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ONLINE 4 Aula 4: Política externa norte-americana e soviética
Introdução
A luta constante pela manutenção da hegemonia capitalista e socialista fez com que Estados Unidos e União Soviética criassem formas de exportar e manter seus modelos políticos e econômicos, utilizando planos de ajuda, intervenções diretas, sabotagem, espionagem.
Os Estados Unidos intensificou sua influência sobre as Américas, principalmente depois da Revolução Cubana em 1959, que deu força para a União Soviética, pois conseguiu estabelecer um governo socialista “no quintal” do inimigo.
A grande ameaça de um confronto nuclear entre as duas potências que poderia levar à destruição mundial favoreceu a coexistência pacífica durante a década de 1970. Esse período levou ao diálogo entre os dois principais países do globo.
Política externa norte-americana e soviética
Estados Unidos e União Soviética criaram o Plano Marshall, Comecon, a OTAN, o Pacto de Varsóvia, entre outros, como forma de conter a expansão um do outro e evitar que seus aliados se revoltassem, garantindo seus interesses econômicos.
Com a Revolução Cubana em 1959 e a instauração de um governo socialista nas Américas, as relações se tornaram turbulentas e os Estados Unidos passaram a intervir diretamente nas Américas para impedir que o sistema socialista avançasse.
A revolução cubana e o socialismo
“Toda a questão cubana traria enormes consequências para a América Latina. Embora formuladores da política externa norte-americana, como a do secretário de Estado Dean Rusk, vissem a Crise dos Mísseis como um momento de virada, no sentido de que demandava o início de conversações em direção a uma distensão das relações conflitavas da Guerra Fria (que poderiam conduzir a uma hecatombe nuclear), persistia, nos gabinetes governamentais norte-americanos, concomitantemente, uma postura de paranoica vigilância, traço marcante da nova política para a América Latina, baseada no fortalecimento dos militares da região, vistos como bastiões contra quaisquer sonhos revolucionários, e na política de ajuda econômica, sobretudo como pretexto para a construção de uma imagem mais positiva dos Estados Unidos e para a ampliação de sua capacidade de influir.”
Carlos Fico.
Dean Rusk foi nomeado para o cargo de secretário do Estado por John Kennedy e se manteve após o assassinato do presidente durante o governo de Lyndon Johnson, permanecendo na função entre 1961 e 1969. E a crise dos mísseis que era vista como um momento de virada foi um dos momentos de maior tensão da Guerra Fria, ocorrido em 1962. A crise começou quando os soviéticos, em resposta a instalação de 
Foram treze dias de suspense mundial devido ao medo de uma possível guerra nuclear, até que Kruschev, após conseguir uma futura retirada dos mísseis estadunidenses da Turquia, concordou em remover os mísseis de Cuba.
Política externa norte-americana e soviética
Com o intuito de melhorar as relações durante a Guerra Fria, no final dos anos de 1960 e início de 1970, surge a détente. 
Sobre Détente assinale a frase verdadeira e confirme:
( )É uma palavra francesa que significa distensão ou relaxamento. 
( )O termo pode ser empregado para se referir a qualquer situação internacional em que nações que tem um relacionamento hostil passam a restabelecer relações diplomáticas e culturais.
( )É mais utilizado para referir-se a redução da tensão entre EUA e URSS durante a guerra fria.
( X )Todas são verdadeiras.
Détente é uma palavra francesa que significa distensão ou relaxamento. O termo tem sido usado em política internacional desde a década de 1970. De uma maneira geral, o termo pode ser empregado para se referir a qualquer situação internacional na qual nações que tinham anteriormente um relacionamento hostil (sem, no entanto, estarem em um estado de guerra declarada) passam a restabelecer relações diplomáticas e culturais, apaziguando seu relacionamento e diminuindo o risco de conflito declarado.
O termo é mais freqüentemente utilizado em referência à redução geral de tensão entre a União Soviética e os Estados Unidos da América durante a Guerra Fria, ocorrido no final da década de 1960 (após a Crise dos mísseis de Cuba) até o início dos anos 1980.
José Flávio Saraiva, sobre esse período, destaca quatro pontos: A détente, consubstanciada no concerto americano-soviético, a tomada de consciência da “diversidade de interesses” no sistema internacional e da generalização da percepção, particularmente na Europa, na Ásia e na América Latina. Assim, a bipolaridade já não se aplicava no campo econômico; o esforço de construção da “nova ordem econômica internacional” pelos países do terceiro mundo; a “crise econômica”, especialmente a energética e a financeira, responsável por um período de grande intranquilidade para as relações internacionais
Política externa norte-americana e soviética
Com as crises no período de 1973 a 1979, o clima de confiança mútua ficou abalado. A União Soviética, que enfrentava uma instabilidade política mais intensa do que os Estados Unidos vai receber reclamações ligadas à liberdade política, pois a URSS interferia diretamente nos partidos comunistas das outras nações e com a sucessão de crises, perde forças para reprimir as reclamações.
A propaganda, a espionagem e o terrorismo foram extremamente utilizados na Guerra Fria. No caso norte-americano, até mesmo o cinema foi utilizado como forma de exportar seus valores para o mundo. 
As agências CIA, norte-americana, e a KGB, soviética exerciam o treinamento de agentes para sabotagem, assassinatos, chantagens e coleta de informações.
Reflexos na América Latina: os anos de chumbo
Os Estados Unidos, desde 1823, com a doutrina Monroe defendiam a “América para os americanos”, porém, com a Guerra Fria, tiveram que ampliar esse conceito para impedir que o sistema socialista se expandisse. Embora estivessem firmes na Europa, não mediram esforços para afastar o socialismo das Américas, principalmente após a Revolução Cubana.
