferação periostal em região medial de falange proximal (causado por traumas repetidos) A seta indica um vaso OSTEÍTE Processo inflamatório da falange distal. Caracteriza-se por: Desmineralização da margem solar, resultante do processo inflamatório ou infeccioso que se instalou no conjunto córneo (pode ser total ou parcial) Presença de áreas circulares radiolucentes com 2 ou 3 mm de diâmetro localizadas no processo palmar do osso e pode estar associado com neoproliferação óssea (particularmente do processo palmar) Presença de lesões mineralizadas na parede dorsal da falange distal OSTEOPERIOSTITE PERIARTICULAR INTERFALANGEANA PROXIMAL “ring bone” Consiste na proliferação do periósteo, inicialmente próximo à articulação e tende a evoluir para anquilose da mesma Projeção dorsoproxima-palmarodistal oblíqua (“upright pedal”) - desmineralização da margem solar e áreas radiolucentes circulares nos processos palmares SESAMOIDITE Processo inflamatório dos ossos sesamóides proximais e de seus ligamentos; Caracteriza-se por um processo misto com áreas de osteólise e proliferação óssea Causas: traumas, hiperextensão CARPITES (artrite traumática do carpo) Inflamação aguda ou crônica da articulação, comprometendo a cápsula articular, ligamentos colaterais do carpo e os ossos carpianos incluindo fraturas Etiologia: traumas, contusões, hiperextensão FRATURAS FRATURAS Dissolução da continuidade óssea com ou sem deslocamento dos fragmentos Consiste em cerca de 75% das lesões traumáticas ósseas Os locais de maior incidência de fratura estão relacionados com o tipo de trabalho a que o animal está destinado: Cavalos PSI (turfe): fraturas de ossos do carpo e sesamóides proximais Cavalos de salto, pólo e enduro: fratura de metacarpianos (acessórios) Quarto de milha (provas de tambor e baliza): fraturas cominutivas de falanges Outros: fraturas de falange distal, região metacarpofalangeana Fratura da margem distal do carpo radial Projeção lateromedial flexionada Configurações de fraturas em sesamóides proximais Fraturas cominutivas em sesamóides proximais Fratura abaxial em sesamóide proximal Fraturas de metacarpianos Fratura cominutiva de falange proximal Fratura em espiral de falange proximal sem desvio dos fragmentos fraturados LUXAÇÃO Perda parcial ou total da relação articular Não são muito freqüentes em eqüinos RX: subluxação dorsal interfalangeana proximal LAMINITE Pododermatite asséptica difusa; disqueratose; aguamento. Processo inflamatório asséptico das lâminas do casco (derma ungueal). Fatores predisponentes: Mudanças bruscas de temperatura Manejo inadequado Piso predispondo a traumatismos Exercícios forçados seguidos de longos períodos de descanso Mudança brusca na alimentação Confinamento Animais muito pesados Caráter hereditário Outros processos concomitantes (pneumonia, mastite, metrite, artrite, contusões e traumas) Efetivamente podemos resumir os fatores predisponentes em: Quadros endotoxêmicos, exercício forçado acidente vascular com isquemia temporária da porção distal do membro Denominamos laminite crônica o processo após 48 horas ou a partir da rotação da terceira falange Achados radiográficos: A principal característica está relacionada a separação da falange distal em relação ao estojo córneo, com diversos graus de rotação da mesma Quanto maior a rotação e mais rápida a evolução da lesão, pior o prognóstico Ainda podemos encontrar um aumento da radiolucência da margem solar seguido por neoformação óssea na superfície dorsal do osso com a cronicidade do processo Para auxiliar na avaliação do ângulo formado entre a parede do casco e a terceira falange, pode-se colar um corpo radiopaco na face dorsal do casco Laminite aguda tendendo a cronicidade LAMINITE CRÔNICA SEVERA Projeção lateromedial Rotação da terceira falange áreas radiolucentes demonstrando a presença de gás A seta mostra proliferação óssea ponteaguda ENFERMIDADES DO OSSO SESAMÓIDE DISTAL (NAVICULAR) Lesões que envolvem o osso sesamóide distal e a bolsa subcutânea correspondente exigem as incidências radiográficas denominadas de “high coronary view”em 45 e 65 graus, a projeção lateromedial e algumas vezes a flexão do membro. PRINCIPAIS ALTERAÇÕES e PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS UTILIZADAS Alargamento dos forames nutrícios HCV 45 e 65 Diminuição generalizada da radiopacidade óssea HCV 45 e 65 ; flexionado Calcificação e proliferação óssea ponteaguda (osteofitos) nos bordos proximal e distal Lateromedial; HCV 45 e 65 Fratura do bordo distal HCV 65 Alterações do contorno ósseo HCV 45 e 65; lateromedial Formações císticas Flexionado Mineralização distrófica dos ligamentos colaterais HCV 45 e 65 NAVICULAR Alargamento dos forames nutrícios Projeção dorsoproximal-palmarodistal oblíqua Imagem de navicular apresentando aumento do número de forames nutrícios Alteração de radiopacidade RX: área de radiolucência envolvendo cortical e medular do osso navicular Calcificação e proliferação óssea ponteaguda (osteofito) periarticular no bordo dorsoproximal do navicular Fratura em bordo distal do osso navicular Alteração do contorno do bordo distal com discreto aumento da radiopacidade Formação cística Mineralização distrófica dos ligamentos colaterais OSSIFICAÇÃO DAS CARTILAGENS ALARES NA TERCEIRA FALANGE Projeção dorsoproximal-palmarodistal Observa-se áreas radiopacas sugerindo ossificação das cartilagens alares Ossificação das cartilagens alares na terceira falange Projeção lateromedial (ligeiramente oblíqua) Áreas radiopacas sugerindo ossificação em região proximal ao osso navicular OSTEOMIELITE Pouco frequente Observado em potros (neonatos) e geralmente está associado a artrite séptica Processo misto com áreas de osteólise e proliferação óssea ESPARAVÃO (Osteoartrite társica proliferativa) Presença de proliferação óssea ponteaguda (osteofito) em articulação tarso- metatársica Pode tender a anquilose OSTEOCONDROSE Mais frequente nas articulações tíbio társicas e femurotibiopatelaresCaracteriza-se pelo destacamento de um fragmento ósseo da superfície articular com ou sem área de radiolucência no osso subcondral correspondente Projeção dorsolateral-plantaromedial oblíqua Presença de discreta área radiopaca em região distal ao maléolo medial da tíbia
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