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Anemias e policitemias

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Anemias e policitemias 
Anemias e policitemias 
Introdução: 
São desordens eritrocitárias de natureza quantitativa. 
 
Anemias 
As anemias podem ser provocadas por vários fatores e se 
classificam segundo os critérios morfológicos 
(normocítica/normocrômica microcítica/hipocrômica 
macrocítica/normocrômica) ou fisiopatológicos, considerando-se a 
etiologia, em anemias por falta de produção– hipoproliferação, por 
sobrevida diminuída dos eritrócitos– hemólise ou por perda 
sanguínea– hemorragia. As avaliações clínica e laboratorial são de fundamental importância para a 
elucidação diagnóstica e tratamento adequado. 
 
-Causas de perda eritrocitária: Intravasculares, extravasculares ou ainda idiopáticas. 
-Causas do aumento do hematócrito: Desidratação, medo, excitação, altitude ou atividade intensa. 
-Causas de diminuição do hematócrito: Anemia, estado avançado de gestação, hemólise, anestesia 
(esplenomegalia). 
 
Diagnóstico e diferenciação da anemia 
Anemia: Hemácias ou hemoglobina abaixo dos valores de referências normais para a espécie. Tipos de 
anemia são dados por sinais clínicos e velocidade de início do quadro e também pela presença ou 
ausência de células indicadoras de regeneração (reticulócitos, por exemplo). 
 
Diagnóstico: Hematócrito principalmente. 
-Falsamente diminuído: Hemólise (CHGM estará alta); colher material de veia cateterizada com 
administração de fluidos; excesso de EDTA; Hiperhidratação do animal. 
-Falsamente normalizado: Desidratação junto com anemia; desidratação da amostra; imediatamente 
após hemorragia (contração esplênica); medo; excitação (contração esplênica). 
 
A classificação fisiopatológica apenas fornece uma base conceitual para o diagnóstico de distúrbios 
causadores de anemia. 
 
Confirmação do diagnóstico: Membranas e mucosas pálidas (em gatos pode ser comum); fraqueza e 
baixa tolerância ao exercício; taquicardia e taquipnéia mesmo em repouso quando a anemia for mais 
grave. 
 
Tipos de Anemia: 
-Relativa: Terço final de gestação, neonatos, após fluidoterapia. 
-Absoluta: Patológica. 
 
-Regenerativa (hemorrágica ou hemolítica; aguda ou crônica) 
-Não regenerativa 
 
A anemia pode ocorrer devido à perda de sangue (anemia hemorrágica), aumento da destruição das 
hemácias (anemia hemolítica) ou ainda por produção diminuída de hemácias (distúrbios 
mieloproliferativos). Todas estas causas podem crônicas ou agudas, com exceção da diminuição de 
produção de hemácias que só poderá ser classificada como crônica, uma vez que sua duração é de 
meses (meia-vida longa) e a instalação de uma condição anêmica não será rapidamente percebida. 
Anemias e policitemias 
Anemias regenerativas- Alguns tipos: 
1-Anemia Hemorrágica: 
- Mais comum em pequenos animais; 
- Perda de sangue aguda ou crônica, podendo ser externa ou interna; 
- Causas: Traumas, procedimentos cirúrgicos, defeitos hemostáticos, intoxicação por anticoagulantes, 
doença hepática (fatores de coagulação), lesões gastrointestinais, neoplasias com sangramento 
cavitário. 
 
2-Anemia Hemolítica: 
Pode ser intravascular ou extravascular. Algumas causas da anemia intravascular são: 
1-Babésia-> Rompe a hemácia para completar seu ciclo; 
2-Leptospirose e clostridiose-> Lançam hemolisinas diretamente no sangue; 
3-Transafusão incompatível; 
4-Tóxicos hemolíticos (podem ou não formar corpúsculos de heinz); 
5-Isoeritrólise neonatal; 
6-Peçonhas 
 
Algumas causas da anemia hemolítica extravascular são: 
1-Anaplasma-> Não penetra na hemácia para completar o seu ciclo, mas o organismo produz 
anticorpos para combater o anaplasma e os eritrócitos então são hemolisados. 
2-Anemia hemolítica autoimune 
3-Lúpus eritematoso 
4-CID-> Ocorre a formação de hemácias de formatos diferentes (esquistócito), que são opsonisadas e 
removidas da circulação. 
 
- Menos comum em pequenos animais 
- Hemólise extravascular: No baço ou fígado por fagocitose de IgG acoplada 
- Hemólise intravascular: Auto-imune, toxicidade... 
- Lise física: calor, queimaduras, radiação, injeção I.V, administração de solução hipotônica. 
- Causas: Imunomediada (anticorpos lisam as hemácias), distúrbios linfo ou mieloproliferativos, 
intoxicação com oxidantes (cebola crua, paracetamol, cetamina em gatos, sulfonamidas; intoxicação por 
plantas tóxicas; acidentes ofídicos; lise física; agentes infecciosos (Haemobartonella felis e Leptospira); 
tumores malignos; desordens imuno mediadas (reação transfusional); doenças metabólicas 
(trombocitopenia, CID). 
 