Voltaram suas atenções para a América, intervindo nos governos e depondo chefes de estado com tendências socialistas, como no caso da Guatemala, apoiando a instalação de uma ditadura, e até mesmo Cuba, embora não tenha derrubado o regime, criou uma série de embargos para prejudicar o país.
Ação americana na Guatelama
Em 1954, Os Estados Unidos, articularam um golpe para depor o presidente da Guatemala, Jacobo Arbenz, que fora eleito com o apoio dos comunistas. 
Obtendo êxito, foi instaurada uma ditadura que atendia aos interesses norte-americanos, já que o governo anterior fez a reforma agrária e expropriou terras de empresas norte-americanas.
Ação americana no Chile
Com a ideia de que as ditaduras militares eram necessárias à América naquele momento, os Estados Unidos vão ajudar a formar o golpe militar que depôs o presidente socialista Salvador Allende.
1970 - O presidente socialista Salvador Allende, eleito por eleições diretas realizou a reforma agrária, melhorou o sistema de saúde pública e saneamento básico, além de promover a nacionalização de diversas empresas norte-americanas.
1973 - Em 1973, Augusto Pinochet chega ao poder através de golpe. Ele irá devolver as empresas nacionalizadas por Allende aos Estados Unidos. Seu governo era baseado na repressão e tortura e somente em 1988 foi deposto, porém continuou no governo como chefe das Forças Armadas, impedindo, assim, o julgamento de seus próprios crimes durante a ditadura.
Reflexos na América Latina: os anos de chumbo
Ditadura na Argentina
Com a crise que ocorreu no final dos anos de 1960, o país passou por um período em que os líderes políticos ficavam pouco tempo no poder.
Em 1976, houve o golpe que ficou conhecido como “Guerra Suja”, liderado pelo general Jorge Rafael Vindela, colocando no poder do país uma junta militar, fechando o congresso e perseguindo oposicionistas.
Logo em 1982, o regime já começava a ruir, o então presidente Leopoldo Galtieri ordena a invasão das Ilhas Malvinas como forma de estimular o nacionalismoargentino, mas a investida não foi apoiada no âmbito internacional e perdeu rapidamente ao enfrentar a Grã-Bretanha.
Com isso, foi obrigado a renunciar e seu substituto, Reynaldo Bignone, deu inicio às negociações para devolver os direitos aos civis.
Como se pode perceber, embora a bandeira levantada pelos Estados Unidos fosse a de combate ao comunismo, defendendo que este era um regime que não podia se espalhar, as motivações por trás dos golpes na América e nas demais intervenções estavam ligadas à economia e ao temor de perda de mercado e influência política para garantir esse mercado.
O Brasil no contexto internacional: Golpe civil-militar
Ditadura no Brasil
A década de 1960 no Brasil representa um período de crise e instabilidade política. 
O presidente eleito em 1961, Jânio Quadrosrenuncia, após sete meses de governo, buscando aumentar seus poderes políticos, porém a renúncia é aceita, gerando mais um problema: os militares de direita não queriam a posse de seu vice, João Goulart( Jango) pela identificação do mesmo com o trabalhismo de Getúlio Vargas. 
As crises são controladas e ele toma posse.
Ao tomar posse, Jango se vê diante de novas crises, o país esperava pela modernização e a estética norte-americana se fazia presente. 
Ele fortalece movimentos sindicais, estudantis e camponeses, anuncia reformas de base, porém adota uma postura política que busca ser independente das potências da Guerra Fria e chega a iniciar uma aproximação com a URSS. Isso faz com que a direita e a população entrem em atrito com o governo, temendo a implantação do comunismo.
O golpe aconteceu aos 31 de março de 1964. A ditadura brasileira foi marcada pela repressão, censura e tortura. As liberdades democráticas foram suspensas, a imprensa era duramente censurada.
A ideologia por trás do golpe estava ligada ao combate ao comunismo através de um governo forte e centralizado. A sociedade, de forma geral, apoiou o golpe, embora a memória oficial tenha se tornado uma memória de resistência ao regime.
No momento em que os militares estabeleceram a ditadura, foi apenas a consolidação dos anseios das classes médias e das elites que temiam a “ameaça comunista”, ideia adquirida pela aproximação com os Estados Unidos.
O momento de maior repressão na ditadura brasileira se deu quando o presidente Costa e Silva assinou o Ato Constitucional Nº 5 (AI-5), que garantia o poder de cassar mandatos políticos, decretar o recesso do Congresso, impor estado de sítio e suspender as garantias individuais.
Durante a ditadura civil-militar no Brasil, que perdurou de 1964 a 1985, milhares de pessoas foram atingidas: desde as que foram perseguidas, perderam seus empregos, viveram clandestinamente, refugiaram-se em outros países, até as que foram presas, torturadas, assassinadas ou simplesmente desaparecidas. Milhares de famílias sofreram e sofrem até hoje os efeitos do terrorismo de Estado então implementados. Muitas ainda não puderam enterrar os seus mortos, porque nunca conseguiram localizar os seus corpos.
A nossa luta continua no sentido de exigir a abertura de todos os arquivos das Forças Armadas e dos órgãos de repressão, para que a verdade seja esclarecida e para que esta triste memória faça parte da história do Brasil. Precisamos enterrar todos os nossos mortos e publicizar os nomes dos autores desses terríveis crimes contra a humanidade. São 50 anos de segredos tão bem guardados!

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