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analise demonstracoes 3º setor

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Estrutura das 
demonstrações contábeis. 
Aspectos Contábeis do Terceiro Setor - Professor voluntário: Pedro Barros. 
1. Questionamento inicial 
 
 
 
 
É possível ter acesso a informações acerca da situação 
financeira e do desempenho de uma entidade, de maneira 
geral, sem fazer parte de sua gestão? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Modelo contábil aplicado a entidades sem fins lucrativos 
(1/6) 
 
a)ITG (Interpretação Técnica Geral) 2002 (R1): Entidade sem 
finalidade de lucros (disponível em: http: //www.cfc.org.br/sisweb/sre/
detalhes_sre.aspx?codigo=2015/ITG2002(R1): 
 
 “Esta Interpretação estabelece critérios e procedimentos específicos de 
avaliação, de reconhecimento das transações e variações patrimoniais, de 
estruturação das demonstrações contábeis e as informações mínimas a 
serem divulgadas em notas explicativas de entidade sem finalidade de 
lucros.” (item 1, grifo nosso) 
 
 
2. Modelo contábil aplicado a entidades sem fins lucrativos 
(2/6) 
 
a)ITG (Interpretação Técnica Geral) 2002 (R1): Entidade sem 
finalidade de lucros (disponível em: http: //www.cfc.org.br/sisweb/sre/
detalhes_sre.aspx?codigo=2015/ITG2002(R1): 
 “A entidade sem finalidade de lucros pode ser constituída sob a natureza 
jurídica de fundação de direito privado, associação, organização social, 
organização religiosa, partido político e entidade sindical” (item 2, grifo 
nosso) 
 
 “A entidade sem finalidade de lucros pode exercer atividades, tais como as 
de assistência social, saúde, educação, técnico-científica, esportiva, 
religiosa, política, cultural, beneficente, social e outras, administrando 
pessoas, coisas, fatos e interesses coexistentes, e coordenados em torno de 
um patrimônio com finalidade comum ou comunitária.” (item 3, grifo nosso) 
 
 
2. Modelo contábil aplicado a entidades sem fins lucrativos 
(3/6) 
 
b) NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas 
(www.cfc.org.br/sisweb/sre/docs/RES_1255.doc) 
 
 Na ITG 2002 (R1), especificamente no item 4, consta que “Aplicam-se à 
entidade sem finalidade de lucros os Princípios de Contabilidade e esta 
Interpretação. Aplica-se também a NBC TG 1000 – Contabilidade para 
Pequenas e Médias Empresas ou as normas completas (IFRS completas) 
naqueles aspectos não abordados por esta Interpretação.” 
 
 Assim, além de observar a ITG 2002 (R1), os profissionais de contabilidade 
que atuam em entidades sem fins lucrativos devem observar a NBC TG 1000, 
além das demais normas de contabilidade quando o tema em questão não 
estiver abrangido nos dois normativos citados. 
 
 
2. Modelo contábil aplicado a entidades sem fins lucrativos 
(4/6) 
 
c) Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (disponível em: 
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Miolo_M
TS_web.pdf) 
 “Com a finalidade de responder à aspiração da sociedade por maior transparência em todos 
os níveis e setores e, em especial, visando contribuir para as prestações de contas das 
entidades do Terceiro Setor, o Conselho Federal de Contabilidade instituiu um Grupo de 
Estudo para analisar as normas contábeis aplicáveis às Entidades de Interesse Social. O 
resultado do exaustivo trabalho realizado pelos dedicados membros do Grupo está neste 
manual, que abrange o âmbito das associações, das fundações e das organizações religiosas. 
[...] Nas páginas a seguir, os profissionais da área terão informações imprescindíveis sobre as 
normas contábeis necessárias às devidas demonstrações contábeis das associações, das 
fundações e das organizações religiosas.” (Apresentação, grifo nosso) 
2. Modelo contábil aplicado a entidades sem fins lucrativos 
(4/6) 
 
c) Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor (disponível em: 
http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Miolo_
MTS_web.pdf) 
 O “Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor” não é exatamente uma norma contábil, 
mas por ter sido um documento produzido por iniciativa do CFC (por sinal, a versão de 2015 é 
a 3º edição) certamente serve como referência/exemplo para o processo contábil 
(reconhecimento, mensuração e evidenciação) 
 
 O documento versa sobre diversos assuntos: contextualização histórica, tipos de entidades 
sem fins lucrativos, prestação de contas, auditoria, controle interno, plano de contas, 
demonstrações contábeis e gestão operacional e financeira. 
 