As causas mais comuns de hemólise são mecanismos imunomediados, parasitas de eritrócitos e 
medicamentos ou substâncias químicas que produzem danos oxidativos, resultando na formação de 
corpúsculos de Heinz. As causas menos comuns de hemólise incluem hipofosfatemia, intoxicação 
por água em ruminantes jovens, bactérias (p. ex., Leptospira sp. e Clostridium sp.), dose excessiva de 
heparina e deficiências hereditárias de enzimas eritrocitárias e defeitos de membrana. 
 
2.1- Anemia hemolítica imunomediada 
A anemia hemolítica imunomediada é o tipo mais comum em cães. Os macrófagos têm receptores para 
anticorpos e para complemento (C3b) e a remoção dos eritrócitos pelos macrófagos ocorre em vários 
órgãos, incluindo o baço, a medula óssea e o fígado. A eritrofagocitose parcial por macrófagos resulta 
na formação de esferócitos, uma das características AHIM. Os esferócitos têm aparência pequena, 
embora seu volume seja normal, como são esféricos, perdem a palidez central e parecem 
densos. Eles têm meia-vida mais curta porque não são tão deformáveis quanto os eritrócitos em 
forma de discos bicôncavos normais. Apresentam maior fragilidade à solução salina, teste que pode 
ter valor diagnóstico. Esferócitos são difíceis de detectar em amostras cujos eritrócitos normalmente não 
exibam palidez central. No entanto, são facilmente detectáveis em cães, embora esferócitos imperfeitos, 
Anemias e policitemias 
que apresentam pequeno grau de palidez central, às vezes não sejam percebidos. Quando há fixação 
de complemento, resultando em dano à membrana pelos complexos formados, ocorre lise intravascular. 
Nesse caso, ocasionalmente, são constatados eritrócitos “fantasma” no esfregaço sanguíneo. A 
hemoglobinemia, hemoglobinúria, hiperbilirrubinemia e bilirrubinúria estão frequentemente 
presentes. 
 
2.2- Anemia por corpúsculos de Heinz 
Os eritrócitos são particularmente sensíveis à lesão oxidativa porque transportam oxigênio e, além 
disso, são expostos a várias substâncias químicas no plasma. Entre os produtos oxidantes 
constantemente produzidos pelo organismo estão: peróxido de hidrogênio (H2O2), radical superóxido 
(O2–) e radicais hidroxilas (OH). Quando a oxi-hemoglobina é transformada em metemoglobina (da 
forma férrica para forma ferrosa), os radicais superóxidos reagem com o peróxido de hidrogênio, 
originando radicais hidroxila. Com a desnaturação da hemoglobina, formam-se agregados de 
hemicromos irreversíveis. Esses agregados são denominados corpúsculos de Heinz. 
 
Anemias não regenerativas- Alguns tipos: 
1-Anemia Hipoproliferativa: 
- Ausência de reticulocitose (quando aparecem, estão em pequeninas quantidades) 
- Sempre crônica 
- Causas: Deficiência nutricional; anemia por doença inflamatória (retenção do ferro nos macrófagos da 
medula óssea, não permitindo que ele seja usado para formação de hemácias); anemia por falta de 
eritropoietina (IRC ou doença hepática crônica – eritropoietinogênio); desordens mieloproliferativas. 
 
2-Anemias por deficiência nutricional 
Esse tipo de anemia em geral é regenerativo (a menos que seja agravado por anemia induzida por 
doença inflamatória). A deficiência de cobaltoem ruminantes resulta em anemia normocítica não 
regenerativa, provocada pelo pastejo em solo deficiente em cobalto. O cobalto é necessário para a 
síntese de cobalamina pelas bactérias ruminais. 
 
3-Anemia da doença crônica 
A anemia da doença crônica é a segunda anemia mais comum. No começo, os eritrócitos são 
normocíticos e com o tempo se tornam microcíticos. A principal questão é que a massa eritróide 
medular não consegue se expandir apropriadamente em resposta à anemia. 
 
4-Anemia associada a doenças endócrinas 
Cães com hipotireoidismo quase sempre apresentam discreta anemia normocítica, não regenerativa e, 
em geral, têm hematócrito em torno de 30%. Esse tipo de anemia responde à terapia para 
hipotireoidismo e pode simplesmente ser decorrente da menor taxa metabólica. Alguns cães com 
hipoadrenocorticismo, sobretudo aqueles com deficiência de glicocorticoide, manifestam discreta 
anemia normocítica não regenerativa, frequentemente mascarada pela desidratação. 
 
