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Junções celulares, adesão celular e matriz extracelular Junho 2017 Prof. Dr. Luis Lamberti P. da Silva Figure 19-1 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Tecido Conjuntivo • Células esparsamente distribuídas • Matriz abundante • Matriz suporta o estresse mecânico Tecido Epitelial • Células fortemente unidas • Matriz escassa: lâmina basal • Células suportam o estresse mecânico Classificação Funcional das Junções Celulares Junções Ocludentes “Selam” o espaço entre células em um epitélio evitando a difusão indiscriminada de moléculas Junções de Ancoramento Conectam mecanicamente as células (e seu citoesqueleto) às células vizinhas ou à matriz extracelular Junções formadoras de canais Criam estruturas (canais) que permitem a passagem de material entre o citoplasma de células adjacentes (ex. Gap junctions) Junções transmissoras de sinal Permitem a transmissão de sinal em regiões de contato célula-célula (sinapses neurais, sinapses imunológicas) Junções ocludentes • Junções compactas (Tight Junctions) – em vertebrados • Junções Septadas – em invertebrados Jejuno Epitélio intestinal Epitélios são estruturas polarizadas Junções ocludentes permitem a formação de uma barreira com permeabilidade sele9va através das camadas de células epiteliais Transporte Transcelular Junção ocludente - Espaços entre as células devem ser selados para evitar que moléculas transportadas não retornem ao lúmen do intestino. - Selagem não é absoluta - Barreira contra a difusão (migração) de proteínas de membrana entre domínios apical e basolateral da MP - Manutenção da polaridade da célula - Transporte Paracelular (passagem de nutrientes entre as células) Figure 19-24 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Junções compactas: barreiras à difusão de soluto Molécula traçadora aplicada na região apical Molécula traçadora aplicada na região basolateral Modelo de uma Junções compacta Microvilosidades Junção Compacta Interação entre proteínas de células adjacentes Espaço intercelular Fitas de proteínas da junção compacta Os domínios extracelulares destas proteínas interagem para bloquear o espaço intercelular - Claudinas – principal componente da junção - Ocludinas - Proteínas ZO (zona ocludente) são intracelulares e ancoram as fita ao citoesqueleto de actina Junções de Ancoramento • Adesão célula-célula Mediada por filamentos de actina: junção aderente Mediada por filamentos intermediários: desmossomos • Adesão célula-matriz extracelular Mediada por filamentos de actina: ex. adesão focal Mediada por filamentos intermediários: hemidesmossomos Junções de ancoramento no epitélio A bicamada lipídica é tênue e imprópria para transmitir força mecânica entre células. • acorrentam membrana plasmática ao citoesqueleto • acorrentam o citoesqueleto de uma célula ao de outra célula • acorrentam a célula à matriz extracelular Amplamente distribuídas nos tecidos animais – suporta estresse mecânico Presentes em grande quantidade tecido cardíaco, músculo e epiderme Proteínas transmembrana de adesão ligam o citoesqueleto a estruturas extracelulares Caderinas (Célula- célula) • Junções aderentes – • filamentos de actina • Desmossomos – • filamentos intermediários Integrinas (Célula-matriz extracelular): • Junção célula-matriz ligada por actina ex. Adesões focais • filamentos de actina • Hemidesmossomos – • filamentos intermediários Caderinas e adesão célula-célula NOME LOCALIZAÇÃO PRINCIPAL JUNÇÕES ASSOCIADAS FENÓTIPO QUANDO INATIVADO EM CAMUNDONGOS Caderinas clássicas Caderina-E epitélio junções aderentes morre no estágio de blastocito, o embrião não sofre compactação Caderina-N neurônios, músculo cardíaco e esqueléticos, cristalino e fibroblastos junções aderente e sinapses químicas embriões morrem por defeitos cardíacos Caderina-P placenta, epiderme, epitélio da mama junções aderentes desenvolvimento anormal de glândula mamária Caderina-VE células endoteliais junções aderentes desenvolvimento vascular anormal (apoptose das células endoteliais) Caderinas não-clássicas Desmocolina pele desmossomos desconhecido Desmogleína pele desmossomos doença bolhosa de pele por perda de adesão célula-célula dos queratinóc. Caderina-T neurônio e músculo nenhuma desconhecido Fat (em Drosophila) epitélio e SNC nenhuma aumento dos discos marginais e tumores Protocaderinas neurônios sinapses químicas desconhecido Alguns membros da superfamilia das caderinas Mais de 180 proteínas em humanos Caderinas medeiam adesão homo>lica Figure 19-13 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) - O tipo de caderina - O nível de expressão da mesma caderina Células em cultura organizam-se de acordo com: Separação celular em grupos dependente de caderinas Figure 19-12 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Mudança no padrão de expressão de caderinas durante a construção do sistema nervoso Caderina