 
2. Modelo contábil aplicado a entidades sem fins lucrativos 
(5/6) 
Exemplo 1 – GRAAC (2014) 
A seguir, são apresentados alguns exemplos práticos de práticas contábeis 
2. Modelo contábil aplicado a entidades sem fins lucrativos 
(6/6) 
Exemplo 2 – Instituto Ayrton Senna (2010) 
A seguir, são apresentados alguns exemplos práticos de práticas contábeis 
3. Demonstrações contábeis (1/2) 
 
Objetivos: As demonstrações contábeis são uma representação 
estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da e
ntidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de 
proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do 
desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um 
grande número de usuários em suas avaliações e tomada de 
decisões econômicas. As demonstrações contábeis também 
objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em f
ace de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recurso
s que lhe foram confiados.(item 9, NBC TG 26 – grifo nosso) 
3. Demonstrações contábeis (2/2) 
 
As demonstrações contábeis que devem ser elaboradas pela entidade 
sem finalidade de lucros são: 
 
a) Balanço Patrimonial; 
b) Demonstração do Resultado do Período; 
c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; 
d) Demonstração dos Fluxos de Caixa; e 
e) Notas Explicativas, conforme previsto na NBC TG 26 ou na Seção 3 
da NBC TG 1000, quando aplicável. (item 23, ITG 2002 (R1)) 
4. Exemplo aplicado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Identificação 
da entidade 
Demonstrações 
comparativas 
Identificação da 
demonstração 
e ano/ 
período 
Referência 
cruzada com 
as notas 
explicativas 
 
1. Introdução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Das demonstrações contábeis, podemos dizer que é a principal. 
 
 Todas as demais demonstrações irão explicar alguma variação de 
uma conta ou grupo patrimonial constante do balanço patrimonial. 
 
 Por exemplo, a demonstração dos fluxos de caixa explica a variação 
da posição de caixa da entidade, que é um de seus ativos. 
 
 Outros exemplo: a demonstração do resultado do período explica 
uma parcela da variação do patrimônio líquido da entidade. 
 
 Para finalizar: a demonstração das mutações do patrimônio líquido 
explica o porquê da variação do patrimônio líquido da entidade de um 
período para o outro. 
 
2. Balanço patrimonial e a equação fundamental da contabilidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido 
 
 Ativo: recurso controlado pela entidade como resultado de 
eventos passados e do qual se espera que fluam futuros 
benefícios econômicos para a entidade. 
 
 Passivo: obrigação presente da entidade, derivada de 
eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na 
saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios 
econômicos futuros. 
 
 Patrimônio líquido: interesse residual nos ativos da entidade 
depois de deduzidos todos os seus passivos (“Ativo – Passivo”). 
 
3. Modelo geral de balanço patrimonial 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulanteRealizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
4. Circulante x não circulante 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
 Os ativos e passivos são separados em 
“circulante” e “não circulante”. 
 
 Qual o objetivo dessa separação? Inserir 
aspecto temporal, ao mostrar ativos e 
passivos com base no tempo de realização e 
liquidação, respectivamente. 
Qual o critério geralmente utilizado para tal separação? Comumente, um ativo 
registrado no ativo circulante será realizado (tornar-se-á caixa ou será consumido) em até 
doze meses a partir da data do balanço patrimonial. O mesmo raciocínio vale para os 
itens do passivo: serão liquidados em até doze meses da data do balanço patrimonial. 
 
No caso dos ativos e passivos classificados no “não circulante”, espera-se que sejam 
realizados ou liquidados, respectivamente, depois de 12 meses a partir da data do 
balanço patrimonial. 
5. Elementos do balanço patrimonial (1/7) 
 
 O “Ativo circulante”, como vimos, congrega os ativos 
que correspondem a caixa/contas correntes e ativos 
Que tornar-se-ão caixa ou serão consumidos em até 
doze meses a contar da data do balanço patrimonial. 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
 Dentro do ativo circulante, as contas são dispostas em grau decrescente de liquidez: das 
contas mais líquidas para as menos líquidas. Por exemplo, as contas de caixa são 
apresentadas antes das contas de estoque/almoxarifado. 
 