Exames complementares para diagnóstico: 
-Pesquisa de hematozoários; 
-Coomb’s direto e indireto (AHAI)-> Pesquisa anticorpos para anemias de origem imunológica 
-Provas de coagulação: Para anemia hemolítica extravascular 
-Imunodifusão de coggins (AIE)-> Teste de imunodifusão em gel 
-Soroaglutinação para leptospirose 
-Pesquisa de células LE ou ANA (lúpus) 
-Pesquisa de corpúsculos de heinz 
 
Anemias e policitemias 
Classificação Morfológica: VCM ou VGM e CHCM ou CHGM => não determinam a causa da anemia, 
mas auxiliam na interpretação do mecanismo patofisiológico. 
- Corante supravital: Contagem de reticulócitos via esfregaço sanguíneo. 
- Aumento no número de reticulócitos: maior gravidade da anemia regenerativa. 
- Ausência de reticulócitos: Anemia não regenerativa. 
 
Anemia regenerativa grave: 
- Hemácias imaturas 
- Corpúsculos de Howell Jolly (dificilmente observados) 
- Quantos mais jovens as hemácias, mais grave a anemia 
- Hemácias / 100 leucócitos. 
 
Anemia regenerativa se torna não regenerativa: 
- Se a perda de hemácias for contínua, a perda de ferro também será. Se o ferro não for reposto na 
dieta, hemácias não poderão ser produzidas corretamente; 
- Animais em aleitamento, animais doadores repetidamente sangrados; 
- VCM e CHCM baixos; 
- Concentração sérica de ferro baixa; 
- Microcitose e hipocromia; 
- Biópsia medula óssea: sem resposta eritróide. 
 
Em suma, toda doença crônica tem potencial para gerar uma anemia arresponsiva, uma vez que há 
uma hiperativação do SMF e alterações do metabolismo do ferro. 
Classificações morfológicas básicas Alterações morfológicas 
comuns em anemias 
Interpretação 
VCM CHCM 
Normocítica Normocrômica Poiquilocitose e 
reticulocitopenia 
Falta de produção de 
eritrócitos ou células 
sanguíneas em geral- 
Depressão medular 
Normocítoca Hipocrômica Poiquilocitose e 
reticulocitopenia 
Depressão medular- fase 
de transição para 
Microcítica hipocrômica 
Macrocítica Hipocrômica Anisocitose, Policromasia,C. 
Howell-Jolly, eritrócitos 
nucleados e reticulocitose. 
Anemias com resposta 
Microcítica Normocrômica Poiquilocitose e 
reticulocitopenia 
Depressão medular- fase 
de transição para 
Microcítica hipocrômica 
Microcítica 
Hipocrômica 
Poiquilocitose e 
reticulocitopenia 
Secundária à doenças 
crônicas e carências 
Policromasia, anisocitose e 
reticulocitose 
Perda crônica de sangue 
 
 
 
Anemias e policitemias 
Policitemias 
Entende-se por policitemia o aumento do número de hemácias. A policitemia pode ser relativa ou 
absoluta. A policitemia relativa pode ocorrer devido à diminuição do volume plasmático ou à 
redistribuição de eritrócitos (desidratação e desvio de líquidos corporais). A policitemia absoluta pode 
ocorrer como resultado da contração esplênica observada comumente em animais excitáveis, como 
gatos e equinos. 
 
1-Policitemia Relativa: Decorrente da desidratação (reduz o volume plasmático e aumenta a 
concentração das proteínas plasmáticas e hemácias) e contração esplênica (estresse promove aumento 
de hemácias na corrente sanguínea, porém a quantidade de proteínas totais continua a mesma). 
 
2-Policitemia Absoluta: Aumento no hematócrito e volume total do sangue. Quadro raro. Também 
conhecida como policitemia vera. 
 
2.1-Policitemia absoluta primária: 
- Defeito na medula óssea; 
- Produção excessiva de hemácias maduras; 
- Normalmente com aumento de produção de leucócitos e plaquetas; 
- Produção normalizada de eritropoiteina e oxigenação normalizada (não há estímulo aumentado para a 
produção) 
 
2.2--Policitemia absoluta secundária: 
- Aumento na liberação de eritropoietina 
- Hemácias imaturas também presentes 
- Sem aumento no número de leucócitos e plaquetas 
- Falta de oxigenação tecidual 
- Neoplasia renal = eritropoietina 
 
Policitemia: Relativa = Desidratação 
 Absoluta 1º = Neoplasias ou outras causas 
 Absoluta 2º = Hipóxia 
 
3-Policitemia transitória: Ocorre em esplenocontração e mobilização da reserva eritrocitária, chamada 
de espúria. A concentração de proteínas plasmáticas não está aumentada e a presença de medo, dor 
ou excitação no momento da coleta de sangue geralmente é aparente.

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