E Caderina N ectoderma tubo neural Células da crista neural Estrutura e função das caderinas • Domínio extracelular de uma caderina clássica interação entre duas caderinas de células vizinhas A ligação de Ca++ fornece rigidez a molécula de caderina Estrutura e função das caderinas • Em uma junção típica várias moléculas de caderina estão dispostas em paralelo “Princípio de Velcro” Fornece forca mas pode ser facilmente desmontada por separação seqüencial das moléculas (estrutura dinâmica!!!) Proteínas transmembrana de adesão ligam o citoesqueleto a estruturas extracelulares Caderinas (Célula- célula) • Junções aderentes – • filamentos de actina • Desmossomos – • filamentos intermediários Integrinas (Célula-matriz extracelular): • Adesões focais – • filamentos de actina • Hemidesmossomos – • filamentos intermediários Ligação de caderinas aos filamentos de actina A ligação é Indireta, pelas proteínas de ancoragem intracelulares: Catenina β Catenina α Vinculina entre outras... Repetição de caderina Junções Aderentes Junções Aderentes § Junções aderentes formam cinto de adesão contínuo, abaixo das junções compactas § Unidas por caderinas ligadas a filamentos de actina por proteínas de ancoramento § Proteínas de ancoramento: cateninas e vinculina § Bloqueio de junções aderentes impedem formação de junções compactas. Cinto de adesão ou zonula aderente Figure 19-17a Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Desmossomos conectam filamentos intermediários entre as células • Sítios de ancoramento para filamentos intermediarios - Filamentos de queratina (c. epiteliais) - Filamentos de desmina (c. musculo cardíaco) • Proteinas intracelulares de ancoramento (placoglobina e desmoplaquina) • Caderinas (desmogleina e desmocolina) • Pênfigo – anticorpos contra caderinas desmossomicas – bolhas na pele Formação de bolhas na pele devido a mutacao em gene da queraCna Figure 19-17b Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) intracelulares transmembrana Alguns dos componentes moleculares dos Desmossomos Figure 19-17c, d Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Células da epiderme da pele de camunodongo Filamentos de queratina (verde) em um folhetode celulas epiteliais em cultura Complexo Juncional Proteínas transmembrana de adesão ligam o citoesqueleto a estruturas extracelulares Caderinas (Célula- célula) • Junções aderentes – filamentos de actina • Desmossomos – filamentos intermediários Integrinas (Célula-matriz extracelular): • Adesões focais – filamentos de actina • Hemidesmossomos – filamentos intermediários Junções de ancoramento formadas por Integrinas Junções célula-matriz extracelular São comumente mediadas por Integrinas Junção célula-matriz mediada por actina Ex. Adesão focal (tipo de adesão formada por células a uma placa de cultivo celular) Integrinas - Heterodímeros transmembrana (alfa e beta) - Receptores para proteínas da matriz extracelular (colágenos, lamininas, fibronectina) - Liga-se a seus ligantes de forma reversível - Sinaliza para células as características da matriz (integradores) Ligação ao ligante (sinalização de fora para dentro) Ativação de talina (sinalização de dentro para fora) Regulação da atividade de ligação extracelular de integrinas Sinal extracelular Mudança conformacional na integrina Ligação à matriz extracelular Cascata de sinalização intracelular Ativação de talina Junções de ancoramento formadas por Integrinas Figure 19-46 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Hemidesmossomos Junções de Ancoramento • Sítio de ligação de filamentos de actina célula-célula: junção aderente célula-matriz: adesão focal • Sítio de ligação de filamentos intermediários célula-célula: desmossomos célula-matriz: hemidesmossomos Mecanismos de interação célula-célula - Selectinas Estrutura e função das selectinas Estabelecem ligações heterotípicas Selectinas - lectinas transmembrana medeiam adesão celula-celula temporária na corrente sanguinea Interação dependente de Ca++ Migração de Leucócitos - Junções 9po fenda (Gap Junc*ons) - Plasmodesmata (somente em plantas) Junções formadoras de canais Junções 9po fenda (Gap Junc9ons) - Presente na maioria dos tecidos animais (exceções: células musculares esqueléCcas e células sanguíneas) - Conecta células eletricamente e metabolicamente através de passagens (Canais) Poros (max. 1,5 nm) formados por proteínas Permite troca de moléculas pequenas - Açúcares, - Aminoácidos, - NucleoLdeos, - Vitaminas, - Mediadores intracelulares (AMPc, IP3) - etc... (Da) O hemi-canal ou Conexon: formado por seis unidades da proteína transmembrana Conexina Alinhamento de conexons de células vizinhas formam o canal aquoso Figure 19-35 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Junções Cpo fenda vistas ao microscópio eletrônico Membrana é manCda a uma distancia fixa (vista como fenda ao m.e.) Cada junção pode ser formada por grupamentos de