 Exemplos: caixa, contas correntes, aplicações financeiras, mensalidades a receber, recursos 
vinculados a projetos, atendimentos a receber, adiantamentos a empregados e fornecedores, 
créditos tributários, estoques de mercadorias e almoxarifado e assim por diante. 
 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
5. Elementos do balanço patrimonial 
(2/7) 
 
 No “Realizável a longo prazo”, são classificados 
os ativos que tornar-se-ão caixa ou serão consumidos 
após doze meses a contar da data do balanço 
patrimonial. 
 
 Ainda que de maneira mais subjetiva, a prática enseja que as contas sejam 
dispostas em ordem decrescente de liquidez. 
 
 Exemplos: caixa, contas correntes, aplicações financeiras, mensalidades a 
receber, recursos vinculados a projetos, atendimentos a receber, adiantamentos a 
empregados e fornecedores, créditos tributários, estoques de mercadorias e 
almoxarifado e assim por diante. 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
5. Elementos do balanço patrimonial (3/7) 
 É uma rubrica menos comum de ser observada em entidades sem fins lucrativos 
Mas não significa que não possa haver. 
 
 Em “Investimentos”, são classificadas as partici-paçõ
es permanentes em outras sociedades e os direitos d
e qualquer natureza, 
não classificáveis no ativo circulante ou 
realizável a longo prazo, e que não se destinem à ma
nutenção da atividade da entidade; 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
5. Elementos do balanço patrimonial (4/7) 
 
 Grosso modo, no “Imobilizado” são classificados 
os direitos que tenham por objeto bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da entidade 
ou exercidos com essa finalidade. 
 Geralmente, é mensurado pelo custo de aquisição reduzido da respectiva 
depreciação. 
 
 
 Alguns exemplos: computadores e periféricos, móveis e utensílios, veículos, instalações, eq
uipamentos, 
benfeitorias em propriedade de terceiros e assim por 
diante. 
 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
5. Elementos do balanço patrimonial (5/7) 
 
 No “Intangível”, são classificados os direitos que tenha
m por objeto bens incorpóreos destinados à manuten
ção das atividades da entidade ou exercidos com ess
a finalidade. 
 
 
 Geralmente, é mensurado pelo custo de aquisição reduzido da respectiva amortização. 
 
 
 Em entidades sem fins lucrativos, é mais comum observar nessa conta ativos decorrentes da aquisi
ção do direito de usar determinados softwares. 
 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
5. Elementos do balanço patrimonial (6/7) 
 
 No “Passivo Circulante” e “Passivo não circulante” a 
entidade evidencia suas obrigações, das mais diversas 
 natureza. 
 
 A classificação em “Circulante” e “Não circulante” será 
 função, como vimos, da data de vencimento da obrigação. 
 
 Alguns exemplos: obrigações com empregados, fornecedores de bens e serviços, 
Obrigações tributárias, empréstimos e financiamentos, parcerias com entidades governamentais, 
parcerias com entidades privadas e assim por diante. 
 
 Os exemplos servem tanto para os passivos circulante como não circulante. 
 
 No passivo, há, também, uma tentativa de dispor as contas em ordem decrescente de 
 exigibilidade. 
Ativo Passivo + Patrimônio líquido
Ativo circulante Passivo circulante
Ativo não circulante Passivo não circulante
 Realizável a longo prazo Patrimônio líquido
 Investimentos Patrimônio social
 Imobilizado Outras reservas
 Intangível Ajuste de avaliação patrimonial
 Superávit ou Déficit Acumulado
Balanço Patrimonial
5. Elementos do balanço patrimonial (7/7) 
 
 O “Patrimônio líquido” é resultado da seguinte 
equação: Ativo – Passivo”. 
 
 Em entidades sem fins lucrativos, é comum vê-lo 
 Composto por: 
 a) patrimônio social, 
 b) outras reservas, 
 c) ajuste de avaliação patrimonial e 
 d) superávit ou déficit acumulado. 
Para ser mais preciso, os itens “a” e “d” são os mais recorrentes. 
 
 Na conta“Patrimônio Social”, agrupados o fundo patrimonial e demais recursos aportados para o financia
mento próprio da entidade. 
 
 Em “Superávit ou Déficit”, o saldo mantido sob este título corresponde ao resultado do período 
 ainda não incorporado ao patrimonial social. 
6. Exemplos práticos 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo 1 – Instituto Ayrton Senna 
6. Exemplos práticos 
 
 
 
 
 
 
 
Exemplo 2 – Legião da Boa Vontade (LBV) 
Obrigado! 
 
Dúvidas escreva: pedagogico@escolaaberta3setor.org.br

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