pouco ou centenas de Conexons Funções de Junções do 9po fenda Tecidos contendo células excitáveis eletricamente - Difusão rápida de correntes elétricas (velocidade de resposta) - Sincronização de contração: músculo cardíaco e músculo liso (peristalCsmo) Células em tecidos não excitáveis eletricamente - ComparClhando pequenos metabólitos e íons - Coordenação da aCvidade de células em tecidos Resumo dos mecanismos de adesão juncionais e não-juncionais Complexo Juncional Matriz Extracelular Matriz Extracelular - Matriz extracelular – preenche espaço extracelular - Proteínas e polissacarídeos secretados localmente - ConsCtuição, rigidez variável - A matriz forma a lamina basal na interface entre o epitélio e o tecido conjunCvo Cinco classes de moléculas: - fibras de colágeno - fibras de elastina - GAG (hialuronana - Proteoglicanos - glicoproteínas adesivas insolúveis solúveis } } Figure 19-53 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) O Tecido Conjun9vo subjacente à camada de células epiteliais Matriz secretada por Fibroblastos - Colágeno: proteína mais abundante em mamíferos - Constituídas por 3 cadeias polipeptídicas - fita tripla helicoidal – cadeias α enroladas - força tensora ~40 tipos de moléculas de colágeno Principais são: tipo I, II, III, V e IX 80–90% são dos tipos: I, II, III Estes são colágenos fibrilares – formam fibrilas Os arranjo das fitas – estruturas diferentes - córnea e ossos – camadas ordenadas - tendões – feixes paralelos – eixo principal de tensão Colágenos Molécula de colágeno Cadeia α Fibroblastos do tecido conjuntivo (córnea de rato) Fibrilas de colágeno (glicoproteínas, GAGs e proteoglicanas eliminados por tratamento ácido e enzimático) Síntese de Colágeno tipo I Fibroblasto e fibrilas de colágeno (em tecido conjuntivo embrionário da pele de ave) Note a disposição dos feixes de colágeno Fibras Elásticas (mesmo tecido) • Abundante em tecidos que requerem força elástica (pele, vasos sg., pulmões) • Elastina - Altamente hidrofóbica - 750 aminoácidos • Também é rica em prolina e em glicina mas não é glicosilada • Após secreção fazem ligações cruzadas entre lisinas • As fibras eláticas são 5 vezes mais extensíveis que a borracha Elastina Segmento da aorta de um cachorro • Dímero • Cada cadeia – 2500 aa dobrada em 5 domínios • Promove interação com diversas estruturas • Seqüência RGD: responsável por interação com célula (integrinas) Fibronectina: auxilia a adesão de células à matriz C-terminal Tensão aplicada por células regula a montagem de fibronectinas em fibrilas Figure 19-74 Molecular Biology of the Cell (© Garland Science 2008) Verde: fibronectina (superfície celular) Vermelho: filamentos actina (citoplasma) Fibroblasto de camundongo em migração Dermatana– 70 a 200 moléculas de açúcar (carboxilas e sulfatos) Glucosaminoglicanos (GAGs) Cadeias de polissacarídeos não- ramificadas composta de unidades dissacarídicas repetidas Geralemente um ácido urônico 1) Hialuronana, 2) Sulfato de condroitina e Sulfato de dermatana, 3) Sulfato de heparana e 4) Sulfato de queratana Sempre um amino-açucar N-acetilglucosamina ou N-acetilgalactosamina • hialuronana – 25.000 unidades de dissacarideo • diferente das outras GAG não está ligado a uma proteína central Glucosaminoglicanos (GAGs) Importante no preenchimento de espaço intercelular (cicatrização), fluido de articulações Proteoglicanas compostos por cadeias de GAGs covalentemente ligadas a um núcleo protéico Açúcares são adicionados por transferases Glicosil-específicas no Ap. de Golgi Proteoglicanas Propriedades: • Alta densidade de cargas negativas – hidratação • Ocupa grande volume em relação à massa • Formam géis em concentrações muito baixas Diversas Funções: • Resistência às forças de compressão dos tecidos e articulações • Influencia a forma, a sobrevivência e a proliferação celular • Facilita a migração celular • Regulam a atividade de proteínas secretadas (ex. proteases) • Potencializam a ação de certos mediadores (ex. quimiocinas) Proteoglicanas Lâmina Basal - Camadas flexíveis de matriz extracelular (de 40 nm a 120 nm de espessura) - Forra camadas de células epitéliais, endoteliais, as fibras musculares esqueléticas - Separando-as do tecido conjuntivo adjacente - Suporte (ex. epitélio) - Filtração (ex. Rim) - Polaridade celular - Vias de migraçãocelular - Guia para regeneração de tecidos Lâmina Basal Eletromicrografia de varredura lâmina basal da córnea ave Composição varia - Laminina -Colágeno tipo IV -Nidogenio - Perlecana (proteoglicana) • Glicoproteína grande (forma de cruz) • 3 cadeias longas (α, β e γ) com 1500 aa • Camundongos deficientes – morte na embriogênese (não formam lamina basal) • Ligam-se a proteoglicana, lipídios sulfatos, integrinas, entactinas Laminina – organizador primário da Lâmina Basal Receptores de Laminina Modelo da Lâmina Basal (folha bidimensional)
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